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HISTORIA - MODERNA PLUS - Volume unico-388-390


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DOC. 4 Manufatura de algodão, gravura da 
primeira metade do século XIX.
 Quebradores de máquinas
“No mesmo dia, nas primeiras horas da tarde, uma 
grande fábrica situada em Crosley foi atacada por eles [que-
bradores de máquinas]. O chefe da fábrica pôde, com ajuda 
de alguns vizinhos, rechaçar o ataque e salvar a fábrica por 
esta vez. Dois dos assaltantes morreram no lugar. Aquela 
gente se exasperou e jurou vingar-se. Assim, pois, passaram 
o domingo e a manhã de segunda reunindo fuzis e munições. 
Mineiros se juntaram então a 8 mil homens, [que] marcharam 
[...] até a fábrica de onde haviam sido rechaçados no sábado. 
Acharam ali sir Richard Clyton à frente de uma guarda de 
50 inválidos. Que podia fazer com um punhado de homens 
contra esses milhares enraivecidos? Tiveram que retirar-se 
[…] enquanto a multidão destruía de cima a baixo máquinas 
avaliadas em mais de 10 mil libras. Na terça pela manhã, 
ouvimos seus tambores a uma distância de duas milhas, 
pouco antes de abandonar Bolton. Sua intenção declarada 
era apoderar-se da cidade, depois de Manchester, Stockport, 
e daí marchar para Cromford para destruir as máquinas não 
só nestes lugares como em toda a Inglaterra.”
Carta de Josiah Wedgewood a 
Th. Bentley [1779]. In: Coletânea de documentos 
históricos para o 1o grau – 5a a 8a séries. São Paulo: 
Secretaria da Educação, 1978. p. 89.
DOC. 3
Os quebradores de máquinas (machine-wreckers) 
atacam a maquinaria de uma fábrica têxtil, gravura 
de Morgan, século XIX.
A organização dos trabalhadores
Reivindicações de trabalhadores por melhores 
condições de trabalho e de vida antecederam a 
própria Revolução Industrial. A organização de 
trabalhadores (Trade Unions) já existia na Inglaterra 
pelo menos desde 1720. As primeiras associações 
permanentes de trabalhadores nasceram em ofícios 
onde predominava o trabalho manual e artesanal, por 
e emp o a nião dos nta adores de ondres cu o 
objetivo era obter aumentos salariais por meio de 
petições enviadas ao Parlamento. 
 Como se chamava o movimento que organizou a des-
truição de máquinas e fábricas na Inglaterra? Quais 
eram seus principais objetivos? Quem eram seus or-
ganizadores?
QUESTÃO
Com a Revolução Industrial, porém, esse processo 
se acelerou e radicalizou. Agora, aglomerados dentro 
das novas fábricas, os trabalhadores começaram a 
se ver como um grupo social, uma classe. Os conflitos 
entre os trabalhadores organizados, o governo e os 
patr es e aram promu gação de eis antissindicais 
Essas leis e as terríveis condições das fábricas motiva-
ram os trabalhadores a se organizar sindicalmente.
Em 1825, os trabalhadores conseguiram a revoga-
ção das Combination Acts, leis que proibiam e conside-
ravam criminosas as organizações sindicais. Em 1833, 
as reivindicações conseguiram limitar o trabalho das 
crianças entre 10 e 13 anos a 48 horas semanais, e 
entre 13 e 18 anos, a 69 horas semanais [doc. 4]. Foi 
estabelecido, também, que as crianças trabalhadoras 
tin am direito a duas oras por dia para ir esco a m 
1834, a classe operária britânica formou a primeira 
central de trabalhadores (Grand National Consolidated 
Trade Unions). Depois de numerosas greves, em 1847 
o movimento operário conseguiu a redução da jornada 
de trabalho para dez horas em toda a Inglaterra.
Conteúdo digital Moderna PLUS 
http://www.modernaplus.com.br
Filme: Daens: um grito de justiça. 
Diretor: Stijn Coninx. Bélgica, 1993
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AMPLIANDO CONHECIMENTOS
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Jovens operários
No século XIX, a Revolução Industrial na Inglaterra transformou 
o cotidiano dos trabalhadores e das cidades. Os operários das 
fábricas trabalhavam em longas jornadas e em péssimas condições. 
Mulheres, crianças e adolescentes eram contratados por salários 
menores que os dos homens adultos, e os pequenos trabalhadores 
frequentemente sofriam castigos corporais. Abaixo acompanhamos 
um dia do jovem William Cooper, operário inglês que começou a 
trabalhar em 1814, aos 10 anos de idade.
O dia de trabalho de William Cooper
Acorda às 3h 
da manhã
Entra às 5h 
da manhã
Fim da 
jornada de 
16 horas
Início do horário de trabalho
Final do horário de trabalho
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so
no
Leva uma hora 
para chegar ao 
trabalho
Leva uma hora 
para chegar 
em casa
1800/
1810
1821/
1830
1811/
1820
1831/
1840
1841/
1850
22,9%
38,6% 37,2% 37,4% 39,3%
Taxa de crescimento da produção 
industrial britânica (por década)
Na década de 1770, as fábricas de tecidos inglesas 
importavam anualmente 5 milhões de libras de 
algodão bruto. Com a Revolução Industrial, esse 
valor chegou aos 600 milhões em 1844.
4h
22h
5h3h
21h
23
h
24
h
1h
2h
18h
6h
20h
7h
19h
Famílias operárias
Os salários pagos nas fábricas eram baixos. Os pais não 
conseguiam sustentar suas famílias, e muitos morriam em 
acidentes de trabalho, deixando os filhos órfãos. As crianças 
disputavam vagas nas fábricas para poderem sobreviver, 
onde recebiam em média 3 xelins por semana.
Bairros operários
Os operários viviam nos subúrbios das cidades e 
em péssimas habitações. As ruas eram fétidas, sujas 
e com esgoto exposto. Nesse aglomerado, furtos, 
assassinatos, casos de delinquência, alcoolismo e 
epidemias eram frequentes.
No espaço de
365,76m2 
havia
1.400 
habitações
Média dos aluguéis em Drury-Lane (semanal)
Sótão = 3 xelins
1 cômodo no 2o andar = 4 xelins
1 cômodo no 1o andar = 4,5 xelins
1 cômodo no térreo = 4 xelins
2 cômodos no porão = 3 xelins
Por volta de 4m2
2m
2m
Nesse espaço viviam: 
pai, mãe, 4 filhos e avós
8h
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18h
7h 8h 9h
17h
10h
11h
12h
14h
13h
16h 15h
Total de operários do Império Britânico (1839)
419.590
Homens
176.594 sendo 80.695 menores de 18 anos
242.996 sendo 112.192 menores de 18 anos
Mulheres
192.887
Menores de 18 anos
Fonte: ENGELS, Friedrich. 
A situação da classe 
trabalhadora na Inglaterra. 
São Paulo: Global, 
1985. (Coleção Bases); 
Spartacus Educational. 
Disponível em www.
spartacus.schoolnet.co.uk. 
Acesso em 16 fev. 2010.
Na gravura, operária e 
crianças trabalham na 
manufatura da lã. Autor 
desconhecido, c. 1845.
Pausa de 
40 minutos 
para o almoço
Mortes infantis 
As péssimas condições de higiene e segurança nas 
fábricas traziam diversos problemas para a saúde das 
crianças e dos jovens. Muitos sofriam acidentes causados 
pelas condições de trabalho e pelas longas jornadas.
Na cidade de Manchester durante 9 meses 
ocorreram 225 mortes
69
queimaduras
77
causas diversas
56
afogamentos
23
quedas
 1. Elabore um texto sobre as con-
dições de vida dos operários 
ingleses duran te a Revolução 
Industrial.
 2. Tomando como base a rotina 
diária de William Cooper, carac-
terize as con dições de trabalho 
dos jovens nas fábricas inglesas 
do século XIX. Houve mudanças 
daquela época para os dias de 
hoje? O que você pensa sobre o 
trabalho infantojuvenil?
QUESTÕES
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ATIVIDADES
The doubling room, gravura de Dean Mills, 1851.
Arquivo Nacional, Surrey.
Vista de indústrias em Sheffield, gravura colorida do 
século XIX. Galerias e Museus Sheffield Trust, Sheffield.
Tecelão com bebê em um cadeirão, lápis e aquarela de 
Vincent van Gogh, 1884. Museu VanGogh, Amsterdã.
1 Identifique os diferentes grupos que promoveram a 
Revolução Puritana e explique os interesses e objetivos 
de cada um deles.
3 Apesar das mudanças nas formas de produção dos bens 
de consumo advindas da Revolução Industrial, a maqui-
nofatura não extinguiu as antigas tradições. Observe as 
duas imagens abaixo e responda o que se pede.
4 A partir do século XVIII, a paisagem da Inglaterra sofreu 
grandes transformações. Aponte, na imagem a seguir, 
os elementos relativos a essas mudanças.
6 Um dos temas mais presentes nos noticiários atuais 
é o aquecimento global. Em 2009, em Copenhague, os 
principais líderes mundiais se reuniram para debater 
os efeitos das mudanças climáticas. Essa discussão 
tem envolvido ecologistas, céticos (aqueles que não 
acreditam que a Terra está ficando mais quente), pes-
quisadores, lideranças políticas e empresariais de todo 
o mundo.
 Pesquise em sites, jornais e revistas as diversas opiniões 
sobre o assunto. Depois, discuta com seus colegas e 
com o professor e ouça a opinião deles.
5 Identifique o processo histórico inglês tratado pelo 
poema abaixo e a visão que o poema transmite 
sobre ele. Em seguida, explique os fatores que de-
sencadearam esse processo e os resultados que ele 
gerou.
2 Que condições proporcionaram o início da Revolução 
Industrial? Como foram obtidos os capitais necessários 
para esse empreendimento?
 Retomar conte dos
 Ler textos e imagens
 Debater
a) Qual sistema de produção a primeira imagem repre-
senta? Descreva a pintura e diga como o trabalhador 
foi representado.
b) A segunda imagem está relacionada a qual sistema 
de produção? Qual é o elemento de destaque dessa 
gravura? Qual é a condição social das pessoas que 
estão trabalhando nessa fábrica e como elas foram 
representadas?
“Em tempos idos, ainda não distantes,
Havia em todo monte ou vale estradas
Abertas a todos os viandantes.
Até que foram as terras cercadas
E as velhas sendas todas bloqueadas
Por ordem dos tiranos odientos;
Agora as velhas leis são desprezadas:
— insensível quem trouxe tais tormentos
À gente do campo, criando os cercamentos.
[...]
De vis labregos a arbitrariedade
Veio substituir a lei de outrora;
Às aldeias impões sua vontade,
E quem não a aceitar que vá-se embora”
Clare, The village minstrel. In: WILLIAMS, R. 
O campo e a cidade na história e na literatura. 
São Paulo: Companhia das Letras, 1989. p. 191.
 
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