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Sistema de Penas e Acordos Penais

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Sistema de penas do Código Penal brasileiro
Acordos – antes ou no início do processo
Transação penal: art. 76 da Lei n. 9.099/95 – pena máxima cominada até 2 anos + requisitos subjetivos
Suspensão condicional do processo (sursis processual): art. 89 da Lei n. 9.099/95 – pena mínima cominada até 1 ano + requisitos subjetivos
Acordo de não persecução penal: art. 28-A do CPP - infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior a 4 anos + confissão + requisitos subjetivos
Pena de multa
substitutiva
Até um ano + art. 44, II e III, do CP
Penas restritivas de direitos - substitutivas
 pena até quatro anos + crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou
qualquer pena, se o crime for culposo
 + o réu não for reincidente em crime doloso
+ a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente
Suspensão condicional da pena - sursis
       Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que:    
        I - o condenado não seja reincidente em crime doloso;        
        II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício;   
        III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste Código.         
       § 1º - A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do benefício.   
        § 2o A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro anos, poderá ser suspensa, por quatro a seis anos, desde que o condenado seja maior de setenta anos de idade, ou razões de saúde justifiquem a suspensão.   
Suspensão condicional da pena - sursis
Art. 78 - Durante o prazo da suspensão, o condenado ficará sujeito à observação e ao cumprimento das condições estabelecidas pelo juiz. 
 § 1º - No primeiro ano do prazo, deverá o condenado prestar serviços à comunidade (art. 46) ou submeter-se à limitação de fim de semana (art. 48).
 § 2° Se o condenado houver reparado o dano, salvo impossibilidade de fazê-lo, e se as circunstâncias do art. 59 deste Código lhe forem inteiramente favoráveis, o juiz poderá substituir a exigência do parágrafo anterior pelas seguintes condições, aplicadas cumulativamente:
 a) proibição de freqüentar determinados lugares;
 b) proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do juiz;
 c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades. 
 Art. 79 - A sentença poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do condenado. 
 Art. 80 - A suspensão não se estende às penas restritivas de direitos nem à multa.
Suspensão condicional da pena - sursis
 Revogação obrigatória
        Art. 81 - A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário: 
        I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso; 
        II - frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efetua, sem motivo justificado, a reparação do dano; 
        III - descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código.  
        Revogação facultativa
        § 1º - A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qualquer outra condição imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por contravenção, a pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos.  
        Prorrogação do período de prova
        § 2º - Se o beneficiário está sendo processado por outro crime ou contravenção, considera-se prorrogado o prazo da suspensão até o julgamento definitivo. 
        § 3º - Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao invés de decretá-la, prorrogar o período de prova até o máximo, se este não foi o fixado. 
        Cumprimento das condições
        Art. 82 - Expirado o prazo sem que tenha havido revogação, considera-se extinta a pena privativa de liberdade.   
Penas privativas de liberdade
O regime aberto é destinado a não reincidentes, condenados a penas de até 4 anos, e determina que o condenado recolha-se durante o período noturno e dias de folga. 
O regime semiaberto pode ser aplicado a penas de até 8 anos, desde que o condenado não seja reincidente, e é cumprido em colônia agrícola ou industrial. 
o regime fechado é cumprido em estabelecimento prisional de segurança máxima ou média, devendo o condenado trabalhar durante o dia. 
Crime hediondo: independentemente da pena, regime inicial deve ser o fechado
Regras para a progressão de regime
	Requisitos objetivos para progressão de regime de acordo com alterações do "Pacote Anticrime" - Lei 13.964/2019		
	Sem violência ou grave ameaça	Primário	16% - Artigo 112, inciso I, da LEP
		Reincidente	20% - Artigo 112, inciso II, da LEP
	Com violência ou grave ameaça	Primário	25% - Artigo 112, inciso III, da LEP
		Reincidente	30% Artigo 112, inciso IV, da LEP
	Crime hediondo ou equiparado	Primário	40% Artigo 112, inciso V, da LEP
			Se houver morte: 50%, vedado o livramento condicional - Artigo 112, inciso VI, alínea "a", da LEP
		Reincidente	60% - Artigo 112, inciso VII, da LEP
			Se houver morte: 70%, vedado o livramento condicional - - Artigo 112, inciso VIII, da LEP
	Comando, individual ou coletivo, de organização criminosa estruturada para a prática de crime hediondo ou equiparado		50% - Artigo 112, inciso VI, alínea "b", da LEP
	Milícia privada
Fonte: Diego de Azevedo Simão. Inconstitucionalidade das novas regras para progressão de regime na lei "anticrime"
Conjur, 29 de janeiro de 2020		50% - Artigo 112, inciso VI, alínea "c", da LEP
Livramento condicional
Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que:          
        I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes;     
        II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso;  
       III - comprovado:        
        a) bom comportamento durante a execução da pena;         
        b) não cometimento de falta grave nos últimos 12 (doze) meses;        
        c) bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído; e        
        d) aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho honesto;       
        IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela infração;      
        V - cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico de pessoas e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza.          
       Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada à constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delinqüir.       
        Soma de penas         Art. 84 - As penas que correspondem a infrações diversas devem somar-se para efeito do livramento.    
        Especificações das condições        Art. 85 - A sentença especificará as condições a que fica subordinado o livramento.      
Livramento condicional
   Revogação do livramento
        Art. 86 - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a pena privativa de liberdade, em sentença irrecorrível: 
        I - por crime cometido durante a vigência do benefício;
        II - por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste Código. 
        Revogação facultativa
        Art. 87 - O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o liberado deixar de cumprir qualquer das obrigações constantes da sentença, ou for irrecorrivelmente condenado, por crime ou contravenção, a pena que não seja privativade liberdade.
        Efeitos da revogação
        Art. 88 - Revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido, e, salvo quando a revogação resulta de condenação por outro crime anterior àquele benefício, não se desconta na pena o tempo em que esteve solto o condenado. 
        Extinção
        Art. 89 - O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não passar em julgado a sentença em processo a que responde o liberado, por crime cometido na vigência do livramento.         Art. 90 - Se até o seu término o livramento não é revogado, considera-se extinta a pena privativa de liberdade.

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