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Questões resolvidas

(MONTE HOREBE 2019) A contradição nas nossas sociedades não resulta apenas do fosso entre a cultura e a economia, resulta do próprio processo de personalização, de um processo sistemático de atomização e de individualização narcísica: quanto mais a sociedade se humaniza, mais o sentimento do anonimato se estende; quanto mais há indulgência e tolerância, mais aumenta a falta de segurança do indivíduo em relação a si próprio; quanto mais se prolonga o tempo de vida, mais medo se tem de envelhecer; quanto menos se trabalha, menos se quer trabalhar; quanto mais os costumes se liberalizam, mais avança a impressão de vazio; quanto mais a comunicação e o diálogo se institucionalizam, mais sós se sentem os indivíduos, e com maiores dificuldades de contacto; quanto mais cresce o bem-estar, mais a depressão triunfa. A era do consumo engendra uma dessocialização geral e polimorfa, invisível e miniaturizada; a anomia perde os seus pontos de referência, e a exclusão, também ela agora por medida, desligou-se igualmente da ordem disciplinar. LIPOVETSKY, Gilles. A Era do Vazio. 2005, p. 120. A partir da citação acima, é CORRETO afirmar:
Os indivíduos na era da pós-modernidade ou crise da modernidade estão cada vez mais conscientes das essências de suas personalidades.
A sociedade das máscaras modernas está sendo substituída pela única verdade do mundo pós-moderno.
A partir da ideia da tolerância nasce a defesa da ausência de ordem e progresso social. O consumo coletivo prevalece sobre o consumo individualizado.
O progresso e a felicidade prometidos pelo projeto civilizatório alcançam sua instância máxima na sociedade do consumo.
Na crítica à modernidade, o pensamento pós-moderno fragmenta-se e contribui na construção da sociedade do individualismo, da solidão e do vazio.

Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.

V • F • V • V • V.
F • V • V • F • F.
F • F • V • F • V.
V • F • F • V • F.

Segundo o entendimento de Koselleck, como pode ser entendida a relação entre passado, presente e futuro na escrita histórica?

O tema não é explorado por Koselleck.
Os três tempos são independentes, mas sem relação alguma com a escrita histórica.
No processo de escrita, o historiador precisa ter a consciência de que essas três temporalidades – passado, presente e futuro – se faziam presentes também entre aqueles que ele está estudando.
O passado, presente e futuro se relacionam na divisão das épocas e nas projeções históricas.

Sobre esse conceito de Regime de Historicidades de Hartog (2013) é CORRETO afirmar que

o regime de historicidades é a hipótese (o presentismo) e o instrumento (o regime de historicidade), que são solidários, completam-se mutuamente. O regime de historicidade permite formular a hipótese e a hipótese leva a elaborar a noção. Pelo menos de início, um não anda sem o outro. "Por que, perguntaram-me, preferir o termo regime ao de forma (de historicidade)"? E por que "regime de historicidade" em vez de "regime de temporalidade"? Regime: a palavra remete ao regime alimentar (regimen, em latim, diaita, em grego), ao regime político (politeia), ao regime dos ventos e ao regime de um motor. São formulações conceituais para história, que compartilham, pelo menos, o fato de se organizarem em torno das noções de mais e de menos, de grau, de mescla, de composto e de equilíbrio sempre provisório ou instável.
o regime de historicidade é a maneira de engrenar passado, presente e futuro ou de compor um misto das três categoriais, justamente como se falava, na teoria política grega, de constituição mista (misturando aristocracia, oligarquia e democracia, sendo dominante de fato um dos três componentes). Portanto é legítimo falar de historicidade antes da formação do conceito moderno de história, entre o fim do século XVIII e o início do século XIX, se por "historicidade" se entender esta experiência primeira de afinidade, de distância de si para si mesmo que, justamente, as categorias de passado, presente e futuro permitem apreender e dizer, ordenando-a e dando-lhe sentido individualizado frente ao conjunto social.
o regime de historicidade não é uma realidade dada. Nem diretamente observável nem registrado nos almanaques dos contemporâneos; é construído pelo historiador. Não deve ser assimilado às instâncias de outrora: um regime que venha suceder mecanicamente a outro, independentemente de onde venha. Não coincide com as épocas e não se calca absolutamente nestas grandes entidades incertas e vagas que são as civilizações. Ele é um artefato que valida sua capacidade heurística. Noção, categoria formal, aproxima-se do tipo-ideal weberiano. Conforme domine a categoria do passado, do futuro ou do presente, a ordem do tempo resultante não será evidentemente a mesma.
o regime de historicidade pode ser tanto amplo, como restrito: macro ou micro histórico. Ele pode ser um artefato para esclarecer a biografia de um personagem histórico, ele pode questionar a arquitetura de uma cidade, ontem e hoje, ou então comparar as grandes escansões da relação com o tempo de diferentes sociedades, próximas ou distantes. E, a cada vez, por meio da atenção muito particular dada aos momentos de crise do tempo e às suas expressões, visa-se a produzir mais inteligibilidade. Ele pode estabelecer uma relação próxima com o empirismo e outras escolas históricas com o objetivo de estabelecer uma hipótese formulada para confirmá-la como conceito teórico.

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Questões resolvidas

(MONTE HOREBE 2019) A contradição nas nossas sociedades não resulta apenas do fosso entre a cultura e a economia, resulta do próprio processo de personalização, de um processo sistemático de atomização e de individualização narcísica: quanto mais a sociedade se humaniza, mais o sentimento do anonimato se estende; quanto mais há indulgência e tolerância, mais aumenta a falta de segurança do indivíduo em relação a si próprio; quanto mais se prolonga o tempo de vida, mais medo se tem de envelhecer; quanto menos se trabalha, menos se quer trabalhar; quanto mais os costumes se liberalizam, mais avança a impressão de vazio; quanto mais a comunicação e o diálogo se institucionalizam, mais sós se sentem os indivíduos, e com maiores dificuldades de contacto; quanto mais cresce o bem-estar, mais a depressão triunfa. A era do consumo engendra uma dessocialização geral e polimorfa, invisível e miniaturizada; a anomia perde os seus pontos de referência, e a exclusão, também ela agora por medida, desligou-se igualmente da ordem disciplinar. LIPOVETSKY, Gilles. A Era do Vazio. 2005, p. 120. A partir da citação acima, é CORRETO afirmar:
Os indivíduos na era da pós-modernidade ou crise da modernidade estão cada vez mais conscientes das essências de suas personalidades.
A sociedade das máscaras modernas está sendo substituída pela única verdade do mundo pós-moderno.
A partir da ideia da tolerância nasce a defesa da ausência de ordem e progresso social. O consumo coletivo prevalece sobre o consumo individualizado.
O progresso e a felicidade prometidos pelo projeto civilizatório alcançam sua instância máxima na sociedade do consumo.
Na crítica à modernidade, o pensamento pós-moderno fragmenta-se e contribui na construção da sociedade do individualismo, da solidão e do vazio.

Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.

V • F • V • V • V.
F • V • V • F • F.
F • F • V • F • V.
V • F • F • V • F.

Segundo o entendimento de Koselleck, como pode ser entendida a relação entre passado, presente e futuro na escrita histórica?

O tema não é explorado por Koselleck.
Os três tempos são independentes, mas sem relação alguma com a escrita histórica.
No processo de escrita, o historiador precisa ter a consciência de que essas três temporalidades – passado, presente e futuro – se faziam presentes também entre aqueles que ele está estudando.
O passado, presente e futuro se relacionam na divisão das épocas e nas projeções históricas.

Sobre esse conceito de Regime de Historicidades de Hartog (2013) é CORRETO afirmar que

o regime de historicidades é a hipótese (o presentismo) e o instrumento (o regime de historicidade), que são solidários, completam-se mutuamente. O regime de historicidade permite formular a hipótese e a hipótese leva a elaborar a noção. Pelo menos de início, um não anda sem o outro. "Por que, perguntaram-me, preferir o termo regime ao de forma (de historicidade)"? E por que "regime de historicidade" em vez de "regime de temporalidade"? Regime: a palavra remete ao regime alimentar (regimen, em latim, diaita, em grego), ao regime político (politeia), ao regime dos ventos e ao regime de um motor. São formulações conceituais para história, que compartilham, pelo menos, o fato de se organizarem em torno das noções de mais e de menos, de grau, de mescla, de composto e de equilíbrio sempre provisório ou instável.
o regime de historicidade é a maneira de engrenar passado, presente e futuro ou de compor um misto das três categoriais, justamente como se falava, na teoria política grega, de constituição mista (misturando aristocracia, oligarquia e democracia, sendo dominante de fato um dos três componentes). Portanto é legítimo falar de historicidade antes da formação do conceito moderno de história, entre o fim do século XVIII e o início do século XIX, se por "historicidade" se entender esta experiência primeira de afinidade, de distância de si para si mesmo que, justamente, as categorias de passado, presente e futuro permitem apreender e dizer, ordenando-a e dando-lhe sentido individualizado frente ao conjunto social.
o regime de historicidade não é uma realidade dada. Nem diretamente observável nem registrado nos almanaques dos contemporâneos; é construído pelo historiador. Não deve ser assimilado às instâncias de outrora: um regime que venha suceder mecanicamente a outro, independentemente de onde venha. Não coincide com as épocas e não se calca absolutamente nestas grandes entidades incertas e vagas que são as civilizações. Ele é um artefato que valida sua capacidade heurística. Noção, categoria formal, aproxima-se do tipo-ideal weberiano. Conforme domine a categoria do passado, do futuro ou do presente, a ordem do tempo resultante não será evidentemente a mesma.
o regime de historicidade pode ser tanto amplo, como restrito: macro ou micro histórico. Ele pode ser um artefato para esclarecer a biografia de um personagem histórico, ele pode questionar a arquitetura de uma cidade, ontem e hoje, ou então comparar as grandes escansões da relação com o tempo de diferentes sociedades, próximas ou distantes. E, a cada vez, por meio da atenção muito particular dada aos momentos de crise do tempo e às suas expressões, visa-se a produzir mais inteligibilidade. Ele pode estabelecer uma relação próxima com o empirismo e outras escolas históricas com o objetivo de estabelecer uma hipótese formulada para confirmá-la como conceito teórico.

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Pincel Atômico - 03/05/2024 20:49:36 1/6
BRUNA LIRA SILVA
FERREIRA
Avaliação Online (SALA EAD)
Atividade finalizada em 28/02/2024 20:52:42 (1545947 / 1)
LEGENDA
Resposta correta na questão
# Resposta correta - Questão Anulada
X Resposta selecionada pelo Aluno
Disciplina:
HISTORIOGRAFIA [965247] - Avaliação com 10 questões, com o peso total de 30,00 pontos [capítulos - 4,5,6]
Turma:
Segunda Graduação: História para Licenciados - Grupo: DEZEMBRO-B/2023 - SEGHISLIC/DEZ-B23 [105135]
Aluno(a):
91528317 - BRUNA LIRA SILVA FERREIRA - Respondeu 10 questões corretas, obtendo um total de 30,00 pontos como nota
[358652_1222
03]
Questão
001
(MONTE HOREBE 2019) A contradição nas nossas sociedades não resulta apenas do
fosso entre a cultura e a economia, resulta do próprio processo de personalização, de
um processo sistemático de atomização e de individualização narcísica: quanto mais a
sociedade se humaniza, mais o sentimento do anonimato se estende; quanto mais há
indulgência e tolerância, mais aumenta a falta de segurança do indivíduo em relação a
si próprio; quanto mais se prolonga o tempo de vida, mais medo se tem de envelhecer;
quanto menos se trabalha, menos se quer trabalhar; quanto mais os costumes se
liberalizam, mais avança a impressão de vazio; quanto mais a comunicação e o
diálogo se institucionalizam, mais sós se sentem os indivíduos, e com maiores
dificuldades de contacto; quanto mais cresce o bem-estar, mais a depressão triunfa. A
era do consumo engendra uma dessocialização geral e polimorfa, invisível e
miniaturizada; a anomia perde os seus pontos de referência, e a exclusão, também ela
agora por medida, desligou-se igualmente da ordem disciplinar.
LIPOVETSKY, Gilles. A Era do Vazio. 2005, p. 120.
A partir da citação acima, é CORRETO afirmar:
Os indivíduos na era da pós-modernidade ou crise da modernidade estão cada vez
mais conscientes das essências de suas personalidades.
A sociedade das máscaras modernas está sendo substituída pela única verdade do
mundo pós-moderno.
A partir da ideia da tolerância nasce a defesa da ausência de ordem e progresso
social. O consumo coletivo prevalece sobre o consumo individualizado.
O progresso e a felicidade prometidos pelo projeto civilizatório alcançam sua instância
máxima na sociedade do consumo.
X
Na crítica à modernidade, o pensamento pós-moderno fragmenta-se e contribui na
construção da sociedade do individualismo, da solidão e do vazio.
[358652_1221
95]
Questão
002
(CAMPOS NOVOS 2019) Sobre a História Oral é correto afirmar que
X
trata-se de uma técnica que tem por base os depoimentos gravados submetidos a
outros tratamentos como a transcrição.
é uma teoria da história fundada na gravação de depoimentos de pessoas que
vivenciaram experiências históricas dignas de registro.
trata-se de um método histórico fundamental para a criação de acervos documentais
sobre temas que não têm registros escritos.
é uma estratégia que permite aos historiadores a abordagem de acontecimentos
históricos ocorridos recentemente e a escrever a história das minorias.
é uma forma de se escrever a história utilizando exclusivamente fontes orais, quando
suficientes para tratar de um tema
Pincel Atômico - 03/05/2024 20:49:36 2/6
[358652_1221
90]
Questão
003
(IFPI 2014) As investigações históricas sobre o acontecer humano costumeiramente
deixavam de lado os modos como as coletividades se divertiam. Mas isso mudou e um
tipo específico de manifestação humana passou a interessar os historiadores: a festa.
Segundo Mona Ozouf: “A história, por um lado, desde há muito tempo tem se
preocupado conscientemente mais com os trabalhos e os esforços dos homens do que
com os seus divertimentos ou como se queira, com as suas diversões. Se as festas
tornam-se doravante, com pleno direito, objeto da história, deve-se isso à dupla
instigação do folclore e da etnologia. Por frequentar um e outro campo, o historiador
aprendeu a levar em consideração a armadura que a ritualização dá à existência
humana, mesmo que seja uma ritualização anônima, desprovida de regulamentação
explícita ou de coesão coerente. Acrescenta-se que, com a psicanálise, a história
aprendeu, ao mesmo tempo, o interesse que pode ter a colheita do aparentemente
insignificante”.
Mona Ozouf. A festa: sob a Revolução Francesa. In: Jacques Le Goff; Pierre Nora.
História: Novos Objetos. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1989. p.216-232.
Em relação à festa como objeto da História é correto afirmar que
os estudos sobre a celebração de festas promoveram a aproximação interdisciplinar
entre história e psicanálise, convertendo os historiadores em cientistas psicanalisados.
X
os historiadores especializados tiveram de lidar criticamente com as implicações
decorrentes do vínculo particular da festa com o tempo, isto é, da dupla abertura do
presente da festa para o passado e para o futuro.
os trabalhos produzidos servem de entretenimento para os estudantes e o púbico leitor
tornando, assim, o ensino de história menos monótono e anacrônico.
os estudos produzidos ficaram muito restritos à produção francesa e com escassa
repercussão no brasil em virtude da pequena quantidade de celebrações em nosso
calendário anual.
a aceitação imediata de trabalhos referentes à festa pelos estudiosos do tema
conciliou os historiadores que passaram a adotar uma postura homogênea no campo
teórico-metodológico.
[358652_1222
02]
Questão
004
(MONTE HOREBE 2019) Assinale a alternativa que traz a CORRETA interligação
entre as noções de modernidade e progresso.
A ordem não pressupõe o progresso no mundo da modernidade.
A Belle Époque e a busca da beleza que a caracterizou determinava um mundo de
progresso em que a beleza sempre estaria acima da ordem e da disciplina.
A noção de modernidade e de progresso são e relacionam na construção de
sociedades humanas ricas de novidades, porém desordenadas.
X
A modernidade, como um projeto civilizatório, se baseou na construção de uma
sociedade disciplinar voltada para o progresso, e da chamada modernização, a partir
deste originada.
A modernidade e o progresso não podem ser relacionados, tendo em vista que a
busca pela novo não precisa vir acompanhada do conceito relativo de progresso.
[358652_1222
27]
Questão
005
(SESI-DF 2013) Sobre as escolas historiográficas surgidas durante o século XX e os
debates em que se inserem, assinale a alternativa correta.
A descolonização da África, a partir da segunda metade do século XX, não tem
qualquer relação com o surgimento dos estudos pós-coloniais.
 
A chamada história das mentalidades pode ser caracterizada por sua ênfase nas
documentações escritas.
Pincel Atômico - 03/05/2024 20:49:36 3/6
A primeira geração da chamada Escola dos Annales buscou romper com alguns
princípios positivistas até então vigentes no meio intelectual francês, exceto com a
história baseada na narrativa de uma sucessão de acontecimentos
A chamada Nova Esquerda surgiu como uma dissidência dos teóricos da esquerda
soviética. Para os adeptos da Nova Esquerda, estava em questão o resgate dos
princípios teóricos do marxismo e o retorno ao enfoque da questão econômica
X
O historiador White (1995) foi motivo de polêmica entre seus colegas após o
lançamento de sua obra, Meta-história, em 1973. Entre outras coisas, a obra de White
sustenta que a constituição de uma obra histórica é relativa à seleção de um enredo,
tal como em um romance, e está sujeita a pré-concepções de caráter ideológico
[358653_1150
40]
Questão
006
(CAMPOS NOVOS 2019) Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras ( V ) e as falsas
( F ) sobre a História das Mentalidades.
( ) Trata-se de uma modalidade historiográfica que privilegia a análise de temas
econômicos e a atuação dos grupos sociais que controlam a economia do seu tempo.
( ) Para Max Weber trata-se da forma de traduzir a circularidade de cultura, que
permite a socialização dos indivíduos e a identificação das características comuns de
um grupo específico.
( ) Para Chartier é uma história do sistema de crenças, de valores e de representaçõespróprios a uma época ou grupo.
( ) Segundo Duby, a designação ajustava-se à necessidade de explicar o que de mais
profundo persiste e dá sentido à vida material das sociedades.
( ) Le Goff afirma que o nível da história das mentalidades é o que escapa aos sujeitos
particulares da história, porque revelador do conteúdo impessoal do seu pensamento.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
V • F • V • V • V.
F • V • V • F • F.
X F • F • V • F • V.
F • V • F • V • V.
V • F • F • V • F.
[358653_1150
48]
Questão
007
(FLORIANÓPOLIS 2019) Analise as afirmativas abaixo acerca das características do
modo pós-modernista de fazer história, que Ciro Flamarion Cardoso denomina
paradigma pós-moderno.
1. Desvalorização da presença em favor da representação.
2. Rejeição da unidade em favor da pluralidade.
3. Conhecimento das coisas em si mesmas ou das essências.
4. Análise centrada na alteridade constitutiva.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
 
São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 3.
X São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 4.
São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 4.
São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 4.
É correta apenas a afirmativa 2.
[358653_1150
59]
Questão
008
Segundo o entendimento de Koselleck, como pode ser entendida a relação entre
passado, presente e futuro na escrita histórica?
O tema não é explorado por Koselleck.
Os três tempos são independentes, mas sem relação alguma com a escrita histórica.
Pincel Atômico - 03/05/2024 20:49:36 4/6
Os três tempos são interdependentes, mas sem relação alguma com a escrita
histórica.
X
No processo de escrita, o historiador precisa ter a consciência de que essas três
temporalidades – passado, presente e futuro – se faziam presentes também entre
aqueles que ele está estudando.
O passado, presente e futuro se relacionam na divisão das épocas e nas projeções
históricas.
[358654_1150
55]
Questão
009
(CABEDELO 2020) “O historiador François Hartog (2013), elaborou o conceito de
“Regime de historicidades”, para nomear como as maneiras como dadas sociedades
em dados momentos perceberam, pensaram e se relacionaram com o tempo, para
indicar como elaboraram e articularam, através de suas narrativas, as categorias de
passado, presente e futuro, para descrever como um dado indivíduo ou grupamento
humano se instaurou e se desenvolveu no tempo”.
Sobre esse conceito de Regime de Historicidades de Hartog (2013) é CORRETO
afirmar que
o regime de historicidades é a hipótese (o presentismo) e o instrumento (o regime de
historicidade), que são solidários, completam-se mutuamente. O regime de
historicidade permite formular a hipótese e a hipótese leva a elaborar a noção. Pelo
menos de início, um não anda sem o outro. "Por que, perguntaram-me, preferir o termo
regime ao de forma (de historicidade)"? E por que "regime de historicidade" em vez de
"regime de temporalidade"? Regime: a palavra remete ao regime alimentar (regimen,
em latim, diaita, em grego), ao regime político (politeia), ao regime dos ventos e ao
regime de um motor. São formulações conceituais para história, que compartilham,
pelo menos, o fato de se organizarem em torno das noções de mais e de menos, de
grau, de mescla, de composto e de equilíbrio sempre provisório ou instável.
o regime de historicidade é a maneira de engrenar passado, presente e futuro ou de
compor um misto das três categoriais, justamente como se falava, na teoria política
grega, de constituição mista (misturando aristocracia, oligarquia e democracia, sendo
dominante de fato um dos três componentes). Portanto é legítimo falar de historicidade
antes da formação do conceito moderno de história, entre o fim do século XVIII e o
início do século XIX, se por "historicidade" se entender esta experiência primeira de
afinidade, de distância de si para si mesmo que, justamente, as categorias de
passado, presente e futuro permitem apreender e dizer, ordenando-a e dando-lhe
sentido individualizado frente ao conjunto social.
X
o regime de historicidade não é uma realidade dada. Nem diretamente observável nem
registrado nos almanaques dos contemporâneos; é construído pelo historiador. Não
deve ser assimilado às instâncias de outrora: um regime que venha suceder
mecanicamente a outro, independentemente de onde venha. Não coincide com as
épocas e não se calca absolutamente nestas grandes entidades incertas e vagas que
são as civilizações. Ele é um artefato que valida sua capacidade heurística. Noção,
categoria formal, aproxima-se do tipo-ideal weberiano. Conforme domine a categoria
do passado, do futuro ou do presente, a ordem do tempo resultante não será
evidentemente a mesma.
Pincel Atômico - 03/05/2024 20:49:36 5/6
o regime de historicidade pode ser tanto amplo, como restrito: macro ou micro
histórico. Ele pode ser um artefato para esclarecer a biografia de um personagem
histórico, ele pode questionar a arquitetura de uma cidade, ontem e hoje, ou então
comparar as grandes escansões da relação com o tempo de diferentes sociedades,
próximas ou distantes. E, a cada vez, por meio da atenção muito particular dada aos
momentos de crise do tempo e às suas expressões, visa-se a produzir mais
inteligibilidade. Ele pode estabelecer uma relação próxima com o empirismo e outras
escolas históricas com o objetivo de estabelecer uma hipótese formulada para
confirmá-la como
conceito teórico.
o regime de historicidades pode nos servir da noção de História antes ou
independentemente da formulação posterior do conceito moderno de história, tal como
a delineou bem o historiador alemão Reinhart Koselleck. Como categoria (sem
conteúdo), que pode tornar mais inteligíveis as experiências do tempo, nada o confina
apenas ao mundo europeu ou ocidental. Ao contrário, sua vocação é ser um
instrumento comparatista: assim o é por construção e livre de uma metodologia teórica
que pressupõe cuidados com a relação entre o passado, presente e futuro, mas
estabelece percepções da sociedade para o indivíduo.
[358654_1150
35]
Questão
010
(ENADE 2014) “A escassez de testemunhos sobre o comportamento e atitudes das
classes subalternas do passado é com certeza o primeiro – mas não o único –
obstáculo contra o qual as pesquisas históricas do gênero se chocam. Porém, é uma
regra que admite exceções. Esse livro conta a história de um moleiro friuliano,
Domenico Scandella, conhecido por Menochio – queimado por ordem do Santo Ofício,
depois de uma vida transcorrida em total anonimato. A documentação dos dois
processos abertos contra ele, nos dá um quadro de suas ideias e sentimentos,
fantasias e aspirações. Outros documentos nos fornecem indicações sobre suas
atividades econômicas, sobre a vida de seus filhos. Temos também algumas páginas
escritas por ele mesmo e uma lista parcial de suas leituras (sabia ler e escrever_.
Gostaríamos, é claro, de saber muitas coisas sobre Menochio. Mas o que temos em
mãos já nos permite reconstruir um fragmento do que se costuma denominar “cultura
das classes subalternas”, ou ainda “cultura popular”.”
GINZBURG, C. O queijo e os vermes. São Paulo: Cia das Letras, 1987, p. 16
(adaptado)
O autor dessa passagem, Carlo Giznburg, é considerado um dos mais influentes
autores da chamada micro-história e da cultura popular na Idade Moderna. Com base
nas concepções desse autor e da micro-história, avalie as afirmações a seguir:
I – Apesar das diferenças entre a cultura popular e a cultura de elite, havia entre elas
uma relação de interações e de influências recíprocas, isto é, havia uma
“circularidade”.
II – A falta de evidências sobre a cultura popular impediu que se realizassem
pesquisas, por exemplo, sobre a vida dos camponeses que, por serem iletrados, não
participavam do que os historiadores consideram como esfera “produtora de cultura”.
III – Entre a cultura das classes populares e os setores aristocráticos da sociedade
europeia da Idade Moderna havia uma fronteira bem definida, que refletia o abismo
econômico e de status social entre ambos e, nesse sentido, o casodo moleiro
Menochio deve ser interpretado como curiosidade e exceção.
IV – Baseada na exploração exaustiva das fontes e na descrição etnográfica, a micro-
história adota uma perspectiva de observação dos fenômenos em escala reduzida,
diferentemente das propostas da história serial e quantitativa.
É correto apenas o que se afirma em
I, III e IV.
II, III e IV.
Pincel Atômico - 03/05/2024 20:49:36 6/6
II e III.
X I e IV.
I e II.

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