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-Apostila- E2 M4 - CENTRO_231009_203351

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Etapa 2
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SUMÁRIO
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 O coração no RX
Aumento da região hilar:
linfonodomegalias
Aumento da região hilar:
hipertensão pulmonar
Massas mediastinais
Parênquima
 O coração no RX
(cardiomegalia, dextrocardia,
 AE, AD, VE, VD)
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ANOTAÇÕES
O coração no RX (cardiomegalia, dextrocardia, AE, AD, VE, VD).
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Radiografias de tórax, em PA e perfil, demonstrando a anatomia cardíaca.
O módulo 4 da segunda etapa do Curso de Radiografia Você Radiologista aborda a letra C do mnemônico de
avaliação do tórax, ABCDE, que corresponde ao coração e ao centro.
Vamos falar da principal estrutura do C, no mnemônico, o coração. Para isso, devemos relembrar sua anatomia.
A margem direita do coração é composta pelo átrio direito e pela veia cava superior, enquanto a inferior vai 
subindo através do diafragma. O ventrículo direito não dá pra ser bem visualizado no PA, pois fica atrás do 
esterno, juntamente com a artéria pulmonar. Mas, no perfil, o ventrículo direito e a artéria pulmonar fazem a 
margem anterior do coração. No PA, o átrio esquerdo também é difícil de ser visualizado, porque ele é mais 
posterior, mas, junto com o ventrículo direito, formam a margem cardíaca esquerda. A aorta, por fim, sai do 
ventrículo esquerdo e forma o botão aórtico, que é visualizado na radiografia, assim como a aorta descendente.
ANOTAÇÕES
Radiografia de tórax – o índice cárdio-torácico é determinado pela razão entre o tamanho da seta 
vermelha (maior diâmetro entre as margens cardíacas) e o tamanho da seta preta (maior diâmetro
interno ao arcabouço torácico). A segunda radiografia mostra como calcular a maior distância
entre as margens, caso haja uma região que está mais alongada.
Devemos lembrar, ainda, do índice cárdio-torácico, calculado pela razão entre as o maior diâmetro das margens
cardíacas e o maior diâmetro interno do tórax, que deve ser menor do que 0,5. Outra maneira de fazer essa 
correlação, de maneira mais simples, é imaginar a projeção cardíaca dentro de somente um hemitórax – se for 
possível, esse índice é menor que 0,5, ou seja, é normal. Se esse índice for maior do que 0,5, no adulto, podemos
pensar em uma cardiomegalia. Caso seja difícil de calcular a maior distância entre as margens cardíacas, 
podemos traçar uma linha perpendicular aos processos espinhosos e calcular a distância entre uma margem
cardíaca até essa linha, e somar com a distância da outra margem até essa mesma linha.
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ANOTAÇÕES
Raio-X em PA de um paciente dextrocárdico.
Nem todo coração tem seu ápice voltado para esquerda – a variação anatômica onde o coração é virado para a
direita é chamada de dextrocardia. Para fazer esse diagnóstico na radiografia, é simples – basta se atentar à 
marcação de lateralidade. Se o coração estiver apontado para a direita, é dextrocardia. Para diferenciar 
dextrocardia de um situs inversus totalis são necessárias mais informações, porque somente o raio-X dificulta esse
detecção, e se não tiver como, basta colocar a dextrocardia. Uma tomografia pode ajudar a detectar se é somente
o coração ou se são todos os órgãos, mas geralmente não se pede uma tomografia para fazer essa confirmação,
afinal, uma ultrassonografia também funciona.
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ANOTAÇÕES
Raio-X de tórax em PA apresentando um aumento do átrio esquerdo. 
Note a presença do sinal do duplo contorno, o alargamento do ângulo 
carinal e o abaulamento do arco médio.
O aumento do átrio esquerdo pode ser identificado por múltiplos sinais: o sinal do duplo contorno, como se
houvessem dois componentes distintos na margem cardíaca direita; alargamento do ângulo carinal, por
compressão direta do átrio esquerdo – causando o sinal da bailarina, no PA, e o sinal do homem caminhando,
no perfil, pelo “afastamento das pernas dos brônquios” acima de 90o; e abaulamento do arco médio, que é
composto pelo átrio esquerdo, na margem cardíaca esquerda. O átrio esquerdo é um componente importante
da margem posterior do coração, então, se aumentado, no perfil vemos um grande abaulamento na parte
posterior. Se o crescimento for suficiente, o átrio pode comprimir o esôfago, que passa posteriormente a ele,
causando disfagia. Além disso, podemos usar também a regra dos quatro dedos, que diz que a distância 
entre o brônquio esquerdo e a margem do átrio esquerdo deve ser menor do 7 cm (ou quatro dedos). Contudo,
nem sempre esse contorno será visível, pois não é em todos os casos que há sinal do duplo contorno, então
nem sempre essa regra é aplicável. Um último sinal que pode ser visto é o sinal do escape atrial, que ocorre
em pacientes avançados, que provavelmente já têm o diagnóstico. O átrio está tão crescido que a margem
direita se torna composta pelo átrio esquerdo, originando este sinal.
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ANOTAÇÕES
Já o aumento do ventrículo esquerdo apresenta outros sinais, como o ápice cardíaco apontando inferiormente,
e o sinal de Hoffman-Rigler. Esse sinal consiste em um ventrículo que se estende além de 1,8 cm (ou 2 cm) da
borda superior da veia cava inferior, e 2 cm acima da intersecção entre o ventrículo e a veia cava inferior. Se
houver ventrículo além dessa faixa, constata-se um aumento de VE.
Radiografias de tórax de um paciente com aumento do ventrículo esquerdo. Note como é visto o
sinal de Hoffman-Rigler, na segunda imagem.
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ANOTAÇÕES
O aumento de átrio direito nem sempre é visível ao raio-X, mas pode ter uma análise subjetiva. Traça-se uma
linha entre os processos espinhosos e mede-se a maior distância até a margem direita do coração: se estiver
maior que 5,5 cm, há aumento do átrio direito. As referências variam em relação a esse número, mas é 
possível ter muitas variações nessa distância, até no posicionamento do paciente. Normalmente, quando 
encontramos esse sinal, também há sinais de aumento do ventrículo direito.
Radiografia demonstrando como se observa se há crescimento do átrio direito.
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ANOTAÇÕES
Os aumentos do ventrículo direito, por sua vez, também nem sempre são vistos no raio-X, mas, em alguns casos, 
podemos ver um coração “em bota”, ou seja, um coração com o ápice mais voltado para cima. Outro sinal, bem
proeminente, visto no perfil, é o qual o coração “escala” mais de 1/3 do esterno, obliterando o espaço claro 
retroesternal. Para verificar isso, traçamos uma linha do seio costofrênico à altura da traqueia em que ela se
equipara ao nível do esterno – se o coração encosta no tórax em mais de 1/3 desse espaço, há aumento de
ventrículo direito. Por fim, se houver aumento do índice cardiotorácico mas com sinal Hoffman-Rigler negativo, 
devemos pensar em aumento de VD.
Radiografias de tórax, em PA e perfil, de um paciente com aumento de VD. Observe o coração em bota, 
em PA, e no perfil, o coração escalando mais de 1/3 do esterno.
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Numa radiografia de tórax, também é imprescindível o reconhecimento de um dispositivo muito importante – o 
marca-passo, além de identificar possíveis falhas deste. Ao implantar um marca-passo, geralmente é utilizada a
parede torácica anterior para alocar o gerador do impulso. Entretanto, o mais importante a ser notado é onde
está a extremidade do fio-condutor, que irá transmitir o impulso elétrico até o coração. Alguns marca-passos
podem ser posicionados para chocar o átrio direito, alguns para o ventrículo direito e, mais raramente, para o
ventrículo esquerdo. Além disso, há também o marca-passo epicárdico,que não adentra o coração, e sim se adere
por fora dele. Ademais, podemos ter marca-passos unicamerais – que a extremidade está em apenas uma câmera,
bicamerais, estando um no átrio e um no ventrículo, ou biventriculares, com extremidades em ambos os ventrículos.
Radiografias de tórax de pacientes com marca-passos unicameral, bicameral e biventricular, respectivamente.
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ANOTAÇÕES
Para saber se a posição dos fios está correta são necessários raios-X em PA e também em perfil. Os marca-passos
atriais geralmente fazem uma curva superiormente, a qual é normal, enquanto os que se encontram no ventrículo 
direito descem de maneira reta, como se fossem em direção ao ápice cardíaco, no PA. Os que vão ao ventrículo 
esquerdo, por sua vez, têm de fazer uma curva, para entrar no seio coronariano, e então chegarem ao VE. No perfil
podemos ver a curva que os fios que vão para o átrio devem fazer, empinando-se para cima, enquanto os que vão
ao ventrículo direito devem se direcionar à frente, para a parede torácica anterior. Caso não estejam nessa posição,
estão mal posicionados.
Radiografias de tórax de pacientes com marca-passos. As duas primeiras demonstram
a colocação correta dos fios, enquanto as duas ultimas, em PA e perfil, mostram um 
marca-passo ventricular mal-posicionado. Ao invés de ir em direção à parede anterior,
o fio sobe, em direção à artéria pulmonar.
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Os fios do marca-passo podem estar mal posicionados não somente por equívoco do médico, mas também pode 
ocorrer por mal uso do paciente: se o paciente girar o gerador, que está no subcutâneo, consciente ou
inconscientemente, o fio será retraído, e sairá de sua posição inicial. O nome disso é síndrome de Twiddler.
Além disso, pode haver fratura dos componentes do marca-passo, vista como uma descontinuidade no fio. Outra 
complicação é quando há o desacoplamento do pino terminal, que liga o gerador ao fio-condutor. 
Radiografias de tórax, em momentos diferentes, de um paciente com síndrome de Twiddler. Na primeira imagem o
marca-passo está bem posicionado, e na segunda está girado, com o fio para fora do coração.
A primeira radiografia é de um paciente com um marca-passo fraturado, enquanto a segunda mostra um 
marca-passo sem seu pino terminal. A última figura mostra o pino terminal, quando bem acoplado.
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Raio-X de um paciente com desfibrilador implantável. Observe as bobinas, apontadas pelas setas. 
Por fim, devemos relembrar a anatomia das valvas cardíacas para adentrarmos em suas patologias e reconhecermos
valvas implantadas. Existem 4 valvas: mitral, tricúspide, aórtica e pulmonar. As valvas aórtica e mitral são esquerdas,
e para encontrá-las, no PA, podemos traçar uma linha do seio costofrênico direito ao arco médio do coração – acima
dessa linha temos a valva aórtica, e abaixo a mitral. Já no perfil traçamos uma linha do ápice do coração até a carina
da traqueia – acima da linha encontramos a valva aórtica, e abaixo a mitral, tal qual no PA. O problema com essa 
relação é que existem as outras duas valvas, que podem se confundir. A dica para isso é que a valva pulmonar é a que
se encontra mais superiormente a todas, enquanto a tricúspide encontra-se no meio dessas linhas imaginárias que
foram traçadas. No PA, além da pulmonar ser a mais superior, ela também é cortada pela linha imaginária.
Radiografias de tórax em PA e perfil, demonstrando a localização das valvas. AO = valva aórtica; 
M = valva mitral; P = valva pulmonar; T = valva tricúspide.
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Outro dispositivo implantável no tórax é o desfibrilador. É importante sabermos diferenciá-lo de um marca-passo: os 
geradores podem ser idênticos, mas o desfibrilador implantável apresenta duas bobinas de choque. Essas bobinas 
são vistas como duas áreas mais espessadas no fio, sendo uma na topografia da veia cava superior, e a segunda no
ventrículo.
ANOTAÇÕES
Outra maneira de lembrar essa relação é que, no PA, a pulmonar é a mais superior, seguida da aórtica, mitral e por 
fim, a tricúspide. Assim, podemos lembrar do PAM – que nos remete ao som do batimento cardíaco. A tricúspide não
entra no mnemônico, mas é só recordar que ela estará sempre tracejada.
Raio-X de tórax em PA e em perfil, onde podemos visualizar as valvas cardíacas. As imagens 
acima são as representações de cada uma delas.
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ANOTAÇÕES
Em raio-X de tórax também podemos identificar pacientes que foram submetidos a esternorrafia. Podemos visualizar 
fios metálicos na projeção do esterno. Esses fios podem ser vistos nos raios-X anteriores, e estão marcados nas 
radiografias a seguir:
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Além dos já citados, existem outros dispositivos cardíacos que podem ser identificados na radiografia. 
Os dispositivos de assistência ventricular são grosseiros, com aspecto de canos ou tubos. Esses dispositivos servem 
para levar o sangue de um lado ao outro, no coração, e são utilizados em pacientes que precisam de transplante 
cardíaco, mas, por algum motivo, ainda não o fizeram. Podem ser encontrados em pacientes graves. Ademais, 
existem dispositivos mistos, que são tanto desfibriladores implantáveis quanto marca-passos: basicamente 
consistem na estrutura de um desfibrilador, com o fio e suas bobinas, mas com um fio extra, sem bobinas, atuando 
como o marca-passo. Por fim, podemos ainda visualizar clipes valvulares, que parecem pregadores na topografia 
das valvas, gravadores de ciclo cardíaco e uma “rede” ventricular. Os gravadores de ciclo cardíaco, ou de ritmo 
cardíaco, parecem cápsulas, como pilhas, dentro do paciente. Esses dispositivos servem para o cardiologista 
monitorizar o ritmo cardíaco do paciente. A rede ventricular, por sua vez, assim como os dispositivos de assistência 
ventricular, ajudam os pacientes que são cardiopatas severos.
Radiografias de tórax demonstrando alguns dispositivos cardíacos. Respectivamente
temos o dispositivo de assistência ventricular, o clipe valvular, o gravador de ritmo 
cardíaco e a rede ventricular.
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Parênquima
Aumento da região hilar:
linfonodomegalias
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Aumento da região hilar: linfonodomegalias
ANOTAÇÕES
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Representação da faixa paratraqueal direita e sua demarcação no raio-X de tórax, feita pelas setas.
Agora que falamos do coração, falaremos do mediastino, o outro componente do C no mnemônico ABCDE.
Para reconhecermos uma região hilar aumentada, precisamos, primeiro, saber reconhecer a s estruturas 
mediastinais normais no raio-X. A primeira dessas estruturas é a faixa paratraqueal direita, que surge 
aproximadamente na altura das clavículas, e se estende até o ângulo traqueobrônquico direito. Essa faixa 
geralmente é bem fina e densa, paralela à traqueia, e é formada pelo contato da parede da traqueia com o
parênquima pulmonar, cheio de ar. O contraste da densidade da parede da traqueia com a densidade do 
parênquima pulmonar transparente, forma essa interface, vista como linear numa radiografia em PA. Uma faixa
paratraqueal direita normal deve ter menos do que 4 mm de espessura.
Radiografia de tórax em PA de uma faixa paratraqueal direita alterada.
ANOTAÇÕES
Uma das causas de aumento da região hilar é a linfonodomegalia, então devemos aprender a reconhecer os 
linfonodos aumentados no raio-X. Na região da faixa paratraqueal direita, há muitos linfonodos, que são
pequenos e invisíveis ao raio-X e à tomografia. Contudo, se os linfonodos crescerem, eles se tornam visíveis a
ponto de abaular a faixa paratraqueal, aumentando essa espessura. Outras causas de abaulamento da faixa
paratraqueal incluem tumores, principalmente os que vêm do mediastino anterior, como um bócio tireoidiano. 
Esses linfonodos ou tumores“ocupam” o lugar da traqueia no contraste com o parênquima pulmonar, 
deslocando, assim, a faixa paratraqueal e causando seu abaulamento.
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ANOTAÇÕES
Assim como existe a faixa paratraqueal direita, também existe a faixa paratraqueal esquerda, do outro lado da
traqueia. Todavia, ela é menos comum de ser vista no raio-X, mas funciona igualmente à direita. Desse modo,
linfonodomegalias e tumores também podem causar abaulamentos dessa faixa.
A linfonodomegalia e os tumores que abaulam as faixas paratraqueais também podem fazer desvios traqueais,
então preste atenção se a causa desse desvio é uma atelectasia ou um derrame maciço, ou se não são massas
mediastinais.
Representação da faixa paratraqueal esquerda e sua demarcação no raio-X de tórax,
 feita pelas setas e pela linha.
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Além disso, devemos conhecer a faixa aortopulmonar, que é uma linha que se estende do botão aórtico até a 
artéria pulmonar. Essa linha aparece pela mesma razão, o contraste dos pulmões, mas dessa vez, com as artérias
aorta e pulmonar. A faixa aortopulmonar nem sempre é visível, e isso é normal.
A faixa aortopulmonar se apresenta alterada quando ela está desviada, abaulada, pela presença de linfonodos
ou tumores mediastinais. A interface criada entre essas estruturas e o pulmão é que forma, dessa vez, a faixa
aortopulmonar alterada.
Representação da faixa aortopulmonar e sua demarcação no raio-X de tórax, feita pelas setas.
Radiografia de tórax em PA de uma faixa aortopulmonar alterada, apontada pelas setas.
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A janela aortopulmonar tem nome parecido da faixa aortopulmonar, mas são coisas diferentes. A janela 
aortopulmonar é um espaço, formado entre a aorta ascendente, descendente, a artéria pulmonar, a traqueia e o
esôfago, vista na tomografia em corte axial. Uma lesão na janela aortopulmonar pode crescer e aparecer à
esquerda no raio-X, ou até aparecer à direita, se crescer nessa direção. A janela aortopulmonar, diferente da faixa,
não é visível no raio-X, mas devemos estipular sua localização.
Tomografia em corte axial, com a janela aortopulmonar destacada pelo asterisco. A radiografia
também demonstra a posição da janela aortopulmonar pelo asterisco, mas não conseguimos 
visualizá-la. A faixa pulmonar está marcada pelas setas, em ambos os exames.
ANOTAÇÕES
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Quando a janela aortopulmonar está alterada podemos ver um abaulamento logo abaixo do botão aórtico, 
alterando o ângulo formado entre o botão aórtico e a artéria pulmonar. Caso isso ocorra, indica que há algo
ocupando espaço na janela aortopulmonar – seja um aneurisma, um tumor ou linfonodomegalia. Quando há 
alteração da janela, assim como das faixas, devemos complementar com uma tomografia para saber o que está
causando essa alteração.
ANOTAÇÕES
Radiografia de tórax mostrando uma janela aortopulmonar alterada, apontada pela seta. A tomografia
mostra o tumor que abaula a janela. Esse tumor cresceu tanto que tambem abaula a faixa paratraqueal
direita, mostrada no RX pelo asterisco.
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Agora que temos a base de alguns componentes mediastinais, vamos falar dos hilos pulmonares. Os hilos são 
formados por linfonodos, pela artéria pulmonar, pelos brônquios e pelas veias pulmonares, superiores e 
inferiores. Dessa forma, não é a toa que as principais doenças que aumentam o hilo pulmonar são doenças 
dessas estruturas, ou seja, linfonodomegalias, dilatações da artéria pulmonar e carcinoma broncogênico.
Para reconhecer uma linfonodomegalia, devemos notar alguns sinais: a perda do aspecto côncavo do hilo
pulmonar, que pode ser um sinal precoce, se tornando lobulado; um hilo maior do que o outro; um hilo mais
denso que o outro. Outras causas de aumento de hilo existem, mas normalmente não deixam o hilo lobulado,
como na linfonodomegalia.
ANOTAÇÕES
Radiografia de tórax de um paciente com linfonodomegalia – observe que o 
hilo pulmonar direito está mais denso e maior que o esquerdo.
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Além disso, se a linfonodomegalia for paratraqueal veremos um abaulamento das linhas paratraqueais. Porém,
esse sinal também pode ser causado por tumores mediastinais.
ANOTAÇÕES
Radiografia de tórax em PA de um paciente com linofonomegalia paratraqueal 
– vista pelo abaulamento das faixas paratraqueais direita e esquerda, e hilar, 
já que o hilo direito está maior e mais denso que o esquerdo.
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Ademais, se um hilo estiver em uma altura diferente do normal, também devemos pensar que há alguma
alteração causando isto. Normalmente o hilo esquerdo é um pouco mais alto que o direito. Para avaliar isso
devemos observar o ponto hilar – visto pelo ângulo formado entre as artérias hilares. Se o ângulo da direita
estiver mais baixo que o esquerdo, está normal, mas se estiverem equiparados, ou o esquerdo estiver mais
baixo, há alteração.
ANOTAÇÕES
Radiografias de tórax de um paciente com linfonodomegalia hilar, vista pela elevação do ponto 
hilar direito, que deveria ser mais baixo que o esquerdo.
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Aumento da região hilar:
hipertensão pulmonar
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Aumento da região hilar: hipertensão pulmonar
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Radiografias de tórax, em PA e perfil, de um paciente com dilatação da artéria pulmonar,
causada por hipertensão pulmonar, gerando aumento do hilo.
Dando continuidade ao módulo que trata do coração e do mediastino, do Curso de Radiografia Você 
Radiologsita, vamos falar da hipertensão pulmonar, que é uma das causas de aumento da região hilar.
A hipertensão pulmonar causa aumento dos hilos, e em graus severos, causa aumento das câmaras cardíacas
direitas, vistos no raio-X. A hipertensão pulmonar causa aumento da pressão dos vasos arteriais pulmonares,
repercutindo, por consequência, no ventrículo direito. Dessa forma, uma das principais causas de insuficiência
cardíaca direita é a hipertensão pulmonar.
O aumento do hilo causado na hipertensão pulmonar não tem aspecto lobulado, como ocorre na
linfonodomegalia, mas tem um aspecto liso. Isso ocorre por conta da dilatação da artéria pulmonar. O arco 
da artéria pulmonar, que fica logo inferior ao arco da aorta, no arco médio, se mostra abaulado, e o hilo
contralateral também se mostra aumentado, sendo esses sinais clássicos de hipertensão pulmonar.
O aumento hilar também pode ser visto no perfil, com um hilo grande e denso. Outro sinal de hipertensão 
pulmonar, bem subjetivo, é o pruning – que é quando os vasos pulmonares que saem do hilo se tornam 
afilados de forma súbita. Ainda podemos avaliar a artéria interlobar, que deve ter, em situações normais,
menos que 1,5 cm. Para isso, medimos da margem lateral até o brônquio intermédio. Além disso, também 
devemos estar atentos a sinais de aumento das câmaras cardíacas direitas, como quando o ventrículo direito
escala mais de 1/3 do esterno.
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ANOTAÇÕES
Tomografia de tórax em corte axial, mostrando o diâmetro do tronco da artéria pulmonar,
marcado em azul, maior do que o diâmetro da artéria aorta ascendente, em vermelho.
Em uma tomografia de corte axial podemos ver o aumento do diâmetro do tronco da artéria pulmonar, em
que se torna maior que o diâmetro da aorta ascendente, na hipertensão pulmonar. Outro parâmetro a ser 
usado é de 2,9 cm de diâmetro, mas esses valores variam de referência para referência. Esse é um dos sinais
mais confiáveis na imagem, mas a ausência dele não afasta o diagnóstico de hipertensão pulmonar em fases
iniciais. Se o paciente tiver fibrose pulmonar, o diâmetro do tronco pulmonar maior do que 2,9 cm é pouco
confiável, sendo confiável somente se for maior do que a aorta.
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Massas mediastinais
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Massas mediastinais
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Radiografias de tórax, em perfil e PA, mostrando a visualização do mediastino e da veia ázigos.
Na primeira imagem podemos ainda identificar as divisões mediastinais: mediastino anterior
em amarelo, mediastino médio/posterior em azul, e a região paravertebral em verde.
A última aula do módulo 4 do Curso de Radiografia Você Radiologista irá completar os conhecimentos sobre
o mediastino no raio-X, bem como tratar das massas mediastinais.
Antes de tudo, devemos relembrar a anatomia do mediastino, que pode variar em cada referência. Desse 
modo, aprenderemos a anatomia mediastinal baseado no que diz o Colégio Brasileiro de Radiologia. O 
mediastino pode ser dividido em três porções: anterior, médio/posterior e região paravertebral. Outras 
referências podem dividi-los em apenas anterior, médio e posterior. A região anterior vai da parede anterior 
da traqueia e da margem cardíaca posterior, até a parede torácica anterior. Assim, a porção anterior abriga o
coração, a artéria pulmonar, linfonodos e uma parte do arco aórtico. A região paravertebral vai de 1 cm 
posterior à margem anterior do corpo vertebral, até a parede torácica posterior. Dessa forma, as estruturas
paravertebrais e posteriores ao mediastino fazem parte dessa região. As vértebras em si não são consideradas
estruturas mediastinais. Por fim, a porção médio/posterior do mediastino engloba o que se encontra no meio 
dessas outras áreas, como a traqueia, o esôfago, os hilos pulmonares, linfonodos e nervos. Devemos lembrar,
ainda, que abaixo da faixa paratraqueal, no ângulo traqueobrônquico, há uma estrutura mais densa,
 a veia ázigos. 
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Radiografia em PA de um paciente com coxim gorduroso epicárdico.
Existem alguns parâmetros que podemos utilizar para avaliar alargamento mediastinal, como a própria faixa
paratraqueal, que deve estar normalizada, menor que 4 mm, e o pedículo vascular, que deve ser menor que
7 cm de diâmetro.
As causas mais importantes de alargamento do mediastino anterior são consagradas em um mnemônico, os
4 Ts: linfonodomegalias (Terrível linfoma), tumor tímico (Timoma), bócio tireoidiano (Tireoide) e tumor de 
células germinativas, sendo o Teratoma o principal deles. 
As causas de alargamento mediastinal incluem situações e patologias que aumentem as estruturas mediastinais
ou que aumentem as estruturas adjacentes. Assim, as causas mais importantes e proeminentes são: 
linfonodomegalia, aneurisma ou dissecção de aorta, dilatação esofágica, bócio tireoidiano e timoma. Se o
alargamento mediastinal for mais superior podemos reduzir nossas opções, pensando em linfonodomegalia
paratraqueal, bócio tireoidiano e tumor tímico. Enquanto um alargamento mediastinal inferior pode nos
levar a pensar em linfonodomegalia hilar, linfonodomegalia da janela aortopulmonar, aneurisma ou
dissecção de aorta, dilatação esofágica ou tumor tímico.
Além dessas causas, existem também outras, como o coxim gorduroso epicárdico, que não é lesão, não 
precisa estar no laudo, mas pode se parecer com uma lesão. O coxim gorduroso apesar de ser denso, não 
apaga marcas vasculares, como as consolidações. Ademais, podemos ver que o centro dessa “massa” é o 
seio cardiofrênico.
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Raio-X em PA de um paciente com eventração diafragmática direita.
Radiografias, em PA e perfil, de um paciente com um cisto pericárdico.
Outra causa de alargamento de mediastino anterior que não é patológica é a eventração diafragmática.
Nos pacientes que têm eventração diafragmática, podemos ver uma das hemicúpulas divididas, como se
fossem duas cúpulas em uma, formando dois “morros”. A eventração diafragmática pode causar alargamento
de mediastino anterior mas é normal, e nem precisa ser colocada no laudo, assim como o coxim gorduroso.
O cisto pericárdico pode lembrar um coxim gorduroso pela sua densidade, mas ele possui margens 
arredondadas, o que não ocorre com o coxim.
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Radiografia de tórax de um paciente com uma massa mediastinal. Observe o hilo, mais denso, apontado
pela seta branca, formando o sinal do hilo sobreposto. Note, ainda, que acima da clavícula a massa está
mal definida, indicando que está no mediastino anterior, comprovado pela tomografia.
Representação da linha de junção anterior e sua demarcação no raio-X
 de tórax, feita pelas setas.
Existem alguns sinais que podem nos ajudar a localizar as lesões no mediastino. O sinal do hilo sobreposto é
quando conseguimos enxergar a margem do hilo através de uma massa mediastinal – isso significa que a
massa não está no mediastino médio. Ou seja, se há sinal do hilo sobreposto, a massa deve estar no
mediastino anterior ou na região paravertebral. Quando a lesão se estende acima da clavícula e está na
região paravertebral, ela é muito visível e bem delimitável. Mas, se essa lesão estiver na região paravertebral,
acima da clavícula ela perde sua definição e seus contornos.
Para continuar falando de mediastino, existem ainda alguns conceitos que devem ser elucidados. Existem 
algumas outras linhas que devemos ter conhecimento, para não confundirmos com lesões. A linha de junção
anterior é uma estrutura normal que se forma no raio-X abaixo do nível das clavículas, pelo encontro dos dois
pulmões, e das pleuras, por consequência. Além da linha de junção anterior, há também a linha de junção
posterior, que fica acima do nível das clavículas.
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ANOTAÇÕES
Raio-X de um paciente com abaulamento da janela aortopulmonar, causado por um aneurisma 
sacular do arco da aorta, visto na tomografia em corte axial.
Representação das linhas paraespinhais direita e esquerda, respectivamente, e suas demarcações 
nas radiografias de tórax, feita pelas setas.
Agora podemos falar das estruturas do mediastino médio, que incluem as faixas paratraqueais, a veia ázigos,
a linha e a janela aortopulmonares, e os hilos pulmonares. Dessa forma, lesões que abaúlam essas linhas e
janelas estão no mediastino médio.
Por fim, para falarmos de mediastino posterior ou região paravertebral, devemos falar de mais algumas linhas:
as primeiras são as linhas paraespinhais direita e esquerda. Como o próprio nome diz, são linhas laterais e
paralelas aos corpos vertebrais e à medula espinhal. Elas são formadas pelo contato do pulmão com as vértebras. 
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Raio-X de tórax de um paciente com abaulamento das linhas paraespinhais direita e esquerda,
que é visto na tomografia como um abscesso paraespinhal.
Radiografia de tórax apontando a linha traqueal posterior, através das setas.
Não é sempre que essas linhas serão visíveis, assim como as demais. Não há uma referência exata para o 
aumento de tamanho dessas linhas, mas, se alteradas, conseguimos ver seu espessamento, se tornando estruturas
mais globosas.
Outra linha importante a ser discutida é a linha traqueal posterior ou linha traqueoesofágica. Assim como as
outras linhas, essa também é formada pelo contraste da densidade pulmonar, mas, dessa vez, com a região
mediastinal da traqueia e do esôfago. Assim como as outras, quando há lesões nessa região, a faixa se 
apresenta espessada.
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Radiografia e tomografia de tórax mostrando a localização da faixa da parede posterior 
do brônquio intermédio.
Representação do recesso azigoesofágico e suas demarcações na radiografia e tomografia de tórax,
feita pelas setas.
Ademais, temos também a faixa da parede posterior do brônquio intermédio. Essa faixa se encontra inferiormente
à linha traqueoesofágica, abaixo da carina, onde surge o brônquio intermédio, ao lado direito. A parede posterior
do brônquio intermédio produz essa linha em contatocom o parênquima pulmonar.
Por fim, temos o recesso azigoesofágico, que é outra estrutura anatômica normal. A veia ázigos, que para no
ângulo traqueobrônquico, sobe desde o abdome. O esôfago, por sua vez, desce próximo à veia ázigos. 
O pulmão, então, entra em contato com essas duas estruturas, e cria-se uma faixa, pelo contraste do ar
dentro do pulmão, com a parede do esôfago e da veia. A veia ázigos pode fazer um contorno pelo mediastino
e ir até o pulmão, ou pode ir direto até o pulmão, fazendo uma fissura, a chamada fissura acessória da ázigos
 – se se criar um lobo, é o lobo da ázigos.
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ANOTAÇÕES
Radiografia de um paciente com abaulamento do recesso azigoesofágico.
Um tumor nessa região pode abaular o recesso azigoesofágico, e até alargar o ângulo carinal e fazer um sinal da
bailarina. Essa situação pode lembrar um aumento de átrio esquerdo, mas não há abaulamento do arco médio
cardíaco.
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