Buscar

livro php

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 224 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 224 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 224 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

JOEL DE JESUS MACEDO
ANÁLISE DE 
RISCOS E 
PROJETOS
ACESSE AQUI ESTE 
MATERIAL DIGITAL!
Coordenador(a) de Conteúdo 
Cleide Tirana Nunes Possamai
Projeto Gráfico e Capa
Arthur Cantareli Silva
Editoração
Lilian Andreia Hasse
Lavígnia Santos
Design Educacional
Vanessa Tiburcio
Revisão Textual
Elaine Machado
Ilustração
Eduardo Aparecido Alves
Fotos
Shutterstock e Envato
Impresso por: 
Bibliotecária: Leila Regina do Nascimento - CRB- 9/1722.
Ficha catalográfica elaborada de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).
Núcleo de Educação a Distância. MACEDO, Joel de Jesus.
Análise de Riscos e Projetos/ joel de Jesus Macedo. - Florianópolis, 
SC: Arqué, 2023.
224 p.
ISBN papel 978-65-6083-199-5
ISBN digital 978-65-6083-196-4
“Graduação - EaD”. 
1. Análise 2. Projeto 3. EaD. I. Título. 
CDD - 658.404
EXPEDIENTE
Centro Universitário Leonardo da Vinci.C397
FICHA CATALOGRÁFICA
180493
RECURSOS DE IMERSÃO
Utilizado para temas, assuntos ou con-
ceitos avançados, levando ao aprofun-
damento do que está sendo trabalhado 
naquele momento do texto. 
APROFUNDANDO
Uma dose extra de 
conhecimento é sempre 
bem-vinda. Aqui você 
terá indicações de filmes 
que se conectam com o 
tema do conteúdo.
INDICAÇÃO DE FILME
Uma dose extra de 
conhecimento é sempre 
bem-vinda. Aqui você 
terá indicações de livros 
que agregarão muito na 
sua vida profissional.
INDICAÇÃO DE LIVRO
Utilizado para desmistificar pontos 
que possam gerar confusão sobre o 
tema. Após o texto trazer a explicação, 
essa interlocução pode trazer pontos 
adicionais que contribuam para que 
o estudante não fique com dúvidas 
sobre o tema. 
ZOOM NO CONHECIMENTO
Este item corresponde a uma proposta 
de reflexão que pode ser apresentada por 
meio de uma frase, um trecho breve ou 
uma pergunta. 
PENSANDO JUNTOS
Utilizado para aprofundar o 
conhecimento em conteúdos 
relevantes utilizando uma lingua-
gem audiovisual.
EM FOCO
Utilizado para agregar um con-
teúdo externo.
EU INDICO
Professores especialistas e con-
vidados, ampliando as discus-
sões sobre os temas por meio de 
fantásticos podcasts.
PLAY NO CONHECIMENTO
PRODUTOS AUDIOVISUAIS
Os elementos abaixo possuem recursos 
audiovisuais. Recursos de mídia dispo-
níveis no conteúdo digital do ambiente 
virtual de aprendizagem.
4
149U N I D A D E 3
ESCOPO DO CICLO DE VIDA DO PROJETO 150
METODOLOGIA DE PROJETOS EMPRESARIAIS 174
AVALIAÇÃO E VIABILIDADE DOS RISCO EM PROJETOS EMPRESARIAIS 202
7U N I D A D E 1
FUNDAMENTOS DE 
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS 8
RETORNO E RISCO 
DE INVESTIMENTOS 30
CONCEITOS DE CARTEIRA 
DE INVESTIMENTOS 52
77U N I D A D E 2
INVESTIMENTOS EM TÍTULOS 
DE DÍVIDA, INVESTIMENTO 
EM AÇÕES ORDINÁRIAS 78
DERIVATIVOS FINANCEIROS 100
FUNÇÕES, OBJETIVOS E PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS 
DOS PROJETOS EMPRESARIAIS 124
5
SUMÁRIO
UNIDADE 1
MINHAS METAS
FUNDAMENTOS DE 
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS
Explorar os riscos associados à tomada de decisão.
Entender a importância de fazer uma correta avaliação da empresa.
Conhecer os diferentes métodos de valuation.
Analisar os métodos de avaliação de empresas.
Compreender o método de avaliação de empresa por Valor Patrimonial.
Avaliar empresas pelo método de avaliação de empresa por Múltiplos.
Aplicar o método de avaliação de empresa por Fluxo de Caixa Descontado.
T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 1
8
INICIE SUA JORNADA 
Imagine que você foi contratado para intermediar ou determinar o valor de 
venda de uma empresa. Certamente, o primeiro passo é você determinar o valor 
de venda do negócio, assim como as forças e fraquezas, oportunidades e ameaças. 
Além de ter que evidenciar como chegou no valor de venda, e nesse caso, o uso 
dos modelos de valuation entrará em cena praticamente como pré-requisito. 
Evidenciar o uso e o domínio dessa técnica, certamente, aumentará as chances 
de êxito no fechamento do negócio.
Outra prática muito comum no mundo dos negócios diz respeito às fusões, 
diante de cenários cada vez mais desafiadores como: necessidade de expansão, 
reposicionamento no mercado, fortalecimento na abrangência de atuação, ou 
mesmo, pelo fortalecimento diante de crises, as empresas se unem, num processo 
chamado fusão, nesse caso, também é muito comum o uso do valuation. 
No caso de empresas de capital aberto, o valuation é uma estratégia muito 
usada para determinar o valor inicial das ações, principalmente para ingressarem 
na bolsa de valores. Nesse caso, o valor determinado no valuation da empresa é 
dividido pelo número de ações colocadas à venda, assim é determinado o valor de 
cada ação. Depois dessa etapa, o mercado se encarrega de ajustar os valores para 
mais ou para menos, segundo os resultados e decisões estratégicas das empresas.
No que tange às decisões estratégicas de negócios, a técnica do valuation é 
muito útil para definir os caminhos de crescimento da empresa, pois permite 
identificar os parâmetros de aumento do valor da empresa. Para isso, se calcula 
o valor da empresa e simula-se os indicadores ou drivers de valor que podem 
valorizar no futuro. Depois disso, planeja-se e implementa-se as melhorias que 
permitam a empresa valer mais. Feitas as implementações de melhorias aplica-se 
um método de valuation para mensurar o incremento do valor. E, continuamen-
te, o método pode ser aplicado para apurar a maximização do valor.
Além das decisões intra empresa, têm aquelas deci-
sões que são tomadas pelo investidor externo à empresa, 
isto é, aquele que estuda as empresas de modo geral e, a 
partir das técnicas de avaliação, as conhece, dentre as di-
versas companhias existentes no mercado, e decide alocar 
na sua carteira de investimentos, ativos promissores e que 
estejam em linha com os objetivos de seu portfólio.
A técnica do 
valuation é muito 
útil para definir 
os caminhos de 
crescimento da 
empresa
UNIASSELVI
9
TEMA DE APRENDIZAGEM 1
Não há um modelo de cálculo único e padrão admitido para todos os casos. 
Existem vários métodos, e, dependendo do método utilizado, pode resultar em 
valores que nem sempre são iguais. 
DESENVOLVA SEU POTENCIAL
Espero que a esta altura você já esteja convencido que estabelecer o valor de um 
negócio ou investimento é primordial no contexto das finanças. Para corroborar 
com a nossa afirmação, citamos Damodaran (2007), o qual afirma que a avalia-
ção está no centro das discussões em finanças corporativas, seja no estudo da 
eficiência dos mercados ou na comparação de diferentes regras de decisão de 
investimentos no orçamento de capital. 
Para melhorar o nosso entendimento acerca da importância do valuation nas em-
presas, te convido a acessar a área do podcast. Lá, você vai ouvir sobre os con-
ceitos, as técnicas e as aplicações que fazem a diferença na hora de analisar os 
aspectos financeiros de uma empresa. Vamos lá! Recursos de mídia disponíveis 
no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem 
PLAY NO CONHECIMENTO
VAMOS RECORDAR?
Para avaliar o crescimento da empresa, é necessário estimar o lucro do negócio 
e, para isso, avaliar o faturamento, custos, despesas, lucros etc. O ideal é fazer um 
plano de negócios por, no mínimos uns cinco anos, e na estimativa do valuation 
trazer ao valor presente os resultados que a empresa está gerando ao longo 
desse período. Vamos recordar o que é a avaliação de empresas assistindo aos 
vídeos. Recursos de mídia disponíveis no conteúdodigital do ambiente virtual 
de aprendizagem 
1
1
O processo de avaliação financeira de uma empresa deve passar por três fases:
■ Fase 1: elaborar a matriz SWOT da empresa avaliada.
■ Fase 2: traçar uma perspectiva dos rumos da empresa.
■ Fase 3: realizar a avaliação financeira.
Na Fase 1 devem ser analisadas as oportunidades e ameaças, forças e fraquezas da 
empresa avaliada, a fim de conhecer o contexto em que está inserida. Além disso, 
nessa fase também são analisados os prazos médios de faturamento e pagamentos 
da empresa, assim como a taxa de retorno.
Na Fase 2, projetar a expansão dos negócios de forma segura, dentro de uma 
previsão orçamentária, evitando contrair dívidas superiores à capacidade de 
pagamento. Nessa fase do orçamento, é importante que o plano de vendas de 
produtos ou serviços seja suficiente para suportar todos os gastos incorridos na 
produção, inclusive aqueles decorrentes das vendas dos produtos ou serviços, 
despesas tributárias, fiscais etc.
Vencidas as fases anteriores, cabe à última, a realização da avaliação financeira 
do negócio, isto é, os produtos das fases anteriores permitem traçar uma linha 
para os negócios, já se tem o bastante para produzir os documentos essenciais 
que um valuation requer.
De modo geral, falamos bastante em avaliação de empresas e valuation, con-
tudo, existem métricas de avaliação mais ou menos aderentes. Isso varia de 
acordo com as premissas e ambiente em que a empresa avaliada está inserida, 
ou seja, uma métrica pode se demonstrar mais ou menos adequada, dados as 
circunstâncias da avaliação e o conjunto de informações disponíveis. 
Na prática, existem três principais métodos de avaliação de empresas, “mé-
todos de valuation”, que são usados para calcular o valor da empresa:
FLUXO DE CAIXA DESCONTADO (FCD)
Neste método, o cálculo se dá sob o enfoque da renda.
UNIASSELVI
1
1
TEMA DE APRENDIZAGEM 1
MÚLTIPLOS DE MERCADO
Neste método, a avaliação se dá sob o enfoque de comparação de indicadores eco-
nômicos e financeiros com o desempenho de outras empresas similares no mercado.
VALOR PATRIMONIAL
Neste método, a avaliação se dá sob dois enfoques: pelo valor patrimonial de liquida-
ção “preço de mercado” e valor patrimonial contábil “valor histórico contábil”.
Cada método de avaliação tem sua particularidade e importância para cada fase 
da empresa ou da negociação que se pretende fazer.
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS PELO MÉTODO VALOR 
PATRIMONIAL (OU CONTÁBIL)
Esse método de valuation tem como premissa a contabilidade e o patrimô-
nio líquido da empresa, por meio das demonstrações contábeis trimestrais e os 
números do balanço. Nesse método, considera-se o valor contábil dos ativos ou 
do Patrimônio Líquido da empresa, sem mensurar ativos intangíveis. Esse não 
é um método que reflete a imagem fiel do negócio e não reflete as perspectivas 
da empresa para o futuro.
Em virtude da sua especificidade de apuração, é bastante aplicado em casos mais 
específicos, como:
■ venda de empresas inoperantes e com ativo imobilizado significativo;
■ situações de empresas em dificuldades financeiras, sem geração relevante de 
lucros e com urgência de venda.
Na abordagem de Perez e Famá (2008) o método Patrimonial Contábil se 
dá a partir das finanças e relatórios contábeis da empresa. Esse método assume 
o custo histórico dos ativos e passivos, e a partir deles determina-se o valor da 
1
1
empresa pelo Patrimônio Líquido, também chamado de valor patrimonial da 
empresa ou Book Value. 
Sob a ótica de Paiva (2001), a avaliação pelo valor contábil é o método mais 
direto para se avaliar empresas, pois este tem como premissa apenas nas in-
formações disponíveis no Balanço Patrimonial e pelo custo histórico do imo-
bilizado. Contudo, por ser uma avaliação a partir de uma abordagem estática, 
baseada em seus custos históricos, esse modelo é visto como limitado, pois os 
ativos e passivos não acompanham a evolução inflacionária, logo, é um modelo 
que pode apresentar grande divergência dos valores de mercado. 
Para Martins (2000), o uso desse método é mais recomendado para empresas 
cujo patrimônio não se desvie de forma significativa do seu valor de mercado, 
ou seja, que não possua Goodwill significativo.
Esse método do valuation é bastante simples, contudo, o resultado final de-
pende da disponibilidade e uso de dados completos sobre os balanços patri-
moniais da empresa e de sua organização, de modo que se algum dado estiver 
faltando ou defasado impactará em um resultado final viesado.
Apesar da simplicidade do método, os conceitos de ativo circulante e não 
circulante precisam estar bem claros. Enquanto o ativo circulante transforma-se 
em valor monetário em menos de um ano, o não circulante diz respeito aos ativos 
que se transformarão em dinheiro depois do período de doze meses.
Compreender esses conceitos é primordial para a aplicação do método, que 
se desdobra no seguinte procedimento:
IDENTIFICAR OS ATIVOS TANGÍVEIS E INTANGÍVEIS 
Inicia realizando o inventário completo dos ativos da empresa, incluindo imóveis, equi-
pamentos, estoques, marcas registradas, patentes, direitos autorais, entre outros.
DETERMINAR O VALOR DOS ATIVOS TANGÍVEIS
Neste grupo se encontram os imóveis e equipamentos, que podem ser avaliados com 
base em seu valor de mercado ou custo de substituição, também conhecido como 
valor de reposição. Como desejamos estimar o valor líquido, os ativos devem ser apli-
cados às respectivas cotas de depreciação.
UNIASSELVI
1
1
TEMA DE APRENDIZAGEM 1
AVALIAR OS ATIVOS INTANGÍVEIS 
Este grupo costuma ser o mais difícil de avaliar, uma vez que seu valor não é facilmen-
te mensurável. Uma prática bastante usada para avaliação é o custo histórico, o valor 
justo de mercado ou a estimativa do valor futuro que esses ativos podem gerar.
DEDUZIR AS OBRIGAÇÕES E PASSIVOS
Nesta etapa soma-se às obrigações e passivos da empresa.
Como o valuation pelo método do valor contábil busca identificar o valor da 
empresa a partir das informações contábeis, realizado o procedimento ante-
rior, basta calcular a diferença entre os ativos líquidos e os passivos e teremos 
o valor da empresa.
É importante ressaltar que o método do Valor Patrimonial tem algumas 
restrições. Por exemplo, ele não considera aspectos como o potencial de geração 
de fluxo de caixa da empresa, seu desempenho financeiro atual, perspectivas de 
crescimento, fatores de mercado e outros elementos. Esse método mostra o que a 
empresa gerou até o momento da análise, isto é a principal limitação do método: 
não avalia a continuidade da empresa. 
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS PELO MÉTODO MÚLTIPLOS
A avaliação pelo Método Múltiplo consiste na avaliação baseada no conceito 
de valor relativo, isto é, o valuation é feito por comparação e não pelo potencial 
de renda ou valor intrínseco. Aqui a prática consiste na análise comparativa do 
desempenho econômico de empresas semelhantes ou de transações já realizadas 
que guardem alguma semelhança com a empresa que está sendo avaliada.
A avaliação de empresas por múltiplos tem como premissa a avaliação dos 
ativos a partir dos preços de seus correntes e de outros ativos que sejam compa-
ráveis. sob o enfoque da avaliação relativa, Damodaran (2007) sugere avaliar os 
ativos a partir de outros ativos similares já precificados no mercado. A compa-
ração de preços dos ativos com outros já precificados no mercado se dá a partir 
1
4
da padronização de valores, para isso, encontram-se os chamados múltiplos de 
mercado para aquelas variáveis comuns entre os ativos, por exemplo, lucros, 
fluxos de caixa, valor patrimonial ou receitas, EBITDA.
Para Damodaran (2007), a avaliação de empresas pelo método múltiplo, 
pressupõe que o preço de uma empresa ou ação será similar ao preço de outras 
empresas “comparáveis” e que, o mercado, em média, precificou essas empresas 
de modo correto.
Segundo Palepu, Healy e Bernard (2000), o processo de avaliação por múlti-
plos de mercado deve ser estruturado no mínimo em três fases:FASE 1
Seleção da medida de desempenho ou o valor que será a base para a análise por múl-
tiplos. Nesta fase, são definidos os múltiplos a serem utilizados na análise.
FASE 2
Estimação dos múltiplos das empresas comparáveis, utilizando a medida de de-
sempenho ou valor definida na fase 1. Nesta fase é definido o conjunto de empresas 
comparáveis, e, a partir dos dados dessas empresas, é gerado o múltiplo relativo a ser 
aplicado na empresa-alvo.
FASE 3
Nesta fase, é feita a aplicação do múltiplo das empresas comparáveis, utilizando a 
medida de desempenho ou valor da empresa analisada.
Quanto aos tipos de múltiplos, podemos dizer que existem diversos múltiplos 
de mercado, no entanto, os mais conhecidos, e que você já pode ter visto são:
 ■ valor da empresa / EBITDA;
 ■ valor da empresa / Lucro Líquido;
 ■ valor da empresa / Faturamento.
UNIASSELVI
1
5
TEMA DE APRENDIZAGEM 1
No enfoque de “MÚLTIPLOS” a metodología de “valuation” 
o valor da empresa é mensurado a partir da comparação do 
desempenho econômico-financeiro entre companhias se-
melhantes no mercado. Para isso, identifica o quociente re-
sultante do valor da empresa e uma variável qualquer, como 
o EBITDA, lucro líquido ou faturamento. Para compreender 
o cálculo, precisamos compreender o significado de cada variável.
O valor da empresa pode ser dado pela soma do valor de mercado da com-
panhia com sua dívida de curto e de longo prazo, desse resultado é subtraído o 
valor das disponibilidades do ativo circulante.
O EBITDA (Earning Before interest, taxes, depreciation and amortization) 
que significa Lucros antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (LA-
JIDA), indica a capacidade de geração de caixa operacional de uma empresa.
O faturamento é dado pela soma de todas as vendas, incluindo os produtos e 
os serviços, que uma empresa realiza em determinado período. Já o lucro líquido 
é o dado pela diferença entre a receita total e o custo total.
Com esses indicadores, já é possível avaliar a empresa, ou fazer uma com-
paração entre o valor de mercado das empresas similares à empresa avaliada.
Lembrando que neste modelo de avaliação de empresas, o que queremos é 
identificar quanto vale uma empresa, comparando-a com outra (s) dos mesmos 
setores “comparáveis”. Para esse método de avaliação, o indicador a ser utilizado 
vai depender muito do objetivo da avaliação, por exemplo, para fusão de em-
presas ou em aquisição de sociedades, o múltiplo mais utilizado é o EBITDA, 
já para empresas de capital aberto, o indicador mais utilizado é o lucro líquido.
Para a comparação de empresas há necessidade de conhecer os indicadores 
de cada uma. Para empresas listadas em bolsa, os valores são conhecidos (valor 
da ação), nesse caso, basta multiplicar o preço de cada cota “ação” pelo número 
total de ações. Ambas as informações são publicadas em seus relatórios contábeis, 
assim como os seus lucros, EBITDA, receita etc. 
Já as empresas não listadas em bolsa de valores não são possíveis determinar 
o valor de mercado a partir das ações, como fazemos quando é listada, e, não 
são divulgados os balanços. Logo, a forma de obter o preço de referência se dá a 
o lucro líquido 
é o dado pela 
diferença entre 
a receita total e 
o custo total
1
1
Tabela 1 – Valuation por múltiplos de Lucro (Valor da empresa / EBITDA) / Fonte: o autor.
Valor atual da empresa M na bolsa de valores a) R$ 6.000.000,00
Valor da dívida da empresa M b) R$ 5.000.000,00
Valor da empresa M (a+b) c) R$ 11.000.000,00
EBITDA estimado para o ano atual d) R$ 1.200.000,00
Múltiplo estimado de EBITDA (c / d) 9,17 vezes
partir do valor de aquisição de empresas, a partir de algum meio de publicidade, 
“valor de transação “ou valor pelo qual foi vendido”, da mesma forma deve se 
obter alguns parâmetros como receitas, EBITDA e lucro líquido.
Para avaliar o valor da sua empresa pelo método “Múltiplos” escolha duas ou 
mais empresas similares à empresa avaliada, com potencial de crescimento, tam-
bém, similar. Depois de identificado o grupo de empresas calcule seus múltiplos 
e a média do grupo, dessa forma, você terá o valor de referência para identificar 
o quanto vale a empresa avaliada.
Avaliação de empresas pelo Múltiplos de EBITDA
Esse é um indicador que avalia a empresa sob a ótica dos resultados operacio-
nais. Não é o nosso objetivo calcular o EBITDA, então, vamos assumir que você 
já sabe calcular ou o EBITDA é conhecido.
Vamos supor que você foi contratado por um grupo de acionistas para avaliar 
a empresa J, ou seja, fazer o valuation desta empresa. Inicialmente, você escolheu 
a empresa M como a empresa referência para sua comparação. Suponha ainda, 
que a empresa M tem capital aberto em bolsa, logo, seus números são conhecidos, 
caso contrário você teria que ter acesso e calculá-los.
Calculado o múltiplo de referência, “empresa M”, o próximo passo é calcular o 
valor da “empresa J”, lembre-se que o objetivo é comparar as empresas.
UNIASSELVI
1
1
TEMA DE APRENDIZAGEM 1
Em suma, um múltiplo de 9,17 vezes ou (9,17x) indica que, comparado com a 
geração de caixa operacional, a empresa vale 9,17 anos o caixa gerado, conside-
rando o último EBITDA divulgado pela empresa. Nesse método, o lucro inde-
pendente é substituído pelo EBITDA da empresa, e as informações acerca dos 
demais itens do resultado do exercício são considerados irrelevantes. O objetivo 
é avaliar o potencial de geração de caixa produzido pelos ativos operacionais. O 
método não leva em consideração a retenção de recursos para reinvestimentos.
O EBITDA tem como premissa a comparação de desempenho e valor entre 
as empresas análogas do mesmo setor, usado como indicador de desempenho 
operacional e, em alguns casos, é usado como base para avaliação dos negócios.
Avaliação de empresas pelo Múltiplos de Lucro Líquido
O método de “múltiplos de Lucro Líquido” é mais usado para empresas negocia-
das na Bolsa de Valores, pois depende do preço da ação. Em geral, é dado pelo 
quociente do preço por ação pelo lucro por ação. Conhecido como Preço/Lucro 
(P/L) ou do inglês Price Earnings Ratio (P/E).
Este múltiplo permite determinar o tempo necessário para o investidor re-
cuperar o capital investido na compra de uma determinada ação. Por exemplo, 
empresas com baixo índice sinalizam para uma desvalorização. Apesar de ser 
um cálculo simples, não tem muita precisão por conta da variação de preços 
das ações, por isso, o método é recomendado no uso em conjunto com outras 
metodologias como o fluxo de caixa descontado.
Múltiplo estimado para a empresa de referência “M” a) 9,17 vezes
EBITDA estimada da empresa J para o ano atual b) R$ 2.500.000,00
Valor estimado da empresa J (EBITDA x Múltiplo) c) R$ 22.925.000,00
Valor da dívida d) R$ 10.000.000,00
Valuation da empresa J para seus acionistas (“c” – “d”) R$ 12.925.000,00
Tabela 2 – Valuation por múltiplos de Lucro (Valor da empresa / EBITDA) / Fonte: o autor.
1
8
Ao adotar o método de “Múltiplos de Lucro Líquido” recomenda-se avaliar em ter-
mos percentuais (%) o quanto a empresa distribui de dividendos e JCP, pois isso 
implica na decisão. O exercício que fizemos desprezou a retenção de parte dos 
lucros para novos investimentos, mas reflita que as empresas distribuem lucros 
mínimos de 25% previsto em Lei, mas com frequência arbitram em percentuais 
superiores ao mínimo. Suponha que a empresa do Sudeste distribua todo o lucro 
gerado, enquanto a empresa do sul distribua apenas 50% do lucro e reinvista a 
diferença, logo, isso pode alterar a decisão de alocação do seu investimento.
ZOOM NO CONHECIMENTO
Imagine que você está avaliando empresas de saneamento para investir seus 
recursos e, para isso, está usando o método “Múltiplos de Lucro Líquido”.
Exemplo 1: uma empresa de saneamento do sul do Brasil reportou um lucro 
líquido referente ao ano de 2022 no valor total de R$ 1,151 bilhões. Suponha que 
o total de ações da empresa em 31/12/2022 era de 1.511.205.519, cujas ações esta-
vam sendonegociadas em 31/12/2022 ao preço de R$ 4,42. Veja que o lucro por 
ação foi de R$ 0,7616. Ao aplicar a regra do “P/L”, temos que pelo lucro líquido o 
investidor recuperaria o capital investido em aproximadamente 5,8 anos.
Agora suponha que você está avaliando uma segunda empresa de sanea-
mento localizada no Sudeste brasileiro, e, a partir destes dados, irá comparar 
com os anteriores, a fim de decidir a melhor opção de investimentos. A em-
presa reportou um lucro líquido, referente ao ano de 2022, no valor total de R$ 
3,121 bilhões. Suponha que o total de ações da empresa em 31/12/2022 era de 
683.509.869, cujas ações estavam sendo negociadas em 31/12/2022 ao preço de 
R$ 57,16. Veja que o lucro por ação foi de R$ 4,5661. Ao aplicar a regra do “P/L”, 
temos que, pelo lucro líquido, o investidor recuperaria o capital investido em 
aproximadamente 12,5 anos.
No método “Múltiplos de Lucro Líquido”, demonstramos aplicação de um indi-
cador de análise, contudo, existem outros indicadores, por exemplo:
UNIASSELVI
1
9
TEMA DE APRENDIZAGEM 1
INDICADOR FÓRMULA DE CÁLCULO
P/L Preço da ação pelo LPA: Preço da ação / Lucro por ação
LPA Lucro Líquido por ação: Lucro Líquido / Quantidade total de ações
VPA Patrimônio Líquido por ação: Patrimônio Líquido / Quantidade total de ações
P/VP Preço da ação pelo VPA: Preço da ação / Valor Patrimonial por ação
ROE Retorno Sobre o Patrimônio Líquido: lucro Líquido / Patrimônio Líquido
Quadro 1 – Indicadores Múltiplos de Lucro Líquido / Fonte: o autor.
Perceba que o caso do exemplo se deu a partir do primeiro indicador apre-
sentado, “P/L”.
A premissa desse método é a comparação de desempenho e valor entre as 
empresas análogas, geralmente do mesmo segmento, que compartilham de par-
ticularidades semelhantes em termos de mercado de atuação, administrativas e 
dos direcionadores de desempenho, como também guardam uma relação em 
termos de riscos.
Avaliação de empresas pelo Múltiplos de Faturamento
Enquanto os métodos “múltiplos de Lucro Líquido” e “valor patrimonial” têm 
seus cálculos dependentes das regras contábeis, o método de “Múltiplos de fatu-
ramento” depende da receita, isto é, não é tão afetada pelas regras contábeis, que 
podem atingir as demais variáveis.
Também conhecido como “múltiplos de receita”, o “múltiplo de faturamento” 
permite comparar empresas que atuam em mercados diferentes, contudo, deve 
ser usado em segmentos ou empresas nas quais a margem de EBITDA, ou lucro, 
seja mais ou menos constante.
Esse método permite identificar quantas vezes o valor do faturamento vale 
uma empresa. Na prática, o método de “múltiplos de faturamento” só é utilizado 
quando não é possível a adoção de um driver melhor.
1
1
AVALIAÇÃO PELO MÉTODO FLUXO DE CAIXA DESCONTADO
Este é o método de valuation mais aceito pelo mercado, dado o maior grau de 
confiabilidade e por ser o mais completo. Martins (2000) defende que o método 
de avaliação de empresas, através do Fluxo de Caixa Descontado, expressa 
melhor o valor de um negócio. 
O cálculo consiste em trazer as projeções do fluxo de caixa futuros da Compa-
nhia ao valor presente. Nessa linha, Copeland, Koller e Murrin (2006) defendem 
que o Valor Presente Líquido (VPL) é o método mais aderente à maximização 
da riqueza dos acionistas, pois ele é alcançado somente após os titulares e os 
acionistas receberem como expectativas de retorno ajustadas ao risco. 
O método de valuation Fluxo de Caixa Descontado calcula o valor da empresa 
a partir do resultado que o negócio pode gerar no futuro. Esse método considera o 
potencial de geração de renda do negócio segundo as características operacionais 
intraempresa. Por isso, sua premissa é a do valor intrínseco da empresa.
Para realizar o cálculo, inicialmente, projetamos o Fluxo de Caixa da empre-
sa. Depois, a partir da taxa de desconto do custo do capital, calcula-se o valor 
presente da riqueza gerada com os investimentos realizados.
O processo de avaliação das empresas a partir do método do Fluxo de Caixa 
Descontado passa por quatro fases:
■ Fase 1: levantamento das informações.
■ Fase 2: projeções dos fluxos de caixa.
■ Fase 3: determinação da taxa de desconto.
■ Fase 4: definição do valor da empresa.
A análise da capacidade da geração de caixa inicia-se a partir dos aspectos inter-
nos à empresa e dos fatores externos que a impactam. São analisados os ativos 
tangíveis, intangíveis, pontos fortes e fracos, os riscos e oportunidades. Este con-
junto de informações é fundamental para a determinação da taxa de desconto, 
cuja finalidade é trazer o fluxo de caixa esperado para o futuro ao valor presente.
UNIASSELVI
1
1
TEMA DE APRENDIZAGEM 1
Levantamento de informações
O valuation pelo Método do Fluxo de Caixa descontado se dá a partir do le-
vantamento de dados e informações a respeito do desempenho histórico da 
empresa avaliada. As informações utilizadas na elaboração da projeção do fluxo 
de caixa futuro têm como ponto de partida as informações históricas referentes 
à própria empresa e ao mercado. O fluxo de caixa descontado mensura o quanto 
a empresa pode produzir de caixa considerando as potencialidades e os riscos 
internos e externos. 
Sob a ótica das informações internas são analisados os dados:
 ■ econômico-financeiros (direcionadores de valor, o retorno do investi-
mento, a diversificação de ativos e de risco, a relação entre giro e margem 
operacional, custo e estrutura de capital etc.);
 ■ contábeis (DRE e Balanço Patrimonial);
 ■ comerciais (portfólio de produtos; margem dos produtos);
 ■ operacionais e de gestão do negócio (processos e análise dos departa-
mentos);
 ■ ativos tangíveis e intangíveis.
Sob a ótica das informações externas é analisado o comportamento do mercado, 
a partir das seguintes premissas socioeconômicas: 
 ■ desempenho do negócio; expansão da demanda e da concorrência;
 ■ tendências de negócios e de novos produtos;
 ■ oferta de crédito;
 ■ preços de commodities;
 ■ taxa de juros;
 ■ crescimento do PIB;
 ■ inflação; taxa de câmbio.
O correto levantamento dessas informações, assegura que as projeções sobre 
a geração de riqueza da empresa avaliada estejam em conformidade com a 
mensuração real. 
1
1
Projeções dos fluxos de caixa
A partir das informações históricas levantadas pelo avaliador, são realizadas as 
projeções de fluxo de caixa, ou seja, projeta-se a taxa de crescimento, a partir 
do desempenho histórico da empresa.
Cabe destacar que as projeções dos fluxos de caixa variam de 5 a 15 anos. 
Nesse fluxo são projetados os investimentos em ativos imobilizados, capital de 
giro operacional, e, caso a empresa goze de regime tributário pelo Lucro Real, 
também desse ser somado à depreciação. A essa projeção de 5 a 15 anos deno-
minamos de fluxo de caixa explícito.
Além do fluxo de caixa explícito, deve ser elaborado o fluxo de caixa para o 
horizonte posterior ao fluxo de caixa explícito, isto é, o fluxo do valor residual 
ou valor de perpetuidade. Esse fluxo representa a estimativa do valor do ativo 
ao final da vida útil.
Portanto, a projeção do fluxo de caixa segue uma lógica de um horizonte previsível, 
chamado de cálculo do valor explícito, e uma lógica de projeção contínua, chamada 
de projeção de perpetuidade. A taxa de crescimento para esta última é uma 
taxa menor a adotada para o primeiro ciclo da projeção, chamamos de taxa de 
crescimento terminal.
Feitas as projeções para a fase do cálculo explícito e para a fase da perpetuidade, 
ambas as projeções são trazidas a valor presente líquido, por meio da taxa de 
desconto definida.
Determinação da taxa de desconto para trazê-los a valor 
presente
Depois de realizar as projeções, é preciso determinar o valor presente correspon-
dente à riqueza futura a ser gerada pela empresa. Para isso, aplicamos uma taxa 
de desconto aos fluxos de caixa projetados.
UNIASSELVI
1
1
TEMA DE APRENDIZAGEM 1
Não é o objetivo entrar no cálculo da taxa de desconto, por hora, precisa-
mos saber que a taxa deve refletir o custo de oportunidade,isto é, remunerar 
o acionista pelo risco do negócio e o retorno mínimo que o mercado espera de 
empresas do mesmo segmento. Esta remuneração pelo capital investido, também 
conhecido como Custo de Capital.
Há uma vasta gama de variáveis e formas de cálculo de custo de capital, mas, 
em geral, é calculada por meio do Custo Médio Ponderado de Capital (WACC), 
média ponderada entre o custo de capital próprio (capital dos acionistas) e o 
custo de capital de terceiros (capital de financiamentos para investimentos). 
Essas são as duas fontes mais comuns de financiamento. A partir do levantamento 
dos dados internos e do mercado é que são determinadas as taxas de descontos.
Cabe destacar que quanto maior for o risco do negócio, maior será o prêmio 
esperado pelo acionista “Custo do capital” e vice-versa. A determinação da taxa 
de desconto (WACC) é o aspecto mais sensível na avaliação da empresa, pois 
é a partir deste que todo o negócio é observado, isto é, a partir do WACC que 
se gera o lucro do acionista.
Estabelecimento do valor da empresa
Cumpridas as etapas anteriores, finalmente é possível determinar o valor da em-
presa que reflita o potencial que ela tem em gerar lucro, ou uma faixa de valor, 
pois é bastante comum o avaliador adotar cenários, ou seja, diferentes taxas de 
desconto representativas dos cenários otimista, conservador e pessimista.
Além do reporte da informação sobre a geração de lucro, o valuation por 
Fluxo de caixa descontado permite identificar a dimensão de seus pontos fortes e 
fracos, assim como, de seus riscos e oportunidades. Essas informações, associadas 
ao know-how do avaliador, possibilitam traçar indicadores estratégicos para 
aumentar o valor da empresa.
Os métodos apresentados são alguns dos principais fundamentos para a ava-
liação de empresas. É imperioso destacar que a avaliação de empresas pode ser 
bastante complexa e envolve diversos outros fatores, dependendo do setor em 
que a empresa atua e do objetivo da avaliação.
Apesar de serem diferentes entre si, as metodologias de avaliação de empre-
sas “valuation” apresentadas são complementares. Por isso, é importante que o 
avaliador compreenda muito bem os fundamentos de empresas. 
1
4
NOVOS DESAFIOS 
Vimos que o Valuation é a principal técnica usada para identificar o valor real 
de uma empresa e, dependendo do método utilizado, pode resultar em valores 
que nem sempre são iguais. 
Os métodos de avaliação podem ser usados em conjunto ou detalhadamen-
te, porém, nenhum método isolado pode ser considerado como o mais correto, 
inquestionável ou exato; cada um requer informações e abordagens diferentes. 
Assaf Neto (2012) vai no mesmo caminho, ele cita que existem diversas me-
todologias para o cálculo do valuation e defende que o cálculo do valor justo, 
ideal ou correto, depende da coerência, lógica, análise, imparcialidade e rigor 
na escolha das premissas e do modelo de avaliação a ser admitido diante da 
situação real da empresa.
Confira aqui a aula referente a este tema. Recursos de mídia disponíveis no con-
teúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem 
EM FOCO
UNIASSELVI
1
5
1. A avaliação financeira de uma empresa, geralmente, envolve um processo complexo, cuja 
extensão e detalhes podem variar de acordo com o propósito e a profundidade da avalia-
ção. No entanto, em muitos casos, pode-se simplificar o processo em três fases principais:
■ coleta de dados e análise financeira;
■ projeção e valorização;
■ avaliação e recomendação.
Está presente na fase da avaliação e recomendação:
a) Nessa fase inicial, os analistas coletam informações financeiras da empresa.
b) Nessa fase, os analistas projetam o desempenho financeiro da empresa.
c) Nessa fase, os analistas eliminam os itens não recorrentes.
d) Nessa fase, os analistas emitem recomendações com base na avaliação.
e) Nessa fase, é realizada uma análise detalhada dos indicadores.
2. Existem vários métodos de avaliação de empresas, cada um com suas próprias abordagens 
e aplicabilidades. A escolha do método depende do propósito da avaliação, das informa-
ções disponíveis e das características da empresa. Os métodos mais comuns de avaliação 
são: Fluxo de Caixa Descontado (DCF – Discounted Cash Flow); Avaliação por Múltiplos; Ava-
liação de Ativos Líquidos (ou Valor Patrimonial Líquido - VPL); Avaliação por Fluxo de Caixa 
de Dividendos (Modelo Gordon-Shapiro); Avaliação por múltiplos de EBITDA (EV/EBITDA); 
Avaliação por Fluxo de Caixa Livre para a Firma (FCFF); Método do Valor Contábil Ajustado.
Qual o método utilizado para calcular o valor da empresa com base em seus ativos líquidos? 
(ativos – passivos). 
I - Avaliação de Ativos Líquidos (ou Valor Patrimonial Líquido - VPL). 
II - É útil para empresas em situações de liquidação. 
III - Avaliação por múltiplos de EBITDA (EV/EBITDA).
É correto o que se afirma em:
AUTOATIVIDADE
1
1
a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
3. A avaliação de empresas pelo método do Valor Patrimonial Líquido (VPL) é um dos métodos 
mais simples de avaliação. Esse método calcula o valor da empresa com base em seus 
ativos e passivos registrados em seu balanço patrimonial. O Valor Patrimonial Líquido é 
encontrado pela diferença entre os ativos e passivos da empresa. Embora, seja útil para ter 
uma noção do valor contábil da empresa, ele deve ser usado com cautela e em conjunto 
com outras técnicas de avaliação para obter uma avaliação mais completa e precisa do 
valor de mercado de uma empresa.
O valuation pelo método Valor Patrimonial Líquido (VPL) tem como premissa a contabilidade 
e o patrimônio líquido da empresa, por meio das demonstrações contábeis trimestrais e os 
números do balanço. Diante disso, assinale a alternativa correta:
a) Nesse método, considera-se o valor contábil dos ativos ou do Patrimônio Líquido da 
empresa, sem mensurar ativos intangíveis.
b) Esse método reflete a imagem fiel do negócio e não reflete as perspectivas da empresa 
para o futuro.
c) É pouco aplicado em casos de venda de empresas inoperantes e com ativo imobilizado 
significativo.
d) É pouco aplicado em situações de empresas em dificuldades financeiras.
e) Esse método não assume o custo histórico dos ativos e passivos.
AUTOATIVIDADE
1
1
REFERÊNCIAS
ASSAF NETO, A. Estrutura e análise de balanços: uma abordagem econômico-financeira: co-
mércio e serviços, dinâmicos, bancos comerciais e múltiplos. São Paulo: Atlas, 2012.
COPELAND, T. E.; KOLLER, T.; MURRIN, J. Avaliação de empresas–valuation: calculando e ge-
renciando o valor das empresas. [S. l.]: Pearson Makron.
DAMODARAN, A. Abordagens e métricas de avaliação: um levantamento da teoria e das evi-
dências. Washington: Agora Publishers Inc., 2007.
MARTINS, E. Avaliação de empresas: da mensuração contábil à econômica. Caderno de estu-
dos, v. 24, p. 28-37, 2000.
PALEPU, K. G.; HEALY, P. G.; BERNARD, V. L. Business analysis and valuation: using financial 
statements. 2. ed. Ohio: South-Western College, 2000.
PAIVA, W. D. Métodos de avaliação de pequenas e médias empresas. In: SEMINÁRIO EM AD-
MINISTRAÇÃO FEA-USP. 5, 2001, São Paulo. Anais [...], Faculdade de Economia,  Administra-
ção, Contabilidade, São Paulo, 2001.
PEREZ, M. M, & FAMÁ, R. Métodos de avaliação de empresas e balanço de estrangeiros. Revista 
Administração em Diálogo-RAD, v. 6, n. 1, 2008.
ROSS, S. A.; WESTERFIELD, R. W.; JORDAN, B. D. Princípios de Administração Financeira. 9. 
edição. São Paulo: Atlas, 2008.
1
8
1. D.
Os analistas emitem recomendações com base na avaliação, por exemplo, se a empresa 
está subvalorizada ou superavaliada, se é atraente para investidores ou se é uma boa opor-
tunidade de aquisição.
2. C. 
É correto que o método de Avaliação de Ativos Líquidos (ou Valor Patrimonial Líquido – VPL) 
pode ser utilizado para calcular o valor de uma empresa a partir da sua base de ativos líqui-
dos, além disso, o método pode ser útil em casos de empresas em situação de liquidação.
3. A. 
Como o método refletea imagem fiel do negócio, logo, deve considerar o valor dos ativos 
do patrimônio líquido, e invalida os demais porque é muito aplicado nos casos de venda de 
empresas e muito aplicado em casos de empresas com dualidades financeiras, e assume 
o custo histórico dos ativos e passivos.
GABARITO
1
9
MINHAS METAS
RETORNO E RISCO 
DE INVESTIMENTOS
Entender o significado e os fundamentos de risco e retorno.
Descrever os procedimentos de avaliação e mensuração de riscos.
Discutir a mensuração do retorno.
Compreender as características de riscos e retornos de investimentos.
Entender os tipos de riscos.
Entender as diferenças entre uso e custo de capital próprio e de terceiros.
Compreender como se determina o retorno exigido para um investimento.
T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 2
1
1
INICIE SUA JORNADA
Olá, estudante!
Se você está iniciando a jornada como empreendedor, se tem experiência 
no ramo, ou se atua na gestão de empresas, com investimentos no mercado de 
capitais, ou qualquer outro ativo, já deve ter se deparado com algum dos conceitos 
de retorno e riscos de investimentos. Além de conhecer o mercado em que vai 
atuar, ter esses conceitos bem firmes pode ser fundamental para o desempenho 
dos negócios.
Na prática, são muito raras as tomadas de decisões em ambientes com 
informações incompletas, pois muitos profissionais não têm acesso a todo o 
conjunto de informações para a tomada de decisão. Como as decisões são 
tomadas voltadas para resultados futuros e alguns eventos não são claramente 
identificados, é imprescindível que se introduza a variável incerteza, também 
conhecida como risco.
Se você atua como analista de negócios, analista econômico e financeiro ou 
se é gestor de alguma empresa, certamente já ouviu este termo “risco”. Para uma 
melhor mensuração do risco, é preciso ter a dimensão do maior número pos-
sível de fatores que impliquem o resultado da decisão tomada.
Antes de estudarmos a análise de risco e retorno dos investimentos, que tal 
uma revisão dos conceitos?
A ideia de risco, no sentido mais tradicional, é vista como algo negativo. Esse 
conceito está voltado ao futuro e revela uma possibilidade de perda, ou seja, o re-
sultado está associado à probabilidade de ocorrência de um determinado evento.
Toda vez que que a incerteza de ocorrência de determinado evento puder 
ser quantificada por meio de uma distribuição probabilidade, dizemos que 
a decisão está sendo tomada sob uma situação de risco. Nesse caso, o risco 
pode ser entendido pela mensuração da incerteza, mediante o conhecimento 
prévio da probabilidade associada à ocorrência de determinados resultados 
ou valores médios esperados.
Por exemplo, se soubéssemos o valor da ação de uma empresa no futuro, 
investir nela seria uma tarefa fácil. No entanto, essa não é uma tarefa fácil, para 
não dizer impossível, pois depende de vários fatores, como apetite do mercado 
pelos papais da empresa, variações econômicas, estratégias de gestão da empresa, 
o setor em que a empresa atua, variáveis internacionais, enfim, é um conjunto 
UNIASSELVI
1
1
TEMA DE APRENDIZAGEM 2
extenso de variáveis. Por isso dizemos que quanto mais o tomador de decisão 
conhecer acerca das variáveis que afetam a tomada de decisão, mais chances de 
sucesso ele terá.
Quando falamos de risco financeiro, estamos nos referindo à possibilidade de per-
da financeira. Para mitigar os riscos, precisamos distingui-los. Quer entender mais 
sobre o assunto? Ouça o podcast no seu Ambiente de Aprendizagem!
Recursos de mídia disponível no conteúdo digital no ambiente virtual de aprendizagem
PLAY NO CONHECIMENTO
DESENVOLVA SEU POTENCIAL
No sentido mais amplo, o conceito de risco pode ser entendido de diversas ma-
neiras, a depender do contexto em que está sendo analisado. Alguns exemplos 
são risco aéreo para uma situação de seguro, risco de um beneficiário de um 
plano de saúde contrair uma doença, risco de insucesso de um negócio para um 
empresário que pretende tomar um empréstimo, risco ambiental para uma em-
presa de saneamento básico, risco de crédito de para um tomador de crédito, risco 
de seleção adversa para uma empresa que contrata um prestador de serviço etc.
No contexto das finanças e dos negócios, o risco é a chance de perda finan-
ceira. De forma bastante simples, ativos reais ou financeiros que apresentam 
maior probabilidade de perda são considerados de maiores riscos do que aque-
les que trazem menor probabilidade de perda. O termo “risco”, quando está 
associado à variabilidade dos retornos a determinado ativo, também pode ser 
chamado de incerteza.
No caso de investimentos, a incerteza é entendida como a possibilidade do 
resultado se desviar do valor esperado. Logo, o risco é definido como uma medida 
de variação dos possíveis retornos esperados de um ativo. Pela definição, o risco 
reflete a probabilidade de um resultado ocorrer. Ao estimar a probabilidade de 
um resultado de uma aplicação financeira ocorrer, temos uma distribuição de 
probabilidades. Caso não existam dados históricos para definição das probabili-
dades objetivas, pode-se estimá-las a partir de opiniões pessoais, isto é, palpites. 
Assim, constrói-se uma distribuição de probabilidades subjetivas.
1
1
Ao estudar os riscos inerentes a um determinado negócio, é importante segregar 
a avaliação do risco total em: risco econômico e risco financeiro. As principais 
causas associadas ao risco econômico são de natureza conjuntural, por exemplo, 
mudanças econômicas, tecnológicas, mercadológicas e do próprio planejamento 
da empresa, como vendas, custos, preços, volume de investimentos etc. Já o risco 
financeiro está relacionado com o endividamento da empresa e com a capacidade 
de pagamento, e não com as decisões de ativos, como aquelas apresentadas no 
risco econômico. 
APROFUNDANDO
Ao empreender um negócio ou investir o seu dinheiro no mercado financeiro, o 
investidor tem como objetivo a multiplicação do seu patrimônio. A multiplica-
ção do seu patrimônio se dá pela soma de duas parcelas de remuneração, uma 
chamada de remuneração pelo risco sistêmico e outra pela remuneração do risco 
não sistêmico. O primeiro risco está associado ao risco econômico e o outro, ao 
risco financeiro.
No mercado, são tomadas as taxas médias de retornos dos investimentos a 
partir dos riscos sistêmicos. Já as taxas de risco não sistêmicos são definidas a par-
tir do nível de conhecimento e apetites diferentes para os riscos. A consequência 
disso é que teremos demandas diferentes para os diversos níveis de riscos. Assim, 
o que varia são os prêmios esperados para cada perfil de investidor.
A Grande Aposta 
Comentário: em 2008, o guru de Wall Street, Michael Burry, 
percebe que o volume de empréstimos concedidos para o 
mercado imobiliário está em risco de inadimplência. Então, ele 
decide apostar contra o mercado aplicando mais de um bilhão 
de dólares dos seus investidores. Suas ações atraem a atenção 
do corretor Jared Vennet, que percebe a oportunidade e passa 
a oferecê-la a seus clientes. Juntos, esses homens fazem uma 
fortuna tirando proveito do colapso econômico americano.
INDICAÇÃO DE FILME
UNIASSELVI
1
1
TEMA DE APRENDIZAGEM 2
Em geral, como o próprio nome já diz, o risco sistêmico tende a seguir uma 
tendência de ocorrência sistêmica de eventos. Por isso, seus eventos são mais pre-
visíveis e, como consequência, o retorno esperado tende a ser mais homogêneo 
para investimentos nesse tipo de risco. Por outro lado, os riscos não sistêmicos 
estão mais relacionados ao investimento específico e, por isso, tendem a ter me-
nos previsibilidade. Isso se dá porque estão diretamente relacionados ao negócio, 
demandando, portanto, uma taxa de retorno específica de acordo com o nível de 
informação e apetite assumido pelo investidor.
No Brasil, como a taxa de juros é uma das maiores do mundo, a velocidade da 
multiplicação do patrimônio pode ser superior à daqueles países com taxas de 
juros baixas. Por essa razão a Selic tem sido bastante utilizadacomo proxy para o 
retorno médio de mercado. Contudo, pela alta volatilidade política e econômica, as 
empresas e os ativos são bastante afetados. Logo, o investidor não pode deixar de 
analisar o risco de cada tipo de investimento.
Em geral, o investidor espera um retorno médio de mercado em linha com a 
Selic. Quanto à parcela do risco não sistêmico, quanto maior for o risco, maior 
será o prêmio esperado. Contudo, esse prêmio é uma possibilidade de maior re-
torno, pois, na prática, não há garantia de que isso ocorra. Pode acontecer de um 
investimento de alto risco não trazer retorno algum ou trazer prejuízos, por isso 
o fator “risco não sistêmico” deve ser cuidadosamente estudado e considerado na 
hora de escolher os ativos que vão compor sua carteira. 
Por isso, avaliar o 
risco e o retorno dos 
ativos é um processo 
muito importante para 
evitar surpresas no fu-
turo. A boa notícia é 
que é possível estimar 
a variável risco. Vamos 
continuar a leitura para 
entender mais sobre ris-
co e retorno?
1
4
Até aqui, já sabemos que o retorno e o risco estão conectados de forma inver-
sa. Em outras palavras, quanto maior o risco, maior também será o retorno espe-
rado e vice-versa. Se uma oportunidade de investimentos oferece rentabilidade 
muito acima da média do mercado, DESCONFIE. É possível que o risco inerente 
à oportunidade em questão seja muito alto, por isso vale a pena desconfiar, a não 
ser que você seja o tipo de investidor disposto a correr alto risco em troca de um 
retorno esperado maior.
“Retorno do investimento” é o termo-chave para todo o investidor, pois é algo que 
todos estão em busca, já que representa quanto o dinheiro investido vai render, 
assim como a velocidade do retorno.
ZOOM NO CONHECIMENTO
Suponha que você investiu R$ 10 mil em uma oportunidade com rentabilidade 
fixada em Selic, atualmente 13,75% ao ano. Ou seja, após esse período de 12 
meses, sua aplicação terá rendido R$ 1.375.
As aplicações em renda fixa costumam possuir um risco menor, e isso faz 
com que os retornos sejam mais conservadores. Por outro lado, as aplicações 
em renda variável, como as ações listadas na bolsa de valores, podem apresentar 
rentabilidades mais elevadas, mas com um risco também mais elevado.
Em virtude das oscilações políticas e econômicas, outro fator muito impor-
tante na definição do risco de investimento diz respeito ao prazo que você deseja 
fazer o investimento. Isso ocorre porque quanto maior o prazo, maiores são as 
chances de oscilações nas variáveis de risco. Portanto, quanto maiores as incerte-
zas e menor o prazo, menores são as chances de oscilações nas variáveis de risco.
O Brasil é conhecido de modo internacional pelas fortes variações tanto no 
ambiente político quanto econômico. Nesse sentido, qualquer mudança que 
aconteça em um desses ambientes implica diretamente nas oportunidades de 
investimentos. Assim, uma hora as aplicações em renda fixa costumam possuir 
um risco menor, o que faz com que os retornos sejam mais conservadores. Por 
outro lado, as aplicações em renda variável, como as ações listadas na bolsa de 
valores, podem apresentar rentabilidades mais elevadas, mas com um risco tam-
bém mais elevado.
UNIASSELVI
1
5
TEMA DE APRENDIZAGEM 2
RISCOS E TAXAS DE CORTES
Já sabemos que os investimentos têm como premissa uma parcela de rentabili-
dade inerente às taxas de risco do mercado, risco zero, e uma taxa de prêmio de 
risco inerente ao negócio específico.
Custo de capital próprio
Nas análises econômicas e financeiras, chamamos de custo de capital próprio a 
taxa de retorno que os investidores desejam para fazer um investimento de risco 
em determinada empresa. Relembrando que todos os modelos de riscos e de 
retorno necessitam de uma taxa de risco zero e de uma taxa de prêmio de risco.
Taxa de risco zero
Para um investimento ser livre de risco, o retorno gerado deve ser igual ao retorno 
esperado. Este é um caso em que o investidor conhece com certeza os retornos 
esperados. Em geral, os títulos emitidos pelo governo têm essa característica. 
Damodaran (2007) destaca que devem ser avaliadas duas condições para um 
investimento ser livre de riscos:
 ■ Não pode haver risco de inadimplência.
 ■ Não pode haver risco de incerteza a respeito das taxas de reinvestimentos.
Por outro lado, imagine que uma empresa dificilmente consegue garantir as duas 
condições citadas, a exemplo das empresas de utilidades como saneamento, que, no 
período pandêmico, não conseguiram garantir nenhuma das condições mencionadas.
1
1
Prêmio de risco
Ao decidir alocar seus recursos, o investidor espera uma rentabilidade mínima, 
a taxa de juros livres de risco, aquela apresentada para a remuneração de títulos 
públicos, cujo risco de investimento é zero. O prêmio de risco nos modelos 
de precificação de ativos de capital consiste no retorno extra esperado pelo 
investidor para transferir seus recursos de um investimento de risco zero para 
um com risco médio. Logo, o prêmio de risco é uma função de duas premissas:
 ■ Aversão ao risco de investidores.
 ■ O tamanho do risco de um investimento de risco médio.
A primeira premissa significa que quanto mais o investidor se torne avesso 
ao risco, maior será o prêmio exigido para a alocação do recurso. Já a segunda 
premissa diz que quando o risco de um investimento de risco médio aumenta, o 
seu prêmio também deve aumentar.
Quanto à mensuração do prêmio de risco, apresentaremos três métodos mais utilizados: 
• Prêmios por pesquisa.
• Prêmios históricos.
• Prêmios implícitos de ações.
Lembre-se de que durante a Covid-19, como o saneamento era a principal medida de 
combate à pandemia, muitas empresas tiveram fortes oscilações nos índices de inadim-
plências. Além disso, houve medidas que incentivaram a inadimplência por conta de de-
terminações de parcelamento e políticas de não corte. Aqui, não estamos questionando 
as medidas, apenas apresentando exemplos de eventos que tendem a ter maiores riscos 
de investimentos. Na mesma esteira, algumas empresas revisaram para menos os per-
centuais de dividendos, justificando a imprevisibilidade imposta pela pandemia. Esta últi-
ma estratégia tem um efeito semelhante ao aumento nas taxas de reinvestimentos, isto é, 
tendem a reduzir o volume dos dividendos, e dados os eventos não previsíveis, tendem a 
gerar ruídos nas séries históricas e, portanto, aumentar o risco de investimentos.
APROFUNDANDO
UNIASSELVI
1
1
TEMA DE APRENDIZAGEM 2
O método de prêmio por pesquisa consiste na consulta junto aos investidores a 
respeito das expectativas para o futuro. Este método é pouco utilizado, porque os prê-
mios dependem muito da opinião pessoal de investidores. Além disso, os prêmios são 
extremamente dependentes dos movimentos recentes do mercado e tendem a ser de 
curto prazo — em geral as pesquisas apontam para um horizonte máximo de 12 meses.
O método de prêmios histórico é o mais utilizado para precificação de risco 
de ativo de capital. Ele se baseia em dados históricos dos preços de ativos. Nesse 
método, são adotados dados de um período mais longo, visto que os retornos das 
ações são bastante voláteis. Assim, quanto maior o prazo de análise, mais com-
portados são os riscos. O método de mensuração tem, no mínimo, três etapas:
Para compreender esse modelo, imagine que uma companhia de saneamen-
to apresente os seguintes valores de fechamento em seus papéis negociados no 
Brasil, Bolsa e Balcão (B3) nos últimos dias dos meses e anos, juntamente aos 
dividendos acumulados ao longo desses períodos. Para facilitar a demonstração, 
adotamos a Selic média acumulada no ano:
PRIMEIRA
Definir o horizonte temporal da estimativa.
SEGUNDA
Calcular os retornos médios sobre um índice de ações e de um ativo sem risco para 
um determinado horizonte temporal.
TERCEIRA
Calcular a diferença entre os retornos do ativo específico e o retorno do ativo sem risco.
QUARTA
Realizadas as três etapas relacionadas acima, basta utilizar a diferença encontrada entre 
os retornosdos ativos específicos e o retorno do ativo sem risco como o prêmio de risco.
1
8
ANO
INÍCIO 
(R$)
DIVID 
(R$)
TOTAL 
(R$)
RETOR-
NO (%)
SELIC (%)
PRÊMIO 
DE RIS-
CO (%)
12/13 22,26 22,26 
12/14 13,30 0,787 14,09 -36,7 12,15 -48,87
12/15 21,32 0,738 22,06 56,6 14,84 41,74
12/16 31,35 0,219 31,57 43,1 14,30 28,82
12/17 36,38 1,205 37,58 19,1 6,68 12,38
12/18 43,37 1,030 44,40 18,1 6,04 12,09
12/19 56,51 1,159 57,67 29,9 4,53 25,36
12/20 42,84 1,377 44,22 -23,3 1,94 -25,27
12/21 33,21 0,398 33,61 -24,0 9,64 -33,63
12/22 52,66 0,943 53,60 59,5 14,30 45,19
Tabela 1 – Demonstração hipotética do cálculo do prêmio de risco / Fonte: O autor.
No exemplo, verificamos uma taxa média de retorno nominal de 15,8% para os 
investimentos específicos, enquanto a taxa média de retorno nominal para os ati-
vos de risco zero foi de 9,38%. Logo, sob a ótica dos dados históricos, o prêmio de 
risco para o ativo de capital da companhia, para o período analisado, foi de 6,42%.
No método de prêmio implícito de ações, não há necessidade de pesquisa 
de dados nem coleta de dados históricos. Contudo, como os dados para o cálculo 
são tomados no mercado, pressupõe-se que o mercado tenha os avaliado corre-
tamente. Assim, o cálculo pode ser feito da seguinte forma:
UNIASSELVI
1
9
TEMA DE APRENDIZAGEM 2
Parâmetros de risco
Agora você já sabe que a alo-
cação de recursos em qualquer 
investimento, diferentemente 
daqueles de risco zero, parte 
da premissa de que existe uma 
taxa de retorno mínima exi-
gida e uma taxa de prêmio de 
risco inerente ao ativo ou em-
presa analisada.
Para compreender esse modelo, vamos retomar o exemplo da empresa de 
saneamento negociada na B3. Considerando que o fechamento em 31 de dezem-
bro de 2022 foi de R$52,66 e considerando a distribuição de dividendos histórica 
foi de 2,67% e a taxa de crescimento esperada da receita e dividendos ao longo 
do tempo foi de 7%, temos o seguinte retorno esperado sobre o capital próprio:
Considerando que a taxa Selic, atualmente, está em 13,75%, o prêmio espera-
do para esse ativo será de 24,40%. Mas atente-se para o fato de que, nesse modelo, 
assume-se que o ativo está corretamente precificado pelo mercado.
EU INDICO
Para os dados de taxa de retorno para investimentos com risco zero, foram ado-
tadas as taxas da Selic, que é a média dos juros que o governo paga àqueles que 
lhe emprestaram dinheiro. A taxa Selic serve de referência para outras taxas de 
juros do país, sendo a taxa básica de juros da economia. Quer saber mais sobre o 
assunto? Clique aqui para acessar! 
Recursos de mídia disponível no conteúdo digital no ambiente virtual de aprendizagem
4
1
Se considerarmos que o risco não sistemático pode ser eliminado com 
a diversificação da carteira, ou seja, que aquela taxa de retorno extra é nula, 
resta apenas o risco sistemático. Neste caso, podemos estimar o retorno justo 
para um investimento, dado o seu risco, a partir do Capital Asset Pricing Model 
(CAPM). Este modelo assume que o único risco relevante para o investidor é 
o risco que não pode ser diversificado, isto é, o risco sistemático. Coopeland 
et al. (2005) definem o CAPM como um modelo de equilíbrio de mercado que 
possibilita mensurar a parcela do risco de um ativo individual e do prêmio de 
um determinado mercado.
O CAPM considera uma taxa mínima livre de risco, somada ao prêmio pelo 
risco que um determinado mercado oferece. Esse prêmio é multiplicado pelo 
beta do ativo que expressa a sensibilidade às variações do mercado. O beta (β) 
é um coeficiente de risco que mede a sensibilidade do retorno de uma ação em 
particular às mudanças nas condições de mercado. Assim, quanto maiores os 
riscos de mercado, maior será o retorno esperado pelos investidores. Para calcular 
o β, precisamos conhecer de algumas informações estatística acerca dos ativos.
Retomando os dados utilizados no exemplo anterior, cujo retorno médio 
foi de 15,81%, podemos encontrar a variância e o desvio padrão 
.
Assim como calculamos para um ativo individual — no caso a empresa de 
saneamento —, uma carteira de investimentos também possui variância e desvio 
padrão próprios, por exemplo, uma carteira composta por dois ativos J e M pode 
ter sua variância e seu desvio padrão calculados a partir da seguinte equação:
 (1)
Em que representam as proporções dos ativos “J” e “M”, respectiva-
mente, e representa a covariância entre os ativos “J” e “M”.
Perceba que a variância da carteira apresentada em (1) é uma função da variância 
de “J” e “M” e das covariâncias. Cabe destacar que a partir de e 
é possível determinar o coeficiente de correlação entre os dois 
ativos.
UNIASSELVI
4
1
TEMA DE APRENDIZAGEM 2
A redução do risco da carteira é possível sempre que os retornos dos ativos 
individuais não estiverem perfeitamente correlacionados. À medida que diversi-
ficamos o portfólio e a carteira de ações, há uma tendência de diversificar o risco, 
ou até de eliminá-lo, restando apenas o risco sistemático. Ehrhardt e Brigham 
(2012) defendem que à medida que são adicionados ativos em uma carteira de 
investimentos, o risco total da carteira declina continuamente, enquanto o retor-
no é determinado pela média ponderada dos retornos individuais.
Quanto aos riscos, vimos que o não sistemático pode ser diversificado até a 
sua eliminação. Logo, quando avaliamos uma ação ou outro ativo qualquer, o 
que consideramos é o risco sistemático (de mercado), o beta.
Em relação ao parâmetro de sensibilidade β, dizemos que uma ação com:
 ■ , valoriza ou desvaloriza na mesma proporção que o mercado.
 ■ , valoriza ou desvaloriza em proporção menor que o mercado.
 ■ , valoriza ou desvaloriza em proporção maior que o mercado.
 ■ A equação β utiliza as covariâncias e variâncias:
 (2)
O modelo CAPM, também chamado de modelo de apreçamento de ativos, é o 
modelo que associa o retorno esperado de um ativo ao seu coeficiente de risco 
sistemático, β, mostrando a relação linear entre o retorno esperado e o beta, tanto 
para títulos individuais como para uma carteira de ativos.
Custo de capital
Inicialmente, convido você a relembrar os conceitos de custo de capital. O custo 
de capital próprio consiste na taxa de remuneração do acionista da empresa 
pago na forma de retorno sobre o capital investido. O custo de capital de ter-
ceiros consiste nas taxas de juros pagos aos bancos e instituições de empréstimos 
e financiamentos referentes ao capital tomado para investimentos. 
A estrutura de capital de uma empresa diz muito sobre a sustentabilidade 
econômica e financeira do negócio, pois é a partir desse indicador que veri-
ficamos o quanto dos investimentos a empresa realiza com recursos próprios 
do patrimônio financeiro e o quanto ela realiza com recursos de terceiros, por 
exemplo, empréstimos e financiamentos.
4
1
Uma empresa pode levantar recursos de três formas: pela emissão de ações 
ordinárias, pela emissão de dívida e pelas ações preferenciais. O desafio das 
empresas consiste em otimizar essa estrutura ótima de capital, a fim de propiciar o 
menor custo médio do capital.
O custo médio do capital, também conhecido como Weighted Average Capital 
Cost (WACC), pode ser calculado de várias formas, contudo, todas elas procuram 
identificar a média ponderada de cada um desses custos, a fim de evidenciar a 
taxa mínima de retorno para que o investimento seja efetivado. 
 (3)
Da equação (3), temos que:
 ■ Weighted Average Cost of Capital
 ■ Custo de capital próprio (capital do acionista)
 ■ Custo de capital de terceiro (custo da dívida)
 ■ Total do patrimônio líquido (equity)
 ■ Total de dívida (debt)
O reflete o risco do investimento em ações via capital próprio, e o reflete 
o risco de inadimplência da empresa via capital de terceiros. Os pesos de cada 
uma dessas variáveis devem refletir os valores de mercado. 
Custo de capital próprio
Para aplicação desse modelo, inicialmente calcularemos o custo de oportuni-
dade do acionista, ou seja, iremos analisar no mercado algumasoutras pos-
sibilidades de investimento que ele teria e, a partir delas, construiremos uma 
carteira diversificada.
UNIASSELVI
4
1
TEMA DE APRENDIZAGEM 2
VARIÁVEL RETORNO MENSAL RETORNO ANUAL
Selic 1,08% 13,7582%
Poupança 0,50% 6,1678%
CDB 1,00% 12,6825%
Títulos públicos 1,08% 13,7582%
Inflação 0,40% 4,9070%
Média 11,5498%
Média + Inflação 16,9728%
Tabela 2 – Benchmark, custo de oportunidade / Fonte: Elaborado pelo autor.
Determinado o custo de oportunidade do acionista, utilizaremos o prêmio entre 
os ativos calculados na Tabela 2 e o retorno do ativo de menor risco do mercado. 
Em geral, utilizamos a Taxa de Longo Prazo (TLP) como ativo livre de risco, 
que atualmente está em 10,49%. Aqui, também utilizaremos o beta, que repre-
senta a taxa de crescimento esperado da empresa analisada comparada com o 
mercado e o retorno esperado. Vamos supor que esse valor é . Logo, já 
temos todos os dados para determinar o custo do capital próprio:
 (4)
10,4900%
16,9728%
1,40
Custo do capital próprio 19,5700%
Tabela 3 – Custo de capital próprio / Fonte: O autor.
4
4
Dados os retornos do ativo livre de risco, os retornos esperados do acionista 
e o risco do negócio, o acionista espera receber pelo capital próprio investido de 
19,57% a.a.
Custo de capital de terceiro e custo médio 
ponderado do capital
A equação (3) apresenta o custo médio do capital, WACC. Perceba que o custo 
total depende dos volumes de recursos alocados em custo próprio e de terceiro, 
por isso chamamos de custo médio ponderado, pois representa a proporção de 
capital da empresa financiado pelas acionistas e por terceiros, respectivamente.
Em geral, as empresas trabalham com um intervalo de estrutura de capital 
chamado de intervalo ótimo. Já na fase de elaboração dos planos de negócios, 
elas projetam o quanto do investimento inicial e do capital de giro da empresa será 
financiado com capital próprio e quanto será financiado com capital de terceiro.
O custo de capital de terceiro, , é resultado do custo de todas as fontes de crédito 
da empresa. 
Para essa demonstração, vamos assumir que a empresa financia 45% do seu plano 
de negócios com recursos próprios e os outros 55% são financiados com recursos 
de terceiro. Vamos supor, também, que toda a sua dívida está indexada na Selic, 
portanto, utilizaremos a mesma apresentada na Tabela 2: .
Recursos próprios 45%
Recursos de terceiros 55%
Custo do capital próprio 19,57%
Custo do capital de terceiro 13,7582%
Custo médio do capital (WACC) 16,3717%
Tabela 4 – Custo de capital / Fonte: O autor.
UNIASSELVI
4
5
TEMA DE APRENDIZAGEM 2
Não consideramos acima o efeito do benefício fiscal do imposto de renda (IR) 
sobre as despesas com juros, o que reduziria ainda mais o custo real da dívida. 
Contudo, a fórmula de cálculo é simples:
 (5)
A gestão do custo 
de capital é fundamen-
tal para maximização 
do valor e das taxas de 
retorno da empresa. A 
adequada gestão des-
sas variáveis implica a 
mitigação de riscos de 
decisões equivocadas e 
possíveis prejuízos. 
RETORNO SOBRE O INVESTIMENTO
Depois, analisamos os riscos sob a ótica do investimento e estudamos um mé-
todo para estimar os custos das fontes de recursos. Além disso, apresentamos 
o custo do capital como a menor taxa aceitável de corte e ressaltamos que a 
taxa de retorno tem que ser superior à taxa de corte, a fim de criar valor para 
os acionistas de uma empresa. 
O retorno sobre o investimento é um conceito bastante utilizado na toma-
da de decisão, pois é a partir dele que mensuramos o melhor retorno sobre 
um projeto de investimento ou para tomada de decisão sobre qual projeto deve 
ser o escolhido.
Existem muitas alternativas de cálculo de retorno sobre o investimento. Você 
já deve conhecer o conceito da Taxa Interna de Retorno (TIR), que é uma me-
dida de todo o fluxo de caixa recebido ao longo da vida de um projeto. Também 
podemos citar outras métricas, como Return On Equity (ROE) e Return on 
Assets (ROA), que, diferentemente da TIR, não levam em conta o momento do 
fluxo de caixa e representam a taxa anual de retorno. O Return On Investment 
4
1
(ROI) é outra métrica utilizada para descobrir o quanto a empresa ou negócio 
retorna sobre o investimento.
O ROE é um importante indicador de retorno. Ele mede o Lucro Líquido (LL) gera-
do pela empresa em relação ao Patrimônio Líquido (PL), isto é, reflete a taxa de re-
torno sobre o capital investido pelos acionistas. A fórmula de cálculo é a seguinte:
 (6)
Quanto maior o ROE de uma empresa, melhor. Se a empresa J possui um ROE 
superior à empresa M, dizemos que a empresa J é uma melhor oportunidade de 
investimento, pois isso indica que está sendo mais eficiente no uso de capital. 
ZOOM NO CONHECIMENTO
Ao compararmos o ROE com o custo de capital próprio, esperamos que o ROE 
seja sempre superior, pois assim a empresa está gerando valor aos seus acionis-
tas. Do contrário, a empresa estaria reduzindo o valor para os seus acionistas. 
Exemplo: se uma empresa tem um ROE de 30%, ela gera LL de R$ 30 para cada 
R$ 100 de PL.
Importante destacar que o ROE pode ser usa-
do como medida de comparação para empresas do 
mesmo setor, sendo que as empresas mais eficientes 
entregam ROEs melhores. O ROE pode ser afetado 
tanto por fatores internos quanto externos à empresa. 
No primeiro, citamos a política de dividendos, a eficiência operacional e a estru-
tura de capital, pois a estrutura de capital mais alavancada pode apresentar um 
custo de dívida menor que o custo do capital próprio, porém, a empresa estará 
mais exposta a outros riscos, como a taxas de juros e variações de cambiais. No 
segundo caso, o ROE pode ser afetado por situações econômicas como taxa de 
juros, políticas cambiais, variações no PIB e ambiente concorrencial.
O ROA é um importante indicador de retorno. Ele indica se a empresa é ren-
tável em relação ao seu ativo total. Essa métrica é bastante utilizada para analisar 
a capacidade que a empresa tem de gerar lucro a partir de seus ativos. A partir 
dos demonstrativos de resultados de exercício (DRE), é possível encontrar o 
Lucro Operacional (LO) e, a partir do Balanço Patrimonial, encontrar o Ativo 
Total Médio (ATM). Com essas informações, basta aplicar na seguinte equação:
O ROE pode ser 
afetado tanto por 
fatores internos 
quanto externos 
UNIASSELVI
4
1
TEMA DE APRENDIZAGEM 2
 (7)
O ROA é um indicador bastante efetivo na comparação de desempenho da 
empresa de um ano para o outro. A métrica também pode ser utilizada para 
comparar, contudo, é mais eficiente quanto maior for a semelhança das empresas 
em termos de porte e escopo. 
Quanto maior for o ROA, mais a empresa está gerando valor com seus ativos. 
Por outro lado, se ROA for menor quando comparado com outras empresas do 
setor, a empresa está utilizando os ativos de maneira ineficiente. 
Exemplo: imagine que uma empresa de saneamento tenha em sua base de ativos 
terrenos, estações de tratamento de esgoto e água, redes de distribuição de tubu-
lações de água e esgoto, softwares etc., cujo patrimônio é de R$ 15 bilhões. Ainda, 
supunha que a companhia gerou, em 2022, R$ 1,2 bilhão de lucro líquido. Logo, o 
ROA foi de 8%.
PENSANDO JUNTOS
O ROI é um importante indicador de retorno sobre um investimento realizado, 
além de permitir a comparação entre opções de investimentos. Ele é bastante 
utilizado por investidores tanto no mercado de capitais quanto dentro das em-
presas. Assim, o ROI pode ser utilizado para:
 ■ Analisar a aquisição de investimentos financeiros como: ações na bolsa, 
fundos de investimentos, títulos de renda fixa, ETF.
 ■ Analisar a aquisição de equipamentos para a empresa.
 ■ Investir em campanhas publicitárias.
 ■ Expandir os negócios etc.
O ROI é um indicador que mede o retorno de um investimento em relação 
ao custo da sua aplicação, isto é, mede o custo e o benefício gerados por um 
investimento em detrimento de outro. Esse indicador é mensurado a partir de 
eventos passados, ou seja, não é possível prever o ROIde eventos futuros.
Para o cálculo do ROI, utilizamos o lucro líquido e o custo do investi-
mento, isto é, o custo do projeto. Quanto maior for a proporção, maior será 
o benefício gerado. Existem várias versões da fórmula de cálculo, as mais 
utilizadas são as seguintes:
4
8
 (8)
 (9)
O ROI não leva em consideração o período do retorno, por isso, um ROI 
mais alto não é, necessariamente, a melhor opção de investimento. Por exemplo, 
imagine que você está avaliando dois investimentos com ROI de 50%. Contudo, 
um deles precisa de 5 anos para gerar esse percentual, já o outro precisa de 10 
anos para gerar o mesmo percentual. Para analisar adequadamente, sugere-se 
anualizar o ROI. Para corrigir esse problema, utilizamos a seguinte fórmula:
 (10)
Cabe destacar que um cálculo de ROI pode ser diferente dependendo da 
fórmula utilizada, especialmente nos casos em que se o tratamento de custeio ou 
de impostos é diferente etc. O cuidado que precisa ser tomado refere-se a utilizar 
todos os custos incorridos.
Exemplo: imagine que uma empresa de saneamento implantou um sistema 
de coleta e tratamento de esgoto em determinado município. O custo de im-
plantação desse investimento foi de R$ 20 milhões e a vida útil desse sistema é 
de 40 anos. A empresa irá faturar R$ 3,6 milhões ano, e ao longo dos 40 anos, 
terá gerado R$ 144 milhões. Substituindo esses valores na equação (8), temos:
Alternativas de análise de retorno
As métricas de retorno ROA e ROE, respectivamente, mostram se a empresa 
está fazendo bom uso dos recursos e o quanto agrega de valor em seu negócio 
com seus recursos próprios. Esses dois índices não levam em conta o momento 
do fluxo de caixa e representam uma taxa anual de retorno. No caso do ROI, ele 
mostra o quanto a empresa tem de retorno ao fazer um investimento. Assim, 
essa é uma das metodologias de projeção e avaliação mais utilizadas na decisão 
de investimentos.
UNIASSELVI
4
9
TEMA DE APRENDIZAGEM 2
Acesse e confira a aula referente a este tema.
Recursos de mídia disponível no conteúdo digital no ambiente virtual de aprendizagem
EM FOCO
NOVOS DESAFIOS
Chegamos ao fim deste Tema de Aprendizagem!
Analisar os riscos e o retorno dos investimentos é importante para saber se 
ele foi positivo ou não para sua empresa e se atingiu os objetivos estipulados. Ao 
fazer a análise de risco, você terá mais clareza acerca dos resultados do investi-
mento, e ao considerar a análise do investimento, terá mais visão sobre o valor 
agregado, isto é, o quanto está gerando e qual projeto está gerando mais retorno. 
Dessa forma, terá clareza sobre os pontos que necessitam de melhorias ou sobre 
as despesas que podem ser cortadas. 
5
1
REFERÊNCIAS
DAMODARAN, A. Finanças corporativas aplicadas. Porto Alegre: Bookman, 2007.
EHRHARDT, M. C.; BRIGHAM, E. F. Administração financeira: teoria e prática. São Paulo: Cenga-
ge Learning, 2012.
5
1
MINHAS METAS
CONCEITOS DE CARTEIRA 
DE INVESTIMENTOS 
Diferenciar os tipos de investimentos.
Analisar as diferenças entre renda fixa e renda variável.
Identificar os perfis de investidor.
Compreender a relação entre riscos e retorno.
Conhecer os tipos de rendas.
Distinguir os diversos tipos de investimentos.
Diversificar uma carteira de investimentos com segurança.
T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 3
5
1
INICIE SUA JORNADA
Olá, estudante! Seja bem-vindo!
Você deve ter conhecimento sobre a crise financeira de 2008 que abalou o 
mundo. Certo? Considerada a pior crise desde a grande depressão de 1929, a 
crise de 2008 foi causada pelo aumento nos valores imobiliários e provocou um 
colapso nas bolsas ao redor do mundo, principalmente nos países europeus. E o 
Brasil não ficou isolado das consequências.
A crise causou desvalorização dos ativos imobiliários e se alastrou pelo 
mundo, causando uma recessão global em 2009, gerando taxas de desemprego 
altíssimas e causando várias ondas de protestos. Na Grécia, por exemplo, os pro-
testos foram violentos e conhecidos no mundo todo.
No caso do Brasil, nos primeiros dias após o evento de 2008, a eco-
nomia brasileira foi fortemente afetada pela queda no valor das ações e 
pelo aumento no preço do dólar, acompanhados pela contração no crédi-
to, principalmente no imobiliário. Isso provocou uma redução nos preços 
imobiliários e, consequentemente, puxou os preços dos fundos imobiliários 
para baixo.
Agora imagine que, à época, você tivesse investido todos os seus recursos em 
fundo imobiliário, cuja modalidade de investimentos é formada por investido-
res que formam um grupo a fim de fazer investimentos no mercado imobiliário 
sem realizar uma compra direta de imóvel. Caso você fosse um desses investido-
res, possivelmente teria visto seus investimentos encolheram.
Em 26 de fevereiro de 2020, o Ministério da Saúde confirmou o primeiro 
caso de covid-19 no Brasil. A pandemia, que teve seu fim declarado pela Orga-
nização Mundial de Saúde (OMS) em 5 de maio de 2023, levou as empresas a 
faturarem menos e, com isso, elas obtiveram menores resultados. Essa condição 
provocou uma situação de risco no Brasil, gerando muita apreensão e um forte 
fluxo de saída dos investidores dos mercados de risco, culminando na queda 
geral na bolsa de valores.
No Brasil, as lojas do varejo saíram da crise pandêmica e entraram em outra. 
A crise das Americanas que revelou inconsistências contábeis da ordem de R$ 
20 bilhões, e uma dívida de aproximadamente R$ 45 bilhões. Acumulou, de 
janeiro a julho de 2023, perdas na bolsa de aproximadamente 90%. Já as ações 
das Lojas Marisa, puxadas pela onda da Americanas, caíram cerca de 36% no 
UNIASSELVI
5
1
TEMA DE APRENDIZAGEM 3
mesmo período. Imagine que, em janeiro de 2023, todo o seu patrimônio estives-
se investido em ações das Americanas. Nesse caso, você teria visto seu patrimônio 
se reduzir a 10%.
Apresentamos algumas situações reais e recentes para chamar a atenção sobre 
a importância de manter uma carteira de investimentos diversificada, a fim 
de mitigar os riscos da carteira.
VAMOS RECORDAR?
A maximização dos resultados está diretamente relacionada com a estratégia de 
diversificação da carteira de investimentos a partir da identificação das melhores 
oportunidades. Já a estratégia da alocação está relacionada com o perfil do 
investidor. Sobre o perfil de investidor, convido você para assistir ao vídeo e ler o 
conteúdo: 
Perfil de investidor: descubra se você é conservador, moderado ou arrojado
Carteira de investimentos para iniciantes: tudo o que você precisa saber para 
montar a sua - InfoMoney Recursos de mídia disponível no conteúdo digital no 
ambiente virtual de aprendizagem
Para compreender melhor como os objetivos financeiros podem ser atingidos a 
partir da alocação dos recursos, convido você para acessar o podcast. Nele, vamos 
falar sobre os conceitos de carteira de investimentos e diversificação do portfólio. 
Ou seja, ao invés de deixar todos os recursos investidos em único ativo, o investi-
dor aplica seus recursos em mais de um ativo, seguindo o princípio da diversifi-
cação da carteira. 
Recurso de mídia disponíveis no conteúdo digital no ambiente virtual de 
aprendizagem
Recursos de mídia disponível no conteúdo digital no ambiente virtual de aprendizagem
PLAY NO CONHECIMENTO
5
4
DESENVOLVA SEU POTENCIAL#
CARTEIRA DE INVESTIMENTOS
A carteira de investimentos, também conhecida como portfólio, é o nome dado a 
um conjunto de ativos que uma pessoa ou uma empresa tem na sua composição 
de investimentos. A formação de uma carteira de investimento depende dos 
objetivos do investidor. De acordo com o propósito, as carteiras podem mudar 
de investidor para investidor, ou os objetivos podem se alterar para um mesmo 
investidor ao longo do tempo.
Sobre os objetivos do investidor, imagine que um investidor deseje comprar um 
imóvel nos próximos cinco anos; logo, ele não deseja correr riscos que possam 
comprometer seu objetivo. Dessa forma, possivelmente, boa parte da sua carteira 
de investimento seja indicada

Continue navegando

Outros materiais