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Diagnóstico de Dislipidemias

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Matéria- Prova II
Diagnóstico laboratorial das Dislipidemias
Os lipídios são uma classe de biomoléculas caracterizadas pela sua insolubilidade em água
ou baixa solubilidade em água. São compostos basicamente de C e H, mas podem
apresentar grupos polares (sulfidril, hidroxil, amino, siálicoefosforil).
Funções:
As principais funções dos lipídeos são:
- Energética (Triglicerídeos e ácidos graxos)
- Estrutural (Membrana celular e bainha de mielina)
- Hormonal (Hormônios esteróides)
- Digestória (Sais biliares)
- Imunológica (Prostaglandinas)
- Transportadora (Transporte de Vitaminas lipossolúveis (Vit. A, D, E e K)
Classes de lipídeos biologicamente importantes do ponto de vista clínico:
- Colesterol
- Ácidos graxos
- Triglicerídeos
- Fosfolipídeos
Colesterol
O colesterol é uma molécula apolar, composta por 27 carbonos, monoinsaturado (uma
ligação dupla, entre os carbonos 5 e 6) e possui o núcleo esteróide, por isso, é
considerado um esteróide, esse núcleo esteróide é composto por 4 anéis fusionados
(sendo 3 anéis de seis membros e 1 anel de 5 membros). Além disso, esse colesterol
possui uma hidroxila no carbono 3, por isso o colesterol é considerado um álcool e é
nessa hidroxila que podemos ter a esterificação entre ácidos graxos e o colesterol. Quando
o colesterol estiver esterificado a um ácido graxo, nós nos referimos aos ésteres de
colesterol, nada mais é, do que o colesterol esterificado a um ácido graxo na hidroxila do
carbono 3.
O colesterol é precursor dos hormônios esteróides, dos ácidos biliares e da Vitamina D,
além disso, é o constituinte das nossas membranas celulares.
Atua tanto na fluidez das membranas, como na ativação de algumas enzimas.
O colesterol da dieta é derivado principalmente de produtos de origem animal e derivados
do leite.
Ácidos graxos
São ácidos carboxílicos de cadeia longa, podendo ser classificados em saturados (não
apresenta ligação dupla), monoinsaturado (apresenta apenas uma ligação dupla) e
poliinsaturado (apresenta mais de uma ligação dupla).
Eles podem ser classificados ainda como ômega 3 e ômega 6 de acordo com a posição da
ligação dupla mais próxima ao último carbono da cadeia. Este último carbono da cadeia é
chamado carbono ômega. Se a dupla ligação estiver no terceiro carbono a partir do
carbono ômega, então o ácido é chamado de ácido ômega 3, se estiver no carbono 6, a
partir do carbono ômega, ele é classificado como ômega 6.
Os ácidos graxos poliinsaturados ômega 3 são importantes na nossa alimentação porque
são precursores de vários hormônios importantes e estão associados com a proteção contra
doenças cardiovasculares.
Os ácidos graxos saturados e insaturados com a dupla ligação na posição trans estão
relacionados ao nível de colesterol elevado e a ocorrência de doenças cardiovasculares.
Triglicerídeos
Principal forma de armazenamento de energia para os animais.
São ésteres de glicerol e três ácidos graxos.
Glicerol é uma molécula formada por 3 carbonos e cada carbono está ligado a uma
hidroxila (-OH). Os ácidos graxos podem ser todos iguais ou podem ser diferentes.
Os triglicerídeos da dieta podem ser tanto de origem animal quanto vegetal.
Fosfolipídeos
São estruturas formadas por uma cabeça polar unida a uma porção hidrofóbica por uma
ligação fosfodiéster. E eles formam as estruturas básica das nossas membranas celulares.
Cerca de 90% dos lipídeos da nossa dieta são triglicerídeos. O restante inclui o colesterol,
ésteres de colesterol, fosfolipídeos e ácidos graxos não esterificados
Absorção de lipídeos e formação de quilomícrons
Após a ingestão, a lipase lingual e a lipase gástrica ajudam a degradar principalmente os
triglicerídeos de cadeia curta. Já no duodeno o peristaltismo e os sais biliares vão facilitar a
ação das enzimas pancreáticas sobre a superfície das gotículas de lipídio. As lipases
pancreáticas hidrolisam os triglicérides em ácidos graxos livres, monoglicerídeos e
diglicerídeos.
Os sais biliares que são produzidos no fígado e armazenados na vesícula biliar são
liberados na luz intestinal e emulsificam os lipídios com formação de micelas. Esse é um
passo importante na digestão de lipídeos. A solubilização dos lipídios na forma de micela
facilita sua movimentação através das bordas em escova das células intestinais e também a
ação das enzimas. Após o processo de digestão, os lipídeos são então absorvidos pelos
enterócitos e são incorporados em estruturas lipoprotéicas para serem liberados na corrente
linfática e posteriormente na corrente sanguínea. Esse é um processo importante, uma vez
que falamos de lipídeos, que são estruturas apolares, portanto, não seria fácil transportar o
lipídio na forma livre na corrente linfática e sanguínea porque como são apolares não são
solúveis no ambiente aquoso da linfa e do sangue. E a estratégia utilizada é incorporar
lipídeos em partículas lipoproteicas.
Lipoproteínas
São partículas ou complexos macromoleculares que transportam os lipídeos na corrente
sanguínea. Ou seja, seu objetivo é o transporte dos lipídios apolares na corrente
sanguínea que é polar. Estes lipídeos podem ser os provenientes da dieta ou ainda
sintetizados no fígado.
Estrutura das lipoproteínas:
Composta por um núcleo hidrofóbico que apresenta éster de colesterol, ácido graxo
livre e triglicerídeos (tudo que for hidrofóbico voltado para o interior da lipoproteína),
composta por uma capa que tem uma porção hidrofílica e fica voltada para o ambiente
aquoso. Nesta capa se tem a presença de fosfolipídeos (cabeça polar que fica voltado
para o ambiente aquoso e cauda hidrofóbica que fica voltado para o núcleo hidrofóbico) e
colesterol na sua forma livre. Além disso, há a presença de proteínas (apolipoproteínas) na
parte externa
Classificação: São classificados principalmente com relação a sua densidade.
-Quilomícrons: partículas maiores com menor densidade
-VLDL (lipoproteína de muito baixa densidade)
-LDL (lipoproteína de baixa densidade)
-HDL (lipoproteína de alta densidade): partículas menores com maior densidade
Obs: densidade e volume são inversamente proporcionais.
O que difere uma lipoproteína da outra? Os constituintes de uma lipoproteína são
exatamente os mesmos. O que é diferente é o percentual destes constituintes.
O quilomícron e o VLDL que são lipoproteínas maiores, eles têm uma alta concentração de
triglicerídeos, enquanto as lipoproteínas menores, LDL e HDL, tem uma alta concentração
de colesterol e tem maior concentração de proteínas do que as lipoproteínas maiores.
Diferem também no tipo de proteína presente na partícula. Cada lipoproteína pode ter 1 ou
mais tipos de apoproteínas. As apoproteínas têm diferentes funções e auxiliam na
identificação da proteína.
Quilomícron - Apo B48
LDL- apo B100
HDL - Apo A1
Apoproteínas:
Funções principais:
-Modular a atividade de enzimas que atuam sobre as lipoproteínas
-Manter a integridade estrutural do complexo da lipoproteína
-Facilitar a absorção de lipoproteína ligando-se ao receptor específico na superfície celular.
Metabolismo de lipoproteínas
Quatro fases:
● Via exógena:
Objetivo: transporte dos lipídios da dieta a partir do intestino para o fígado e células
periféricas.
A principal lipoproteína envolvida nessa via é o quilomicron.
Os lipídeos da dieta após serem digeridos e absorvidos pelos enterócitos, são incorporados
em uma lipoproteína para que possam ser transportados na corrente sanguínea e linfática.
Essa lipoproteína é o quilomicron, que primeiramente, é agrupada pela proteína de
transferência microssomal (MTP) lá no retículo endoplasmático dos enterócitos. Ela
combina triglicerídeos outros lipídeos com a apolipoproteína B48, formando os
quilomícrons nascentes, que nada mais são do que uma apolipoproteína rica em
triglicérides e que contém na parte mais externa a apoproteína B48.
Após ser montado no retículo endoplasmático é lançado na corrente linfática, nos vasos
linfáticos e só depois atingem a corrente sanguínea.
Na corrente sanguínea, os quilomícrons nascentes que contém a apoB48, recebem do HDL,
a apoE, que é um ligante para a soluçãoda partícula pelo fígado e também a apoc2 que é
um potente ativador da lipase lipoproteica.
Então o quilomicron na corrente sanguínea passa a apresentar a apob48, apoE e apoc2
que é um potente ativador da lipase lipoproteica.
A lipase lipoproteica é uma enzima ligada a superfície luminal das células endoteliais e
uma vez ativada pela apoc2, ela hidrolisa os triglicerídeos presentes nos quilomícrons. A
quebra dos triglicerídeos pela lipase lipoproteica libera glicerol e ácidos graxos. Os ácidos
graxos são absorvidos pelas células do tecido muscular que utilizam eles como fonte de
energia, ou são armazenados com forma de triglicerídeos no tecido adiposo. E o glicerol é
utilizado pelo fígado para a síntese de lipídeos ou para a gliconeogênese.
Com a ação da lipase lipoprotéica, 90% dos triglicerídeos dos quilomícrons são removidos
da partícula e são absorvidos pelos tecidos extra-hepáticos. O quilomicron após a ação da
lipase lipoprotéica devolvem a apoc2 ao HDL e a partícula fica muito menor devido a
hidrólise de 90% dos triglicerídeos, restando apenas a apob48 e a apoE. Essa partícula é
chamada de remanescente de quilomícron. Que é rapidamente endocitado pelo fígado
por meio de um receptor para apoE finalizando assim a via exógena do metabolismo das
lipoproteínas.
Tem o objetivo de transportar os lipídios da dieta para o fígado e tecido extra-hepático.
● Via endógena:
Objetivo: Transporte de lipídeos derivados do fígado (sintetizados no fígado ou da dieta),
especialmente triglicerídeos, para as células periféricas para serem utilizados para
obtenção de energia.
Os lipídeos do fígado são incorporados em uma lipoproteína, VLDL, que já sai do fígado
contendo a apoB100, que na corrente sanguínea recebe do HDL circulante a apoc2 e apoE.
A apoc2 vai ativar a lipase lipoproteica nos capilares dos tecidos extra-hepáticos e a lipase
lipoprotéica vai promover a hidrólise dos triglicerídeos da VLDL. Após a remoção da maior
parte dos triglicerídeos da VLDL, essa partícula devolve o apoC para o HDL,
transformando-se no remanescente de VLDL ou IDL (lipoproteína de densidade
intermediária). Nesse momento acontece um evento muito importante, que é a troca de
lipídeos entre a IDL e o HDL, na corrente sanguínea. O IDL entrega para o HDL
triglicerídeos enquanto o HDL vai enriquecer a IDL com colesterol. Essa troca é mediada
pela enzima transferidora de ésteres de colesterol (CETP). Com isso, o IDL vai ficar
enriquecido com colesterol passando a ser chamado de LDL (lipoproteína de baixa
densidade).
LDL é produzida a partir do metabolismo do VLDL, no momento que o IDL é
enriquecido com colesterol proveniente do HDL.
O LDL pode entregar colesterol para os tecidos extra-hepáticos ou pode seguir para o
fígado onde será internalizado pelo receptor de LDL que reconhece a apolipoproteína B100.
O colesterol que estava na LDL ao voltar para o fígado é convertido em sais biliares e
excretado na bile. Dessa forma se tem a entrega dos triglicerídeos do fígado para os tecidos
extra hepáticos.
Resumo:
Via Exógena: realiza envio dos lipídios da dieta para os tecidos periféricos e fígado pelo
quilomícrons.
Via endógena: envia os lipídios do fígado para os tecidos periféricos por meio da VLDL.
Tanto os quilomícrons como VLDL entregam os triglicerídeos aos tecidos periféricos por
meio da ação da enzima lipoproteína lipase que está presente nos capilares dos tecidos
periféricos. A lipoproteína lipase é ativada pela apoC2 que é entregue pelo HDL circulante.
O remanescente de quilomícron retorna ao fígado, pois é captado pelo receptor que
reconhece a apoE.
Enquanto o remanescente de VLDL (ou IDL), pode ser transformado em LDL quando é
enriquecido de colesterol pelo HDL por meia da enzima transferidora de ésteres de
colesterol ou ele pode voltar para o fígado e ser reconhecido pelo receptor de apoB100. (O
LDL pode entregar colesterol pros tecidos periféricos ou também voltar para o fígado e ser
reconhecido pela apob100.)
● Transporte intracelular de colesterol:
Objetivo: manter a homeostase celular de colesterol e a principal lipoproteína envolvida
nesta via é o LDL que possui o objetivo de fornecer o colesterol para os tecidos periféricos.
É importante fornecer colesterol aos tecidos pois ele é um componente essencial das
membranas plasmáticas, das lipoproteínas e é precursor na síntese de hormônios
importantes e da bile.
Embora o colesterol seja extremamente importante para as nossas células, o excesso de
colesterol pode alterar as propriedades biofísicas das membranas e por fim se tornará
tóxico para a célula.
A homeostase intracelular do colesterol se dá pela via de transporte intracelular do
colesterol.
O LDL é reconhecido pelas nossas células por meio do receptor de LDL que reconhece a
apolipoproteína b100, fazendo com que ele seja endocitado. O meio ácido do endossomo
promove a dissociação do LDL e do seu receptor. E o receptor retorna para a superfície da
célula para ser reaproveitado. As proteínas do LDL são degradadas e os aminoácidos são
utilizados pela célula, enquanto o colesterol fica no citoplasma das células para ser
utilizado.
Dependendo do tipo celular o colesterol pode ser incorporado na membrana
plasmática,utilizado para a síntese de hormônios esteróides ou para a produção de ácidos
biliares;
O colesterol também pode ser esterificado por meio da ação de uma enzima chamada de
colesterol acil-transferase (CAT) ou ser armazenado como éster de colesterol em vesículas
citoplasmáticas.
Quando se tem o fornecimento de grande quantidade de colesterol, além das demandas
celulares, isso pode levar a inibição da HMG-Coa redutase, a principal enzima envolvida na
síntese de colesterol, para que a célula diminui a produção desse lipídeo uma vez que já
tem um excesso no citoplasma. Pode inibir também a síntese do receptor de LDL, fazendo
com que ocorra uma menor captação de colesterol promovendo assim a homeostase do
colesterol e evitando o efeito tóxico para as células.
● Via de transporte reverso do colesterol
E o excesso de colesterol pode ainda ser removido da célula por meio da via de transporte
reverso do colesterol que é a quarta fase do metabolismo das lipoproteínas. Esse
processo é mediado principalmente pelo HDL que é produzido tanto no fígado quanto no
intestino delgado. Que é liberado na forma de uma partícula discóide pequena, chamada de
HDL nascente. O HDL nascente captura o excesso de colesterol dos nossos tecidos,
porque esse excesso é ativamente bombeado pelo ABC-A1. O HDL nascente interage com
o ABC-A1 e captura o excesso de colesterol.
No interior do HDL nascente o colesterol é esterificado, é transformado em éster de
colesterol por meio da enzima fosfatidilcolina colesterol aciltransferase (FCAT).
O HDL esférico segue removendo colesterol dos tecidos periféricos e se transforma em uma
partícula maior que interage com o receptor de HDL no fígado (SRB1). Este promove a
remoção seletiva de ésteres de colesterol do HDL esférico e rico em lipídeos e permite o
retorno do HDL pobre em lipídeos para a circulação a fim de continuar a remoção do
excesso de colesterol das células periféricas.
*LDL: ENTREGA colesterol
*HDL: REMOÇÃO do excesso de colesterol
Diagnóstico laboratorial das dislipidemias -Parte 2
Sinais Clínicos
- Xantomas
- Arco Córneo (arco esbranquiçado ao redor da córnea, que é causado por um
depósito de células de gordura na região da periferia da córnea
- Xantelasmas
Arterosclerose
O depósito de lipoproteína na parede arterial, que é o processo chave no início da
aterogênese, ocorre de maneira proporcional à concentração dessas proteínas no plasma.
O LDL está envolvido com o depósito de colesterol nas nossas células, enquanto o HDL
está envolvido com a remoção do excesso de colesterol das nossas células.
Além disso, as dislipidemias estão relacionadas a vários distúrbios das lipoproteínas.
O perfil lipídico deve ser composto por essas cinco avaliações: Dosagem de colesterol total,
HDL, calculo do não HDL e LDL e dosagem de triglicerídeos.
A fase analítica do perfil lipídico envolvea quantificação dos lipídios na corrente sanguínea
dos pacientes, sendo os métodos enzimáticos colorimétricos, os mais amplamente
utilizados pelos laboratórios de análises clínicas para Colesterol total, Colesterol presente
no HDL e triglicérides. Mas outros métodos também podem ser utilizados, como por
exemplo, a eletroforese.
Os métodos enzimáticos colorimétricos baseiam-se na reação específica entre o analito
presente na amostra do paciente, e enzimas presentes nos reagentes dos kits.
Então nós vamos ter um kit específico para dosagem de colesterol, outro para dosagem de
HDL, outro para dosagem de triglicérides. Nestes kits vão ter enzimas, que vão reagir com a
amostra do paciente, resultando na formação de uma substância colorida na solução de
forma proporcional à concentração do analito na amostra, podendo então ser quantificada
por espectrofotometria.
Para o LDL existem as duas opções. Ele pode ser dosado, por método enzimático
colorimétrico, ou ele pode ser calculado. Mas existem variações de aproximadamente 30%
entre as metodologias disponíveis no mercado para a dosagem do LDL. Por isso, a
sociedade Brasileira de cardiologia, recomenda que o LDL seja calculado e não dosado
nas amostras.
Existem duas maneiras de realizar o cálculo ou estimativa do LDL - colesterol (ou seja, do
colesterol presente na partícula de LDL).
A fórmula de Friedewald apresenta sérias limitações para o cálculo do colesterol presente
nas partículas do LDL, porém, ainda hoje é utilizado pela maior parte dos laboratórios em
todo o mundo.
- Não pode ser utilizada se:
Triglicérides >400 mg/dL
Pacientes com hiperlipoproteinemia tipo III (beta-VLDL)
Amostras sem jejum que contém quantidades significativas de quilomícrons
LDLc = CT - HDLc - (TG/5)
As limitações do método de Friedewald podem ser contornadas pelo método de Martin. O
método foi baseado na ultracentrifugação das lipoproteínas plasmáticas e em cálculos
estatísticos, que permitiram definir diferentes divisores para triglicerídeos. Nesta fórmula o
TG não é mais dividido por 5, existem diferentes valores pelos quais deve-se dividir o valor
de triglicérides para encontrar de forma mais assertiva a concentração da VLDL na amostra
do paciente.
Como encontrar esse valor de X?
-A obtenção desses valores depende das concentrações, do “Não-HDL” e dos TG da
amostra do paciente.
1ª coisa- determinar o “não HDL” e quantificar o TG da amostra do paciente. Com esses
dois valores, vamos encontrar o valor de X para realizar a divisão do TG e aplicar a forma p/
o cálculo do LDL.
Não HDL- todo colesterol do nosso plasma - o colesterol presente na partícula do HDL
Não HDLc = CT - HDLc
Depois de encontrar o valor > correlacionar esse valor com concentração dos triglicerídeos
da amostra do paciente que foi dosada pelo método enzimático colorimétrico.
(Olha os valores na tabela para descobrir o valor de X a partir do número de não HDL e do
triglicérides)
- Além de ter uma maior assertividade dividindo pelo valor X, o método de Martin não
tem as limitações que a fórmula de Friedewald tem.
- Esse método pode ser utilizado para pacientes que não estão em Jejum, para
pacientes que tem a hiperlipoproteinemia do tipo 3 e também quando a
concentração de triglicérides na amostra do paciente for maior do que 400mg/dL
Valores de referência
Como vimos, o perfil lipídico é formado por 5 determinações: a dosagem do colesterol total,
do HDL, do triglicerídeo, o cálculo de LDL e do Não HDL.
O cálculo do LDL pode ser realizado pela metodologia de Martin, que é a mais indicada,
com menos limitações, ou ainda pela fórmula de Friedewald, que é mais antiga, e apresenta
várias limitações.
Essas 5 análises compõem o que chamamos de perfil lipídico.
-As dosagens são realizadas normalmente no soro do paciente.
O único valor que sofre interferência do jejum ou não é a dosagem de TG.
Colesterol total: esteja < 190 mg/dL
O desejável é que o HDL esteja > 40mg/dL. (níveis elevados de HDL estão associados a
uma maior proteção contra eventos cardíacos)
Triglicérides <150mg/dL (com jejum) <175mg/dL (sem jejum)
Categoria de risco para desenvolvimento de doença cardíaca coronariana
Primeiro tem que ser feita a análise do risco cardíaco de doença coronariana do paciente. O
paciente vai fazer uma consulta e o médico vai estratificar o risco, como baixo,
intermediário, alto ou muito alto. Se ele tiver baixo risco de doença cardíaca coronária, o
desejável é que o LDL seja menor que 130,etc…
LDL <130 baixo
LDL <100 intermediário
LDL <70 alto
LDL <50 muito alto
Não HDL <160 baixo
Não HDL <130 intermediário
Não HDL <100 alto
Não HDL < 80 muito alto
*quanto menor o valor, maior o risco
*quanto mais alto o risco, menor o valor
Os triglicérides (TG) são os principais lipídeos da nossa dieta. Então após a ingestão de
alimentos, a concentração sanguínea de triglicérides eleva-se rapidamente. Por isso
se leva em consideração se o paciente está em jejum ou não.
Para a avaliação dos valores de LDL e de Não HDL, é feito uma análise diferente da que
foi feita. Para estes valores leva-se em consideração a categoria de risco de
desenvolvimento de doença cardíaca coronariana do paciente. Primeira coisa a ser feita:
análise do risco cardíaco coronariano do paciente (Baixo, intermediário, alto)
Os valores de referência independem da presença de jejum ou não, e estão correlacionados
com a categoria do risco do paciente desenvolver doença cardíaca coronariana. Quanto
mais alto o risco, menor deve ser o valor de referência para o paciente. O médico
deve buscar estratégias para manter as frações em volumes menores.
O Não HDL é todo o colesterol do nosso organismo - a partícula protetora de HDL. Esse
Não HDL é uma partícula que pode estar relacionada ao maior risco de desenvolvimento de
doença cardíaca coronariana.
Não esqueça - para a avaliação do LDL e do Não HDL primeiro é levado em consideração
o risco de desenvolvimento de eventos cardíacos para aquele paciente.
1.A classificação laboratorial leva em consideração somente os valores do perfil
lipídico. Não leva em consideração o histórico do paciente, as causas das dislipidemias,
somente os valores laboratoriais do perfil lipídico.
-Hipercolesterolemia isolada: tem elevação somente do colesterol presente na partícula do
LDL para valores superiores a 160 mg/dL.
-Hipertrigliceridemia isolada: quando observa-se elevação dos valores de TG em amostra
coletada em jejum (maior que 175mg/dL) ou sem jejum (maior que 150 mg/dL)
-Hiperlipidemia mista: elevação do LDL-colesterol e triglicérides
-HDL baixo - hipolipidemia: homens <40mg/dL e mulheres <50mg/dL , isolada ou em
associação ao aumento do LDL e de TG
Não considera o HDL
Leva em consideração, tanto a aparência do plasma em repouso, quanto a avaliação do
tipo de partícula que está elevada, através da eletroforese ou da ultracentrifugação.
Teste do plasma em repouso
Coleta-se a amostra de sangue do paciente, separa o plasma e mantém em repouso na
geladeira por um período de 24 horas e depois a aparência desse soro é analisada.
Podemos ter três situações principais:
- O soro pode ficar límpido
- O soro pode ficar turvo quando tiver toda sua aparência esbranquiçada
- O soro pode ter uma camada superior esbranquiçada (chamada também de camada
cremosa)
A alteração do soro se dá principalmente pela elevação de triglicérides. Os TG podem
estar presente em maior quantidade na partícula de quilomícrons ou de VLDL. São
eles que vão causar a turbidez ou a camada cremosa nessas amostras.
Quando se observa-se a presença de camada superior cremosa é devido a elevação da
concentração de Quilomícrons (tem maior volume e menor densidade)
O VLDL também é rico em triglicérides, mas ele tem uma densidade um pouco superior a
densidade do quilomícron
Se houver alteração de IDL (que é o remanescente de quilomícron) pode também ocorrer a
turbidez da amostra.
A turbidez está relacionada com o aumento das concentrações de VLDL ou também
de IDL.
- Classificação de Fredrickson
Tipo I Camada superior cremosa
Tipo 2A Transparente
Tipo 2B TurvoTipo 3 Turvo
Tipo 4 Turvo
Tipo 5 Camada superior cremosa e inferior turva
A eletroforese é uma técnica de separação das partículas, levando em consideração o
tamanho das partículas e a sua carga elétrica. Para a análise da eletroforese das
lipoproteínas, fazemos um paralelo com um gráfico que é obtido na eletroforese das
proteínas.
Quando realizamos a eletroforese de proteínas vamos encontrar 5 regiões principais, um
pico maior de albumina, alfa 1 globulina, alfa 2 globulinas, beta globulina e gama
globulinas, que são os nossos anticorpos.
Quando realizamos a eletroforese das lipoproteínas, os quilomícrons que são as partículas
maiores tendem a ficar retidos na origem (no local que a amostra foi aplicada), já as outras
partículas tendem a migrar saindo da origem.
A HDL é a que migra mais rapidamente, uma vez que ela é a menor partícula, e com um
maior percentual de proteínas, apresentando uma maior carga que as demais partículas.
Por ser menor e apresentar mais proteínas o HDL migra mais rapidamente, ficando em uma
região mais distante da amostra.
O LDL é a que migra mais lentamente, ficando em uma região mais próxima da origem da
aplicação da amostra
VLDL tem uma migração mais intermediária
Lipoproteínas separadas por eletroforese são nomeadas de acordo com sua
mobilidade eletroforética.
A HDL é chamada de alfa 1 lipo proteína (porque migra juntamente com as alfa 1
globulinas)
O LDL é chamado de beta lipoproteína (porque migra na região correspondente às beta
globulinas)
A VLDL é chamada de pré-beta-lipoproteína (porque migra na região anterior à região beta,
correspondente a região das alfa 1 globulinas)
Em uma condição patológica (hiperlipidemia tipo III), as partículas de VLDL do paciente são
enriquecidas com colesterol e a VLDL passa a migrar juntamente com a HDL. Essa
condição é conhecida como beta-VLDL ou hiperlipidemia tipo III. Se o paciente for portador
dessa condição, não pode usar a fórmula de Friedewald.
Tipo 1 QM TG muito alto Colesterol Normal
Tipo 5 QM TG muito alto Colesterol Normal
Tipo 4 VLDL TG muito alto Colesterol baixo
Tipo 3 IDL TG alto Colesterol alto
Tipo 2A LDL TG baixo Colesterol alto
Tipo 2B LDL e VLDL TG alto Colesterol alto
Temos dislipidemias secundárias a doenças(DM,obesidade, hipotireoidismo, tabagismo, etc)
e estilo de vida inadequado
E as dislipidemias relacionadas a medicamentos
O defeito no gene do receptor da LDL ou no receptor da APO B100 causa uma
condição chamada de hipercolesterolemia familiar, que é a dislipidemia mais comum que
nós temos.
Provas de Função Renal
Provas de Função Renal, ou seja, exames laboratoriais utilizados para avaliação da função
renal.
Rins- órgão encontrado aos pares na região abdominal. Ele é formado por uma região
cortical fibrosa e uma região medular. O córtex e a medula renal compreendem a região
fisiologicamente ativa, que filtra todos os componentes e excretas nitrogenados para
formação da urina.
Cada rim humano contém cerca de 1 milhão e 200 mil néfrons, que são as unidades
funcionais dos rins. Os néfrons são diretamente responsáveis pela formação da urina e
funcionam de forma independente.
O néfron consiste em um leito capilar especializado chamado de glomérulo, envolvido pelo
epitélio renal chamado de cápsula de Bowman e conectado a uma sucessão de túbulos,
que são denominados proximal, alça de Henle, distal e ducto coletor.
Os néfrons
O néfron é responsável pelo processo de filtração glomerular, reabsorção e excreção
tubular. O sangue chega pelo néfron pela arteríola aferente, é filtrado no glomérulo e sai
pela arteríola eferente. O resultado dessa filtração é chamado de filtrado glomerular, que
segue percorrendo o sistema de túbulos, onde acontecem os processos de reabsorção e
secreção. A reabsorção e a secreção auxiliam na manutenção da concentração das
concentrações plasmáticas de íons e algumas substâncias. São reabsorvidos íons Cálcio,
Sódio, Cloreto, e Glicose e a água e são secretadas substâncias como uréia, creatinina,
ácido úrico, potássio e hidrogênio.
Dessa forma, o processo de excreção renal é o resultado de tudo que é filtrado, mais o que
é secretado, menos aquilo que é reabsorvido. (E = F+S-R)
Função renal
Os rins desempenham papel fundamental nas funções de excreção, reguladora e
endócrina. A função excretora se dá pela eliminação de resíduos metabólicos. A função
reguladora pela retenção de nutrientes e pela regulação do equilíbrio eletrolítico no líquido
intersticial. Já a função endócrina, se deve a produção de vários hormônios importantes
para o organismo. As funções excretora, reguladora e endócrina se relacionam de uma
forma extremamente complexa, de tal forma que alterações renais podem resultar no
comprometimento de vários tecidos e órgãos. Dessa forma, a redução da função renal
aumenta a morbidade e a mortalidade. A avaliação da função renal é então, de extrema
importância para a prática clínica, tanto para o diagnóstico quanto para o prognóstico e para
o monitoramento das doenças renais. Nesse contexto, a avaliação laboratorial da função
renal é de extrema importância, principalmente pelo fato de que a maior parte das doenças
renais só se manifestam clinicamente quando mais de 50% da função renal já esteja
comprometida.
Volume urinário
Normalmente, os adultos produzem um volume de 1.200 a 2000 ml de urina em 24 horas.
Esse volume pode variar de acordo com o volume corporal, o consumo de líquidos,
sudoração e a temperatura ambiente. O volume urinário para crianças varia de acordo com
a idade, sendo bem baixo em crianças recém-nascidas cerca de 30 a 60 ml em 24 horas
para crianças com 1 a 2 dias de idade, esse volume tende a aumentar à medida que a
criança cresce (se desenvolve) e chega a 800 a 1400 ml em crianças e adolescentes com
idade compreendida entre 8 a 14 anos.
Quando esse volume for superior a 3000 mL/dia, nós chamamos de Poliúria. Quando o
volume urinário for inferior a 500 mL/dia, chamamos de Oligúria. E quando o volume for
inferior a 100 mL/dia, chamamos de Anúria.
Disfunção renal
As disfunções renais inicialmente são assintomáticas, ou seja, silenciosas. Só se
manifestam quando mais de 50% da função renal está comprometida. E entre as condições
que predispõem a ocorrência de disfunção renal estão:
● 1º Lugar- Diabetes Mellitus II
● 2º Lugar- Hipertensão
● Rins policísticos
● Glomerulonefrite
● Uso crônico de anti-inflamatório
● Infecção urinária
● Cálculo renal
● Insuficiência cardíaca
● Sangramento pela urina, etc.
Avaliação da função renal
A avaliação da função renal é de extrema importância na prática clínica, sendo utilizado
tanto para o diagnóstico, para o prognóstico e para o monitoramento das doenças renais.
As provas de função renal podem revelar uma disfunção renal de forma precoce, antes do
início da sintomatologia. Sendo essa uma grande vantagem da avaliação laboratorial da
função renal.
Os exames laboratoriais para avaliação da função renal, podem ser divididos em três
categorias, aqueles que avaliam a filtração glomerular, aqueles que avaliam a secreção
de compostos endógenos e exógenos e aqueles que avaliam a reabsorção tubular.
● A filtração glomerular é avaliada pela taxa de filtração glomerular (TFG), que é a
característica mais importante para descrever a função renal, e tem como base o
conceito do clearance;
● A secreção de compostos endógenos e exógenos é avaliada pelas análises da
ureia e da creatinina;
● A reabsorção tubular é analisada pela avaliação de água e eletrólitos.
Taxa de filtração glomerular (TFG)
A taxa de filtração glomerular (TFG) tem como base o conceito do clearance ou
depuração. O clearance é definido como volume de plasma (em mL) do qual o rim
elimina uma determinada substância por minuto, ou seja, é a determinação do volume
plasmático do qual a substância é completamente removida, ou seja, o volume plasmático
que é depurado, que é limpo da substância por filtração glomerular durante sua passagem
através do rim. E essa é a função dos néfrons, limpar (depurar) o plasma sanguíneo de
substâncias residuaisdo metabolismo orgânico e manter o equilíbrio iônico.
Mas o clearance é um conceito teórico, porque nenhuma substância é depurada
completamente do plasma. Porém, apesar de ser um conceito teórico, ele é usado como
base para medida da taxa de filtração glomerular. E para que uma substância possa ser
utilizada para medir a depuração renal ela deve:
● Ter concentração estável no plasma;
● Ser fisiologicamente inerte;
● Ser filtrada livremente no glomérulo;
● Não ser secretada;
● Não ser reabsorvida;
● Não ser sintetizada;
● Não ser metabolizada pelo rim.
Porque dessa forma, se ela obedecer a esses critérios, a quantidade de substância no
filtrado glomerular vai ser igual à quantidade excretada na urina. A excreção é o
resultado da filtração, mais a secreção, menos a reabsorção. O que aparece na urina, o que
é excretado é aquilo que é filtrado. Só que não é só aquilo que é filtrado, a substância que é
secretada nos túbulos também vai aparecer na urina e algumas substâncias embora sejam
filtradas elas são reabsorvidas, então nós temos que descontar também o que é
reabsorvido.
Depuração (ou Clearance)
Se a substância obedecer a todos esses critérios, a quantidade da substância no filtrado
glomerular vai ser igual a quantidade da substância excretada na urina. Para calcular a
depuração, para avaliar a taxa de filtração glomerular, temos que:
Quantidade de substância no filtrado glomerular = Quantidade excretada na urina
Desde que a substância obedeça a todos aqueles critérios. A concentração de uma
substância em uma solução é igual a:
c=m/v
Massa dividido pelo volume da solução. A massa é a quantidade da substância em uma
solução, então, reorganizando-se temos que:
m= c.v
Então, para calcular a depuração temos:
A depuração é sempre dada em mL/min.
A depuração, que é o volume de plasma depurado de uma substância por minuto, é igual a
concentração da substância na urina vezes o fluxo volumétrico de urina em mL/ min,
dividido pela concentração da substância no plasma.
A depuração é avaliada como um indicador da taxa de filtração glomerular (TFG).
A substância ideal para avaliar o clearance é aquela que atenda todos os critérios citados
acima.
Creatinina
Creatinina é o principal composto endógeno utilizado para o cálculo da depuração. A
creatinina é um composto nitrogenado formado pelo metabolismo da creatina e da
fosfocreatina. A creatina presente nos nossos músculos, também é um composto
nitrogenado), torna-se fosforilado quando a célula está em uma alta concentração de ATP,
esse processo é enzimático, realizado pela enzima chamada de creatina cinase ou creatina
quinase. Então, em altas concentrações de ATP a creatina torna-se fosforilada formando a
fosfocreatina, por um processo enzimático, liberando uma molécula de ADP e essas
fosfocreatina torna-se um estoque de fosfato, para que a célula utilize quando as
concentrações de ATP estiverem baixas. A creatina e a fosfocreatina são convertidas de
forma espontânea e irreversível em creatinina. Então é um processo espontâneo e
irreversível e a quantidade de creatinina produzida a cada dia é relativamente constante
para cada indivíduo. Assim, temos a formação da creatinina. Não há descrição de uma
função da creatinina no nosso organismo, ela é produzida pelo metabolismo da creatina e
da fosfocreatina, e ela precisa ser eliminada do nosso organismo. Então, a creatinina é
excretada do nosso organismo pelos rins.
A creatinina pode ser utilizada para o cálculo da depuração porque ela obedece, em partes,
aqueles critérios já citados.
● É livremente filtrada pelos glomérulos;
● Não é reabsorvida
● Produção diária praticamente constante
Porém, uma pequena quantidade é secretada, o que é uma limitação.
Além disso, a concentração plasmática de creatinina não é constante, ela é influenciada por
alguns fatores:
● Idade, sexo, exercício, farmacos (cimetidina e trimetoprim), massa muscular, estado
nutricional e consumo de carne;
Então, como podemos notar, a creatinina não é uma substância ideal para o cálculo da
depuração renal. Porém, apesar de apresentar essas limitações, as dosagens de
creatinina plasmática e a depuração renal da creatinina são utilizadas como
indicadores diagnósticos da função renal.
Dosagem da creatinina plasmática
A creatinina é produzida a partir do metabolismo da creatina e na fosfocreatina musculares.
Ela é eliminada do nosso organismo pela excreção renal. Então, se acontecer um
acúmulo de creatinina na nossa corrente sanguínea é porque alguma coisa está
impedindo a filtração da creatinina pelos rins.
Diante de uma disfunção renal, ocorre o aumento da concentração da creatinina
plasmática.
● Altas taxas de creatinina plasmática indicam uma deficiência na funcionalidade
renal.
Podemos então, dosar a creatinina plasmática para verificar a funcionalidade renal. Porém
a concentração plasmática de creatinina só é alterada após perda de 50% da função
renal e essa é a principal limitação da utilização da creatinina plasmática na avaliação da
função renal. Ela só se altera quando 50% da função renal já foi perdida, ou seja, quando o
paciente já está na fase sintomática, quando ele já está apresentando sintomas e o ideal é
que as provas de função renal demonstram a perda da função antes mesmo do surgimento
dos sintomas.
Valores de referência:
● Criança de 1 a 5 anos: 0,3-0,5 mg/dL
● Criança de 5 a 10 anos: 0,5-0,8 mg/dL
● Adultos do sexo masculino: 0,9-1,3 mg/dL
● Adultos do sexo feminino: 0,6-1,1 mg/dL
*Os valores de referência variam com o método utilizado.
O método mais amplamente utilizado para a dosagem da creatinina plasmática é conhecido
como método do Picrato alcalino ou método de Jaffé, que atualmente possui algumas
modificações para melhorar essa reação. Mas basicamente, nesta técnica do Picrato
alcalino, a creatinina presente na amostra do paciente vai reagir com o ácido pícrico
presente no Kit, para dosagem de creatinina em um meio alcalino e formar um complexo de
ácido pícrico e creatinina, que vai desenvolver uma cor (uma coloração) que poderá ser
avaliada pela espectrofotometria.
Porém, existem vários interferentes para essa reação. Então, além da creatinina podem
reagir com o ácido pícrico:
● Ácido ascórbico, cefalosporinas, glicose, guanidina, corpos cetônicos, proteínas e
piruvato.
Por isso, existem algumas modificações do método do Picrato alcalino que tenta eliminar
esses interferentes.
Esse método do Picrato alcalino é um método não enzimático, ocorre a formação de um
complexo, não envolve nenhuma enzima, é um método colorimétrico, mas existem alguns
métodos enzimáticos colorimétricos para dosagem de creatinina plasmática e outros
métodos.
Métodos utilizados:
● Métodos enzimático colorimétricos
○ Creatininase;
○ Creatininase e creatinase;
○ Creatina Deaminase;
○ Sistemas de química seca;
● Outros métodos
○ Espectrometria de massa com diluição de isótopos (IDMS);
○ Cromatografia líquida de alta performace (HPLC).
Limitações para dosagem de creatinina plasmática:
● A excreção urinária de creatinina é maior em homens (14 a 26 mg/kg ao dia) do que
em mulher (11 a 20 mg/kg ao dia). (Porque os homens fisiologicamente tem uma
massa muscular maior, então tem um conteúdo maior de creatina e de fosfocreatina;
● A excreção de creatinina diminui com a idade;
● Baixa sensibilidade na detecção de graus menos avançados na perda de função
renal. (A alteração na concentração plasmática de creatinina só acontece quando o
paciente já teve perda de aproximadamente 50% da função renal, que é quando o
paciente já está na fase sintomática)
● Não há proporcionalidade entre a perda da função e seus níveis séricos. (Ou seja,
um paciente que tem uma perda acentuada da função renal pode ter uma variação
pequena na creatinina plasmática, enquanto um paciente que tem uma perda
pequena na função renal pode ter uma alta variação na concentração plasmática da
creatinina)
● A medição isolada da creatinina no plasma não deve ser utilizada para avaliar
a função renal. (Nunca utilizar a dosagem única e exclusiva de creatinina
plasmáticapara avaliar a função renal)
Depuração da creatinina endógena (DCE)
Para o cálculo da depuração endógena da creatinina, precisa-se da concentração da
creatinina na urina (mg/dL), do fluxo volumétrico em 24 horas (mL/min) e da concentração
de creatinina no plasma (mg/dL). Então o laboratório deve dosar a concentração de
creatinina na urina e no plasma do paciente, ou seja, precisará de uma amostra de
sangue e uma amostra de urina para dosar pelo método do Picrato alcalino.
Para realizar a depuração endógena da creatinina o paciente deve coletar todo volume
urinário em um período de 24h, se dirigir ao laboratório, entregar esse volume urinário e vai
coletar também uma amostra de sangue para que o laboratório consiga dosar a
concentração de creatinina no plasma do paciente.
Para coleta da amostra de urina de 24h o laboratório deve instruir corretamente o paciente,
para que essa amostra seja coletada com o mínimo de erro possível. O paciente deve ser
instruído então, a acordar um dia pela manhã, esvaziar completamente a bexiga, para então
começar a contar o período de 24h.
Exemplo: Imagina que o esvaziamento da bexiga ocorreu às 8h da manhã, a partir desse
momento o paciente vai coletar todo volume urinário que ele produzir até as 8h da manhã
do dia seguinte, então a última coleta ele vai realizar às 8h da manhã do outro dia,
totalizando às 24h de coleta do volume urinário.
Ele deve armazenar essa amostra em um recipiente limpo e seco, sob refrigeração e após
coletar o último volume urinário ele deve dirigir-se ao laboratório levando a urina de 24h,
para que seja também coletada uma amostra de sangue para encontrar o valor da
concentração plasmática de creatinina.
* Para encontrar o fluxo volumétrico o tempo precisa está em minutos.
x volume urinário em 24h / 1440 minutos = fluxo volumétrico em mL/minutos
DEC = [creatinina na urina]xvolume do fluxo urinário / [creatinina no plasma]
DEC = 84 mg/dLx (1520mL/1440min) / 1,23 mg/dL
DEC = 84 mg/dL x 1,05 mL/min / 1,23 mg/dL
DEC = 71,70 mL/min
Valores de referência
● Dosagem de creatinina
○ Homens: 14 a 26 mg/kg peso/24h
○ Mulheres: 11 a 20 mg/kg peso/24h
■ Nota: mg/kg= mg/24horas dividido pelo peso (kg) corporal do
paciente.
● Clearance da creatinina:
○ Homens: 85 a 130 mL/min/1,73m²
○ Mulheres: 75 a 115 mL/min/1,73m²
○ Crianças: 70 a 140 mL/min/1,73m²
■ Nota: Após os 40 anos de idade, espera-se uma redução de 6,5
mL/min/1,73m² a cada dez anos.
* 1,73m² é uma correção que devemos fazer levando em consideração a superfície
corporal, isso é necessário porque o tamanho renal e a depuração da creatinina é mais
ou menos proporcional ao tamanho do corpo. Então é convencional ajustar as
estimativas de depuração para uma área de superfície corporal padrão de 1,73m².
A superfície corporal de um indivíduo é calculada pela fórmula:
Então, para realizar a correção precisa-se do peso e da altura do paciente, que podem ser
aferidos assim que o paciente chegar no laboratório para realizar a coleta da amostra de
sangue.
Exemplo: Correção
Paciente do sexo feminino realizou a depuração endogena de creatinina.
DEC = 80 mL/min —------ Área de superfície corporal = 1,62 m2
x —------ Área de superfície corporal = 1,73 m2
DEC = 85,43 mL/min/1,73m2 (depuração endógena corrigida pela área de superfície
corporal e a partir disso pode-se comparar aos valores de referência)
Limitações para Depuração da creatinina endógena (DCE)
● Requer coleta temporizada de urina, porque essa coleta tem imprecisões pois nem
sempre o paciente vai conseguir coletar todo o volume urinário produzido em 24h e
esse volume é importante para o cálculo do DEC. Se este valor estiver incorreto o
cálculo já está comprometido (erro na fase pré-analítica que pode comprometer a
qualidade do exame)
É desagradável;
É inconveniente;
Recomenda-se que a coleta seja realizada no domingo pela manhã e termina na segunda
pela manhã para que ele consiga levar ao laboratório e colete quando estiver em casa.
● Quando a função renal está comprometida ocorre aumento da secreção tubular de
creatinina, com isso, a DEC será superestimada.
● Em pacientes com doença renal crônica avançada, ocorre aumento da depuração
extra renal da creatinina (ou seja, por outras fontes que não seja a renal). Como
resultado, a creatinina sérica diminui, elevando falsamente o valor da DEC.
● Não é ajustada para uma área de superfície corporal padrão de 1,73 m2, temos que
fazer a correção pela altura e peso do paciente.
Taxa de filtração glomerular (TFG)
Depuração: é o volume de plasma que fica livre da substância por unidade de tempo/min.
TFG é a taxa em mL/min na qual pequenas moléculas são filtradas através dos glomérulos
renais. Como o próprio nome já diz, é a taxa de filtração glomerular. Enquanto a depuração
é o volume de plasma que fica livre da substância min, a taxa de filtração glomerular é a
velocidade na qual pequenas moléculas são filtradas através dos glomérulos renais.
- Medida confiável da capacidade funcional dos rins
- É uma medida do número de néfrons funcionais
- Um decréscimo na taxa de filtração glomerular precede os sintomas de insuficiência
renal.
Marcadores exógenos da TFG
- O padrão ouro para a análise da TFG é a inulina.
Um polímero da frutose que satisfaz os critérios como marcador ideal da TFG (citados
anteriormente).
Porém se tem uma carência de métodos laboratoriais simples para a dosagem da inulina, e
esse é um dos motivos pelos quais ela é muito pouco utilizada.
- Iohexol
Agente de contraste de raios X não radioativo
Medido por cromatografia líquida de alta performance (HPLC)
- Radiofármacos
Porém, a utilização desses marcadores exige que seja realizada injeção do marcador
seguida de várias coletas de sangue para avaliação dos intervalos de tempo, uma vez que
são exógenos. Por isso, se utiliza mais os marcadores endógenos pois facilita a análise da
TFG.
Marcadores endógenos da TFG: As vantagens destes é que não necessitam de injeção e
requerem uma única amostra de sangue, simplificando o processo e aumentando a sua
utilização.
- Dosagem de Creatinina, embora tenha limitações, é possível utilizar como marcador
da TFG. E é a mais utilizada atualmente.
- Proteínas de baixo peso molecular
Esses marcadores não necessitam de injeção e requerem uma única amostra de
sangue, simplificando o processo e aumentando a sua utilidade (e diminuindo o custo do
exame )
Por isso, atualmente utiliza-se principalmente a creatinina como marcador endógeno da
TFG.
Taxa de filtração glomerular estimada (TFGe)
É estimada por uma relação matemática que correlaciona a taxa de filtração glomerular com
a concentração da creatinina plasmática corrigindo as variáveis que tornam essa relação
não linear.
- Sexo
- Tamanho do corpo
- Raça
- Idade
Esses são fatores que influenciam a concentração plasmática da creatinina
Com isso, elimina-se as imprecisões das coletas de urina inadequadas (principal limitação
da DEC)
principal limitação- coleta da urina de 24h
- Quando utiliza-se apenas a creatinina plasmática para a estimativa da TFG,
elimina-se as imprecisões das coletas de urina inadequada, que são as principais
limitações para análise na depuração endógena da creatinina. (principal limitação -
coleta da urina de 24hr)
Foi utilizada por muito tempo, mas com o desenvolvimento das novas fórmulas que
tentaram corrigir essas desvantagens, ela caiu em desuso. Não se recomenda.
- Fórmula mais voltada para análise da função renal de doentes renais crônicos.
- Estima a taxa de filtração glomerular e não a depuração de creatinina.
- Já libera o resultado corrigido pela área de superfície corporal. Não é necessário
fazer nenhuma correção.
- Existem nomogramas (tabelas) que facilitam a obtenção da TFGe pela fórmula do
MDRD.
A fórmula do CKD EPI é uma variação do MDRD, não foi feito um novo estudo, eles
utilizaram os mesmos dados, mas melhoraram a fórmula.
Melhor desempenho e previsão de risco
MELHOR PADRÃO PARA ESTIMAR A FUNÇÃO RENAL.
obs. Prova? Entender as vantagens e desvantagens de cada uma das fórmulas e quandoutilizar.
Nanograma- tabela que permite encontrar de forma fácil a taxa de filtração glomerular para
qualquer paciente
Taxa de filtração glomerular estimada - utilizar nomogramas: Onde vai se
correlacionar a idade do paciente com a dosagem de creatinina.
Para crianças, não podemos utilizar nem a fórmula de Cockcroft e Gault nem a do CKD-EPI,
nem do MDRD, porque foram desenvolvidas para adultos. Então existem duas fórmulas
aceitas atualmente para o cálculo da taxa da filtração glomerular em crianças.
Fórmula Schwartz
● TFG= 0,55 x altura(cm) / creatinina sérica (mg/dL)
Ou pela fórmula de Counahan Barret modificada:
TFG= 40 x altura(cm) / creatinina sérica (umol/L)
Ureia
Principal resíduo nitrogenado produzido no corpo a partir do catabolismo das proteínas.
A degradação das proteínas libera aminoácidos. A porção amino dos aminoácidos é
convertida em ureia no fígado, por uma via metabólica conhecida como ciclo da ureia.
A ureia é eliminada do nosso organismo predominantemente pelos rins, cerca de 90% da
ureia produzida no nosso corpo é eliminada pelos rins. Desta forma, um comprometimento
da função renal está associado ao acúmulo de ureia no sangue, chamado também de
uremia.
- A ureia é um indicador de função renal menos importante que a creatinina sérica.
- É filtrada livremente pelos glomérulos
- Não é secretada pelos túbulos
- Mas é reabsorvida de forma passiva pelos túbulos cerca de 40 a 70% da ureia que é
filtrada é reabsorvida. A retrodifusão de ureia é inversamente proporcional ao fluxo
da urina
- A ureia não é um bom marcador para o cálculo da depuração renal ou da taxa de
filtração glomerular. A depuração de ureia geralmente subestima a TFG.
A concentração de ureia plasmática é influenciada por vários fatores não renais (pré-renais)
- Dieta rica em proteína
- Aumento do catabolismo de proteína
- Reabsorção de proteínas do sangue após hemorragia gastrintestinal
- Tratamento com cortisol ou análogos sintéticos
- Desidratação
- Diminuição da perfusão dos rins
Então a concentração plasmática da ureia tem muito mais interferentes do que a
concentração plasmática da creatinina.
Quando ocorre uma alteração da concentração plasmática de ureia por situações que
antecedem a filtração glomerular, chamamos de uremia pré-renal.
- Nestas condições, chamadas de pré-renais, a concentração plasmática de creatinina
poderá estar normal.
● A ureia é mais sensível a alterações primárias das condições renais que a
creatinina. Diante de um comprometimento renal, a ureia possivelmente irá se alterar
na corrente sanguínea antes da alteração da creatinina.
● A razão Ureia/Creatinina sérica é útil na diferenciação da uremia pré-renal e pós
renal
Em condições normais a razão U/C é aproximadamente 30.
● Azotemia é o aumento nas concentrações de compostos nitrogenados (uréia e
creatinina) e outras substâncias residuais nitrogenadas não proteicas no sangue.
Pode ser pré ou pós renal.
As condições pós renais que alteram a concentração de ureia na corrente sanguínea são:
- Malignidade
- Nefrolitíase
- Prostatismo
Nestas condições as concentrações de creatinina e ureia séricas estarão aumentadas
Haverá um aumento maior da ureia sérica do que da creatinina devido ao aumento da
difusão reversa
Valores de referência para dosagem de ureia
● Soro ou plasma
- Crianças de 1 dia a 12 meses: 2 a 34mg-dL.
- Crianças de 1 a 13 anos: 8 a 36mg/dL
- Adultos: 15 a 45 mg/dL
● Urina: 26 a 43g/ 24 horas
Métodos mais novos, raramente é feito, não é feito na rotina laboratorial, só em centros
muito especializados:
Cistatina C
Uma promessa muito boa, ainda não existem métodos muito padronizados e baratos para
distribuir a técnica amplamente, como as outras. É uma aposta para o futuro, para avaliação
da função renal.
Uma proteína composta por 122 aminoácidos, é um inibidor da cistatina protease, uma
enzima e é produzida por todas as células nucleadas. Tem uma produção constante em
pacientes de meses a 70 anos. Sua produção não é influenciada por raça, sexo ou massa
muscular, ou seja, não tem as limitações da creatinina, é livrimente filtrada nos glomerulos,
é totalmente reabsorvida e metabolizada nos tubulos proximais e não há via de eliminação
extrarenais conhecidas e a depuração da circulação ocorre apenas por filtração glomerular.
Limitação: É totalmente reabsorvida e metabolizada nos túbulos proximais, portanto não
será encontrada cistatina na urina.
A Cistatina C é totalmente reabsorvida e metabolizada nos túbulos proximais, então não é
encontrada na urina, se os rins não estiverem filtrando, a cistatina C irá acumular no
plasma. Então vai não vai ser feita cistatina urinária. Se faz cistatina plasmática.
Não tem as limitações da creatinina de raça, sexo…
Na ausência de defeito nos túbulos proximais, ela não é excretada na urina. Se fizer
cistatina urinária é para avaliar a presença de disfunção no túbulo proximal, onde ela é
metabolizada. A concentração plasmática de cistatina C depende quase que
exclusivamente da taxa de filtração glomerular. É um marcador endógeno da TFG. Os
níveis séricos se elevam na presença de um pequeno comprometimento da TFG. O único
problema é que sua concentração plasmática também é aumentada em problemas na
tireoide e não é amplamente utilizada pois requer quantificações difíceis e caras.
Análise de proteínas na urina- proteinúria
Proteínas com menos de 60…(unidade de medida) são filtradas livremente nos glomérulos,
proteínas de massa molecular pequena são filtradas. Porém são reabsorvidas nos túbulos
proximais. Então, vai ocorrer proteinúria nas situações onde vão ter aumento das proteínas
no filtrado glomerular ou diminua a absorção tubular.
Dois tipos de proteinúria: Proteinúria glomerular ou proteinúria tubular
Proteinúria glomerular- proteinúria causada por uma maior passagem de proteínas pelo
glomérulo, ou seja, passagem de proteína maiores que 60.
Proteinúria tubular- Aparecimento de proteínas na urina pois o tubulo não está
reabsorvendo
PROTEÍNAS PLASMÁTICAS
…….. A ligação peptídica acontece entre o grupamento ácido carboxílico de um
aminoácido, e o grupamento amino do outro, formando a ligação peptídica. As proteínas
são formadas por vários aminoácidos unidos por ligação peptídica.
As proteínas têm uma estrutura primária, secundária, terciária e quaternária.
A estrutura primária é a sequência de aminoácidos de uma proteína (qual é o 1º, qual é o
2º, qual é o 3º, centésimo, milésimo..)
Estrutura secundária é a organização de um segmento curto da cadeia polipeptídica de
aproximadamente 30 aminoácidos, cada segmento pode se organizar ou em forma de ……
ou de folha beta. Na mesma proteína pode ter várias estruturas secundárias.
Estrutura terciária é como a proteína se comporta, e de acordo com a estrutura terciária
nós temos proteínas globulares enoveladas ou proteínas fibrosas distendidas (actina e
miosina, são proteínas alongadas)
Estrutura quaternária nem toda proteína tem, algumas proteínas têm a estrutura
quaternária, outras não. Quando nós temos duas cadeias polipeptídicas separadas, uma foi
produzida a partir do DNA, a outra foi a partir do “GND” (não entendi o que ela falou) ,
dois peptídeos que se ligam de forma covalente, formando uma estrutura quaternária. É a
união de dois polipeptídeos diferentes (podem ser iguais também), mas são polipeptídeos
que se unem por ligação covalente.
Quais são as funções das proteínas?
Movimentação, a maioria são proteínas, sinalização, regulação e defesa que são os
anticorpos.
Proteínas plasmáticas
O plasma humano (parte líquida do sangue contém mais de 500 proteínas diferentes. Entre
proteínas carreadoras, anticorpos, enzimas, inibidores enzimáticos, fatores da coagulação,
e proteínas com várias outras funções.
A avaliação das proteínas do nosso plasma e as proporções das diferentes frações (se é
anticorpo, proteínas estrutural, se é enzima) tem considerável valor no diagnóstico em
desordens agudas e crônicas.
Avaliar as proteínas e se a quantidade de proteína do nosso plasma está alterada e quais
as proteínas estão alteradas,pode nos auxiliar na identificação de algumas patologias.
Sempre que formos dosar as proteínas no plasma, podemos dosar as proteínas totais, e
também analisar as frações dessas proteínas. Então quais são as frações das proteínas
totais? A maior parte das proteínas do plasma, a grande maioria é composta por albumina,
então albumina é a proteína que está em maior quantidade no nosso plasma. Todas as
outras proteínas que não são albumina, chamamos todos os outros conjunto de proteínas
de globulinas.
Frações de proteínas totais- albumina e globulina
Então pode-se dosar a proteína total - albumina = globulinas (que são todas as outras
proteínas plasmáticas)
Qual amostra utilizar, plasma ou soro? Muitas proteínas têm concentrações semelhantes no
plasma e no soro, porém para algumas tem diferença. Por exemplo: o soro tem [] de
proteína aproximadamente 5% menor do que o plasma. Isso por causa do fibrinogênio.
-Qual é o último evento da cascata de coagulação? O fibrinogênio é convertido em fibrina.
Forma uma rede plaquetária. Então para termos a formação do coágulo, precisamos
converter o fibrinogênio em fibrina.
Temos mais fibrinogênio no plasma, portanto o soro tem concentração de proteínas 5%
menor do que no plasma.
- São três pontos que determinam a concentração das proteínas no nosso plasma:
Velocidade da síntese
Velocidade do catabolismo
Volume plasmático (se o paciente está desidratado, a concentração de
todas as proteínas vão estar mais altas, pois retirou uma parte do volume. Se
o paciente estiver fazendo uma terapia de líquido endovenoso, estiver
administrando uma maior quantidade de líquidos, pode diluir. Então temos
que pensar também no volume plasmático. (distribuição do líquido no
organismo do paciente)
Para realizar o exame de proteínas totais, a posição do paciente na hora da coleta e a
aplicação do torniquete são importantes.
Paciente na posição deitada- concentração de proteínas mais baixa. (por causa da
distribuição de líquidos do espaço intravascular para o espaço intersticial. E a aplicação do
torniquete por tempo prolongado causa hemoconcentração e elevação das concentrações
plasmáticas de proteínas.
Quais são os métodos usados para a dosagem de proteínas totais- Tem vários métodos
diferentes que se pode utilizar, mas sem dúvidas, na bioquímica clínica, o mais utilizado é o
reagente de biureto.
Sais de cobre em solução alcalina vão formar um complexo de cor púrpura com substâncias
que têm duas ou mais ligações peptídicas. O cobre vai ficar aprisionado entre os
nitrogenados das cadeias polipeptídicas adjacentes e com isso, todo o complexo vai emitir
uma coloração púrpura. Então conseguimos dosar a proteína em uma amostra biológica,
utilizando solução de cobre, que é o reagente de biureto.
O que tem no reagente de biureto- cobre
Incuba-se a amostra do paciente que estamos pesquisando com o reagente de biureto, se
ele tiver proteína vai promover a formação desse complexo de formação púrpura. Quanto
mais proteínas tiver - mais complexo vai formar. Mais intensa será a cor da solução, que
avaliamos por espectrofotometria.
Não é um método enzimático
É preciso que o paciente esteja em jejum, por que o soro lipêmico, ou a presença de
bilirrubina pode alterar a concentração de proteína.
Valores de referência para a dosagem de proteínas totais
Adulto - 6,0 a 8,0mg/dL
Crianças e adolescentes
Prematuro - 3,6 a 6,0 g/dL
Recém- nascido - 4,6 a 7,0 g/dL
7 dias a 1 ano - 4,4 a 7,6 g/dL
1 a 2 anos - 5,6 a 7,5 g/dL
Acima de 3 anos - 6,0 a 8,0 g/dL
Pra que serve o exame de proteínas totais-
A dosagem isolada de proteínas totais tem pouco valor clínico, porque a alteração de uma
das frações podem ser compensada por alteração oposta de outra fração.
Em doenças crônicas, observamos a redução de albumina, pode ter aumento da produção
de anticorpos, da imunoglobulina, então diminui um pouco a albumina, mas aumenta o
anticorpo e fica elas por elas.
Quando dosamos a proteína total da normal, mas tem duas frações alteradas (albumina
baixa e imunoglobulina está aumentada)
hipoproteinemia (são várias, pois são
várias proteínas diferentes)
- Gravidez
- Hiperhidratação
- Desnutrição grave
- Nefrose e insuficiência renal (pode
ter perda de proteína na urina)
- Cirrose e outras doenças
hepáticas (maior parte das
proteínas são produzidas no
fígado)
- Insuficiência cardíaca
- Hipertireoidismo
- Queimaduras graves
- Síndrome de má absorção
- Deficiência de cálcio e de vitamina
Hiperproteinemia
- Desidratação
- Mieloma múltiplo (tumor de células
B)
- Macroglobulinemia
- crioglobulinemia
- lupus eritematoso
- artrite reumatóide
- sarcoidose
- infecções crônicas
- linfogranuloma
- alguns casos de doenças
hepáticas crônicas
- endocardite bacteriana subaguda.
Albumina plasmática
É a proteína em maior abundância no plasma, sendo sintetizada e secretada no fígado, a
albumina tem uma meia vida no plasma de aproximadamente 20 dias (temos que levar em
consideração), que corresponde a 50% da produção de proteína hepática.
Se o paciente tiver uma doença hepática, a produção de albumina vai estar comprometida.
Principais funções: Transporte e auxilia na manutenção da pressão oncótica
Os lipídeos são transportados através das lipoproteínas (porém em uma fração bem
pequena de ácido graxo, pode ser transportado ligado à albumina).
A albumina transporta outros compostos, como a bilirrubina (substância formada a apartir
da degradação do grupo heme, e ela é lipídica, então não tem como ser transportada
sozinha no plasma).
A albumina tem essa função de transporte de substâncias, principalmente lipofílicas na
nossa corrente sanguínea
Manutenção da pressão oncótica- A força que as substâncias que estão dissolvidas no
nosso plasma fazem para atrair a água para o espaço intravascular. Se tem albumina, vai
ter água também. (se perdemos a albumina por algum motivo, por exemplo: o fígado não
está produzindo a albumina, vai ter menos albumina na corrente sanguínea, então vai ter
menos força pra água ficar, a água tende a sair do espaço vascular e ir para o espaço
intersticial. O acúmulo de água no espaço intersticial causa edema) Então é importante
manter a concentração plasmática de albumina dentro dos valores normais.
Hipoalbuminemia: pode estar relacionada a ocorrência de edemas.
Principais razões para a baixa concentração de albumina no plasma:
- Distribuição anormal- se a albumina se mover para o espaço intersticial como
resultado do aumento da permeabilidade capilar na resposta de fase aguda (grande
produção de anticorpo) - temos proteína de fase aguda positiva e negativa (durante
a resposta de fase aguda, algumas proteínas aumentam a sua concentração, e
outras diminuem a sua concentração no plasma) positivas- aumentam. negativas-
redução. (Durante uma resposta de fase aguda vamos ter a liberação de
mediadores inflamatórios que podem resultar num aumento da permeabilidade
capilar, fazendo com que a albumina saia do capilar pois a permeabilidade ficou
alterada - se a albumina sai, sai água também- vamos ter então uma distribuição
anormal da albumina na corrente sanguínea, e por isso pode ter uma distribuição
anormal
- Decréscimo na síntese Doença hepática ou se o paciente tiver uma desnutrição ou
má absorção, às vezes o paciente está se alimentando adequadamente, mas não
está absorvendo adequadamente o nutriente. Então não vai ter aminoácido, tanto na
desnutrição quanto na absorção para que o fígado consiga sintetizar a albumina.
- Diluição, se aumentar o volume de líquido plasmático
- Excreção ou degradação anormal de albumina que acontece em algumas
patologias (ex: síndrome nefrótica, nefrótica, enteropatias de perda de proteína,
queimaduras, hemorragia e estado catabólico.
Dosagem de albumina plasmática
Verde de Bromocresol - também chamada de erro protéico dos indicadores
Se a albumina estiver presente, vai reagir com o corante verde-amarelado (Verde de
Bromocresol) que tem coloração amarelo esverdeado. Se a albumina estiver presente, vai
formar um complexo com este reagente, e ele vai mudar asua coloração de verde para
azul. Quanto mais albumina estiver presente, mais intensa será a coloração azul formada,
então vamos ver a cor azul da solução.
Valores de referência para a dosagem de albumina plasmática
Adulto - 3,5 a 5,5mg/dL
Crianças e adolescentes
De 1 a 30 dias - 2,6 a 4,6g/dL
De 31 a 182 dias- 2,8 a 4,6 g/dL
De 183 a 365 dias- 2,8 a 4,8 g/dL
De 1 a 18 anos- 2,9 a 4,7 g/dL
Hipoalbuminemia
- Muito inespecífica; (pode ser várias alterações)
- Doenças hepáticas crônicas (cirrose);
- Casos de desnutrição grave (ingestão
protéica inadequada);
- Perdas (glomérulos renais e intestinais):
Síndrome nefrótica e enteropatias
perdedoras de proteínas
- Aumento do catabolismo: infecções
bacterianas, neoplasias, insuficiência
cardíaca, doenças inflamatórias e
infecciosas crônicas.
- Outras causas: queimaduras graves e
após hemorragia grave.
Hiperalbuminemia
- Desidratação;
- Choque volêmico.
- Sem significado clínico.
Se o médico está em dúvida se o paciente está com desnutrição ou não, a albumina pode
dar uma boa resposta para ele
Relação Albumina/Globulina
Globulinas (g/dL) = Proteínas totais (g/dL) - albumina (g/dL)
Valores de referência: Globulinas: 2 a 4 g/dL
Albumina/Globulina: 1,5 a 2,5
Hipoproteinemia
A/G baixo - devido à redução da
albumina
Aumento da perda (ex: doenças
renais);
Redução da síntese (ex: doenças
hepáticas crônicas; desnutrição
severa)
A/G alto - devido à diminuição das
globulinas
Deficiência de imunoglobulina
Hiperproteinemia
A/G normal
Hiperproteinemia relativa (ex:
desidratação)
A/G baixo - devido ao aumento da
globulina
Infecções crônicas
Proliferação maligna de plasmócitos
(ex: mieloma múltiplo)
Proteínas específicas
Em análises clínicas, a avaliação de proteínas séricas específicas é realizada por meio da
eletroforese, uma técnica de separação de macromoléculas em frações, de acordo com as
suas cargas elétricas.
A análise de frações de proteínas séricas, permite investigar anormalidades proteicas
presentes no sangue. Por meio da eletroforese de proteínas séricas, nós conseguimos
realizar:
- Diagnóstico diferencial de algumas enfermidades;
- Avaliação da gravidade de alterações clínicas hematológicas;
- Diagnóstico de processos inflamatórios;
- Diagnóstico de gamopatias;
- Disproteinemias.
A eletroforese é uma técnica utilizada tanto para separação quanto para purificação de
macromoléculas, especialmente proteínas e ácidos nucleicos. Essa purificação ocorre por
meio da migração de partículas carregadas sobre a influência de um campo elétrico.
● A amostra do paciente vai ser aplicada sobre um suporte poroso, e esse suporte vai
ser submetido a um campo elétrico, então, após a aplicação do campo elétrico, as
partículas tendem a migrar por esse suporte poroso, dependendo da carga e do
tamanho da partícula.
Então em um processo de eletroforese, os íons positivos, os cátions, tendem a migrar em
direção ao cátodo, enquanto os íons negativos tendem a migrar em direção ao ânodo. Nós
podemos ter ainda moléculas anfotérica, que são aquelas que apresentam carga positiva
e negativa na mesma molécula, e isso depende obviamente dos grupos funcionais que
estão nesta molécula, e também do pH do meio, pois dependendo do pH o grupo funcional
pode estar protonado, desprotonado, e isso vai interferir na carga desse grupo. Ponto
isoelétrico é o valor de pH em que a molécula tem carga líquida zero e não migra dentro de
um campo elétrico (vamos ter um valor de pH do meio, em que o somatório das cargas
positivas e negativas da molécula vai ser zero - se a carga líquida da molécula é zero, não
vai tender a migrar nem pro anodo e nem pro cátodo- ela não vai migrar dentro do campo
elétrico).
Aminoácidos, péptidos, proteínas e ac. nucleicos, são moléculas ampotéricas. Na estrutura
de um aminoácido nós temos o grupamento amino, que pode assumir carga positiva e
temos o grupamento ac. carboxílico que pode ter carga negativa quando está desprotonado.
Ponto isoelétrico- Valor de pH em que a carga líquida da molécula é zero
Pode acontecer também para peptídeos e proteínas, quando o somatório das cargas
positivas e negativas for igual a zero, essa molécula não vai migrar em um campo elétrico,
ou seja, está no ponto isoelétrico.
Quando o pH do meio é menor do que o ponto isoelétrico, ou seja, quando a solução é
mais ácida que o ponto isoelétrico, as moléculas anfotéricas tendem a assumir carga
positiva, porque os grupos ionizáveis dessa molécula, vão estar em sua maioria protonados,
então você tem cargas positivas. Quando o pH do meio for maior que o ponto isoelétrico, ou
seja, quando for mais básico, as moléculas anfotéricas tendem a assumir cargas negativas,
porque os grupos ionizáveis estarão desprotegidos,e então surgem nessas moléculas, mais
cargas negativas. Por isso, durante a eletroforese, é extremamente importante controlar o
pH do meio, por que o pH da solução poderá influenciar a carga líquida das moléculas
anfotéricas, e o controle do pH do meio é realizado por meio da utilização de solução
tampão.
A taxa de migração das partículas depende de:
- Carga elétrica líquida da molécula;
- O tamanho e a forma da molécula;
- A intensidade do campo elétrico;
- As propriedades do meio de suporte;
- A temperatura da operação.
A mobilidade eletroforética, que é definida como a taxa de migração por unidade de força
de campo, vai depender, de forças que impulsionam a mobilidade das partículas, e de
forças que retardam a mobilidade das partículas, assim, a mobilidade eletroforética das
partículas, é diretamente proporcional a carga líquida e inversamente proporcional ao raio
do soluto, e a viscosidade do tampão no qual a migração está acontecendo.
Existe diferentes tipos de eletroforese, mas no sistema convencional, é composto por dois
reservatórios de tampão, também chamada de cuba eletroforética, cada um deles
contendo um eletrodo (estes eletrodos geralmente são de platina ou de carbono), e a
polaridade vai ser determinada por uma fonte alimentadora, a função da fonte é fornecer
a energia elétrica, essas fontes, comercialmente disponíveis, permitem os ajustes de
corrente, tensão ou potência. (Então podemos escolher se iremos trabalhar em condições
constantes de corrente, tensão ou potência).
O tampão a ser utilizado tem três funções principais:
- Conduz a corrente aplicada
- estabiliza o pH no qual a eletroforese é realizada
- determina a carga elétrica do soluto
Suportes de eletroforese:
- Papéis
- Gel de agarose
- Gel de poliacrilamida
- Membrana de acetato e celulose
A escolha do suporte e do tampão, vão depender do tipo de partícula que está sendo
analisada pela eletroforese, e o sistema de eletroforese, precisa permitir o contato do
suporte com o tampão.
Em análises clínicas, os suportes mais utilizados durante a eletroforese são os géis de
agarose ou de poliacrilamida. A agarose é um polissacarídeo extraído do ágar, que é
extraído de algas vermelhas. E quando se utiliza a agarose como suporte a eletroforese é
chamada em gel de agarose e é utilizada para a separação de vários analitos diferentes,
incluindo, proteínas (do soro, da urina, do fluido cérebro espinhal, as variantes de
hemoglobina, isoenzimas, lipoproteínas), então tem uma variedade muito grande de
utilização.
Os polos desse gel são bastante grandes, então as proteínas conseguem migrar com certas
facilidade, por isso, quando se utiliza o gel de agarose, a separação das proteínas, vai ser
baseada somente na razão carga/massa dessa proteína. E as principais vantagens desse
gel, são a sua baixa afinidade por proteína e a sua transparência. Então as proteínas
vão migrar nesse gel, após ser aplicado o campo elétrico, e vão ser separadas em bandas.
Como esse gel é transparente, fica fácil de fazer a análise das bandas das proteínas depois
(essa análise geralmente é feita por densitometria, onde analisa-se a densidade da
banda que foi formada). Então a transparência do gel facilita demais a análise.
Já a poliacrilamida é um polímero que é preparado aquecendo a poliacrilamida com alguns
catalisadores.Esse gel tem as vantagens de ser termoestável, também é transparente,
tem uma durabilidade muito boa, e é relativamente inerte quimicamente. Além disso, é
possível preparar géis com diferentes porosidades, com diferentes tamanhos de poros. As
proteínas séricas por exemplo, a grande maioria vão migrar sem muito impedimento, porém,
as proteínas que são muito grandes, vão sim encontrar uma certa dificuldade para migrar
entre os poros do gel, então no gel de poliacrilamida as proteínas são separadas com base
na razão carga/massa, mas também no tamanho molecular. Esse tipo de separação é
chamada de peneira molecular. A principal desvantagem de se trabalhar com a
poliacrilamida é que a acrilamida, é potencialmente carcinogênica, então deve-se ter o
máximo de cuidado durante toda a manipulação desse reagente.
Existem algumas cubas na horizontal, e também existem na vertical.
Etapas da eletroforese de proteínas:
A eletroforese inicia-se pela confecção do gel, ele é confeccionado na forma líquida, e
depois é colocado em um suporte para que ocorra a polimerização, e na parte superior do
gel, coloca-se um pente, para poder gerar essas canaletas (local onde vai ser aplicado a
amostra). Para a eletroforese de proteínas plasmáticas, a amostra utilizada é a amostra de
soro. Após a polimerização do gel, a amostra é aplicada nas canaletas, geralmente na nº1
aplica-se um padrão de proteínas, cada proteína com um peso molecular conhecido, que
vai servir de parâmetro para comparar o peso molecular das outras proteínas. E nas
canaletas seguintes, adiciona-se as amostras.
A separação de proteínas é realizado por eletroforese de zona em que os suportes tem
interação mínima com as proteínas, então elas irão migrar de acordo com a razão entre a
sua carga e o seu tamanho/massa, e com isso as proteínas vão ficar separadas em zonas,
que vão ser visualizadas no gel.
Temos uma mistura de proteínas representadas por esferas (vermelhas, laranjas e verdes)
e em azul temos os poros/malha do gel. Então as proteínas tendem a superar as barreiras
das malhas do gel, de acordo com sua massa e carga. As proteínas menores tendem a
migrar mais, porque elas vão passar com mais facilidade pelos poros do gel. As proteínas
de tamanho intermediário vão migrar de forma intermediária e as proteínas maiores vão
ficar próximas ao local da aplicação da mistura, e obviamente essa migração é influenciada
pela carga das proteínas.
Para separação de proteínas utiliza-se gel de agarose ou membrana de acetato celulose
(o gel de poliacrilamida é mais utilizado na separação de ác. nucleicos), normalmente
utiliza-se um pH de 8,6 com baixa força iônica. Após a aplicação da amostra, a fonte é
ligada, então aplica-se um campo elétrico e as proteínas vão tender a migrar para o ânodo.
Então após a separação eletroforética as proteínas vão ser coradas sobre um suporte
sólido, utiliza-se corantes próprios para proteínas, como, o negro de amido, Poceau S ou
azul brilhante de coomassie.
O processo de coloração permite a visualização da zona de proteínas que foram separadas
pelo processo eletroforético, e a intensidade das bandas individuais, geralmente é
proporcional a quantidade de proteínas em cada uma dessas bandas. Então é possível
realizar a quantificação das proteínas presentes em cada uma dessas bandas por
densitometria. A densitometria das bandas coradas fornece avaliação quantitativa de cada
banda.
Essa análise vai gerar um gráfico, chamado de eletroferograma, em que será possível
analisar a intensidade de cada uma das bandas. Cada pico representa uma das bandas de
proteínas que foram separadas pelo processo de migração eletroforética e no eixo y
pode-se observar a intensidade de cada banda, ou seja, a quantidade de proteína
presente em cada banda.
Nós temos aqui a representação de um eletroferograma, um gráfico que representa a
separação eletroforética de proteínas.
Partindo do ânodo, nós podemos observar o primeiro pico que representa o pico da
albumina, o segundo das α 1 globulinas, o terceiro, α 2 globulinas, o quarto β
globulinas, e o quinto, gama globulinas.
No início, as primeiras eletroforeses que foram realizadas separavam as proteínas em
apenas quatro bandas chamadas de albumina, alfaglobulina, betaglobulina e
gamaglobulina, porém, com o desenvolvimento de novas técnicas e o melhoramento da
resolução dos picos, pode-se observar duas bandas que correspondem as alfa globulinas,
então foram chamadas de α 1 globulinas e α 2 globulinas, e a banda beta também é
possível separar em duas que correspondem a beta 1 e beta 2 globulinas.
Utilizando nossa mão nós conseguimos fazer uma brincadeira pra lembrar dos picos das
proteínas da eletroforese.
Lembrando: o pico das betaglobulinas pode ser dividido ainda em beta 1 e beta 2
globulinas. (podemos ter o pico da albumina, das α 1 globulinas, α 2 globulinas, β1
globulinas, β2 globulinas e gama globulinas)
Antes da albumina, é possível aparecer um pico bem discreto que corresponde a
pré-albumina.
Cada uma das proteínas que compõem essas bandas
TABELA
Se analisarmos o tamanho molecular dessas proteínas, vamos perceber que a proteína de
ligação ao retinol, e a pré-albumina, possuem massas moleculares menores que as demais,
enquanto as gamaglobulinas possuem massas moleculares muito elevadas. Por isso, as
gamaglobulinas vão ter uma dificuldade maior de percorrer/ultrapassar as malhas do gel, de
conseguir passar pelos poros do gel. Enquanto as proteínas de ligação ao retinol, e
pré-albumina vão ter mais facilidade, então vão migrar a uma distância maior.
A pré-albumina vai ficar mais próxima ao ânodo, enquanto as gamaglobulinas vão ficar mais
próximas ao cátodo, elas vão migrar mais em direção ao polo positivo. Tudo isso é
influenciado pela carga e pelo tamanho das proteínas.
Então na região anterior a albumina nós vamos ter a proteínas de ligação ao retinol e a
pré-albumina, na região da albumina, vamos ter a albumina, na região de alfa1 globulina
nós vamos ter a LDL (lipoproteína de alta densidade), vamos ter a AAT (alfa1 antitripsina),
a alfa1 glicoproteína ácida e a alfa 1 fetoproteína. Na região de alfa2 globulina nós vamos
ter a haptoglobina a alfa2 macroglobulina e a ceruloplasmina
Região beta1 transferrina, C4 (componente do complemento) e a lipoproteína LDL
Na região beta2 nós teremos o C3 complemento, a beta2 microglobulina, e o IGA
Vamos ter uma divisão entre a banda beta e a banda gama, que corresponde a região de
migração do fibrinogênio.
E por fim, teremos a banda das gamaglobulinas
Obs: para que consigamos visualizar as lipoproteínas, como HDL e LDL, é necessário
utilizar corantes especiais para lipídeos.
Vamos ver cada uma das proteínas, um pouco sobre as funções bioquímicas, e em quais
situações elas estão aumentadas ou diminuídas para que a gente consiga avaliar a
eletroforese das proteínas, saber interpretar o resultado.
Análise das proteínas plasmáticas específicas
● Vários fatores fisiológicos e patológicos afetam a seletivamente as concentrações de
subconjuntos de proteínas plasmáticas:
-Estado nutricional
-Função hepática
-Mudanças fisiológicas
-Mudanças terapêuticas nas concentrações de hormônios esteróides
Dependendo dessas alterações fisiológicas ou patológicas podemos perceber o aumento ou
diminuição de uma banda específica, de subconjuntos de proteínas plasmáticas específicas.
Um dos aspectos mais importantes que afetam as medições clínicas das concentrações de
proteínas plasmática na doença é a resposta de fase aguda.
A resposta de fase aguda
● Resposta sistêmica para infecção, lesão do tecido ou processos inflamatórios,
resultando em febre, aumento da contagem de glóbulos brancos (dos leucócitos) e
mudanças no perfil de concentração de muitas proteínas plasmáticas
● As proteínas que são afetadas por esta resposta sistêmica são conhecidas como
proteínas de fase aguda (APPs)
Diante de um estímulo inflamatório, lesão tecidual, uma infecção ou um processo
inflamatório, vamos ter a ativação de monócitos e macrófagos, que vão liberar citocinas. As
citocinas

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