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Importância do Leite Materno

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Fernanda Amador rodrigues
SP 2 – Desnutrição
1. Compreenda como o leite materno influencia no desenvolvimento da criança.
(Pega, mamada).
“É um processo que envolve interação profunda entre mãe e filho, com repercussões no estado nutricional da criança,
em sua habilidade de se defender de infecções, em sua fisiologia e no seu desenvolvimento cognitivo e emocional, e
em sua saúde no longo prazo, além de ter implicações na saúde física e psíquica da mãe.”
Tipos de aleitamento materno
-Aleitamento materno: Quando a criança recebe leite materno (direto da mama ou ordenhado),
independentemente de receber ou não outros alimentos.
-Aleitamento materno exclusivo: Quando a criança recebe somente leite materno (exceção de vitaminas,
sais de reidratação oral, suplementos minerais ou medicamentos).
-Aleitamento materno predominante: Além do leite materno, água, chás, sucos de frutas e fluidos rituais.
-Aleitamento materno complementado: Além do leite materno, qualquer alimento sólido ou semissólido
com a finalidade de complementá-lo, e não de substituí-lo.
-Aleitamento materno misto ou parcial: Quando a criança recebe leite materno e outros tipos de leite.
Importância do Leite Materno
MAIOR NUTRIÇÃO
• O leite materno contém todos os nutrientes essenciais para o crescimento e o desenvolvimento ótimos da criança.
• É mais bem digerido.
• É capaz de suprir sozinho as necessidades nutricionais da criança nos primeiros seis meses.
• Importante fonte de nutrientes no segundo ano de vida (proteínas, gorduras e vitaminas).
EVITA DIARRÉIA
•Esta proteção pode diminuir quando o aleitamento materno deixa de ser exclusiva (proteção contra
enteropatógenos).
• Oferecer à criança amamentada água ou chás pode dobrar o risco de diarreia nos primeiros seis meses.
• Diminui a gravidade dos casos de diarreia.
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EVITA INFECÇÃO RESPIRATÓRIA
• Aleitamento materno exclusivo
• Diminui a gravidade – hospitalizações por pneumonia e bronquiolite.
• Previne otites (Ig germes favoráveis na nasofaringe e reduz OMA bacteriana).
DIMINUI O RISCO DE ALERGIAS
• Alergia à proteína do leite de vaca (APLV) – IgA no LH faz camada de proteção no epitélio intestinal.
• Dermatite atópica.
• Asma e sibilos recorrentes.
DIMINUI O RISCO DE DOENÇAS METABÓLICAS
• Hipertensão.
• Hipercolesterolemia.
• Diabetes Tipo I.
• Diabetes Tipo II.
Características do leite
A partir do nascimento, o leite materno evolui de colostro ao leite de transição, tornando-se leite maduro em torno da
2º semana de vida.
COLOSTRO
Nos 3 primeiros dias de vida do RN a mãe tem a apojadura (descida do leite) pela queda hormonal e libera o colostro;
que é produzido em menor volume (adequado à imaturidade renal do RN) e possui coloração amarelada. Contém mais
proteínas e IgA que o leite maduro, sendo rico também em eletrólitos e vitaminas lipossolúveis(em especial vitamina
A e K). Possui menor concentração de minerais, gorduras e lactose.
LEITE DE TRANSIÇÃO
Após 1 semana começa a ser produzido o leite de transição (mais claro), que apresenta características intermediárias
entre o colostro e o leite maduro.
LEITE MADURO
A partir do 15º dia do pós parto o leite maduro começa a ser produzido. Nele, há 3 fases durante a mamada: leite
anterior (solução) rico em imunoglobulinas e outros fatores de proteção; seguido por predomínio de proteínas e
lactose; última fase (posterior; emulsão) rico em gorduras,que garante saciedade e ganho ponderal.
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Fisiologia da Lactação
A lactogênese é dividida em 3 fases:
Lactogênese – Fase I
A mama, durante a gravidez, é preparada para a amamentação sob a ação de diferentes hormônios, sobretudo do
estrogênio e do progestogênio.
Após o parto, a prolactina, em conjunto com outros hormônios, estimula a secreção do leite.
Lactogênese – Fase II
Com o nascimento da criança, há liberação de prolactina, iniciando-se a lactogênese fase II e a secreção do leite.
A ocitocina, em resposta à sucção da criança, leva à contração das células que envolvem os alvéolos, expulsando o
leite neles contido.
A produção de leite logo após o nascimento da criança é controlada principalmente por hormônios e a apojadura
(“descida do leite”) costuma ocorrer até o 3º ou 4º dia pós-parto, mesmo se a criança não sugar o seio.
Lactogênese – Fase III
Após a apojadura, inicia-se a fase III da lactogênese, também denominada galactopoiese. Essa fase mantém-se por
toda a lactação, depende principalmente da sucção do bebê e do esvaziamento da mama. O leite contém “peptídeos
supressores da lactação” que inibem a produção de leite e, quando removidos durante a extração, é garantido que o
leite removido durante a sessão de extração anterior será substituído.
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Anatomia das glândulas mamárias
A mama feminina é composta por glândulas túbulo-alveolares chamadas de lobos mamários (cerca 15 a 20 em cada
mama), os quais são constituídos por lóbulos (entre 20-40). Cada lóbulo é composto por alvéolos envolvidos por
células mioepiteliais. O leite produzido nos alvéolos é conduzido até os seios lactíferos por uma rede de ductos. Para
cada lobo mamário há um seio lactífero com saída independente no mamilo.
Técnica de amamentação
Pega correta
Apesar de a sucção do recém-nascido ser um ato reflexo, ele precisa aprender a retirar o leite do peito de forma
eficiente. Quando o bebê pega a mama adequadamente – o que requer uma abertura ampla da boca, abocanhando não
apenas o mamilo, mas também parte da aréola – forma-se um lacre perfeito entre a boca e a mama, garantindo a
formação do vácuo, indispensável para que o mamilo e a aréola se mantenham dentro da boca do bebê.
A técnica de amamentação, ou seja, a maneira como a dupla mãe/bebê se posiciona para amamentar/mamar e a
pega/sucção do bebê são muito importantes para que o bebê consiga retirar, de maneira eficiente, o leite da mama e
também para não machucar os mamilos.
Uma posição inadequada da mãe e/ou do bebê na amamentação dificulta o posicionamento correto da boca do bebê
em relação ao mamilo e à aréola, resultando no que se denomina de “má pega”. A má pega dificulta o esvaziamento da
mama, podendo levar a uma diminuição da produção do leite. Muitas vezes, o bebê com pega inadequada não ganha o
peso esperado apesar de permanecer longo tempo no peito. Isso ocorre porque, nessa situação, ele é capaz de obter o
leite anterior, mas tem dificuldade de retirar o leite posterior, mais calórico.
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Referência:
https://www.saude.pr.gov.br/sites/default/arquivos_restritos/files/documento/2020-07/pdf3.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_aleitamento_materno_c
ab23.pdf
2. Diferencie o leite materno, fórmula infantil e o leite de vaca.
Leite Materno: oferece proteínas em quantidades adequadas e de fácil digestão, vitaminas, minerais e água em
quantidades suficientes, além de carboidratos (principalmente lactose), lipídios (ácido linoleico), ferro com boa
biodisponibilidade, fatores humorais e de proteção e endorfina.
Leite de Vaca: excesso de proteínas de difícil digestão e com alto risco de alergia, deficiente em vitaminas A e C,
excesso de nutrientes (desequilíbrio de minerais podendo levar a sobrecarga renal), necessidade de oferecer água à
criança. Não possui fator de proteção imunológica e fatores humorais.
https://www.saude.pr.gov.br/sites/default/arquivos_restritos/files/documento/2020-07/pdf3.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_aleitamento_materno_cab23.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_aleitamento_materno_cab23.pdf
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3. Compreenda como ocorre a introdução alimentar.
Alimentação complementar
A alimentação complementar é recomendada pela OMS a partir dos 6 meses. Quando a criança está recebendo leite
materno e também alimentos, se chama aleitamento materno complementado.
Dos 6 a 11 meses a criança amamentada estará recebendo 3 refeições com alimentos complementares no dia (2 papas
e 1 de frutas). Já a criança que não está em aleitamento tem mais risco nutricional e deve receber 5 refeições
complementares ao dia (2 papas, 3 refeições de leite, alémde frutas).
A partir dos 12 meses se acrescenta mais 2 lanches ao dia com fruta ou leite.
O suco de frutas deve ser evitado, mas se dado o ideal é que seja até 100 ml de suco natural após as refeições.
Referência:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_aleitamento_materno_cab23.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_aleitamento_materno_cab23.pdf
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4. Entenda o desenvolvimento neuropsicomotor (marcos do desenvolvimento,
neuroplasticidade, sinapses …).
Desenvolviment�
Pode ser físico (crescimento), cognitivo (intelectual), neuropsicomotor (sensorial e motor) e emocional (afetivo e
interações com o ambiente).
Marc� d� desenvolviment�
0 a 2 meses
→ Predomínio do tônus flexor.
→ Assimetria postural e preensão reflexa.
→ Percepção melhor de um rosto.
2 a 4 meses
→ O campo de visão se amplia.
→ Tem noção de profundidade.
→ Preensão voluntária das mãos.
→ O bebê fica de bruços e levanta a cabeça e os
ombros.
4 a 6 meses
→ O bebê procura uma voz ou objeto sonoro.
→ Inicia-se a noção de permanência de um objeto.
6 a 9 meses
→ Inicia-se a noção de permanência de um objeto.
→ O bebê consegue sentar sem apoio.
→ O bebê apresenta reações a pessoas estranhas.
→ O bebê engatinha.
Por volta de 1 ano
→ O bebê possui acuidade visual de um adulto.
Entre 1 ano e 1 ano e 6
meses
→ Anda sozinho.
Entre 1 ano e 6 meses a 2
anos
→ Corre ou sobe degraus baixos.
Em torno de 2 anos
→ Reconhece-se no espelho e brinca de faz de conta.
Entre 2 e 3 anos
→ Diz o próprio nome e nomeia objetos e retira
fraldas e usa penico.
Entre 3 e 4 anos
→ Veste-se com auxílio.
Entre 4 e 5 anos
→ Conta ou inventa pequenas histórias.
A partir dos 6 anos
→ A criança passa a pensar de forma lógica;
→ Ocorre aumento da memória e habilidade com a
linguagem;
→ Desenvolvimento da autoimagem;
→ Inicia a compressão da constância de gênero.
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Desenvolviment� neuropsicomotor
O desenvolvimento Neuropsicomotor (DNPM) é definido como um processo de mudanças no comportamento motor de
um indivíduo e que está interligado com a idade. Esse processo de mudança é muito importante para o ser humano,
pois quando o recém-nascido (RN) nasce, o seu sistema nervoso central (SNC) ainda não está completamente
desenvolvido e em consequência disso ele é totalmente dependente das pessoas que fazem parte de seu convívio.
Mas, é a partir da sua estimulação, tanto sensorial quanto motora, que o seu desenvolvimento ocorrerá e se manterá
em constante evolução, auxiliando também no seu processo de aprendizagem.
O desenvolvimento neuropsicomotor se dá no sentido craniocaudal, portanto, em primeiro lugar a criança firma a
cabeça, a seguir o tronco e após os membros inferiores. A maturação cerebral também ocorre no sentido
póstero-anterior, portanto, primeiro a criança fixa o olhar (região occipital), a seguir leva a mão aos objetos, etc.
A avaliação do desenvolvimento deve ser baseada nos marcos definidos pela escala de desenvolvimento Denver II.
Deve-se avaliar o desenvolvimento social, motor e linguagem .
Social: Sociabilização da criança dentro e fora do ambiente familiar.
Motor fino: Coordenação olho - mão e a manipulação de pequenos objetos.
Motor grosso: Movimentos amplos, como sentar, pular e caminhar.
Linguagem: Produção de som, capacidade de reconhecer, entender e usar a linguagem.
Neuroplasticidad�
A neuroplasticidade (também conhecida como plasticidade neuronal) refere-se à capacidade do sistema nervoso de
sofrer modificações e adaptações quando exposto a novas experiências.
Durante os primeiros anos de vida, o cérebro passa por um período crítico de plasticidade, no qual as conexões
neurais são moldadas e refinadas com base nas interações com o ambiente.
A Neuroplasticidade inicia-se na vida intrauterina e só tem o seu término com a morte. No entanto, é
inversamente proporcional à idade, ou seja, de uma forma geral, quanto maior a idade do indivíduo, menores
são as possibilidades de aprendizado, visando a velocidade e a qualidade do desempenho.
Tipos de plasticidade neural
A neuroplasticidade manifesta-se de várias formas. Pode ser classificada em regenerativa, axônica, sináptica,
dendrítica e somática.
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Regenerativa:
Consiste no recrescimento de axônios lesados.
Trata- se de um tipo de plasticidade rara no sistema nervoso central (embora não seja
inexistente). Mas é muito presente no sistema nervoso periférico.
Motivo: no sistema nervoso periférico há células não-neurais que facilitam a
regeneração. Enquanto no sistema nervoso central, oligodendrócitos e astrócitos
produzem substâncias capazes de inibir o crescimento dos axônios.
Axônica
– Trata-se da capacidade de reorganização da distribuição de terminais axônicos de neurônios,
Varia de acordo com estímulos ambientais.
– A plasticidade axônica é máxima nos períodos críticos do desenvolvimento.
Ocorre de forma limitada na vida adulta.
– Pode resultar no aumento ou na diminuição da eficácia da transmissão sináptica.
– Além disso, tem potencial para estabilizar sinapses existentes e para formar novas sinapses.
Dendrítica
– É a capacidade de regular a proliferação ou a morte de células nervosas. Pode resultar em acréscimo de neurônios
após o período de desenvolvimento.
– É máxima durante os períodos críticos do desenvolvimento, nos quais ela pode se manifestar amplamente (nos
troncos, ramos e espinhas dendríticas). Já nos adultos, aparentemente é restrita espinhas dendríticas.
– Embora somente os mamíferos possuem o sistema nervoso central (SNC) embrionário dotado de capacidade
proliferativa, o organismo adulto pode preservar sua capacidade proliferativa em determinadas áreas do sistema
nervoso central.
– No entanto, apesar de poder ocorrer proliferação, nem sempre essa função é capaz de recuperar a função e
compensar perdas. Isto é evidente em muitos casos de pacientes com acometimento do sistema nervoso central, onde
certas funções não são recuperadas.
Sinapses
As sinapses são as conexões entre os neurônios no cérebro. Durante o desenvolvimento neuropsicomotor, ocorre um
aumento significativo no número de sinapses, seguido por um processo chamado de "poda sináptica", no qual algumas
sinapses são eliminadas para otimizar a eficiência do sistema nervoso.
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Referência:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9786555767476/epubcfi/6/122
[%3Bvnd.vst.idref%3Dpt04ch1]!/4
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527739528/epubcfi/6/32[
%3Bvnd.vst.idref%3Dchapter06]!/4/2/4%4051:0
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9786555767476/epubcfi/6/122[%3Bvnd.vst.idref%3Dpt04ch1]!/4
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9786555767476/epubcfi/6/122[%3Bvnd.vst.idref%3Dpt04ch1]!/4
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527739528/epubcfi/6/32[%3Bvnd.vst.idref%3Dchapter06]!/4/2/4%4051:0
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5. Sobre a desnutricao infantil discorra:
a) tipos
KWASHIORKOR
Foi definido como uma deficiência de proteína com suprimento adequado de calorias.
Uma alimentação que consiste principalmente em grãos de amido ou tubérculos fornece calorias adequadas na forma
de carboidrato, porém uma quantidade inadequada de proteínas de alta qualidade.
Algumas evidências, entretanto, embasam a etiologia multifatorial, incluindo fatores culturais, psicológicos e
infecciosos, que podem interagir e colocar a criança em risco para kwashiorkor.
MARASMO
O marasmo resulta de má nutrição geral,tanto de calorias quanto de proteína.
- Comum em países subdesenvolvidos durante tempos de seca, principalmente em culturas onde os adultos comem
primeiro e a comida remanescente na maioria das vezes é insuficiente, em qualidade e quantidade, para as crianças.
- O marasmo normalmente é uma síndrome de carência física e emocional e não está restrito a áreas geográficas onde
os suprimentos alimentares são inadequados.
- Ele pode ser visto em crianças com crescimento deficiente onde a causanão é apenas nutricional, mas
principalmente emocional.
- Ele pode ser visto em crianças com menos de 3 meses, se a amamentação não for eficaz e não existirem alternativas
apropriadas.
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b) fisiopatologia
- Uma criança com desnutrição vive um desequilíbrio homeostático, limítrofe ao colapso endócrino-metabólico. Assim,
ocasionando várias mudanças significativas em múltiplos sistemas orgânicos:
1.Endócrino
2. Imune
3.Nervoso central
4.Gastrointestinal
5.Cardiovascular
6.Renal.
>> Correlacionada a falta de nutrientes, a desnutrição contribui para hipoglicemia, lipólise, glicólise, glicogenólise e
neoglicogênese. Além de "inibir" a ação e produção dos hormônios contra reguladores, como, por exemplo, o hormônio
do crescimento.
>> A redução na oferta de fosfatos energéticos promove alterações nas bombas iônicas de membrana celular, cursando
com sódio corporal elevado e hiponatremia, hipopotassemia, hipercalcemia e maior tendência a edema intracelular.
>> Os órgãos linfóides (timo - baço -linfonodos) demonstram atrofia, redução e disfunção da celularidade;
>> Alterações morfofuncionais do sistema nervoso central (SNC) ocorrem com as mudanças no processo de
mielinização do SNC, nas atividades mitóticas dendríticas, produção de neurotransmissores e no amadurecimento da
retina.
>> As alterações gastrointestinais envolvem insuficiência pancreática, crescimento bacteriano, atrofia das vilosidades
intestinais, com redução da capacidade absortiva do organismo, e comprometimento na produção das dissacaridases,
com ênfase na lactase.
c) sinais e sintomas
Sinais clínicos do kwashiorkor: edema geralmente generalizado, perda moderada de tecido subcutâneo,
hepatomegalia, cabelo fraco, seco e descolorido, alterações cutâneas com frequência, apatia e anorexia.
Sinais clínicos do marasmo: a criança apresenta magreza extrema, perda intensa de tecido subcutâneo, abdome
proeminente, aspecto simiesco (rosto mal-formado, <feio=), pele frouxa (principalmente nas nádegas), irritabilidade e
apetite preservado (maioria).
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d) diagnóstico
- Para realizar o diagnóstico da desnutrição é necessário levar em consideração os aspectos geográficos e
epidemiológicos do Brasil.
– Fome por escassez de recursos econômicos;
– Desconhecimento da oferta adequada dos alimentos regionais disponíveis para as crianças;
– Deficiência de micronutrientes: fome oculta.
A avaliação nutricional poderá ocorrer da seguinte forma:
Anamnese: ênfase aos antecedentes neonatais, nutricionais; aspectos psicossociais, condições de saneamento e
moradia, presença ou não de doenças associadas;
Exame físico: incluindo a aferição de medidas antropométricas, como medida da circunferência braquial (CB).
Com base na antropometria, a Organização Mundial da Saúde (OMS) define desnutrição grave como CB < 11,5 cm,
escore Z de peso para estatura (ZPE) abaixo de -3, ou pela presença de edema nos pés bilateral em crianças com
kwashiorkor.
e) tratamento
– Recuperar o estado nutricional
– Normalizar as alterações orgânicas ocasionadas pela desnutrição
– Reidratação com solução oral, que também reponha os eletrólitos.
– Administração de antibióticos, para prevenir as infecções intercorrentes.
– Provisão de nutrição adequada (ingestão calórica) tanto por aleitamento materno quanto por alimentação
apropriada.
Referência:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9786555767476/epubcfi/6/2[%3Bvnd.vst.idref%3Dcover]!/
4/2/2%4051:45
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9786555767476/epubcfi/6/2[%3Bvnd.vst.idref%3Dcover]!/4/2/2%4051:45
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6. Compreenda a esteatose hepática e suas causas.
A esteatose hepática infantil, também conhecida como doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) pediátrica,
é uma condição na qual ocorre acúmulo excessivo de gordura no fígado de crianças.
Causas
1. Fatores genéticos: Alguns estudos sugerem que a esteatose hepática infantil pode ter uma predisposição genética.
Certas variantes genéticas podem aumentar o risco de desenvolver a doença em crianças.
2. Obesidade e síndrome metabólica: A obesidade infantil é um fator de risco importante para o desenvolvimento da
esteatose hepática. Crianças com excesso de peso ou obesidade têm maior probabilidade de apresentar acúmulo de
gordura no fígado. Além disso, a presença de outros componentes da síndrome metabólica, como resistência à insulina
e dislipidemia, também está associada à esteatose hepática infantil.
3. Alimentação inadequada: Uma dieta rica em gorduras saturadas, açúcares e alimentos processados pode contribuir
para o desenvolvimento da esteatose hepática em crianças. O consumo excessivo de bebidas açucaradas, fast food e
alimentos industrializados pode aumentar o risco de acúmulo de gordura no fígado.
4. Sedentarismo: A falta de atividade física regular em crianças também está associada ao desenvolvimento da
esteatose hepática. A falta de exercício físico contribui para o desequilíbrio energético e favorece o acúmulo de
gordura no fígado.
5. Outras condições médicas: Algumas condições médicas, como diabetes tipo 2, resistência à insulina, síndrome do
ovário policístico e distúrbios metabólicos hereditários, podem aumentar o risco de esteatose hepática em crianças.
6. Medicamentos: O uso prolongado de certos medicamentos, como corticosteróides, antiepilépticos e alguns
tratamentos para o câncer, pode estar associado ao desenvolvimento da esteatose hepática em crianças.
7. Exposição a toxinas: A exposição a certas toxinas ambientais, como pesticidas e poluentes químicos, pode aumentar
o risco de esteatose hepática infantil.
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7. Compreenda o capurro.
→ O método capurro estima a idade gestacional do recém-nascido por meio da investigação de parâmetros somáticos
e neurológicos.
→ Ele é aplicável para recém-nascidos de 29 semanas ou mais.
→ O Método de Capurro Somático utiliza 5 características somáticas, enquanto que o Capurro Somático e
Neurológico utiliza 4 parâmetros somáticos e 2 neurológicos.
→ Cada uma das características têm várias opções e cada opção, uma pontuação que foi determinada através de
diferentes estudos.
→ Será, ao final, a soma desses pontos o que vai determinar a idade gestacional.
Características
Forma da orelha: Trata-se de observar (sem tocar) a encurvação do pavilhão da orelha. O observador deve ficar de
frente para a criança e observar em particular se o bordo superior do pavilhão auricular forma uma cobertura pelos
lados. A seguir, avalie o grau de encurvamento observado em cada pavilhão virando a face da criança de um lado para
outro. Se pela posição ao nascimento o recém-nascido permanece com uma orelha achatada, não avalie esta. Se
nenhuma das duas orelhas encontra-se achatada, avalie as duas.
Assinale a pontuação de 0, 8, 16 ou 24 dependendo da encurvação.
Tamanho da glândula mamária: Antes de palpar a zona correspondente ao nódulo mamário, pince suavemente o
tecido celular subcutâneo adjacente para que seja possível avaliar se o que se mede é ou não tecido mamário. Utilize
uma fita métrica e, com a outra mão, palpe o tecido que se encontra debaixo e em volta do mamilo. Especifique se é
possível palpar tecido mamário ou não, e se seu diâmetro é < 5mm, de 5mm a 10mm ou > que 10mm.
Formação do mamilo: Observe ambos os mamilos e com uma fita métrica meça se o diâmetro é apenas visível, <
que 7,5mm, > 7,5mm com aréola pontilhada e sem elevação de bordo, > 7,5mm com aréola pontilhada e bordos
elevados.
Textura da pele: Palpe e examine a pele e os antebraços, mãos, pernas e pés e veja se no dorso das mãos e pés
existem zonas de descamação ou rachaduras. Dependendo da profundidade das rachaduras ou da presença de
descamação, pontue em 0, 5, 10, ou 20.
Pregas plantares: Observe a planta de ambos os pés e logo hiperestenda ambas de maneira que se mantenha tensa
a pele da planta. A diferença entre pregas e sulcos plantares é que os primeiros tendem a desaparecer quando se
estende a pele, os sulcoscontinuam marcados claramente. Dependendo da quantidade de sulcos e pregas, pontua-se
0, 5, 10, 15 ou 20.
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Cálculo: Somam-se os pontos das 5 características. Ao resultado acrescenta-se a constante 204 para Capurro
Somático. O resultado divide-se por 7, que é o número de dias transformados em semanas.
Referência:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_aidpi_neonatal_3ed_2012.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_aidpi_neonatal_3ed_2012.pdf
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8. Sobre a saúde da criança, entenda:
a) caderneta de saúde da criança
A caderneta de saúde da criança acompanha a saúde, o crescimento e o desenvolvimento da criança do nascimento
até os 9 anos.
Ela possui duas partes:
Parte 1: Para quem cuida da criança→ Possui informações e orientações para ajudar a cuidar.
– Direitos da criança e dos pais.
– Orientações sobre o registro de nascimento.
– Amamentação e alimentação saudável.
– Vacinação.
– Crescimento e desenvolvimento.
– Sinais de perigo de doenças graves.
– Prevenção de acidentes e violências.
Parte 2: Para os profissionais de saúde→ Registro de informações importantes
– Gráficos de crescimento.
– Instrumentos de vigilância do desenvolvimento.
– Tabelas para registros das vacinas aplicadas.
Ela é dividida em 19 capítulos:
– Identificação.
– Registro civil de nascimento.
– Direitos dos pais e da criança.
– Os primeiros dias de vida.
– Amamentando o bebê.
– Dez passos para uma alimentação saudável para crianças de 2 a 10 anos.
– Acompanhando a saúde da criança.
– Estimulando o desenvolvimento da criança com afeto & percebendo alterações.
– Vacinação.
– Saúde bucal.
– Cuidando da segurança da criança: prevenindo acidentes e violências.
– Dados sobre gravidez, parto e puerpério.
– Dados de recém-nascido.
– Vigilância do desenvolvimento da criança.
– Situações especiais.
– Vigilância do crescimento infantil.
– Vigiando a pressão arterial (PA).
– Registros dos procedimentos da saúde bucal.
– Saúde ocular e auditiva.
Referência:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderneta_saude_crianca_menino.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderneta_saude_crianca_menino.pdf
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b) SISVAN
Refere-se a um sistema de informações que tem como principal objetivo fornecer
informações sobre o estado nutricional da população e de fatores que o influenciam.
c) Plano Terapêutico Singular
É um conjunto de propostas de condutas terapêuticas articuladas, para um indivíduo, uma família ou um grupo que
resulta da discussão coletiva de uma equipe multiprofissional com Apoio Matricial, se esse for necessário.
Geralmente é dedicado a situações mais complexas.
Portanto, é uma reunião de toda a equipe em que todas as opiniões são importantes para ajudar a entender a pessoa
com alguma demanda de cuidado em saúde e, consequentemente, para definir propostas de ações.
O Projeto Terapêutico Singular (PTS) inclui 4 movimentos:
1 – Definir hipóteses diagnósticas:
Avaliação e problematização de aspectos orgânicos, psicológicos e sociais que possibilita identificar riscos,
vulnerabilidades e potencialidades para a produção de cuidado.
Nesta etapa a equipe procura compreender como o sujeito singular, individual ou coletivo, é coproduzido diante de
distintas forças, como doenças, os desejos, o trabalho, a cultura e a rede social.
2 – Definir metas:
Propostas construídas para curto, médio e longo prazo que serão negociadas com o sujeito doente pelo membro da
equipe com quem tiver um vínculo melhor.
3 – Dividir responsabilidades:
As tarefas de cada envolvido, inclusive do sujeito singular em questão, devem ser bem definidas. Além disso, deve-se
identificar um profissional de referência na ESF ou EAB, para exercer esses papel, favorecendo a continuidade do
andamento das ações acordadas no PTS.
4 – Reavaliar:
Momento para discussão da evolução e acordo de correções, se necessário.
Referência:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/clinica_ampliada_compartilhada.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/clinica_ampliada_compartilhada.pdf
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d) curva pondero estatural
A curva pondero-estatural é uma representação gráfica do crescimento de uma criança ao longo do tempo, levando
em consideração tanto o peso quanto a estatura. Ela é utilizada para avaliar o desenvolvimento físico e nutricional da
criança, identificar possíveis desvios do crescimento esperado e auxiliar no diagnóstico de problemas de saúde.
Interpretação
A curva é dividida em percentis, que representam a distribuição da população em relação ao peso e à estatura. Os
percentis mais comumente utilizados são o 3º, 10º, 25º, 50º, 75º, 90º e 97º. O percentil 50º é considerado o valor
médio ou mediano.
Desvios do crescimento
Se uma criança está abaixo do percentil 3º, isso pode indicar desnutrição ou um problema de saúde subjacente. Por
outro lado, se uma criança está acima do percentil 97º, isso pode indicar sobrepeso ou obesidade.
Acompanhamento
É importante acompanhar regularmente o crescimento da criança por meio da curva pondero-estatural. Isso permite
detectar precocemente qualquer alteração no padrão de crescimento e intervir quando necessário.
Avaliação individualizada
É fundamental levar em consideração outros fatores, como idade gestacional, histórico familiar, condições de saúde e
características individuais da criança, ao interpretar a curva pondero-estatural. Cada criança é única e pode
apresentar variações no crescimento.
Intervenção
Se uma criança apresentar desvios significativos na curva pondero-estatural, é importante investigar a causa
subjacente e intervir de acordo com as necessidades individuais. Isso pode envolver ajustes na alimentação,
suplementação nutricional, encaminhamento para especialistas ou outras medidas terapêuticas.
Referência:
https://www.who.int/publications/i/item/924154693X
https://www.who.int/publications/i/item/924154693X

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