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Assim, os analistas devem ser sensíveis aos fenômenos interacionais, observando detalhes e conexões estruturais existentes no processo interativo. A estrutura conversacional pode ser focalizada em três níveis: Macronível: estuda as fases conversacionais, que são a abertura, o fechamento e a parte central e o tema central e subtemas da conversação. Nível médio: investiga o turno conversacional, a tomada de turnos, a sequência conversacional, os atos de fala e os marcadores conversacionais. Micronível: analisa os elementos internos do ato de fala, que constituem sua estrutura sintática, lexical, fonológica e prosódica. Dionísio (2001) assevera que a conversa espontânea se constroi a cada intervenção dos interlocutores, de modo que a elaboração e a produção ocorrem simultaneamente, no mesmo eixo temporal. As contribuições dos falantes devem demonstrar uma relação com o curso da conversa, pois a conversação é uma atividade semântica, um processo de produção de sentidos altamente estruturado e funcionalmente motivado. A compreensão, na interação verbal face a face, resulta de um processo conjunto dos interlocutores em atividades colaborativas – não necessariamente caracterizadas pela concordância – e coordenadas de co- produção de sentido e não de uma simples interpretação semântica de enunciados proferidos. LEITURA COMPLEMENTAR Para a compreensão de como é feito o tratamento e a análise de conversações, leia o texto “Análise de conversação em uma entrevista: interação entre falantes”. (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.) ANÁLISE SEMIOLINGUÍSTICA DO DISCURSO A perspectiva Semiolinguística da Análise do Discurso tem Patrick Charaudeau (2010) como nome proeminente. Embora tenha origem francesa, ela se afasta da AD francesa por ter um viés fundamentalmente pragmático, negando, sobretudo, a concepção de um sujeito assujeitado, ao postular que o sujeito tem o domínio das regras e das estratégias para que a comunicação possa se processar. A abordagem semiolinguística constitui-se no cotejo e na integração de abordagens linguísticas e semióticas que, a princípio, seriam antinomias inconciliáveis, quais sejam: Em relação ao Objeto de estudo: - A linguagem como um objeto transparente - A linguagem como um objeto não transparente Em relação ao Método: 80