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APROVAÇÃO ÁGIL DIREITO ADMINISTRATIVO TÉCNICO TRT

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DIREITO 
ADMINISTRATIVO 
TÉCNICO TRT (Geral) 
 
ATUALIZADO EM 11/2021 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 2 
 
 
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APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 3 
 
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
Breves considerações sobre a prova .................................................................... 4 
Administração Pública: princípios básicos ........................................................... 5 
Poderes Administrativos: hierárquico, disciplinar, regulamentar e de polícia; 
Uso e abuso do poder ............................................................................................... 8 
Serviços Públicos: conceito e princípios ............................................................... 11 
Ato administrativo: conceito, requisitos; atributos; anulação, revogação e 
convalidação; discricionariedade e vinculação. ................................................. 12 
Organização administrativa: administração direta e indireta, centralizada e 
descentralizada; autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades 
de economia mista. ................................................................................................... 16 
Órgãos públicos: conceito, natureza e classificação ....................................... 30 
Improbidade administrativa (Lei n° 8.429/1992) ................................................ 32 
Licitações e Contratos administrativos: Lei n° 8.666/93 e Lei n° 14.133/21 .. 51 
Características do contrato administrativo ...................................................... 202 
Servidores Públicos: Cargo, emprego e função públicos ........................... 203 
Lei n° 8.112/90 (Regime Jurídico dos Servidores. Públicos Civis da União): 
Das disposições preliminares; Do provimento, vacância, remoção, 
redistribuição e substituição. Dos direitos e vantagens: do vencimento e da 
remuneração; das vantagens; das férias; das licenças; dos afastamentos; do 
direito de petição. Do regime disciplinar: dos deveres e proibições; da 
acumulação; das responsabilidades; das penalidades ................................ 206 
Processo administrativo (Lei 9.784/99): das disposições gerais; dos direitos 
e deveres dos administrados ............................................................................. 243 
Nota sobre as atualizações ................................................................................. 245 
 
 
APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 4 
 
Breves considerações sobre a prova 
 
A disciplina de Direito Administrativo é reconhecida como uma matéria de maior aprofundamento 
quanto a pontos doutrinários. 
 
E, no caso do último concurso do TRT, a realidade não foi diferente. Houve a cobrança de um 
raciocínio doutrinário na maior parte das questões, como você pode verificar na planilha sobre o 
perfil da prova, enviada conjuntamente com esse material de estudo. 
 
O material de estudos exposto neste PDF está totalmente voltado para o perfil da prova. Porém, para 
evitar surpresas com questões mais profundas e complexas, recomendo muito que o estudante 
também aprofunde seus estudos com uma boa doutrina nesta disciplina, principalmente em 
momento anterior à publicação do edital. 
 
Recomendo a leitura, ao menos uma vez, do Curso de Direito Administrativo, de Maria Sylvia Zanella 
di Pietro, talvez a maior referência atual nesta disciplina, apenas em relação aos tópicos exigidos no 
edital. 
 
E é extremamente recomendável fazer muitas questões da mesma banca nesta disciplina, para 
entender plenamente o que eles mais cobram dos candidatos. 
 
Assim, com certeza você terá um maior embasamento para a prova em Direito Administrativo, e terá 
ainda mais facilidade em compreender e memorizar plenamente o conteúdo deste resumo. 
 
APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 5 
 
Administração Pública: princípios básicos 
 
Art. 37 da Constituição Federal. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes 
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, 
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (…). 
 
O artigo da Constituição Federal acima são os princípios da Administração Pública, formando o 
mnemônico do famoso LIMPE. 
 
Princípio da legalidade – representa o Estado de Direito. O princípio da legalidade é a atuação 
administrativa de acordo com a Lei. 
 
Nota: O Supremo Tribunal Federal fixou a seguinte tese, em repercussão geral: “É constitucional a 
delegação do poder de polícia, por meio de lei, a pessoas jurídicas de direito privado integrantes 
da Administração Pública indireta de capital social majoritariamente público que prestem 
exclusivamente serviço público de atuação própria do Estado e em regime não concorrencial” (RE 
6.33782, Relator Ministro Luiz Fix, julgamento em 23.11.2020, Tema 532). 
 
Princípio da impessoalidade – o princípio da impessoalidade tem duas acepções: a perspectiva em 
relação ao Administrativo e em relação à Administração Pública. 
 
Para o administrado, impessoalidade é a busca da finalidade pública, e não o interesse do particular. 
Em relação à Administração, o ato é imputado à pessoa jurídica de Direito Público, e não à pessoa 
física do agente público que o pratica. 
 
Tema recorrente em provas: cuidado, o princípio da impessoalidade não impede a identificação 
pessoal do nome dos servidores nos atos praticados pela Administração Pública 
 
Princípio da moralidade – a atuação administrativa deve ser legal e também moral, de acordo com 
probidade, boa-fé e lealdade. 
 
Nota: Súmula Vinculante n. 13 do Supremo Tribunal Federal – A nomeação de cônjuge, 
companheiro, ou parente, em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da 
autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em cargo de direção, 
chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda, de 
função gratificada na administração pública direta e indireta, em qualquer dos Poderes da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações 
recíprocas, viola a CF. 
 
O Supremo Tribunal Federal já fixou a seguinte tese em sede de ADI: “É inconstitucional a fixação 
de critério de desempate em concursos que favoreça candidatos que pertencemao serviço público 
de um determinado ente federativo” (ADI 5.358, Rel. Min. Roberto Barroso, julgamento em 
30.11.2020). 
 
O Supremo Tribunal Federal também tem o seguinte entendimento: 
 
APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 6 
 
AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. LIBERDADE DE 
OFÍCIO. ART. 5º, XIII, DA CONSTITUIÇÃO. DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL. EXERCÍCIO DA 
ADVOCACIA. IMPOSSIBILIDADE. ATIVIDADE INCOMPATÍVEL. ART. 28 DA LEI 8.906/1994. 
ALEGAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DO PRECEITO LEGAL. IMPROCEDÊNCIA. 
MORALIDADE ADMINISTRATIVA. PRECEDENTES. A restrição operada pelo art. 28, V, da Lei 
8.906/1994 atende ao art. 5º, XIII, da Lei Maior, porquanto a incompatibilidade entre o exercício da 
advocacia e a função de Delegado da Polícia Federal traduz requisito negativo de qualificação 
profissional, considerado o princípio da moralidade administrativa. Precedente: RE 199.088, rel. min. 
Carlos Velloso, Segunda Turma, DJ de 16.04.1999. Agravo regimental a que se nega provimento. 
(RE 550005 AgR, Relator(a): JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, julgado em 08/05/2012, 
ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-102 DIVULG 24-05-2012 PUBLIC 25-05-2012). 
 
Segundo a doutrina, embora “não se identifique com a legalidade (porque a lei pode ser imoral e a 
moral pode ultrapassar o âmbito da lei), a imoralidade administrativa produz efeitos jurídicos, porque 
acarreta a invalidade do ato, que pode ser decretada pela própria Administração ou pelo Poder 
Judiciário. A apreciação judicial ficou consagrada pelo dispositivo concernente à ação popular (art. 
5º, LXIII, da Constituição) e implicitamente pelos já referidos arts. 15, V, 37, § 4º e 85, V, este último 
considerando a improbidade administrativa como crime de responsabilidade” (Maria Sylvia Zanella 
Di Pietro). Portanto, pela citação da doutrina, também o ato que ofende o princípio da moralidade 
pode ser anulado (tema já cobrado no TRT 22ª Região, FCC, Analista Judiciário, em 2010). 
 
Princípio da publicidade – a atuação administrativa não pode ser secreta, para que possa haver o 
controle dos atos da Administração Pública. Daqui decorre o dever de transparência da 
Administração Pública. 
 
A publicidade ocorre com a publicação dos atos administrativos. Em alguns casos, a publicidade 
pode ser restringida quando o sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado (art. 
5º, XXXIII, da CF). 
 
Três aspectos da publicidade: 
 
- o direito de petição aos órgãos integrantes da Administração Pública; 
- o direito de obtenção de certidões; 
- a divulgação de ofício de informações pela Administração Pública. 
 
Nota: o Supremo Tribunal Federal fixou a seguinte tese em Repercussão Geral: “É legítima a 
publicação, inclusive em sítio eletrônico mantido pela administração pública, dos nomes dos seus 
servidores e o valores dos correspondentes vencimentos e vantagens pecuniárias” (ARE 652.777, 
Relator Ministro Teori Zavascki, julgamento em 23.04.2015, Tema 483). 
 
Princípio da eficiência – a atividade pública deve buscar o melhor resultado possível, alcançando a 
finalidade pública da forma mais eficaz que for possível. 
 
Além desses, alguns outros princípios podem ser destacados: 
 
1) Princípio da autotutela – a Administração Pública deve analisar se os atos administrativos 
praticados são legais e se continuam convenientes e oportunos; caso verificada incompatibilidade 
com a lei ou com a conveniência e oportunidade, os atos podem ser anulados (no primeiro caso) ou 
revogados (no segundo caso). 
APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 7 
 
Para fixar, na autotutela, a Administração: 
 
- anula os atos ilegais; 
- revoga os atos inoportunos ou inconvenientes. 
 
Súmula 346 do Supremo Tribunal Federal – A Administração Pública pode declarar a nulidade de 
seus próprios atos. 
Súmula 473 do Supremo Tribunal Federal – A administração pode anular seus próprios atos, quando 
eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por 
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos 
os casos, a apreciação judicial. 
 
Obs.: para a anulação de ato administrativo que tenha repercutido na esfera de interesses 
individuais, é necessário processo administrativo, com garantia de contraditório e ampla defesa, 
antes de anular o ato (como o Superior Tribunal de Justiça decidiu, por exemplo, no RMS 29.222 e 
RMS 24.091). 
 
2) Princípio da indisponibilidade do direito público – o administrador não pode renunciar o direito 
público, já que este é indisponível. 
 
3) Princípio da supremacia do interesse público – em caso de conflito entre interesse público e 
privado, aquele deve prevalecer. Esse princípio dá autoridade à Administração Pública. 
 
4) Princípio da proporcionalidade – decorre do próprio devido processo legal e está positivado no 
artigo 2º da Lei n. 9.784/1999. Verificar que existe estudo do conceito no Direito Constitucional. 
 
O ato deve ser proporcional: 
 
- a Administração Pública deve usar de meios adequados para o caso concreto; 
- a atuação da Administração Pública deve ser necessária; 
- deve haver proporcionalidade no conflito de interesses. 
 
5) Princípio da segurança jurídica – deve ocorrer a tentativa de preservação dos atos administrativos; 
a regra é a manutenção dos atos administrativos, para se dar segurança jurídica ao administrado. O 
artigo 5º, inciso XXXVI, da Constituição Federal estabelece o respeito ao direito adquirido, ato 
jurídico perfeito e coisa julgada e daí decorre o princípio da segurança jurídica. No âmbito 
administrativo, o princípio tem efeito, por exemplo, na impossibilidade de aplicação retroativa do ato 
administrativo e também no prazo de decadência para revisão dos atos administrativos (prazo de 5 
anos para a administração anular os atos administrativos). 
 
 
 
 
 
 
APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 8 
 
Poderes Administrativos: hierárquico, disciplinar, regulamentar e de polícia; Uso e 
abuso do poder 
 
Os poderes administrativos são prerrogativas que a Administração Pública tem para que ela possa 
agir no sentido de buscar o interesse público. 
 
Entre os poderes que são inerentes à Administração Pública na condução de suas atividades em 
busca do interesse público, Hely Lopes Meirelles destaca: 
 
Atenção! Este tema é extremamente cobrado em concursos. É preciso saber o que cada poder 
administrativo representa e diferenciá-los uns dos outros 
 
1- Poder Hierárquico: É o poder que a Administração dispõe para distribuir e escalonar as funções 
de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabelecendo a relação de 
subordinação entre os seus servidores. 
 
2- Poder Disciplinar: É a faculdade de punir internamente as infrações funcionais cometidas por 
servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da Administração Pública. O 
poder disciplinar, no entanto, fica restrito aos ilícitos administrativos. A repercussão civil e penal, 
portanto, é apurada em esfera própria (a princípio, pelo Poder Judiciário). 
 
Não existe discricionariedade do administrador em avaliar se instaura ou não o procedimento para 
apurar a infração administrativo-funcional. 
 
No poder disciplinar, o administrador deve instaurar o procedimento para apurar a falta. O que existe 
de discricionariedade no poder disciplinar é a pequena margem para a aplicação da pena ou o uso 
de conceitos jurídicos indeterminados para a configuração da falta funcional. 
 
O poder disciplinar tem relação com o poder hierárquico, mas os seus conceitos não se confundem. 
 
3- Poder Regulamentar (também conhecido como Poder Normativo): É a faculdade que os Chefes 
do Poder Executivo (Presidente, Governador e Prefeito) dispõem para complementar ou explicar a 
lei com o fim de garantir a sua fiel execução. 
 
Artigo 84 da Constituição Federal – Compete privativamenteao Presidente da República: 
IV – sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para 
sua fiel execução; 
VI – dispor, mediante decreto, sobre: 
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de 
despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; 
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos. 
 
O inciso IV do artigo 84 da Constituição Federal é o chamado decreto regulamentar; o decreto 
regulamentar é o poder que o Presidente da República tem de trazer mais regras para a fiel 
APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 9 
 
execução da lei. Não se pode inovar, ou seja, criar preceito que não está na lei, mas apenas 
explicitar o conteúdo que está na lei. O Legislativo e o Judiciário também têm poder regulamentar, 
mas é bem menos abrangente que o Poder Executivo. 
O inciso VI do artigo 84, por sua vez, trata do chamado decreto autônomo. Mas você verifica, no 
entanto, que o decreto autônomo tem uma abrangência menor do que o decreto regulamentar 
(pode tratar sobre as matérias que estão nas alíneas “a” e “b”). 
 
4- Poder de Polícia: É a faculdade que a Administração possui para condicionar e restringir o uso e 
gozo de bens, atividades individuais em benefício da coletividade ou do próprio Estado. O poder de 
polícia pode ser geral ou individual. 
 
No poder de polícia, vemos muito mais evidente o atributo da autoexecutoriedade. Com base na 
supremacia do interesse público a administração pode, no exercício do poder de polícia, utiliza de 
meios de coação, diretos ou indiretos, como por exemplo aplicar multas pecuniárias. 
 
Veja a definição legal contida no Código Tributário Nacional (texto original, sem modificações): 
 
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, 
limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de 
ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à 
segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do 
mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão 
ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à 
propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. 
 
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando 
desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com 
observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como 
discricionária, sem abuso ou desvio de poder. 
 
Existe prescrição no caso do exercício do Poder de Polícia, conforme artigo 1º da Lei n. 9.873/1999: 
o prazo de prescrição é de cinco anos, contados da data da prática do ato, ou no caso de infração 
permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado. 
 
Teses de Repercussão Geral 
 
Tema 472, RE 658570 - “E constitucional a atribuição às guardas municipais do exercício do poder 
de polícia de trânsito, inclusive para imposição de sanções administrativas legalmente previstas”. 
 
Tema 532, RE 633782 - “É constitucional a delegação do poder de polícia, por meio de lei, a pessoas 
jurídicas de direito privado integrantes da Administração Pública indireta de capital social 
majoritariamente público que prestem exclusivamente serviço público de atuação própria do Estado 
e em regime não concorrencial”. 
 
Súmula vinculante 
 
APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 10 
 
Súmula Vinculante n. 21 do Supremo Tribunal Federal – É inconstitucional a exigência de depósito 
ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo. 
 
 
Uso e abuso de poder: 
 
Os poderes administrativos são atribuições especiais conferidas aos agentes públicos, com a 
finalidade de imposição de cumprimento das obrigações necessárias à defesa e manutenção do 
interesse público. 
Poder-dever de agir: O agente público tem o dever de praticar os atos que são de sua competência, 
sob pena de responsabilização nas esferas administrativa, civil e penal, conforme o caso. Sobre o 
tema Hely Lopes Meirelles ensina que: “Se para o particular o poder de agir é uma faculdade, para 
o administrador público é uma obrigação de atuar, desde que se apresente o ensejo de exercitá-lo 
em benefício da comunidade”. Por isso mesmo não se fala apenas em poder de agir, mas sim poder-
dever de agir em defesa do interesse público. 
 
A ação do agente público deve sempre estar fundamentado em lei, pois se agir fora de sua 
competência ficará configurado o excesso ou abuso de poder. 
 
O abuso de poder é um desvio na conduta do agente público, uma inobservância de seu poder-
dever de agir de acordo com a lei, com vistas ao alcance do interesse público. 
Existem 3 formas de manifestação do abuso de poder: 
1) Excesso de poder: ocorre caso o agente público competente age além do permitido na legislação, 
ou seja, atua ultra legem. 
2) Desvio de finalidade ou desvio de poder: neste caso o ato é praticado por motivos ou finalidade 
diversa daquela prevista na lei (atuação contra legem). O poder é atributo do cargo ou função, e não 
um privilégio concedido pessoalmente ao agente. 
 
3) Omissão: é a hipótese de inércia da Administração em praticar ato que seja de competência, sem 
justificativa, em inquívoca violação ao seu dever de ação. 
 
 
Discricionariedade 
 
A discricionariedade (para alguns, poder discricionário) é o poder da Administração Pública para 
praticar determinados atos com liberdade, podendo valorar a conveniência e oportunidade. A 
Administração pode escolher o momento, o conteúdo do ato, com vistas ao interesse público. Esse 
espaço para a escolha da atividade pela Administração Pública é chamado de mérito administrativo. 
 
Vinculação 
 
Vinculação ou poder vinculado é a prática de atos sem qualquer margem de liberdade, sendo que a 
lei disciplina, sem espaço para a Administração Pública decidir, determinando todos os elementos e 
requisitos do ato. 
APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 11 
 
Serviços Públicos: conceito e princípios 
 
Cada doutrinador dá o seu próprio conceito a serviço público. Destacaremos aqui as definições dos 
autores que mais caem nas provas. 
 
Para Hely Lopes Meirelles: “Serviço público é todo aquele prestado pela Administração ou por seus 
delegados, sob normas e controles estatais, para satisfazer necessidades essenciais ou 
secundárias da coletividade, ou simples conveniência do Estado”. 
 
José dos Santos Carvalho Filho define serviço público como “toda atividade prestada pelo Estado 
ou seus delegados, basicamente sob regime de direito público, com vistas à satisfação de 
necessidade essenciais e secundárias da coletividade”. 
 
Modernamente, são apontados 5 requisitos (ou princípios) para a prestação dos serviços públicos: 
 
Continuidade: Não pode haver interrupções repentinas nos serviços públicos, que possam gerar 
prejuízos aos usuários. 
 
Generalidade: O serviço deve ser prestado da forma mais ampla possível, sem qualquer 
discriminação (tratamento diferenciado sem justificativa jurídica) aos beneficiários. 
 
Eficiência: Deve-se garantir que a prestação do serviço seja sempre realizada da forma mais 
proveitosa e com o menor custo possível. 
 
Modicidade: Os preços dos serviços públicos devem ser razoáveis para que possam ser adquiridos 
por todos. 
 
Cortesia: Deve sempre haver um bom tratamento entre os prestadores e usuários dos serviços. 
 
APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 12 
 
Ato administrativo: conceito, requisitos; atributos; anulação, revogação e 
convalidação; discricionariedade e vinculação. 
 
Conceito do ato administrativo 
 
O ato administrativo pode ser conceituado como toda manifestação de vontade da Administração 
Pública, sob o regime de direito público, ordenada para a produção de efeitos jurídicos de interesse 
público. 
 
Na clássica definição de. HelyLopes Meirelles, ato administrativo é: 
 
toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo 
nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, 
modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados 
ou a si própria. 
 
Muito embora não haja previsão em lei ou consenso entre os doutrinadores sobre o conceito de ato 
administrativo, é importante saber que qualquer definição abrangerá sempre 3 pressupostos: 
 
1- Manifestação do Estado ou quem lhe esteja representando; 
2- Incidência das regras de direito público. 
3- Produção de efeitos jurídicos visando ao interesse público. 
 
Requisitos ou elementos de validade e eficácia ato administrativo 
 
Todo ato administrativo para ser válido e eficaz deve obedecer a cinco requisitos: competência, 
finalidade, forma, objeto e motivo. Para decorar os requisitos lembre-se da frase: 
 
Como Ficar Feliz? Ouvindo Música 
 
ou da outra frase: 
 
Como Ficar Fortão? Óbvio: Musculação! 
 
As iniciais de referidas frases são as mesmas dos requisitos do ato administrativo: 
 
C ompetência, F inalidade, F orma, O bjeto e M otivo 
 
Atenção! Fique atento que as bancas costumam confundir Objeto, um dos requisitos do ato 
administrativo, com Objetivo, pela proximidade entre a grafia e sonoridade das palavras. Não caia 
nesta pegadinha! 
 
1- Competência: Para que o ato seja válido é necessário que seja proferido por alguém autorizado 
por lei a praticar tal conduta. A competência administrativa tem como características: 
 
APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 13 
 
a) Natureza de ordem pública, pois sua atribuição é feita somente por lei. 
b) Intransferível pela vontade dos interessados. No entanto, em caso de avocação ou delegação 
prevista em lei, a competência para determinado ato pode ser transferida temporariamente. 
c) Irrenunciável, porque a competência deriva do cargo e não da pessoa. 
e) Incaducável ou imprescritível, posto que a competência não se extingue pela falta de uso ou pelo 
decurso do tempo, somente por determinação legal. 
 
2- Finalidade: Todo ato administrativo sempre deve visar ao interesse público. Se o agente praticar 
algum ato visando a interesse próprio ou alheio ao interesse público, o ato será nulo por desvio de 
finalidade, o que, inclusive, caracteriza o abuso de poder. 
 
3- Forma: É o modo e procedimentos previstos em lei que são necessários para a exteriorização dos 
atos administrativos. Em regra, todo ato administrativo deverá ser por escrito. Somente se admitirá 
atos não escritos em casos de urgência e transitoriedade da manifestação. Ex: O assobio do guarda 
de trânsito para desviar os carros de um acidente na rodovia. 
 
4- Objeto: É o conteúdo do ato a fim de criar, modificar ou comprovar situações jurídicas, as quais 
sempre deverão ser lícitas e moralmente aceitas. 
 
5- Motivo: É a situação fática ou o fundamento jurídico que autoriza a realização do ato 
administrativo. Ex: Ultrapassar o sinal vermelho é o motivo de uma multa de trânsito. 
 
Atributos ou características do ato administrativo: 
 
1- Presunção de Legitimidade: Todo ato administrativo presume-se legal e verdadeiro até que alguém 
prove o contrário. Há a inversão do ônus da prova. 
 
2- Autoexecutoriedade: Ao ato administrativo assim que emanado pode ser executado 
imediatamente pela Administração, independentemente de ordem judicial. Exceto as 
desapropriações e multas. 
 
3- Imperatividade: O ato administrativo proferido em conformidade com a lei obriga todos aqueles 
que se encontrarem em seu círculo de incidência. Não pode o administrado se opor ao cumprimento. 
 
Atenção! Maria Silvia Di Pietro, renomada autora desta disciplina do Direito, afirma existir um quarto 
atributo: tipicidade. E algumas bancas costumam exigir esse conhecimento 
 
A tipicidade trata-se de uma consequência direta do princípio da legalidade. Maria Silvia Di Pietro 
define a tipicidade da seguinte forma: “Tipicidade é o atributo pelo qual o ato administrativo deve 
corresponder a figuras definidas previamente pela lei como aptas a produzir determinados 
resultados”. E podemos destacar que tal característica se trata de uma garantia para que a 
Administração não aja de forma arbitrária. 
 
Para decorar os atributos ou características, com a inclusão da tipicidade, lembre-se da palavra: 
 
(P A T I) P resunção de legitimidade, A utoexecutoriedade, T ipicidade e I mperatividade. 
APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 14 
 
Extinção dos atos administrativos 
 
José dos Santos Carvalho Filho ensina que existem 5 formas de extinção dos atos administrativos: 
 
1- Extinção natural: É aquela que decorre do cumprimento normal dos efeitos do ato. Exemplo: 
Autorização para a realização de uma festa em espaço público. A autorização será extinta assim que 
a festa acabar. 
 
2- Extinção subjetiva: Ocorre com o desaparecimento do sujeito que se beneficiou do ato. A palavra 
"subjetiva" refere-se sempre ao "sujeito" (à pessoa). 
 
3- Extinção objetiva: O objeto do ato administrativo desaparece. Ex: Um estabelecimento que está 
interditado, desmorona. A palavra "objetiva" refere-se ao "objeto" (à coisa). 
 
4- Caducidade: O ato administrativo perde seus efeitos em virtude de uma lei ou ato posterior que 
não mais permite a sua prática. 
 
5- Desfazimento volitivo: Enquanto as outras formas de extinções dos atos administrativos ocorrem 
independentemente de manifestação, o desfazimento volitivo ocorre por força de vontade. O termo 
"voltivo" significa "algo que provém da vontade". Pode ser dividido em: 
 
a) Invalidação ou Anulação: É a extinção do ato que é ilegal, operando efeitos retroativos (ex tunc). 
Pode ser decretado tanto pelo administrador como pelo Poder Judiciário. 
 
b) Revogação: É a extinção que pode ser realizada apenas pela Administração, de um ato que tenha 
se tornado inconveniente ou inoportuno. Seus efeitos permanecem válidos até o momento da 
revogação, ou seja, não retroagem (ex nunc). 
 
c) Cassação: Trata-se de uma sanção aplicada àquele que se beneficiava com determinado ato, mas 
deixou de cumprir as condições que permitiam o benefício. 
 
d) Sanatória ou Convalidação: É o aproveitamento de atos administrativos com vícios sanáveis, com 
o fim de aproveitá-los no todo ou em parte. O ato que o convalida tem efeitos ex tunc, ou seja, seus 
efeitos retroagem até o momento em que o ato originário foi praticado. 
 
Vinculação e Discricionaridade 
 
a) Atos vinculados: A sua elaboração fica vinculada ao que a lei estabelece. Caso cumpridos os 
requisitos legais, o ato deve ser expedido. Não há margem alguma de liberdade para o administrador 
no caso de atos administrativo vinculados. Exemplo: Licença para prática de determinada atividade, 
quando cumpridos os requisitos legais. 
 
b) Atos discricionários: São aqueles praticados conforme a conveniência e oportunidade do 
administrador quanto ao objeto e o motivo do ato. Os outros requisitos: competência, finalidade e 
forma não comportam liberdade na escolha, serão sempre vinculados ao que a lei determinar. 
Exemplo: Autorização. 
APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 15 
 
 
É importante ressaltar que atos discricionários não se confundem com atos arbitrários. Os atos 
discricionários são praticados dentro dos limites que a lei estabelece, já os arbitrários são praticados 
sem qualquer respaldo em lei. 
 
Atenção! A diferença entre atos vinculados e discricionários costuma cair com frequência nos 
concursos. 
 
 
APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 16 
 
Organização administrativa: administração direta e indireta, centralizada e 
descentralizada; autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de 
economia mista. 
 
A Administração Pública pode ser conceituada como o conjunto de órgãos, entidades e agentes 
estatais que praticamatos administrativos (e não atos próprios do governo), com vistas à satisfação 
das necessidades coletivas, e podem pertencer a qualquer um dos poderes ou funções estatais. 
 
Conforme leciona Hely Lopes Meirelles: "A Administração é o instrumento de que dispõe o Estado 
para pôr em prática as opções políticas do Governo." 
 
A natureza da administração pública é de um dever para a pessoa que detém o exercício de suas 
atividades. Este agente tem a obrigação de defender, conservar e aprimorar os bens, serviços e 
interesses públicos, sempre visando ao principal objetivo da Administração Pública: alcançar o bem 
comum da coletividade. 
 
Para cumprir esse objetivo, a Administração Pública age por meio de entidades, que se classificam 
em: 
 
1) Entidades Estatais - Pessoas jurídicas de direito público integrantes da estrutura do Estado, 
conforme previsto na Constituição Federal e possuem seus poderes e deveres políticos e 
administrativos (são exemplos a União, Estados, Distrito Federal, Municípios e etc.) 
 
2) Entidades autárquicas - pessoas jurídicas de direito público, que possuem natureza meramente 
administrativa (a seguir serão melhores descritas nesse material de estudo). 
 
3) Entidades fundacionais - Entidade dotada de personalidade jurídica própria de direito privado, sem 
fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa para o desenvolvimento de atividades que 
não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público. Possui autonomia administrativa, 
patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por 
recursos do Estado e de outras fontes. 
 
Atenção! Entidades Paraestatais - Parte da doutrina insere "entidades paraestatais" como gênero do 
qual são espécies as empresas públicas, sociedades de economia mista e os serviços sociais 
autônomos (todas entidades de natureza privada, mas que realizam atividades de interesse público). 
 
Organização da Administração Pública 
 
A Administração Direta é aquela que compreende os órgãos das pessoas federativas: União, 
Estados, Distrito Federal e Municípios. 
 
A Administração Indireta é representada por entidades de personalidade jurídica própria, criadas 
pelo Estado para a realização de serviços de interesse público ou para agirem em atividade 
econômica, quando necessário. 
APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 17 
 
São integrantes da Administração Indireta: 
 
I - Autarquia - Trata-se de pessoa jurídica de direito público, criada para realizar determinado serviço 
de interesse público. Criada por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios. Tem 
como fim a execução de atividades típicas da Administração Pública que requeiram, para seu melhor 
funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada. 
 
Nota: os conselhos profissionais são considerados autarquias profissionais. 
 
Exceção é a OAB, que não é ente de Administração Pública Direta ou Indireta, conforme decisão 
do Supremo Tribunal Federal na ADI n. 3.026; o entendimento do Supremo Tribunal Federal foi no 
sentido de que a OAB não atua exclusivamente na defesa de interesses corporativos, mas possui 
função constitucional e, por isso, deve ser considerada autônoma e independente, constituindo uma 
autarquia sui generis ou entidade sui generis. 
 
O artigo 4º, parágrafo único, do Decreto-lei n. 200/1967, estipula que as “entidades compreendidas 
na Administração Indireta vinculam-se ao Ministério em cuja área de competência estiver 
enquadrada sua principal atividade”. 
 
Assim, a autarquia não tem sujeição ao ente que o criou por hierarquia, mas apenas por vinculação. 
A vinculação é ao Ministério da atividade específica e essa vinculação é chamada de supervisão 
ministerial. 
 
O ente que criou a autarquia tem o dever de fiscalizar a autarquia para verificar o cumprimento do 
objetivo. 
 
 
II - Fundação Pública - Entidade dotada de personalidade jurídica de direito público ou privado, sem 
fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa (a escolha entre a personalidade de direito 
público ou privado é uma opção do legislador, segundo Di Pietro). 
 
Veja o conceito e características da Fundação Pública, de acordo com a doutrinadora citada 
anteriormente (Di Pietro, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo (p. 612). Atlas. Edição do Kindle.) 
 
Conceito: patrimônio, total ou parcialmente público, dotado de personalidade jurídica, de direito 
público ou privado, e destinado, por lei, ao desempenho de atividades do Estado na ordem social, 
com capacidade de autoadministração e mediante controle da Administração Pública, nos limites da 
lei. 
Características: 
a) dotação patrimonial total ou parcialmente pública; 
b) personalidade jurídica de direito público ou de direito privado, atribuída por lei; 
c) desempenho de atividade atribuída ao Estado na ordem social; 
d) capacidade de autoadministração; e 
APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 18 
 
e) sujeição ao controle ou tutela pela Administração Direta, nos limites definidos em lei. 
 
III - Sociedade de Economia Mista - Entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, 
com a devida autorização para sua criação por lei específica, conforme inciso XIX do art. 37 da 
Constituição Federal, para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima. 
As ações com direito a voto necessitam pertencer em sua maioria ao Estado ou a outra entidade da 
Administração Indireta. 
 
IV - Empresa Pública - Trata-se de pessoa jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital 
exclusivo, com a devida autorização para sua criação por lei específica, conforme inciso XIX do art. 
37 da Constituição Federal, para a exploração de atividade econômica que o Governo seja levado a 
exercer por força de contingência ou de conveniência administrativa, podendo revestir-se de 
qualquer das formas admitidas em direito. Sujeita-se ao regime das empresas privadas. 
 
Nota: as sociedades de economia mista e empresas públicas, mesmo que explorem atividade 
econômica, estão sujeitas ao controle do Tribunal de Contas. 
Veja o seguinte julgado do Supremo Tribunal Federal: “A circunstância de a sociedade de economia 
mista não ter sido criada por lei não afasta a competência do Tribunal de Contas” (MS 26.117, Rel. 
Min. Eros Grau, julgamento em 20.05.2009) 
 
Veja a Lei n. 13.303/2016 (Estatuto da Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista) 
Art. 87. O controle das despesas decorrentes dos contratos e demais instrumentos regidos por esta 
Lei será feito pelos órgãos do sistema de controle interno e pelo tribunal de contas competente, na 
forma da legislação pertinente, ficando as empresas públicas e as sociedades de economia mista 
responsáveis pela demonstração da legalidade e da regularidade da despesa e da execução, nos 
termos da Constituição. 
§ 1º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação por irregularidade na 
aplicação desta Lei, devendo protocolar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes da data fixada para 
a ocorrência do certame, devendo a entidade julgar e responder à impugnação em até 3 (três) dias 
úteis, sem prejuízo da faculdade prevista no § 2º. 
§ 2º Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica poderá representar ao tribunal de 
contas ou aos órgãos integrantes do sistema de controle interno contra irregularidades na aplicação 
desta Lei, para os fins do disposto neste artigo. 
§ 3º Os tribunais de contas e os órgãos integrantes do sistema de controle interno poderão solicitar 
para exame, a qualquer tempo, documentos de natureza contábil, financeira, orçamentária, 
patrimonial e operacional das empresas públicas, das sociedades de economia mista e de suas 
subsidiárias no Brasil e no exterior, obrigando-se, os jurisdicionados, à adoção das medidas 
corretivas pertinentes que, em função desse exame,lhes forem determinadas. 
Em regra, os entes da Administração Pública, fundações e autarquias têm os mesmos privilégios, 
que são chamados privilégios da Fazenda Pública, como exemplo do mesmo tratamento no que 
tange ao pagamento de custas processuais (vide artigo 790-A, inciso I, da CLT) e prazo em dobro 
para manifestação no processo civil (art. 183, caput, do Código de Processo Civil). 
APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 19 
 
 
Também outro importante privilégio é o pagamento dos débitos via precatório (art. 100, caput, da 
Constituição Federal). 
 
No entanto, o Supremo Tribunal Federal tem manifestado entendimento no sentido de que, se as 
empresas públicas e sociedades de economia mista prestarem serviços públicos, sem regime de 
concorrência, aplica-se todo o regime da Fazenda Pública. Apenas a roupagem é de empresa 
privada, mas a finalidade é pública. Por isso, o regime é de Fazenda Pública. 
 
Exemplos: 
“Empresa de assistência técnica e extensão do Ceará (EMATERCE). (...) Embora constituída sob a 
forma de empresa pública, a EMATERCE desempenha atividade de Estado, em regime de 
exclusividade e sem finalidade de lucro, sendo inteiramente dependente do repasse de recursos 
públicos. Por não explorar atividade econômica em sentido estrito, sujeita-se, a cobrança dos 
débitos por ela devidos em virtude de condenação judicial, ao regime de precatórios (art. 100 da 
Constituição da República)” (ADPF 437, julgamento 05.10.2020) 
 
“Casa da Moeda do Brasil. Empresa pública que presta serviço público em regime de monopólio. 
Prerrogativas de fazenda pública. Execução pelo regime de precatório” (RE 1.009.828, rel. Min. 
Roberto Barroso, 24.08.2018). 
 
“A jurisprudência da Suprema Corte é no sentido da aplicabilidade do regime de precatório às 
sociedades de economia mista prestadoras de serviço público próprio do Estado e de natureza não 
concorrencial. A Casal, sociedade de economia mista prestadora de serviços de abastecimento de 
água e saneamento no Estado do Alagoas, presta serviço público primário e em regime de 
exclusividade, o qual corresponde à própria atuação do Estado, haja vista não visar à obtenção de 
lucro e deter capital social majoritariamente estatal” (RE 852.302, rel. Min. Dias Toffoli, julgamento 
em 15.12.2015). 
 
Competência: como você viu, podemos ter empresas públicas e sociedades de economia mista no 
âmbito federal. 
 
Art. 109 da Constituição Federal – Aos juízes federais compete processar e julgar: 
I – as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas 
na condução de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de 
trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho. 
Portanto, você pode verificar que a competência é da Justiça Federal quando for autora, ré, 
assistente ou oponente União, autarquia (e por arrastamento, a fundação) e empresa pública 
federal. 
Exemplo: 
- se você faz uma ação contra a Caixa Econômica Federal (empresa pública), a competência é da 
Justiça Federal; 
- se você faz uma ação contra o Banco do Brasil (sociedade de economia mista), a competência é 
da Justiça Estadual. 
APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 20 
 
Nos exemplos acima, pense em ações civis comuns. O próprio dispositivo da Constituição retira a 
competência da Justiça Federal ou Estadual se for matéria de Justiça Especializada, como a Justiça 
do Trabalho. 
 
Obs.: conforme legislação destacada abaixo, a empresa pública pode adotar qualquer forma 
societária admitida em Direito, enquanto a sociedade de economia mista deve ser obrigatoriamente 
sociedade anônima. 
 
V - Agências - Foram importadas do sistema norte-americano e possuem função regulatória. 
Agencias executivas são autarquias ou fundações que celebram contrato de gestão com entes da 
Administração Direta, com os quais ficam vinculados. Agências reguladoras são autarquias em 
regime especial, com competência regulatória, com a finalidade de regular concessões, permissões 
e autorizações de serviços públicos. 
 
Fundação Pública VS Autarquia - A principal diferença entre Fundação e Autarquia é que na primeira 
a lei autoriza sua criação. No caso da Autarquia, a própria lei a cria. 
 
VI - Consórcios Públicos - Entidades criadas pela Lei nº 11.107/05, que integram a Administração 
Pública indireta, e se constituem como associações formadas por pessoas jurídicas políticas, e que 
podem adotar a natureza de pessoa jurídica de direito público ou privado, com criação mediante 
autorização legislativa. Recomendamos a leitura dessa lei para aprofundamento no tema. 
 
Atenção! Fique atento(a) ainda às diferenças conceituais entre desconcentração e descentralização 
administrativa, pois o tema é recorrente em provas de concursos: 
 
A desconcentração trata-se da distribuição dos serviços públicos dentro da mesma pessoa jurídica 
componente da Administração Pública, por meio de uma transferência com hierarquia, dividida entre 
seus órgãos. 
 
A descentralização consiste no deslocamento pela Administração Direta, com a distribuição, 
deslocamento ou transferência da prestação de serviços para entes da Administração a Indireta 
(Autarquia, Fundações, Sociedades de Economia mista e etc.) ou para particulares. Nesta situação 
não há subordinação destas à Administração Direta, pois não existe hierarquia, porém há fiscalização 
e controle destes serviços descentralizados. 
 
 
Órgãos administrativos 
 
Os órgãos são parte de uma pessoa jurídica. 
 
Portanto, não confundir pessoa jurídica (União, Estado, Distrito Federal, autarquias, fundações, 
sociedades de economia mista e empresas públicas) com órgãos, que são subdivisões dentro de 
cada pessoa jurídica. 
 
APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 21 
 
A criação de pessoas jurídicas pelos entes da Administração Pública Direta caracteriza a chamada 
descentralização. Ou seja, quando a União, por exemplo, cria autarquia, fundação, sociedade de 
economia mista ou empresa pública, ocorre descentralização. 
 
Quando o órgão se subdivide em órgãos menores, ocorre a desconcentração. A desconcentração, 
portanto, ocorre dentro de uma mesma pessoa jurídica. 
 
Segundo a posição estatal, os órgãos podem ser: 
 
1) Órgãos independentes (ou órgãos primários) – são órgãos que têm origem na Constituição Federal 
e representam os Poderes do Estado. Estão no topo da pirâmide governamental, não possuindo 
subordinação hierárquica ou funcional. 
Exemplos: Presidência da República, Câmara dos Deputados, Senado Federal. 
 
2) Órgãos autônomos – estão na direção da Administração Pública, logo abaixo dos órgãos 
independentes. Possuem grande autonomia administrativa, financeira e técnica e são conhecidos 
como órgãos diretivos, com funções de planejamento e coordenação. 
Exemplos: ministérios, secretarias, Advocacia-Geral da União. 
 
3) Órgãos superiores – possuem poder de direção, decisão e comando de assuntos de uma 
competência específica, mas estão sujeitos à subordinação e controle de uma chefia mais alta. Não 
têm autonomia administrativa nem financeira. 
Exemplos: divisões, departamentos, coordenadorias, gabinetes, secretarias-gerais. 
 
4) Órgãos subalternos – são os órgãos que exercem atos de execução principal, com mínimo poder 
decisório. São subordinados a vários níveis hierárquicos superiores. Realizam atividades de rotina, 
cumprimento de decisões etc. 
Exemplos: portarias e seções de expediente. 
 
Segundo a estrutura dos órgãos públicos, podem ser: 
 
1) Órgãos simples ou unitários – são órgãos com apenas um centro de competência. Podem existir 
vários cargos dentro do órgão, mas inexistem outros órgãos em sua estrutura. 
 
2) Órgãos compostos – são os que reúnem diversos órgãos menores em sua estrutura, como 
consequência da desconcentração administrativa. 
 
Segundo a atuação funcional, podem ser:1) Órgãos singulares ou unipessoais – atuam e decidem através de um único agente. O órgão pode 
ter vários agentes, mas a decisão é tomada por uma única pessoa. 
Exemplo: Presidência da República. 
 
2) Órgãos colegiados ou pluripessoais – são os que atuam pela manifestação conjunta de seus 
membros. Prevalece a vontade de um colegiado. 
Exemplo: Congresso Nacional, Tribunal de Contas da União. 
APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 22 
 
Decreto-lei 200/1967 
 
Art. 4° A Administração Federal compreende: 
 
I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da 
Presidência da República e dos Ministérios. 
 
II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de 
personalidade jurídica própria: 
 
a) Autarquias; 
b) Empresas Públicas; 
c) Sociedades de Economia Mista. 
d) fundações públicas. 
 
Parágrafo único. As entidades compreendidas na Administração Indireta vinculam-se ao Ministério 
em cuja área de competência estiver enquadrada sua principal atividade. 
 
Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se: 
 
I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita 
próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor 
funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada. 
 
II - Empresa Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio 
próprio e capital exclusivo da União, criado por lei para a exploração de atividade econômica que o 
Governo seja levado a exercer por força de contingência ou de conveniência administrativa podendo 
revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito. 
III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, 
criada por lei para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas 
ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade da Administração Indireta. 
 
IV - Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins 
lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que 
não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, 
patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por 
recursos da União e de outras fontes. 
 
§ 1º No caso do inciso III, quando a atividade for submetida a regime de monopólio estatal, a maioria 
acionária caberá apenas à União, em caráter permanente. 
 
§ 2º O Poder Executivo enquadrará as entidades da Administração Indireta existentes nas categorias 
constantes deste artigo. 
§ 3º As entidades de que trata o inciso IV deste artigo adquirem personalidade jurídica com a 
inscrição da escritura pública de sua constituição no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, não se lhes 
aplicando as demais disposições do Código Civil concernentes às fundações. 
APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 23 
 
Constituição Federal 
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade 
econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional 
ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. 
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de 
suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou 
de prestação de serviços, dispondo sobre: 
I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade; 
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e 
obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; 
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da 
administração pública; 
IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a participação de 
acionistas minoritários; 
V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores. 
§ 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios 
fiscais não extensivos às do setor privado. 
§ 3º A lei regulamentará as relações da empresa pública com o Estado e a sociedade. 
§ 4º A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação 
da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros. 
§ 5º A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da pessoa jurídica, estabelecerá 
a responsabilidade desta, sujeitando-a às punições compatíveis com sua natureza, nos atos 
praticados contra a ordem econômica e financeira e contra a economia popular. 
 Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma 
da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor 
público e indicativo para o setor privado. 
§ 1º A lei estabelecerá as diretrizes e bases do planejamento do desenvolvimento nacional 
equilibrado, o qual incorporará e compatibilizará os planos nacionais e regionais de 
desenvolvimento. 
§ 2º A lei apoiará e estimulará o cooperativismo e outras formas de associativismo. 
§ 3º O Estado favorecerá a organização da atividade garimpeira em cooperativas, levando em conta 
a proteção do meio ambiente e a promoção econômico-social dos garimpeiros. 
§ 4º As cooperativas a que se refere o parágrafo anterior terão prioridade na autorização ou 
concessão para pesquisa e lavra dos recursos e jazidas de minerais garimpáveis, nas áreas onde 
estejam atuando, e naquelas fixadas de acordo com o art. 21, XXV, na forma da lei. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art22
APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 24 
 
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou 
permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. 
Parágrafo único. A lei disporá sobre: 
I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial 
de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e 
rescisão da concessão ou permissão; 
II - os direitos dos usuários; 
III - política tarifária; 
IV - a obrigação de manter serviço adequado. 
Lei 13.303/2016 
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista 
e de suas subsidiárias, abrangendo toda e qualquer empresa pública e sociedade de economia mista 
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios que explore atividade econômica de 
produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, ainda que a atividade econômica 
esteja sujeita ao regime de monopólio da União ou seja de prestação de serviços públicos. 
§ 1º O Título I desta Lei, exceto o disposto nos arts. 2º, 3º, 4º, 5º, 6º, 7º, 8º, 11, 12 e 27, não se aplica 
à empresa pública e à sociedade de economia mista que tiver, em conjunto com suas respectivas 
subsidiárias, no exercício social anterior, receita operacional bruta inferior a R$ 90.000.000,00 
(noventa milhões de reais). 
§ 2º O disposto nos Capítulos I e II do Título II desta Lei aplica-se inclusive à empresa pública 
dependente, definida nos termos do inciso III do art. 2º da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 
2000, que explore atividade econômica, ainda que a atividade econômica esteja sujeita ao regime 
de monopólio da União ou seja de prestação de serviços públicos. 
§ 3º Os Poderes Executivos poderão editar atos que estabeleçam regras de governança destinadas 
às suas respectivas empresas públicas e sociedades de economia mista que se enquadrem nahipótese do § 1º, observadas as diretrizes gerais desta Lei. 
§ 4º A não edição dos atos de que trata o § 3º no prazo de 180 (cento e oitenta) dias a partir da 
publicação desta Lei submete as respectivas empresas públicas e sociedades de economia mista às 
regras de governança previstas no Título I desta Lei. 
§ 5º Submetem-se ao regime previsto nesta Lei a empresa pública e a sociedade de economia mista 
que participem de consórcio, conforme disposto no art. 279 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 
1976, na condição de operadora. 
§ 6º Submete-se ao regime previsto nesta Lei a sociedade, inclusive a de propósito específico, que 
seja controlada por empresa pública ou sociedade de economia mista abrangidas no caput. 
§ 7º Na participação em sociedade empresarial em que a empresa pública, a sociedade de economia 
mista e suas subsidiárias não detenham o controle acionário, essas deverão adotar, no dever de 
APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 25 
 
fiscalizar, práticas de governança e controle proporcionais à relevância, à materialidade e aos riscos 
do negócio do qual são partícipes, considerando, para esse fim: 
I - documentos e informações estratégicos do negócio e demais relatórios e informações produzidos 
por força de acordo de acionistas e de Lei considerados essenciais para a defesa de seus interesses 
na sociedade empresarial investida; 
II - relatório de execução do orçamento e de realização de investimentos programados pela 
sociedade, inclusive quanto ao alinhamento dos custos orçados e dos realizados com os custos de 
mercado; 
III - informe sobre execução da política de transações com partes relacionadas; 
IV - análise das condições de alavancagem financeira da sociedade; 
V - avaliação de inversões financeiras e de processos relevantes de alienação de bens móveis e 
imóveis da sociedade; 
VI - relatório de risco das contratações para execução de obras, fornecimento de bens e prestação 
de serviços relevantes para os interesses da investidora; 
VII - informe sobre execução de projetos relevantes para os interesses da investidora; 
VIII - relatório de cumprimento, nos negócios da sociedade, de condicionantes socioambientais 
estabelecidas pelos órgãos ambientais; 
IX - avaliação das necessidades de novos aportes na sociedade e dos possíveis riscos de redução 
da rentabilidade esperada do negócio; 
X - qualquer outro relatório, documento ou informação produzido pela sociedade empresarial 
investida considerado relevante para o cumprimento do comando constante do caput. 
Art. 2º A exploração de atividade econômica pelo Estado será exercida por meio de empresa pública, 
de sociedade de economia mista e de suas subsidiárias. 
§ 1º A constituição de empresa pública ou de sociedade de economia mista dependerá de prévia 
autorização legal que indique, de forma clara, relevante interesse coletivo ou imperativo de 
segurança nacional, nos termos do caput do art. 173 da Constituição Federal. 
§ 2º Depende de autorização legislativa a criação de subsidiárias de empresa pública e de sociedade 
de economia mista, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada, cujo objeto 
social deve estar relacionado ao da investidora, nos termos do inciso XX do art. 37 da Constituição 
Federal . 
§ 3º A autorização para participação em empresa privada prevista no § 2º não se aplica a operações 
de tesouraria, adjudicação de ações em garantia e participações autorizadas pelo Conselho de 
Administração em linha com o plano de negócios da empresa pública, da sociedade de economia 
mista e de suas respectivas subsidiárias. 
Art. 3º Empresa pública é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação 
autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido pela União, 
pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios. 
Parágrafo único. Desde que a maioria do capital votante permaneça em propriedade da União, do 
Estado, do Distrito Federal ou do Município, será admitida, no capital da empresa pública, a 
APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 26 
 
participação de outras pessoas jurídicas de direito público interno, bem como de entidades da 
administração indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
Art. 4º Sociedade de economia mista é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito 
privado, com criação autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito 
a voto pertençam em sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou a 
entidade da administração indireta. 
§ 1º A pessoa jurídica que controla a sociedade de economia mista tem os deveres e as 
responsabilidades do acionista controlador, estabelecidos na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 
1976, e deverá exercer o poder de controle no interesse da companhia, respeitado o interesse 
público que justificou sua criação. 
§ 2º Além das normas previstas nesta Lei, a sociedade de economia mista com registro na Comissão 
de Valores Mobiliários sujeita-se às disposições da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976. 
CAPÍTULO II 
DO REGIME SOCIETÁRIO DA EMPRESA PÚBLICA E DA SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA 
Seção I 
Das Normas Gerais 
Art. 5º A sociedade de economia mista será constituída sob a forma de sociedade anônima e, 
ressalvado o disposto nesta Lei, estará sujeita ao regime previsto na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro 
de 1976 . 
Art. 6º O estatuto da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias 
deverá observar regras de governança corporativa, de transparência e de estruturas, práticas de 
gestão de riscos e de controle interno, composição da administração e, havendo acionistas, 
mecanismos para sua proteção, todos constantes desta Lei. 
Art. 7º Aplicam-se a todas as empresas públicas, as sociedades de economia mista de capital 
fechado e as suas subsidiárias as disposições da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e as 
normas da Comissão de Valores Mobiliários sobre escrituração e elaboração de demonstrações 
financeiras, inclusive a obrigatoriedade de auditoria independente por auditor registrado nesse 
órgão. [...] 
CAPÍTULO III 
DA FUNÇÃO SOCIAL DA EMPRESA PÚBLICA E DA SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA 
Art. 27. A empresa pública e a sociedade de economia mista terão a função social de realização do 
interesse coletivo ou de atendimento a imperativo da segurança nacional expressa no instrumento 
de autorização legal para a sua criação. 
§ 1º A realização do interesse coletivo de que trata este artigo deverá ser orientada para o alcance 
do bem-estar econômico e para a alocação socialmente eficiente dos recursos geridos pela empresa 
pública e pela sociedade de economia mista, bem como para o seguinte: 
APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 27 
 
I - ampliação economicamente sustentada do acesso de consumidores aos produtos e serviços da 
empresa pública ou da sociedade de economia mista; 
II - desenvolvimento ou emprego de tecnologia brasileira para produção e oferta de produtos e 
serviços da empresa pública ou da sociedade de economia mista, sempre de maneira 
economicamente justificada. 
§ 2º A empresa pública e a sociedade de economia mista deverão, nos termos da lei, adotar práticas 
de sustentabilidade ambiental e de responsabilidade social corporativa compatíveis com o mercado 
em que atuam. 
§ 3º A empresa pública e a sociedade de economia mista poderão celebrar convênio ou contrato de 
patrocínio com pessoa física ou com pessoa jurídica para promoção de atividades culturais, sociais, 
esportivas, educacionais e de inovação tecnológica, desde que comprovadamente vinculadas ao 
fortalecimento de sua marca, observando-se, no que couber, as normas de licitação e contratos desta 
Lei. [...] 
CAPÍTULO III 
DA FISCALIZAÇÃO PELO ESTADO E PELA SOCIEDADE 
Art. 85. Os órgãos de controleexterno e interno das 3 (três) esferas de governo fiscalizarão as 
empresas públicas e as sociedades de economia mista a elas relacionadas, inclusive aquelas 
domiciliadas no exterior, quanto à legitimidade, à economicidade e à eficácia da aplicação de seus 
recursos, sob o ponto de vista contábil, financeiro, operacional e patrimonial. 
§ 1º Para a realização da atividade fiscalizatória de que trata o caput, os órgãos de controle deverão 
ter acesso irrestrito aos documentos e às informações necessários à realização dos trabalhos, 
inclusive aqueles classificados como sigilosos pela empresa pública ou pela sociedade de economia 
mista, nos termos da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 . 
§ 2º O grau de confidencialidade será atribuído pelas empresas públicas e sociedades de economia 
mista no ato de entrega dos documentos e informações solicitados, tornando-se o órgão de controle 
com o qual foi compartilhada a informação sigilosa corresponsável pela manutenção do seu sigilo. 
§ 3º Os atos de fiscalização e controle dispostos neste Capítulo aplicar-se-ão, também, às empresas 
públicas e às sociedades de economia mista de caráter e constituição transnacional no que se refere 
aos atos de gestão e aplicação do capital nacional, independentemente de estarem incluídos ou não 
em seus respectivos atos e acordos constitutivos. 
Art. 86. As informações das empresas públicas e das sociedades de economia mista relativas a 
licitações e contratos, inclusive aqueles referentes a bases de preços, constarão de bancos de dados 
eletrônicos atualizados e com acesso em tempo real aos órgãos de controle competentes. 
§ 1º As demonstrações contábeis auditadas da empresa pública e da sociedade de economia mista 
serão disponibilizadas no sítio eletrônico da empresa ou da sociedade na internet, inclusive em 
formato eletrônico editável. 
APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 28 
 
§ 2º As atas e demais expedientes oriundos de reuniões, ordinárias ou extraordinárias, dos conselhos 
de administração ou fiscal das empresas públicas e das sociedades de economia mista, inclusive 
gravações e filmagens, quando houver, deverão ser disponibilizados para os órgãos de controle 
sempre que solicitados, no âmbito dos trabalhos de auditoria. 
§ 3º O acesso dos órgãos de controle às informações referidas no caput e no § 2º será restrito e 
individualizado. 
§ 4º As informações que sejam revestidas de sigilo bancário, estratégico, comercial ou industrial 
serão assim identificadas, respondendo o servidor administrativa, civil e penalmente pelos danos 
causados à empresa pública ou à sociedade de economia mista e a seus acionistas em razão de 
eventual divulgação indevida. 
§ 5º Os critérios para a definição do que deve ser considerado sigilo estratégico, comercial ou 
industrial serão estabelecidos em regulamento. 
Art. 87. O controle das despesas decorrentes dos contratos e demais instrumentos regidos por esta 
Lei será feito pelos órgãos do sistema de controle interno e pelo tribunal de contas competente, na 
forma da legislação pertinente, ficando as empresas públicas e as sociedades de economia mista 
responsáveis pela demonstração da legalidade e da regularidade da despesa e da execução, nos 
termos da Constituição. 
§ 1º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação por irregularidade na 
aplicação desta Lei, devendo protocolar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes da data fixada para a 
ocorrência do certame, devendo a entidade julgar e responder à impugnação em até 3 (três) dias 
úteis, sem prejuízo da faculdade prevista no § 2º. 
§ 2º Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica poderá representar ao tribunal de 
contas ou aos órgãos integrantes do sistema de controle interno contra irregularidades na aplicação 
desta Lei, para os fins do disposto neste artigo. 
§ 3º Os tribunais de contas e os órgãos integrantes do sistema de controle interno poderão solicitar 
para exame, a qualquer tempo, documentos de natureza contábil, financeira, orçamentária, 
patrimonial e operacional das empresas públicas, das sociedades de economia mista e de suas 
subsidiárias no Brasil e no exterior, obrigando-se, os jurisdicionados, à adoção das medidas 
corretivas pertinentes que, em função desse exame, lhes forem determinadas. 
Art. 88. As empresas públicas e as sociedades de economia mista deverão disponibilizar para 
conhecimento público, por meio eletrônico, informação completa mensalmente atualizada sobre a 
execução de seus contratos e de seu orçamento, admitindo-se retardo de até 2 (dois) meses na 
divulgação das informações. 
§ 1º A disponibilização de informações contratuais referentes a operações de perfil estratégico ou 
que tenham por objeto segredo industrial receberá proteção mínima necessária para lhes garantir 
confidencialidade. 
APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 29 
 
§ 2º O disposto no § 1º não será oponível à fiscalização dos órgãos de controle interno e do tribunal 
de contas, sem prejuízo da responsabilização administrativa, civil e penal do servidor que der causa 
à eventual divulgação dessas informações. 
Art. 89. O exercício da supervisão por vinculação da empresa pública ou da sociedade de economia 
mista, pelo órgão a que se vincula, não pode ensejar a redução ou a supressão da autonomia 
conferida pela lei específica que autorizou a criação da entidade supervisionada ou da autonomia 
inerente a sua natureza, nem autoriza a ingerência do supervisor em sua administração e 
funcionamento, devendo a supervisão ser exercida nos limites da legislação aplicável. 
Art. 90. As ações e deliberações do órgão ou ente de controle não podem implicar interferência na 
gestão das empresas públicas e das sociedades de economia mista a ele submetidas nem ingerência 
no exercício de suas competências ou na definição de políticas públicas. 
 
 
APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 30 
 
Órgãos públicos: conceito, natureza e classificação 
 
Conceito: 
Órgãos podem ser conceituados como centros de competência instituídos para o desempenho de 
funções estatais por meio de seus agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica a que 
pertencem. 
Celso Antônio Bandeira de Mello apresenta a seguinte conceituação: 
os órgãos nada mais significam que círculos de atribuições, os feixes 
individuais de poderes funcionais repartidos no interior da personalidade 
estatal e expressados através dos agentes neles providos. 
São unidades de atuação integrante da estrutura da administração direta ou indireta. 
Nenhum órgão possui personalidade jurídica própria, pois pertencem / integram uma Pessoa Jurídica 
de Direito Público. São resultado da desconcentração administrativa, e podem estar presentes na 
Administração Direta ou indireta. 
Alguns órgãos possuem autonomia gerencial, orçamentária e financeira, e podem firmar contrato de 
gestão. É possível, inclusive, que alguns órgãos possuam capacidade processual, para defesa de 
seus interesses em juízo. 
Natureza: 
Órgãos são ferramentas hierarquizadas utilizadas por agentes, dotados de capacidade e poder, para 
construir e executar a vontade do Estado. Seu funcionamento gera direitos e obrigações que 
pertencem ao Estado. As atitudes dos agentes públicos não representam sua vontade própria, mas 
a vontade do Estado. 
Conforme leciona Hely Lopes Meirelles (em seu livro Direito Administrativo Brasileiro): 
cada órgão, como centro de competência governamental ou administrativa, 
tem necessariamente funções, cargos e agentes, mas é distinto 
desses elementos, que podem ser modificados, substituídos ou retirados 
sem supressão da unidade orgânica. Isto explica por que a alteração de 
funções, ou a vacância dos cargos, ou a mudança de seus titulares não acarreta 
a extinção do órgão”. Além disto, grande parte dos órgãos é constituída por 
vários agentes, cada um exercendo uma parceladas atribuições totais dos 
órgãos que integram 
 
Classificação dos órgãos públicos: 
a) quanto à esfera de ação - subdividem-se em dois grupos: 
a.1) Centrais: Os órgãos centrais exercem atribuições em todo o território nacional, estadual, distrital 
e municipal, como por exemplos os ministérios e secretaria estaduais e municipais. 
APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 31 
 
a.2) Locais: estes órgãos atuam em apenas parte do território. São exemplos delegacias de polícia, 
postos de saúde e etc. 
 
b) quanto à posição estatal - subdividem-se em: 
b.1) Órgãos Independentes - são aqueles previstos no texto da Constituição Federal – representam 
os três poderes, conforme art. 2º da Constituição Federal: "Art. 2º São Poderes da União, 
independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário." 
b.2) Órgãos Autônomos - representam a cúpula da Administração; são órgãos diretivos, 
hierarquicamente posicionados abaixo dos órgãos independentes: ministérios, secretarias e etc. 
b.3) Órgãos Superiores - sujeitos ao controle hierárquico, sem autonomia administrativa e financeira. 
São exemplos as procuradorias, gabinetes e etc. 
b.4) Órgãos Subalternos - possuem atribuições de mera execução. 
Vale destacar ainda quanto ao tema a classificação quanto à posição federativa -os órgãos podem 
ter classificação de acordo com seu posicionamento como órgãos federais, estaduais, distritais e 
municipais. 
 
c) quanto à estrutura - subdividem-se em: 
c.1) Órgãos Simples - Neste caso o órgão público possui um único núcleo de competência, sem 
qualquer subdivisão. 
c.2) Órgãos Compostos - Reúnem em sua estrutura diversos órgãos, com diversos núcleos de 
competência. 
 
d) quanto à atuação funcional - subdividem-se em: 
d.1) Singulares: tratam-se de órgãos unipessoais, concentrados na atuação e decisão de um único 
agente público. 
d.2) Colegiados: tratam-se de órgãos pluripessoais, com atuação e decisão através de manifestação 
conjunta dos membros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 32 
 
Improbidade administrativa (Lei n° 8.429/1992) 
 
Dispõe sobre as sanções aplicáveis em virtude da prática de atos de improbidade administrativa, de 
que trata o § 4º do art. 37 da Constituição Federal; e dá outras providências. (Redação dada pela 
Lei nº 14.230, de 2021) 
 
CAPÍTULO I 
Das Disposições Gerais 
 
Art. 1º O sistema de responsabilização por atos de improbidade administrativa tutelará a probidade 
na organização do Estado e no exercício de suas funções, como forma de assegurar a integridade 
do patrimônio público e social, nos termos desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 1º Consideram-se atos de improbidade administrativa as condutas dolosas tipificadas nos arts. 9º, 
10 e 11 desta Lei, ressalvados tipos previstos em leis especiais. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 
2021) 
§ 2º Considera-se dolo a vontade livre e consciente de alcançar o resultado ilícito tipificado nos arts. 
9º, 10 e 11 desta Lei, não bastando a voluntariedade do agente. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 
2021) 
§ 3º O mero exercício da função ou desempenho de competências públicas, sem comprovação de 
ato doloso com fim ilícito, afasta a responsabilidade por ato de improbidade 
administrativa. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 4º Aplicam-se ao sistema da improbidade disciplinado nesta Lei os princípios constitucionais do 
direito administrativo sancionador. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 5º Os atos de improbidade violam a probidade na organização do Estado e no exercício de suas 
funções e a integridade do patrimônio público e social dos Poderes Executivo, Legislativo e 
Judiciário, bem como da administração direta e indireta, no âmbito da União, dos Estados, dos 
Municípios e do Distrito Federal. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 6º Estão sujeitos às sanções desta Lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de 
entidade privada que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de entes públicos 
ou governamentais, previstos no § 5º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 7º Independentemente de integrar a administração indireta, estão sujeitos às sanções desta Lei os 
atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade privada para cuja criação ou custeio 
o erário haja concorrido ou concorra no seu patrimônio ou receita atual, limitado o ressarcimento de 
prejuízos, nesse caso, à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. (Incluído 
pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 8º Não configura improbidade a ação ou omissão decorrente de divergência interpretativa da lei, 
baseada em jurisprudência, ainda que não pacificada, mesmo que não venha a ser posteriormente 
prevalecente nas decisões dos órgãos de controle ou dos tribunais do Poder Judiciário. (Incluído 
pela Lei nº 14.230, de 2021) 
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público o agente político, o servidor público 
e todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, 
designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 33 
 
emprego ou função nas entidades referidas no art. 1º desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 14.230, 
de 2021) 
Parágrafo único. No que se refere a recursos de origem pública, sujeita-se às sanções previstas nesta 
Lei o particular, pessoa física ou jurídica, que celebra com a administração pública convênio, contrato 
de repasse, contrato de gestão, termo de parceria, termo de cooperação ou ajuste administrativo 
equivalente. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
Art. 3º As disposições desta Lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente 
público, induza ou concorra dolosamente para a prática do ato de improbidade. (Redação dada 
pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 1º Os sócios, os cotistas, os diretores e os colaboradores de pessoa jurídica de direito privado não 
respondem pelo ato de improbidade que venha a ser imputado à pessoa jurídica, salvo se, 
comprovadamente, houver participação e benefícios diretos, caso em que responderão nos limites 
da sua participação. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
§ 2º As sanções desta Lei não se aplicarão à pessoa jurídica, caso o ato de improbidade 
administrativa seja também sancionado como ato lesivo à administração pública de que trata a Lei 
nº 12.846, de 1º de agosto de 2013. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
Art. 4° (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021) 
Art. 5° (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021)

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