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HISTORIA - MODERNA PLUS - Volume unico-382-384


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Seção 19.3
 Objetivos
 Explicar o pioneirismo 
inglês na Revolução 
Industrial.
 Entender as diferenças 
entre o artesanato e 
a produção industrial 
moderna e as 
especificidades de 
cada um deles.
 Termos e conceitos
• Revolução Industrial
• istema doméstico
• istema manufatureiro
• Ma uinofatura
• Liberalismo econ mico
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e inicia mente a industria i ação 
atingia principa mente a a ricação 
de tecidos o e e a est presente em 
todos os setores desde os de a imentos 
ca çados e autom eis até os dos mais 
modernos produtos e etr nicos
A Revolução Industrial
 O pioneirismo ingl s no processo 
de industrialização
os dias de o e i emos em um mundo no ua muitos dos produtos 
ue uti i amos em nosso cotidiano são resu tado de a gum tipo de processo 
industria a tamente mecani ado etos simp es como canetas e cader
nos e produtos so isticados como supercomputadores e ro s são rutos 
da Revolução Industrial um con unto de mudanças na orma de produ ir 
mercadorias e nas re aç es de tra a o ue te e origem na ng aterra nas 
timas décadas do sécu o 
A ng aterra oi o primeiro pa s a reunir as condiç es necess rias para dar 
in cio ao processo de industria i ação Ap s a e o ução oriosa em 
com as restriç es atuação do rei e o aumento do poder do ar amento os re
presentantes da urguesia puderam apro ar medidas ue es interessa am 
como o im dos monop ios e das tari as protecionistas a garantia do direito 
 propriedade pri ada e a proi ição das organi aç es de tra a adores
utro e emento indispens e para o sucesso da ati idade industria na 
ng aterra oi a o erta a undante de mão de o ra s cercamentos e a or
gani ação capita ista da agricu tura e propriaram grande uantidade de 
tra a adores i res das terras ue ocupa am ara so re i erem muitas 
am ias migraram para as cidades e passaram a tra a ar como assa aria
dos nas ricas A supere p oração da orça de tra a o permitiu a r pida 
acumu ação de ucro ue era rein estido no processo industria
m outras regi es da uropa essas condiç es não e istiam as monar
uias a so utas ue igora am na maior parte do continente europeu a ase 
da economia continua a sendo a agricu tura organi ada ainda em ases eu
dais Assim desde o ina do sécu o a urguesia ing esa esta a i re dos 
entra es co ocados pe o stado industria i ação e dispun a de uma asta 
reser a de mão de o ra para suas manu aturas ara inanciar a insta ação 
e a amp iação das manu aturas porém oram necess rios in estimentos e 
capita acumu ado
“O capital para o desenvolvimento industrial foi fornecido, direta ou indiretamente, 
por mercadores, traficantes de escravos e piratas, cujas fortunas tinham sido acumuladas 
no ultramar.”
ristop er i e ng is e o ution n A A osé o son de Andrade A Revolução 
Inglesa ão au o rasi iense p 
 
essa orma os capitais acumu ados graças poderosa marin a ing e
sa ue no im do sécu o domina a o comércio u tramarino e grande 
parte do tr ico de escra os em como as rendas o tidas com a agricu tura 
capita ista e a e p oração da mão de o ra das manu aturas permitiram 
gerar os recursos necess rios para impu sionar o processo de in
dustria i ação
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 Da produção artesanal 
à maquinofatura
o per odo anterior e o ução ndustria a 
trans ormação de matérias primas em mercadorias 
tin a caracter sticas di erentes das de o e o 
c amado sistema doméstico a partir do sécu o 
os tra a adores eram donos de suas pr prias er
ramentas de tra a o ou as a uga am de terceiros 
odas as etapas da produção eram e ecutadas em 
suas pr prias casas ou em pe uenas o icinas arte
sanais com a a uda dos i os da esposa e de outros 
empregados A produção era eita so encomenda e 
entregue depois a comerciantes ou mercadores ue 
a endiam no mercado interno ou a e porta am
 no sistema manufatureiro desen o ido a 
partir do sécu o a produção não era mais rea
i ada no am iente doméstico mas em grandes o i
cinas nas uais os artesãos ica am reunidos es 
não eram mais donos dos instrumentos de produção 
e sim tra a adores assa ariados ue e ecuta am 
unç es espec icas a mando de um patrão ou mestre 
A produção era di idida em di ersas etapas e cada tra
a ador era respons e por uma ase do processo
anto no sistema doméstico uanto no manu a
tureiro os tra a adores s uti i a am erramentas 
simp es e ainda ue tra a assem com rapide os 
imites do corpo umano não permitiam amp iar a 
produção A ém disso nesses sistemas a produção 
dependia essencia mente da a i idade e da per cia 
do tra a ador
om o ad ento das m uinas ou a maquino-
fatura na segunda metade do sécu o a 
produti idade aumentou ertiginosamente pois se 
redu iu o tempo de tra a o necess rio para pro
du ir mercadorias essa orma os custos oram 
redu idos e o ucro do empres rio aumentou
s o cios e as a i idades dos tra a adores 
tornaram se dispens eis pois as tare as de a i
mentar a m uina e igiar o processo de produção 
eram re ati amente simp es e não demanda am 
mão de o ra ua i icada em contro e so re o pro
cesso de produção o tra a ador tornou se apenas 
um ap ndice da m uina um rgão de um sistema 
ue e e não go erna a odo poder e contro e pas
saram para o dono da rica ue esta e ecia o 
ritmo da produção o tempo de tra a o e o a or 
do sa rio [doc. 2]
om a e o ução ndustria a produção artesa
na de ens de consumo não dei ou de e istir mas 
passou a ocupar uma posição margina na econo
mia das grandes cidades industriais Até o e por 
e emp o podemos mo i iar nossa casa com m eis 
eitos mão por um carpinteiro especia i ado ou 
usar roupas eitas so medida por um a aiate
DOC. 2 o a to am ia preparando in o no s tão da casa 
gra ura de useu ictoria e A ert ondres acima 
teares impu sionados por ei os de transmissão em uma rica 
ing esa de tecidos gra ura de ote a di erença entre a 
produção caseira e a produção a ri surgida com a e o ução 
ndustria
 preciso em rar ue tanto o carpinteiro uanto o 
a aiate usam m uinas e étricas e matérias primas 
tecidos a iamentos ocos e t uas de madeira ue 
oram eitas em ricas por processos mec nicos 
o mundo contempor neo e istem e uipamentos 
comp e os ue são contro ados por computadores 
programados para e ecutar determinadas tare as 
As m uinas da época da e o ução ndustria no 
entanto eram re ati amente simp es e constitu das 
asicamente de tr s partes
• motor ue con erte um tipo de energia térmica 
idr u ica etc em energia mec nica ue impu sio
na o mo imento da m uina
• transmissão uma engrenagem ei o ro dana etc 
ue regu a e trans ere o mo imento gerado pe o 
motor para as erramentas 
• ferramentas ue e ecutam as operaç es neces
s rias para o tipo de produção a ue se destinam
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 A revolução das máquinas
Ao longo do século XVIII, diversas invenções e 
inovações tecnológicas dinamizaram a produção, 
em particular no setor têxtil. Essas invenções foram 
sendo aperfeiçoadas e, com o tempo, se difundiram 
pelas fábricas da Inglaterra. Veja algumas delas.
• Lançadeira volante: inventada por John Kay, em 
1733, foi inicialmente criada para aumentar a rapidez 
na tecelagem de fios de lã, mas logo foi adaptada 
para outros fios, como os de algodão. Ela permitiu 
dobrar a produtividade do trabalho de um tecelão.
• Máquina de fiar jenny: inventada por James Har-
greaves, em 1764, e patenteada em 1769.Na fiação 
manual, só é possível tecer um fuso de cada vez. 
Essa máquina possuía até 18 fusos, podendo tecer 
diversos fios, ao mesmo tempo. Foi uma das inven-
ções mais relevantes da Revolução Industrial.
• Tear hidráulico: patenteado por Richard Arkwright, 
em 1768, era movido com a ajuda de um moinho 
de água. Dispensava a força humana para lhe dar 
impulso e permitiu economizar trabalho e melhorar 
a qualidade dos fios produzidos.
A máquina a vapor
Em 1769, James Watt aperfeiçoou a máquina a 
vapor, criada por Thomas Newcomen. O vapor gerado 
pela queima de carvão permitiu a aceleração sem 
precedentes da atividade industrial. Enquanto de-
pendiam da força da água, as fábricas tinham de ser 
instaladas obrigatoriamente perto dos cursos dos 
rios. Com a introdução da máquina a vapor, as fábricas 
passaram a se concentrar em cidades próximas de 
locais onde havia disponibilidade de carvão.
DOC. 3 Locomotiva 
Rocket de Stephenson, 
gravura colorida de 1829.
A máquina de Watt foi usada para diversas fun-
ções, como mover locomotivas e navios e acionar os 
enormes foles e martelos utilizados na metalurgia. 
Até a invenção dos motores de combustão interna 
e das usinas elétricas no começo do século XX, 
os motores a vapor dominaram a indústria e os 
transportes.
As primeiras ferrovias
O aumento vertiginoso da produção de merca-
dorias criou novas necessidades, como meios de 
transporte mais rápidos e eficientes para levar os 
produtos a seus locais de destino. Nesse contexto, 
surgiram as primeiras ferrovias, um sistema de 
transporte feito sobre trilhos. Desde o século XVI, 
existiam carros, geralmente puxados por cavalos, 
que deslizavam sobre trilhos de madeira e eram 
utilizados para transportar carvão das minas. Mas 
esses trilhos não suportavam muita carga e se dete-
rioravam facilmente. Foi somente a partir da década 
de 1790, com as inovações do processo de fundição 
de ferro, que trilhos mais resistentes puderam ser 
fabricados.
O inventor inglês Richard Trevithick desenvol-
veu uma das primeiras locomotivas de que se tem 
notícia. A locomotiva de Trevithick fez sua primeira 
viagem em 1804, mas não se mostrou uma máquina 
funcional. Ela era muito pesada para os trilhos de 
madeira e para os trilhos de ferro fundido. George 
Stephenson construiu o primeiro modelo funcional 
de locomotiva, em 1814. Mas apenas em 1825 foi 
criado o trecho de ferrovia que serviria ao transporte 
regular de público e cargas, como carvão, ferro ou 
tecidos [doc. 3].
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