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PROCESSO DE 
CONHECIMENTO 
CÍVEL
PROF. MAYKE IYUSUKA
ÔNUS DA PROVA
• Art. 373. O ônus da prova incumbe:
• I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
• II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do
autor.
• As partes não têm o dever de produzir as provas, mas o ônus de fazê-lo. Ônus são aquelas
atividades que a parte realiza no processo em seu próprio benefício. A lei não obriga as
partes a fazer prova, mas, se elas o fizerem, obterão a vantagem de demonstrar suas
alegações, e, se se omitirem, sofrerão as consequências da ausência disso.
ÔNUS X DEVER
Dever
É o comando imposto pelo direito objetivo, através do qual o sujeito deve observar
determinada conduta, sob pena de sanção, trata-se de gênero do qual obrigação é espécie.
Ônus
É a exigência que o sujeito pratique determinada conduta, um encargo, e se não praticar a
conduta não alcançará um benefício, ou eventualmente suportar uma desvantagem.
O ônus não é uma penitência, como muitos imaginam. Por exemplo, o ônus da prova ou o
ônus de registrar a escritura de um imóvel, são formalidades presentes em determinadas
circunstâncias jurídicas.
O ÔNUS DA PROVA PODE SER ENCARADO SOB 
O ASPECTO SUBJETIVO E O OBJETIVO
• . Do ponto de vista subjetivo, ele constitui uma distribuição de encargos entre as partes,
cabendo a cada qual provar as alegações que formulou, para tentar convencer o juiz da sua
veracidade. Sob esse ponto de vista, as regras do ônus da prova são dirigidas às partes.
• Do aspecto objetivo, pelo qual as regras do ônus da prova não seriam dirigidas às partes,
mas ao magistrado, para orientar o julgamento. Ele não pode eximir-se de sentenciar,
alegando que não conseguiu formar a sua convicção a respeito dos fatos que fundamentam
o pedido e a defesa.
DISTRIBUIÇÃO DO ÔNUS DA PROVA
• Ao autor incumbe fazer prova das alegações de seu interesse (fatos constitutivos do seu
direito); ao réu, daquilo que ele apresentou em sua resposta (fatos extintivos, impeditivos e
modificativos do direito do autor).
• Art. 373, CPC;
• Autor- fato constitutivo- é aquele que gera o direito postulado pelo autor e que, uma vez 
demonstrado, leva à procedência do pedido.
• Réu- Fato Impeditivo- É aquele que obsta um ou alguns dos efeitos que naturalmente
ocorreriam na relação jurídica. Ex.Vício de Contrato;
• Fato Modificativo- Implica a alteração do direito que derivaria o fato constitutivo. Ex.
Pagamento parcial de uma obrigação;
• Fato Extintivo- É aquele que fulmina com o direito do autor, cessando a relação jurídica. Ex.
Pagamento total da dívida na obrigação.
A DISTRIBUIÇÃO DIVERSA DO ÔNUS DA PROVA
O CPC, art. 373, § 3º, permite que as partes, por convenção, modifiquem a distribuição do ônus
da prova: “A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das
partes, salvo quando: I – recair sobre direito indisponível da parte; II – tornar excessivamente
difícil a uma parte o exercício do direito”.
.
PROVAS ILÍCITAS
• Há várias correntes doutrinárias, que vão desde aquelas que admitem a prova ilícita até as que
negam, de forma absoluta, a sua eficácia.
• A CF, art. 5º, LVI, considera inadmissíveis as provas obtidas de forma ilícita, sem fazer
qualquer ressalva. A regra é repetida pelo art. 369 do CPC, que permite apenas a utilização de
meios probatórios legais e moralmente legítimos. Diante da ausência de qualquer ressalva na
Constituição e na lei processual, tem predominado o entendimento de que a vedação ao uso
de prova ilícita é absoluta.
• O Supremo Tribunal Federal tem adotado a teoria dos frutos da árvore contaminada, como
mencionado por Cândido Dinamarco: “Mas o Supremo Tribunal Federal já foi além, ao adotar a
conhecida teoria dos frutos da árvore contaminada para tachar de ineficazes as fontes de prova
obtidas e também os meios de prova realizados em desdobramento de informações obtidas
mediante ilicitudes. Essa extremada radicalização compromete de morte o acesso à justiça e
constitui grave ressalva à promessa constitucional de tutela jurisdicional a quem tiver razão (Const.,
art. 5º, inc. XXXV). Segundo a tese então adotada seriam ineficazes, por exemplo, todos os
testemunhos prestados por pessoas cujos nomes tivessem sido revelados numa conversação
telefônica registrada em fita e depois degravada, ou toda prova pericial realizada na contabilidade
de uma pessoa ou empresa referida em apontamentos obtidos ilicitamente”
HIERARQUIA DAS PROVAS
• O CPC, art. 371, consagrou o princípio da persuasão racional ou livre convencimento
motivado. Isso permite ao juiz analisar livremente a prova, dando a cada uma o valor que lhe
parecer apropriado. Compete-lhe valorar as provas e a sua capacidade de formar-lhe o
convencimento.
• Todos os tipos, a documental, a testemunhal e a pericial, poderão ter influência sobre a
formação da convicção do juiz, não havendo, entre eles, alguma que tenha prioridade sobre a
outra, no que se refere à capacidade de convencer.
PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVAS
• É uma ação autônoma, que pode ter natureza preparatória ou incidental e que visa
antecipar a produção de determinada prova, realizando-a em momento anterior àquele em
que normalmente seria produzida. Trata-se do exercício do direito autônomo à prova, de
natureza satisfativa, exercido em procedimento de jurisdição voluntária.
HÁ TRÊS RAZÕES PARA QUE A PROVA SEJA 
ANTECIPADA – ART. 381, CPC:
• a) o temor de que se perca- É a causa mais comum de antecipação. Ou teme-se, por exemplo, que
uma testemunha não possa ser ouvida no momento oportuno, seja porque vai se mudar para local
distante, seja porque está muito doente ou é muito idosa.
• b) ser suscetível de viabilizar a autocomposição ou outro meio de solução de conflito.
• c) o prévio conhecimento dos fatos puder justificar ou evitar o ajuizamento de ação - Há casos em que
a antecipação servirá para colheita de elementos necessários ao ajuizamento da demanda. Sem ela, o
autor terá dificuldade para ajuizar a ação. Por exemplo: ele pretende postular indenização porque
houve um vazamento, que trouxe graves danos para o seu apartamento. Porém, não sabe ainda qual
foi a causa, nem onde se originou, se na coluna central do prédio, caso em que a responsabilidade
será do condomínio, ou se no encanamento do imóvel superior, caso em que a ação deverá ser
dirigida contra o seu titular.
• A regra geral de competência da antecipação de prova é dada pelo art. 381, § 2º, do CPC: “A
produção antecipada de prova é da competência do juízo do foro onde esta deve ser
produzida ou do foro de domicílio do réu”.
• O art. 381, § 4º, estabelece a competência subsidiária da Justiça Estadual para colheita
antecipada de provas em processos dos quais participem a União, suas entidades autárquicas
ou empresa pública federal, se na localidade não houver vara federal. Mas isso não significa
que a mesma autorização se estenda para a ação principal, para a qual a Justiça Estadual só
terá competência subsidiária nos casos expressamente previstos na Constituição Federal.
OBRIGADO!

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