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JOEL DE JESUS MACEDO ANÁLISE DE RISCOS E PROJETOS ACESSE AQUI ESTE MATERIAL DIGITAL! Coordenador(a) de Conteúdo Cleide Tirana Nunes Possamai Projeto Gráfico e Capa Arthur Cantareli Silva Editoração Lilian Andreia Hasse Lavígnia Santos Design Educacional Vanessa Tiburcio Revisão Textual Elaine Machado Ilustração Eduardo Aparecido Alves Fotos Shutterstock e Envato Impresso por: Bibliotecária: Leila Regina do Nascimento - CRB- 9/1722. Ficha catalográfica elaborada de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a). Núcleo de Educação a Distância. MACEDO, Joel de Jesus. Análise de Riscos e Projetos/ joel de Jesus Macedo. - Florianópolis, SC: Arqué, 2023. 224 p. ISBN papel 978-65-6083-199-5 ISBN digital 978-65-6083-196-4 “Graduação - EaD”. 1. Análise 2. Projeto 3. EaD. I. Título. CDD - 658.404 EXPEDIENTE Centro Universitário Leonardo da Vinci.C397 FICHA CATALOGRÁFICA 180493 RECURSOS DE IMERSÃO Utilizado para temas, assuntos ou con- ceitos avançados, levando ao aprofun- damento do que está sendo trabalhado naquele momento do texto. APROFUNDANDO Uma dose extra de conhecimento é sempre bem-vinda. Aqui você terá indicações de filmes que se conectam com o tema do conteúdo. INDICAÇÃO DE FILME Uma dose extra de conhecimento é sempre bem-vinda. Aqui você terá indicações de livros que agregarão muito na sua vida profissional. INDICAÇÃO DE LIVRO Utilizado para desmistificar pontos que possam gerar confusão sobre o tema. Após o texto trazer a explicação, essa interlocução pode trazer pontos adicionais que contribuam para que o estudante não fique com dúvidas sobre o tema. ZOOM NO CONHECIMENTO Este item corresponde a uma proposta de reflexão que pode ser apresentada por meio de uma frase, um trecho breve ou uma pergunta. PENSANDO JUNTOS Utilizado para aprofundar o conhecimento em conteúdos relevantes utilizando uma lingua- gem audiovisual. EM FOCO Utilizado para agregar um con- teúdo externo. EU INDICO Professores especialistas e con- vidados, ampliando as discus- sões sobre os temas por meio de fantásticos podcasts. PLAY NO CONHECIMENTO PRODUTOS AUDIOVISUAIS Os elementos abaixo possuem recursos audiovisuais. Recursos de mídia dispo- níveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem. 4 149U N I D A D E 3 ESCOPO DO CICLO DE VIDA DO PROJETO 150 METODOLOGIA DE PROJETOS EMPRESARIAIS 174 AVALIAÇÃO E VIABILIDADE DOS RISCO EM PROJETOS EMPRESARIAIS 202 7U N I D A D E 1 FUNDAMENTOS DE AVALIAÇÃO DE EMPRESAS 8 RETORNO E RISCO DE INVESTIMENTOS 30 CONCEITOS DE CARTEIRA DE INVESTIMENTOS 52 77U N I D A D E 2 INVESTIMENTOS EM TÍTULOS DE DÍVIDA, INVESTIMENTO EM AÇÕES ORDINÁRIAS 78 DERIVATIVOS FINANCEIROS 100 FUNÇÕES, OBJETIVOS E PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DOS PROJETOS EMPRESARIAIS 124 5 SUMÁRIO UNIDADE 1 MINHAS METAS FUNDAMENTOS DE AVALIAÇÃO DE EMPRESAS Explorar os riscos associados à tomada de decisão. Entender a importância de fazer uma correta avaliação da empresa. Conhecer os diferentes métodos de valuation. Analisar os métodos de avaliação de empresas. Compreender o método de avaliação de empresa por Valor Patrimonial. Avaliar empresas pelo método de avaliação de empresa por Múltiplos. Aplicar o método de avaliação de empresa por Fluxo de Caixa Descontado. T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 1 8 INICIE SUA JORNADA Imagine que você foi contratado para intermediar ou determinar o valor de venda de uma empresa. Certamente, o primeiro passo é você determinar o valor de venda do negócio, assim como as forças e fraquezas, oportunidades e ameaças. Além de ter que evidenciar como chegou no valor de venda, e nesse caso, o uso dos modelos de valuation entrará em cena praticamente como pré-requisito. Evidenciar o uso e o domínio dessa técnica, certamente, aumentará as chances de êxito no fechamento do negócio. Outra prática muito comum no mundo dos negócios diz respeito às fusões, diante de cenários cada vez mais desafiadores como: necessidade de expansão, reposicionamento no mercado, fortalecimento na abrangência de atuação, ou mesmo, pelo fortalecimento diante de crises, as empresas se unem, num processo chamado fusão, nesse caso, também é muito comum o uso do valuation. No caso de empresas de capital aberto, o valuation é uma estratégia muito usada para determinar o valor inicial das ações, principalmente para ingressarem na bolsa de valores. Nesse caso, o valor determinado no valuation da empresa é dividido pelo número de ações colocadas à venda, assim é determinado o valor de cada ação. Depois dessa etapa, o mercado se encarrega de ajustar os valores para mais ou para menos, segundo os resultados e decisões estratégicas das empresas. No que tange às decisões estratégicas de negócios, a técnica do valuation é muito útil para definir os caminhos de crescimento da empresa, pois permite identificar os parâmetros de aumento do valor da empresa. Para isso, se calcula o valor da empresa e simula-se os indicadores ou drivers de valor que podem valorizar no futuro. Depois disso, planeja-se e implementa-se as melhorias que permitam a empresa valer mais. Feitas as implementações de melhorias aplica-se um método de valuation para mensurar o incremento do valor. E, continuamen- te, o método pode ser aplicado para apurar a maximização do valor. Além das decisões intra empresa, têm aquelas deci- sões que são tomadas pelo investidor externo à empresa, isto é, aquele que estuda as empresas de modo geral e, a partir das técnicas de avaliação, as conhece, dentre as di- versas companhias existentes no mercado, e decide alocar na sua carteira de investimentos, ativos promissores e que estejam em linha com os objetivos de seu portfólio. A técnica do valuation é muito útil para definir os caminhos de crescimento da empresa UNIASSELVI 9 TEMA DE APRENDIZAGEM 1 Não há um modelo de cálculo único e padrão admitido para todos os casos. Existem vários métodos, e, dependendo do método utilizado, pode resultar em valores que nem sempre são iguais. DESENVOLVA SEU POTENCIAL Espero que a esta altura você já esteja convencido que estabelecer o valor de um negócio ou investimento é primordial no contexto das finanças. Para corroborar com a nossa afirmação, citamos Damodaran (2007), o qual afirma que a avalia- ção está no centro das discussões em finanças corporativas, seja no estudo da eficiência dos mercados ou na comparação de diferentes regras de decisão de investimentos no orçamento de capital. Para melhorar o nosso entendimento acerca da importância do valuation nas em- presas, te convido a acessar a área do podcast. Lá, você vai ouvir sobre os con- ceitos, as técnicas e as aplicações que fazem a diferença na hora de analisar os aspectos financeiros de uma empresa. Vamos lá! Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem PLAY NO CONHECIMENTO VAMOS RECORDAR? Para avaliar o crescimento da empresa, é necessário estimar o lucro do negócio e, para isso, avaliar o faturamento, custos, despesas, lucros etc. O ideal é fazer um plano de negócios por, no mínimos uns cinco anos, e na estimativa do valuation trazer ao valor presente os resultados que a empresa está gerando ao longo desse período. Vamos recordar o que é a avaliação de empresas assistindo aos vídeos. Recursos de mídia disponíveis no conteúdodigital do ambiente virtual de aprendizagem 1 1 O processo de avaliação financeira de uma empresa deve passar por três fases: ■ Fase 1: elaborar a matriz SWOT da empresa avaliada. ■ Fase 2: traçar uma perspectiva dos rumos da empresa. ■ Fase 3: realizar a avaliação financeira. Na Fase 1 devem ser analisadas as oportunidades e ameaças, forças e fraquezas da empresa avaliada, a fim de conhecer o contexto em que está inserida. Além disso, nessa fase também são analisados os prazos médios de faturamento e pagamentos da empresa, assim como a taxa de retorno. Na Fase 2, projetar a expansão dos negócios de forma segura, dentro de uma previsão orçamentária, evitando contrair dívidas superiores à capacidade de pagamento. Nessa fase do orçamento, é importante que o plano de vendas de produtos ou serviços seja suficiente para suportar todos os gastos incorridos na produção, inclusive aqueles decorrentes das vendas dos produtos ou serviços, despesas tributárias, fiscais etc. Vencidas as fases anteriores, cabe à última, a realização da avaliação financeira do negócio, isto é, os produtos das fases anteriores permitem traçar uma linha para os negócios, já se tem o bastante para produzir os documentos essenciais que um valuation requer. De modo geral, falamos bastante em avaliação de empresas e valuation, con- tudo, existem métricas de avaliação mais ou menos aderentes. Isso varia de acordo com as premissas e ambiente em que a empresa avaliada está inserida, ou seja, uma métrica pode se demonstrar mais ou menos adequada, dados as circunstâncias da avaliação e o conjunto de informações disponíveis. Na prática, existem três principais métodos de avaliação de empresas, “mé- todos de valuation”, que são usados para calcular o valor da empresa: FLUXO DE CAIXA DESCONTADO (FCD) Neste método, o cálculo se dá sob o enfoque da renda. UNIASSELVI 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 1 MÚLTIPLOS DE MERCADO Neste método, a avaliação se dá sob o enfoque de comparação de indicadores eco- nômicos e financeiros com o desempenho de outras empresas similares no mercado. VALOR PATRIMONIAL Neste método, a avaliação se dá sob dois enfoques: pelo valor patrimonial de liquida- ção “preço de mercado” e valor patrimonial contábil “valor histórico contábil”. Cada método de avaliação tem sua particularidade e importância para cada fase da empresa ou da negociação que se pretende fazer. AVALIAÇÃO DE EMPRESAS PELO MÉTODO VALOR PATRIMONIAL (OU CONTÁBIL) Esse método de valuation tem como premissa a contabilidade e o patrimô- nio líquido da empresa, por meio das demonstrações contábeis trimestrais e os números do balanço. Nesse método, considera-se o valor contábil dos ativos ou do Patrimônio Líquido da empresa, sem mensurar ativos intangíveis. Esse não é um método que reflete a imagem fiel do negócio e não reflete as perspectivas da empresa para o futuro. Em virtude da sua especificidade de apuração, é bastante aplicado em casos mais específicos, como: ■ venda de empresas inoperantes e com ativo imobilizado significativo; ■ situações de empresas em dificuldades financeiras, sem geração relevante de lucros e com urgência de venda. Na abordagem de Perez e Famá (2008) o método Patrimonial Contábil se dá a partir das finanças e relatórios contábeis da empresa. Esse método assume o custo histórico dos ativos e passivos, e a partir deles determina-se o valor da 1 1 empresa pelo Patrimônio Líquido, também chamado de valor patrimonial da empresa ou Book Value. Sob a ótica de Paiva (2001), a avaliação pelo valor contábil é o método mais direto para se avaliar empresas, pois este tem como premissa apenas nas in- formações disponíveis no Balanço Patrimonial e pelo custo histórico do imo- bilizado. Contudo, por ser uma avaliação a partir de uma abordagem estática, baseada em seus custos históricos, esse modelo é visto como limitado, pois os ativos e passivos não acompanham a evolução inflacionária, logo, é um modelo que pode apresentar grande divergência dos valores de mercado. Para Martins (2000), o uso desse método é mais recomendado para empresas cujo patrimônio não se desvie de forma significativa do seu valor de mercado, ou seja, que não possua Goodwill significativo. Esse método do valuation é bastante simples, contudo, o resultado final de- pende da disponibilidade e uso de dados completos sobre os balanços patri- moniais da empresa e de sua organização, de modo que se algum dado estiver faltando ou defasado impactará em um resultado final viesado. Apesar da simplicidade do método, os conceitos de ativo circulante e não circulante precisam estar bem claros. Enquanto o ativo circulante transforma-se em valor monetário em menos de um ano, o não circulante diz respeito aos ativos que se transformarão em dinheiro depois do período de doze meses. Compreender esses conceitos é primordial para a aplicação do método, que se desdobra no seguinte procedimento: IDENTIFICAR OS ATIVOS TANGÍVEIS E INTANGÍVEIS Inicia realizando o inventário completo dos ativos da empresa, incluindo imóveis, equi- pamentos, estoques, marcas registradas, patentes, direitos autorais, entre outros. DETERMINAR O VALOR DOS ATIVOS TANGÍVEIS Neste grupo se encontram os imóveis e equipamentos, que podem ser avaliados com base em seu valor de mercado ou custo de substituição, também conhecido como valor de reposição. Como desejamos estimar o valor líquido, os ativos devem ser apli- cados às respectivas cotas de depreciação. UNIASSELVI 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 1 AVALIAR OS ATIVOS INTANGÍVEIS Este grupo costuma ser o mais difícil de avaliar, uma vez que seu valor não é facilmen- te mensurável. Uma prática bastante usada para avaliação é o custo histórico, o valor justo de mercado ou a estimativa do valor futuro que esses ativos podem gerar. DEDUZIR AS OBRIGAÇÕES E PASSIVOS Nesta etapa soma-se às obrigações e passivos da empresa. Como o valuation pelo método do valor contábil busca identificar o valor da empresa a partir das informações contábeis, realizado o procedimento ante- rior, basta calcular a diferença entre os ativos líquidos e os passivos e teremos o valor da empresa. É importante ressaltar que o método do Valor Patrimonial tem algumas restrições. Por exemplo, ele não considera aspectos como o potencial de geração de fluxo de caixa da empresa, seu desempenho financeiro atual, perspectivas de crescimento, fatores de mercado e outros elementos. Esse método mostra o que a empresa gerou até o momento da análise, isto é a principal limitação do método: não avalia a continuidade da empresa. AVALIAÇÃO DE EMPRESAS PELO MÉTODO MÚLTIPLOS A avaliação pelo Método Múltiplo consiste na avaliação baseada no conceito de valor relativo, isto é, o valuation é feito por comparação e não pelo potencial de renda ou valor intrínseco. Aqui a prática consiste na análise comparativa do desempenho econômico de empresas semelhantes ou de transações já realizadas que guardem alguma semelhança com a empresa que está sendo avaliada. A avaliação de empresas por múltiplos tem como premissa a avaliação dos ativos a partir dos preços de seus correntes e de outros ativos que sejam compa- ráveis. sob o enfoque da avaliação relativa, Damodaran (2007) sugere avaliar os ativos a partir de outros ativos similares já precificados no mercado. A compa- ração de preços dos ativos com outros já precificados no mercado se dá a partir 1 4 da padronização de valores, para isso, encontram-se os chamados múltiplos de mercado para aquelas variáveis comuns entre os ativos, por exemplo, lucros, fluxos de caixa, valor patrimonial ou receitas, EBITDA. Para Damodaran (2007), a avaliação de empresas pelo método múltiplo, pressupõe que o preço de uma empresa ou ação será similar ao preço de outras empresas “comparáveis” e que, o mercado, em média, precificou essas empresas de modo correto. Segundo Palepu, Healy e Bernard (2000), o processo de avaliação por múlti- plos de mercado deve ser estruturado no mínimo em três fases:FASE 1 Seleção da medida de desempenho ou o valor que será a base para a análise por múl- tiplos. Nesta fase, são definidos os múltiplos a serem utilizados na análise. FASE 2 Estimação dos múltiplos das empresas comparáveis, utilizando a medida de de- sempenho ou valor definida na fase 1. Nesta fase é definido o conjunto de empresas comparáveis, e, a partir dos dados dessas empresas, é gerado o múltiplo relativo a ser aplicado na empresa-alvo. FASE 3 Nesta fase, é feita a aplicação do múltiplo das empresas comparáveis, utilizando a medida de desempenho ou valor da empresa analisada. Quanto aos tipos de múltiplos, podemos dizer que existem diversos múltiplos de mercado, no entanto, os mais conhecidos, e que você já pode ter visto são: ■ valor da empresa / EBITDA; ■ valor da empresa / Lucro Líquido; ■ valor da empresa / Faturamento. UNIASSELVI 1 5 TEMA DE APRENDIZAGEM 1 No enfoque de “MÚLTIPLOS” a metodología de “valuation” o valor da empresa é mensurado a partir da comparação do desempenho econômico-financeiro entre companhias se- melhantes no mercado. Para isso, identifica o quociente re- sultante do valor da empresa e uma variável qualquer, como o EBITDA, lucro líquido ou faturamento. Para compreender o cálculo, precisamos compreender o significado de cada variável. O valor da empresa pode ser dado pela soma do valor de mercado da com- panhia com sua dívida de curto e de longo prazo, desse resultado é subtraído o valor das disponibilidades do ativo circulante. O EBITDA (Earning Before interest, taxes, depreciation and amortization) que significa Lucros antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (LA- JIDA), indica a capacidade de geração de caixa operacional de uma empresa. O faturamento é dado pela soma de todas as vendas, incluindo os produtos e os serviços, que uma empresa realiza em determinado período. Já o lucro líquido é o dado pela diferença entre a receita total e o custo total. Com esses indicadores, já é possível avaliar a empresa, ou fazer uma com- paração entre o valor de mercado das empresas similares à empresa avaliada. Lembrando que neste modelo de avaliação de empresas, o que queremos é identificar quanto vale uma empresa, comparando-a com outra (s) dos mesmos setores “comparáveis”. Para esse método de avaliação, o indicador a ser utilizado vai depender muito do objetivo da avaliação, por exemplo, para fusão de em- presas ou em aquisição de sociedades, o múltiplo mais utilizado é o EBITDA, já para empresas de capital aberto, o indicador mais utilizado é o lucro líquido. Para a comparação de empresas há necessidade de conhecer os indicadores de cada uma. Para empresas listadas em bolsa, os valores são conhecidos (valor da ação), nesse caso, basta multiplicar o preço de cada cota “ação” pelo número total de ações. Ambas as informações são publicadas em seus relatórios contábeis, assim como os seus lucros, EBITDA, receita etc. Já as empresas não listadas em bolsa de valores não são possíveis determinar o valor de mercado a partir das ações, como fazemos quando é listada, e, não são divulgados os balanços. Logo, a forma de obter o preço de referência se dá a o lucro líquido é o dado pela diferença entre a receita total e o custo total 1 1 Tabela 1 – Valuation por múltiplos de Lucro (Valor da empresa / EBITDA) / Fonte: o autor. Valor atual da empresa M na bolsa de valores a) R$ 6.000.000,00 Valor da dívida da empresa M b) R$ 5.000.000,00 Valor da empresa M (a+b) c) R$ 11.000.000,00 EBITDA estimado para o ano atual d) R$ 1.200.000,00 Múltiplo estimado de EBITDA (c / d) 9,17 vezes partir do valor de aquisição de empresas, a partir de algum meio de publicidade, “valor de transação “ou valor pelo qual foi vendido”, da mesma forma deve se obter alguns parâmetros como receitas, EBITDA e lucro líquido. Para avaliar o valor da sua empresa pelo método “Múltiplos” escolha duas ou mais empresas similares à empresa avaliada, com potencial de crescimento, tam- bém, similar. Depois de identificado o grupo de empresas calcule seus múltiplos e a média do grupo, dessa forma, você terá o valor de referência para identificar o quanto vale a empresa avaliada. Avaliação de empresas pelo Múltiplos de EBITDA Esse é um indicador que avalia a empresa sob a ótica dos resultados operacio- nais. Não é o nosso objetivo calcular o EBITDA, então, vamos assumir que você já sabe calcular ou o EBITDA é conhecido. Vamos supor que você foi contratado por um grupo de acionistas para avaliar a empresa J, ou seja, fazer o valuation desta empresa. Inicialmente, você escolheu a empresa M como a empresa referência para sua comparação. Suponha ainda, que a empresa M tem capital aberto em bolsa, logo, seus números são conhecidos, caso contrário você teria que ter acesso e calculá-los. Calculado o múltiplo de referência, “empresa M”, o próximo passo é calcular o valor da “empresa J”, lembre-se que o objetivo é comparar as empresas. UNIASSELVI 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 1 Em suma, um múltiplo de 9,17 vezes ou (9,17x) indica que, comparado com a geração de caixa operacional, a empresa vale 9,17 anos o caixa gerado, conside- rando o último EBITDA divulgado pela empresa. Nesse método, o lucro inde- pendente é substituído pelo EBITDA da empresa, e as informações acerca dos demais itens do resultado do exercício são considerados irrelevantes. O objetivo é avaliar o potencial de geração de caixa produzido pelos ativos operacionais. O método não leva em consideração a retenção de recursos para reinvestimentos. O EBITDA tem como premissa a comparação de desempenho e valor entre as empresas análogas do mesmo setor, usado como indicador de desempenho operacional e, em alguns casos, é usado como base para avaliação dos negócios. Avaliação de empresas pelo Múltiplos de Lucro Líquido O método de “múltiplos de Lucro Líquido” é mais usado para empresas negocia- das na Bolsa de Valores, pois depende do preço da ação. Em geral, é dado pelo quociente do preço por ação pelo lucro por ação. Conhecido como Preço/Lucro (P/L) ou do inglês Price Earnings Ratio (P/E). Este múltiplo permite determinar o tempo necessário para o investidor re- cuperar o capital investido na compra de uma determinada ação. Por exemplo, empresas com baixo índice sinalizam para uma desvalorização. Apesar de ser um cálculo simples, não tem muita precisão por conta da variação de preços das ações, por isso, o método é recomendado no uso em conjunto com outras metodologias como o fluxo de caixa descontado. Múltiplo estimado para a empresa de referência “M” a) 9,17 vezes EBITDA estimada da empresa J para o ano atual b) R$ 2.500.000,00 Valor estimado da empresa J (EBITDA x Múltiplo) c) R$ 22.925.000,00 Valor da dívida d) R$ 10.000.000,00 Valuation da empresa J para seus acionistas (“c” – “d”) R$ 12.925.000,00 Tabela 2 – Valuation por múltiplos de Lucro (Valor da empresa / EBITDA) / Fonte: o autor. 1 8 Ao adotar o método de “Múltiplos de Lucro Líquido” recomenda-se avaliar em ter- mos percentuais (%) o quanto a empresa distribui de dividendos e JCP, pois isso implica na decisão. O exercício que fizemos desprezou a retenção de parte dos lucros para novos investimentos, mas reflita que as empresas distribuem lucros mínimos de 25% previsto em Lei, mas com frequência arbitram em percentuais superiores ao mínimo. Suponha que a empresa do Sudeste distribua todo o lucro gerado, enquanto a empresa do sul distribua apenas 50% do lucro e reinvista a diferença, logo, isso pode alterar a decisão de alocação do seu investimento. ZOOM NO CONHECIMENTO Imagine que você está avaliando empresas de saneamento para investir seus recursos e, para isso, está usando o método “Múltiplos de Lucro Líquido”. Exemplo 1: uma empresa de saneamento do sul do Brasil reportou um lucro líquido referente ao ano de 2022 no valor total de R$ 1,151 bilhões. Suponha que o total de ações da empresa em 31/12/2022 era de 1.511.205.519, cujas ações esta- vam sendonegociadas em 31/12/2022 ao preço de R$ 4,42. Veja que o lucro por ação foi de R$ 0,7616. Ao aplicar a regra do “P/L”, temos que pelo lucro líquido o investidor recuperaria o capital investido em aproximadamente 5,8 anos. Agora suponha que você está avaliando uma segunda empresa de sanea- mento localizada no Sudeste brasileiro, e, a partir destes dados, irá comparar com os anteriores, a fim de decidir a melhor opção de investimentos. A em- presa reportou um lucro líquido, referente ao ano de 2022, no valor total de R$ 3,121 bilhões. Suponha que o total de ações da empresa em 31/12/2022 era de 683.509.869, cujas ações estavam sendo negociadas em 31/12/2022 ao preço de R$ 57,16. Veja que o lucro por ação foi de R$ 4,5661. Ao aplicar a regra do “P/L”, temos que, pelo lucro líquido, o investidor recuperaria o capital investido em aproximadamente 12,5 anos. No método “Múltiplos de Lucro Líquido”, demonstramos aplicação de um indi- cador de análise, contudo, existem outros indicadores, por exemplo: UNIASSELVI 1 9 TEMA DE APRENDIZAGEM 1 INDICADOR FÓRMULA DE CÁLCULO P/L Preço da ação pelo LPA: Preço da ação / Lucro por ação LPA Lucro Líquido por ação: Lucro Líquido / Quantidade total de ações VPA Patrimônio Líquido por ação: Patrimônio Líquido / Quantidade total de ações P/VP Preço da ação pelo VPA: Preço da ação / Valor Patrimonial por ação ROE Retorno Sobre o Patrimônio Líquido: lucro Líquido / Patrimônio Líquido Quadro 1 – Indicadores Múltiplos de Lucro Líquido / Fonte: o autor. Perceba que o caso do exemplo se deu a partir do primeiro indicador apre- sentado, “P/L”. A premissa desse método é a comparação de desempenho e valor entre as empresas análogas, geralmente do mesmo segmento, que compartilham de par- ticularidades semelhantes em termos de mercado de atuação, administrativas e dos direcionadores de desempenho, como também guardam uma relação em termos de riscos. Avaliação de empresas pelo Múltiplos de Faturamento Enquanto os métodos “múltiplos de Lucro Líquido” e “valor patrimonial” têm seus cálculos dependentes das regras contábeis, o método de “Múltiplos de fatu- ramento” depende da receita, isto é, não é tão afetada pelas regras contábeis, que podem atingir as demais variáveis. Também conhecido como “múltiplos de receita”, o “múltiplo de faturamento” permite comparar empresas que atuam em mercados diferentes, contudo, deve ser usado em segmentos ou empresas nas quais a margem de EBITDA, ou lucro, seja mais ou menos constante. Esse método permite identificar quantas vezes o valor do faturamento vale uma empresa. Na prática, o método de “múltiplos de faturamento” só é utilizado quando não é possível a adoção de um driver melhor. 1 1 AVALIAÇÃO PELO MÉTODO FLUXO DE CAIXA DESCONTADO Este é o método de valuation mais aceito pelo mercado, dado o maior grau de confiabilidade e por ser o mais completo. Martins (2000) defende que o método de avaliação de empresas, através do Fluxo de Caixa Descontado, expressa melhor o valor de um negócio. O cálculo consiste em trazer as projeções do fluxo de caixa futuros da Compa- nhia ao valor presente. Nessa linha, Copeland, Koller e Murrin (2006) defendem que o Valor Presente Líquido (VPL) é o método mais aderente à maximização da riqueza dos acionistas, pois ele é alcançado somente após os titulares e os acionistas receberem como expectativas de retorno ajustadas ao risco. O método de valuation Fluxo de Caixa Descontado calcula o valor da empresa a partir do resultado que o negócio pode gerar no futuro. Esse método considera o potencial de geração de renda do negócio segundo as características operacionais intraempresa. Por isso, sua premissa é a do valor intrínseco da empresa. Para realizar o cálculo, inicialmente, projetamos o Fluxo de Caixa da empre- sa. Depois, a partir da taxa de desconto do custo do capital, calcula-se o valor presente da riqueza gerada com os investimentos realizados. O processo de avaliação das empresas a partir do método do Fluxo de Caixa Descontado passa por quatro fases: ■ Fase 1: levantamento das informações. ■ Fase 2: projeções dos fluxos de caixa. ■ Fase 3: determinação da taxa de desconto. ■ Fase 4: definição do valor da empresa. A análise da capacidade da geração de caixa inicia-se a partir dos aspectos inter- nos à empresa e dos fatores externos que a impactam. São analisados os ativos tangíveis, intangíveis, pontos fortes e fracos, os riscos e oportunidades. Este con- junto de informações é fundamental para a determinação da taxa de desconto, cuja finalidade é trazer o fluxo de caixa esperado para o futuro ao valor presente. UNIASSELVI 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 1 Levantamento de informações O valuation pelo Método do Fluxo de Caixa descontado se dá a partir do le- vantamento de dados e informações a respeito do desempenho histórico da empresa avaliada. As informações utilizadas na elaboração da projeção do fluxo de caixa futuro têm como ponto de partida as informações históricas referentes à própria empresa e ao mercado. O fluxo de caixa descontado mensura o quanto a empresa pode produzir de caixa considerando as potencialidades e os riscos internos e externos. Sob a ótica das informações internas são analisados os dados: ■ econômico-financeiros (direcionadores de valor, o retorno do investi- mento, a diversificação de ativos e de risco, a relação entre giro e margem operacional, custo e estrutura de capital etc.); ■ contábeis (DRE e Balanço Patrimonial); ■ comerciais (portfólio de produtos; margem dos produtos); ■ operacionais e de gestão do negócio (processos e análise dos departa- mentos); ■ ativos tangíveis e intangíveis. Sob a ótica das informações externas é analisado o comportamento do mercado, a partir das seguintes premissas socioeconômicas: ■ desempenho do negócio; expansão da demanda e da concorrência; ■ tendências de negócios e de novos produtos; ■ oferta de crédito; ■ preços de commodities; ■ taxa de juros; ■ crescimento do PIB; ■ inflação; taxa de câmbio. O correto levantamento dessas informações, assegura que as projeções sobre a geração de riqueza da empresa avaliada estejam em conformidade com a mensuração real. 1 1 Projeções dos fluxos de caixa A partir das informações históricas levantadas pelo avaliador, são realizadas as projeções de fluxo de caixa, ou seja, projeta-se a taxa de crescimento, a partir do desempenho histórico da empresa. Cabe destacar que as projeções dos fluxos de caixa variam de 5 a 15 anos. Nesse fluxo são projetados os investimentos em ativos imobilizados, capital de giro operacional, e, caso a empresa goze de regime tributário pelo Lucro Real, também desse ser somado à depreciação. A essa projeção de 5 a 15 anos deno- minamos de fluxo de caixa explícito. Além do fluxo de caixa explícito, deve ser elaborado o fluxo de caixa para o horizonte posterior ao fluxo de caixa explícito, isto é, o fluxo do valor residual ou valor de perpetuidade. Esse fluxo representa a estimativa do valor do ativo ao final da vida útil. Portanto, a projeção do fluxo de caixa segue uma lógica de um horizonte previsível, chamado de cálculo do valor explícito, e uma lógica de projeção contínua, chamada de projeção de perpetuidade. A taxa de crescimento para esta última é uma taxa menor a adotada para o primeiro ciclo da projeção, chamamos de taxa de crescimento terminal. Feitas as projeções para a fase do cálculo explícito e para a fase da perpetuidade, ambas as projeções são trazidas a valor presente líquido, por meio da taxa de desconto definida. Determinação da taxa de desconto para trazê-los a valor presente Depois de realizar as projeções, é preciso determinar o valor presente correspon- dente à riqueza futura a ser gerada pela empresa. Para isso, aplicamos uma taxa de desconto aos fluxos de caixa projetados. UNIASSELVI 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 1 Não é o objetivo entrar no cálculo da taxa de desconto, por hora, precisa- mos saber que a taxa deve refletir o custo de oportunidade,isto é, remunerar o acionista pelo risco do negócio e o retorno mínimo que o mercado espera de empresas do mesmo segmento. Esta remuneração pelo capital investido, também conhecido como Custo de Capital. Há uma vasta gama de variáveis e formas de cálculo de custo de capital, mas, em geral, é calculada por meio do Custo Médio Ponderado de Capital (WACC), média ponderada entre o custo de capital próprio (capital dos acionistas) e o custo de capital de terceiros (capital de financiamentos para investimentos). Essas são as duas fontes mais comuns de financiamento. A partir do levantamento dos dados internos e do mercado é que são determinadas as taxas de descontos. Cabe destacar que quanto maior for o risco do negócio, maior será o prêmio esperado pelo acionista “Custo do capital” e vice-versa. A determinação da taxa de desconto (WACC) é o aspecto mais sensível na avaliação da empresa, pois é a partir deste que todo o negócio é observado, isto é, a partir do WACC que se gera o lucro do acionista. Estabelecimento do valor da empresa Cumpridas as etapas anteriores, finalmente é possível determinar o valor da em- presa que reflita o potencial que ela tem em gerar lucro, ou uma faixa de valor, pois é bastante comum o avaliador adotar cenários, ou seja, diferentes taxas de desconto representativas dos cenários otimista, conservador e pessimista. Além do reporte da informação sobre a geração de lucro, o valuation por Fluxo de caixa descontado permite identificar a dimensão de seus pontos fortes e fracos, assim como, de seus riscos e oportunidades. Essas informações, associadas ao know-how do avaliador, possibilitam traçar indicadores estratégicos para aumentar o valor da empresa. Os métodos apresentados são alguns dos principais fundamentos para a ava- liação de empresas. É imperioso destacar que a avaliação de empresas pode ser bastante complexa e envolve diversos outros fatores, dependendo do setor em que a empresa atua e do objetivo da avaliação. Apesar de serem diferentes entre si, as metodologias de avaliação de empre- sas “valuation” apresentadas são complementares. Por isso, é importante que o avaliador compreenda muito bem os fundamentos de empresas. 1 4 NOVOS DESAFIOS Vimos que o Valuation é a principal técnica usada para identificar o valor real de uma empresa e, dependendo do método utilizado, pode resultar em valores que nem sempre são iguais. Os métodos de avaliação podem ser usados em conjunto ou detalhadamen- te, porém, nenhum método isolado pode ser considerado como o mais correto, inquestionável ou exato; cada um requer informações e abordagens diferentes. Assaf Neto (2012) vai no mesmo caminho, ele cita que existem diversas me- todologias para o cálculo do valuation e defende que o cálculo do valor justo, ideal ou correto, depende da coerência, lógica, análise, imparcialidade e rigor na escolha das premissas e do modelo de avaliação a ser admitido diante da situação real da empresa. Confira aqui a aula referente a este tema. Recursos de mídia disponíveis no con- teúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem EM FOCO UNIASSELVI 1 5 1. A avaliação financeira de uma empresa, geralmente, envolve um processo complexo, cuja extensão e detalhes podem variar de acordo com o propósito e a profundidade da avalia- ção. No entanto, em muitos casos, pode-se simplificar o processo em três fases principais: ■ coleta de dados e análise financeira; ■ projeção e valorização; ■ avaliação e recomendação. Está presente na fase da avaliação e recomendação: a) Nessa fase inicial, os analistas coletam informações financeiras da empresa. b) Nessa fase, os analistas projetam o desempenho financeiro da empresa. c) Nessa fase, os analistas eliminam os itens não recorrentes. d) Nessa fase, os analistas emitem recomendações com base na avaliação. e) Nessa fase, é realizada uma análise detalhada dos indicadores. 2. Existem vários métodos de avaliação de empresas, cada um com suas próprias abordagens e aplicabilidades. A escolha do método depende do propósito da avaliação, das informa- ções disponíveis e das características da empresa. Os métodos mais comuns de avaliação são: Fluxo de Caixa Descontado (DCF – Discounted Cash Flow); Avaliação por Múltiplos; Ava- liação de Ativos Líquidos (ou Valor Patrimonial Líquido - VPL); Avaliação por Fluxo de Caixa de Dividendos (Modelo Gordon-Shapiro); Avaliação por múltiplos de EBITDA (EV/EBITDA); Avaliação por Fluxo de Caixa Livre para a Firma (FCFF); Método do Valor Contábil Ajustado. Qual o método utilizado para calcular o valor da empresa com base em seus ativos líquidos? (ativos – passivos). I - Avaliação de Ativos Líquidos (ou Valor Patrimonial Líquido - VPL). II - É útil para empresas em situações de liquidação. III - Avaliação por múltiplos de EBITDA (EV/EBITDA). É correto o que se afirma em: AUTOATIVIDADE 1 1 a) I, apenas. b) III, apenas. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 3. A avaliação de empresas pelo método do Valor Patrimonial Líquido (VPL) é um dos métodos mais simples de avaliação. Esse método calcula o valor da empresa com base em seus ativos e passivos registrados em seu balanço patrimonial. O Valor Patrimonial Líquido é encontrado pela diferença entre os ativos e passivos da empresa. Embora, seja útil para ter uma noção do valor contábil da empresa, ele deve ser usado com cautela e em conjunto com outras técnicas de avaliação para obter uma avaliação mais completa e precisa do valor de mercado de uma empresa. O valuation pelo método Valor Patrimonial Líquido (VPL) tem como premissa a contabilidade e o patrimônio líquido da empresa, por meio das demonstrações contábeis trimestrais e os números do balanço. Diante disso, assinale a alternativa correta: a) Nesse método, considera-se o valor contábil dos ativos ou do Patrimônio Líquido da empresa, sem mensurar ativos intangíveis. b) Esse método reflete a imagem fiel do negócio e não reflete as perspectivas da empresa para o futuro. c) É pouco aplicado em casos de venda de empresas inoperantes e com ativo imobilizado significativo. d) É pouco aplicado em situações de empresas em dificuldades financeiras. e) Esse método não assume o custo histórico dos ativos e passivos. AUTOATIVIDADE 1 1 REFERÊNCIAS ASSAF NETO, A. Estrutura e análise de balanços: uma abordagem econômico-financeira: co- mércio e serviços, dinâmicos, bancos comerciais e múltiplos. São Paulo: Atlas, 2012. COPELAND, T. E.; KOLLER, T.; MURRIN, J. Avaliação de empresas–valuation: calculando e ge- renciando o valor das empresas. [S. l.]: Pearson Makron. DAMODARAN, A. Abordagens e métricas de avaliação: um levantamento da teoria e das evi- dências. Washington: Agora Publishers Inc., 2007. MARTINS, E. Avaliação de empresas: da mensuração contábil à econômica. Caderno de estu- dos, v. 24, p. 28-37, 2000. PALEPU, K. G.; HEALY, P. G.; BERNARD, V. L. Business analysis and valuation: using financial statements. 2. ed. Ohio: South-Western College, 2000. PAIVA, W. D. Métodos de avaliação de pequenas e médias empresas. In: SEMINÁRIO EM AD- MINISTRAÇÃO FEA-USP. 5, 2001, São Paulo. Anais [...], Faculdade de Economia, Administra- ção, Contabilidade, São Paulo, 2001. PEREZ, M. M, & FAMÁ, R. Métodos de avaliação de empresas e balanço de estrangeiros. Revista Administração em Diálogo-RAD, v. 6, n. 1, 2008. ROSS, S. A.; WESTERFIELD, R. W.; JORDAN, B. D. Princípios de Administração Financeira. 9. edição. São Paulo: Atlas, 2008. 1 8 1. D. Os analistas emitem recomendações com base na avaliação, por exemplo, se a empresa está subvalorizada ou superavaliada, se é atraente para investidores ou se é uma boa opor- tunidade de aquisição. 2. C. É correto que o método de Avaliação de Ativos Líquidos (ou Valor Patrimonial Líquido – VPL) pode ser utilizado para calcular o valor de uma empresa a partir da sua base de ativos líqui- dos, além disso, o método pode ser útil em casos de empresas em situação de liquidação. 3. A. Como o método refletea imagem fiel do negócio, logo, deve considerar o valor dos ativos do patrimônio líquido, e invalida os demais porque é muito aplicado nos casos de venda de empresas e muito aplicado em casos de empresas com dualidades financeiras, e assume o custo histórico dos ativos e passivos. GABARITO 1 9 MINHAS METAS RETORNO E RISCO DE INVESTIMENTOS Entender o significado e os fundamentos de risco e retorno. Descrever os procedimentos de avaliação e mensuração de riscos. Discutir a mensuração do retorno. Compreender as características de riscos e retornos de investimentos. Entender os tipos de riscos. Entender as diferenças entre uso e custo de capital próprio e de terceiros. Compreender como se determina o retorno exigido para um investimento. T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 2 1 1 INICIE SUA JORNADA Olá, estudante! Se você está iniciando a jornada como empreendedor, se tem experiência no ramo, ou se atua na gestão de empresas, com investimentos no mercado de capitais, ou qualquer outro ativo, já deve ter se deparado com algum dos conceitos de retorno e riscos de investimentos. Além de conhecer o mercado em que vai atuar, ter esses conceitos bem firmes pode ser fundamental para o desempenho dos negócios. Na prática, são muito raras as tomadas de decisões em ambientes com informações incompletas, pois muitos profissionais não têm acesso a todo o conjunto de informações para a tomada de decisão. Como as decisões são tomadas voltadas para resultados futuros e alguns eventos não são claramente identificados, é imprescindível que se introduza a variável incerteza, também conhecida como risco. Se você atua como analista de negócios, analista econômico e financeiro ou se é gestor de alguma empresa, certamente já ouviu este termo “risco”. Para uma melhor mensuração do risco, é preciso ter a dimensão do maior número pos- sível de fatores que impliquem o resultado da decisão tomada. Antes de estudarmos a análise de risco e retorno dos investimentos, que tal uma revisão dos conceitos? A ideia de risco, no sentido mais tradicional, é vista como algo negativo. Esse conceito está voltado ao futuro e revela uma possibilidade de perda, ou seja, o re- sultado está associado à probabilidade de ocorrência de um determinado evento. Toda vez que que a incerteza de ocorrência de determinado evento puder ser quantificada por meio de uma distribuição probabilidade, dizemos que a decisão está sendo tomada sob uma situação de risco. Nesse caso, o risco pode ser entendido pela mensuração da incerteza, mediante o conhecimento prévio da probabilidade associada à ocorrência de determinados resultados ou valores médios esperados. Por exemplo, se soubéssemos o valor da ação de uma empresa no futuro, investir nela seria uma tarefa fácil. No entanto, essa não é uma tarefa fácil, para não dizer impossível, pois depende de vários fatores, como apetite do mercado pelos papais da empresa, variações econômicas, estratégias de gestão da empresa, o setor em que a empresa atua, variáveis internacionais, enfim, é um conjunto UNIASSELVI 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 2 extenso de variáveis. Por isso dizemos que quanto mais o tomador de decisão conhecer acerca das variáveis que afetam a tomada de decisão, mais chances de sucesso ele terá. Quando falamos de risco financeiro, estamos nos referindo à possibilidade de per- da financeira. Para mitigar os riscos, precisamos distingui-los. Quer entender mais sobre o assunto? Ouça o podcast no seu Ambiente de Aprendizagem! Recursos de mídia disponível no conteúdo digital no ambiente virtual de aprendizagem PLAY NO CONHECIMENTO DESENVOLVA SEU POTENCIAL No sentido mais amplo, o conceito de risco pode ser entendido de diversas ma- neiras, a depender do contexto em que está sendo analisado. Alguns exemplos são risco aéreo para uma situação de seguro, risco de um beneficiário de um plano de saúde contrair uma doença, risco de insucesso de um negócio para um empresário que pretende tomar um empréstimo, risco ambiental para uma em- presa de saneamento básico, risco de crédito de para um tomador de crédito, risco de seleção adversa para uma empresa que contrata um prestador de serviço etc. No contexto das finanças e dos negócios, o risco é a chance de perda finan- ceira. De forma bastante simples, ativos reais ou financeiros que apresentam maior probabilidade de perda são considerados de maiores riscos do que aque- les que trazem menor probabilidade de perda. O termo “risco”, quando está associado à variabilidade dos retornos a determinado ativo, também pode ser chamado de incerteza. No caso de investimentos, a incerteza é entendida como a possibilidade do resultado se desviar do valor esperado. Logo, o risco é definido como uma medida de variação dos possíveis retornos esperados de um ativo. Pela definição, o risco reflete a probabilidade de um resultado ocorrer. Ao estimar a probabilidade de um resultado de uma aplicação financeira ocorrer, temos uma distribuição de probabilidades. Caso não existam dados históricos para definição das probabili- dades objetivas, pode-se estimá-las a partir de opiniões pessoais, isto é, palpites. Assim, constrói-se uma distribuição de probabilidades subjetivas. 1 1 Ao estudar os riscos inerentes a um determinado negócio, é importante segregar a avaliação do risco total em: risco econômico e risco financeiro. As principais causas associadas ao risco econômico são de natureza conjuntural, por exemplo, mudanças econômicas, tecnológicas, mercadológicas e do próprio planejamento da empresa, como vendas, custos, preços, volume de investimentos etc. Já o risco financeiro está relacionado com o endividamento da empresa e com a capacidade de pagamento, e não com as decisões de ativos, como aquelas apresentadas no risco econômico. APROFUNDANDO Ao empreender um negócio ou investir o seu dinheiro no mercado financeiro, o investidor tem como objetivo a multiplicação do seu patrimônio. A multiplica- ção do seu patrimônio se dá pela soma de duas parcelas de remuneração, uma chamada de remuneração pelo risco sistêmico e outra pela remuneração do risco não sistêmico. O primeiro risco está associado ao risco econômico e o outro, ao risco financeiro. No mercado, são tomadas as taxas médias de retornos dos investimentos a partir dos riscos sistêmicos. Já as taxas de risco não sistêmicos são definidas a par- tir do nível de conhecimento e apetites diferentes para os riscos. A consequência disso é que teremos demandas diferentes para os diversos níveis de riscos. Assim, o que varia são os prêmios esperados para cada perfil de investidor. A Grande Aposta Comentário: em 2008, o guru de Wall Street, Michael Burry, percebe que o volume de empréstimos concedidos para o mercado imobiliário está em risco de inadimplência. Então, ele decide apostar contra o mercado aplicando mais de um bilhão de dólares dos seus investidores. Suas ações atraem a atenção do corretor Jared Vennet, que percebe a oportunidade e passa a oferecê-la a seus clientes. Juntos, esses homens fazem uma fortuna tirando proveito do colapso econômico americano. INDICAÇÃO DE FILME UNIASSELVI 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 2 Em geral, como o próprio nome já diz, o risco sistêmico tende a seguir uma tendência de ocorrência sistêmica de eventos. Por isso, seus eventos são mais pre- visíveis e, como consequência, o retorno esperado tende a ser mais homogêneo para investimentos nesse tipo de risco. Por outro lado, os riscos não sistêmicos estão mais relacionados ao investimento específico e, por isso, tendem a ter me- nos previsibilidade. Isso se dá porque estão diretamente relacionados ao negócio, demandando, portanto, uma taxa de retorno específica de acordo com o nível de informação e apetite assumido pelo investidor. No Brasil, como a taxa de juros é uma das maiores do mundo, a velocidade da multiplicação do patrimônio pode ser superior à daqueles países com taxas de juros baixas. Por essa razão a Selic tem sido bastante utilizadacomo proxy para o retorno médio de mercado. Contudo, pela alta volatilidade política e econômica, as empresas e os ativos são bastante afetados. Logo, o investidor não pode deixar de analisar o risco de cada tipo de investimento. Em geral, o investidor espera um retorno médio de mercado em linha com a Selic. Quanto à parcela do risco não sistêmico, quanto maior for o risco, maior será o prêmio esperado. Contudo, esse prêmio é uma possibilidade de maior re- torno, pois, na prática, não há garantia de que isso ocorra. Pode acontecer de um investimento de alto risco não trazer retorno algum ou trazer prejuízos, por isso o fator “risco não sistêmico” deve ser cuidadosamente estudado e considerado na hora de escolher os ativos que vão compor sua carteira. Por isso, avaliar o risco e o retorno dos ativos é um processo muito importante para evitar surpresas no fu- turo. A boa notícia é que é possível estimar a variável risco. Vamos continuar a leitura para entender mais sobre ris- co e retorno? 1 4 Até aqui, já sabemos que o retorno e o risco estão conectados de forma inver- sa. Em outras palavras, quanto maior o risco, maior também será o retorno espe- rado e vice-versa. Se uma oportunidade de investimentos oferece rentabilidade muito acima da média do mercado, DESCONFIE. É possível que o risco inerente à oportunidade em questão seja muito alto, por isso vale a pena desconfiar, a não ser que você seja o tipo de investidor disposto a correr alto risco em troca de um retorno esperado maior. “Retorno do investimento” é o termo-chave para todo o investidor, pois é algo que todos estão em busca, já que representa quanto o dinheiro investido vai render, assim como a velocidade do retorno. ZOOM NO CONHECIMENTO Suponha que você investiu R$ 10 mil em uma oportunidade com rentabilidade fixada em Selic, atualmente 13,75% ao ano. Ou seja, após esse período de 12 meses, sua aplicação terá rendido R$ 1.375. As aplicações em renda fixa costumam possuir um risco menor, e isso faz com que os retornos sejam mais conservadores. Por outro lado, as aplicações em renda variável, como as ações listadas na bolsa de valores, podem apresentar rentabilidades mais elevadas, mas com um risco também mais elevado. Em virtude das oscilações políticas e econômicas, outro fator muito impor- tante na definição do risco de investimento diz respeito ao prazo que você deseja fazer o investimento. Isso ocorre porque quanto maior o prazo, maiores são as chances de oscilações nas variáveis de risco. Portanto, quanto maiores as incerte- zas e menor o prazo, menores são as chances de oscilações nas variáveis de risco. O Brasil é conhecido de modo internacional pelas fortes variações tanto no ambiente político quanto econômico. Nesse sentido, qualquer mudança que aconteça em um desses ambientes implica diretamente nas oportunidades de investimentos. Assim, uma hora as aplicações em renda fixa costumam possuir um risco menor, o que faz com que os retornos sejam mais conservadores. Por outro lado, as aplicações em renda variável, como as ações listadas na bolsa de valores, podem apresentar rentabilidades mais elevadas, mas com um risco tam- bém mais elevado. UNIASSELVI 1 5 TEMA DE APRENDIZAGEM 2 RISCOS E TAXAS DE CORTES Já sabemos que os investimentos têm como premissa uma parcela de rentabili- dade inerente às taxas de risco do mercado, risco zero, e uma taxa de prêmio de risco inerente ao negócio específico. Custo de capital próprio Nas análises econômicas e financeiras, chamamos de custo de capital próprio a taxa de retorno que os investidores desejam para fazer um investimento de risco em determinada empresa. Relembrando que todos os modelos de riscos e de retorno necessitam de uma taxa de risco zero e de uma taxa de prêmio de risco. Taxa de risco zero Para um investimento ser livre de risco, o retorno gerado deve ser igual ao retorno esperado. Este é um caso em que o investidor conhece com certeza os retornos esperados. Em geral, os títulos emitidos pelo governo têm essa característica. Damodaran (2007) destaca que devem ser avaliadas duas condições para um investimento ser livre de riscos: ■ Não pode haver risco de inadimplência. ■ Não pode haver risco de incerteza a respeito das taxas de reinvestimentos. Por outro lado, imagine que uma empresa dificilmente consegue garantir as duas condições citadas, a exemplo das empresas de utilidades como saneamento, que, no período pandêmico, não conseguiram garantir nenhuma das condições mencionadas. 1 1 Prêmio de risco Ao decidir alocar seus recursos, o investidor espera uma rentabilidade mínima, a taxa de juros livres de risco, aquela apresentada para a remuneração de títulos públicos, cujo risco de investimento é zero. O prêmio de risco nos modelos de precificação de ativos de capital consiste no retorno extra esperado pelo investidor para transferir seus recursos de um investimento de risco zero para um com risco médio. Logo, o prêmio de risco é uma função de duas premissas: ■ Aversão ao risco de investidores. ■ O tamanho do risco de um investimento de risco médio. A primeira premissa significa que quanto mais o investidor se torne avesso ao risco, maior será o prêmio exigido para a alocação do recurso. Já a segunda premissa diz que quando o risco de um investimento de risco médio aumenta, o seu prêmio também deve aumentar. Quanto à mensuração do prêmio de risco, apresentaremos três métodos mais utilizados: • Prêmios por pesquisa. • Prêmios históricos. • Prêmios implícitos de ações. Lembre-se de que durante a Covid-19, como o saneamento era a principal medida de combate à pandemia, muitas empresas tiveram fortes oscilações nos índices de inadim- plências. Além disso, houve medidas que incentivaram a inadimplência por conta de de- terminações de parcelamento e políticas de não corte. Aqui, não estamos questionando as medidas, apenas apresentando exemplos de eventos que tendem a ter maiores riscos de investimentos. Na mesma esteira, algumas empresas revisaram para menos os per- centuais de dividendos, justificando a imprevisibilidade imposta pela pandemia. Esta últi- ma estratégia tem um efeito semelhante ao aumento nas taxas de reinvestimentos, isto é, tendem a reduzir o volume dos dividendos, e dados os eventos não previsíveis, tendem a gerar ruídos nas séries históricas e, portanto, aumentar o risco de investimentos. APROFUNDANDO UNIASSELVI 1 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 2 O método de prêmio por pesquisa consiste na consulta junto aos investidores a respeito das expectativas para o futuro. Este método é pouco utilizado, porque os prê- mios dependem muito da opinião pessoal de investidores. Além disso, os prêmios são extremamente dependentes dos movimentos recentes do mercado e tendem a ser de curto prazo — em geral as pesquisas apontam para um horizonte máximo de 12 meses. O método de prêmios histórico é o mais utilizado para precificação de risco de ativo de capital. Ele se baseia em dados históricos dos preços de ativos. Nesse método, são adotados dados de um período mais longo, visto que os retornos das ações são bastante voláteis. Assim, quanto maior o prazo de análise, mais com- portados são os riscos. O método de mensuração tem, no mínimo, três etapas: Para compreender esse modelo, imagine que uma companhia de saneamen- to apresente os seguintes valores de fechamento em seus papéis negociados no Brasil, Bolsa e Balcão (B3) nos últimos dias dos meses e anos, juntamente aos dividendos acumulados ao longo desses períodos. Para facilitar a demonstração, adotamos a Selic média acumulada no ano: PRIMEIRA Definir o horizonte temporal da estimativa. SEGUNDA Calcular os retornos médios sobre um índice de ações e de um ativo sem risco para um determinado horizonte temporal. TERCEIRA Calcular a diferença entre os retornos do ativo específico e o retorno do ativo sem risco. QUARTA Realizadas as três etapas relacionadas acima, basta utilizar a diferença encontrada entre os retornosdos ativos específicos e o retorno do ativo sem risco como o prêmio de risco. 1 8 ANO INÍCIO (R$) DIVID (R$) TOTAL (R$) RETOR- NO (%) SELIC (%) PRÊMIO DE RIS- CO (%) 12/13 22,26 22,26 12/14 13,30 0,787 14,09 -36,7 12,15 -48,87 12/15 21,32 0,738 22,06 56,6 14,84 41,74 12/16 31,35 0,219 31,57 43,1 14,30 28,82 12/17 36,38 1,205 37,58 19,1 6,68 12,38 12/18 43,37 1,030 44,40 18,1 6,04 12,09 12/19 56,51 1,159 57,67 29,9 4,53 25,36 12/20 42,84 1,377 44,22 -23,3 1,94 -25,27 12/21 33,21 0,398 33,61 -24,0 9,64 -33,63 12/22 52,66 0,943 53,60 59,5 14,30 45,19 Tabela 1 – Demonstração hipotética do cálculo do prêmio de risco / Fonte: O autor. No exemplo, verificamos uma taxa média de retorno nominal de 15,8% para os investimentos específicos, enquanto a taxa média de retorno nominal para os ati- vos de risco zero foi de 9,38%. Logo, sob a ótica dos dados históricos, o prêmio de risco para o ativo de capital da companhia, para o período analisado, foi de 6,42%. No método de prêmio implícito de ações, não há necessidade de pesquisa de dados nem coleta de dados históricos. Contudo, como os dados para o cálculo são tomados no mercado, pressupõe-se que o mercado tenha os avaliado corre- tamente. Assim, o cálculo pode ser feito da seguinte forma: UNIASSELVI 1 9 TEMA DE APRENDIZAGEM 2 Parâmetros de risco Agora você já sabe que a alo- cação de recursos em qualquer investimento, diferentemente daqueles de risco zero, parte da premissa de que existe uma taxa de retorno mínima exi- gida e uma taxa de prêmio de risco inerente ao ativo ou em- presa analisada. Para compreender esse modelo, vamos retomar o exemplo da empresa de saneamento negociada na B3. Considerando que o fechamento em 31 de dezem- bro de 2022 foi de R$52,66 e considerando a distribuição de dividendos histórica foi de 2,67% e a taxa de crescimento esperada da receita e dividendos ao longo do tempo foi de 7%, temos o seguinte retorno esperado sobre o capital próprio: Considerando que a taxa Selic, atualmente, está em 13,75%, o prêmio espera- do para esse ativo será de 24,40%. Mas atente-se para o fato de que, nesse modelo, assume-se que o ativo está corretamente precificado pelo mercado. EU INDICO Para os dados de taxa de retorno para investimentos com risco zero, foram ado- tadas as taxas da Selic, que é a média dos juros que o governo paga àqueles que lhe emprestaram dinheiro. A taxa Selic serve de referência para outras taxas de juros do país, sendo a taxa básica de juros da economia. Quer saber mais sobre o assunto? Clique aqui para acessar! Recursos de mídia disponível no conteúdo digital no ambiente virtual de aprendizagem 4 1 Se considerarmos que o risco não sistemático pode ser eliminado com a diversificação da carteira, ou seja, que aquela taxa de retorno extra é nula, resta apenas o risco sistemático. Neste caso, podemos estimar o retorno justo para um investimento, dado o seu risco, a partir do Capital Asset Pricing Model (CAPM). Este modelo assume que o único risco relevante para o investidor é o risco que não pode ser diversificado, isto é, o risco sistemático. Coopeland et al. (2005) definem o CAPM como um modelo de equilíbrio de mercado que possibilita mensurar a parcela do risco de um ativo individual e do prêmio de um determinado mercado. O CAPM considera uma taxa mínima livre de risco, somada ao prêmio pelo risco que um determinado mercado oferece. Esse prêmio é multiplicado pelo beta do ativo que expressa a sensibilidade às variações do mercado. O beta (β) é um coeficiente de risco que mede a sensibilidade do retorno de uma ação em particular às mudanças nas condições de mercado. Assim, quanto maiores os riscos de mercado, maior será o retorno esperado pelos investidores. Para calcular o β, precisamos conhecer de algumas informações estatística acerca dos ativos. Retomando os dados utilizados no exemplo anterior, cujo retorno médio foi de 15,81%, podemos encontrar a variância e o desvio padrão . Assim como calculamos para um ativo individual — no caso a empresa de saneamento —, uma carteira de investimentos também possui variância e desvio padrão próprios, por exemplo, uma carteira composta por dois ativos J e M pode ter sua variância e seu desvio padrão calculados a partir da seguinte equação: (1) Em que representam as proporções dos ativos “J” e “M”, respectiva- mente, e representa a covariância entre os ativos “J” e “M”. Perceba que a variância da carteira apresentada em (1) é uma função da variância de “J” e “M” e das covariâncias. Cabe destacar que a partir de e é possível determinar o coeficiente de correlação entre os dois ativos. UNIASSELVI 4 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 2 A redução do risco da carteira é possível sempre que os retornos dos ativos individuais não estiverem perfeitamente correlacionados. À medida que diversi- ficamos o portfólio e a carteira de ações, há uma tendência de diversificar o risco, ou até de eliminá-lo, restando apenas o risco sistemático. Ehrhardt e Brigham (2012) defendem que à medida que são adicionados ativos em uma carteira de investimentos, o risco total da carteira declina continuamente, enquanto o retor- no é determinado pela média ponderada dos retornos individuais. Quanto aos riscos, vimos que o não sistemático pode ser diversificado até a sua eliminação. Logo, quando avaliamos uma ação ou outro ativo qualquer, o que consideramos é o risco sistemático (de mercado), o beta. Em relação ao parâmetro de sensibilidade β, dizemos que uma ação com: ■ , valoriza ou desvaloriza na mesma proporção que o mercado. ■ , valoriza ou desvaloriza em proporção menor que o mercado. ■ , valoriza ou desvaloriza em proporção maior que o mercado. ■ A equação β utiliza as covariâncias e variâncias: (2) O modelo CAPM, também chamado de modelo de apreçamento de ativos, é o modelo que associa o retorno esperado de um ativo ao seu coeficiente de risco sistemático, β, mostrando a relação linear entre o retorno esperado e o beta, tanto para títulos individuais como para uma carteira de ativos. Custo de capital Inicialmente, convido você a relembrar os conceitos de custo de capital. O custo de capital próprio consiste na taxa de remuneração do acionista da empresa pago na forma de retorno sobre o capital investido. O custo de capital de ter- ceiros consiste nas taxas de juros pagos aos bancos e instituições de empréstimos e financiamentos referentes ao capital tomado para investimentos. A estrutura de capital de uma empresa diz muito sobre a sustentabilidade econômica e financeira do negócio, pois é a partir desse indicador que veri- ficamos o quanto dos investimentos a empresa realiza com recursos próprios do patrimônio financeiro e o quanto ela realiza com recursos de terceiros, por exemplo, empréstimos e financiamentos. 4 1 Uma empresa pode levantar recursos de três formas: pela emissão de ações ordinárias, pela emissão de dívida e pelas ações preferenciais. O desafio das empresas consiste em otimizar essa estrutura ótima de capital, a fim de propiciar o menor custo médio do capital. O custo médio do capital, também conhecido como Weighted Average Capital Cost (WACC), pode ser calculado de várias formas, contudo, todas elas procuram identificar a média ponderada de cada um desses custos, a fim de evidenciar a taxa mínima de retorno para que o investimento seja efetivado. (3) Da equação (3), temos que: ■ Weighted Average Cost of Capital ■ Custo de capital próprio (capital do acionista) ■ Custo de capital de terceiro (custo da dívida) ■ Total do patrimônio líquido (equity) ■ Total de dívida (debt) O reflete o risco do investimento em ações via capital próprio, e o reflete o risco de inadimplência da empresa via capital de terceiros. Os pesos de cada uma dessas variáveis devem refletir os valores de mercado. Custo de capital próprio Para aplicação desse modelo, inicialmente calcularemos o custo de oportuni- dade do acionista, ou seja, iremos analisar no mercado algumasoutras pos- sibilidades de investimento que ele teria e, a partir delas, construiremos uma carteira diversificada. UNIASSELVI 4 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 2 VARIÁVEL RETORNO MENSAL RETORNO ANUAL Selic 1,08% 13,7582% Poupança 0,50% 6,1678% CDB 1,00% 12,6825% Títulos públicos 1,08% 13,7582% Inflação 0,40% 4,9070% Média 11,5498% Média + Inflação 16,9728% Tabela 2 – Benchmark, custo de oportunidade / Fonte: Elaborado pelo autor. Determinado o custo de oportunidade do acionista, utilizaremos o prêmio entre os ativos calculados na Tabela 2 e o retorno do ativo de menor risco do mercado. Em geral, utilizamos a Taxa de Longo Prazo (TLP) como ativo livre de risco, que atualmente está em 10,49%. Aqui, também utilizaremos o beta, que repre- senta a taxa de crescimento esperado da empresa analisada comparada com o mercado e o retorno esperado. Vamos supor que esse valor é . Logo, já temos todos os dados para determinar o custo do capital próprio: (4) 10,4900% 16,9728% 1,40 Custo do capital próprio 19,5700% Tabela 3 – Custo de capital próprio / Fonte: O autor. 4 4 Dados os retornos do ativo livre de risco, os retornos esperados do acionista e o risco do negócio, o acionista espera receber pelo capital próprio investido de 19,57% a.a. Custo de capital de terceiro e custo médio ponderado do capital A equação (3) apresenta o custo médio do capital, WACC. Perceba que o custo total depende dos volumes de recursos alocados em custo próprio e de terceiro, por isso chamamos de custo médio ponderado, pois representa a proporção de capital da empresa financiado pelas acionistas e por terceiros, respectivamente. Em geral, as empresas trabalham com um intervalo de estrutura de capital chamado de intervalo ótimo. Já na fase de elaboração dos planos de negócios, elas projetam o quanto do investimento inicial e do capital de giro da empresa será financiado com capital próprio e quanto será financiado com capital de terceiro. O custo de capital de terceiro, , é resultado do custo de todas as fontes de crédito da empresa. Para essa demonstração, vamos assumir que a empresa financia 45% do seu plano de negócios com recursos próprios e os outros 55% são financiados com recursos de terceiro. Vamos supor, também, que toda a sua dívida está indexada na Selic, portanto, utilizaremos a mesma apresentada na Tabela 2: . Recursos próprios 45% Recursos de terceiros 55% Custo do capital próprio 19,57% Custo do capital de terceiro 13,7582% Custo médio do capital (WACC) 16,3717% Tabela 4 – Custo de capital / Fonte: O autor. UNIASSELVI 4 5 TEMA DE APRENDIZAGEM 2 Não consideramos acima o efeito do benefício fiscal do imposto de renda (IR) sobre as despesas com juros, o que reduziria ainda mais o custo real da dívida. Contudo, a fórmula de cálculo é simples: (5) A gestão do custo de capital é fundamen- tal para maximização do valor e das taxas de retorno da empresa. A adequada gestão des- sas variáveis implica a mitigação de riscos de decisões equivocadas e possíveis prejuízos. RETORNO SOBRE O INVESTIMENTO Depois, analisamos os riscos sob a ótica do investimento e estudamos um mé- todo para estimar os custos das fontes de recursos. Além disso, apresentamos o custo do capital como a menor taxa aceitável de corte e ressaltamos que a taxa de retorno tem que ser superior à taxa de corte, a fim de criar valor para os acionistas de uma empresa. O retorno sobre o investimento é um conceito bastante utilizado na toma- da de decisão, pois é a partir dele que mensuramos o melhor retorno sobre um projeto de investimento ou para tomada de decisão sobre qual projeto deve ser o escolhido. Existem muitas alternativas de cálculo de retorno sobre o investimento. Você já deve conhecer o conceito da Taxa Interna de Retorno (TIR), que é uma me- dida de todo o fluxo de caixa recebido ao longo da vida de um projeto. Também podemos citar outras métricas, como Return On Equity (ROE) e Return on Assets (ROA), que, diferentemente da TIR, não levam em conta o momento do fluxo de caixa e representam a taxa anual de retorno. O Return On Investment 4 1 (ROI) é outra métrica utilizada para descobrir o quanto a empresa ou negócio retorna sobre o investimento. O ROE é um importante indicador de retorno. Ele mede o Lucro Líquido (LL) gera- do pela empresa em relação ao Patrimônio Líquido (PL), isto é, reflete a taxa de re- torno sobre o capital investido pelos acionistas. A fórmula de cálculo é a seguinte: (6) Quanto maior o ROE de uma empresa, melhor. Se a empresa J possui um ROE superior à empresa M, dizemos que a empresa J é uma melhor oportunidade de investimento, pois isso indica que está sendo mais eficiente no uso de capital. ZOOM NO CONHECIMENTO Ao compararmos o ROE com o custo de capital próprio, esperamos que o ROE seja sempre superior, pois assim a empresa está gerando valor aos seus acionis- tas. Do contrário, a empresa estaria reduzindo o valor para os seus acionistas. Exemplo: se uma empresa tem um ROE de 30%, ela gera LL de R$ 30 para cada R$ 100 de PL. Importante destacar que o ROE pode ser usa- do como medida de comparação para empresas do mesmo setor, sendo que as empresas mais eficientes entregam ROEs melhores. O ROE pode ser afetado tanto por fatores internos quanto externos à empresa. No primeiro, citamos a política de dividendos, a eficiência operacional e a estru- tura de capital, pois a estrutura de capital mais alavancada pode apresentar um custo de dívida menor que o custo do capital próprio, porém, a empresa estará mais exposta a outros riscos, como a taxas de juros e variações de cambiais. No segundo caso, o ROE pode ser afetado por situações econômicas como taxa de juros, políticas cambiais, variações no PIB e ambiente concorrencial. O ROA é um importante indicador de retorno. Ele indica se a empresa é ren- tável em relação ao seu ativo total. Essa métrica é bastante utilizada para analisar a capacidade que a empresa tem de gerar lucro a partir de seus ativos. A partir dos demonstrativos de resultados de exercício (DRE), é possível encontrar o Lucro Operacional (LO) e, a partir do Balanço Patrimonial, encontrar o Ativo Total Médio (ATM). Com essas informações, basta aplicar na seguinte equação: O ROE pode ser afetado tanto por fatores internos quanto externos UNIASSELVI 4 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 2 (7) O ROA é um indicador bastante efetivo na comparação de desempenho da empresa de um ano para o outro. A métrica também pode ser utilizada para comparar, contudo, é mais eficiente quanto maior for a semelhança das empresas em termos de porte e escopo. Quanto maior for o ROA, mais a empresa está gerando valor com seus ativos. Por outro lado, se ROA for menor quando comparado com outras empresas do setor, a empresa está utilizando os ativos de maneira ineficiente. Exemplo: imagine que uma empresa de saneamento tenha em sua base de ativos terrenos, estações de tratamento de esgoto e água, redes de distribuição de tubu- lações de água e esgoto, softwares etc., cujo patrimônio é de R$ 15 bilhões. Ainda, supunha que a companhia gerou, em 2022, R$ 1,2 bilhão de lucro líquido. Logo, o ROA foi de 8%. PENSANDO JUNTOS O ROI é um importante indicador de retorno sobre um investimento realizado, além de permitir a comparação entre opções de investimentos. Ele é bastante utilizado por investidores tanto no mercado de capitais quanto dentro das em- presas. Assim, o ROI pode ser utilizado para: ■ Analisar a aquisição de investimentos financeiros como: ações na bolsa, fundos de investimentos, títulos de renda fixa, ETF. ■ Analisar a aquisição de equipamentos para a empresa. ■ Investir em campanhas publicitárias. ■ Expandir os negócios etc. O ROI é um indicador que mede o retorno de um investimento em relação ao custo da sua aplicação, isto é, mede o custo e o benefício gerados por um investimento em detrimento de outro. Esse indicador é mensurado a partir de eventos passados, ou seja, não é possível prever o ROIde eventos futuros. Para o cálculo do ROI, utilizamos o lucro líquido e o custo do investi- mento, isto é, o custo do projeto. Quanto maior for a proporção, maior será o benefício gerado. Existem várias versões da fórmula de cálculo, as mais utilizadas são as seguintes: 4 8 (8) (9) O ROI não leva em consideração o período do retorno, por isso, um ROI mais alto não é, necessariamente, a melhor opção de investimento. Por exemplo, imagine que você está avaliando dois investimentos com ROI de 50%. Contudo, um deles precisa de 5 anos para gerar esse percentual, já o outro precisa de 10 anos para gerar o mesmo percentual. Para analisar adequadamente, sugere-se anualizar o ROI. Para corrigir esse problema, utilizamos a seguinte fórmula: (10) Cabe destacar que um cálculo de ROI pode ser diferente dependendo da fórmula utilizada, especialmente nos casos em que se o tratamento de custeio ou de impostos é diferente etc. O cuidado que precisa ser tomado refere-se a utilizar todos os custos incorridos. Exemplo: imagine que uma empresa de saneamento implantou um sistema de coleta e tratamento de esgoto em determinado município. O custo de im- plantação desse investimento foi de R$ 20 milhões e a vida útil desse sistema é de 40 anos. A empresa irá faturar R$ 3,6 milhões ano, e ao longo dos 40 anos, terá gerado R$ 144 milhões. Substituindo esses valores na equação (8), temos: Alternativas de análise de retorno As métricas de retorno ROA e ROE, respectivamente, mostram se a empresa está fazendo bom uso dos recursos e o quanto agrega de valor em seu negócio com seus recursos próprios. Esses dois índices não levam em conta o momento do fluxo de caixa e representam uma taxa anual de retorno. No caso do ROI, ele mostra o quanto a empresa tem de retorno ao fazer um investimento. Assim, essa é uma das metodologias de projeção e avaliação mais utilizadas na decisão de investimentos. UNIASSELVI 4 9 TEMA DE APRENDIZAGEM 2 Acesse e confira a aula referente a este tema. Recursos de mídia disponível no conteúdo digital no ambiente virtual de aprendizagem EM FOCO NOVOS DESAFIOS Chegamos ao fim deste Tema de Aprendizagem! Analisar os riscos e o retorno dos investimentos é importante para saber se ele foi positivo ou não para sua empresa e se atingiu os objetivos estipulados. Ao fazer a análise de risco, você terá mais clareza acerca dos resultados do investi- mento, e ao considerar a análise do investimento, terá mais visão sobre o valor agregado, isto é, o quanto está gerando e qual projeto está gerando mais retorno. Dessa forma, terá clareza sobre os pontos que necessitam de melhorias ou sobre as despesas que podem ser cortadas. 5 1 REFERÊNCIAS DAMODARAN, A. Finanças corporativas aplicadas. Porto Alegre: Bookman, 2007. EHRHARDT, M. C.; BRIGHAM, E. F. Administração financeira: teoria e prática. São Paulo: Cenga- ge Learning, 2012. 5 1 MINHAS METAS CONCEITOS DE CARTEIRA DE INVESTIMENTOS Diferenciar os tipos de investimentos. Analisar as diferenças entre renda fixa e renda variável. Identificar os perfis de investidor. Compreender a relação entre riscos e retorno. Conhecer os tipos de rendas. Distinguir os diversos tipos de investimentos. Diversificar uma carteira de investimentos com segurança. T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 3 5 1 INICIE SUA JORNADA Olá, estudante! Seja bem-vindo! Você deve ter conhecimento sobre a crise financeira de 2008 que abalou o mundo. Certo? Considerada a pior crise desde a grande depressão de 1929, a crise de 2008 foi causada pelo aumento nos valores imobiliários e provocou um colapso nas bolsas ao redor do mundo, principalmente nos países europeus. E o Brasil não ficou isolado das consequências. A crise causou desvalorização dos ativos imobiliários e se alastrou pelo mundo, causando uma recessão global em 2009, gerando taxas de desemprego altíssimas e causando várias ondas de protestos. Na Grécia, por exemplo, os pro- testos foram violentos e conhecidos no mundo todo. No caso do Brasil, nos primeiros dias após o evento de 2008, a eco- nomia brasileira foi fortemente afetada pela queda no valor das ações e pelo aumento no preço do dólar, acompanhados pela contração no crédi- to, principalmente no imobiliário. Isso provocou uma redução nos preços imobiliários e, consequentemente, puxou os preços dos fundos imobiliários para baixo. Agora imagine que, à época, você tivesse investido todos os seus recursos em fundo imobiliário, cuja modalidade de investimentos é formada por investido- res que formam um grupo a fim de fazer investimentos no mercado imobiliário sem realizar uma compra direta de imóvel. Caso você fosse um desses investido- res, possivelmente teria visto seus investimentos encolheram. Em 26 de fevereiro de 2020, o Ministério da Saúde confirmou o primeiro caso de covid-19 no Brasil. A pandemia, que teve seu fim declarado pela Orga- nização Mundial de Saúde (OMS) em 5 de maio de 2023, levou as empresas a faturarem menos e, com isso, elas obtiveram menores resultados. Essa condição provocou uma situação de risco no Brasil, gerando muita apreensão e um forte fluxo de saída dos investidores dos mercados de risco, culminando na queda geral na bolsa de valores. No Brasil, as lojas do varejo saíram da crise pandêmica e entraram em outra. A crise das Americanas que revelou inconsistências contábeis da ordem de R$ 20 bilhões, e uma dívida de aproximadamente R$ 45 bilhões. Acumulou, de janeiro a julho de 2023, perdas na bolsa de aproximadamente 90%. Já as ações das Lojas Marisa, puxadas pela onda da Americanas, caíram cerca de 36% no UNIASSELVI 5 1 TEMA DE APRENDIZAGEM 3 mesmo período. Imagine que, em janeiro de 2023, todo o seu patrimônio estives- se investido em ações das Americanas. Nesse caso, você teria visto seu patrimônio se reduzir a 10%. Apresentamos algumas situações reais e recentes para chamar a atenção sobre a importância de manter uma carteira de investimentos diversificada, a fim de mitigar os riscos da carteira. VAMOS RECORDAR? A maximização dos resultados está diretamente relacionada com a estratégia de diversificação da carteira de investimentos a partir da identificação das melhores oportunidades. Já a estratégia da alocação está relacionada com o perfil do investidor. Sobre o perfil de investidor, convido você para assistir ao vídeo e ler o conteúdo: Perfil de investidor: descubra se você é conservador, moderado ou arrojado Carteira de investimentos para iniciantes: tudo o que você precisa saber para montar a sua - InfoMoney Recursos de mídia disponível no conteúdo digital no ambiente virtual de aprendizagem Para compreender melhor como os objetivos financeiros podem ser atingidos a partir da alocação dos recursos, convido você para acessar o podcast. Nele, vamos falar sobre os conceitos de carteira de investimentos e diversificação do portfólio. Ou seja, ao invés de deixar todos os recursos investidos em único ativo, o investi- dor aplica seus recursos em mais de um ativo, seguindo o princípio da diversifi- cação da carteira. Recurso de mídia disponíveis no conteúdo digital no ambiente virtual de aprendizagem Recursos de mídia disponível no conteúdo digital no ambiente virtual de aprendizagem PLAY NO CONHECIMENTO 5 4 DESENVOLVA SEU POTENCIAL# CARTEIRA DE INVESTIMENTOS A carteira de investimentos, também conhecida como portfólio, é o nome dado a um conjunto de ativos que uma pessoa ou uma empresa tem na sua composição de investimentos. A formação de uma carteira de investimento depende dos objetivos do investidor. De acordo com o propósito, as carteiras podem mudar de investidor para investidor, ou os objetivos podem se alterar para um mesmo investidor ao longo do tempo. Sobre os objetivos do investidor, imagine que um investidor deseje comprar um imóvel nos próximos cinco anos; logo, ele não deseja correr riscos que possam comprometer seu objetivo. Dessa forma, possivelmente, boa parte da sua carteira de investimento seja indicada
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