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Inclusão de Pessoas com Deficiência

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DEFICIÊNCIA E MERCADO DE TRABALHO
DEFICIÊNCIA E MERCADO DE TRABALHO
DEFICIÊNCIA E MERCADO DE TRABALHO
Breve panorama...
A inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho formal, se deu a partir de 1991 com a instituição da lei de cotas, que estabelece que empresas destinem de 2% a 5% dos postos de trabalho a pessoas com alguma deficiência. 
A realidade dos trabalhadores portadores de necessidades especiais 
segundo Zanitelli (2013), mesmo com a legislação brasileira combatendo a discriminação contra pessoas portadoras de deficiência mediante, por exemplo, a imposição de cotas em empresas, dados empíricos sugerem que as vagas legalmente reservadas estão longe de ser totalmente preenchidas. A baixa escolaridade e a falta de qualificação profissional são apontadas como as principais causas da não contratação de pessoas com deficiência, além da adaptação necessária na estrutura física das organizações, para que os espaços possam ser adequados ao trabalho e ao deslocamento dos profissionais. 
Falta mesmo qualificação? 
Assim como grande parte da população brasileira os portadores de necessidades especiais de fato não são em sua maioria bem qualificados para as exigências atuais do mercado de trabalho. Isso não se dá por acaso, o histórico de exclusão sofrido por essas pessoas em outros espaços como a escola, a universidade tem impactos nessa falta de qualificação. Entretanto pesquisas apontam que essa característica por vezes é utilizada na justificativa para a não contratação da pessoa com deficiência, de modo que os processos de trabalho e a estrutura das empresas não sejam questionados. Culpar o trabalhador é uma estratégia para não avançar no debate e na efetivação de politicas de verdadeira inclusão. 
“Pesquisa mostra que 84% das pessoas com deficiência ocupam cargos operacionais”
“O público pesquisado apresenta um grau de qualificação considerado elevado. A maior parcela das pessoas (35,4%) declarou que possui ensino médio completo. Porém 61,5% possuem grau de qualificação a partir de ensino superior incompleto chegando até pós-graduação concluída. Apenas 3,2% declararam possuir ensino fundamental incompleto ou completo. "Os dados deste gráfico auxiliam na derrubada de um dos maiores mitos difundido por aqueles que trabalham na contramão da inclusão: as pessoas com deficiência não são qualificadas", aponta Makul.”
Fonte:http://www.apabb.org.br/visualizar/Pesquisa-mostra-que-84-das-pessoas-com-deficiencia-ocupam-cargos-operacionais/2058
Quais cargos esses trabalhadores ocupam?
“Uma pesquisa realizada pela empresa especializada em inclusão de pessoas com deficiência i.Social, com 800 pessoas, mostrou que 84% desses profissionais ocupam posições operacionais. As profissões predominantes são assistente administrativo e telefonista. "São cargos de entrada, pouco atrativos, com baixo grau de responsabilidade e tomada de decisão", aponta o diretor da i.Social, Danilo Al Makul.” 
Fonte:http://www.apabb.org.br/visualizar/Pesquisa-mostra-que-84-das-pessoas-com-deficiencia-ocupam-cargos-operacionais/2058
FEITURA DO CAMPO
Possibilidades para realização da pesquisa: SEST SENATI de Cariacica.
“O Serviço Social do Transporte (Sest) e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat) são entidades civis sem fins lucrativos criadas com o objetivo de valorizar os trabalhadores do setor de transporte. Na área social, o Sest Senat é responsável por gerenciar, desenvolver e apoiar programas que prezam pelo bem-estar do trabalhador em áreas como saúde, cultura, lazer e segurança no trabalho. Na área educacional, o foco se volta a programas de aprendizagem, que incluem preparação, treinamento, aperfeiçoamento e formação profissional.”
CURSOS: Rotinas Administrativas para Pessoas com Deficiência; Operado de empilhadeira; Direção preventiva; Primeiros socorros; Vistoriador de veículos; Mecânica de motores a diesel e motocicletas; Condutores de veículo de transporte escolar.
Diante da impossibilidade do campo: entrevista sobre trabalho e deficiência com um participante supervisor administrativo de um supermercado no município de Vila Velha.
RELATO DA ENTREVISTA 
Nome: Sérgio Lucio Bergantini
Cargo: Supervisor administrativo
Tempo que trabalha na instituição: 10 anos
METODOLOGIA
Foi realizada entrevista semi-estruturada com o supervisor administrativo de um supermercado que tem como funcionários pessoas deficientes. A entrevista foi gravada em áudio e posteriormente transcrita mediante autorização do entrevistado. Optou-se por tal método devido à possibilidade de acesso a informação além do que se listou; à espontaneidade nas respostas da pessoa entrevistada que se é permitida por meio das perguntas abertas; e às possibilidades de flexibilidade na sequência da apresentação das perguntas e de realização de perguntas complementares para entender melhor o fenômeno. 
A finalidade do roteiro de entrevista era conhecer como se dá a inserção das pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Adaptando seu desenvolvimento ao entrevistado, a entrevista abordou, entre outras, informações sobre meios de acesso à empresa, incentivos governamentais, público alvo, atividades desenvolvidas, acessibilidade, importância social, e desafios encontrados.
Através de que meio as pessoas com deficiência  são contratadas? O que regulamenta isso? Normalmente não há muita demanda de solicitaçao de emprego de pessoas com deficiencia, mas com a implemetação da lei de cotas as empresas foram obrigadas a efetuar contratações  e, em virtude disso, o supermercado faz ofertas de emprego destinadas à esse público. É por esse meio, principalmente, que as pessoas com deficiência  tem acesso a contratação. 
É divulgado de alguma forma a contratação? Sim. A gente divulga em jornais praticamente todo mês, até porque a instituição precisa fazer provas pro Ministério do Trabalho... com a lei a gente precisa mostrar de que maneira a gente tentou cumprir a cota. Então temos que comprovar que a gente procurou funcionários através dos anúncios no jornal... a até anúncios pelo supermercado, na porta.
Há quanto tempo existe essa cota para inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho dentro da instituição? Que eu saiba é desde quando foi instituída a lei, em 1991. A partir dessa época as instituições foram obrigadas, a gente é fiscalizado todo ano, sujeitos a multa.
Existe algum incentivo do governo para a contratação dessas pessoas? Incentivo não existe não, o que existe é a obrigação pelo cumprimento da lei com a aplicação de multas, por exemplo, àqueles que não cumprem. Agora incentivo mesmo de alguma outra forma que não seja esta não existe.
Qual é o público alvo que vocês contratam? Qual deficiência? Geralmente a instituição contrata pequenas deficiências, aquelas que não comprometem muito o trabalho, que as pessoas podem trabalhar nem que seja parcialmente. Mas a deficiência mesmo varia muito... atualmente, por exemplo, tem funcionários com deficiência mental leve, funcionários com membros superiores acometidos e um cadeirante.
Existe restrição na contratação de pessoas deficientes? Não... a gente contrata sim. A última contratação mesmo foi de um cadeirante com uma doença crônica e bem avançada. E mesmo assim ele foi contratado. Não há restrição não, desde que ele possa fazer alguma coisa na empresa.
Existe parceria com alguma instituição que faz a indicação de pessoas com deficiência para os cargos disponíveis na empresa? Não, não existe não. Bem que a gente queria encontrar essa parceria pra facilitar porque a gente tem interesse em empregar essas pessoas, a gente chama de PNE - Pessoas com necessidades especiais . Já tentamos algumas parcerias que não deram muito certo porque eles indicam as pessoas, eles tem lá o cadastro de deficientes que querem ingressar no mercado, só que quando a gente liga pra essas pessoas a gente ve que elas moram muito longe ou não tem muito interesse, não há esse interesse por grande parte dessas pessoas. Atualmente a gente ta encontrando muita dificuldade de conseguirfazer a contratação de todos os funcionários que a lei exige, são 9. Esse mês até fomos multados em 13mil reais por estarmos apenas com 6 funcionários, faltando 3.
A dificuldade de contratação parte da empresa ou parte dessa falta de interesse que você citou? Da instituição de forma alguma… se você pegar o jornal dessa semana você vê inúmeras empresas colocando anuncio pra fazer a contratação. Só que a gente nota que as vezes não há muito interesse mesmo. Talvez até porque alguns ja recebem benefício do governo, não sei. Então tem pessoas que não querem mesmo… as empresas publicam muitos anuncios no jornal, todo dia praticamente tem anuncio no jornal. 
Falando dessa dificuldade a gente ficou sabendo esses dias pela Associação Brasileira de Supermercados que houve uma mudança na legislação… parece que a empresa  agora não vai mais ser multada caso não cumpra essa cota desde que se provem as tentativas de aquisição de funcionários com alguma deficiência. Parece que se a empresa conseguir comprovar que tentou fazer essa contratação, tentou cumprir a cota, ela esta isenta da multa. Acredito que essa mudança esteja sendo feita por conta dessa dificuldade.
Quais as atividades que geralmente essas pessoas desenvolvem? Geralmente elas ficam na parte de fornecer informações dentro do supermercado para os clientes, embalador e recepcionista.
Como a instituição avalia o trabalho dessas pessoas? Elas sentem dificuldades em seus cargos? As pessoas sentem dificuldade sim, não são todas que conseguem desempenhar o trabalho não.
Existe alta rotatividade desses funcionários? Ou quem é contratado costuma ficar bastante tempo na instituição? Olha só, o fato de ter deficiência não causa rotatividade não. Quando ocorre essa rotatividade é porque eles mesmos não conseguem desenvolver o trabalho, o que acontece também com funcionários sem deficiência. A deficiência não é motivo de causar a rotatividade, pelo contrário, a instituição faz de tudo pra ficar com eles quando o papel está sendo bem desempenhado.
Quanto à acessibilidade, a instituição é acessível para que qualquer deficiente possa ser candidato a funcionário? Não, sendo sincero, a resposta é não. A instituição procura aquela deficiência na qual o individuo consiga fazer algum trabalho. Porque aqui a gente não contrata só por ser deficiente, a gente não quer apenas preencher tabela de cota pra não pagar multa, a gente quer alguém que desempenhe alguma função. Embora tenham empresas que ficamos sabendo a pouco tempo que contratam essas pessoas pra deixa-las em casa só pra não pagar multa, sem nenhuma intenção de inseri-las de fato no mercado. O que não é o nosso caso, a gente não trata essa inclusão como sendo apenas uma obrigação por conta da lei.
A instituição da algum tipo de suporte a essas pessoas quando necessário? Sim, isso ai a empresa da suporte sempre, sendo deficiente ou não.  Da o suporte sim.
Como vocês avaliam o trabalho de vocês no sentido da importância social que isso tem? Avaliar o nosso trabalho? A gente acha importante o papel... certamente se não tivesse a lei essas pessoas dificilmente seriam incluídas.
REFERÊNCIAS 
http://www.apabb.org.br/visualizar/Pesquisa-mostra-que-84-das-pessoas-com-deficiencia-ocupam-cargos-operacionais/2058
BEZERRA, Sérgio Sampaio; VIEIRA, Marcelo Milano Falcão. People with intellectual handicaps: the new "working-class" brats of labor organizations. Rev. adm. empres.,  São Paulo ,  v. 52, n. 2, abr.  2012 .   Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-75902012000200009&lng=pt&nrm=iso>. acessos em  13  nov.  2014.  http://dx.doi.org/10.1590/S0034-75902012000200009.
ZANITELLI, Leandro Martins. A lei de cotas para pessoas portadoras de deficiência nas empresas brasileiras: impacto e possíveis alternativas. Ciênc. saúde coletiva,  Rio de Janeiro ,  v. 18, n. 7, July  2013 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232013000700024&lng=en&nrm=iso>. access on  13  Nov.  2014.  http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232013000700024.
SOUZA, Mara Rúbia de and KAMIMURA, Ana Lúcia Martins. Pessoas com deficiência e mercado de trabalho.. In: SEMINARIO DE SAUDE DO TRABALHADOR DE FRANCA, 7., 2010, Franca. Proceedings online... Unesp Franca, Available from: <http://www.proceedings.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=MSC0000000112010000100024&lng=en&nrm=abn>. Acess on: 13 Nov. 2014.
Inserção e Gestão do Trabalho de Pessoas com Deficiência: um Estudo de Caso Estudo de Caso. Maria Nivalda de Carvalho-Freitas RAC, Curitiba, v. 13, Edição Especial, art. 8, p. 121-138, Junho .
http://www.deficienteonline.com.br/ 
http://www.sestsenat.org.br/paginas/Unidade.aspx?u=112
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