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R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Seção 19.3 Objetivos Explicar o pioneirismo inglês na Revolução Industrial. Entender as diferenças entre o artesanato e a produção industrial moderna e as especificidades de cada um deles. Termos e conceitos • Revolução Industrial • istema doméstico • istema manufatureiro • Ma uinofatura • Liberalismo econ mico 355 C ap ít u lo 1 9 • as e o uç es ng es as e o uç ão nd us tr ia e inicia mente a industria i ação atingia principa mente a a ricação de tecidos o e e a est presente em todos os setores desde os de a imentos ca çados e autom eis até os dos mais modernos produtos e etr nicos A Revolução Industrial O pioneirismo ingl s no processo de industrialização os dias de o e i emos em um mundo no ua muitos dos produtos ue uti i amos em nosso cotidiano são resu tado de a gum tipo de processo industria a tamente mecani ado etos simp es como canetas e cader nos e produtos so isticados como supercomputadores e ro s são rutos da Revolução Industrial um con unto de mudanças na orma de produ ir mercadorias e nas re aç es de tra a o ue te e origem na ng aterra nas timas décadas do sécu o A ng aterra oi o primeiro pa s a reunir as condiç es necess rias para dar in cio ao processo de industria i ação Ap s a e o ução oriosa em com as restriç es atuação do rei e o aumento do poder do ar amento os re presentantes da urguesia puderam apro ar medidas ue es interessa am como o im dos monop ios e das tari as protecionistas a garantia do direito propriedade pri ada e a proi ição das organi aç es de tra a adores utro e emento indispens e para o sucesso da ati idade industria na ng aterra oi a o erta a undante de mão de o ra s cercamentos e a or gani ação capita ista da agricu tura e propriaram grande uantidade de tra a adores i res das terras ue ocupa am ara so re i erem muitas am ias migraram para as cidades e passaram a tra a ar como assa aria dos nas ricas A supere p oração da orça de tra a o permitiu a r pida acumu ação de ucro ue era rein estido no processo industria m outras regi es da uropa essas condiç es não e istiam as monar uias a so utas ue igora am na maior parte do continente europeu a ase da economia continua a sendo a agricu tura organi ada ainda em ases eu dais Assim desde o ina do sécu o a urguesia ing esa esta a i re dos entra es co ocados pe o stado industria i ação e dispun a de uma asta reser a de mão de o ra para suas manu aturas ara inanciar a insta ação e a amp iação das manu aturas porém oram necess rios in estimentos e capita acumu ado “O capital para o desenvolvimento industrial foi fornecido, direta ou indiretamente, por mercadores, traficantes de escravos e piratas, cujas fortunas tinham sido acumuladas no ultramar.” ristop er i e ng is e o ution n A A osé o son de Andrade A Revolução Inglesa ão au o rasi iense p essa orma os capitais acumu ados graças poderosa marin a ing e sa ue no im do sécu o domina a o comércio u tramarino e grande parte do tr ico de escra os em como as rendas o tidas com a agricu tura capita ista e a e p oração da mão de o ra das manu aturas permitiram gerar os recursos necess rios para impu sionar o processo de in dustria i ação HIST_PLUS_UN_F_CAP_19.indd 355 12/11/10 16:25:38 356 U n id ad e F • m a er a de r e o uç es e t ra ns or m aç es Da produção artesanal à maquinofatura o per odo anterior e o ução ndustria a trans ormação de matérias primas em mercadorias tin a caracter sticas di erentes das de o e o c amado sistema doméstico a partir do sécu o os tra a adores eram donos de suas pr prias er ramentas de tra a o ou as a uga am de terceiros odas as etapas da produção eram e ecutadas em suas pr prias casas ou em pe uenas o icinas arte sanais com a a uda dos i os da esposa e de outros empregados A produção era eita so encomenda e entregue depois a comerciantes ou mercadores ue a endiam no mercado interno ou a e porta am no sistema manufatureiro desen o ido a partir do sécu o a produção não era mais rea i ada no am iente doméstico mas em grandes o i cinas nas uais os artesãos ica am reunidos es não eram mais donos dos instrumentos de produção e sim tra a adores assa ariados ue e ecuta am unç es espec icas a mando de um patrão ou mestre A produção era di idida em di ersas etapas e cada tra a ador era respons e por uma ase do processo anto no sistema doméstico uanto no manu a tureiro os tra a adores s uti i a am erramentas simp es e ainda ue tra a assem com rapide os imites do corpo umano não permitiam amp iar a produção A ém disso nesses sistemas a produção dependia essencia mente da a i idade e da per cia do tra a ador om o ad ento das m uinas ou a maquino- fatura na segunda metade do sécu o a produti idade aumentou ertiginosamente pois se redu iu o tempo de tra a o necess rio para pro du ir mercadorias essa orma os custos oram redu idos e o ucro do empres rio aumentou s o cios e as a i idades dos tra a adores tornaram se dispens eis pois as tare as de a i mentar a m uina e igiar o processo de produção eram re ati amente simp es e não demanda am mão de o ra ua i icada em contro e so re o pro cesso de produção o tra a ador tornou se apenas um ap ndice da m uina um rgão de um sistema ue e e não go erna a odo poder e contro e pas saram para o dono da rica ue esta e ecia o ritmo da produção o tempo de tra a o e o a or do sa rio [doc. 2] om a e o ução ndustria a produção artesa na de ens de consumo não dei ou de e istir mas passou a ocupar uma posição margina na econo mia das grandes cidades industriais Até o e por e emp o podemos mo i iar nossa casa com m eis eitos mão por um carpinteiro especia i ado ou usar roupas eitas so medida por um a aiate DOC. 2 o a to am ia preparando in o no s tão da casa gra ura de useu ictoria e A ert ondres acima teares impu sionados por ei os de transmissão em uma rica ing esa de tecidos gra ura de ote a di erença entre a produção caseira e a produção a ri surgida com a e o ução ndustria preciso em rar ue tanto o carpinteiro uanto o a aiate usam m uinas e étricas e matérias primas tecidos a iamentos ocos e t uas de madeira ue oram eitas em ricas por processos mec nicos o mundo contempor neo e istem e uipamentos comp e os ue são contro ados por computadores programados para e ecutar determinadas tare as As m uinas da época da e o ução ndustria no entanto eram re ati amente simp es e constitu das asicamente de tr s partes • motor ue con erte um tipo de energia térmica idr u ica etc em energia mec nica ue impu sio na o mo imento da m uina • transmissão uma engrenagem ei o ro dana etc ue regu a e trans ere o mo imento gerado pe o motor para as erramentas • ferramentas ue e ecutam as operaç es neces s rias para o tipo de produção a ue se destinam HIST_PLUS_UN_F_CAP_19.indd 356 12/11/10 15:46:38 R ep ro du çã o pr oi bi da . A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 357 C ap ít u lo 1 9 • as e o uç es ng es as e o uç ão nd us tr ia A revolução das máquinas Ao longo do século XVIII, diversas invenções e inovações tecnológicas dinamizaram a produção, em particular no setor têxtil. Essas invenções foram sendo aperfeiçoadas e, com o tempo, se difundiram pelas fábricas da Inglaterra. Veja algumas delas. • Lançadeira volante: inventada por John Kay, em 1733, foi inicialmente criada para aumentar a rapidez na tecelagem de fios de lã, mas logo foi adaptada para outros fios, como os de algodão. Ela permitiu dobrar a produtividade do trabalho de um tecelão. • Máquina de fiar jenny: inventada por James Har- greaves, em 1764, e patenteada em 1769.Na fiação manual, só é possível tecer um fuso de cada vez. Essa máquina possuía até 18 fusos, podendo tecer diversos fios, ao mesmo tempo. Foi uma das inven- ções mais relevantes da Revolução Industrial. • Tear hidráulico: patenteado por Richard Arkwright, em 1768, era movido com a ajuda de um moinho de água. Dispensava a força humana para lhe dar impulso e permitiu economizar trabalho e melhorar a qualidade dos fios produzidos. A máquina a vapor Em 1769, James Watt aperfeiçoou a máquina a vapor, criada por Thomas Newcomen. O vapor gerado pela queima de carvão permitiu a aceleração sem precedentes da atividade industrial. Enquanto de- pendiam da força da água, as fábricas tinham de ser instaladas obrigatoriamente perto dos cursos dos rios. Com a introdução da máquina a vapor, as fábricas passaram a se concentrar em cidades próximas de locais onde havia disponibilidade de carvão. DOC. 3 Locomotiva Rocket de Stephenson, gravura colorida de 1829. A máquina de Watt foi usada para diversas fun- ções, como mover locomotivas e navios e acionar os enormes foles e martelos utilizados na metalurgia. Até a invenção dos motores de combustão interna e das usinas elétricas no começo do século XX, os motores a vapor dominaram a indústria e os transportes. As primeiras ferrovias O aumento vertiginoso da produção de merca- dorias criou novas necessidades, como meios de transporte mais rápidos e eficientes para levar os produtos a seus locais de destino. Nesse contexto, surgiram as primeiras ferrovias, um sistema de transporte feito sobre trilhos. Desde o século XVI, existiam carros, geralmente puxados por cavalos, que deslizavam sobre trilhos de madeira e eram utilizados para transportar carvão das minas. Mas esses trilhos não suportavam muita carga e se dete- rioravam facilmente. Foi somente a partir da década de 1790, com as inovações do processo de fundição de ferro, que trilhos mais resistentes puderam ser fabricados. O inventor inglês Richard Trevithick desenvol- veu uma das primeiras locomotivas de que se tem notícia. A locomotiva de Trevithick fez sua primeira viagem em 1804, mas não se mostrou uma máquina funcional. Ela era muito pesada para os trilhos de madeira e para os trilhos de ferro fundido. George Stephenson construiu o primeiro modelo funcional de locomotiva, em 1814. Mas apenas em 1825 foi criado o trecho de ferrovia que serviria ao transporte regular de público e cargas, como carvão, ferro ou tecidos [doc. 3]. HIST_PLUS_UN_F_CAP_19.indd 357 11/11/10 14:16:05