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Formando Multiplicadores do Bem

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Título livro
FORMANDO
MULTIPLICADORES 
DO BEM
PATRÍCIA FERREIRA DO AMARAL
PLANEJAMENTO, GESTÃO 
TRIBUTÁRIA E COMPLIANCE
FORMANDO
MULTIPLICADORES 
DO BEM
EDUCANDO 
PARA A PAZ
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MBA
PLANEJAMENTO, GESTÃO TRIBUTÁRIA E COMPLIANCE
2022
Patrícia Ferreira do Amaral
PRESIDENTE 
Frei Thiago Alexandre Hayakawa, OFM
DIRETOR GERAL 
Jorge Apóstolos Siarcos 
REITOR 
Frei Gilberto Gonçalves Garcia, OFM 
VICE-REITOR 
Frei Thiago Alexandre Hayakawa, OFM
PRÓ-REITOR DE ADMINISTRAÇÃO E PLANEJAMENTO 
Adriel de Moura Cabral 
PRÓ-REITOR DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO 
Dilnei Giseli Lorenzi 
COORDENADOR DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - NEAD 
Renato Adriano Pezenti
GESTOR DO CENTRO DE SOLUÇÕES EDUCACIONAIS - CSE
Franklin Portela Correia
REVISÃO TÉCNICA
Wagner Villalva
PROJETO GRÁFICO
Impulsa Comunicação
DIAGRAMADOR
Lucas Ichimaru Testa
CAPA
Lucas Ichimaru Testa
© 2022 Universidade São Francisco
Avenida São Francisco de Assis, 218
CEP 12916-900 – Bragança Paulista/SP
CASA NOSSA SENHORA DA PAZ – AÇÃO SOCIAL FRANCISCANA, PROVÍNCIA 
FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL – 
ORDEM DOS FRADES MENORES
PATRÍCIA FERREIRA DO AMARAL
Mestre em Administração pela UNIFACCAMP, Especialista em Gestão Financeira e 
Controladoria pela UNISAL, Bacharel em Ciências Contábeis pela PUC Campinas. 
Contadora do CSC Sinergia (Afiliadas TV Globo - Grupo EP e Rede Bahia), empreen-
dedora de microempresa por 12 anos no ramo alimentício, Experiência de 10 anos na 
ONG Sociedade Hípica de Campinas nas áreas de Gestão Contábil e Financeira. Atua-
ção na Contabilidade da Eaton Divisão e Transmissões. Articulista com publicações em 
Congressos. Docente em cursos de graduação e pós-graduação, com experiência em 
disciplinas da área Contábil, Tributária, Financeira, de Negócios e Afins. Experiência 
em Contabilidade Gerencial e Financeira - Tributária, Orçamento, Compliance e Gestão 
Financeira.
O REVISOR TÉCNICO
WAGNER LUIZ VILLALVA
Especialista tributário contábil e financeiro; palestrante consultor financeiro. 
Ministro treinamentos corporativos; Especialista na Calculadora HP 12C; Ministro MBA 
voltado a área financeira contábil e tributária; participo de gravações de vídeo aula das 
disciplinas Contabilidade – Gerenciamento de Custos – Matemática Financeira – Plane-
jamento Tributário; Autor de 32 desafios acadêmicos; Autor de livros de contabilidade, 
gerenciamento de custos, analise das demonstrações contábeis e matemática financei-
ras; Autor de 1685 questões para faculdades.
Ministro consultoria de gerenciamento de custos, contabilidade e finanças para algumas 
empresas a nível Brasil; Graduado em Ciências Contábeis – PUC; MBA em Controla-
doria e auditoria - PUC; Modulo especifico em Matemática financeira pela UNICAMP; 
Cursos de Legislação Tributária a nível Brasil.
O AUTOR
SUMÁRIO
UNIDADE 01: TRIBUTOS E SISTEMAS TRIBUTÁRIOS NO BRASIL .................6
1. Regimes tributários e porte das empresas ..........................................................7
2. Origem do Simples Nacional ...............................................................................9
3. Lucro Presumido .................................................................................................18
4. Objeto de aprendizagem .....................................................................................20
UNIDADE 02: PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO E O LUCRO REAL ....................26
1. Lucro Real ...........................................................................................................27
2. Objeto de aprendizagem .....................................................................................34
UNIDADE 03: INCENTIVOS FISCAIS E O LUCRO REAL....................................38
1. Tributos sobre o Faturamento x Regimes Tributários: PIS e COFINS ................39
2. Impostos Retidos na Fonte .................................................................................47
3. Desoneração sobre a Folha de Pagamento ........................................................48
4. Objeto de aprendizagem .....................................................................................50
UNIDADE 04: UNIVERSO SPED E COMPLIANCE TRIBUTÁRIO ......................54
1. Compensação de Tributos ..................................................................................55
2. CPC 32 – Diferenças Temporárias e Tributos Diferidos ......................................59
3. Custo e Risco de Conformidade .........................................................................62
4. Legislação e Cruzamentos SPED ......................................................................62
5. Objeto de aprendizagem .....................................................................................67
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Tributos e sistemas tributários no Brasil
UNIDADE 1
TRIBUTOS E SISTEMAS TRIBUTÁRIOS 
NO BRASIL
INTRODUÇÃO
O sistema tributário no Brasil subdivide as bases tributadas e fontes nas pessoas jurí-
dicas, foco do nosso estudo. Em outras palavras, além da tributação sobre o lucro, há 
a tributação sobre a receita operacional e outras receitas sobre a folha de pagamento 
e outros. De acordo com o Código Tributário Nacional (CTN) em seu art. 3º. “tributo é 
toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, 
que não constitua sansão de ato ilícito, instituída em Lei e cobrada mediante atividade 
administrativa plenamente vinculada”.
Conforme Decreto 9580/2018, no Brasil tem-se três regimes de tributação:
 ` Regime do Lucro Presumido;
 ` Regime do Simples Nacional;
 ` Regime do Lucro Real. 
Nesta unidade será evidenciada a importância da execução do planejamento tributário, 
em especial as microempresas que comumente são enquadradas de forma direta no 
regime tributário Simples Nacional, sem considerar qualquer outro regime existente, a 
fim de analisar se esse efetivamente é o regime mais adequado a essas empresas. En-
tende-se que o modelo simplificado de arrecadação de tributos desse regime pode ser 
o ponto de partida para essa escolha, mas há de se considerar também outros pontos 
no momento da escolha do regime tributário para que a empresa consiga não só cum-
prir as obrigações fiscais, mas que também possa melhorar o seu resultado, a partir de 
um planejamento tributário que melhor se adeque as suas necessidades. 
Com o objetivo de conhecer os regimes tributários, serão abordados os conceitos do 
Simples Nacional, sua origem e particularidades, e exemplos práticos de aplicação des-
se regime. Serão apresentados também, os conceitos dos regimes tributários do Lucro 
Presumido, bem como exemplos práticos e comparação de apurações de tributos en-
tres os regimes Simples Nacional e Lucro Presumido, além de conhecer as possíveis 
aplicações do Lucro Arbitrado.
A gestão dos tributos no país é um processo complexo, burocrático e de custo elevado 
(LONGNECKER et al., 2018). Nesse sentindo entender o sistema tributário no país, e 
como melhor aplicá-lo às empresas, é essencial para a regularidade fiscal e sustenta-
bilidade das empresas.
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1. REGIMES TRIBUTÁRIOS E PORTE DAS EMPRESAS
Para iniciarmos os estudos dos regimes tributários, é importante entender que a es-
colha de um regime está relacionada diretamente a alguns critérios e o primeiro a ser 
compreendido é o porte da empresa e os tipos societários. 
No Brasil, a classificação do porte das empresas é baseada no faturamento bruto anual.
 ` MEI (Microempreendedor Individual): o faturamento não pode ultrapassar R$ 81 mil 
(ou, no máximo, até 20% desse valor) e não pode contratar mais de um único funcionário;
 ` Há uma movimentação no congresso (pendente de aprovação), para que o faturamento 
seja aumentado para R$ 130.000,00.` ME (Microempresa): o faturamento anual não pode ultrapassar o limite de R$ 360 mil;
 ` EPP (Empresa de Pequeno Porte): o faturamento anual pode variar de R$ 360 mil até 
R$4,8 milhões;
 ` Média empresa: o faturamento anual deve ser maior que R$ 4,8 milhões e menor ou igual 
a R$ 300 milhões. 
 ` Grande empresa: o faturamento deve ser maior que R$ 300 milhões. 
Para fins fiscais, isto é, escolha do enquadramento tributário da empresa, além da influ-
ência do porte da empresa, deve ser observada a atividade da empresa se está permi-
tida dentro do respectivo regime tributário, conforme a legislação.
Para o enquadramento como MEI, há uma relação de atividades permitidas que podem ser 
consultadas no próprio site (Portal do Empreendedor – gov.br) de criação do CNPJ MEI.
Para o enquadramento no Simples Nacional também há uma relação de atividades permi-
tidas e, de acordo com o ramo de atividade, há uma subdivisão para o cálculo da alíquota 
efetiva da guia única de arrecadação de imposto dessas empresas (DAS – Documento 
de Arrecadação do Simples Nacional), cujo detalhamento será analisado mais adiante.
Conforme regulamento do imposto de renda, para o enquadramento no Lucro Presumi-
do, somente é permitido as empresas que faturam até R$ 78 milhões/ ano, e que não 
desenvolvam atividades discriminadas abaixo:
 ` instituições bancárias;
 ` sociedades de crédito, financiamento e investimento;
 ` sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio;
 ` caixas econômicas;
 ` empresas de arrendamento mercantil;
 ` cooperativas de crédito;
 ` empresas de seguros privados e de capitalização;
 ` entidades de previdência privada, aberta, entre outras.
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Tributos e sistemas tributários no Brasil
As empresas que desenvolvem essas atividades ou que faturem valor superior a R$ 78 
milhões/ano, obrigatoriamente deverão se enquadrar no regime tributário do Lucro Real, 
conforme a legislação vigente. Esse regime tributário será estudado na próxima unidade.
O MEI é a primeira faixa das empresas no Simples Nacional, e que tem tributação dife-
renciada, dentro do próprio Simples Nacional.
As MEs e as EPPs poderão se enquadrar no regime tributário do Simples Nacional, vis-
to que o limite desse regime, é o faturamento anual bruto de R$ 4.800 milhões. Acima 
dessa marca, as empresas deverão escolher entre o Lucro Presumido ou Lucro Real, 
respeitando a classificação da atividade empresarial.
Já o regime tributário do Lucro Arbitrado, é utilizado em situações pontuais que pode ser 
exigência do fisco ou opção do contribuinte, normalmente para regularização de alguma 
pendência fiscal. Hoje, para a criação de um CNPJ, pode-se relacioná-lo aos seguintes 
tipos societários:
Figura 01. Tipos Societários
EI
LTDA.
EIRELI
S.A.
Empresario Individual
Único proprietário da empresa, cuja responsabilidade do patrimônio da pessoa 
física é automaticamente atingida, no caso do patrimônio da pessoa jurídica for 
insuficiente para cobertura de pendências da pessoa jurídica (processos jurídicos 
por exemplo). 
Sociedade Limitada
Sociedade resultante da união de no mínimo duas pessoas físicas, cuja respon-
sabilidade é restrita ao patrimônio da pessoa jurídica, nos casos de necessidade 
de cobertura de pendências da pessoa jurídica (processos jurídicos por exemplo). 
Exceto em casos comprovados de Fraude (descumprimento do principio contábil 
da entidade). 
Empresario Individual de Responsabilidade Limitada 
Único proprietário da empresa, cuja responsabilidade é restrita ao patrimônio da 
pessoa jurídica, nos casos de necessidade de cobertura de pendências da pes-
soa jurídica (processos jurídicos por exemplo). Exceto em casos comprovados de 
Fraude (descumprimento do principio contábil da entidade). Exigência legal de no 
mínimo cem salários mínimos de capital social, para constituição de uma EIRELI.
Sociedade Anônima
 ` Nesse tipo de sociedade, a responsabilidade do acionista é limitada ao preço 
de emissão das ações subscritas ou adquiridas, constantes no capital social.
 ` A Sociedade Anônima poderá ter ações comercializadas em bolsa de valores 
(capital aberto), ou com acionistas predefinidos sem abrir as ações em bolsa 
de valores (capital fechado). Fo
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2. ORIGEM DO SIMPLES NACIONAL
Criado pela Lei Complementar nº. 123/2006 (Governo Federal), o Simples Nacional é 
um regime compartilhado de arrecadação, cobrança e fiscalização de tributos aplicável 
às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte. Abrange a participação de todos os 
entes federados (União, Estados, Distrito Federal e Municípios).
A origem do Simples Nacional está na aprovação da Emenda Constitucional 
(EC) nº 42 de 2003, que previa a instauração de lei complementar dispondo 
sobre a definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microem-
presas e para as empresas de pequeno porte (MPEs) e sobre a instituição 
de um regime único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, 
Estados, Distrito Federal e Municípios. (GOMES e GUIMARÃES, 2012, p. 3).
Para criação do Simples Nacional, conforme Gomes e Guimarães (2012), houve a inte-
gração de vários órgãos:
 ` SEBRAE
 ` Poder Legislativo (Câmara e Senado Federal)
 ` MDIC – Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior
 ` MF – Ministério da Fazenda
 ` RFB – Receita Federal do Brasil
 ` CONFAZ – Conselho Nacional de Política Fazendária
 ` Confederações Nacionais (Indústria, Comércio, Agricultura e Transportes).
 ` Associações Comerciais. 
Corrobora-se do entendimento de Gomes e Guimarães (2012) apud SEBRAE (2007) 
que a aprovação do Simples Nacional não foi nada fácil, principalmente por envolver a 
distribuição de recursos oriundos dos tributos, pois pressupõe-se desconfiança genera-
lizada, inclusive da Receita Federal:
Ocorreram lances memoráveis no debate para provar aos técnicos da Recei-
ta que a renúncia fiscal prevista na lei seria rapidamente compensada pela 
formalização de novos negócios, bem como para persuadir os secretários da 
Fazenda estaduais e municipais de que haveria perdas momentâneas ape-
nas para a Receita Federal, sem afetar os demais entes federados. (GOMES 
e GUIMARÃES, 2012, p. 9 apud SEBRAE, 2007).
De acordo com disposto na Lei Complementar 123/2006 (Governo Federal), o Simples 
Nacional é um regime compartilhado de arrecadação, cobrança e fiscalização de tribu-
tos aplicável às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte. Abrange a participação 
de todos os entes federados (União, Estados, Distrito Federal e Municípios).
Entende-se que a criação do Simples Nacional trouxe benefícios tributários e gerenciais 
para as microempresas, mas ainda há muito para avançar.
“Há muito que se fazer no Brasil para ampliar e melhorar o debate em torno dos aspec-
tos fiscais da desigualdade. Além da necessária politização da questão, ainda há uma 
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Tributos e sistemas tributários no Brasil
agenda incompleta de avaliações no campo acadêmico (a ausência de uma pesquisa 
nacional de qualidade de vida e uso de serviços públicos). De qualquer forma, não fal-
tam evidências estatísticas e análises sobre a grande iniquidade da tributação”. AFON-
SO (2013, p. 14).
No regime de tributação do Simples Nacional há a Unificação dos seguintes tributos:
 ` IRPJ – Imposto de Renda Pessoa Jurídica
 ` CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. 
 ` PIS – Programa de Integração Social.
 ` COFINS – Contribuição para Financiamento da Seguridade Social.
 ` IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados.
 ` CPP – Contribuição Previdenciária Patronal.
 ` ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços.
 ` ISS – Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza
Estes tributos são recolhidos mensalmente através do DAS (Documento de Arrecada-
ção do Simples Nacional). Lei Complementar 123/2006 – Art. 13 – (Governo Federal). 
Caso a empresa não seja optante do SimplesNacional, deverá fazer a apuração e 
os recolhimentos dos tributos supracitados, bem como o cumprimento das obrigações 
acessórias de forma individual, como demonstrado na tabela 1.
Tabela 01. Tributos da Pessoa Jurídica
TRIBUTO COMPETÊNCIA ALÍQUOTA INCIDE 
SOBRE APURAÇÃO GUIA 
IRPJ
Imposto de 
Renda Pes-
soa Jurídica
União Federal
15,00% Com 
adicional de 
10% sobre 
lucros Acima 
de R$60 mil 
No trimestre.
Lucro 
Real
 Lucro 
Presumido
Lucro Real: pela escritu-
ração Contábil. Apuração 
Trimestral para ambos.
Lucro Presumido: mediante 
aplicação de percentuais de 
presunção de Lucro sobre a 
receita bruta.
DARF
CSLL
Contribuição 
Social Sobre 
Lucro Líquido
União Federal 9,00% 
Lucro Real
Lucro 
Presumido
Lucro Real: pela escritu-
ração Contábil. Apuração 
Trimestral para ambos.
Lucro Presumido: mediante 
aplicação de percentual de 
presunção de lucro sobre a 
receita bruta.
DARF 
COFINS
Contribuição 
para Finan-
ciamento da 
Seguridade 
Social
União Federal
7,60%
(Não 
Cumulativo)
Valor de saída-
das mercado-
rias.
Lucro Real: pelos débitos 
(saídas) e créditos (entra-
das). Apuração Mensal para 
ambos.
DARF
3,00%
(Cumulativo)
Faturamento
Lucro Presumido: fatura-
mento do período menos 
devoluções, cancelam. IPI 
e outros.
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TRIBUTO COMPETÊNCIA ALÍQUOTA INCIDE 
SOBRE APURAÇÃO GUIA 
PIS
Programa de 
Integração 
Social
União Federal
1,65%
(Não 
Cumulativo) 
Valor de saída-
das mercado-
rias.
Lucro Real: pelos débitos 
(saídas) e créditos (entra-
das). Apuração Mensal para 
ambos.
DARF
0,65%
(Cumulativo)
Faturamento
Lucro Presumido: fatura-
mento do período menos 
devoluções, cancelam. IPI 
e outros.
CPP
Contribuição 
Previdenciária
União Federal 20,00% Folha de paga-
mento.
Apurado pelo valor total da 
folha de pagamento do pe-
ríodo, incide também sobre 
férias, 13o. H. extras, etc.
GPS
IPI
Imposto sobre 
Produtos In-
dustrializados
União Federal TIPI (Não 
Cumulativo)
Valor de saída 
dos produtos.
Apurado, confrontando-se 
os débitos (pelas saídas) e 
créditos (pelas entra- das) 
do período. Usa-se o livro 
Registro de Apuração do IPI 
modelo 8. Apuração Mensal.
DARF
ICMS
Imposto 
Circulação de 
Mercadorias e 
Serviços
Estados e Distri-
to Federal
RICMS
Alíquotas 
principais 7, 
12, 18 e 25% 
São Paulo 
- 18% (Não 
Cumulativo)
Valor de saída 
das mercado-
rias.
Apurado, confrontando-se 
os débitos (pelas saídas) 
e créditos (pelas entradas) 
do período. Usa-se o livro 
Registro De Apuração do 
ICMS modelo 9. Apuração 
Mensal.
GARE-ICMS
ISS
Imposto Sobre 
Serviços
Municípios
Conforme local 
da sede da em-
presa ou local 
do serviço (de 
2,0% a 5,0%)
Valor dos servi-
ços prestados.
Calculado sobre o total dos 
serviços prestados/toma-
dos no período. Apuração 
Mensal.
Guia ISS 
emitida pelo 
Município
Tributos da Pessoa Jurídica
Na tabela 1, foram demonstrados os tributos da pessoa jurídica, considerando aqueles que 
são inerentes ao regime tributário da pessoa jurídica e que tem como fato gerador o fatura-
mento e o lucro. 
Além desses, há também outros tributos que dependem da ocorrência de outros fato-
res, como por exemplo os tributos indiretos (retidos na fonte), os tributos sobre a folha 
de pagamento, os tributos sobre operações financeiras e de importação, e outros (sobre 
imóveis, veículos, doações, e etc.).
2.1. ENQUADRAMENTO DAS EMPRESAS NO SIMPLES NACIONAL
As Leis Complementares números 123/2006 e 128/2008 criaram as chamadas: 
 ` MEIs – Microempreendedor individual. Lei Complementar 128/2008.
 ` MEs – Microempresas. Lei Complementar nº. 123/2006 
 ` EPPs - Empresas de pequeno porte. Lei Complementar nº. 123/2006 
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Tributos e sistemas tributários no Brasil
Basicamente a classificação dentre as modalidades empresárias contempladas pelo 
Simples Nacional são definidas pelo faturamento:
 ` MEI - Possuem faturamento anual de até R$ 81.000,00.
 ` ME - Possuem faturamento anual de até R$ 360.000,00. 
 ` EPP- Possuem faturamento anual de até R$ 4.800.000,00.
Empresas que não podem enquadrar-se no Simples Nacional
 ` Possuam faturamento anual acima de R$ 4.800.000,00;
 ` De cujo capital participe outra pessoa jurídica;
 ` Filial de pessoa jurídica com sede no exterior;
 ` Possuam atividade no segmento financeiro (Bancos, corretoras, financiadoras, socieda-
des de crédito, e outras);
 ` Que tenha sócio domiciliado no exterior;
 ` Que possua débito com os governos;
 ` Que exerça atividades automotivas;
 ` Empresas resultantes de cisão;
 ` Empresa constituída na forma S.A – Sociedade por Ações.
Empresas com faturamento anual acima de R$. 4.800.000,00 estão enquadradas nos 
regimes de lucro real ou lucro presumido. Conforme estabelecido na Lei Complementar 
123/2006, podem optar pelo Simples Nacional as empresas que não se enquadram nas 
condições impeditivas sempre no mês de janeiro de cada ano ou ainda até 30 dias (no 
caso de início de atividade) e após obtenção do CNPJ.
A opção dar-se-á somente pela internet por meio do portal do Simples Nacional. Uma 
vez feita a opção só poderá mudar para outro regime no ano seguinte.
2.2. MEI – MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL - ENQUADRAMENTO 
E OBRIGAÇÕES
Para formalização de uma empresa na modalidade MEI é necessário cumprir as exigên-
cias contidas na Lei Complementar 128/2008 (Governo Federal):
 ` Faturamento Anual até R$. 81.000,00 
 ` Não possuir sócios.
 ` Não possuir débitos perante o fisco.
 ` Limitado as atividades permitidas na Lei.
 ` Possuir somente 1 empregado.
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O MEI paga um valor fixo mensal através do DAS – Documento de Arrecadação do 
Simples Nacional de acordo com a categoria da empresa, sendo:
 ` Indústria e Comércio: R$ 61,60 (INSS + ICMS);
 ` Serviços: R$ 65,60 (INSS + ISS);
 ` Comércio e Serviços: R$ 66,60 (INSS + ICMS + ISS).
O INSS equivale a 5% do salário mínimo vigente em 2022 é de R$ 1.212,00 (reajustado 
anualmente):
A política pública denominada Microempreendedor Individual tem duas vertentes: 
a formalização de empreendedores informais e o enquadramento dos empresá-
rios individuais na condição de empreendedores individuais, para, assim, aces-
sarem as simplificações e desonerações fiscais criadas (OLIVEIRA, 2013, p.3).
Pode-se destacar os seguintes benefícios advindos pela criação dos MEIs garantidos 
pela Lei Complementar 128/2008:
 ` Cadastro no CNPJ e Alvará de funcionamento sem custo.
 ` Poder emitir Nota Fiscal.
 ` Acesso a crédito bancário.
 ` Direito a benefícios previdenciários (aposentadoria e demais auxílios).
 ` Dispensa da contabilidade e de profissional contábil.
 ` Isenção de vários tributos.
 ` Vender para o governo (participação de licitações).
 ` Condições diferenciadas para licitações.
 ` Acesso a apoio técnico do SEBRAE.
 ` Possibilidade de aumentar o faturamento devido à isenção recolhimento de INSS 20% 
para as empresas tomadoras de serviços dos MEIs (mediante emissão de nota fiscal), 
exceto serviços de construção civil. Este recolhimento diferentemente ao que ocorre com 
os MEIs (isenção), é tributado nos casos dos autônomos.
2.3. DETERMINAÇÃO DA ALÍQUOTA NOMINAL DA GUIA MENSAL DE 
ARRECADAÇÃO DO SIMPLES NACIONAL (DAS).
Para calcular a única guia de Tributo mensal do Documento de Arrecadação Simples 
Nacional (DAS) é necessário primeiro identificar a atividade preponderante da empresa, 
afim de enquadrar a empresa em um dos cinco anexos que fixam as taxas nominais e 
dedutibilidades e, após saber o faturamento dos últimos 12 meses anterior ao período 
de apuração, aplicar a seguinte fórmula:
Rbt12 x Alíquota – PD
RBt121
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Tributos e sistemas tributários no Brasil
Onde:
Rbt12 = Receita bruta total dos últimos 12 meses.
Alíquota = Alíquota nominal de acordo com os anexos I a V.
PD = Parcela a deduzir de acordo com os anexos I a V.
Oresultado encontrado pela aplicação desta fórmula refere-se a alíquota da taxa efe-
tiva, que deverá ser aplicada sobre a receita (faturamento) mensal da empresa. As ta-
belas vigentes desde 01 de janeiro de 2018 para o Simples Nacional são as seguintes:
Anexo I – do Simples Nacional - Serviços
Fonte: Lei Complementar nº 123/2006 - Redação dada pela Lei Complementar nº 155/2016.
Anexo II – do Simples Nacional - Indústria
Fonte: Lei Complementar nº 123/2006 - Redação dada pela Lei Complementar nº 155/2016.
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Planejamento, Gestão Tributária e Compliance
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Anexo III do Simples Nacional – Serviços
Receitas de locação de bens móveis e de prestação de serviços não relacionados no § 
5º-C do art. 18 desta Lei Complementar.
Fonte: Lei Complementar nº 123/2006 - Redação dada pela Lei Complementar nº 155/2016.
Anexo IV do Simples Nacional – Serviços
Receitas decorrentes da prestação de serviços relacionados no § 5º-C do art. 18 desta 
Lei Complementar.
Fonte: Lei Complementar nº 123/2006 - Redação dada pela Lei Complementar nº 155/2016.
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Tributos e sistemas tributários no Brasil
Anexo V do Simples Nacional – Serviços
Receitas decorrentes da prestação de serviços relacionados no § 5º-I do art. 18 desta 
Lei Complementar.
Fonte: Lei Complementar nº 123/2006 - Redação dada pela Lei Complementar nº 155/2016.
A fim de elucidar os cálculos envolvidos na obtenção da alíquota efetiva e valor do DAS 
mensal, das empresas optantes pelo Simples Nacional, seguem os exemplos a seguir: 
Exemplo 1
Empresa enquadrada no anexo I – Comércio
Receita Bruta dos últimos 12 meses: 1.331.108,20 e Receita Mensal – 170.133,20
Passo 1: Tabela (anexo I) a empresa ficaria enquadrada na 4° faixa (entre 720.000,01 e 
1.800.000,00). E neste caso, pela tabela é dito que se tem uma alíquota nominal de 10,70% 
e uma dedução de 22.500,00.
Passo 2: Aplicação da fórmula, para encontrar a alíquota efetiva, ou seja, a real alíquota para 
fins de cálculo do Simples Nacional.
Aplicação da fórmula:
1.331.108,20 x 10,70% – 22.500,00 = 119.928,57 / 1.331.108,20 = 9,01%
Então 9,01% será a alíquota efetiva para fins de cálculo.
170.133,20 x 9,01% = 15.329,00 este será o valor a recolher do DAS.
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Exemplo 2
Empresa enquadrada no anexo III – Serviços
Receita Bruta dos últimos 12 meses – 774.587,80 e Receita Mensal – 71.990,50
Passo 1: Tabela (anexo III) a empresa ficaria enquadrada na 4° faixa (entre 720.000,01 e 
1.800.000,00). E neste caso, pela tabela é dito que se tem uma alíquota nominal de 16,0% e 
uma dedução de 35.640,00.
Passo 2: Aplicação da fórmula para encontrar a alíquota efetiva, ou seja, a real alíquota para 
fins de cálculo do Simples Nacional.
Aplicação da fórmula:
774.587,80 x 16,0% – 35.640,00 = 88.294,05 / 774.587,80 = 11,40%
Então 11,40% será a alíquota efetiva para fins de cálculo.
71.990,50 x 11,40% = 8.206,92 este será o valor a recolher do DAS.
2.4. FATOR “R” – FOLHA DE SALÁRIOS X RECEITA BRUTA
A partir de 2018, conforme a Lei Complementar 123/06 (Governo Federal), fora insti-
tuído o benefício fiscal para alguns ramos de atividades do simples nacional, do qual 
consiste que a tributação de algumas atividades de serviços dependerá do nível de uti-
lização de mão de obra remunerada. Portanto, deve-se calcular a razão “r” entre a folha 
de salários (incluindo encargos) e a receita bruta total dos últimos 12 meses para definir 
o Anexo e em que faixa da tabela serão tributadas.
Quando o fator “r” for igual ou superior a 0,28, serão tributadas pelo Anexo III (alíquota 
de imposto menor) e pelo Anexo V (alíquota de imposto maior). Realizar-se-ão exem-
plos práticos para visualização dos impactos gerados pelo reconhecimento do fator “r” 
do simples nacional.
2.5. CPP – CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA PATRONAL
Os empregadores não tributados pelo Simples Nacional pagam sobre o total do salário 
de contribuição dos seus empregados, remuneração dos autônomos e pró-labore, sem 
limite, conforme a Lei 8.212/91 (art. 22), Dec. 3.048/99 (art. 201 e seguintes), IN RFB 
971/09. Os percentuais são: 
 ` CPP (Contribuição Previdenciária Patronal): 20%.
 ` RAT (Risco Ambiental do Trabalho): 1, 2 ou 3%.
 ` FAP (Fator Acidentário de Prevenção): 0,500 a 2,0000% gerará o RAT ajustado.
 ` Outras Entidades: (Sistema “S”): 0% a 5,8%.
De acordo com a Lei Complementar 123/2006 (Governo Federal) as empresas tributa-
das pelo Simples Nacional, através dos Anexos I, II, III e V, estão isentas da apuração 
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Tributos e sistemas tributários no Brasil
da CPP fora da guia DAS, pois o percentual do Simples Nacional calculado sobre a 
Receita Bruta já engloba a contribuição previdenciária patronal, dentro da guia DAS.
As empresas tributadas através do anexo IV só pagam a Contribuição Patronal e o RAT 
(não pagam “Terceiros”). Um detalhe importante sobre o pró-labore (remuneração dos 
sócios que trabalham na empresa) é que a contribuição previdenciária é de 20%, ou 
seja, não paga RAT e nem Terceiros. 
2.6. DESONERAÇÃO SOBRE A FOLHA DE PAGAMENTO.
A Lei 12.546/2011 não determina sobre a participação das empresas do Simples Na-
cional na desoneração da folha de pagamento. Apesar disto, a solução de consulta da 
RFB nº 35/2013 expressa que as empresas optantes pelo Simples Nacional apenas do 
Anexo IV estão sujeitas a desoneração da folha de pagamento, desde que a atividade 
exercida esteja elencada na Lei 12.546/2011 bem como nas legislações que a altera. 
As empresas do setor de construção civil enquadradas nos grupos 412, 432, 433 e 439 
da CNAE 2.0 participam da desoneração da folha de pagamento, conforme legislação 
vigente. Essa desoneração consiste em substituir a alíquota e a base de cálculo da 
Contribuição Previdenciária. 
Enquanto a CPP é calculada sobre a folha de pagamento na alíquota de 20%, a de-
soneração ou CPRB (Contribuição Previdenciária Sobre a Receita Bruta) é calculada 
sobre a receita bruta (faturamento) e com alíquota definida em legislação pertinente de 
acordo com o ramo de atividade da empresa. Conforme Instrução Normativa RFB nº 
1.436, de 30 de dezembro de 2013, a alíquota para CPRB aplicada às atividades de 
construção civil é de 4,5%.
2.7. TERCEIROS – SISTEMA “S”
De acordo com o art. 13, § 3º, da Lei Complementar nº 123/06, as Microempresas e 
Empresas de Pequeno Porte, optantes pelo SIMPLES Nacional, ficam dispensadas do 
pagamento das demais contribuições instituídas pela União, inclusive as contribuições 
para as entidades privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao 
sistema sindical, de que trata o art. 240 da Constituição Federal, e demais entidades de 
serviço social autônomo.
Assim, ficam dispensadas das contribuições destinadas ao SESI, SENAI, SESC, SENAC, 
SEBRAE, INCRA, etc., ou seja, as contribuições para Outras Entidades (Terceiros).
As alíquotas destinadas ao sistema “s” variam em função do tipo do contribuinte, de-
finidos pelo seu enquadramento no código Fundo de Previdência e Assistência Social 
(FPAS). A alíquota máxima corresponde à 5,8%.
3. LUCRO PRESUMIDO
A modalidade de tributação do lucro presumido consiste na apuração do lucro (pre-
sunção) a partir do faturamento da empresa (receita). De acordo com Shingaki (2016) 
os principais tributos recorrentes sobre o lucro, para as empresas enquadradas nesta 
modalidade (lucro presumido), são o IRPJ e a CSLL.
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Tabela 02. Presunção do Lucro Tributável para IRPJ – Lucro Presumido
Alíquota de 
Presunção de 
Lucro a aplicar 
sobre o 
Faturamento
CONDIÇÕES (RIR/1999 E ADN 16/2000)
16%
Pessoas jurídicas prestadoras de serviços em geral, com receita bruta anual de até 
R$ 120.000,00 exceto prestadoras de serviços hospitalares, de transporte, e de pro-
fissões legalmente regulamentadas;
16% Serviços de transporte, exceto o de carga;
1,6%Revenda para consumo de combustível;
32%
Serviços em geral, exceto serviços hospitalares e de auxílio diagnóstico e terapia, 
patológica clínica, imagiologia, anatomia patológica e citopatologia, medicina nuclear 
e análises e patologias clínicas, desde que a prestadora de serviços seja organizada 
sob a forma de sociedade empresária e atenda as normas da Agencia nacional de 
Vigilância Sanitária (Anvisa);
32% Intermediação de negócios;
32% Administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer 
natureza;
8% Venda de mercadorias e produtos; venda de imóveis das empresas com esse objeto 
social; demais atividades, inclusive serviços hospitalares.
Fonte: Elaborada pela autora (2022) adaptação de SHINGAKI (2016, p. 261).
A presunção do lucro tributável (base de cálculo do IRPJ), conforme diretrizes do Regu-
lamento do Imposto de Renda (RIR/1999), ato declaratório normativo (ADN) 16/2000, 
e, artigo 15, §1° da LEI 9.249/1995 é realizada cumprindo as regras consolidadas na 
tabela 1.
De acordo com o artigo 519 do RIR/99 e do ADN 16/2000, qualquer atividade não en-
quadrada na tabela 1, terá a alíquota correspondente à 8% aplicada sobre o faturamen-
to. Para a presunção do lucro para cálculo da CSLL, as regras são as seguintes:
12% – Regra geral (toda empresa que não está na alíquota de 32%)
32% – Prestação de serviços em geral, intermediação de negócios e administração, 
locação ou cessão de bens moveis, imóveis ou direitos
Assim, para uma empresa que presta serviços, a base de cálculo para o IRPJ é de 32% 
e para a CSLL é de 32%. Para empresa de venda de produtos hospitalares, por exem-
plo, a base de cálculo será 8% do faturamento para o IRPJ e 12% para a CSLL. 
Quanto as alíquotas dos impostos, para o IRPJ, a alíquota é de 15% para todo lucro até 
R$ 20.000,00 por mês e 10% para todo lucro que passar esse limite. E para a CSLL, a 
alíquota é sempre 9% sobre a base de cálculo. No lucro presumido o recolhimento do 
IRPJ e CSLL é obrigatoriamente trimestral. 
Existem compensações que podem ser realizadas de acordo com a legislação vigente, 
como por exemplo os tributos com retenção na fonte, tomados pelas pessoas jurídicas, 
que podem ser compensados pela empresa prestadora conforme descreve:
http://www.portaltributario.com.br/legislacao/l9249.htm
http://www.portaltributario.com.br/legislacao/l9249.htm
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Tributos e sistemas tributários no Brasil
Desde fevereiro de 2004, os pagamentos efetuados pelas pessoas jurídi-
cas a outras pessoas jurídicas de direito privado, pela prestação de serviços 
de limpeza, conservação, manutenção, segurança, vigilância, transporte de 
valores e locação de mão de obra, factoring e remuneração de serviços pro-
fissionais (por exemplo: advocatícios, contábeis, de engenharia e médicos) 
estão sujeitos à retenção na fonte de 4,65% (0,65% de PIS, 3% de COFINS 
e 1% de CSLL). (SHINGAKI,2016, p.261). 
Todas as retenções de tributos e contribuições na fonte poderão ser compensadas nos 
tributos a pagar, inclusive IRRF e CS retidos.
3.1. TRIBUTOS SOBRE O FATURAMENTO (PIS E COFINS) NO LUCRO 
PRESUMIDO
A base legal do Programa de Integração Social (PIS) é a Lei complementar nº 7/1970 e 
para a Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (COFINS) a base legal é 
a Lei Complementar nº 70/1991. Para as empresas enquadradas no Lucro Presumido 
o regime de PIS e COFINS é o chamado cumulativo, onde pode ocorrer a recuperação 
desses tributos (entrada e saída de notas fiscais), sendo as alíquotas nesse regime: 
0,65% para o PIS e 3% para a COFINS.
4. OBJETO DE APRENDIZAGEM
Estudo de Caso
Empresa Prestadora Serviços ABC Ltda.
* Serviços Isentos de Retenções na fonte pelo tomador.
Informações adicionais:
Faturamento nos últimos 12 meses: R$. 3.450.000,00
Folha de Pagamento Anual: R$. 700.000,00
Pró-Labore Anual: R$. 150.000,00 
Pelo Simples Nacional – Empresa enquadrada no anexo IV 
Receita Bruta dos últimos 12 meses: 3.450.000,00 
Passo 1: Tabela (anexo IV) a empresa ficaria enquadrada na 5° faixa (entre 1.800.000,01 e 
3.600.000,00). E neste caso, conforme a tabela tem-se uma alíquota nominal de 22% e uma 
dedução de 183.780,00
Passo 2: Aplicação da fórmula, para encontrar a alíquota efetiva, ou seja, a real alíquota para 
fins de cálculo do Simples Nacional.
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Aplicação da fórmula:
3.450.000,00 x 22% – 183.780,00 = 575.220,00/3.450.000,00 = 16,7%
Então 16,7% será a alíquota efetiva para fins de cálculo.
3.450.000,00 x 16,7% = 576.150.00
TOTAL DOS TRIBUTOS ANUAL - SIMPLES NACIONAL= R$ 576.150,00
Pelo Lucro Presumido
Neste Regime e de acordo com o segmento da empresa (serviços), serão apurados individu-
almente os seguintes tributos:
ISS – 5% sobre faturamento anual (Estado de SP).
PIS – 0,65% sobre faturamento anual.
COFINS – 3% sobre faturamento anual.
IRPJ – 15% sobre o lucro tributável, mais um adicional de 10%, neste caso, de acordo com 
atividade a base de cálculo para o IRPJ é encontrada da seguinte maneira: 32% do fatura-
mento/receita.
CSLL – 9% (15% para instituições financeiras e algumas empresas específicas de acordo 
com a atividade), sobre o lucro tributável, neste caso, de acordo com atividade a base de 
cálculo para a CSLL é encontrada da seguinte maneira: 32% do faturamento/receita.
CPP – 20% sobre folha de pagamento e pró-labore
RAT (ajustado FAP) – 1% sobre folha de pagamento e pró-labore
Terceiros (sistema “s”) – 5,8% sobre folha de pagamento e pró-labore
Cálculos:
1) ISS – 5% sobre faturamento anual.
Faturamento: 3.450.000,00 x 5%= 172.500,00
2) PIS – 0,65% sobre faturamento anual.
Faturamento: 3.450.000,00 x 0,65%= 22.425,00 
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Tributos e sistemas tributários no Brasil
3) COFINS – 3% sobre faturamento anual.
Faturamento: 3.450.000,00 x 3%= 103.500,00 
4) IRPJ – 32% sobre faturamento (para apuração do lucro presumido).
Faturamento: 3.450.000,00x32%= 1.104.000,00
1.104.000,00x15%=165.600,00 +10% (adicional) 
1.104.000,00- (4 x 60.000/ trimestral) x 10%= 86.400,00
IRPJ total: 165.600,00+86.400,00 = 252.000,00
5) CSLL – 32% sobre faturamento (para apuração do lucro presumido).
Faturamento: 3.450.000,00x32%=1.104.000,00
1.104.000,00x9%=99.360,00 
6) CPP – 20% sobre folha de pagamento.
700.000,00*20% = 140.000,00
7) CPP – 20% sobre pró-labore.
150.000,00*20% = 30.000,00
8) RAT – 2% (grau médio) x FAP ajustado 0,5 = 1% sobre folha de pagamento e pró-la-
bore
700.000,00 + 150.000,00 x 1% = R$ 8.500,00
9) TERCEIROS – Sistema S – 5,8% = sobre folha de pagamento + pró-labore
700.000,00 + 150.000,00 x 5,8% = R$ 49.300,00
TOTAL DOS TRIBUTOS – LUCRO PRESUMIDO = R$877.585,00
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Análise:
Os resultados obtidos pela simulação dos enquadramentos da empresa são os seguintes:
1) Pelo Simples Nacional: R$ 576.150,00
2) Pelo Lucro Presumido: R$ 877.585,00
Neste caso apresentado, a saída de caixa evitada pela adesão ao Simples Nacional é de R$ 
301.435,00, o que equivale a 52% do total dos tributos pagos na DAS do Simples Nacional e 
8,7% do faturamento total.
Tem-se ainda significativa diferença na apuração, no recolhimento e nos controles, uma vez 
que no Simples Nacional os tributos estão inclusos em única guia de recolhimento. Já no 
lucro presumido são diversas guias e controles. Somente para fins de demonstração gerou 
nove cálculos (apurações) diferentes.
CONCLUSÃO
Entende-se que a gestão tributária nas empresas exige a utilização de ferramentas 
que possam facilitar o dia-a-dia e também minimizar os custos. Nesta linha o plane-
jamento tributário pode ser um aliado necessário para reduzir os impactos no caixa e 
na sustentabilidade das empresas. Nas microempresas, em razão por se mostrarem 
como uma camada significativa no País, a gestão dos tributos e dos enquadramentos 
tributários também são de suma importância. Comumente, essas microempresas são 
maisfragilizadas por possuírem estruturas mais simples e, quando o intuito é viabilizar 
o crescimento do faturamento, há necessidade de planejamentos e conhecimentos na 
área tributária a fim de possibilitar o efetivo crescimento, minimizando impactos finan-
ceiros e econômicos.
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Tributos e sistemas tributários no Brasil
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Center update on the Americas, 2013.
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BRASIL. Câmara dos Deputados. Projeto de Lei Complementar nº 123. Regulamenta o parágrafo único do 
art. 146 e o inciso IX do art. 170 da Constituição Federal e dá outras providências. Diário Oficial da República 
Federativa do Brasil, Brasília, DF, jan. 2004a.
BRASIL. Câmara dos Deputados. Projeto de Lei Complementar nº 125. Regulamenta o parágrafo único do 
art. 146 e o inciso IX do art. 170 da Constituição Federal e dá outras providências. Diário Oficial da República 
Federativa do Brasil, Brasília, DF, ago. 2004b.
BRASIL. Ministério da Fazenda. Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Institui o Estatuto 
Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte; altera dispositivos das Leis nos 8.212 e 8.213, 
ambas de 24 de julho de 1991, da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 
5.452, de 1o de maio de 1943, da Lei no 10.189, de 14 de fevereiro de 2001, da Lei Complementar no 63, de 
11 de janeiro de 1990; e revoga as Leis nos 9.317, de 5 de dezembro de 1996, e 9.841, de 5 de outubro de 
1999. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília. DF.15 dezembro de 2006.
BRASIL. Ministério da Fazenda. Lei Complementar nº 128, de 19 de dezembro de 2008. Altera a Lei Com-
plementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, altera as Leis nº 8.212, de 24 de julho de 1991, 8.213, de 24 
de julho de 1991, 10.406, de 10 de janeiro de 2002 – Código Civil, 8.029, de 12 de abril de 1990, e dá outras 
providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília. DF. 22 dezembro de 2008.
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http://www.portaldoempreendedor.gov.br/duvidas-frequentes
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https://www12.senado.leg.br/noticias/glossario-legislativo/sistema-s
https://www12.senado.leg.br/noticias/glossario-legislativo/sistema-s
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Planejamento tributário e o Lucro Real
UNIDADE 2
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO E O 
LUCRO REAL
INTRODUÇÃO
Ao constituir uma empresa se faz necessário decidir o enquadramento tributário que 
será usado, e de acordo com o regime escolhido é que os impostos serão apurados. 
Mas não é somente no momento da constituição da empresa que o regime poderá ser 
definido. Por esse motivo, em relação à importância do planejamento tributário, confor-
me Isabela Amaral, “[o] contribuinte tem o direito de realizar um planejamento fiscal para 
os seus negócios e organizar a sua empresa da forma que melhor lhe aprouver e que 
lhe provoque os menores ônus fiscais” (AMARAL, 2016, [n.p.]). 
Anualmente o contribuinte deverá reavaliar o seu enquadramento tributário e, se aplicá-
vel, alterá-lo. No Brasil, os regimes tributários que regulam a apuração dos tributos são 
os seguintes: Simples Nacional, Lucro Presumido e Lucro Real.
É comum as pessoas se assustarem inicialmente com o Lucro Real e pensar que ele é 
aplicado somente às grandes empresas. Isso ocorre porque a legislação determina que 
as empresas de grande porte, que obtém receita bruta igual ou superior a $ 78 milhões, 
devem de forma obrigatória estarem nesse regime. Logo vincula-se a essa ideia de que 
o lucro real é especificamente dedicado as grandes empresas. 
Outro ponto é que o Lucro Real exige um controle contábil rigoroso e entrega de diver-
sas obrigações acessórias ao fisco. Tudo isso assusta o contribuinte e sugere a utiliza-
ção exclusiva desse regime às grandes empresas. Porém, esse regime tributário, pode 
ser usado por qualquer empresa. É o único regime tributário no Brasil que pode ser usa-
do por qualquer tipo de empresa, diferentemente do Simples Nacional e Lucro Presu-
mido, que tem limites de faturamento e atividades restritas. Além disso, exclusivamente 
no Lucro Real, há alguns incentivos fiscais que podem ser muito interessantes para o 
tipo de atividade e operação que a empresa desenvolve. Para exemplificar, os tributos 
sobre o faturamento (PIS e COFINS), que veremos com mais detalhes no decorrer des-
sa unidade, mas que de maneira bem generalista, quando a empresa está enquadrada 
no lucro real, esses tributos (PIS e COFINS), podem ter regime de apuração específico, 
como por exemplo, na área produtiva que é incentivado, através de recuperação.
Por outro lado, se a empresa não tiver uma estrutura capaz de controlar todos os docu-
mentos, para que a contabilidade efetue todos os registros e que todos os gastos se-
jam controlados rigorosamente, esse regime torna-se inviável operacionalmente. Para 
saber qual é o melhor regime tributário à uma empresa, além de considerar o aspecto 
financeiro (gastos com tributos), é necessário também atentar-se a toda estrutura admi-
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nistrativa e contábil que dará suporte a todas as apurações e cumprimento de obriga-ções junto ao fisco, ou seja, estar em conformidade tributária.
No Lucro Real, todos os tributos são apurados individualmente, e recolhidos em guias 
também separadas. Os principais tributos têm incidência sobre os seguintes fatos ge-
radores: faturamento, lucro e folha de pagamento. Sobre o faturamento tem-se o PIS e 
o COFINS (tributos federais) com alíquotas de 1,65% e 7,60% respectivamente (regra 
geral), o ISS no caso de prestadoras de serviço (tributo municipal), em que a alíquota 
obedece a legislação municipal (variável) e sobre o lucro tem-se o IRPJ e CSLL (tributos 
federais), com alíquotas de 25% para o IRPJ, sendo (15% + 10% IRPJ adicional) e de 
9% para a CSLL.. Para a indústria na saída de produtos têm-se o IPI (tributo federal), 
cuja tabela é instituída pela essencialidade de cada produto industrializado, ou seja, 
cada produto tem uma alíquota diferente, em que leva em consideração a essência/ 
impacto do produto (utilização pelas pessoas no aspecto de sobrevivência). e na circu-
lação de mercadorias o ICMS (tributo estadual). Sobre a folha de pagamento, tem-se o 
FGTS, CPP – Contribuição Previdenciária Patronal, RAT - Risco Ambiental do Trabalho 
e os Terceiros (Sistema S).
Nessa unidade, vamos entender na prática a apuração dos tributos no regime do Lucro Real.
1. LUCRO REAL
O regime do Lucro Real consiste na apuração dos tributos, de forma completa, pe-
los resultados apurados na sua D.R.E. Demonstração de Resultados do Exercício e 
sua contabilização, bem como as obrigações fiscais são mais exigentes e detalhadas, 
conforme consta no Decreto 9580/2018. As empresas que optam ou as que estão obri-
gadas devem ter maior rigor na elaboração da contabilidade nos termos da legislação 
vigente. (SHINGAKI, 2016, 265).
Conforme Ferreira (2006), o Lucro Real é uma forma de tributação em que as empresas 
podem ser enquadradas, e consiste em ajudar o lucro (ou prejuízo) líquido contábil do 
período de apuração, com observação as leis comerciais, e realizando os ajustes de 
adições, exclusões ou compensações autorizadas pela legislação, e esse novo lucro é 
utilizado como base de cálculo para IRPJ e CSLL da empresa.
No Lucro Real as regras de apuração dos seguintes tributos são especificas: PIS, CO-
FINS, IRPJ e CSLL.
A expressão Lucro Real inicialmente parece ser o Real Lucro que a empresa teve. Mas, o 
Real Lucro é o Lucro Contábil, o constante na DRE. O nome Lucro Real deriva da realeza 
que controla os tributos, ou seja, Lucro Real equivale ao Lucro Fiscal, é o lucro apresen-
tado a Receita Federal do Brasil (RFB), para fins de cálculo do cálculo dos tributos.
Após essa explanação, fica mais fácil entender que o Lucro Contábil (da DRE) é levado 
até um livro fiscal de ajuste, denominado Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR), 
onde o lucro contábil sofre adições e exclusões, conforme a legislação vigente. Em 
seguida, é encontrado o Lucro Real que é a base de cálculo do IRPJ e CSLL. Cabe 
esclarecer que as adições do IRPJ e da CSLL podem ser diferentes, ou seja, deve-se 
observar a base legal de cada tributo.
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Planejamento tributário e o Lucro Real
1.1. COMPARAÇÃO LUCRO REAL X LUCRO PRESUMIDO
A apuração com base no Lucro Presumido é prevista no art. 26 da Lei nº 8.981, de 1995, 
em períodos de apuração trimestrais.
Essa mesma base legal trata também da tributação com base no Lucro Real, conforme 
dispõe o art. 14 da Lei nº 9.718, de 1998 e com relação ao Lucro Arbitrado, conforme 
art. 603 do RIR/2018.
A diferença para apuração dos tributos no Lucro Real e no Lucro Presumido, é que no 
Lucro Real utiliza-se a última linha da DRE (Lucro Contábil), leva o lucro contábil para o 
LALUR, onde são feitos os ajustes e chega-se no Lucro Real, que é a base de cálculo 
do IRPJ e CSLL. Já no Lucro Presumido, utiliza-se a primeira linha da DRE (Receita 
Bruta), ou seja, sobre a receita bruta auferida em cada trimestre - deduzida das devo-
luções; das vendas canceladas e dos descontos incondicionais concedidos; e do ICMS 
ST em que aplicam-se os coeficientes de presunção de lucro, previstos no art. 15 da Lei 
nº 9.249, de 1995, de acordo com a atividade exercida pela empresa, conforme a Figura 
1 abaixo. Assim se obtém o Lucro Presumido, igual ao Lucro Fiscal, para a realização 
do cálculo do IRPJ e CSLL. 
Figura 01. DRE Demonstração do Resultado do Exercício – Comparativa Lucro Real x Lucro Presumido
Base para Lucro 
Presumido
Base para Lucro 
Real
Receita Bruta
(-) Deduções
= Receita Líquida
(-) Custos
= Lucro Bruto
(-) Despesas
= Lucro ou Prejuízo
Fonte: Elaborada pela autora
Conforme legislação vigente, os ganhos de capital, rendimentos e ganhos líquidos au-
feridos em aplicações financeiras e demais receitas e resultados positivos devem ser 
adicionados integralmente na determinação na base de cálculo. De acordo com o art. 
595, e seu § 1º, do RIR/2018 (art. 521 do RIR/99), o ganho de capital deve ser acrescido 
integralmente à base de cálculo do Lucro
Alíquota de 
Presunção de 
Lucro a aplicar 
sobre o 
Faturamento
CONDIÇÕES (RIR/1999 E ADN 16/2000)
16%
Pessoas jurídicas prestadoras de serviços em geral, com receita bruta anual de até 
R$ 120.000,00 exceto prestadoras de serviços hospitalares, de transporte, e de pro-
fissões legalmente regulamentadas;
16% Serviços de transporte, exceto o de carga;
1,6% Revenda para consumo de combustível;
Tabela 01. Alíquotas para obtenção do Lucro Presumido
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Alíquota de 
Presunção de 
Lucro a aplicar 
sobre o 
Faturamento
CONDIÇÕES (RIR/1999 E ADN 16/2000)
32%
Serviços em geral, exceto serviços hospitalares e de auxílio diagnóstico e terapia, 
patológica clínica, imagiologia, anatomia patológica e citopatologia, medicina nuclear 
e análises e patologias clínicas, desde que a prestadora de serviços seja organizada 
sob a forma de sociedade empresária e atenda as normas da Agência nacional de 
Vigilância Sanitária (Anvisa);
32% Intermediação de negócios;
32% Administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer 
natureza;
8% Venda de mercadorias e produtos; venda de imóveis das empresas com esse objeto 
social; demais atividades, inclusive serviços hospitalares.
Fonte: Elaborada pela autora (2022) adaptação de SHINGAKI (2016, p. 261).
Presumido, sendo apurado com base na diferença entre o valor de alienação e o res-
pectivo valor contábil.
Para os optantes pelo Lucro Presumido não é exigível a manutenção de escrituração 
contábil, conforme dispõe o art. 45, parágrafo único, da Lei 8.981, de 1995, reproduzido 
no artigo 600 do RIR/2018 (art. 527 do RIR/99).
A definição legal da receita bruta, conforme art. 208 do Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, 
art. 12, caput, compreende em: 
I - o produto da venda de bens nas operações de conta própria;
II - o preço da prestação de serviços em geral;
III - o resultado auferido nas operações de conta alheia; e 
IV- as receitas da atividade ou do objeto principal da pessoa jurídica não compreendidas 
no inciso I ao inciso III do caput.
1.2. TRIBUTOS SOBRE O LUCRO: IRPJ E CSLL
As alíquotas dos tributos IRPJ e CSLL são as mesmas para os regimes tributários: Lu-
cro Real e Lucro Presumido.
Tributação – Alíquotas
IRPJ – 15% sobre o lucro tributável, ou lucro real ou presumido, mais um adicional de 10% 
sobre a parcela do lucro tributável que ultrapassar R$ 240.000,00 por ano.
CSLL – 9% sobre o lucro tributável, ou base de cálculo positiva da CSLL (15% instituições 
financeiras e outras empresas especificadas em lei).
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Planejamento tributário e o Lucro Real
1.3. LALUR – LIVRO DE APURAÇÃO DO LUCRO REAL
No artigo 258 do Decreto 9580/18, tem-se que o Lucro Real é o lucro líquido do período 
de apuração ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autori-
zadas pelo Regulamento (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 6º, caput). 
§ 1º A determinação do lucro real será precedida da apuração do lucro líquido de cadaperíodo de apuração em observância às disposições das leis comerciais (Lei nº 8.981, 
de 1995, art. 37, § 1º).
Da inobservância ao regime de competência Art. 285. A inexatidão quanto ao período 
de apuração de escrituração de receita, rendimento, custo ou dedução, ou de reconhe-
cimento de lucro, somente constitui fundamento para lançamento de imposto, diferença 
de imposto ou multa, se dela resultar (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 6º, § 5º):
I - a postergação do pagamento do imposto sobre a renda para período de apuração 
posterior àquele em que seria devido; ou 
II - a redução indevida do lucro real em qualquer período de apuração.
No LALUR, onde são feitos os ajustes do lucro contábil para obter o lucro real, temos 
por força de lei adições e exclusões temporárias e definitivas. O LALUR atualmente é 
preenchido pelas empresas em sistemas informatizados que controlam as adições e 
exclusões e anualmente esse controle deve ser entregue ao fisco através da ECF – 
Escrituração Contábil Fiscal, que é a declaração anual do IRPJ e CSLL das empresas.
O controle em sistemas informatizados facilita a entrega anual da ECF, caso a empresa 
opte por um controle alternativo, em planilha eletrônica (Excel), por exemplo, esse con-
trole deverá ser transcrito na ECF.
1.4. EXEMPLOS DE ADIÇÕES TEMPORÁRIAS:
 ` Provisões;
 ` Depreciação contábil superior a fiscal;
As Provisões são disciplinadas pelo CPC 25 que resumidamente consiste em realizar 
um lançamento contábil e que afeta o resultado do período para o cumprimento do regi-
me de competência. Um exemplo prático, se a empresa não receber a fatura de energia 
elétrica do mês, devido a algum problema na emissão da fatura (por parte da Compa-
nhia de energia elétrica), ela deverá estabelecer um critério razoável para mensuração 
do valor a provisionar, que poderá ser a média dos últimos três meses, se isso significar 
o valor aproximado da fatura não recebida naquele respectivo mês. 
Essa provisão gerará um débito no resultado e um crédito no passivo. Esse débito no 
resultado afeta o lucro contábil na DRE (reduz o lucro), e a legislação determina que o 
Lucro Fiscal não deve ser afetado por provisões. Por esse motivo, no LALUR, o valor 
dessa provisão deverá ser adicionado (somado ao lucro contábil), para compor a base 
de cálculo dos tributos sobre o lucro.
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Esse é um exemplo de adição temporária, em razão de no mês seguinte: quando a 
empresa receber a fatura de energia elétrica e efetivar o devido registro contábil, de-
verá também estornar a provisão feita no mês anterior e esse lançamento contábil de 
estorno da provisão vai gerar um crédito no resultado. Em outras palavras, um débito 
no passivo, afetando positivamente a DRE e consequentemente o lucro contábil. Nesse 
momento deverá ser feito um novo ajuste no LALUR, ou seja, uma exclusão, e é por 
esse motivo que as provisões são adições temporárias, porque quando elas são reali-
zadas, existe uma estimativa de reversão no futuro.
Depreciação contábil superior a fiscal
No caso da adição temporária de diferença de depreciação, ocorre quando a empresa pre-
cisa efetuar contabilmente o registro da depreciação com taxa diferente da taxa fiscal. Em 
outras palavras, o fisco, através da RFB, disciplina as taxas e prazos de depreciação dos 
ativos. Para veículos a taxa é de 20% ao ano e prazo de cinco anos. 
Suponhamos que a empresa utilize seus veículos para fins comerciais e que o desgaste é 
muito acelerado, e que devido a isso, a empresa contratou uma outra empresa especializada 
para emitir um laudo, oficializando e mensurando a redução do tempo de vida útil dos veícu-
los para três anos.
Nesse caso, a empresa poderá efetuar a depreciação contábil com taxa de 33,33% ao ano, 
no prazo de três anos. Embora seja somente permitido para a base contábil (DRE) e para 
a base fiscal (LALUR), a taxa de veículos continua sendo de 20% ao ano e prazo de cinco 
anos. Isso resulta em uma adição no LALUR, nos três primeiros anos, em que o gasto está 
impactando em redução no lucro contábil, já nos dois últimos anos. Contabilmente não pas-
sará nada pelo resultado, mas, fiscalmente deverá ser excluído no LALUR.
Exemplificando em números:
Tabela 02. Veículo - valor de aquisição R$ 120.000,00
ANO
DEPRECIAÇÃO CON-
TÁBIL (ACELERADA 
COM LAUDO) 33,33% AA
DEPRECIAÇÃO FISCAL 
- RFB 20% AA
ADIÇÃO/ (EX-
CLUSÃO) NO 
LALUR
1 40.000,00 24.000,00 16.000,00 
2 40.000,00 24.000,00 16.000,00 
3 40.000,00 24.000,00 16.000,00 
4 - 24.000,00 (24.000,00)
5 - 24.000,00 (24.000,00)
TOTAL 120.000,00 120.000,00 0,00 
Fonte: Elaborada pela autora
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Planejamento tributário e o Lucro Real
1.5. EXEMPLOS DE ADIÇÕES DEFINITIVAS:
 ` Despesas com multas não compensatórias (multas punitivas);
 ` Despesas com brindes (logotipo/sorteios); 
 ` Doações a entidades filantrópicas regulamentadas que excedem 2% do lucro operacional;
 ` Doações que não sejam para entidades filantrópicas regulamentadas;
 ` Prejuízo de equivalência patrimonial (investimentos).
Conforme a Legislação Vigente, no caso da empresa incorrer em uma despesa com multa 
não compensatória, como por exemplo, deixar de entregar uma obrigação acessória no 
prazo, e consequentemente for penalizada a pagar uma multa por esse atraso (entrega 
da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) em atraso), esse é um 
caso de multa não compensatória, que deverá ser adicionada definitivamente ao lucro 
contábil no LALUR, porque essa despesa irá transitar pela DRE. Somente no mês de 
pagamento da respectiva multa, não haverá estorno desse lançamento em período futuro. 
Para complementar o entendimento entre multa não compensatória e multa compensa-
tória, sempre que a multa for aplicada a empresa como uma penalidade (falta ou atraso 
na entrega de alguma obrigação fiscal), ou multa de transito dos veículos da empresa, 
esse gasto (custo ou despesa) é indedutível e precisa ser adicionado no LALUR. 
Já as multas compensatórias referem-se quando ainda não teve uma imposição do 
fisco. Por exemplo, quando uma guia de imposto é paga em atraso pelo contribuinte, 
sem qualquer ação do fisco, a empresa perdeu a data de vencimento e pagou no dia 
seguinte. Nesse caso, a compensatória (dedutível) tem necessidade de adicionar no 
LALUR. O mesmo ocorre para multas pagas ao fornecedor por falta de pagamento no 
vencimento, pois é também uma despesa dedutível.
No caso das despesas com brindes (logotipo/sorteios), doações a entidades filantrópi-
cas regulamentadas que excedem 2% do lucro operacional e doações que não sejam 
para entidades filantrópicas regulamentadas o prejuízo de equivalência patrimonial (in-
vestimentos) à adição é definitiva também pelo fato de transitarem somente no mês de 
ocorrência pela DRE, não sendo dependente de ações futuras, e não gerando novos 
impactos no resultado.
1.6. EXEMPLO DE EXCLUSÃO TEMPORÁRIA:
 ` Depreciação com cálculo fiscal superior à depreciação contábil;
Conforme o exemplo do veículo no tópico 1.4, a diferença de depreciação (contábil x 
fiscal) é temporária, porque a diferença de taxas é eliminada no final de todo período 
(tempo de vida útil fiscal do ativo).
1.7. EXEMPLOS DE EXCLUSÕES DEFINITIVAS:
 ` Lucro de equivalência patrimonial (investimentos);
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 ` Incentivo sobre gastos com P&D no exercício (limites 60% - 80%);
 ` Reversões de provisões;
 ` Ajustes a valor presente (adição/exclusão para nulidade fiscal).
1.8. LUCRO REAL E A COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZO FISCAL
Nos tópicos anteriores dessa unidade, verificamos a diferença entre o Resultado Contábil 
(DRE) e o Resultado Fiscal (LALUR). Esse resultado pode ser positivo (lucro) ou negativo 
(prejuízo). Como o Lucro Fiscal é resultante de ajustes, é possível ter um resultado contábil 
negativo (prejuízo) e um resultado fiscal positivo (lucroreal tributável) e o contrário também 
é possível. Esclarecidas as diferenças entre os resultados contábil e fiscal, vamos adiante.
No encerramento de cada exercício, o resultado contábil (lucro ou prejuízo) é “zerado” 
para iniciar um novo exercício.
Já o resultado fiscal, se for negativo, ele deve ser controlado no LALUR. Isso porque o 
prejuízo fiscal pode ser utilizado para reduzir a base positiva de exercícios futuros, cuja 
compensação é limitada a 30% do total do lucro auferido até a completa utilização do pre-
juízo fiscal, ou seja, hoje na legislação não há prazo para compensação de prejuízo fiscal.
Exemplificando em números:
Empresa registra no LALUR em 31/12/2020, prejuízo fiscal (IRPJ) no total de R$ 
1.500.000,00.
 ` Em 31/12/2021 o Lucro Real apurado por essa empresa é de R$ 10.000.000,00 (antes da 
compensação de prejuízos).
 ` Cálculo para compensação de prejuízo fiscal: R$ 10.000.000,00 x 30% (limite de compen-
sação) = R$ 3.000.000,00 (limite passível de compensação).
Como a empresa não possui saldo igual ou maior que o limite permitido para compen-
sação de R$ 3.000.000,00, logo a empresa poderá compensar o total do prejuízo fiscal 
do LALUR, correspondente a R$ 1.500.000,00, uma vez que esse saldo é inferior ao 
limite de compensação.
O Lucro Real dessa empresa em 31/12/2021, após a compensação do prejuízo fiscal, 
é o seguinte:
 ` R$ 10.000.000,00 – R$ 1.500.000,00 = R$ 8.500.000,00 (essa é a base de cálculo para 
o IRPJ).
E em 31/12/2021, a empresa deverá baixar do LALUR o prejuízo fiscal totalmente utilizado, 
ficando sem saldo para utilização em exercícios futuros, pois utilizou todo prejuízo em 2021. 
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Planejamento tributário e o Lucro Real
2. OBJETO DE APRENDIZAGEM
Exercício Comentado
Apuração de tributos no lucro real:
Empresa com atividade de prestação de serviços.
DRE (Demonstração do Resultado do Exercício) – simplificada.
31/12/21
Receita de líquida de vendas 4.700.000,00
Custo 2.100.000,00 (-)
Lucro Operacional 2.600.000,00 (=)
Despesas 1.800.000,00 (-)
Lucro antes do IRPJ/CSLL 800.000,00 (=)
Fonte: Elaborada pela autora
Para apuração do Lucro Real, ou seja, o Lucro Tributável, parte-se do Lucro Contábil da DRE 
e efetua-se os ajustes no LALUR que equivale à uma nova DRE, ajustada com adições e 
exclusões conforme legislação vigente.
No exemplo exposto considera-se que não há ajustes a realizar no Lucro Contábil, logo o 
Lucro Real de R$ 800.000,00 será a base para cálculo dos seguintes tributos: - Imposto de 
Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), conforme 
segue:
Lucro Real: 800.000,00
IRPJ 15%: 800.000,00 x 15% = 120.000,00
IRPJ Adicional 10%: 800.000,00 – (4 x 60.000/trimestre) x 10% = 56.000,00
Total IRPJ: 176.000,00
CSLL: 800.000,00 x 9% = 72.000,00.
Importante: Caso tivesse alguma adição ou exclusão a fazer, o Lucro Contábil da DRE seria 
levado ao LALUR para realizar as adições e exclusões aplicáveis e, posteriormente, aplica-
riam as alíquotas para apuração do IRPJ e CSLL.
No regime tributário do lucro real, incidirá também outras tributações sobre outros fatos gera-
dores, como a receita/ faturamento:
- PIS (7,6%), COFINS (1,65%), ISS (alíquota municipal) / ICMS (18% SP) a depender da 
atividade ou quando tratar-se de mercadoria.
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Para os tributos PIS e COFINS, existem dois regimes de incidência, PIS/COFINS: cumulativo, 
sem possibilidade de compensação/créditos, e não cumulativo, com possibilidade de com-
pensação/créditos. Em regra geral, quando a empresa está enquadrada no regime tributário 
do Lucro Real, a incidência do PIS/COFINS é na forma não cumulativa com PIS de 1,65% e 
COFINS de 7,60%, e para o Lucro Presumido a incidência do PIS/COFINS é na forma cumu-
lativa, com PIS de 0,65% e COFINS de 3,00%. Mas , em regra geral, há especificidades na 
legislação, em que uma empresa poderá estar no Lucro Real e ter regime cumulativo para 
PIS/COFINS. Por isso é o planejamento tributário que deve ser tratado com muito cuidado 
para cada atividade de cada empresa.
Haverá também incidências sobre a folha de pagamento:
- CPP (20%) Contribuição Previdenciária Patronal sobre a folha de pagamento e pró-labore;
- RAT/FAP (antigo seguro acidente de trabalho) de acordo com o enquadramento de grau de 
risco da atividade (1% grau leve, 2% grau médio e 3% grau grave), e fator moderador (FAP - 
Fator Acidentário de Prevenção) de 0,5% a 2%;
- Terceiros – sistema “s” em até 5,8%.
CONCLUSÃO
Diante da alta carga tributária que as organizações são submetidas, o planejamento 
tributário é essencial. Este planejamento se veste de licitude quando atua anterior ao 
fato gerador, se antecipa aos fatos e utiliza-se de conhecimento das leis ou de lacunas 
nelas existentes, para diminuir a geração de tributos. 
É importante saber que a norma antielisão foi introduzida no Código Tributário Nacional, 
no ano de 2001 , e que, conforme Diniz apud Castro (2014), o intuito é coibir movi-
mentos forjados e mascarados ao objeto fim, independentemente de ser ante ao fato 
gerador. Por isso é importante haver um planejamento tributário estruturado para que 
o objetivo de diminuição de tributos e continuidade do empreendimento estejam conso-
antes à legislação.
Uma empresa pode escolher o estado para comprar insumos, por exemplo, e conse-
quentemente diminuir impostos, ou ainda decidir por um estado brasileiro para estabe-
lecer suas instalações em que os impostos sejam menores. Também podem, ou melhor, 
devem simular os regimes tributários aos seus negócios (aqueles aplicáveis) para en-
tender em qual regime a empresa melhor se adéqua financeiramente e estruturalmente. 
Estas são medidas que contemplam o planejamento tributário lícito.
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Planejamento tributário e o Lucro Real
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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LONGENECKER. Justin G. [et al.]. Administração de pequenas empresas. 18. ed. São Paulo: Cengage, 
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SHINGAKI, Mário. Gestão de Impostos: para pessoas físicas e jurídicas. 9. ed. São Paulo: Saint Paul 
Editora, 2016.
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Incentivos Fiscais e o Lucro Real
UNIDADE 3
INCENTIVOS FISCAIS E O LUCRO REAL
INTRODUÇÃO
As empresas no Brasil enfrentam diversos desafios para se manterem vivas e saudá-
veis e um fator preponderante dentro desse difícil cenárioé a estrutura tributária. O 
sistema tributário é conhecido por ser complexo e oneroso para as empresas, por esse 
motivo é essencial que a empresa tenha uma assessoria tributária através da contabi-
lidade interna ou externa que conheça todas as premissas da legislação e que possa 
melhor se encaixar às atividades da empresa, de forma a explorar as melhores práticas. 
A contabilidade concentra esforços em reduzir significativamente os gastos com os tri-
butos, melhorar o fluxo de caixa da empresa, além de garantir que a empresa esteja em 
conformidade com as exigências legais, evitando assim autuações fiscais que podem 
gerar muito desgaste e perdas financeiras, com multas e processos, e até mesmo em 
casos exponenciais impedir a continuidade da atividade da empresa.
Segundo Carmo (2017, p. 206) apud Gonçalves (2014), o ranking das principais causas 
de fechamento de empresas no Brasil, é o seguinte:
 ` Falta de planejamento prévio;
 ` Deficiência na gestão do negócio;
 ` Perfil do empreendedor não adequado.
Dentro do planejamento prévio, no qual encontra-se a figura tributária, há necessidade 
de um acompanhamento sistematizado e cíclico para entender as alterações das ati-
vidades da empresa e das alterações legais que são extremamente dinâmicas. Dessa 
forma, a empresa consegue obter o melhor espaço dentro da legalidade.
Por exemplo, o enquadramento tributário de uma empresa pode ser revisto anualmente 
e o Lucro Real é o único regime tributário que qualquer empresa pode se encaixar sem 
qualquer ressalva, como limite de faturamento ou restrição de atividade empresarial. Isso 
ocorre somente para os demais regimes tributários: Simples Nacional e Lucro Presumido.
Porém, a sistemática de apuração do Lucro Real exige que a empresa tenha controle 
contábeis rígidos e sistematizados para que todas as premissas legais para apuração 
dos tributos e obrigações acessórias estejam em conformidade. Esse controle contábil 
mais rígido refere-se aos registros dos gastos (custos e despesas) que podem ser de-
dutíveis ou indedutíveis para o Lucro Real.
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Planejamento, Gestão Tributária e Compliance
No caso de um gasto indedutível significa dizer que esse gasto afeta a contabilidade atra-
vés da DRE, ou seja, o resultado da empresa, mas não pode afetar a base de cálculo dos 
tributos sobre o lucro (IRPJ e CSLL). E o fisco determina que esses gastos indedutíveis, 
que podem ser temporários ou definitivos, devem ser controlados no Livro de Apuração 
do Lucro Real (LALUR) por meio de adição ou exclusão. Assim gera a base para cálculo 
dos tributos sobre o lucro, ou seja, a base de cálculo é o Lucro Real para fins tributários.
Enquanto isso, nos regimes do Simples Nacional e Lucro Presumido, o cálculo dos 
tributos sobre o lucro parte da Receita Bruta de Vendas, ou seja, independe do registro 
dos gastos. Além disso, apenas relembrando que no regime tributário do Simples Nacio-
nal, todos os tributos são recolhidos em guia única mensalmente, a guia DAS (exceção 
apenas para o Anexo IV do Simples Nacional).
À medida que no Lucro Real e no Lucro Presumido os impostos são apurados e recolhi-
dos separadamente, o regime tributário indica como serão recolhidos e apurados todos 
os tributos, inclusive sobre o faturamento, por exemplo, e não somente sobre o lucro. 
Nessa unidade, vamos entender os incentivos fiscais existentes no regime tributário do 
Lucro Real com exemplos práticos que vão auxiliar a identificar oportunidades de imple-
mentações no dia a dia nas empresas.
1. TRIBUTOS SOBRE O FATURAMENTO X REGIMES 
TRIBUTÁRIOS: PIS E COFINS
O Programa de Integração Social (PIS) foi criado pela Lei Complementar nº 7/1970 e 
tem como objetivo o pagamento do seguro-desemprego, do abono salarial aos traba-
lhadores regidos pela CLT, e a aplicação em diversos setores da economia nacional.
A Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS), instituída pela 
Lei nº 10.833/2003, tem como objetivo custear a seguridade social, ou seja, os serviços 
da previdência social e saúde que são oferecidos à população.
O PIS e a COFINS incidem sob o faturamento das empresas em dois regimes de apura-
ção, o cumulativo e o não cumulativo. Em linhas gerais os Regimes Tributários de Lucro 
Presumido e Arbitrado são submetidos ao regime de incidência cumulativa. As alíquotas 
do regime de incidência cumulativa são as seguintes: 
 ` PIS (0,65%) 
 ` COFINS (3,00%).
Enquanto isso, as empresas que estão no Regime Tributário do Lucro Real são subme-
tidas ao regime de incidência não cumulativa. As alíquotas do regime de incidência não 
cumulativa são as seguintes: 
 ` PIS (1,65%) 
 ` COFINS (7,60%).
Mas, há exceções nas respectivas Legislações de PIS e COFINS, em que a empresa 
pode estar no Regime Tributário do Lucro Real, e ainda sim estar sujeita a incidência 
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Incentivos Fiscais e o Lucro Real
de PIS e COFINS sob o regime cumulativo. No item VIII do art. 10, da Lei 10.833/2003 
– COFINS, “as receitas decorrentes de prestação de serviços de telecomunicações” es-
tão exclusivamente no regime de incidência cumulativa (PIS 0,65% e COFINS 3,00%), 
independentemente do regime tributário da empresa. Isso significa, que mesmo que a 
empresa esteja no regime tributário do Lucro Real, ela terá incidência cumulativa para 
PIS e COFINS.
O fato gerador do PIS e COFINS, é o faturamento mensal, assim considerado a receita 
bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviço de qualquer 
natureza, conforme legislação vigente.
Conforme art. 1º da Lei nº 10.833/2003, a Contribuição para o Financiamen-
to da Seguridade Social (COFINS), com a incidência não-cumulativa, tem 
como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das recei-
tas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação 
ou classificação contábil. 
§ 1º Para efeito do disposto neste artigo, o total das receitas compreende a 
receita bruta de que trata o art. 12 do Decreto-Lei no 1.598, de 26 de dezembro 
de 1977, e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica [...]
Não integra a receita de que trata este artigo, para efeito de determinação da 
base de cálculo da contribuição, o valor:
a) do imposto sobre produtos industrializados, quando destacado em sepa-
rado no documento fiscal;
b) das vendas canceladas, das devolvidas e dos descontos a qualquer título 
concedidos incondicionalmente.
IMPORTANTE
O PIS e a COFINS incidem sob os regimes cumulativos, não cumulativos, de substituição 
tributária, monofásicos, alíquotas zero, por volume, sobre importação, entre outros.
Exclusivamente no regime tributário do Lucro Real, há incidência de PIS (0,65%) e a 
COFINS (4,0%) sob as receitas financeiras auferidas. Logo, o regime tributário (Lucro 
Real, presumido ou arbitrado), está diretamente relacionado ao regime de incidência 
dos tributos PIS e COFINS, porém há de se observar as exceções e particularidades 
constantes em legislação vigente.
1.1. INCENTIVOS FISCAIS NO LUCRO REAL
INCENTIVOS 
FISCAIS LUCRO 
REAL
DEDUÇÃO COMO 
DESPESA 
OPERACIONAL
DEDUÇÃO DO 
IMPOSTO 
DEVIDO
LIMITE DO 
IMPOSTO 
DEVIDO
LEGISLAÇÃO 
BÁSICA
1. Licença maternida-
de (empresa cidadã) Não Valor total da despesa 
das remunerações sem limite Leis 11770/2008; 
13257/2016
2. Programa de 
Alimentação do Tra-
balhador (PAT)
Sim Valor total da despesa
até 4% em conjunto 
com demais 
incentivos
Decretos 5/1991; 
2101/1996
Tabela 01. Incentivos Fiscais no Lucro Real
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Planejamento, Gestão Tributária e Compliance
INCENTIVOS 
FISCAIS LUCRO 
REAL
DEDUÇÃO COMO 
DESPESA 
OPERACIONAL
DEDUÇÃO DO 
IMPOSTO 
DEVIDO
LIMITE DO 
IMPOSTO 
DEVIDO
LEGISLAÇÃO 
BÁSICA
3. Operações cultu-
rais e artísticas - Lei 
Rouanet
a) doações e patrocí-
nios Tipo I Sim 40% - Doações até 4% em conjunto 
com demais 
incentivos
Lei 8313/91 arts. 25/26
Sim 30% - Patrocínios Decreto 5761/2006
b)

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