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141 M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Capítulo 11 Liderança e cultura organizacional A liderança é extremamente necessária para organizações que dese- jam aumentar a eficácia das equipes, melhorar a motivação dos colabo- radores e influenciar positivamente no desenvolvimento das atividades da empresa. Devido a essa importância, a liderança segue como objeto de estudo de diversos autores que buscam definir suas características e comportamentos. Neste capítulo, serão abordados os diversos concei- tos de liderança, bem como seus estilos e significados. 142 Gestão estratégica de pessoas M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . 1 Os diversos conceitos de liderança O conceito de liderança vem se alterando ao longo do tempo. Alguns autores afirmam que a liderança se estabelece por meio dos traços de personalidade, enquanto outros acreditam que a definição de liderança depende do estilo de liderança ou do ambiente em que o líder está intro- duzido. A figura 1 a seguir apresenta conceitos de liderança. Figura 1 – Conceitos de liderança Liderança é o processo de influenciar as atividades de um grupo organizado em direção à realização de um objetivo Rauch e Behling, apud Yukl (1998, p. 2-3) Liderança é o processo de dar propósito (direção significativa) ao esforço coletivo e provocar o desejo de despender este esforço para se atingir o objetivo Jacobs e Jaques, apud Yukl (1998, p. 2-3) Liderança é o que dá a uma organização sua visão e capacidade para transformar essa visão em realidade Bennis e Nanus (1988, p. 18) Liderança é influência pessoal, exercida em uma situação e dirigida através do processo de comunicação, no sentido do atingimento de um objetivo específico Tannenbaum, Wesheler e Massarik apud Yukl (1998, p. 2-3) A liderança tem, como principal objetivo, atrair seguidores e influen- ciar, de forma positiva, mentalidades e comportamentos. Um líder deve ter o poder de motivar pessoas, deve ter coragem, reconhecer sua vul- nerabilidade, ser capaz de assumir responsabilidades e servir de exem- plo para sua equipe. Segundo Chiavenato (2004, p. 446), “a liderança é, de certa forma, um tipo de poder pessoal”. Por meio dela, uma pessoa influencia outras pessoas em função dos relacionamentos existentes. 143Liderança e cultura organizacional M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Para McGregor, citado em Chiavenato (2006), o processo de lideran- ça dentro da organização combina quatro tipos de elementos: 1. Atitudes, necessidades e outras características pessoais dos lide- rados: indicam as competências e as motivações dos membros das equipes. Nesse contexto, a motivação está relacionada ao interesse que o membro de uma determinada equipe apresenta sobre o trabalho que será realizado. A competência dos liderados é importante, porque direcionará a necessidade de haver maior ou menor interferência do líder no desenvolvimento dos trabalhos. 2. Características pessoais do líder: a liderança pode ser caracteri- zada como a função, o papel, a tarefa ou a responsabilidade de- sempenhada por uma pessoa que é responsável por um certo grupo. Cabe ao líder dirigir os esforços de outras pessoas para que estas realizem determinados objetivos, como no caso de treinadores de equipes esportivas, professores, regentes de or- questras, gerentes, etc. 3. Conjuntura social, econômica e política: a liderança surge diante da necessidade de um determinado grupo em ser liderado, tendo em vista o momento histórico no qual ele se encontra. 4. Características da tarefa: o elo que existe entre o líder e o liderado é a realização de uma tarefa ou de um trabalho, os quais pode- rão ter envolvimento moral (que implica obediência, envolvimento calculista), que ocorre por meio de trocas, ou movimento aliena- tário (quando obedece a um desejo ou a uma coerção para evitar algum tipo de castigo, caso o sujeito não esteja convencido de que deve obedecer). 144 Gestão estratégica de pessoas M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . 2 Os estilos de liderança De acordo com Hersey e Blanchard (1986), a abordagem comporta- mental dos estilos de liderança apresenta cinco teorias que procuram explicá-la, conforme mostra a figura 2 a seguir. Figura 2 – Estilos de liderança Estilos clássicos de liderança propostos por Kurt Lewin 1 Estudos da Universidade de Ohio propostos por Stogdill e Coons 2 Os quatro estilos de Likert 4 Teoria do Grid gerencial, que propôs ênfase na produção versus ênfase nas pessoas 5 Estudos da Universidade de Michigan, que propuseram a teoria bidimensional 3 2.1 Estilos clássicos de liderança Os estilos propostos por Kurt Lewin, na década de 1930, referem-se à realização de uma pesquisa que envolveu três grupos de crianças, as quais foram submetidas a diferentes tipos de liderança: autocrática, democrática e liberal (CHIAVENATO, 2006). A partir dos resultados des- sa pesquisa, foi proposto o desenvolvimento de uma teoria chamada estilos clássicos de liderança. Quadro 1 – Estilos clássicos de liderança ASPECTOS AUTOCRÁTICA DEMOCRÁTICA LIBERAL Comportamento do líder O líder é dominador e pessoal ao direcionar elogios e críticas ao grupo O líder é objetivo e limita- -se aos fatos nos elogios ou nas críticas O líder atua somente quando é solicitado (cont.) 145Liderança e cultura organizacional M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. ASPECTOS AUTOCRÁTICA DEMOCRÁTICA LIBERAL Divisão dos trabalhos O líder determina a tarefa de cada um e quem será o companheiro de trabalho de quem O grupo decide a divisão de tarefas e cada membro tem liberdade para escolher os colegas de trabalho A divisão das tarefas e a escolha dos colegas são do grupo. Não há participação do líder Programação dos trabalhos O líder dá as ordens e determina providências para a execução das tarefas sem explicá-las ao grupo O líder aconselha e dá orientação para que o grupo trace objetivos e ações. As tarefas ganham perspectivas com os debates Participação limitada do líder. Informações e orientações são dadas, desde que solicitadas pelo grupo Tomada de decisões O líder é quem decide e fixa as diretrizes. Não há participação do grupo As diretrizes são debatidas e decididas pelo grupo, que é estimulado e orientado pelo líder Total liberdade do grupo para tomar decisões, com mínima intervenção do líder Fonte: Chiavenato (2006, p. 150). 2.2 Estudos da Universidade de Ohio Na década de 1940, os pesquisadores Stogdill e Coons, da Universidade de Ohio, desenvolveram uma pesquisa para tentar identi- ficar a existência de dimensões independentes do comportamento do líder. Essesestudos levaram a duas características: a estrutura de inicia- ção e a consideração (LANGHI, 2016). A consideração ocorre quando o líder estabelece relacionamentos baseados em confiança mútua pelas ideias dos colaboradores. No ge- ral, o líder se preocupa com o bem-estar de todos os colaboradores. A estrutura de iniciação ocorre quando o líder define claramente o seu papel e o de todos os colaboradores para atingir algum objetivo. 146 Gestão estratégica de pessoas M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . Esse perfil de líder permite que os colaboradores mantenham um pa- drão de desempenho até que se atinja a conclusão dos objetivos. 2.3 Estudos da Universidade de Michigan A teoria bidimensional foi criada na universidade de Michigan, tam- bém na década de 1940, e liderada por Rensis Likert. A ideia foi a de identificar quais comportamentos ou características de liderança esta- vam ligados ao desempenho eficaz. A partir desse estudo, foi possível se chegar a dois elementos do comportamento de liderança: o com- portamento orientado para o funcionário e o comportamento orientado para a produção. Os líderes que estão centrados nos funcionários ou nas relações pessoais acreditam que os processos administrativos devem propiciar um ambiente de trabalho adequado, para que as pessoas se sintam confortáveis ao realizar suas tarefas. Esse líder é geralmente classifi- cado como democrático, consultor participativo e preocupado com o funcionário, uma vez que procura compreender e ajudar seus liderados (LANGHI, 2016). Já os líderes que apresentam comportamento baseado na preo- cupação com a produção importam-se mais com as tarefas a serem realizadas do que com a equipe. Por isso podem ser definidos como autocráticos diretos e socialmente distantes. A preocupação está no trabalho, nas metas e nos recursos disponíveis. 2.4 Os quatro estilos de Likert Likert, que iniciou os estudos na faculdade de Michigan, aprofun- dou-se em seus trabalhos a respeito de liderança. Propôs quatro tipos de liderança, que ficaram conhecidos como os quatro estilos de Likert, sistemas gerenciais de Likert ou os quatro sistemas de Likert, que são: 147Liderança e cultura organizacional M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. • Participativo: o líder envolve todos os colaboradores na definição dos objetos das decisões. • Autoritário benevolente: o líder é quem toma as decisões, mas permite algum tipo de flexibilidade no desempenho das tarefas. • Consultivo: o líder sempre consulta os colaboradores para tomar decisões e para estabelecer objetivos. • Autoritário coercitivo: o líder toma todas as decisões. 2.5 Teoria do grid gerencial Em 1978, Blake e Mouton desenvolveram um modelo de análise con- siderado um dos mais utilizados para a formação de líderes. Os autores propuseram que o líder deve enfatizar a produção e as pessoas. Com re- lação à produção, o líder deve se preocupar com os esforços que os su- bordinados tiveram que fazer para obter os resultados da tarefa. Quanto às pessoas, ele deve se preocupar com todos os envolvidos no processo de trabalho (chefes, subordinados, colegas, etc.), dando atenção sufi- ciente para que sejam atendidas as suas necessidades e expectativas (LANGHI, 2016). 3 O verdadeiro significado de liderança Um dos maiores desafios das organizações atualmente é encontrar a maneira correta de formar líderes. Chiavenato (2006) conceitua a lide- rança como um tipo de influência interpessoal que ocorre diante de uma determinada situação e que é dirigida pela comunicação humana, para que um ou mais objetivos sejam atingidos. A liderança, em um contexto organizacional, sempre irá desenvolver algum tipo de influência, para que determinados grupos de profissionais desempenhem suas atividades e alcancem os objetivos esperados. 148 Gestão estratégica de pessoas M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . A liderança surge para aumentar a eficácia das equipes, ou seja, para realmente transformar os colaboradores em membros de uma equipe. O líder deve, como um dos seus principais objetivos, guiar seus colabo- radores em prol de um objetivo em comum, visando à qualidade, à eficá- cia e ao desempenho excelente. Uma liderança incompetente promete resultados catastróficos para a organização (LANGHI, 2016). Um excelente líder deverá, também, intervir nos processos e instruir pessoas para que elas possam desempenhar com excelência as suas atividades. Liderar significa estar disposto a articular a visão organiza- cional e a inspirar as pessoas a se unirem. É muito fácil impor, por meio da autoridade moral, uma ordem e fazer com que as pessoas executem determinadas atividades, mas é preciso ser um visionário e verdadeiro líder para identificar o potencial dos colaboradores, elevar suas expectati- vas acerca daquilo que eles podem se tornar e inspirá-los a segui-lo. 4 O conceito de cultura organizacional Conhecer a cultura de uma organização é fundamental para compre- ender como são definidos os processos de seus sistemas produtivos e as respectivas práticas de gestão de pessoas. Esse tipo de conhecimento pode ser fundamental para que os profissionais se desenvolvam e ado- tem comportamentos esperados pela organização e pode contribuir para compreender o comportamento de colaboradores antigos, bem como prever comportamentos que poderão ser adotados diante de situações incomuns, como baixa produtividade ou demissões (LANGHI, 2016). Para se conhecer uma organização, é necessário que se conheça sua cultura. É a cultura organizacional que orienta o comportamento das pessoas dentro da organização e que pode ser identificada por meio dos seus efeitos e consequências. É de extrema importância que os valores da organização sejam bem definidos. Um colaborador que não estiver de acordo com a cultura da 149Liderança e cultura organizacional M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. organização pode adquirir comportamentos e transmitir valores total- mente diferentes daquilo que a organização deseja transmitir aos seus clientes, fornecedores, etc. O colaborador é normalmente o cartão de visita da organização. Então, se ele estiver em desacordo com a cultura, poderá causar uma má impressão difícil de se reverter. A organização precisa conscientizar todos os colaboradores, por meio de treinamen- tos ou palestras, a respeito de sua cultura organizacional, pois ela deve envolver todos as pessoas e os setores da organização. Algumas técnicas podem ser úteis para integrar um colaborador re- cém-chegado à organização, como o uso de banners na recepção, infor- mativos nos murais da empresa, encontros periódicos e intranet. Esses procedimentos podem facilitar a disseminação da cultura e devem ser acessíveis e aplicáveis a todos os colaboradores, independentemente da hierarquia, para que eles realmente possam fazer parte da organização. Dessa forma, é encorajado um ambientede trabalho mais harmonioso, em que todos sabem onde estão trabalhando e aonde podem chegar. 5 A administração de conflitos Muitas organizações enfrentam graves problemas com relação a conflitos. Eles são responsáveis pela falta de foco. São situações nor- mais dentro da organização, podendo-se dizer que conflitos são até ne- cessários em um ambiente competitivo. No entanto, a falta de um líder para gerenciar e tomar atitudes exercendo o papel de mediador é que afeta a organização de uma forma negativa. Atualmente, a gestão de pessoas busca chegar a um consenso a respeito das partes envolvidas em um conflito e procura um ponto de equilíbrio, com o objetivo de atingir resultados positivos. Na gestão de conflitos, devem-se levar em consideração as varia- das formas que eles podem assumir, sendo que, para cada uma dessas formas, há um tratamento específico. Os principais tipos de conflitos dentro de uma corporação são: 150 Gestão estratégica de pessoas M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . • Conflitos individuais: quando duas ou mais opiniões opostas ocor- rem em um único indivíduo. Isso pode ser exemplificado com profis- sionais que têm de fazer escolhas e que sofrem com essa situação. • Conflitos entre indivíduos: quando dois ou mais indivíduos dentro da organização mostram posturas distintas, resultados de dife- renças de personalidade. • Conflitos entre indivíduo e grupo: quando um indivíduo não con- corda com as normas estabelecidas pelo grupo (principalmente comportamentais) ou com os valores encontrados na cultura or- ganizacional, o que faz com que ele assuma um lado oposto do grupo de trabalho ou de toda a organização. • Conflito entre grupos: é um frequente conflito nas empresas, ge- rado pela competição por recursos e pelos diferentes estilos gerenciais necessários para a operação eficaz de diferentes de- partamentos (BARBOSA, 2015). A administração de conflitos necessita de muita sensibilidade do mediador, que precisa perceber uma situação conflituosa, bem como saber em que estágio dela ele se encontra – há casos em que o conflito não é explícito, e não existe uma clara consciência da sua existência. A ação de um mediador é estabelecer um diálogo cuja premissa é que se devem desarmar as partes envolvidas e apresentar as diver- gências observadas, sempre em um clima amistoso. Depois de se criar um clima favorável, deve-se discutir o problema. Se alguma das partes se mostrar relutante, o negociador deve assimilar a posição, mas direcionando-a para a negociação que se quer, isto é, buscando um ponto em comum, voltado para a solução do problema, e focalizando os interesses de cada um dos lados, alinhando-os com os macro-objetivos da empresa. 151Liderança e cultura organizacional M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. 6 Os fatores determinantes do desempenho O desempenho humano depende de inúmeros fatores complexos que atuam entre si dinamicamente. Em uma determinada situação, na qual as metas foram estabelecidas e as tarefas foram desenhadas sob medida para determinada pessoa ou cargo, cada pessoa irá se esforçar de acordo com a sua motivação pessoal. Esse esforço só é eficaz se a pessoa possuir as habilidades necessárias para executar suas tarefas e se as condições do ambiente de trabalho forem propicias e ideais para que ela atinja seus objetivos. O desempenho é, então, consequência da motivação e do esforço individual para realizar as tarefas e atingir os objetivos propostos. A satisfação obtida pelo indivíduo funciona como um reforço po- sitivo para um novo desempenho, enquanto que a insatisfação ou a frustração funcionam como um reforço negativo. Daí a necessidade de alguns cuidados com que o gerente deve se preocupar, tais como: • desenvolver sistematicamente as habilidades e capacidades das pessoas como base fundamental para um desempenho eficiente e eficaz; • remover continuamente as restrições ambientais que possam afetar negativamente o desempenho humano, como o excesso de regras e regulamentos, a supervisão acentuada, os controles burocráticos, os métodos e procedimentos mecânicos e tradicionais, etc; • motivar e incentivar constantemente as pessoas para que elas deem o melhor de suas habilidades na execução de suas tarefas; • orientar o esforço das pessoas para um desempenho excelente ou, pelo menos, gradativamente excelente; • avaliar o resultado do desempenho alcançado e recompensá-lo imediatamente ou corrigi-lo adequadamente, sempre buscan- do um reforço positivo para um desempenho excelente. O mau desempenho deve ser fruto de uma profunda avaliação para se remover as causas e as origens da ineficiência ou da ineficácia. 152 Gestão estratégica de pessoas M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . A satisfação no trabalho é uma consequência do sucesso no desem- penho das tarefas e da recompensa recebida. A recompensa pode ser representada por estímulos externos – como elogio do gerente, reconhe- cimento do trabalho, imagem social do executante, prêmios ou gratifica- ções, oportunidades de promoção, etc. –, ou por estímulos provocados pela própria tarefa – como um desenho de cargo que promova variedade, identidade, significado, autonomia e retroação. Certamente, com essas dimensões, haverá uma grande possibilidade de que o executante tenha prazer e sucesso pessoal em realizar excelentemente uma tarefa. O desempenho pode ser melhorado por meio do próprio indivíduo, com pouca intervenção externa. Entretanto, essa intervenção deve ocorrer quando o desempenho não for satisfatório, a fim de buscar melhorias e resolução de problemas. A partir dessa condição, surge a necessidade de medir e de avaliar o desempenho humano com o obje- tivo de direcioná-lo continuamente rumo à excelência e à melhoria da qualidade de vida dentro da organização. Para a melhora do desempenho, pode-se: • identificar comportamentos que são desejados para a tarefa; • manter uma diversidade de recompensas; • informar a cada indivíduo o que deve ser realizado para ganhar tais recompensas; • reconhecer as diferenças individuais com relação às recompensas. 7 A teoria da motivação humana A pirâmide de Maslow é dividida em cinco níveis de necessidades. Na base, estão as primárias, aquelas relacionadas intimamente à vida. São as carências fisiológicas, relacionadas com a saúde física e mental. Na sequência, vêm as necessidades secundárias, que são relacionadas 153Liderança e cultura organizacional M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. à segurança, às relações sociais e à estima. Ocupando o topo da pirâ- mide estão as necessidades de realização pessoal. Explicando melhor cada uma, as fisiológicas são as necessidades do corpo humano, como excreção, respiração, comida, água, sono e abrigo. Já as de segurança são as necessidades humanas em se sentir seguro quanto à sua saúde, ao seu emprego, à sua famíliae à sua propriedade. As necessidades sociais são aquelas ligadas ao campo da afetividade e dos relacionamentos, o que inclui contato com a família, amigos e vida amorosa. As necessidades de estima dizem respeito tanto à autoestima e à confiança quanto às conquistas individuais. Por fim, as de realização pessoal, ou de autorrealização, englobam a criatividade, a moralidade, a solução de problemas, a ausência de preconceitos e a autovalorização (CHIAVENATO, 2005). Figura 3 – Pirâmide das necessidades de Maslow Satisfação fora do trabalho Educação Religião Passatempos Crescimento pessoal Aprovação da família Aprovação dos amigos Reconhecimento da comunidade Família Amigos Grupos sociais Comunidade Liberdade Segurança da violência Ausência de poluição Ausência de guerras Comida Água Sexo Sono e repouso Autorrealização Satisfação no trabalho Trabalho desafiante Diversidade e autonomia Participação nas decisões Crescimento pessoal Reconhecimento Responsabilidade Orgulho e reconhecimento Promoções Amizade dos colegas Interação com clientes Chefe amigável Trabalho seguro Remuneração e benefícios Permanência no emprego Horário de trabalho Intervalo de descanso Conforto físico A B C D E A B C D EEstima Sociais Segurança Fisiológicas Fonte: Chiavenato (2005, p. 418). 154 Gestão estratégica de pessoas M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . Como hierarquiza as necessidades de modo prático e lógico, a teoria de Maslow é considerada uma das principais formas de entender como funciona a motivação humana. Segundo essa tese, partindo das ne- cessidades básicas, os indivíduos precisam satisfazer pelo menos par- cialmente aquelas de nível mais baixo para avançar para as dos níveis acima. O que determinará as prioridades das pessoas são as experiên- cias vivenciadas em dado momento de sua vida (CHIAVENATO, 2005). Chiavenato (2005) diz que, para Herzberg, a motivação das pessoas para o trabalho dependerá de dois fatores: os higiênicos, que correspon- dem ao contexto do trabalho, e os motivacionais, que correspondem ao cargo, às tarefas e às atividades relacionadas ao cargo. Para exemplificar, pode-se citar um funcionário em início de carreira que somente quer ganhar experiência e manter as suas necessidades básicas. Se ele conseguir um trabalho que ofereça as circunstâncias e um salário suficiente para isso, estará satisfeito. Já pessoas que têm certa estabilidade econômica tendem a procurar por empregos nos quais possam preencher outras carências, como satisfação pessoal, desenvolvimentos profissional e pessoal e autorrealização. A aplicação da teoria da pirâmide de Maslow na administração do capital humano exige que a organização primeiramente identifique em que ponto da carreira o colaborador está e qual a sua necessidade, e isso vai desde compensação financeira até meios que o permita ter cria- tividade e autonomia na realização de suas atividades, suprindo suas necessidades pessoais e sociais. Ao investir na motivação e na realiza- ção de seus funcionários, a corporação garante uma equipe produtiva, eficaz, capaz de solucionar problemas e de criar maneiras que a façam se destacar ainda mais no mercado (CHIAVENATO, 2005). Considerações finais A liderança organizacional é muito importante para a organização. É por meio dela que os colaboradores conseguem trabalhar em equi- pe com excelência e focar para atingir determinados objetivos juntos. 155Liderança e cultura organizacional M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Um excelente líder deve intervir nos processos e instruir pessoas para que estas possam desempenhar, com excelência, as suas atividades. Liderar significa estar disposto a articular a visão organizacional e a inspirar as pessoas a se unirem. Uma organização que possui um líder malpreparado pode colocar toda a organização em risco, uma vez que ele é responsável por garantir que os objetivos da organização sejam atingidos e os colaboradores es- tejam empenhados e motivados. É de extrema importância que os valo- res da organização estejam definidos por meio da cultura organizacional. Colaboradores que estão cientes dessa cultura se tornam muito mais responsáveis e comprometidos com a organização e com seus objetivos. Referências BARBOSA, Ricardo M. Administradores – O portal da administração. Administração de conflitos empresariais: como agir de forma estratégica? 2015. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/ administracao-de-conflitos-empresariais-como-agir-de-forma-estrategica/ 84072/>. Acesso em: 4 jul. 2017. BENNIS, Warren; NANUS, Burt. Líderes: estratégias para assumir a verdadeira liderança. São Paulo: Habra, 1988. BERGAMINI, Cecília W. Liderança: administração do sentido. 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