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88 A PREPARAÇÃO PROFISSIONAL NA ÁREA DE PEDAGOGIA

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A PREPARAÇÃO PROFISSIONAL NA ÁREA DE PEDAGOGIA 
O curso de Pedagogia, mesmo realizado à distância, na concepção de 
Sousa, Granjeiro e Araújo (2013), mantém a preocupação com articulação de 
objetivos, conteúdos e com todo o processo pedagógico. Com isso, a 
importância da EaD para a Pedagogia não pode ser resumida a um material 
instrucional com uma sequência de conteúdos onde o estudante pode assimilá-
los, mas abrange uma formação completa que, por meio da tecnologia, prepara 
os alunos adequadamente para o mercado de trabalho. 
A formação acadêmica do pedagogo passa inicialmente pelo curso de 
Pedagogia, compreendendo que, atualmente, existem muitas exigências para 
essa formação, principalmente para aqueles que já atuam na profissão. A 
inovação tem se tornado uma ferramenta bastante eficiente, atendendo a 
procura pela formação através da flexibilidade de horários, onde o aluno pode 
conciliar suas atividades profissionais de forma mais tranquila. 
Contudo, Sousa, Granjeiro e Araújo (2013) apontam que, no Brasil, há 
uma escassez de educadores que possuam a capacidade de conversar com as 
novas tecnologias da informação e comunicação, utilizando a internet de outras 
ferramentas de inovação. Mesmo com os dilemas enfrentados pelos cursos de 
formação de profissionais do ensino, torna-se necessário reconhecer que a EaD 
atua como um instrumento de inclusão profissional. 
Considerar a história do curso de Pedagogia implica revisitar as diversas 
identidades dos pedagogos e sua formação. Ao longo do tempo, o curso passou 
por várias transformações em seus programas, objetivos, propostas 
pedagógicas e estruturas curriculares, influenciando diretamente a preparação 
profissional dos pedagogos. 
O curso de Pedagogia foi estabelecido em 1939, por meio do decreto-lei 
nº 1190 de 04 de abril. No entanto, essa estrutura inicial não se mostrou eficaz, 
pois o curso não estava alinhado com as demandas do mercado profissional, 
resultando na formação de pedagogos que enfrentavam dificuldades em 
encontrar oportunidades de atuação em suas áreas de expertise. 
O enfoque do curso de Pedagogia deve ser dirigido à preparação de 
profissionais capazes de atuar em diversos campos educativos, tanto formais 
quanto informais. Essa preparação não se limita à gestão administrativa e 
pedagógica, mas também inclui a capacidade de propor e analisar criticamente 
políticas educacionais em diversos contextos. Além disso, os profissionais de 
Pedagogia têm a possibilidade de contribuir em áreas como programas sociais, 
serviços para a terceira idade, lazer, animação cultural, editoria e requalificação 
profissional. 
Desde sua origem, a Pedagogia passou por adaptações e ampliou as 
áreas de atuação de seus profissionais, o que gerou desafios na construção da 
identidade do pedagogo, tanto por parte dos próprios profissionais quanto de 
seus colegas de trabalho. Apesar dessas dificuldades, houve uma extensa 
discussão sobre a identidade do profissional de Pedagogia, conduzida por 
associações e por meio de legislações pertinentes. 
 A importância da formação continuada 
O processo educacional, o acompanhamento dos alunos e a avaliação 
nas escolas apresentam desafios que destacam a importância de um trabalho 
consciente, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa. É 
essencial contar com profissionais comprometidos em analisar a realidade, 
criando situações de ensino que transformem o conhecimento do senso comum 
em abordagens científicas. O papel do professor vai além da mera transmissão 
de conteúdo; é crucial investir em formação continuada, considerando a 
complexidade da ação profissional de maneira constante e prática. 
Conforme Saldanha e Fraga (2020) destacam, os desafios associados à 
formação de profissionais encontram soluções quando se compreende que 
formação e profissionalização estão intricadamente ligadas. Essa interligação 
permeia a escolha da profissão, o ingresso no campo de atuação, o acolhimento 
no ambiente de trabalho, as formas de organização e produção do trabalho, o 
nível de satisfação profissional, bem como as perspectivas de crescimento e 
desenvolvimento profissional. 
“O conhecimento não se limita aos livros; 
encontramo-lo nos diálogos e nas trocas de 
experiência, exigindo reflexão constante. A 
formação continuada tem sido objeto de 
discussão, propondo abandonar a ideia de que 
é apenas um processo de atualização baseado 
na aquisição de informações científicas e 
didáticas. Em vez disso, sugere-se um conceito 
de formação que envolve a construção ativa de 
conhecimentos e teorias a partir da reflexão 
crítica sobre a prática”. (SALDANHA; FRAGA, 
2020 p. 04). 
No entanto, para que o educador possa adotar o princípio da reflexão, é 
necessário que ele esteja disposto a explorar novas abordagens em sua prática 
profissional, adaptando a maneira como aborda seus conhecimentos. Isso 
ocorre porque a prática deve ser um estímulo para a reflexão, proporcionando 
uma análise crítica de sua atuação como educador. 
Nesse cenário, a formação contínua do educador deve ser delineada por 
meio de reflexão, pesquisa, ação, descoberta, organização, fundamentação, 
revisão e construção teórica. Ela não deve ser encarada apenas como uma 
oportunidade de aprender novas técnicas, atualizar-se em novas abordagens 
pedagógicas ou assimilar as últimas inovações tecnológicas. De acordo com 
essa perspectiva, a formação contínua tem início com a reflexão crítica sobre a 
prática. 
 O futuro da educação: aplicando a tecnologia em benefício do ensino 
A tecnologia é um resultado da ciência e engenharia, compreendendo um 
conjunto de instrumentos, métodos e técnicas destinadas à resolução de 
problemas. Na educação, o termo tecnologia educacional refere-se à utilização 
de recursos tecnológicos como ferramenta para aprimorar o ensino, visando 
promover o desenvolvimento socioeducativo e facilitar o acesso à informação. 
Entre esses recursos, destaca-se o computador, um aparato que proporciona 
inúmeros benefícios sociais e educacionais. 
O emprego da tecnologia favorece a interação entre os alunos. A 
realização de atividades em pares ou grupos, com o auxílio da internet, 
possibilita que todos compartilhem conhecimentos e expressem suas opiniões, 
destacando suas experiências prévias. Isso motiva os alunos, pois os faz sentir-
se ativos e essenciais no processo de aprendizagem. Além disso, a abordagem 
do ensino híbrido, que combina métodos tradicionais e tecnologia para 
personalizar a educação, permite conciliar o uso de ferramentas digitais com a 
atenção dedicada às aulas presenciais, incluindo o uso de materiais didáticos 
físicos, como livros. 
Nos últimos anos, testemunhamos um notável avanço tecnológico, 
caracterizado pela sua dimensão, velocidade e eficácia. A tecnologia surge como 
uma aliada em diversos setores, incluindo negócios, estudos, pesquisas e, sem 
dúvida, na sociedade em geral. O ambiente educacional não fica à margem 
desse progresso, pois a tecnologia se mostra disponível e benéfica em salas de 
aula ao redor do mundo. Seja em cursos de ensino superior ou em escolas 
primárias, a integração da tecnologia contribui para enriquecer a experiência de 
aprendizado dos alunos, proporcionando opções mais amplas e diversificadas. 
Investimentos em equipamentos para apoiar os professores e o uso ativo pelos 
alunos resultam em um ambiente de aprendizado dinâmico e na disseminação 
eficaz de conteúdo. 
É crucial compreender o papel real da tecnologia na educação e os limites 
de sua interferência. Com o avanço dos anos e o surgimento de uma nova 
geração, é comum observar uma significativa parcela de alunos nas escolas que 
não se identificam com métodos tradicionais de ensino, nos quais os professores 
simplesmente explicam a matéria com o auxílio da lousa. É incontestável que a 
adaptação desses alunos às novas tecnologias é rápida, um fato que deve ser 
exploradode forma proveitosa. 
No cenário contemporâneo, a dinamicidade tornou-se essencial para 
promover a aprendizagem. Nesse contexto, a adaptação não é apenas uma 
necessidade dos alunos, mas também dos professores. É fundamental que estes 
compreendam, sobretudo, que os jovens da geração atual não se interessam por 
aprender simplesmente por aprender ou porque o conteúdo está no currículo 
escolar. A geração criada sob a influência das novas tecnologias demanda um 
propósito, ou seja, precisa entender como um determinado conteúdo pode ser 
útil em sua vida profissional ou pessoal. A utilização de dispositivos como 
computadores conectados à internet e diversas ferramentas, como textos, 
vídeos e imagens, todos acessíveis em um único local, mostra-se uma excelente 
estratégia para captar a atenção dos alunos.

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