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DIREITO ADMINISTRATIVO TÉCNICO TRT (Geral) ATUALIZADO EM 11/2021 APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 2 Agora que você já possui o material de estudo mais prático e efetivo para sua aprovação neste concurso, você está pronto(a) para se aprofundar ainda mais e descobrir todos os detalhes que farão total diferença na preparação! Descubra como aprimorar e personalizar seus estudos com o Aprovação Ágil - Guia Prático para Aprovação em Concursos. Com ele você terá acesso ao livro e ao novo Curso em Vídeo do Aprovação Ágil, com cerca de 8 horas de conteúdo exclusivo, mostrando na prática o passo a passo para sua aprovação no concurso dos seus sonhos. Adquirindo agora você terá ainda, além de vários bônus, acesso às planilhas automatizadas para: - Montagem de seu cronograma personalizado - Controle de estudos e simulados - Análise do exato perfil de sua próxima prova Você vai ter acesso também ao grupo secreto do Facebook. 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(desconto já incluso neste link acima). https://aprovacaoagil.com.br/promo/aa-video-material APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 3 NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO Breves considerações sobre a prova .................................................................... 4 Administração Pública: princípios básicos ........................................................... 5 Poderes Administrativos: hierárquico, disciplinar, regulamentar e de polícia; Uso e abuso do poder ............................................................................................... 8 Serviços Públicos: conceito e princípios ............................................................... 11 Ato administrativo: conceito, requisitos; atributos; anulação, revogação e convalidação; discricionariedade e vinculação. ................................................. 12 Organização administrativa: administração direta e indireta, centralizada e descentralizada; autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista. ................................................................................................... 16 Órgãos públicos: conceito, natureza e classificação ....................................... 30 Improbidade administrativa (Lei n° 8.429/1992) ................................................ 32 Licitações e Contratos administrativos: Lei n° 8.666/93 e Lei n° 14.133/21 .. 51 Características do contrato administrativo ...................................................... 202 Servidores Públicos: Cargo, emprego e função públicos ........................... 203 Lei n° 8.112/90 (Regime Jurídico dos Servidores. Públicos Civis da União): Das disposições preliminares; Do provimento, vacância, remoção, redistribuição e substituição. Dos direitos e vantagens: do vencimento e da remuneração; das vantagens; das férias; das licenças; dos afastamentos; do direito de petição. Do regime disciplinar: dos deveres e proibições; da acumulação; das responsabilidades; das penalidades ................................ 206 Processo administrativo (Lei 9.784/99): das disposições gerais; dos direitos e deveres dos administrados ............................................................................. 243 Nota sobre as atualizações ................................................................................. 245 APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 4 Breves considerações sobre a prova A disciplina de Direito Administrativo é reconhecida como uma matéria de maior aprofundamento quanto a pontos doutrinários. E, no caso do último concurso do TRT, a realidade não foi diferente. Houve a cobrança de um raciocínio doutrinário na maior parte das questões, como você pode verificar na planilha sobre o perfil da prova, enviada conjuntamente com esse material de estudo. O material de estudos exposto neste PDF está totalmente voltado para o perfil da prova. Porém, para evitar surpresas com questões mais profundas e complexas, recomendo muito que o estudante também aprofunde seus estudos com uma boa doutrina nesta disciplina, principalmente em momento anterior à publicação do edital. Recomendo a leitura, ao menos uma vez, do Curso de Direito Administrativo, de Maria Sylvia Zanella di Pietro, talvez a maior referência atual nesta disciplina, apenas em relação aos tópicos exigidos no edital. E é extremamente recomendável fazer muitas questões da mesma banca nesta disciplina, para entender plenamente o que eles mais cobram dos candidatos. Assim, com certeza você terá um maior embasamento para a prova em Direito Administrativo, e terá ainda mais facilidade em compreender e memorizar plenamente o conteúdo deste resumo. APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 5 Administração Pública: princípios básicos Art. 37 da Constituição Federal. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (…). O artigo da Constituição Federal acima são os princípios da Administração Pública, formando o mnemônico do famoso LIMPE. Princípio da legalidade – representa o Estado de Direito. O princípio da legalidade é a atuação administrativa de acordo com a Lei. Nota: O Supremo Tribunal Federal fixou a seguinte tese, em repercussão geral: “É constitucional a delegação do poder de polícia, por meio de lei, a pessoas jurídicas de direito privado integrantes da Administração Pública indireta de capital social majoritariamente público que prestem exclusivamente serviço público de atuação própria do Estado e em regime não concorrencial” (RE 6.33782, Relator Ministro Luiz Fix, julgamento em 23.11.2020, Tema 532). Princípio da impessoalidade – o princípio da impessoalidade tem duas acepções: a perspectiva em relação ao Administrativo e em relação à Administração Pública. Para o administrado, impessoalidade é a busca da finalidade pública, e não o interesse do particular. Em relação à Administração, o ato é imputado à pessoa jurídica de Direito Público, e não à pessoa física do agente público que o pratica. Tema recorrente em provas: cuidado, o princípio da impessoalidade não impede a identificação pessoal do nome dos servidores nos atos praticados pela Administração Pública Princípio da moralidade – a atuação administrativa deve ser legal e também moral, de acordo com probidade, boa-fé e lealdade. Nota: Súmula Vinculante n. 13 do Supremo Tribunal Federal – A nomeação de cônjuge, companheiro, ou parente, em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta, em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a CF. O Supremo Tribunal Federal já fixou a seguinte tese em sede de ADI: “É inconstitucional a fixação de critério de desempate em concursos que favoreça candidatos que pertencemao serviço público de um determinado ente federativo” (ADI 5.358, Rel. Min. Roberto Barroso, julgamento em 30.11.2020). O Supremo Tribunal Federal também tem o seguinte entendimento: APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 6 AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. LIBERDADE DE OFÍCIO. ART. 5º, XIII, DA CONSTITUIÇÃO. DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL. EXERCÍCIO DA ADVOCACIA. IMPOSSIBILIDADE. ATIVIDADE INCOMPATÍVEL. ART. 28 DA LEI 8.906/1994. ALEGAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DO PRECEITO LEGAL. IMPROCEDÊNCIA. MORALIDADE ADMINISTRATIVA. PRECEDENTES. A restrição operada pelo art. 28, V, da Lei 8.906/1994 atende ao art. 5º, XIII, da Lei Maior, porquanto a incompatibilidade entre o exercício da advocacia e a função de Delegado da Polícia Federal traduz requisito negativo de qualificação profissional, considerado o princípio da moralidade administrativa. Precedente: RE 199.088, rel. min. Carlos Velloso, Segunda Turma, DJ de 16.04.1999. Agravo regimental a que se nega provimento. (RE 550005 AgR, Relator(a): JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, julgado em 08/05/2012, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-102 DIVULG 24-05-2012 PUBLIC 25-05-2012). Segundo a doutrina, embora “não se identifique com a legalidade (porque a lei pode ser imoral e a moral pode ultrapassar o âmbito da lei), a imoralidade administrativa produz efeitos jurídicos, porque acarreta a invalidade do ato, que pode ser decretada pela própria Administração ou pelo Poder Judiciário. A apreciação judicial ficou consagrada pelo dispositivo concernente à ação popular (art. 5º, LXIII, da Constituição) e implicitamente pelos já referidos arts. 15, V, 37, § 4º e 85, V, este último considerando a improbidade administrativa como crime de responsabilidade” (Maria Sylvia Zanella Di Pietro). Portanto, pela citação da doutrina, também o ato que ofende o princípio da moralidade pode ser anulado (tema já cobrado no TRT 22ª Região, FCC, Analista Judiciário, em 2010). Princípio da publicidade – a atuação administrativa não pode ser secreta, para que possa haver o controle dos atos da Administração Pública. Daqui decorre o dever de transparência da Administração Pública. A publicidade ocorre com a publicação dos atos administrativos. Em alguns casos, a publicidade pode ser restringida quando o sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado (art. 5º, XXXIII, da CF). Três aspectos da publicidade: - o direito de petição aos órgãos integrantes da Administração Pública; - o direito de obtenção de certidões; - a divulgação de ofício de informações pela Administração Pública. Nota: o Supremo Tribunal Federal fixou a seguinte tese em Repercussão Geral: “É legítima a publicação, inclusive em sítio eletrônico mantido pela administração pública, dos nomes dos seus servidores e o valores dos correspondentes vencimentos e vantagens pecuniárias” (ARE 652.777, Relator Ministro Teori Zavascki, julgamento em 23.04.2015, Tema 483). Princípio da eficiência – a atividade pública deve buscar o melhor resultado possível, alcançando a finalidade pública da forma mais eficaz que for possível. Além desses, alguns outros princípios podem ser destacados: 1) Princípio da autotutela – a Administração Pública deve analisar se os atos administrativos praticados são legais e se continuam convenientes e oportunos; caso verificada incompatibilidade com a lei ou com a conveniência e oportunidade, os atos podem ser anulados (no primeiro caso) ou revogados (no segundo caso). APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 7 Para fixar, na autotutela, a Administração: - anula os atos ilegais; - revoga os atos inoportunos ou inconvenientes. Súmula 346 do Supremo Tribunal Federal – A Administração Pública pode declarar a nulidade de seus próprios atos. Súmula 473 do Supremo Tribunal Federal – A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. Obs.: para a anulação de ato administrativo que tenha repercutido na esfera de interesses individuais, é necessário processo administrativo, com garantia de contraditório e ampla defesa, antes de anular o ato (como o Superior Tribunal de Justiça decidiu, por exemplo, no RMS 29.222 e RMS 24.091). 2) Princípio da indisponibilidade do direito público – o administrador não pode renunciar o direito público, já que este é indisponível. 3) Princípio da supremacia do interesse público – em caso de conflito entre interesse público e privado, aquele deve prevalecer. Esse princípio dá autoridade à Administração Pública. 4) Princípio da proporcionalidade – decorre do próprio devido processo legal e está positivado no artigo 2º da Lei n. 9.784/1999. Verificar que existe estudo do conceito no Direito Constitucional. O ato deve ser proporcional: - a Administração Pública deve usar de meios adequados para o caso concreto; - a atuação da Administração Pública deve ser necessária; - deve haver proporcionalidade no conflito de interesses. 5) Princípio da segurança jurídica – deve ocorrer a tentativa de preservação dos atos administrativos; a regra é a manutenção dos atos administrativos, para se dar segurança jurídica ao administrado. O artigo 5º, inciso XXXVI, da Constituição Federal estabelece o respeito ao direito adquirido, ato jurídico perfeito e coisa julgada e daí decorre o princípio da segurança jurídica. No âmbito administrativo, o princípio tem efeito, por exemplo, na impossibilidade de aplicação retroativa do ato administrativo e também no prazo de decadência para revisão dos atos administrativos (prazo de 5 anos para a administração anular os atos administrativos). APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 8 Poderes Administrativos: hierárquico, disciplinar, regulamentar e de polícia; Uso e abuso do poder Os poderes administrativos são prerrogativas que a Administração Pública tem para que ela possa agir no sentido de buscar o interesse público. Entre os poderes que são inerentes à Administração Pública na condução de suas atividades em busca do interesse público, Hely Lopes Meirelles destaca: Atenção! Este tema é extremamente cobrado em concursos. É preciso saber o que cada poder administrativo representa e diferenciá-los uns dos outros 1- Poder Hierárquico: É o poder que a Administração dispõe para distribuir e escalonar as funções de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabelecendo a relação de subordinação entre os seus servidores. 2- Poder Disciplinar: É a faculdade de punir internamente as infrações funcionais cometidas por servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da Administração Pública. O poder disciplinar, no entanto, fica restrito aos ilícitos administrativos. A repercussão civil e penal, portanto, é apurada em esfera própria (a princípio, pelo Poder Judiciário). Não existe discricionariedade do administrador em avaliar se instaura ou não o procedimento para apurar a infração administrativo-funcional. No poder disciplinar, o administrador deve instaurar o procedimento para apurar a falta. O que existe de discricionariedade no poder disciplinar é a pequena margem para a aplicação da pena ou o uso de conceitos jurídicos indeterminados para a configuração da falta funcional. O poder disciplinar tem relação com o poder hierárquico, mas os seus conceitos não se confundem. 3- Poder Regulamentar (também conhecido como Poder Normativo): É a faculdade que os Chefes do Poder Executivo (Presidente, Governador e Prefeito) dispõem para complementar ou explicar a lei com o fim de garantir a sua fiel execução. Artigo 84 da Constituição Federal – Compete privativamenteao Presidente da República: IV – sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução; VI – dispor, mediante decreto, sobre: a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos. O inciso IV do artigo 84 da Constituição Federal é o chamado decreto regulamentar; o decreto regulamentar é o poder que o Presidente da República tem de trazer mais regras para a fiel APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 9 execução da lei. Não se pode inovar, ou seja, criar preceito que não está na lei, mas apenas explicitar o conteúdo que está na lei. O Legislativo e o Judiciário também têm poder regulamentar, mas é bem menos abrangente que o Poder Executivo. O inciso VI do artigo 84, por sua vez, trata do chamado decreto autônomo. Mas você verifica, no entanto, que o decreto autônomo tem uma abrangência menor do que o decreto regulamentar (pode tratar sobre as matérias que estão nas alíneas “a” e “b”). 4- Poder de Polícia: É a faculdade que a Administração possui para condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades individuais em benefício da coletividade ou do próprio Estado. O poder de polícia pode ser geral ou individual. No poder de polícia, vemos muito mais evidente o atributo da autoexecutoriedade. Com base na supremacia do interesse público a administração pode, no exercício do poder de polícia, utiliza de meios de coação, diretos ou indiretos, como por exemplo aplicar multas pecuniárias. Veja a definição legal contida no Código Tributário Nacional (texto original, sem modificações): Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder. Existe prescrição no caso do exercício do Poder de Polícia, conforme artigo 1º da Lei n. 9.873/1999: o prazo de prescrição é de cinco anos, contados da data da prática do ato, ou no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado. Teses de Repercussão Geral Tema 472, RE 658570 - “E constitucional a atribuição às guardas municipais do exercício do poder de polícia de trânsito, inclusive para imposição de sanções administrativas legalmente previstas”. Tema 532, RE 633782 - “É constitucional a delegação do poder de polícia, por meio de lei, a pessoas jurídicas de direito privado integrantes da Administração Pública indireta de capital social majoritariamente público que prestem exclusivamente serviço público de atuação própria do Estado e em regime não concorrencial”. Súmula vinculante APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 10 Súmula Vinculante n. 21 do Supremo Tribunal Federal – É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo. Uso e abuso de poder: Os poderes administrativos são atribuições especiais conferidas aos agentes públicos, com a finalidade de imposição de cumprimento das obrigações necessárias à defesa e manutenção do interesse público. Poder-dever de agir: O agente público tem o dever de praticar os atos que são de sua competência, sob pena de responsabilização nas esferas administrativa, civil e penal, conforme o caso. Sobre o tema Hely Lopes Meirelles ensina que: “Se para o particular o poder de agir é uma faculdade, para o administrador público é uma obrigação de atuar, desde que se apresente o ensejo de exercitá-lo em benefício da comunidade”. Por isso mesmo não se fala apenas em poder de agir, mas sim poder- dever de agir em defesa do interesse público. A ação do agente público deve sempre estar fundamentado em lei, pois se agir fora de sua competência ficará configurado o excesso ou abuso de poder. O abuso de poder é um desvio na conduta do agente público, uma inobservância de seu poder- dever de agir de acordo com a lei, com vistas ao alcance do interesse público. Existem 3 formas de manifestação do abuso de poder: 1) Excesso de poder: ocorre caso o agente público competente age além do permitido na legislação, ou seja, atua ultra legem. 2) Desvio de finalidade ou desvio de poder: neste caso o ato é praticado por motivos ou finalidade diversa daquela prevista na lei (atuação contra legem). O poder é atributo do cargo ou função, e não um privilégio concedido pessoalmente ao agente. 3) Omissão: é a hipótese de inércia da Administração em praticar ato que seja de competência, sem justificativa, em inquívoca violação ao seu dever de ação. Discricionariedade A discricionariedade (para alguns, poder discricionário) é o poder da Administração Pública para praticar determinados atos com liberdade, podendo valorar a conveniência e oportunidade. A Administração pode escolher o momento, o conteúdo do ato, com vistas ao interesse público. Esse espaço para a escolha da atividade pela Administração Pública é chamado de mérito administrativo. Vinculação Vinculação ou poder vinculado é a prática de atos sem qualquer margem de liberdade, sendo que a lei disciplina, sem espaço para a Administração Pública decidir, determinando todos os elementos e requisitos do ato. APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 11 Serviços Públicos: conceito e princípios Cada doutrinador dá o seu próprio conceito a serviço público. Destacaremos aqui as definições dos autores que mais caem nas provas. Para Hely Lopes Meirelles: “Serviço público é todo aquele prestado pela Administração ou por seus delegados, sob normas e controles estatais, para satisfazer necessidades essenciais ou secundárias da coletividade, ou simples conveniência do Estado”. José dos Santos Carvalho Filho define serviço público como “toda atividade prestada pelo Estado ou seus delegados, basicamente sob regime de direito público, com vistas à satisfação de necessidade essenciais e secundárias da coletividade”. Modernamente, são apontados 5 requisitos (ou princípios) para a prestação dos serviços públicos: Continuidade: Não pode haver interrupções repentinas nos serviços públicos, que possam gerar prejuízos aos usuários. Generalidade: O serviço deve ser prestado da forma mais ampla possível, sem qualquer discriminação (tratamento diferenciado sem justificativa jurídica) aos beneficiários. Eficiência: Deve-se garantir que a prestação do serviço seja sempre realizada da forma mais proveitosa e com o menor custo possível. Modicidade: Os preços dos serviços públicos devem ser razoáveis para que possam ser adquiridos por todos. Cortesia: Deve sempre haver um bom tratamento entre os prestadores e usuários dos serviços. APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 12 Ato administrativo: conceito, requisitos; atributos; anulação, revogação e convalidação; discricionariedade e vinculação. Conceito do ato administrativo O ato administrativo pode ser conceituado como toda manifestação de vontade da Administração Pública, sob o regime de direito público, ordenada para a produção de efeitos jurídicos de interesse público. Na clássica definição de. HelyLopes Meirelles, ato administrativo é: toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria. Muito embora não haja previsão em lei ou consenso entre os doutrinadores sobre o conceito de ato administrativo, é importante saber que qualquer definição abrangerá sempre 3 pressupostos: 1- Manifestação do Estado ou quem lhe esteja representando; 2- Incidência das regras de direito público. 3- Produção de efeitos jurídicos visando ao interesse público. Requisitos ou elementos de validade e eficácia ato administrativo Todo ato administrativo para ser válido e eficaz deve obedecer a cinco requisitos: competência, finalidade, forma, objeto e motivo. Para decorar os requisitos lembre-se da frase: Como Ficar Feliz? Ouvindo Música ou da outra frase: Como Ficar Fortão? Óbvio: Musculação! As iniciais de referidas frases são as mesmas dos requisitos do ato administrativo: C ompetência, F inalidade, F orma, O bjeto e M otivo Atenção! Fique atento que as bancas costumam confundir Objeto, um dos requisitos do ato administrativo, com Objetivo, pela proximidade entre a grafia e sonoridade das palavras. Não caia nesta pegadinha! 1- Competência: Para que o ato seja válido é necessário que seja proferido por alguém autorizado por lei a praticar tal conduta. A competência administrativa tem como características: APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 13 a) Natureza de ordem pública, pois sua atribuição é feita somente por lei. b) Intransferível pela vontade dos interessados. No entanto, em caso de avocação ou delegação prevista em lei, a competência para determinado ato pode ser transferida temporariamente. c) Irrenunciável, porque a competência deriva do cargo e não da pessoa. e) Incaducável ou imprescritível, posto que a competência não se extingue pela falta de uso ou pelo decurso do tempo, somente por determinação legal. 2- Finalidade: Todo ato administrativo sempre deve visar ao interesse público. Se o agente praticar algum ato visando a interesse próprio ou alheio ao interesse público, o ato será nulo por desvio de finalidade, o que, inclusive, caracteriza o abuso de poder. 3- Forma: É o modo e procedimentos previstos em lei que são necessários para a exteriorização dos atos administrativos. Em regra, todo ato administrativo deverá ser por escrito. Somente se admitirá atos não escritos em casos de urgência e transitoriedade da manifestação. Ex: O assobio do guarda de trânsito para desviar os carros de um acidente na rodovia. 4- Objeto: É o conteúdo do ato a fim de criar, modificar ou comprovar situações jurídicas, as quais sempre deverão ser lícitas e moralmente aceitas. 5- Motivo: É a situação fática ou o fundamento jurídico que autoriza a realização do ato administrativo. Ex: Ultrapassar o sinal vermelho é o motivo de uma multa de trânsito. Atributos ou características do ato administrativo: 1- Presunção de Legitimidade: Todo ato administrativo presume-se legal e verdadeiro até que alguém prove o contrário. Há a inversão do ônus da prova. 2- Autoexecutoriedade: Ao ato administrativo assim que emanado pode ser executado imediatamente pela Administração, independentemente de ordem judicial. Exceto as desapropriações e multas. 3- Imperatividade: O ato administrativo proferido em conformidade com a lei obriga todos aqueles que se encontrarem em seu círculo de incidência. Não pode o administrado se opor ao cumprimento. Atenção! Maria Silvia Di Pietro, renomada autora desta disciplina do Direito, afirma existir um quarto atributo: tipicidade. E algumas bancas costumam exigir esse conhecimento A tipicidade trata-se de uma consequência direta do princípio da legalidade. Maria Silvia Di Pietro define a tipicidade da seguinte forma: “Tipicidade é o atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figuras definidas previamente pela lei como aptas a produzir determinados resultados”. E podemos destacar que tal característica se trata de uma garantia para que a Administração não aja de forma arbitrária. Para decorar os atributos ou características, com a inclusão da tipicidade, lembre-se da palavra: (P A T I) P resunção de legitimidade, A utoexecutoriedade, T ipicidade e I mperatividade. APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 14 Extinção dos atos administrativos José dos Santos Carvalho Filho ensina que existem 5 formas de extinção dos atos administrativos: 1- Extinção natural: É aquela que decorre do cumprimento normal dos efeitos do ato. Exemplo: Autorização para a realização de uma festa em espaço público. A autorização será extinta assim que a festa acabar. 2- Extinção subjetiva: Ocorre com o desaparecimento do sujeito que se beneficiou do ato. A palavra "subjetiva" refere-se sempre ao "sujeito" (à pessoa). 3- Extinção objetiva: O objeto do ato administrativo desaparece. Ex: Um estabelecimento que está interditado, desmorona. A palavra "objetiva" refere-se ao "objeto" (à coisa). 4- Caducidade: O ato administrativo perde seus efeitos em virtude de uma lei ou ato posterior que não mais permite a sua prática. 5- Desfazimento volitivo: Enquanto as outras formas de extinções dos atos administrativos ocorrem independentemente de manifestação, o desfazimento volitivo ocorre por força de vontade. O termo "voltivo" significa "algo que provém da vontade". Pode ser dividido em: a) Invalidação ou Anulação: É a extinção do ato que é ilegal, operando efeitos retroativos (ex tunc). Pode ser decretado tanto pelo administrador como pelo Poder Judiciário. b) Revogação: É a extinção que pode ser realizada apenas pela Administração, de um ato que tenha se tornado inconveniente ou inoportuno. Seus efeitos permanecem válidos até o momento da revogação, ou seja, não retroagem (ex nunc). c) Cassação: Trata-se de uma sanção aplicada àquele que se beneficiava com determinado ato, mas deixou de cumprir as condições que permitiam o benefício. d) Sanatória ou Convalidação: É o aproveitamento de atos administrativos com vícios sanáveis, com o fim de aproveitá-los no todo ou em parte. O ato que o convalida tem efeitos ex tunc, ou seja, seus efeitos retroagem até o momento em que o ato originário foi praticado. Vinculação e Discricionaridade a) Atos vinculados: A sua elaboração fica vinculada ao que a lei estabelece. Caso cumpridos os requisitos legais, o ato deve ser expedido. Não há margem alguma de liberdade para o administrador no caso de atos administrativo vinculados. Exemplo: Licença para prática de determinada atividade, quando cumpridos os requisitos legais. b) Atos discricionários: São aqueles praticados conforme a conveniência e oportunidade do administrador quanto ao objeto e o motivo do ato. Os outros requisitos: competência, finalidade e forma não comportam liberdade na escolha, serão sempre vinculados ao que a lei determinar. Exemplo: Autorização. APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 15 É importante ressaltar que atos discricionários não se confundem com atos arbitrários. Os atos discricionários são praticados dentro dos limites que a lei estabelece, já os arbitrários são praticados sem qualquer respaldo em lei. Atenção! A diferença entre atos vinculados e discricionários costuma cair com frequência nos concursos. APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 16 Organização administrativa: administração direta e indireta, centralizada e descentralizada; autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista. A Administração Pública pode ser conceituada como o conjunto de órgãos, entidades e agentes estatais que praticamatos administrativos (e não atos próprios do governo), com vistas à satisfação das necessidades coletivas, e podem pertencer a qualquer um dos poderes ou funções estatais. Conforme leciona Hely Lopes Meirelles: "A Administração é o instrumento de que dispõe o Estado para pôr em prática as opções políticas do Governo." A natureza da administração pública é de um dever para a pessoa que detém o exercício de suas atividades. Este agente tem a obrigação de defender, conservar e aprimorar os bens, serviços e interesses públicos, sempre visando ao principal objetivo da Administração Pública: alcançar o bem comum da coletividade. Para cumprir esse objetivo, a Administração Pública age por meio de entidades, que se classificam em: 1) Entidades Estatais - Pessoas jurídicas de direito público integrantes da estrutura do Estado, conforme previsto na Constituição Federal e possuem seus poderes e deveres políticos e administrativos (são exemplos a União, Estados, Distrito Federal, Municípios e etc.) 2) Entidades autárquicas - pessoas jurídicas de direito público, que possuem natureza meramente administrativa (a seguir serão melhores descritas nesse material de estudo). 3) Entidades fundacionais - Entidade dotada de personalidade jurídica própria de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público. Possui autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos do Estado e de outras fontes. Atenção! Entidades Paraestatais - Parte da doutrina insere "entidades paraestatais" como gênero do qual são espécies as empresas públicas, sociedades de economia mista e os serviços sociais autônomos (todas entidades de natureza privada, mas que realizam atividades de interesse público). Organização da Administração Pública A Administração Direta é aquela que compreende os órgãos das pessoas federativas: União, Estados, Distrito Federal e Municípios. A Administração Indireta é representada por entidades de personalidade jurídica própria, criadas pelo Estado para a realização de serviços de interesse público ou para agirem em atividade econômica, quando necessário. APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 17 São integrantes da Administração Indireta: I - Autarquia - Trata-se de pessoa jurídica de direito público, criada para realizar determinado serviço de interesse público. Criada por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios. Tem como fim a execução de atividades típicas da Administração Pública que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada. Nota: os conselhos profissionais são considerados autarquias profissionais. Exceção é a OAB, que não é ente de Administração Pública Direta ou Indireta, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal na ADI n. 3.026; o entendimento do Supremo Tribunal Federal foi no sentido de que a OAB não atua exclusivamente na defesa de interesses corporativos, mas possui função constitucional e, por isso, deve ser considerada autônoma e independente, constituindo uma autarquia sui generis ou entidade sui generis. O artigo 4º, parágrafo único, do Decreto-lei n. 200/1967, estipula que as “entidades compreendidas na Administração Indireta vinculam-se ao Ministério em cuja área de competência estiver enquadrada sua principal atividade”. Assim, a autarquia não tem sujeição ao ente que o criou por hierarquia, mas apenas por vinculação. A vinculação é ao Ministério da atividade específica e essa vinculação é chamada de supervisão ministerial. O ente que criou a autarquia tem o dever de fiscalizar a autarquia para verificar o cumprimento do objetivo. II - Fundação Pública - Entidade dotada de personalidade jurídica de direito público ou privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa (a escolha entre a personalidade de direito público ou privado é uma opção do legislador, segundo Di Pietro). Veja o conceito e características da Fundação Pública, de acordo com a doutrinadora citada anteriormente (Di Pietro, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo (p. 612). Atlas. Edição do Kindle.) Conceito: patrimônio, total ou parcialmente público, dotado de personalidade jurídica, de direito público ou privado, e destinado, por lei, ao desempenho de atividades do Estado na ordem social, com capacidade de autoadministração e mediante controle da Administração Pública, nos limites da lei. Características: a) dotação patrimonial total ou parcialmente pública; b) personalidade jurídica de direito público ou de direito privado, atribuída por lei; c) desempenho de atividade atribuída ao Estado na ordem social; d) capacidade de autoadministração; e APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 18 e) sujeição ao controle ou tutela pela Administração Direta, nos limites definidos em lei. III - Sociedade de Economia Mista - Entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com a devida autorização para sua criação por lei específica, conforme inciso XIX do art. 37 da Constituição Federal, para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima. As ações com direito a voto necessitam pertencer em sua maioria ao Estado ou a outra entidade da Administração Indireta. IV - Empresa Pública - Trata-se de pessoa jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo, com a devida autorização para sua criação por lei específica, conforme inciso XIX do art. 37 da Constituição Federal, para a exploração de atividade econômica que o Governo seja levado a exercer por força de contingência ou de conveniência administrativa, podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito. Sujeita-se ao regime das empresas privadas. Nota: as sociedades de economia mista e empresas públicas, mesmo que explorem atividade econômica, estão sujeitas ao controle do Tribunal de Contas. Veja o seguinte julgado do Supremo Tribunal Federal: “A circunstância de a sociedade de economia mista não ter sido criada por lei não afasta a competência do Tribunal de Contas” (MS 26.117, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 20.05.2009) Veja a Lei n. 13.303/2016 (Estatuto da Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista) Art. 87. O controle das despesas decorrentes dos contratos e demais instrumentos regidos por esta Lei será feito pelos órgãos do sistema de controle interno e pelo tribunal de contas competente, na forma da legislação pertinente, ficando as empresas públicas e as sociedades de economia mista responsáveis pela demonstração da legalidade e da regularidade da despesa e da execução, nos termos da Constituição. § 1º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação por irregularidade na aplicação desta Lei, devendo protocolar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes da data fixada para a ocorrência do certame, devendo a entidade julgar e responder à impugnação em até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo da faculdade prevista no § 2º. § 2º Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica poderá representar ao tribunal de contas ou aos órgãos integrantes do sistema de controle interno contra irregularidades na aplicação desta Lei, para os fins do disposto neste artigo. § 3º Os tribunais de contas e os órgãos integrantes do sistema de controle interno poderão solicitar para exame, a qualquer tempo, documentos de natureza contábil, financeira, orçamentária, patrimonial e operacional das empresas públicas, das sociedades de economia mista e de suas subsidiárias no Brasil e no exterior, obrigando-se, os jurisdicionados, à adoção das medidas corretivas pertinentes que, em função desse exame,lhes forem determinadas. Em regra, os entes da Administração Pública, fundações e autarquias têm os mesmos privilégios, que são chamados privilégios da Fazenda Pública, como exemplo do mesmo tratamento no que tange ao pagamento de custas processuais (vide artigo 790-A, inciso I, da CLT) e prazo em dobro para manifestação no processo civil (art. 183, caput, do Código de Processo Civil). APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 19 Também outro importante privilégio é o pagamento dos débitos via precatório (art. 100, caput, da Constituição Federal). No entanto, o Supremo Tribunal Federal tem manifestado entendimento no sentido de que, se as empresas públicas e sociedades de economia mista prestarem serviços públicos, sem regime de concorrência, aplica-se todo o regime da Fazenda Pública. Apenas a roupagem é de empresa privada, mas a finalidade é pública. Por isso, o regime é de Fazenda Pública. Exemplos: “Empresa de assistência técnica e extensão do Ceará (EMATERCE). (...) Embora constituída sob a forma de empresa pública, a EMATERCE desempenha atividade de Estado, em regime de exclusividade e sem finalidade de lucro, sendo inteiramente dependente do repasse de recursos públicos. Por não explorar atividade econômica em sentido estrito, sujeita-se, a cobrança dos débitos por ela devidos em virtude de condenação judicial, ao regime de precatórios (art. 100 da Constituição da República)” (ADPF 437, julgamento 05.10.2020) “Casa da Moeda do Brasil. Empresa pública que presta serviço público em regime de monopólio. Prerrogativas de fazenda pública. Execução pelo regime de precatório” (RE 1.009.828, rel. Min. Roberto Barroso, 24.08.2018). “A jurisprudência da Suprema Corte é no sentido da aplicabilidade do regime de precatório às sociedades de economia mista prestadoras de serviço público próprio do Estado e de natureza não concorrencial. A Casal, sociedade de economia mista prestadora de serviços de abastecimento de água e saneamento no Estado do Alagoas, presta serviço público primário e em regime de exclusividade, o qual corresponde à própria atuação do Estado, haja vista não visar à obtenção de lucro e deter capital social majoritariamente estatal” (RE 852.302, rel. Min. Dias Toffoli, julgamento em 15.12.2015). Competência: como você viu, podemos ter empresas públicas e sociedades de economia mista no âmbito federal. Art. 109 da Constituição Federal – Aos juízes federais compete processar e julgar: I – as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condução de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho. Portanto, você pode verificar que a competência é da Justiça Federal quando for autora, ré, assistente ou oponente União, autarquia (e por arrastamento, a fundação) e empresa pública federal. Exemplo: - se você faz uma ação contra a Caixa Econômica Federal (empresa pública), a competência é da Justiça Federal; - se você faz uma ação contra o Banco do Brasil (sociedade de economia mista), a competência é da Justiça Estadual. APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 20 Nos exemplos acima, pense em ações civis comuns. O próprio dispositivo da Constituição retira a competência da Justiça Federal ou Estadual se for matéria de Justiça Especializada, como a Justiça do Trabalho. Obs.: conforme legislação destacada abaixo, a empresa pública pode adotar qualquer forma societária admitida em Direito, enquanto a sociedade de economia mista deve ser obrigatoriamente sociedade anônima. V - Agências - Foram importadas do sistema norte-americano e possuem função regulatória. Agencias executivas são autarquias ou fundações que celebram contrato de gestão com entes da Administração Direta, com os quais ficam vinculados. Agências reguladoras são autarquias em regime especial, com competência regulatória, com a finalidade de regular concessões, permissões e autorizações de serviços públicos. Fundação Pública VS Autarquia - A principal diferença entre Fundação e Autarquia é que na primeira a lei autoriza sua criação. No caso da Autarquia, a própria lei a cria. VI - Consórcios Públicos - Entidades criadas pela Lei nº 11.107/05, que integram a Administração Pública indireta, e se constituem como associações formadas por pessoas jurídicas políticas, e que podem adotar a natureza de pessoa jurídica de direito público ou privado, com criação mediante autorização legislativa. Recomendamos a leitura dessa lei para aprofundamento no tema. Atenção! Fique atento(a) ainda às diferenças conceituais entre desconcentração e descentralização administrativa, pois o tema é recorrente em provas de concursos: A desconcentração trata-se da distribuição dos serviços públicos dentro da mesma pessoa jurídica componente da Administração Pública, por meio de uma transferência com hierarquia, dividida entre seus órgãos. A descentralização consiste no deslocamento pela Administração Direta, com a distribuição, deslocamento ou transferência da prestação de serviços para entes da Administração a Indireta (Autarquia, Fundações, Sociedades de Economia mista e etc.) ou para particulares. Nesta situação não há subordinação destas à Administração Direta, pois não existe hierarquia, porém há fiscalização e controle destes serviços descentralizados. Órgãos administrativos Os órgãos são parte de uma pessoa jurídica. Portanto, não confundir pessoa jurídica (União, Estado, Distrito Federal, autarquias, fundações, sociedades de economia mista e empresas públicas) com órgãos, que são subdivisões dentro de cada pessoa jurídica. APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 21 A criação de pessoas jurídicas pelos entes da Administração Pública Direta caracteriza a chamada descentralização. Ou seja, quando a União, por exemplo, cria autarquia, fundação, sociedade de economia mista ou empresa pública, ocorre descentralização. Quando o órgão se subdivide em órgãos menores, ocorre a desconcentração. A desconcentração, portanto, ocorre dentro de uma mesma pessoa jurídica. Segundo a posição estatal, os órgãos podem ser: 1) Órgãos independentes (ou órgãos primários) – são órgãos que têm origem na Constituição Federal e representam os Poderes do Estado. Estão no topo da pirâmide governamental, não possuindo subordinação hierárquica ou funcional. Exemplos: Presidência da República, Câmara dos Deputados, Senado Federal. 2) Órgãos autônomos – estão na direção da Administração Pública, logo abaixo dos órgãos independentes. Possuem grande autonomia administrativa, financeira e técnica e são conhecidos como órgãos diretivos, com funções de planejamento e coordenação. Exemplos: ministérios, secretarias, Advocacia-Geral da União. 3) Órgãos superiores – possuem poder de direção, decisão e comando de assuntos de uma competência específica, mas estão sujeitos à subordinação e controle de uma chefia mais alta. Não têm autonomia administrativa nem financeira. Exemplos: divisões, departamentos, coordenadorias, gabinetes, secretarias-gerais. 4) Órgãos subalternos – são os órgãos que exercem atos de execução principal, com mínimo poder decisório. São subordinados a vários níveis hierárquicos superiores. Realizam atividades de rotina, cumprimento de decisões etc. Exemplos: portarias e seções de expediente. Segundo a estrutura dos órgãos públicos, podem ser: 1) Órgãos simples ou unitários – são órgãos com apenas um centro de competência. Podem existir vários cargos dentro do órgão, mas inexistem outros órgãos em sua estrutura. 2) Órgãos compostos – são os que reúnem diversos órgãos menores em sua estrutura, como consequência da desconcentração administrativa. Segundo a atuação funcional, podem ser:1) Órgãos singulares ou unipessoais – atuam e decidem através de um único agente. O órgão pode ter vários agentes, mas a decisão é tomada por uma única pessoa. Exemplo: Presidência da República. 2) Órgãos colegiados ou pluripessoais – são os que atuam pela manifestação conjunta de seus membros. Prevalece a vontade de um colegiado. Exemplo: Congresso Nacional, Tribunal de Contas da União. APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 22 Decreto-lei 200/1967 Art. 4° A Administração Federal compreende: I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios. II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria: a) Autarquias; b) Empresas Públicas; c) Sociedades de Economia Mista. d) fundações públicas. Parágrafo único. As entidades compreendidas na Administração Indireta vinculam-se ao Ministério em cuja área de competência estiver enquadrada sua principal atividade. Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se: I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada. II - Empresa Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criado por lei para a exploração de atividade econômica que o Governo seja levado a exercer por força de contingência ou de conveniência administrativa podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito. III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade da Administração Indireta. IV - Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes. § 1º No caso do inciso III, quando a atividade for submetida a regime de monopólio estatal, a maioria acionária caberá apenas à União, em caráter permanente. § 2º O Poder Executivo enquadrará as entidades da Administração Indireta existentes nas categorias constantes deste artigo. § 3º As entidades de que trata o inciso IV deste artigo adquirem personalidade jurídica com a inscrição da escritura pública de sua constituição no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, não se lhes aplicando as demais disposições do Código Civil concernentes às fundações. APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 23 Constituição Federal Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade; II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública; IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a participação de acionistas minoritários; V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores. § 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado. § 3º A lei regulamentará as relações da empresa pública com o Estado e a sociedade. § 4º A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros. § 5º A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da pessoa jurídica, estabelecerá a responsabilidade desta, sujeitando-a às punições compatíveis com sua natureza, nos atos praticados contra a ordem econômica e financeira e contra a economia popular. Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado. § 1º A lei estabelecerá as diretrizes e bases do planejamento do desenvolvimento nacional equilibrado, o qual incorporará e compatibilizará os planos nacionais e regionais de desenvolvimento. § 2º A lei apoiará e estimulará o cooperativismo e outras formas de associativismo. § 3º O Estado favorecerá a organização da atividade garimpeira em cooperativas, levando em conta a proteção do meio ambiente e a promoção econômico-social dos garimpeiros. § 4º As cooperativas a que se refere o parágrafo anterior terão prioridade na autorização ou concessão para pesquisa e lavra dos recursos e jazidas de minerais garimpáveis, nas áreas onde estejam atuando, e naquelas fixadas de acordo com o art. 21, XXV, na forma da lei. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art22 APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 24 Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. Parágrafo único. A lei disporá sobre: I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão; II - os direitos dos usuários; III - política tarifária; IV - a obrigação de manter serviço adequado. Lei 13.303/2016 Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias, abrangendo toda e qualquer empresa pública e sociedade de economia mista da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios que explore atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, ainda que a atividade econômica esteja sujeita ao regime de monopólio da União ou seja de prestação de serviços públicos. § 1º O Título I desta Lei, exceto o disposto nos arts. 2º, 3º, 4º, 5º, 6º, 7º, 8º, 11, 12 e 27, não se aplica à empresa pública e à sociedade de economia mista que tiver, em conjunto com suas respectivas subsidiárias, no exercício social anterior, receita operacional bruta inferior a R$ 90.000.000,00 (noventa milhões de reais). § 2º O disposto nos Capítulos I e II do Título II desta Lei aplica-se inclusive à empresa pública dependente, definida nos termos do inciso III do art. 2º da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, que explore atividade econômica, ainda que a atividade econômica esteja sujeita ao regime de monopólio da União ou seja de prestação de serviços públicos. § 3º Os Poderes Executivos poderão editar atos que estabeleçam regras de governança destinadas às suas respectivas empresas públicas e sociedades de economia mista que se enquadrem nahipótese do § 1º, observadas as diretrizes gerais desta Lei. § 4º A não edição dos atos de que trata o § 3º no prazo de 180 (cento e oitenta) dias a partir da publicação desta Lei submete as respectivas empresas públicas e sociedades de economia mista às regras de governança previstas no Título I desta Lei. § 5º Submetem-se ao regime previsto nesta Lei a empresa pública e a sociedade de economia mista que participem de consórcio, conforme disposto no art. 279 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, na condição de operadora. § 6º Submete-se ao regime previsto nesta Lei a sociedade, inclusive a de propósito específico, que seja controlada por empresa pública ou sociedade de economia mista abrangidas no caput. § 7º Na participação em sociedade empresarial em que a empresa pública, a sociedade de economia mista e suas subsidiárias não detenham o controle acionário, essas deverão adotar, no dever de APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 25 fiscalizar, práticas de governança e controle proporcionais à relevância, à materialidade e aos riscos do negócio do qual são partícipes, considerando, para esse fim: I - documentos e informações estratégicos do negócio e demais relatórios e informações produzidos por força de acordo de acionistas e de Lei considerados essenciais para a defesa de seus interesses na sociedade empresarial investida; II - relatório de execução do orçamento e de realização de investimentos programados pela sociedade, inclusive quanto ao alinhamento dos custos orçados e dos realizados com os custos de mercado; III - informe sobre execução da política de transações com partes relacionadas; IV - análise das condições de alavancagem financeira da sociedade; V - avaliação de inversões financeiras e de processos relevantes de alienação de bens móveis e imóveis da sociedade; VI - relatório de risco das contratações para execução de obras, fornecimento de bens e prestação de serviços relevantes para os interesses da investidora; VII - informe sobre execução de projetos relevantes para os interesses da investidora; VIII - relatório de cumprimento, nos negócios da sociedade, de condicionantes socioambientais estabelecidas pelos órgãos ambientais; IX - avaliação das necessidades de novos aportes na sociedade e dos possíveis riscos de redução da rentabilidade esperada do negócio; X - qualquer outro relatório, documento ou informação produzido pela sociedade empresarial investida considerado relevante para o cumprimento do comando constante do caput. Art. 2º A exploração de atividade econômica pelo Estado será exercida por meio de empresa pública, de sociedade de economia mista e de suas subsidiárias. § 1º A constituição de empresa pública ou de sociedade de economia mista dependerá de prévia autorização legal que indique, de forma clara, relevante interesse coletivo ou imperativo de segurança nacional, nos termos do caput do art. 173 da Constituição Federal. § 2º Depende de autorização legislativa a criação de subsidiárias de empresa pública e de sociedade de economia mista, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada, cujo objeto social deve estar relacionado ao da investidora, nos termos do inciso XX do art. 37 da Constituição Federal . § 3º A autorização para participação em empresa privada prevista no § 2º não se aplica a operações de tesouraria, adjudicação de ações em garantia e participações autorizadas pelo Conselho de Administração em linha com o plano de negócios da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas respectivas subsidiárias. Art. 3º Empresa pública é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios. Parágrafo único. Desde que a maioria do capital votante permaneça em propriedade da União, do Estado, do Distrito Federal ou do Município, será admitida, no capital da empresa pública, a APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 26 participação de outras pessoas jurídicas de direito público interno, bem como de entidades da administração indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Art. 4º Sociedade de economia mista é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou a entidade da administração indireta. § 1º A pessoa jurídica que controla a sociedade de economia mista tem os deveres e as responsabilidades do acionista controlador, estabelecidos na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e deverá exercer o poder de controle no interesse da companhia, respeitado o interesse público que justificou sua criação. § 2º Além das normas previstas nesta Lei, a sociedade de economia mista com registro na Comissão de Valores Mobiliários sujeita-se às disposições da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976. CAPÍTULO II DO REGIME SOCIETÁRIO DA EMPRESA PÚBLICA E DA SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA Seção I Das Normas Gerais Art. 5º A sociedade de economia mista será constituída sob a forma de sociedade anônima e, ressalvado o disposto nesta Lei, estará sujeita ao regime previsto na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 . Art. 6º O estatuto da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias deverá observar regras de governança corporativa, de transparência e de estruturas, práticas de gestão de riscos e de controle interno, composição da administração e, havendo acionistas, mecanismos para sua proteção, todos constantes desta Lei. Art. 7º Aplicam-se a todas as empresas públicas, as sociedades de economia mista de capital fechado e as suas subsidiárias as disposições da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e as normas da Comissão de Valores Mobiliários sobre escrituração e elaboração de demonstrações financeiras, inclusive a obrigatoriedade de auditoria independente por auditor registrado nesse órgão. [...] CAPÍTULO III DA FUNÇÃO SOCIAL DA EMPRESA PÚBLICA E DA SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA Art. 27. A empresa pública e a sociedade de economia mista terão a função social de realização do interesse coletivo ou de atendimento a imperativo da segurança nacional expressa no instrumento de autorização legal para a sua criação. § 1º A realização do interesse coletivo de que trata este artigo deverá ser orientada para o alcance do bem-estar econômico e para a alocação socialmente eficiente dos recursos geridos pela empresa pública e pela sociedade de economia mista, bem como para o seguinte: APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 27 I - ampliação economicamente sustentada do acesso de consumidores aos produtos e serviços da empresa pública ou da sociedade de economia mista; II - desenvolvimento ou emprego de tecnologia brasileira para produção e oferta de produtos e serviços da empresa pública ou da sociedade de economia mista, sempre de maneira economicamente justificada. § 2º A empresa pública e a sociedade de economia mista deverão, nos termos da lei, adotar práticas de sustentabilidade ambiental e de responsabilidade social corporativa compatíveis com o mercado em que atuam. § 3º A empresa pública e a sociedade de economia mista poderão celebrar convênio ou contrato de patrocínio com pessoa física ou com pessoa jurídica para promoção de atividades culturais, sociais, esportivas, educacionais e de inovação tecnológica, desde que comprovadamente vinculadas ao fortalecimento de sua marca, observando-se, no que couber, as normas de licitação e contratos desta Lei. [...] CAPÍTULO III DA FISCALIZAÇÃO PELO ESTADO E PELA SOCIEDADE Art. 85. Os órgãos de controleexterno e interno das 3 (três) esferas de governo fiscalizarão as empresas públicas e as sociedades de economia mista a elas relacionadas, inclusive aquelas domiciliadas no exterior, quanto à legitimidade, à economicidade e à eficácia da aplicação de seus recursos, sob o ponto de vista contábil, financeiro, operacional e patrimonial. § 1º Para a realização da atividade fiscalizatória de que trata o caput, os órgãos de controle deverão ter acesso irrestrito aos documentos e às informações necessários à realização dos trabalhos, inclusive aqueles classificados como sigilosos pela empresa pública ou pela sociedade de economia mista, nos termos da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 . § 2º O grau de confidencialidade será atribuído pelas empresas públicas e sociedades de economia mista no ato de entrega dos documentos e informações solicitados, tornando-se o órgão de controle com o qual foi compartilhada a informação sigilosa corresponsável pela manutenção do seu sigilo. § 3º Os atos de fiscalização e controle dispostos neste Capítulo aplicar-se-ão, também, às empresas públicas e às sociedades de economia mista de caráter e constituição transnacional no que se refere aos atos de gestão e aplicação do capital nacional, independentemente de estarem incluídos ou não em seus respectivos atos e acordos constitutivos. Art. 86. As informações das empresas públicas e das sociedades de economia mista relativas a licitações e contratos, inclusive aqueles referentes a bases de preços, constarão de bancos de dados eletrônicos atualizados e com acesso em tempo real aos órgãos de controle competentes. § 1º As demonstrações contábeis auditadas da empresa pública e da sociedade de economia mista serão disponibilizadas no sítio eletrônico da empresa ou da sociedade na internet, inclusive em formato eletrônico editável. APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 28 § 2º As atas e demais expedientes oriundos de reuniões, ordinárias ou extraordinárias, dos conselhos de administração ou fiscal das empresas públicas e das sociedades de economia mista, inclusive gravações e filmagens, quando houver, deverão ser disponibilizados para os órgãos de controle sempre que solicitados, no âmbito dos trabalhos de auditoria. § 3º O acesso dos órgãos de controle às informações referidas no caput e no § 2º será restrito e individualizado. § 4º As informações que sejam revestidas de sigilo bancário, estratégico, comercial ou industrial serão assim identificadas, respondendo o servidor administrativa, civil e penalmente pelos danos causados à empresa pública ou à sociedade de economia mista e a seus acionistas em razão de eventual divulgação indevida. § 5º Os critérios para a definição do que deve ser considerado sigilo estratégico, comercial ou industrial serão estabelecidos em regulamento. Art. 87. O controle das despesas decorrentes dos contratos e demais instrumentos regidos por esta Lei será feito pelos órgãos do sistema de controle interno e pelo tribunal de contas competente, na forma da legislação pertinente, ficando as empresas públicas e as sociedades de economia mista responsáveis pela demonstração da legalidade e da regularidade da despesa e da execução, nos termos da Constituição. § 1º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação por irregularidade na aplicação desta Lei, devendo protocolar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes da data fixada para a ocorrência do certame, devendo a entidade julgar e responder à impugnação em até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo da faculdade prevista no § 2º. § 2º Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica poderá representar ao tribunal de contas ou aos órgãos integrantes do sistema de controle interno contra irregularidades na aplicação desta Lei, para os fins do disposto neste artigo. § 3º Os tribunais de contas e os órgãos integrantes do sistema de controle interno poderão solicitar para exame, a qualquer tempo, documentos de natureza contábil, financeira, orçamentária, patrimonial e operacional das empresas públicas, das sociedades de economia mista e de suas subsidiárias no Brasil e no exterior, obrigando-se, os jurisdicionados, à adoção das medidas corretivas pertinentes que, em função desse exame, lhes forem determinadas. Art. 88. As empresas públicas e as sociedades de economia mista deverão disponibilizar para conhecimento público, por meio eletrônico, informação completa mensalmente atualizada sobre a execução de seus contratos e de seu orçamento, admitindo-se retardo de até 2 (dois) meses na divulgação das informações. § 1º A disponibilização de informações contratuais referentes a operações de perfil estratégico ou que tenham por objeto segredo industrial receberá proteção mínima necessária para lhes garantir confidencialidade. APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 29 § 2º O disposto no § 1º não será oponível à fiscalização dos órgãos de controle interno e do tribunal de contas, sem prejuízo da responsabilização administrativa, civil e penal do servidor que der causa à eventual divulgação dessas informações. Art. 89. O exercício da supervisão por vinculação da empresa pública ou da sociedade de economia mista, pelo órgão a que se vincula, não pode ensejar a redução ou a supressão da autonomia conferida pela lei específica que autorizou a criação da entidade supervisionada ou da autonomia inerente a sua natureza, nem autoriza a ingerência do supervisor em sua administração e funcionamento, devendo a supervisão ser exercida nos limites da legislação aplicável. Art. 90. As ações e deliberações do órgão ou ente de controle não podem implicar interferência na gestão das empresas públicas e das sociedades de economia mista a ele submetidas nem ingerência no exercício de suas competências ou na definição de políticas públicas. APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 30 Órgãos públicos: conceito, natureza e classificação Conceito: Órgãos podem ser conceituados como centros de competência instituídos para o desempenho de funções estatais por meio de seus agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica a que pertencem. Celso Antônio Bandeira de Mello apresenta a seguinte conceituação: os órgãos nada mais significam que círculos de atribuições, os feixes individuais de poderes funcionais repartidos no interior da personalidade estatal e expressados através dos agentes neles providos. São unidades de atuação integrante da estrutura da administração direta ou indireta. Nenhum órgão possui personalidade jurídica própria, pois pertencem / integram uma Pessoa Jurídica de Direito Público. São resultado da desconcentração administrativa, e podem estar presentes na Administração Direta ou indireta. Alguns órgãos possuem autonomia gerencial, orçamentária e financeira, e podem firmar contrato de gestão. É possível, inclusive, que alguns órgãos possuam capacidade processual, para defesa de seus interesses em juízo. Natureza: Órgãos são ferramentas hierarquizadas utilizadas por agentes, dotados de capacidade e poder, para construir e executar a vontade do Estado. Seu funcionamento gera direitos e obrigações que pertencem ao Estado. As atitudes dos agentes públicos não representam sua vontade própria, mas a vontade do Estado. Conforme leciona Hely Lopes Meirelles (em seu livro Direito Administrativo Brasileiro): cada órgão, como centro de competência governamental ou administrativa, tem necessariamente funções, cargos e agentes, mas é distinto desses elementos, que podem ser modificados, substituídos ou retirados sem supressão da unidade orgânica. Isto explica por que a alteração de funções, ou a vacância dos cargos, ou a mudança de seus titulares não acarreta a extinção do órgão”. Além disto, grande parte dos órgãos é constituída por vários agentes, cada um exercendo uma parceladas atribuições totais dos órgãos que integram Classificação dos órgãos públicos: a) quanto à esfera de ação - subdividem-se em dois grupos: a.1) Centrais: Os órgãos centrais exercem atribuições em todo o território nacional, estadual, distrital e municipal, como por exemplos os ministérios e secretaria estaduais e municipais. APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 31 a.2) Locais: estes órgãos atuam em apenas parte do território. São exemplos delegacias de polícia, postos de saúde e etc. b) quanto à posição estatal - subdividem-se em: b.1) Órgãos Independentes - são aqueles previstos no texto da Constituição Federal – representam os três poderes, conforme art. 2º da Constituição Federal: "Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário." b.2) Órgãos Autônomos - representam a cúpula da Administração; são órgãos diretivos, hierarquicamente posicionados abaixo dos órgãos independentes: ministérios, secretarias e etc. b.3) Órgãos Superiores - sujeitos ao controle hierárquico, sem autonomia administrativa e financeira. São exemplos as procuradorias, gabinetes e etc. b.4) Órgãos Subalternos - possuem atribuições de mera execução. Vale destacar ainda quanto ao tema a classificação quanto à posição federativa -os órgãos podem ter classificação de acordo com seu posicionamento como órgãos federais, estaduais, distritais e municipais. c) quanto à estrutura - subdividem-se em: c.1) Órgãos Simples - Neste caso o órgão público possui um único núcleo de competência, sem qualquer subdivisão. c.2) Órgãos Compostos - Reúnem em sua estrutura diversos órgãos, com diversos núcleos de competência. d) quanto à atuação funcional - subdividem-se em: d.1) Singulares: tratam-se de órgãos unipessoais, concentrados na atuação e decisão de um único agente público. d.2) Colegiados: tratam-se de órgãos pluripessoais, com atuação e decisão através de manifestação conjunta dos membros. APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 32 Improbidade administrativa (Lei n° 8.429/1992) Dispõe sobre as sanções aplicáveis em virtude da prática de atos de improbidade administrativa, de que trata o § 4º do art. 37 da Constituição Federal; e dá outras providências. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) CAPÍTULO I Das Disposições Gerais Art. 1º O sistema de responsabilização por atos de improbidade administrativa tutelará a probidade na organização do Estado e no exercício de suas funções, como forma de assegurar a integridade do patrimônio público e social, nos termos desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) § 1º Consideram-se atos de improbidade administrativa as condutas dolosas tipificadas nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, ressalvados tipos previstos em leis especiais. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 2º Considera-se dolo a vontade livre e consciente de alcançar o resultado ilícito tipificado nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, não bastando a voluntariedade do agente. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 3º O mero exercício da função ou desempenho de competências públicas, sem comprovação de ato doloso com fim ilícito, afasta a responsabilidade por ato de improbidade administrativa. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 4º Aplicam-se ao sistema da improbidade disciplinado nesta Lei os princípios constitucionais do direito administrativo sancionador. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 5º Os atos de improbidade violam a probidade na organização do Estado e no exercício de suas funções e a integridade do patrimônio público e social dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, bem como da administração direta e indireta, no âmbito da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 6º Estão sujeitos às sanções desta Lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade privada que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de entes públicos ou governamentais, previstos no § 5º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 7º Independentemente de integrar a administração indireta, estão sujeitos às sanções desta Lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade privada para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra no seu patrimônio ou receita atual, limitado o ressarcimento de prejuízos, nesse caso, à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 8º Não configura improbidade a ação ou omissão decorrente de divergência interpretativa da lei, baseada em jurisprudência, ainda que não pacificada, mesmo que não venha a ser posteriormente prevalecente nas decisões dos órgãos de controle ou dos tribunais do Poder Judiciário. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público o agente político, o servidor público e todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2 APROVAÇÃO ÁGIL - DIREITO ADMINISTRATIVO – TÉCNICO TRT 33 emprego ou função nas entidades referidas no art. 1º desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) Parágrafo único. No que se refere a recursos de origem pública, sujeita-se às sanções previstas nesta Lei o particular, pessoa física ou jurídica, que celebra com a administração pública convênio, contrato de repasse, contrato de gestão, termo de parceria, termo de cooperação ou ajuste administrativo equivalente. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Art. 3º As disposições desta Lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra dolosamente para a prática do ato de improbidade. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) § 1º Os sócios, os cotistas, os diretores e os colaboradores de pessoa jurídica de direito privado não respondem pelo ato de improbidade que venha a ser imputado à pessoa jurídica, salvo se, comprovadamente, houver participação e benefícios diretos, caso em que responderão nos limites da sua participação. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 2º As sanções desta Lei não se aplicarão à pessoa jurídica, caso o ato de improbidade administrativa seja também sancionado como ato lesivo à administração pública de que trata a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Art. 4° (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021) Art. 5° (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021)