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Disciplina: Nutrição no Adulto e Idoso Aula 5 – Parte II – Fisiopatologia e Dietoterapia das DCNT – Diabetes e Dislipidemia DIABETES MELLITUS (DM) DIABETES MELLITUS (DM) Prevalência de DM em adultos (20-79 anos) DIABETES MELLITUS (DM) o Tipo 1: causada pela destruição das células produtoras de insulina, em decorrência de defeito do sistema imunológico em que os anticorpos atacam as células que produzem a insulina. Ocorre em cerca de 5 a 10% dos diabéticos. o Tipo 2: resulta da resistência à insulina e de deficiência na secreção de insulina. Ocorre em cerca de 90% dos diabéticos. o Diabetes Gestacional: é a diminuição da tolerância à glicose, diagnosticada pela primeira vez na gestação, podendo ou não persistir após o parto. Sua causa exata ainda não é conhecida. o Outros tipos: são decorrentes de defeitos genéticos associados com outras doenças ou com o uso de medicamentos. DIABETES MELLITUS TIPO I ▪ Há destruição da célula beta que leva ao estágio de deficiência absoluta de insulina. ▪ CAUSA: ✔ Processo autoimune, detectado por auto anticorpos circulantes: ❖anti-descarboxilase do ácido glutâmico (anti-GAD), ❖anti-ilhotas ❖anti-insulina. ✔ Podendo estar associado a outras doenças autoimunes como: ❖tireoidite de Hashimoto, ❖doença de Addison ❖miastenia gravis. ✔Em menor proporção, a causa da destruição das células beta é desconhecida (tipo 1 idiopático). DIABETES MELLITUS TIPO I * Requer administração de insulina, sendo necessária para prevenir cetoacidose, coma e morte. * Pode ocorrer de: ✔Forma rápida e progressiva, principalmente, em crianças e adolescentes (pico de incidência entre 10 e 14 anos) ✔Forma lentamente progressiva em adultos, (LADA, latent autoimmune diabetes in adults; doença auto- imune latente em adultos). Alterações Metabólicas na DM1 DIABETES MELLITUS TIPO II DIABETES MELLITUS TIPO II DIABETES MELLITUS TIPO II Sede excessiva e boca seca Poliúria Falta de energia e cansaço extremo Visão embasada Cicatrização lenta de feridas Infecções fúngicas recorrentes na pele Sinais e sintomas Fisiopatologia na DM2 ➢ Resistência Periférica à insulina – resultado do acúmulo de gordura ectópica, inflamação, disfunção mitocondrial e EO; ➢ Obesidade – hipertrofia dos adipócitos (viscerais) leva ao AGL, citocinas inflamatórias e adipocinas. Fisiopatologia na DM2 ➢ Trato digestório - GLP-1, disbiose (inflamação) DIABETES MELLITUS (DM) ▪ É a hiperglicemia diagnosticada na gravidez, de intensidade variada, geralmente se resolvendo no período pós-parto, mas retornando anos depois em grande parte dos casos. ▪ Aparece geralmente no 2º ou 3º trimestre; ▪ Deve-se a elevação dos hormônios antagonistas à insulina associados a gravidez; ▪ CONSEQUÊNCIAS: ▪ Macrossomia ▪ abortos de repetição ou mortalidade perinatal DIABETES GESTACIONAL ▪ Teste de Tolerância Oral à Glicose (TTOG)- (75g de dextrose) ✓1 e 2 horas ✓24 a 28 semana gestacional ▪ Pela manhã após jejum mínimo de 8h ▪ Diagnóstico: ✓ Jejum = ≥ 92 mg/dL ✓1h = ≥ 180 mg/dL ✓2h = ≥ 153 mg/dL DIABETES MELLITUS (DM) DIABETES MELLITUS (DM) ➢ Complicações: ▪ Acantose nigricans - Espessamento aveludado da pele e hiperpigmentação simétrica de flexuras cutâneas, como regiões cervical, axilar e inguinal. ▪ Doenças Macrovasculares DIABETES MELLITUS (DM) ➢ Complicações: ▪ Doenças Microvasculares DIABETES MELLITUS (DM) ➢ Complicações Agudas: DIABETES MELLITUS (DM) Dietoterapia DM Deve-se promover manutenção/obtenção de peso saudável, alcance das metas de controle da glicemia (tanto em jejum como pré e pós-prandial) e adequação dos níveis pressóricos e dos níveis séricos de lipídios, considerando-se o uso de fármacos para prevenir complicações de curto e médio prazos. ➢ Objetivos: Dietoterapia DM ➢ Recomendações Nutricionais: ❖ Indivíduos com excesso de peso (SB/OB) – estimular perda de peso – 5% do peso inicial melhora a sensibilidade a insulina e fatores de risco cardiovasculares (HA, dislipidemias); ❖Modificações no estilo de vida – atividade física, sono, estresse; ❖ Elaboração do plano alimentar – avaliação individualizada, padrão alimentar, preferências e metas metabólicas a serem atingidas. MACRONUTRIENTES INGESTÃO DIÁRIA RECOMENDADA Carboidratos Sacarose Frutose Fibra alimentar Gordura total AG saturados AG poli-insaturados AG monoinsaturados Colesterol Proteínas Carboidratos totais – 45 a 60% Não inferior a 130g/dia 5-10% Não se recomenda sua adição aos alimentos Mínimo: 14g/1000calorias DM2: 30 a 50g/dia 25 a 35% VET <7% VET até 10% VET 5 a 15% VET <300mg/dia 15 a 20% VET Soc. Bras. Diabetes Dietoterapia DM ➢ Carboidratos Carga glicêmica (CG) – considera a porção consumida de cada alimento - Reflete a qualidade e a quantidade de carboidrato Índice glicêmico (IG) – resposta glicêmica pós prandial (2h) de diferentes alimentos, quando comparado com um CHO de referência como a glicose e o pão branco. Dietoterapia DM ➢ Fibras ❖ Solúveis – associadas a picos glicêmicos pós-prandiais menores; ❖ Insolúveis – agem contribuindo para a saciedade e controle de peso; ❖ Ambas atuam na preservação da saúde intestinal. ❖ Dietas ricas em fibras – benefícios na redução da glicemia de jejum e hemoglobina glicada; ❖ Dever ser estimulado consumo a partir de cerais integrais, hortaliças, leguminosas e frutas. Dietoterapia DM ➢ Lipídios ❖ Adoção de uma dieta mediterrânea tem sido estudada com o propósito de avaliar o seu impacto na redução do LDL-c; ❖ Ômega-3 – 2 a 3 porções de peixe/semana; ❖ AG monoinsaturados – azeite de oliva e nozes; Dietoterapia DM ➢ Proteínas ❖ Pacientes com função renal normal – 0,8 a 1,0g/kg ou 15 a 20%VET; ❖ Associada a um aumento da resposta insulínica sem aumento na glicemia pós-prandial – melhor controle glicêmico. Dietoterapia DM ➢ Micronutrientes ❖ Sódio – até 2300mg/dia – para pacientes não hipertensos; ❖ Estudos sugerem que deficiência de cromo, vitamina D e magnésio podem agravar a intolerância à glicose e resistência à insulina. ❖ Suplementação de vitaminas e minerais – não indicada para indivíduos sem deficiência. ❖Neuropatia diabética – associada a deficiência de vitamina B12 – uso prolongada de metformina – suplementação pode ser necessária; Dietoterapia DM ➢ Edulcorantes ❖ Food and Drug Administration (FDA) - aprovou o consumo de acessulfame-K, luo han guo, aspartame, sacarina sódica, estévia e sucralose - submetidos a rigorosa analise, mostrando-se seguros quando consumidos pelo público em geral, inclusive por indivíduos com diabetes e gestantes, quando a ingestão diária aceitável (IDA) é respeitada. ❖ Edulcorantes aprovados pela ANVISA - sorbitol, manitol, isomaltitol, maltitol, sacarina, ciclamato, aspartame, estévia, acessulfame-K, sucralose, neotame, taumatina, lactitol, xilitol e eritritol. DISLIPIDEMIAS ➢ Alterações metabólicas no metabolismo de lipídios que repercutem nos níveis séricos de lipoproteínas - fator de risco para aterosclerose que pode levar ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares. DISLIPIDEMIAS CLASSIFICAÇÃO LABORATORIAL DAS DISLIPIDEMIAS ✓ Hipercolesterolemia isolada: aumento isolado do LDL-c (LDL-c ≥ 160 mg/dL); ✓ Hipertrigliceridemia isolada: aumento isolado dos triglicérides (TG ≥ 150 mg/dL ou ≥ 175 mg/dL, se a amostra for obtida sem jejum); ✓ Hiperlipidemia mista: aumento do LDL-c (LDL-c ≥ 160 mg/dL) e dos TG (TG ≥ 150 mg/dL ou ≥ 175 mg/ dL, se a amostra for obtida sem jejum); ✓ HDL-c baixo: redução do HDL-c (homens < 40 mg/dL e mulheres < 50 mg/dL) isolada ou em associação ao aumento de LDL-c ou de TG. Atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose (SBC, 2017) DISLIPIDEMIAS Fisiopatologia das Dislipidemias Acúmulo de QM e VLDL no plasma – resulta na hipertrigliceridemia – decorre da da LPL ou síntese de VLDL Acúmulo LDLno plasma – rica em colesterol – resulta em hipercolesterolemia Fatores de risco não modificáveis: • Idade • Genética • Sexo Fatores de risco modificáveis: • Alimentação • Sedentarismo • Fumo • Doenças crônicas – obesidade DISLIPIDEMIAS DISLIPIDEMIAS Hipercolesterolemia, LDLox, HAS, Fumo, DM, OB, Hiperhomocisteinemia, Lesões endoteliais na parede das artérias Adesão de plaquetas e fatores e liberação de fatores de crescimento Placa de Ateroma ➢ Desenvolvimento da Placa de Ateroma - Aterosclerose https://www.youtube.com/watch?v=BIQtntZZGqI Dietoterapia nas Dislipidemias ➢ Objetivos: • Controle dos níveis alterados de lipídios e lipoproteínas; • Mudanças de estilo de vida e promoção de saúde – manutenção/redução do peso corporal, atividade física, cessação do tabagismo, controle do consumo de bebidas alcoólicas; • Redução na ingestão de gorduras saturadas, trans, colesterol e carboidrato simples; • Aumento da ingestão AGPI, monoinsaturados e fibras alimentares. Dietoterapia nas Dislipidemias Dietoterapia nas Dislipidemias ✓ Substituição parcial de ácidos graxos saturados por mono e poli-insaturados (efeito pro –inflamatório dos AGS); ✓ Colesterol alimentar: não há evidências suficientes para estabelecimento de um valor de corte para o consumo de colesterol. ✓ [TG] - sensível a variações do peso corporal e a alterações na composição da dieta (pp na quanti e quali de CHO e Gord.); ✓ Adequação no consumo de carboidratos, com ênfase na restrição de açúcares; ✓ Controle da ingestão de álcool (> prod. de TG, inibe ação LP da lipoproteínas e < hidrolise dos quilomícrons; ✓ Deve-se: manterem quantidades moderadas de gordura na dieta, eliminar AG Trans, controlar o consumo de saturados, priorizar poli-insaturados e mono, reduzir açúcares e incluir carnes magras, frutas, grãos e hortaliças na dieta. Arq Bras Cardiol 2017; 109(2Supl.1):1-76. Dietoterapia nas Dislipidemias ➢ Ácidos graxos ômega 3 ✓ Redução de marcadores inflamatórios e da agregação plaquetária, melhora da função endotelial, redução da PA e redução da trigliceridemia. Arq Bras Cardiol 2017; 109(2Supl.1):1-76. Dietoterapia nas Dislipidemias ➢ Fitosteróis ✓ Estrutura semelhante à do colesterol são fontes: Óleos vegetais, cereais, grãos e demais vegetais; ✓ São pouco absorvidos e possuem eficiente excreção biliar após captação hepática; ✓ Reduz a absorção de colesterol, pp por comprometimento da solubilização intraluminal (micelas); ✓ Em adição às estatinas, os fitosteróis reduzem em 10 a 15% o LDL-c; Arq Bras Cardiol 2017; 109(2Supl.1):1-76. ➢ Outros componentes importantes: ✓ Proteína de soja: 15 a 30 g de proteína - associado à redução de 5% de LDL-c, ao aumento de 3% de HDL-c e à redução de 11% na concentração de TG; ✓ Fibras solúveis: aumentando excreção de colesterol nas fezes e diminuindo sua reabsorção durante o ciclo entero-hepático (Psyllium mais estudado); ✓ Recomendada mínima de fibras por dia é de 25 g, a fim de proteger contra DCV e câncer; ✓ Probióticos: apesar do interesse dos estudos existe pouco evidência dos efeitos na colesterolemia. ✓ Exercício físico - sedentarismo destaca-se entre os maiores fatores de risco na mortalidade global. Dietoterapia nas Dislipidemias Arq Bras Cardiol 2017; 109(2Supl.1):1-76. Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30 Slide 31 Slide 32 Slide 33 Slide 34 Slide 35 Slide 36 Slide 37 Slide 38 Slide 39 Slide 40 Slide 41 Slide 42 Slide 43 Slide 44 Slide 45 Slide 46 Slide 47