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Empregador e Poderes III
DIREITO DO TRABALHO
EMPREGADOR E PODERES III
Revista de bolsas e pertences
Em regra, é possível a revista.
“REVISTA REALIZADA EM BOLSAS E PERTENCES DOS EMPREGADOS. DIVERGÊN-
CIA JURISPRUDENCIAL NÃO DEMONSTRADA. ARESTO SUPERADO PELA ATUAL, ITE-
RATIVA E NOTÓRIA JURISPRUDÊNCIA DESTA CORTE. Trata-se de pedido de indeniza-
ção por danos morais coletivos decorrentes de revista realizada em bolsas e pertences dos 
empregados do reclamado. Prevalece nesta Corte o entendimento de que o poder diretivo e 
fiscalizador do empregador permite, desde que procedido de forma impessoal, geral e sem 
contato físico ou exposição do funcionário a situação humilhante e vexatória, a realização de 
revista visual em bolsas e pertences dos empregados. Desse modo, a revista feita, exclu-
sivamente, nos pertences dos empregados, sem que se constate nenhuma das situações 
referidas, não configura ato ilícito, sendo indevida a compensação por dano moral. O ato de 
revistar bolsas, sacolas e pertences de empregado, de modo geral e impessoal, sem con-
tato físico ou exposição de sua intimidade, não se caracteriza como “revista íntima”, à luz da 
jurisprudência deste Tribunal, e não ofende, em regra e por si só, os direitos da personali-
dade do trabalhador, pelo que não se defere a indenização compensatória correspondente.” 
(E-RR-130700-22.2008.5.03.0084, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, Rela-
tor Ministro Jose Roberto Freire Pimenta, DEJT 01/10/2021).
Sem contato físico
“(...) B) RECURSO DE REVISTA. PROCESSO SOB A ÉGIDE DA LEI 13.015/2014 E 
ANTERIOR À LEI 13.467/2017. DANO MORAL. REVISTA EM BOLSAS E SACOLAS. 
AUSÊNCIA DE CONTATO FÍSICO. NÃO CONFIGURAÇÃO DE VIOLAÇÃO À INTIMIDADE, 
À DIGNIDADE OU À HONRA DO RECLAMANTE. IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO DE INDE-
NIZAÇÃO. JURISPRUDÊNCIA DOMINANTE NO TST. Em função da pacificação jurispruden-
cial promovida pela SBDI-1 do TST, prevalece, nesta Corte, o entendimento de que a simples 
revista visual de bolsas e sacolas, desde que sem contato físico, não enseja indenização 
por dano moral. Na hipótese dos autos, o TRT reformou a sentença para condenar o Recla-
mado ao pagamento de indenização por danos morais à Reclamante, em face da constata-
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ção de fiscalização de bolsas e sacolas. Restou incontroverso que a Obreira era submetida 
a revistas de seus pertences, no entanto, verifica-se que não houve qualquer contato físico 
com a Autora, de forma a não caracterizar a ilicitude que configura o dano moral gerador do 
dever de indenizar - segundo a interpretação que se tornou dominante. Nesse sentido é o 
entendimento da SBDI-1 do TST, que não considera cabível indenização por dano moral em 
decorrência de simples revista de bolsas e sacolas. Ressalva da compreensão do Relator. 
Recurso de revista conhecido e provido” (RR-20835-15.2015.5.04.0303, 3ª Turma, Relator 
Ministro Mauricio Godinho Delgado, DEJT 21/02/2020).
Sem caráter discriminatório
Por exemplo, somente no mesmo funcionário sempre, ou motivado por racismo e afins.
“(...) B) RECURSO DE REVISTA. DANO MORAL. REVISTA ÍNTIMA. A jurisprudência 
atual desta Corte é a de que a mera revista visual realizada nos pertences dos empregados 
(bolsas, armários e outros), de forma razoável e sem caráter discriminatório, não confi-
gura, por si só, ato ilícito a ensejar a indenização por dano moral, constituindo exercício 
regular do poder de direção e fiscalização do empregador. Precedentes. Recurso de revista 
conhecido e provido” (ARR-21- 25.2017.5.10.0018, 8ª Turma, Relatora Ministra Dora Maria 
da Costa, DEJT 10/02/2020).
Pode ser realizada na presença de clientes?
Há divergência.
“RECURSO DE REVISTA. REVISTA EM PERTENCES DO EMPREGADO REALIZADA 
NA PRESENÇA DE CLIENTES E COM ETIQUETAGEM DE PRODUTOS. A jurisprudência 
desta Corte tolera as revistas em bolsas, sacolas e pertences apenas em hipóteses nas quais 
os procedimentos sejam generalizados, sem contato físico e realizados de forma que 
não exponham o trabalhador à presença de terceiros. Todavia, esse não é o caso dos 
autos, uma vez que o acórdão recorrido registra que as revistas eram realizadas na pre-
sença de clientes e que o procedimento não era dirigido aos gerentes e encarregados. Além 
disso, foi registrado no acórdão que quando o trabalhador adquiria produtos da loja, estes 
eram etiquetados, o que configura conduta patronal abusiva, que extrapola o poder fiscali-
zatório do réu e ataca a intimidade e privacidade do empregado. Precedentes. Recurso de 
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revista não conhecido” (RR-545-17.2018.5.05.0021, 3ª Turma, Relator Ministro Alexandre de 
Souza Agra Belmonte, DEJT 18/02/2022). 
“(...) B) RECURSO DE REVISTA. DANO MORAL. REVISTA AOS PERTENCES DO 
EMPREGADO. A jurisprudência atual desta Corte é a de que a mera revista visual realizada 
nos pertences dos empregados (bolsas, armários e outros), de forma razoável e sem caráter 
discriminatório, não configura, por si só, ato ilícito a ensejar a indenização por dano moral, 
constituindo exercício regular do poder de direção e fiscalização do empregador. Ademais, 
esta Turma, inclusive, já se manifestou no sentido de que a particularidade acerca da revista 
visual empreendida na presença de clientes não teria o condão de alterar esse entendimento. 
Recurso de revista conhecido e provido” (RR-431-84.2016.5.05.0462, 8ª Turma, Relatora 
Ministra Dora Maria da Costa, DEJT 13/09/2019).
Obs. 1: monitoramento de e-mails.
a) Possibilidade de controle de e-mail corporativo.
O email corporativo é um email que pertence à empresa.
“AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. JUSTA CAUSA. PROVA ILÍ-
CITA. Nenhum dos dispositivos declinados como violados, incluindo-se o art. 5º, XII, da CF, 
disciplina a matéria inerente à ilicitude da prova para que se possa reputar violado. Além disso, 
a ilicitude da obtenção da prova pressupõe inobservância de norma disciplinadora, o que não 
sucedeu. Sob o prisma de violabilidade do sigilo dos e-mails, tampouco há falar em violação 
do art. 5º, XII, da CF, por se tratar de e-mail corporativo e não privado, meio de comunicação 
disponibilizado pelo empregador apenas para uso profissional conforme normas internas de 
conhecimento do empregado e com “ expressa previsão de gravação e monitoramento do 
correio eletrônico, ficando alertado que o colaborador não deve ter expectativa de privacidade 
na sua utilização (item 6.1 - fl. 176)”, conforme noticia o acórdão regional. JUSTA CAUSA. 
RECURSO DE REVISTA AMPARADO APENAS EM DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL. 
Sem valia as ementas transcritas, pois não informam a fonte de publicação. Súmula 337 do 
TST. Agravo de instrumento conhecido e desprovido “ (AIRR-1461-48.2010.5.10.0003, 3ª 
Turma, Relator Ministro Alexandre de Souza Agra Belmonte, DEJT 27/02/2015).
“1. PROVA ILÍCITA. “E-MAIL” CORPORATIVO. ACESSO E UTILIZAÇÃO DO CONTE-
ÚDO DAS MENSAGENS DOS EMPREGADOS PELO EMPREGADOR. POSSIBILIDADE. 
NÃO CONHECIMENTO. I. Consoante entendimento consolidado neste Tribunal, o 
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e-mail corporativo ostenta a natureza jurídica de ferramenta de trabalho. Daí porque é 
permitido ao empregador monitorar e rastrear a atividade do empregado em e-mail corpo-
rativo, isto é, checar as mensagens, tanto do ponto de vista formal (quantidade, horários de 
expedição, destinatários etc.) quanto sob o ângulo material ou de conteúdo, não se consti-
tuindo em prova ilícita aprova assim obtida. II. Não viola os arts. 5º, X e XII, da Constituição 
Federal, portanto, o acesso e a utilização, pelo empregador, do conteúdo do “e-mail” corpo-
rativo. III. Acórdão regional proferido em consonância ao entendimento desta Corte Superior. 
IV. Recurso de revista de que não se conhece. (...)” (RR1347-42.2014.5.12.0059, 4ª Turma, 
Relator Ministro Alexandre Luiz Ramos, DEJT 26/06/2020).
b) Uso de email corporativo para fins privados não gera necessariamente justa causa, 
mas pode gerar punição.
DISPENSA POR JUSTA CAUSA. NÃO CARACTERIZAÇÃO. 1. O Tribunal Regional con-
cluiu não restarem configuradas as supostas faltas graves justificadoras da justa causa - 
quais sejam, uso indevido do e-mail coorporativo; burla ao sistema de aferição do tempo 
despendido pelo cliente em filas para o fim de obter vantagem em programa de premiação; 
e assinatura pelo empregado, em nome de clientes, de propostas de planos de previdên-
cia privada. Registrou que, “embora seja evidente o uso inadequado do e-mail corporativo, 
não houve, conforme constou da própria defesa, utilização da ferramenta para promoção de 
molestamento, abuso sexual, vulgaridades ou obscenidade”, de modo que “o ato praticado 
pelo autor” não se equipara “àqueles passíveis de dispensa por justa causa”, mormente 
tendo em mira que há previsão, em norma interna da empresa, no sentido de que a utilização 
do e-mail corporativo para fins particulares é passível “de termos de compromisso, adver-
tências e suspensões”, bem como que “o reclamado jamais impôs ao reclamante qualquer 
sanção prévia à dispensa motivada, situação que implica inadequação do direito de resilir o 
contrato por justa causa”. (...)
2. O Tribunal Regional reconheceu o uso do e-mail corporativo para fins particulares, 
concluindo, contudo, que tal fato não é suficiente a ensejar a dispensa do reclamante por 
justa causa, pois há norma interna do reclamado que estabelece que o uso de e-mail corpo-
rativo para atividades que não sejam de interesse do empregador é passível de assinatura de 
termo de compromisso, advertência e suspensão. Nesse contexto, e à luz das disposições 
contidas em norma editada pelo próprio empregador, conclui-se que o uso de e-mail 
corporativo para fins particulares não é suficiente a ensejar a dispensa do reclamante 
por justa causa. Acresça-se que a pretensão do reclamado de demonstrar que o conteúdo 
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dos e-mails enviados pelo reclamante teria sido libidinoso exigiria o revolvimento de fatos e 
provas - o que é vedado em sede extraordinária, a teor da Súmula 126/TST -, pois o Cole-
giado a quo concluiu, ao exame do conjunto probatório, pela ausência de conteúdo sexual 
ou libidionoso nas referidas mensagens eletrônicas. (...)” (AIRR-1417-87.2010.5.10.0016, 1ª 
Turma, Relator Ministro Hugo Carlos Scheuermann, DEJT 12/06/2015).
Em suma, pode gerar punição, mas em regra, não deve gerar justa causa, observando, 
no entanto, o que é veiculado nesses e-mails.
c) Impossibilidade de controle do e-mail pessoal.
CF
Art. 5º (...)
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, asse-
gurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
XII – é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados 
e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na 
forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;
“PROVA ILÍCITA. E-MAIL CORPORATIVO. JUSTA CAUSA. DIVULGAÇÃO DE MATE-
RIAL PORNOGRÁFICO. 1. Os sacrossantos direitos do cidadão à privacidade e ao sigilo de 
correspondência, constitucionalmente assegurados, concernem à comunicação estritamente 
pessoal, ainda que virtual (e-mail particular). Assim, apenas o e-mail pessoal ou particular 
do empregado, socorrendo-se de provedor próprio, desfruta da proteção constitucional e 
legal de inviolabilidade. (...)” (RR-61300-23.2000.5.10.0013, 1ª Turma, Relator Ministro João 
Oreste Dalazen, DEJT 10/06/2005).
Obs. 2: uso do banheiro.
a) a restrição ao uso, seja por tempo, seja por frequência, gera violação à dignidade 
“(...) INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. RESTRIÇÃO DE USO DO BANHEIRO. 
VALOR. 1 - Esta Corte Superior considera que a restrição ao uso do banheiro (tempo e frequ-
ência) expõe de forma desnecessária a privacidade e a intimidade do trabalhador, ofendendo 
a sua dignidade. É que não há como estabelecer de forma objetiva o tempo e a frequência do 
uso do banheiro para todas as pessoas, devido às particularidades fisiológicas ou de saúde 
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de cada um. No caso, o TRT registrou que havia restrição ao uso do banheiro (tempo e fre-
quência). Assim, o procedimento adotado pela reclamada, no caso dos autos, é passível de 
indenização por dano moral. (...)” (ARR-109-03.2015.5.09.0005, 6ª Turma, Relatora Ministra 
Kátia Magalhães Arruda, DEJT 26/04/2019).
b) a mera necessidade de comunicação para fins de substituição da pessoa 
não gera dano
“(...) 2. DANO MORAL. RESTRIÇÕES AO USO DE BANHEIRO. NÃO CONFIGURAÇÃO. 
A configuração do dano moral, segundo dispõe o art. 186 do Código Civil, pressupõe a exis-
tência de conduta ilícita do pretenso ofensor, que produza efeito lesivo no íntimo do ofendido. 
O quadro fático descrito pelo Eg. Regional evidencia que não se trata de proibição de usar o 
banheiro, mas, somente, a necessidade de se comunicar a ida ao toalete para providenciar 
a substituição do empregado na linha de produção, não se divisando a existência de con-
duta ilícita da reclamada. Incabível, assim, a indenização pretendida pela autora. Agravo de 
instrumento conhecido e desprovido. (...)” (ARR-987-27.2018.5.12.0008, 3ª Turma, Relator 
Ministro Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, DEJT 14/02/2020).
“(...) INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS - RESTRIÇÃO AO USO DO BANHEIRO 
- NÃO CONFIGURAÇÃO - MERA COMUNICAÇÃO. Este Tribunal Superior consolidou o 
entendimento de que a limitação ou restrição da utilização dos toaletes fere o princípio da 
dignidade da pessoa humana (art. 1º, inciso III, da Constituição Federal), bem como o direito 
à honra e à intimidade (art. 5º, X, da Carta Magna), traduzindo-se em verdadeiro abuso no 
exercício do poder diretivo da empresa (art. 2º da CLT). No caso, não verificou, a Corte a quo, 
efetiva limitação ou restrição ao uso do banheiro pela reclamante, mas sim, necessidade de 
comunicação prévia para interrupção de seu trabalho. Nesse sentido, esta Corte tem enten-
dido que a necessidade de comunicação, sem que haja restrição ou limitação do uso dos 
sanitários, não configura abuso do poder direito o do empregador e, consequentemente, não 
gera direito a indenização por danos morais. Precedentes. Agravo de instrumento a que se 
nega provimento. (...)” (RR-761- 98.2015.5.02.0042, 7ª Turma, Relator Ministro Renato de 
Lacerda Paiva, DEJT 24/06/2022).
c) necessidade de autorização gera dano
“INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. LIMITAÇÃO DO USO DE BANHEIRO. NECES-
SIDADE DE COLOCAÇÃO DE NOME EM LISTA ELETRÔNICA PARA UTILIZAÇÃO DAS 
INSTALAÇÕES SANITÁRIAS DO SUPERMERCADO. I. A jurisprudência desta Corte Supe-
rior sedimentou posição de que a restrição ao uso de banheiro por parte do empregador, em 
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detrimento da satisfação das necessidades fisiológicas dos empregados, acarreta ofensa 
aos direitos de personalidade. Entende, ainda, que o condicionamento do uso de banheiros 
à autorização prévia viola o princípio da dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, daCons-
tituição da República), traduzindose em verdadeiro abuso no exercício do poder diretivo da 
empresa (art. 2º da CLT), o que configura ato ilícito, sendo, assim, passível de compensação 
por dano moral. Nesses termos, o ato ilícito ora discutido diz respeito à própria restrição ao 
uso do banheiro (a restrição desarrazoada em si mesma), em detrimento das necessidades 
fisiológicas do empregado, e não a algum ato pontual e específico de constrangimento do 
trabalhador no contexto de tal restrição. (...)” (RR-597-38.2015.5.02.0203, 7ª Turma, Relator 
Ministro Evandro Pereira Valadao Lopes, DEJT 31/03/2023).
Obs. 3: monitoramento por câmera.
O monitoramento é possível, porém, existem limites para isso.
a) monitoramento de banheiro, vestiário e refeitório gera dano, obviamente, esses casos 
ultrapassam os limites.
“RECURSO DE REVISTA. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. INSTALAÇÃO DE 
CÂMERA DE VÍDEO EM BANHEIRO. A instalação de câmeras de vigilância em banheiros e 
vestiários de empregados configura invasão de privacidade e intimidade a ensejar o paga-
mento de reparação por danos morais. In casu, muito embora não tenha sido comprovado 
que a instalação das câmeras foi determinada pela empregadora, não há como eximi-la de 
sua responsabilidade, na medida em que é responsável pelo seu ambiente de trabalho, 
devendo zelar pela intimidade e privacidade de seus trabalhadores e pela inocorrência de ilí-
citos dentro de suas dependências. Nesse contexto, não há como afastar a responsabilidade 
civil da reclamada. Recurso de revista conhecido e provido” (RR-1793-64.2016.5.12.0030, 8ª 
Turma, Relatora Ministra Dora Maria da Costa, DEJT 25/10/2019). 
b) Impossibilidade de fixação por norma coletiva
“I - RECURSO ORDINÁRIO DOS SUSCITADOS FIESP, SINDIREPA E SINAEMO - DIS-
SÍDIO COLETIVO DE NATUREZA ECONÔMICA - CLÁUSULA 25 - VIGILÂNCIA INTERNA 
Como a questão diz respeito à garantia da dignidade humana (art. 1º, III, da Constituição) e 
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à inviolabilidade da intimidade e da vida privada das pessoas (art. 5º, X, da Constituição), a 
instalação de câmeras de vigilância não se restringe à negociação entre as partes, podendo 
ser objeto do exercício do poder normativo para adequá-la às normas constitucionais. A juris-
prudência da C. SDC entende só ser possível utilizar câmeras de vigilância em locais que 
não violem as mencionadas garantias constitucionais, como pátio, corredores e locais de 
trabalho, sendo vedada a instalação em vestiários, banheiros, refeitórios e locais similares, 
razão por que a cláusula deve ser alterada para refletir o entendimento desta Corte. (...)” 
(RO-51049-84.2012.5.02.0000, Seção Especializada em Dissídios Coletivos, Relatora Minis-
tra Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, DEJT 04/03/2016).
Obs. 4: monitoramento de redes sociais.
a) utilização de informações para exercício de poder disciplinar.
“RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO. DISPENSA POR JUSTA CAUSA. ARTIGO 
482, ALÍNEA “G”, DA CLT. DEMONSTRAÇÃO INEQUÍVOCA DE FALTA GRAVE. VIOLAÇÃO 
DE SEGREDO DA EMPRESA CARACTERIZADA. MATÉRIA FÁTICA. SÚMULA 126 DO TST. 
RECLAMANTE ESTÁVEL. MEMBRO DE CIPA. INAPLICABILIDADE DA SÚMULA N. 339 
DO TST. GARANTIA NÃO ABSOLUTA. (...) II - Para tanto, assentou o TRT que “ é patente 
que o autor publicou no seu facebook informações de cunho sigiloso, o que implica quebra de 
fidúcia e, portanto, atrai a incidência do disposto no artigo 482, g, da CLT “. III - Nesse passo, 
asseverou que “é indene de dúvidas de que o reclamante tinha ciência de que era proibido 
tirar e publicar fotos do estaleiro, ainda que tenha impugnado o termo de confidencialidade, 
pois, todas as testemunhas ouvidas no processo confirmaram a ciência da aludida obriga-
ção”. IV - E ponderou que “analisado as fotos colacionadas, verifico que o reclamante não 
publicou uma ou duas fotos, mas dezenas de fotos dos mais diversos ângulos, onde é possí-
vel observar todo o parque industrial e processo de montagem de um navio, não precisando 
ser um profissional da área para deduzir que violam segredo da reclamada”.
V – Ressaltou, ainda, que “a hipótese não comporta a aplicação de gradação de penas 
pedagógicas, como pretende o reclamante, vez que o ato praticado pelo empregado é grave 
o suficiente para autorizar, de imediato, o rompimento do pacto laboral, por justa causa”. (...) 
IX - Nesse sentido, concluiu que “não há dúvidas, portanto, que a atitude do reclamante gera, 
para a empresa, o direito de rescindir o contrato de trabalho por justa causa, ante a impos-
sibilidade de se continuar a relação empregatícia sem a necessária confiança, que constitui 
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seu elo de manutenção”. X - Cumpre salientar que a base fática da controvérsia não pode 
ser revolvida pelo TST. A este órgão incumbe apenas a conclusão jurídica dela resultante, 
ou seja, examinar se os fatos lançados no acórdão impugnado tiveram o correto enquadra-
mento jurídico. XI - Fixado pelo TRT que “não há dúvidas, portanto, que a atitude do recla-
mante gera, para a empresa, o direito de rescindir o contrato de trabalho por justa causa, ante 
a impossibilidade de se continuar a relação empregatícia sem a necessária confiança, que 
constitui seu elo de manutenção”, só seria possível a reforma do julgado mediante o revolvi-
mento da prova, atividade refratária ao âmbito de cognição do TST, a teor da Súmula n. 126. 
(...)” (AIRR-544-92.2015.5.17.0121, 5ª Turma, Relator Ministro Antonio José de Barros Leve-
nhagen, DEJT 25/11/2016).
b) uso para verificação de suspeição ou impedimento de testemunha.
A rede social pode ser usada para comprovar amizade entre a testemunha e o indivíduo.
“AGRAVO DE INSTRUMENTO INTERPOSTO EM RECURSO DE REVISTA CERCEA-
MENTO DE DEFESA. CONTRADITA DE TESTEMUNHA. SUSPEIÇÃO. AMIZADE ÍNTIMA. 
TROCA DE MENSAGENS EM REDE SOCIAL. NULIDADE NÃO CONFIGURADA. A caracte-
rização do cerceamento do direito de defesa está jungida às hipóteses em que determinada 
prova, cuja produção foi indeferida pelo juiz, revela-se indispensável ao desfecho da contro-
vérsia. No caso, segundo o Regional, ficou configurada a amizade íntima entre a autora 
e a testemunha por ela convidada, conforme apurado em publicações na rede social 
“facebook”. Desse modo, para se chegar à conclusão diversa do Regional, a respeito 
da configuração de amizade íntima entre autora e testemunha, por meio de rede social, 
seria necessário rever a valoração do conteúdo das publicações no “facebook”, provi-
dência não permitida nesta instância recursal de natureza extraordinária, consoante o 
disposto na Súmula n. 126 do TST. (...)” (AIRR-1001538-20.2016.5.02.0434, 2ª Turma, Rela-
tor Ministro José Roberto Freire Pimenta, DEJT 28/06/2019). 
Obs. 5: quebra de sigilo bancário.
Por base, o monitoramento geral de todas as contas não gera indenização, é obrigação 
da instituição financeira.
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a) monitoramento indiscriminado de contas de clientes e empregados por força de lei e 
ato normativo
LC 105/01
Art. 1º As instituições financeiras conservarão sigilo em suas operações ativas e passi-
vas e serviços prestados.
§ 3º Não constitui violação do dever de sigilo:
IV – a comunicação, às autoridades competentes, da prática de ilícitos penais ou adminis-
trativos, abrangendo o fornecimento de informações sobre operações que envolvam recur-
sos provenientes de qualquer prática criminosa;
V – a revelação de informações sigilosas com o consentimento expresso dos interessados;
VII – o fornecimento de dados financeiros e de pagamentos, relativos a operações decrédito e obrigações de pagamento adimplidas ou em andamento de pessoas naturais ou 
jurídicas, a gestores de bancos de dados, para formação de histórico de crédito, nos termos 
de lei específica.
Lei n. 9.613/1998
Art. 9º Sujeitam-se às obrigações referidas nos arts. 10 e 11 as pessoas físicas e jurídi-
cas que tenham, em caráter permanente ou eventual, como atividade principal ou acessória, 
cumulativamente ou não:
I – a captação, intermediação e aplicação de recursos financeiros de terceiros, em moeda 
nacional ou estrangeira;
II – a compra e venda de moeda estrangeira ou ouro como ativo financeiro ou instru-
mento cambial;
III – a custódia, emissão, distribuição, liquidação, negociação, intermediação ou adminis-
tração de títulos ou valores mobiliários. (...)
Lei n. 9.613/1998
Art. 10. As pessoas referidas no art. 9º:
I – identificarão seus clientes e manterão cadastro atualizado, nos termos de instruções 
emanadas das autoridades competentes;
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II – manterão registro de toda transação em moeda nacional ou estrangeira, títulos e 
valores mobiliários, títulos de crédito, metais, ou qualquer ativo passível de ser convertido em 
dinheiro, que ultrapassar limite fixado pela autoridade competente e nos termos de instruções 
por esta expedidas;
Art. 11. As pessoas referidas no art. 9º:
I – dispensarão especial atenção às operações que, nos termos de instruções emanadas 
das autoridades competentes, possam constituir-se em sérios indícios dos crimes previstos 
nesta Lei, ou com eles relacionar-se;
II – deverão comunicar ao Coaf, abstendo-se de dar ciência de tal ato a qualquer pessoa, 
inclusive àquela à qual se refira a informação, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, a pro-
posta ou realização:
a) de todas as transações referidas no inciso II do art. 10, acompanhadas da identificação 
de que trata o inciso I do mencionado artigo; e
b) das operações referidas no inciso I;
III – deverão comunicar ao órgão regulador ou fiscalizador da sua atividade ou, na sua 
falta, ao Coaf, na periodicidade, forma e condições por eles estabelecidas, a não ocorrên-
cia de propostas, transações ou operações passíveis de serem comunicadas nos termos do 
inciso II.
§ 1º As autoridades competentes, nas instruções referidas no inciso I deste artigo, elabo-
rarão relação de operações que, por suas características, no que se refere às partes envolvi-
das, valores, forma de realização, instrumentos utilizados, ou pela falta de fundamento eco-
nômico ou legal, possam configurar a hipótese nele prevista.
§ 2º As comunicações de boa-fé, feitas na forma prevista neste artigo, não acarretarão 
responsabilidade civil ou administrativa. 
“RECURSO DE EMBARGOS. REGÊNCIA DA LEI N. 11.496/2007. QUEBRA DE SIGILO 
BANCÁRIO. ANÁLISE INDISCRIMINADA DAS MOVIMENTAÇÕES NAS CONTAS BANCÁ-
RIAS DOS CORRENTISTAS E EMPREGADOS. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. 1. A 
eg. Segunda Turma proferiu acórdão em harmonia com a jurisprudência deste Tribunal Supe-
rior no sentido de que o exame, pela instituição bancária da movimentação financeira de cor-
rentistas, inclusive seus empregados, desde que ocorra de forma indistinta, não implica, 
necessariamente, quebra do sigilo bancário, mas o cumprimento do que determina o 
ordenamento jurídico (art. 11, II, § 2º, da Lei n. 9.613/98), não configurando, portanto, dano 
moral passível de indenização. 2. Nesse contexto, os embargos se afiguram incabíveis, nos 
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termos do art. 894, II, da CLT, considerada a redação dada pela Lei n. 11.496/2007. Recurso 
de embargos de que não se conhece” (E-RR-155- 88.2012.5.03.0158, Subseção I Especiali-
zada em Dissídios Individuais, Relator Ministro Walmir Oliveira da Costa, DEJT 21/06/2019).
“DANO MORAL. EMPREGADO BANCÁRIO. MONITORAMENTO DE CONTA COR-
RENTE. VIOLAÇÃO DE PRIVACIDADE. QUEBRA ILEGAL DE SIGILO. NÃO CARACTERI-
ZAÇÃO 1. O monitoramento indiscriminado das contas correntes de todos os empregados 
de instituição financeira não constitui violação ilícita do sigilo bancário se observados os limi-
tes da legislação vigente acerca da obrigatoriedade de prestação de informações, por parte 
das instituições bancárias, ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) e ao 
Banco Central do Brasil - Lei n. 9.613/1998 (alterada pela Lei n. 12.613/2012) e Lei Comple-
mentar n. 105/2001. 2. Em razão de previsão legal expressa, o empregador confunde-se com 
a autoridade a quem o sistema normativo incumbe o direito-dever de guardar o sigilo bancá-
rio e, ao mesmo tempo, prestar aos órgãos de controle informações acerca do conteúdo das 
movimentações de todos os correntistas, o que inclui seus próprios empregados. Não dispõe 
o Banco, em face desse quadro, da alternativa de não monitorar as contas-correntes dos 
clientes, dentre os quais figuram seus empregados. 3. Ao meramente atender determina-
ção legal, o Banco empregador não lesiona o patrimônio moral dos empregados. Ine-
xistência de afronta ao direito fundamental à privacidade. 4. Embargos de que se conhece, 
por divergência jurisprudencial, e a que se dá provimento” (E-RR-2688-50.2011.5.03.0030, 
Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, Relator Ministro João Oreste Dalazen, 
DEJT 20/03/2015).
Não pode haver excesso
Por exemplo, o branco, averiguar a conta em interesse próprio, sem autorização judicial.
“INSTITUIÇÃO BANCÁRIA. ANÁLISE ESPECÍFICA DA MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA 
DO EMPREGADO. QUEBRA DO SIGILO BANCÁRIO - CONFIGURAÇÃO. INDENIZAÇÃO 
POR DANO MORAL. A pesquisa, pela instituição bancária, da movimentação financeira de 
seus correntistas, aí incluídos, também, os seus empregados, decorre de expressa obriga-
ção prevista nos arts. 10, II, e 11, I e II, da Lei n. 9.613/98, não acarretando, por si só, quebra 
do sigilo bancário, conforme disciplina o § 2º do art. 11 do dispositivo legal. Contudo, reve-
lado excesso e desvirtuamento no cumprimento, pelo empregador, da obrigação estabele-
cida em Lei, confira-se a ilicitude em sua atuação, de modo que se sustenta a pretensão do 
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reclamante à indenização por dano moral. Agravo de instrumento conhecido e desprovido.” 
(AIRR-701-41.2017.5.14.0004, 3ª Turma, Relator Ministro Alberto Luiz Bresciani de Fontan 
Pereira, DEJT 26/11/2021).
b) acesso a dados bancário para auditoria interna, sem autorização, gera dano
“RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR. DANOS MORAIS CAUSADOS AO 
EMPREGADO. CARACTERIZAÇÃO. QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO. (...) No particular, 
deixa-se claro não ser possível monitoramento, pela empresa bancária, da conta-corrente 
dos seus empregados, diante da clara distinção entre as relações jurídicas de emprego e 
consumerista. Ao ser admitido, o empregado não transfere para o empregador senão a pos-
sibilidade de dispor de sua força de trabalho, o que não se confunde, em absoluto, com o 
controle sobre a sua vida pessoal, salvo naquilo que disser respeito ao primeiro dos víncu-
los mencionados, diante da clara possibilidade de até mesmo haver punições por atos pra-
ticados na esfera privada. Claro que desconhecer a possibilidade de o banco, na condição 
de participante da relação jurídica que ensejou a abertura da conta-corrente, ter acesso às 
informações a ela pertinentes seria ignorar a realidade, mesmo porque há casos em que 
dados devem ser repassados ao Banco Central, a exemplo de depósitos feitos acima de 
determinado valor ou mesmo o agendamento de pedidos de resgate de quantias elevadas, 
que, em regra, devem ser feitos antecipadamente, aquisição de moeda estrangeira ou sim-
plesmentepara venda de produtos a clientes que efetuam depósitos de elevada monta. No 
caso, o quadro fático registrado pelo Tribunal Regional revela que o sigilo bancário da autora 
foi quebrado pela instituição financeira, em procedimento de investigação interna, inexis-
tindo registro acerca de sua autorização ou mesmo ciência a respeito desse procedimento. 
Independentemente da ausência de exposição dos dados bancários, o simples fato de o réu 
investigar as contas do reclamante, sem seu consentimento, configura dano de ordem moral. 
Precedentes. Agravo conhecido e não provido” (Ag-RR-4273- 87.2013.5.12.0040, 7ª Turma, 
Relator Ministro Cláudio Mascarenhas Brandão, DEJT 14/06/2019). 
c) impossibilidade de utilização de extrato bancário como prova sem autorização judicial.
“(...) QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO. UTILIZAÇÃO DE EXTRATOS BANCÁRIOS DO 
RECLAMANTE, EM RECLAMAÇÃO TRABALHISTA, PELA PRIMEIRA RECLAMADA, INS-
TITUIÇÃO FINANCEIRA, PARA COMPROVAÇÃO DO REEMBOLSO DE DESPESAS COM 
COMBUSTÍVEIS. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL PARA QUEBRA DE SIGILO. OFENSA 
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À INTIMIDADE DO RECLAMANTE. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS (...) Discute-se, 
pois, se utilização de extratos bancários da conta corrente do reclamante, de que a primeira 
reclamada (empregadora) dispunha como instituição financeira depositária, para comprova-
ção do pagamento de verba por ele pleiteada (reembolso de quilômetros rodados), constitui 
quebra de sigilo, a ensejar a condenação do empregador ao pagamento de indenização 
por dano moral. Cabe destacar que, ao contrário da tese adotada pelo Regional, os extratos 
da conta corrente do reclamante não constituíam o único meio de prova de que a primeira 
reclamada dispunha para demonstrar o pagamento do reembolso dos quilômetros rodados. 
Poderia ela ter se valido do recibo de depósito efetuado na conta do reclamante ou requerido 
autorização judicial para acessar a movimentação bancária do reclamante e juntar extratos 
bancários à ação em curso. (...) Assim, com base na jurisprudência desta Corte, a quebra de 
sigilo bancário do empregado, fora das hipóteses previstas na legislação, é ilícita, ensejando 
a responsabilização da instituição financeira (empregadora) pela afronta à intimidade e priva-
cidade do autor, nos termos dos artigos 5º, inciso X, da Constituição Federal e 186 do Código 
Civil. Recurso de revista conhecido e provido” (RR-144700- 40.2009.5.04.0512, 2ª Turma, 
Relator Ministro José Roberto Freire Pimenta, DEJT 26/08/2016).
4 Poder disciplinar
O empregador, quando constata alguma irregularidade perpetrada pelo empregado, pode 
exercer o poder disciplinar. Pode, assim, aplicar penalidades ao empregado. Normalmente, 
existem três tipos básicos de penalidade: justa causa (punição mais grave), suspensão e 
advertência.
��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula pre-
parada e ministrada pelo professor José Gervásio Meireles. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo 
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.