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PEdiatria @laura.medstudies Laura Catarine – M4 / Tutoria • Dez passos para alimentação saudável na criança menor de 2 anos: o 1 – Aleitamento materno exclusivo até 6 meses de idade o 2 – A partir dos 6 meses, introduzir alimentos de forma lenta e gradual, mantendo-se o leite materno até 2 anos de idade ▪ Cereais ou tubérculos, leguminosas, carnes e hortaliças o 3 – Após os 6 meses, dar alimentos complementares 3x ao dia se a criança ainda consumir leite materno e 5x ao dia se for desmamada ▪ A partir dos 6 meses pode-se introduzir o ovo na alimentação, exceto em caso de alergia o 4 – A alimentação complementar deve ser oferecida de acordo com os horários de refeição da família, em intervalos regulares e respeitando o apetite da criança – sem rigidez de horários ▪ Horários rígidos para a oferta de alimentos prejudicam a capacidade da criança distinguir a sensação de fome e de estar satisfeito após uma refeição ▪ A criança com o tempo vai se acostumando com a regularidade do horário de alimentação da família ▪ Lanche faz parte das 5 refeições do dia para crianças ▪ É necessário distinguir o desconforto de fome de outras situações o 5 – A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida com uma colher ▪ Começar com consistência pastosa e aumentar a consistência gradativamente ▪ As refeições apresentam maior densidade energética quanto mais espessas ▪ Os alimentos devem ser cozidos em água suficiente para ficarem macios ▪ Com 12 meses a criança já deve estar consumindo os alimentos na mesma consistência que o resto da família o 6 – Oferecer diferentes alimentos todos os dias ▪ Alimentação variada é alimentação colorida ▪ Evita anorexia crônica e baixa ingestão de energia o 7 – Estimular o consumo diário de frutas, legumes e verduras ▪ Se a criança recusar determinado alimento, deve-se oferecer novamente em outras refeições ▪ É necessário em média 8 a 10 exposições a um novo alimento para que ele seja aceito pela criança o 8 – Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas e salgadinhos nos primeiros anos de vida ▪ Não se deve indicar a adição de sal no preparo da alimentação complementar para lactentes ▪ Alguns alimentos não devem ser oferecidos porque não são saudáveis, diminuem o apetite, competem com alimentos nutritivos e estão associados com o desenvolvimento de anemia, alergias e obesidade Laura Catarine – M4 / Tutoria ▪ Pode oferecer água tratada nos intervalos das refeições ▪ Açúcar refinado após os dois anos de vida o 9 – Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos o 10 – Estimular a criança doente a se alimentar, oferecendo seus alimentos preferidos • Particularidades da digestão e absorção de alimentos: o RN a termo são capazes de sugar e deglutir adequadamente o Mastigação – a partir do 5º mês de vida o O paladar e a capacidade digestória são gradativamente desenvolvidos o Nos RN e lactentes, o carboidrato de maior importância é a lactose o Minerais e vitaminas são adequadamente absorvidos pelo trato digestório da criança desde os primeiros meses • Aleitamento materno: o É a forma ideal de alimentação da criança nos primeiros meses de vida, devendo ser sempre incentivado o Função nutritiva, papel de proteção, imunomodulação e prevenção de doenças degenerativas do adulto ▪ Responsável por economia doméstica o Consumo precoce de alimentos complementares interfere na manutenção do aleitamento materno e predispõe à obesidade o O aleitamento natural deve-se iniciar após o parto, sob regime de livre- demanda o Nos primeiros dias de vida a mãe libera colostro: ▪ Líquido rico em proteínas, minerais, fatores de crescimento e imunobiológicos o Em duas semanas, o colostro dá lugar ao leite de transição e em seguida ao leite maduro • Alimentação complementar: o A partir dos 6 meses, o leite materno não supre todas as necessidades nutricionais da criança, sendo necessário a introdução de alimentos complementares o Os alimentos devem ser alimentos consumidos pela família, com adequação da consistência para a idade da criança o Não deve ter acréscimo de sal e condimentos industrializados o É importante oferecer água potável a partir da introdução da alimentação complementar, ou de uma fórmula infantil, porque esses alimentos por si só podem sobrecarregar os rins, sendo necessário uma maior oferta de água o Frutas podem ser introduzidas até antes de 6 meses, com a colher ▪ Inicialmente uma vez ao dia, depois de manhã e de tarde ▪ Nenhuma fruta é contraindicada, exceto quando há intolerância ou alergia ▪ Preferível a fruta in natura em papa o A frequência da alimentação complementar varia conforme a idade da criança: ▪ 6 a 8 meses – 2 a 3x ▪ 9 a 24 meses – 3 a 4x o Papa principal: ▪ A partir dos 6-7 meses ▪ Espécie de sopão, com cerais ou tubérculos, leguminosas, carne e hortaliças ▪ Consistência pastosa o Evitar o mel em menores de 1 ano, por risco de botulismo o Em crianças desmamadas o leite deve ser limitado a 600ml/dia o Treinamento do uso de utensílios o Ambiente alimentar adequado o Método BLW: ▪ É um método de introdução da alimentação complementar ▪ Encoraja os pais a confiarem na capacidade do bebê de regular a quantidade de alimentos que eles mesmo precisam ▪ Desmame guiado pelo bebê ▪ Oferta de alimentos in natura em pedaços ▪ Não usa colher Laura Catarine – M4 / Tutoria ▪ Não adapta a consistência ▪ Questionamentos: • Risco de engasgo • Impacto no crescimento pois a criança pode não ingerir quantidade suficiente de nutrientes o Método Bliss: ▪ Método de introdução da alimentação complementar ▪ Introdução de sólidos guiado pelo bebê ▪ Oferece os alimentos cortados em pedaços ▪ Em todas as refeições deve-se garantir uma oferta de ferro e de calorias adequada • Esse requisito garante o crescimento adequado da criança • Compreende a idade de 2 a 6 anos • Fase de diminuição no ritmo de crescimento e de desenvolvimento dentário • É nessa idade que a criança desenvolve sentidos e diversifica sabores, e com isso forma suas próprias preferências o Preferência por doces e alimentos calóricos • Comportamento alimentar imprevisível e variável o A quantidade de alimentos ingerida oscila muito • Duas características importantes dessa fase: o Neofobia alimentar: ▪ Dificuldade em aceitar alimentos novos ou desconhecidos ▪ Às vezes, são necessárias muitas exposições a determinado alimento para que ocorra sua aceitação • 8 a 10x ▪ Estimular utilizando a fantasia ▪ Nunca forçar, ameaçar ou premiar com comida o Picky/fussy eating: ▪ Criança que rejeita grande variedade de alimentos, com uma dieta pouco variável ▪ Baixo consumo de vegetais • Amadurecimento da saúde bucal, como a mastigação, por meio do desenvolvimento dentário, e musculatura do rosto • Estímulo à criança para que se sirva à mesa e coma sozinhos • Comportamentos para forçar a criança a comer devem ser evitados, uma vez que podem reforçar a recusa alimentar • Ao redor dos 2 a 3 anos a criança pode apresentar intolerância a lactose devido à diminuição da lactase • Os nutrientes mais importantes nessa fase são as proteínas e o ferro o Os alimentos energéticos previnem a desnutrição • Oferecer alimentos em horários fixos, se não aceitar não substituir • Tamanho das porções compatível com a idade • Evitar líquidos durante a refeição, pois ocupa o espaço da comida no estômago • Eliminar a mamadeira noturna • Cuidado com engasgo • Faixa etária: 7 a 10 anos • Nessa fase, o ganho de peso é maior que o ganho estatural • A qualidade e quantidade da alimentação são determinantes para a manutenção da VC • Maior risco de obesidade: o Excesso de alimentos calóricose pouco nutritivos o Falta de incentivo a atividade física • Preocupação excessiva com o peso pode levar ao desenvolvimento dos distúrbios de peso, como anorexia e bulimia • Recomendações nutricionais: o 5 refeições diárias o Ingestão de nutrientes para prover energia adequada para o crescimento o Alimentação variada ▪ Evitar refrigerantes, balas e guloseimas Laura Catarine – M4 / Tutoria o Priorizar o consumo de carboidratos complexos o Consumo de frutas, verduras e legumes o Consumo restrito de gorduras saturadas o Estimular o consumo de peixe marinho duas vezes por semana o Controle da ingestão de sal o Consumo apropriado de cálcio ▪ 600ml/dia de leite ou derivados o Controlar o ganho excessivo de peso o Evitar a substituição de refeições por lanche o Estimular a prática de atividade física o Reduzir o tempo gasto com atividades sedentárias o Estimular a autonomia orientada • A obesidade, anorexia nervosa, bulimia e dislipidemia são alterações importantes que comumente aparecem na adolescência • Faixa etária: 10 a 20 anos • Fase da puberdade, com aceleração do crescimento longitudinal, aumento da massa corporal, modificações corporais e atividade física variada • Energia: o As necessidades energéticas estão aumentadas • Proteínas: o Exigência de elevada oferta proteica para o estirão puberal • Vitaminas: o Ingestão de vitaminas hidrossolúveis o Adolescentes fumantes e que usam contraceptivos orais podem apresentar deficiência de vitamina C o Necessidade de vitamina B12 o Ácido fólico é necessário para a grande replicação celular e crescimento o Necessidade de vitamina A e D • Minerais: o Imprescindível para os sistemas enzimáticos e para a expansão dos tecidos o Cálcio: ▪ Necessidade de altas quantidades para a composição da matriz óssea • O pico da mineralização óssea é na adolescência o Ferro e zinco Laura Catarine – M4 / Rezende Assistência ao parto Introdução • É cerne ao obstetra assistir a mulher durante todo o processo de parto • Projeto Parto Adequado – SUS o Faz parte da Política Nacional de Humanização da Atenção e da Gestão no SUS Preparação para o parto • Algumas informações devem ser prestadas no pré-natal com o objetivo de fazer com que a mulher tenha conhecimento da fisiologia do parto e dos cuidados que o cercam, para que suas escolhas e sua participação sejam conscientes • Elementos essenciais na preparação para o parto o Processo do trabalho de parto e parturição: ▪ Anatomia e fisiologia da gravidez e do parto ▪ Fases clínicas do parto ▪ Experiências comuns o Lidar com a dor do parto: ▪ Uso de métodos farmacológicos ou não farmacológicos ▪ Exemplo: técnicas de relaxamento, incluindo respiração, hidroterapia, apoio contínuo, narcóticos e anestesia regional o Intervenções durante o trabalho de parto e parto: ▪ Uso de fluidos intravenosos ▪ Monitoramento fetal ▪ Técnicas de indução e aceleração do parto ▪ Parto vaginal operatório ▪ Cesariana o O que esperar do local de escolha do parto: ▪ Incentivar visita às instituições ▪ Conhecer as rotinas no trabalho de parto e no parto, incluindo restrições alimentares, monitoramento fetal, presença de estudantes, enfermeiros e médicos em treinamento ▪ Presença de equipamentos de suporte ao parto, como bola, banheira, chuveiro e etc. o Quando ir para o local do parto: ao apresentar sinais de trabalho de parto o Sinais de alerta: ▪ Sintomas de parto pré-termo ▪ Ruptura prematura de membranas ▪ Redução ou parada dos movimentos fetais ▪ Hemorragia o Aleitamento: ▪ Explicar os benefícios, posições, pega adequada, sinais de saciedade e medidas de apoio o Cuidados com o recém-nascido: ▪ Alimentação básica, banho, trocas, posições para dormir, quando procurar o pediatra e consultas de puericultura o Cuidados no puerpério: ▪ Tempo esperado de recuperação, cicatrização perineal e sintomas de depressão pós-parto Intervenções antes do parto • Exercícios do assoalho pélvico: o Estudos afirmam que a gravidez e o parto são fatores de risco para incontinência urinária o Os exercícios do assoalho pélvico reduzem o risco de incontinência urinária até 6 meses depois do parto • Massagem perineal: o A massagem perineal iniciada a partir de 34 semanas é proposta no intuito de Laura Catarine – M4 / Rezende diminuir a ocorrência de lacerações perineais o Mulheres com parto vaginal anterior tem redução no risco de dor pós-parto Assistência ao parto normal • Parto normal, definido pela OMS, é aquele espontâneo no início, baixo risco no desencadeamento do trabalho de parto e assim persistindo durante todo o parto; o bebê nasce em apresentação cefálica, entre 37 e 42 semanas de gravidez; depois do parto, a mãe e o bebê estão em boas condições Assistência ao primeiro período/dilatação • Local do parto: o Tradicionalmente, antes de passar à sala do parto, a mulher ficava (e ainda fica) em salas parecidos à quarto de hospital o É proposto unidades conhecidas como suítes pré-parto, parto e pós-parto (PPP), em que a mulher possui privacidade, conforto e liberdade de deambulação, além de que o parto e o pós-parto podem ocorrer no mesmo local ▪ Possui banheiro privativo • Profissional que presta assistência ao parto: o É recomendado pela OMS que a assistência ao parto seja feita por enfermeiras, obstetrizes, médicos de família ou obstetras ▪ A escolha do profissional depende do grau de risco da gravidez o O parto demanda equipe transdisciplinae • Obstetrizes: o São profissionais de saúde qualificadas para prestar assistência ao parto • Admissão: o Deve-se internar apenar parturientes na fase ativa para evitar internações precoces, que geralmente acarreta intervenções desnecessárias • Cuidados iniciais: o Parturientes saudáveis de baixo risco podem ficar com suas vestimentas, não devem se submeter a jejum, raspagem (tricoxisma) e corte (tricotomia) de pelos • Alimentação: o Pode haver ingestão de quantidades modestas de líquidos claros, como água e suco sem polpa, por parte de grávidas de baixo risco ▪ Exceções: grávidas com risco de broncoaspiração ou com risco aumentado de parto cirúrgico o Parturientes de baixo risco podem e devem se alimentar o Considera-se o jejum em caso de uso de opioides, uma vez que eles retardam o esvaziamento gástrico • Apoio contínuo: o Suporte emocional – presença contínua, encorajamento e elogios o Medidas de conforto físico – toque, massagem, banho morno o Medidas favorecendo a evolução fisiológica do trabalho de parto – livre deambulação, mudança de posição, exercícios o Informações sobre o progresso do parto o Interlocução entre a equipe obstétrica e a mulher • Posição e deambulação: o A mulher deve ser encorajada a escolher a posição que mais se sente confortável durante o trabalho de parto • Toque vaginal: o Pode ser uni ou bidigital o A mão do profissional deve passar por uma assepsia e estar enluvada o Introduz-se na vagina os dedos indicador e médio, ou apenas o indicador, untados em vaselina esterilizada ou clorexidina aquosa o O exame explora: ▪ O colo – apagamento, dilatação, consistência e orientação ▪ A bolsa das águas ▪ A apresentação fetal: • Mostra-se um corpo duro, arredondado e liso, o qual se percebe as suturas e fontanelas Laura Catarine – M4 / Rezende o A OMS recomendou o toque vaginal a cada 4 horas na fase ativa do trabalho de parto o O número de toque deve ser o mínimo necessário ▪ Toques frequentes e desnecessários podem provocar edema da cérvice, infecção ovular e da genitália, além de dor e desconforto o Deve solicitar a autorização da mulher o Após o toque deve-se verificar a secreção na ponta dos dedos, que pode conter mecônio e sangue, representação de sofrimento fetal,síndromes hemorrágicas ou infecção • Altura da apresentação: o Em primíparas, no início do trabalho de parto, a apresentação costumas estar insinuada/encaixada o Em multíparas, a insinuação só ocorre no começo da expulsão, permanecendo alta até esse momento o A apresentação está baixa durante o período de expulsão • Ruptura das membranas: o Em geral a gestante percebe perda líquida pela vagina o Pelo toque vaginal, é possível distinguir a superfície do couro cabeludo ou as pregas genitais, em caso de apresentação pélvica o Amniotomia: ▪ Ruptura artificial das membranas fetais ▪ Realizada apenas em casos de indicação formal: • Necessidade de ultimar-se o parto quando se quer avaliar o líquido amniótico e a posição fetal e não se consegue fazer isso com a bolsa íntegra • Se houver indicação de parto operatório ▪ Deve ser feita durante a contração uterina, com um amniótomo descartável, rompendo o saco amniótico o mais alto possível ▪ Deve-se examinar o aspecto e a cor do líquido amniótico que escoa • Vitabilidade do concepto: o A ausculta dos BCF são imprescindíveis ▪ A FC costuma manter-se entre 110 e 160bpm, em média 140bpm ▪ Preferível que que seja realizada com a mulher em posição vertical ou decúbito lateral, uma vez que o decúbito dorsal diminui o retorno venoso que acaba gerando padrões anômalos da FC ▪ Objetiva evitar a hipóxia fetal grave, que pode culminar em paralisia cerebral grave • Uso de fluidos intravenosos: o A OMS é contra essa técnica em parturientes em baixo risco, uma vez que não possui risco e existe potenciais maléficos • Ocitocina: o Acelera o trabalho de parto, aumenta a intensidade a frequência das contrações uterinas o O uso de rotina não é recomendado e pode ter efeitos deletérios o O uso precoce de ocitocina associou-se à hiperestimulação uterina com taquissistolia fetal • Métodos não farmacológicos para alívio da dor: o Analgesia peridural, bloqueio combinado, analgesia controlada pela parturiente e analgesia inalatória o Bloqueio combinado raquidiano peridural: ▪ Injeção de opioide subaracnóideo e passagem de Laura Catarine – M4 / Rezende cateter peridural no mesmo procedimento ▪ Normalmente, inicia-se de 4 a 5 cm de dilatação ▪ Quando corretamente aplicada, a parturiente possui bloqueio sensitivo mas possui capacidade de deambular e assumir posições que desejar no trabalho de parto Assistência ao segundo período/expulsão • A parturiente tende a ficar agitada e com desejo de defecar; aumenta a frequência e intensidade das contrações; contração involuntária da prensa abdominal • O monitoramento fetal deve ser feito a cada 15 minutos • Posição materna: o Normalmente a mulher encontra-se em decúbito dorsal, Laborie-Bué (I) ou Laborie-Duncan (II) o Há muitas vantagens acerca das posições verticalizadas: ▪ Efeito da gravidade, menor compressão da aorta e da cava, maior eficiência da contratilidade uterina e alinhamento do peto com a pelve • Puxos e respiração: o Puxos precoces e comandados podem ter repercussões negativas no assoalho pélvico • Episiotomia: o Incisão cirúrgica do períneo, feita com tesoura ou bisturi, com objetivo de aumentar o trabalho do parto e facilitar o desprendimento fetal o Riscos associados: dor, edema, infecção, hematoma e dispareunia o Realizado apenas em casos específicos o Proteção perineal: ▪ Uso de compressas mornas, massagem perineal, gel obstétrico ▪ Evitar parto em posição de litotomia – com as pernas elevadas por apoios ▪ Evitar puxos dirigidos, manobra de Valsalva e manobra de Kristeller • Manobra de Kristeller: o Empurra o fundo do útero para acelerar o nascimento o Não deve ser feita em hipótese alguma • Contato pele a pele entre mãe e filho: o Orienta-se a mãe amamentar o filho logo na primeira hora de nascimento • Ligadura tardia do cordão: o Prevenir anemia Assistência ao terceiro período/secundamento • O secundamento é considerado prolongado quando o Ultrapassa 30 minutos após o nascimento com manejo ativo o Ultrapassa 60 minutos após o nascimento com manejo fisiológico • Conduta ativa no secundamento: o A hemorragia é a segunda maior causa de morte materna direta no Brasil, atrás apenas da hipertensão o Consiste em intervenções destinadas a aumentar a contratilidade uterina para evitar a hemorragia pós-parto por atonia o Administração de agentes uterotônicos ▪ Administração intramuscular de ocitocina o Ligadura precoce do cordão o Tração controlada do cordão o Massagem uterina após o secundamento Laura Catarine – M4 • Imediatamente após o nascimento, o RN precisa passar por uma transição imediata em que os alvéolos repletos de líquidos devem ser expandidos com ar • Estímulos à respiração pulmonar: o O RN começa a inalar e chorar quase imediatamente após nascer, indicando o início da respiração ativa o Fatores que influenciam na primeira inalação de ar: ▪ Estimulação física durante o nascimento ▪ A privação de oxigênio e acúmulo de dióxido de carbono antes do nascimento, que aumentam a frequência e amplitude dos movimentos respiratórios após o nascimento ▪ A compressão do tórax, que durante a passagem pelo canal de parto produz a eliminação do trato respiratório de uma parte do líquido presente nos brônquios e alvéolos o A aeração dos pulmões requer uma substituição rápida do líquido existente nos brônquios e alvéolos por ar o Após o nascimento, o líquido restante nos alvéolos é eliminado pela circulação pulmonar e por vasos linfáticos pulmonares ▪ O retardo na remoção desse líquido contribui para a síndrome de taquipneia transitória do RN o A partir da primeira inalação após o nascimento, o acúmulo de ar residual se dá progressivamente nos pulmões e, a cada respiração sucessiva, reduz-se a pressão necessária à abertura dos pulmões o O surfactante, produzido pelos pneumócitos tipo II, reduz a tensão de superfície alveolar, evitando o colapso do pulmão a cada respiração ▪ A ausência da quantidade suficiente de surfactante, comum em RN prematuros, leva ao desenvolvimento da síndrome da angústia respiratória • Cuidados imediatos: o Fatores determinantes ao bem-estar do RN: ▪ Estado de saúde da mãe ▪ Complicações pré-natais, como malformações fetais ▪ Idade gestacional ▪ Complicações no trabalho de parto ▪ Duração do trabalho de parto e tempo decorrido desde a ruptura das membranas ovulares ▪ Tipo e duração da anestesia ▪ Dificuldades no período expulsivo ▪ Medicamentos utilizados durante o trabalho de parto o A Academia Americana de Pediatria recomenda a presença de pelo menos um profissional responsável pelos cuidados ao RN e capacitado a iniciar a reanimação neonatal, se necessário • Reanimação do RN: o Cerca de 10% dos RN necessitam de algum grau de reanimação para estimular a respiração o A privação de oxigênio inicialmente produz um período transitório de aceleração da respiração, mas se essa privação persiste a respiração cessa e o RN entra em fase de apneia primária ▪ Ocorre queda na frequência cardíaca e perda do tônus neuromuscular Laura Catarine – M4 ▪ A estimulação simples junto com oferta de oxigênio reverte essa apneia primária o Se a apneia primária persistir, o RN evolui para uma apneia secundária ▪ Maior declínio na FC, queda da PA e perda do tônus neuromuscular ▪ Os RN nesse caso não recuperam a respiração espontaneamente ▪ Se não for iniciada a ventilação assistida, o RN evoluirá para óbito o Protocolo de reanimação: ▪ Etapas básicas: • 1 - O RN deve ser colocado em ambiente aquecido para reduzir a perda de calor • 2 - Aspiração das vias aéreas, no caso de lactente com parto complicados por mecônio • 3 – O lactente deve ser secado e estimulado para avaliaçãoda atividade respiratória, FC e coloração ▪ Ventilação: • A presença de apneia, respiração ofegante ou bradicardia após 30 segundos após o nascimento determina a administração de VPP • Ventilação assistida à taxa de 30 a 60 incursões por minuto • Se a ventilação estiver inadequada, deve-se verificar a posição da cabeça, aspirar secreções e/ou aumentar a pressão de ventilação ▪ Intubação endotraqueal: • Acontece se a ventilação bolsa- válvula-máscara não estiver produzindo efeito benéfico ou estiver muito prolongada, em caso de necessidade de massagem torácica, administração de medicamentos por via traqueal ou peso extremamente baixo ao nascer ▪ Massagens torácicas: • Se a FC se mantiver abaixo de 60bpm mesmo após a ventilação adequada por 30s • Localização: terço inferior do esterno • Recomenda-se uma razão de 3:1 entre massagem e ventilação • A FC é reavaliada a cada 30s • As massagens devem perdurar até que a FC atinja o mínimo de 60bpm ▪ Medicamentos e expansão de volume: • Aplica-se epinefrina quando a FC se mantiver abaixo de 60bpm, mesmo após ventilação e massagem torácica adequada o Pode ser repetida a cada 3 a 5min, dependendo da necessidade • Expansão de volume deve ser considerada quando se suspeita de perda sanguínea, o RN Laura Catarine – M4 pareça estar em choque ou a resposta às medidas de reanimação não for adequada • O uso de bicarbonato de sódio é controverso e normalmente não é feito porque pode provocar prejuízos ao miocárdio e à função cerebral ▪ Suspensão da reanimação: • É recomendado parar as manobras de reanimação quando não houver sinais de vida após 10 in de tentativas adequadas • Escala de Apgar: o Identifica os neonatos que requerem manobras de reanimação e avalia a efetividade das medidas tomadas o Verifica 5 características: ▪ Frequência cardíaca ▪ Atividade respiratória ▪ Tônus muscular ▪ Irritabilidade reflexa ▪ Coloração o Cada característica recebe uma nota de 0 a 2 o A pontuação deve ser determinada no 1º e 5º minuto de vida o O Apgar do 1º minuto reflete se há necessidade de reanimação imediata, enquanto o Apgar de 5 minutos demonstra a efetividade das manobras feitas no RN ▪ Escores de 5 minutos baixos são preditivos de morte neonatal em lactentes prematuros o É possível que um neonato prematuro saudável receba um Apgar baixo apenas em razão da sua imaturidade o Um Apgar baixo não prediz asfixia ou hipóxia, uma vez que esse índice pode ser influenciado por vários fatores o Um índice de Apgar igual ou menor que 3, nos minutos 10, 15 ou 20, se relaciona com uma evolução neurológica adversa o O índice de Apgar isoladamente não é capaz de estabelecer que a hipóxia seja causa da paralisia cerebral • Profilaxia de infecção ocular: o Infecção gonocócica: ▪ No passado era comum a cegueira em crianças que evoluíssem com oftalmia gonocócica neonatal contraída durante a passagem pelo canal de parto infectado ▪ Oftalmia gonocócica é uma conjuntivite em neonatos nascidos de mãe com gonorreia não tratada ▪ Uso de pomada oftalmológica de eritromicina a 0,5% ou de tetraciclina a 1%, após o nascimento o Conjuntivite por clamídia: ▪ Uso de solução de iodopovidona a 2,5% • Imunização contra hepatite B: o Recomenda-se a imunização contra hepatite B de todos os RN antes da alta hospitalar o Se a mãe for soropositiva para hepatite B, o RN deve ser passivamente imunizado com imunoglobulina para hepatite B • Vitamina K: o Prevenção da doença hemorrágica dependente da vitamina K dos RN o IM – 0,5 a 1g – até 1h após o nascimento • Estimativa da idade gestacional: o A relação entre a IG e peso ao nascer deve ser usada para identificar neonatos Laura Catarine – M4 com risco de complicações, como hipoglicemia e policitemia • Cuidados com a pele: o Após o parto, deve-se remover o excesso de verniz caseoso, sangue e mecônio o O verniz remanescente será reabsorvido pelo corpo em até 24h o O primeiro banho deve acontecer apenas após a estabilização da temperatura do RN • Cordão umbilical: o A perda da água da geleia de Wharton leva à mumificação do cordão umbilical logo após o nascimento o Nas primeiras 24h o coto umbilical perde a coloração branca-azulada e o aspecto úmido para se tornar seco e negro o Em alguns dias a semanas o coto umbilical cai, formando a cicatriz umbilical ▪ A queda do coto umbilical pode variar de 3 a 45 dias ▪ O cordão umbilical cai mais rápido quando exposto ao ar ▪ Não é recomendado o uso de curativos o Limpeza do coto com clorexidina diminui a incidência de infecções • Alimentação: o É preferível que a criança seja alimentada exclusivamente com leite materno até 6 meses de idade o A maioria dos RN a termo sugam melhor quando alimentados com intervalos de 2 a 4h ▪ Prematuros e RN com crescimento restrito requerem alimentação com intervalos mais curtos ▪ Intervalo médio de 3h o Perda de peso inicial: ▪ Considerando que a maioria dos RN recebem poucos nutrientes nos primeiros 3 ou 4 dias de vida, eles perdem peso até que se estabeleça um fluxo de leite materno ou outra forma de alimentação ▪ Neonatos prematuros perdem mais peso e demoram mais para recuperar esse peso do que neonatos a termo • Neonatos PIG recuperam o peso mais rapidamente que neonatos prematuros ▪ Se um RN normal for alimentado adequadamente, o peso é recuperado até o 10º dia de vida ▪ O peso aumenta cerca de 25g/dia nos primeiros meses de vida • O peso deve dobrar no 5º mês de vida e triplicar ao final do primeiro ano o Fezes e urina: ▪ Nos primeiros 2 a 3 dias após o nascimento o conteúdo do cólon é formado por mecônio ▪ Composição do mecônio: • Células epiteliais do trato intestinal descamadas • Muco • Células epidérmicas • Lanugo ▪ A cor característica do mecônio é verde-amarronzado e resulta dos pigmentos biliares ▪ A eliminação do mecônio é observada nas primeiras 24 horas de vida, normalmente ▪ Os neonatos urinam normalmente nas primeiras horas de vida, mas isso pode não ocorrer até o segundo dia de vida ▪ A ausência de urina ou fezes pode representar uma malformação congênita ▪ Após o 3 ou 4º dia, com a ingestão de leite, o mecônio é substituído por fezes homogêneas amarelo-claras Laura Catarine – M4 com consistência de pasta de amendoim • Icterícia neonatal: o Entre o 2 – 5º dia de vida, cerca de 33% dos neonatos desenvolvem a chamada icterícia fisiológica do RN o Isso ocorre devido ao rápido aumento de bilirrubina nos neonatos o A maior parte da bilirrubina é livre, não conjugada o Devido à imaturidade hepática, não há a completa conjugação de bilirrubina com ácido glicurônico para excreção pela bile, o que contribui para a hiperbilirrubinemia transitória o É mais comum, intensa e prolongada em neonatos prematuros, em razão das menores taxas de conjugação o O aumento da taxa de destruição de eritrócitos também contribui para a hiperbilirrubinemia o O tratamento padrão é a fototerapia ▪ A onda luminosa incide na bilirrubina e a converte em um composto solúvel que será excretado na bile • Alojamento conjunto: o É o modelo no qual o neonato permanece no quarto da mãe o Função: fazer com que todas as fases da maternidade sejam naturais e incentivam uma relação mãe e filho precoce Laura Catarine – M4 Contratilidade uterina Aumento da excitabilidade uterina próximo ao termo • Parto significa o nascimento do bebê • Ao final da gravidez, o útero fica progressivamente mais excitável, até que desenvolve contrações rítmicas para o bebê ser expelido o Essas contrações são o fenômeno mais importante do trabalho de parto, indispensável para a expulsão do concepto • Dois eventosprincipais levam ao aumento das contrações o Mudanças hormonais progressivas que aumentam a excitabilidade da musculatura uterina o Mudanças mecânicas uterinas • Fatores hormonais que aumentam a contratilidade uterina: o Bloqueio progesterônico: ▪ Maior proporção de estrogênios em relação à progesterona ▪ A progesterona inibe a contratilidade uterina, uma vez que diminui a sensibilidade da célula miometrial ao estímulo contrátil por meio da hiperpolarização da membrana, bloqueando a condução do estímulo elétrico, impedindo que o feto seja expelido e o descolamento da placenta ▪ Os estrogênios auxiliam na contratilidade uterina, uma vez que aumenta as junções comunicantes das células do miométrio o A ocitocina causa contração do útero ▪ Hormônio secretado pela neuro-hipófise ▪ Razões: • Próximo ao termo a musculatura uterina aumenta seus receptores de ocitocina, aumentando sua sensibilidade a esse hormônio, causando as contrações • No momento do parto a neuro-hipófise secreta mais ocitocina • Sem ocitocina o trabalho de parto é prolongado o Os efeitos dos hormônios fetais no útero: ▪ A hipófise fetal secreta grande quantidade de ocitocina, o que aumenta a contratilidade uterina ▪ As glândulas adrenais do feto secretam cortisol, outro estimulante uterino ▪ As membranas fetais liberam prostaglandinas, que aumentam a intensidade das contrações uterinas • Fatores mecânicos que aumentam a contratilidade uterina: o Distensão da musculatura uterina ▪ A distensão intermitente da musculatura lisa do útero, devido aos movimentos fetais, leva à contratilidade uterina ▪ Isso explica o fato de gêmeos nascerem cerca de 19 dias antes de um só bebê, devido à grande quantidade de movimentos fetais o Distensão ou irritação do colo uterino ▪ Há teorias que dizem que a irritação das terminações sensoriais do colo uterino Laura Catarine – M4 provoque contrações uterinas reflexas ▪ Obstetras podem causar indução ao parto por meio do rompimento das membranas fetais fazendo com que a cabeça do bebê cause a distensão do colo, ou por meio de outros métodos de irritação Funções da contratilidade uterina • Manutenção da gravidez: o Durante a gestação, a atividade do útero é reduzida, irregular, localizada e sem significado funcional expulsivo o A gravidez se mantém pelo bloqueio progesterônico: ▪ A progesterona diminui a sensibilidade da célula miometrial ao estímulo contrátil, pela hiperpolarização da membrana, bloqueando a condução da atividade elétrica ▪ Impede o descolamento da placenta • Dilatação do istmo e do colo uterino: o No pré-parto, as contrações encurtam o corpo uterino, além de apagar e dilatar o colo o No parto, a cada contração o corpo fica mais curto e espesso, e o colo fica mais dilatado ▪ No período expulsivo ocorre o estiramento do istmo o A pressão da apresentação fetal e da bolsa das águas são o segundo fator responsáveis pela dilatação cervical o A duração do parto varia: ▪ Primíparas: 10-12h ▪ Multíparas: 6-8h • Descida e expulsão do feto: o As contrações, ao encurtarem o corpo, empurram o feto através da pelve e o expulsa para o exterior o As contrações nos ligamentos redondos, tracionam o fundo para frente, colocando seu eixo em direção ao eixo da escavação pélvica, facilitando a progressão do feto o A contribuição mais expressiva é a dos puxos • Descolamento da placenta: o Após a expulsão do feto, ocorre uma acentuada retração do útero que culmina na desinserção da placenta o Os 6 a 10 minutos do secundamento é o tempo corporal, uma vez que a placenta ainda está dentro do corpo uterino • Hemóstase puerperal: o As contrações causam a retração das fibras musculares que coíbem a hemorragia no sítio placentário Fisiologia das contrações uterinas • A contratilidade uterina depende da interação dos componentes do complexo proteico entre si o O complexo proteico é modulado pela enzima cinase da cadeia leve da miosina • A enzima cinase é influenciada por 3 sistemas reguladores: cálcio, calmodulina e o monofosfato de adenosina cíclica (AMP cíclico) o O cálcio e a calmodulina provocam a ativação da enzima o O AMP cíclico inibe a atividade enzimática o Esses 3 sistemas respondem a ações hormonais e agentes farmacológicos: ▪ Progesterona: • Hormônio da gravidez • Apreende o cálcio no retículo sarcoplasmático, diminuindo o nível de cálcio livre intracelular • Isso faz com que aumente o limiar de excitabilidade da fibra miometrial, o que torna o útero quiescente o Bloqueio progesterônic o ▪ Prostaglandinas: Laura Catarine – M4 • Altera a permeabilidade da membrana celular, o que aumenta os níveis intracelulares de cálcio livre • Favorece a contração das fibras • Diminuição do limiar de excitabilidade • A enzima cinase de cadeia leve de miosina quando é ativada, promove a fosforilação da miosina, permitindo uma interação entre as duas proteínas do complexo proteico, possibilitando a contração local • As células miometriais comunicam-se umas com as outras via junções GAP o Essas conexões estão sob influência do estrógeno, responsável pelo aumento da concentração dessas proteínas • Principais características das células musculares miometriais: o Baixa sensibilidade a estímulos dolorosos: ▪ Na cesárea, as queixas dolorosas coincidem com o manuseio do peritônio ▪ No parto vaginal, a dor é devido a contrações e à projeção do feto contra o segmento inferior e da compressão dos órgãos vizinhos o Excitabilidade: ▪ As fibras miometriais podem ser excitadas ▪ O estresse ao útero relaciona- se com a produção de adrenalina e noradrenalina o Elasticidade: ▪ Extensibilidade e retrtilidade o Tonicidade: ▪ É a pressão intrauterina no intervalo de duas contrações o Contratilidade: ▪ O útero apresenta atividade contrátil durante toda a gestação ▪ A frequência das contrações aumenta com o decorrer da gestação ▪ O início do trabalho de parto é marcado pela ocorrência de duas contrações a cada 10 minutos Bioquímica da contração do músculo liso • A contração do músculo liso se difere do músculo estriado porque não há presença de troponina e o local de ligação à actina está coberto pela cauda de miosina • Etapas: o 1 – Liberação de cálcio armazenado no retículo sarcoplasmático o 2 – Ligação do cálcio à calmodulina (CaM) com formação do complexo Ca- CaM o 3 – O complexo Ca-CaM ativa a miosina de cadeia leve cinase (MCLK) o 4 – A MCLK na presença de ATP fosforila a miosina de cadeia leve (MLC) regulatória, que é ativada o 5 – Liberação da cauda da miosina e mudança conformacional da cabeça expondo o sítio actina-combinante o 6 – Ligação do complexo Ca-CaM à caldesmon (Cald) que movimenta a tropomiosina, liberando os locais de ligação à miosina o 7 – Ligação da cabeça globular da miosina à actina o 8 – Movimento da cabeça da miosina, promovendo o deslizamento da actina sob a miosina o 9 – Encurtamento do sarcômero o 10 – Contração o 11 – Quando cai o nível de cálcio citosólico, a MCL é desfosforilada pela miosina de cadeia leve fosfatase (MCLP) o 12 – A MLC fica inativa e o músculo relaxa Evolução da contratilidade uterina no ciclo gestatório • Gravidez: Laura Catarine – M4 o Até 30 semanas a contratilidade uterina é muito pequena e aumenta progressivamente ▪ De vez em quando surgem contrações de Braxton-Hicks (contrações mal coordenadas e parcialmente propagadas) o De 28 a 32 semanas são até 2 contrações/horas ▪ Intensidade de 3 a 8 mmHg o Durante o parto, o acréscimo de contrações é acelerado e atinge o máximo no período expulsivo o No secundamento e puerpério ocorre expressiva queda na atividade uterina • Pré-parto: o Após 30 semanas, a atividade uterina aumentavagarosa e progressivamente o Nas 4 semanas que antecedem ao parto, as contrações de Braxton-Hicks se tornam mais intensas e frequentes, se difundindo para áreas cada vez maiores o O tônus se aproxima de 8 mmHg • Parto: o Desenvolvimento de contrações dolorosas e rítmicas, que condicionam a dilatação do colo uterino o As pequenas contrações desaparecem e só persiste as contrações fortes e regulares o Na dilatação: ▪ Intensidade: 30 mmHg – 40 mmHg ▪ Frequência: 2 a 3 contrações/10m – 4c/10m ▪ Contrações da musculatura abdominal com a glote fechada e esforções respiratórios verdadeiros • Chamados de puxos • A pressão média de 50 mmHg, que somada à pressão das contrações uterinas, confere 100 mmHg de pressão amniótica ▪ Em partos normais a pressão varia de 100 a 250 mmHg • Secundamento: o O útero continua a produzir contrações rítmicas o As 2 ou 3 contrações, após o nascimento do concepto, descolam a placenta de seu local de inserção e a impele pelo canal de parto o Contrações indolores que confere alívio imediato à parturiente ▪ Chamado erroneamente de período de repouso fisiológico • Puerpério: o A frequência vai diminuindo até chegar a 1c/10m em 12 horas após o parto o Quando o bebê suga o seio materno, pode haver aumento na atividade uterina que desaparece ao final de cada mamada Laura Catarine – M4 / Tutoria Crescimento na infância e adolescência Introdução • Definição: o Aumento linear contínuo, mas não constante, das estruturas resultantes da interação de fatores intrísecos (genéticos e neuroendócrinos) e extrínsecos (nutricionais, geofísicos, atividades físicas, vínculo familiar) • A adolescência é marcada por mudanças corporais devido à puberdade e mudanças psicossociais • O crescimento é indicador de saúde o Permite identificar patologias infantis e da adolescência • O crescimento estatural apresenta fases distintas, com influência de: o Ação hormonal predominante o Alimentação o Ambiente o Aspectos psicossociais o A fase puberal representa a fase final do crescimento estatural • O crescimento na fase puberal ocorre simultaneamente com o desenvolvimento psicossocial, tendo que analisar esses aspectos como um só o Fase de aparecimento de distúrbios alimentares e uso de esteroides anabolizantes • O crescimento estatural depende do crescimento linear dos ossos longos, principalmente na cartilagem de crescimento o Esse crescimento dos ossos longos é controlado por diversos hormônios ▪ A interação do GH com os hormônios adrenais e gonadais aumenta, promovendo o estirão do crescimento e maturação sexual o A proliferação da cartilagem do crescimento promove o alongamento linear dos ossos que é responsável pelo aumento estatural • Avaliação: o A avaliação do crescimento é feita por meio da comparação com uma curva de referência o O acompanhamento de peso é feito pela utilização do gráfico de índice de massa corpórea o A avaliação individual de crescimento é indicada a utilização do estadiamento de Tanner • A altura final, ritmo do crescimento, maturação óssea, desenvolvimento puberal e dentário sofrem significativa ação dos fatores genéticos • A nutrição e um dos mais significativos determinantes do crescimento • Aspectos psicossociais, como maus-tratos, podem prejudicar o crescimento • Ao nascer: o Comprimento: pico no segundo trimestre da gravidez ▪ Menino – cerca de 50 cm • Pode variar 2 cm ▪ Menina – cerca de 49 cm • Pode variar 2 cm o Peso: pico no terceiro trimestre da gravidez ▪ Média de 3300g ▪ Menor de 2500g é considerado baixo peso ▪ RN com comprometimento de peso representa um agravo no último trimestre da gestação o A correlação do tamanho ao nascer é baixa em relação à estatura final • Durante os primeiros anos de vida a curva de crescimento muda de acordo com o potencial genético da criança Fases do crescimento • 1ª fase: o Fase de crescimento rápido, porém com velocidade de crescimento progressivamente menor dos 2,5 anos até os 3 anos de vida Laura Catarine – M4 / Tutoria • 2ª fase: o Fase de crescimento mais estável com desaceleração lenta até o início da puberdade • 3ª fase: o Fase puberal o Estirão de rápido crescimento Velocidade de Crescimento (VC) • A VC é o aumento estatural no intervalo de um ano • É medido em centímetros • Não deve ser aferido com intervalo menor que 6 meses, pois o crescimento sofre influência sazonais • A VC é o principal critério de normalidade do crescimento o A baixa estatura com VC normal é característica de crianças e adolescentes normais cujo potencial genético é reduzido • A velocidade de crescimento pós-natal é particularmente elevada até os dois primeiros anos de vida, com declínio gradativo até os 4 anos de idade o A VC das meninas é ligeiramente mais elevada que a dos meninos • A partir dos 4 anos de vida, a VC é de 5 a 6 cm/ano, até o início do estirão do crescimento • Na avaliação da VC, valores abaixo do percentil 10 já devem ser considerados de risco • Velocidade de crescimento em diferentes estágios de vida: o Intrauterina: 66 cm/ano o Lactente: 20 a 25cm/ano o Pré-puberal: 5 a 7cm/ano o Puberal: ▪ Masculino: 10 a 12cm/ano ▪ Feminino: 8 a 10cm/ano • A VC não é uniforme ao longo dos anos e difere de acordo com o órgão e tecido Idade estatural e Idade-peso • A avaliação da idade estatural e da idade-peso permite observar o comportamento de crescimento do adolescente o Oferece indícios de condições passadas ou presentes, envolvidas nesse comportamento • As idades estatural e ponderal são as idades em que a estatura e o peso são compatíveis com o percentil 50 do gráfico de crescimento Proporções corporais • Permite avaliar a proporcionalidade do crescimento • Segmentos: o O segmento inferior (SI) é a distância que vai da sífise púbica ao chão o O segmento superior (SS) é a diferença entre estatura e segmento inferior o Ao nascimento: ▪ SS > SI o Adolescência: ▪ SS aproximadamente igual a SI • Envergadura: o Distância máxima entre os dedos médios de cada mão, estando os braços abertos o A relação de envergadura e estatura varia com o crescimento ▪ Na adolescência, os valores são quase iguais ▪ A alteração dessa relação, de forma isolada, não indica distúrbio de crescimento Alvo genético • O cálculo do alvo genético avalia a estatura dos pais na determinação da faixa de estatura final • Meninos: o (estatura paterna) + (estatura materna + 13) ___________________________ 2 • Meninas: o (estatura paterna – 13) + (estatura materna) ___________________________ 2 Maturação óssea • A estatura final ocorre quando há fusão completa entre epífise e metáfise dos ossos Laura Catarine – M4 / Tutoria o Não depende da idade cronológica • As crianças podem ser agrupadas em 3 grupos genéticos quanto ao ritmo de crescimento: o Maturadores rápidos o Maturadores médios o Maturadores lentos ▪ Possuem estirão puberal tardio, chegando a ter alturas baixas ▪ VC menores que 5 cm/ano • Essa é uma velocidade de crescimento de alerta a partir dos 3,5 anos • A maturação óssea reflete no estirão puberal o Maturadores rápidos e médios apresentam picos mais altos que maturadores lentos • O método mais utilizado na avaliação da idade óssea são o de Greulich-Pyle e o TW2 o Estudo do desenvolvimento ósseo da mão e do punho esquerdos ▪ Comparação da radiografia da mão e punho do paciente com fotos de um atlas em várias idades ▪ Normalidade: variação de dois anos entre idade óssea e idade cronológica o O método TW2 avalia 20 ossos da mão e do punho individualmente • Hipertireoidismo, obesidade e puberdade precoce adiantam a idade óssea, promovendo um fechamento completo das epífisesprecocemente Crescimento na infância • Primeiro ano de vida: o 0 – 2 meses: ▪ Na primeira semana o peso do RN pode diminuir 10% como resultado da eliminação do excesso de fluido extravascular e da ingestão nutricional limitada ▪ A partir da segunda semana de vida, o RN tende a crescer 30 g/dia durante o 1º mês o 2 – 6 meses: ▪ Entre 3 e 4 meses a taxa de crescimento reduz para cerca de 20 g/dia ▪ Nos 4 meses espera-se o dobro do peso de nascimento o 6 – 12 meses: ▪ O crescimento desacelera mais ▪ Peso do nascimento triplica ▪ O comprimento cresceu em 50% ▪ Perímetro cefálico aumenta cerca de 10 cm ▪ Aumento da mielinização e crescimento cerebelar ▪ Erupção dentária • 2 anos: o 12 – 18 meses: ▪ Crescimento do cérebro e mielinização ▪ Aumento do perímetro cefálico de 2 cm/ano ▪ SI < SS ▪ Crescimento em comprimento em velocidade contínua o 18 – 24 meses: ▪ Ganho de 12 cm de comprimento e 2kg em peso ▪ Ao final dos 24 meses a criança está próximo da metade de sua altura final ▪ 85% da circunferência cefálica adulta é atingida aos 2 anos • Fase pré-escolar: o Equivale dos 2 aos 5 anos de idade o 2kg/ano o 7 a 8 cm/ano o O peso ao nascer quadruplica aos 2,5 anos de idade o 4 anos: ▪ Média: 20 kg e 106 cm o O crescimento dos órgãos sexuais é proporcional ao crescimento em comprimento o Características da criança: ▪ Genuvalgo – joelhos aproximados da linha média ▪ Dorso se afila e os membros inferiores se alargam o Excesso de sinapses Laura Catarine – M4 / Tutoria • Fase escolar: o Dos 6 aos 11 anos de idade o O crescimento ocorre descontinuamente ▪ 3 a 6 estirões irregulares a cada ano, com variações individuais o 3 a 3,5 kg/ano o 6 a 7 cm/ano o Aumento de 2 cm da circunferência cefálica o Mielinização e pico de massa cinzenta aos 12 anos ▪ Características da criança: • Pernas longas em comparação ao tronco • Crescimento da face média e da parte inferior do rosto • Perda dos dentes primários com 6 anos, serão substituídos por dentes secundários o 4 dentes/ano • Hipertrofia dos tecidos linfoides, dando origem às tonsilas e adenoides Crescimento na Adolescência • Estirão do crescimento: o Uma das características da puberdade o A VC apresenta uma pequena redução, imediatamente antes da rápida aceleração do estirão o Sofre influência de fatores genéticos e nutricionais o Meninas: ▪ Costuma ocorrer 2 anos antes dos meninos e em menor magnitude ▪ Pico de 9cm/ano o Meninos: ▪ Pico de 10,3 cm/ano o Durante a puberdade, há ganho de 20% da estatura final • Peso: o Ganho de cerca de 50% do peso final o Nos meninos o pico de ganho de peso costuma coincidir com o pico de VC estatural o Nas meninas o pico de ganho de peso é cerca de 6 meses após o pico de VC estatural • Composição corpórea: o Massa magra: ▪ Na puberdade, os homens adquirem massa magra a uma velocidade maior e por mais tempo que as mulheres ▪ Mulheres: 75% do peso corpóreo ▪ Homens: 90% do peso corpóreo o Tecido adiposo: ▪ O ganho de tecido adiposo é maior em mulheres • Importante para a instalação e regulação do ciclo menstrual o Massa óssea: ▪ Andrógenos e estrógenos promovem deposição mineral óssea • Órgãos e tecidos: o A maioria dos órgãos duplicam de tamanho na puberdade o O tecido linfoide sofre uma involução nesse período • Particularidades do crescimento na adolescência: • Na adolescência o crescimento ocorre de forma centrípeta o Começa pelas extremidades e depois atinge o tronco • Nos meninos, a massa muscular cresce muito, aumentando a força muscular • Relação entre idades óssea (IO), estatural (IE), ponderal (IP) e cronológica (IC) em diferentes situações: o Baixa estatura constitucional: IE = IO < IC. o Baixa estatura familiar: IO = IC > IE. o Hipotireoidismo: IO ≤ IE < IP < IC. o Baixa estatura hipofisária: IO ≤ IE < IP < IC. o Baixa estatura por desnutrição: IP < IE < IO < IC Laura Catarine – M4 / Tutoria Hormônios • Os principais hormônios que controlam o crescimento são GH, hormônio tireoidiano e os hormônios sexuais • O eixo GH – IGF 1 é ativado e a sua interação se torna muito importante • Puberdade: o A puberdade é marcada pelo aumento da amplitude dos pulsos de secreção do LH e do FSH, detectáveis antes dos sinais externos ▪ A elevação desses hormônios promove o aparecimento das características sexuais secundárias e da composição corporal o Na puberdade, o aumento da secreção de GH é maior nos homens ▪ Isso explica a diferença no crescimento entre homens e mulheres o Ao final da puberdade, os níveis de GH e IGF-1 voltam aos valores pré-puberais o Além do aumento de GH e de esteroides sexuais, há aumento de resistência à insulina o A leptina pode ser o sinal molecular de ativação do eixo hipotálamo-pituitária- gônada o A testosterona estimula a eritropoese ▪ Por isso, há aumento de células vermelhas no sexo masculino • Hormônio do crescimento: o O GH não exerce seus efeitos em uma célula-alvo específica, mas sim sobre quase todos os tecidos do organismo o Também chamado de hormônio somatotrópico ou somatotropina o Provoca o crescimento de quase todos os tecidos do corpo ▪ Promove o aumento no tamanho e número das células ▪ Causa diferenciação específica de alguns tipos celulares o Os ossos só crescem até a fusão das epífises o Efeitos metabólicos: ▪ Aumento da síntese de proteína nos tecidos • O GH aumenta diretamente o transporte de AA para o espaço intracelular, aumentando a síntese • Aumenta a síntese pelo aumento da tradução do RNA • Aumento da transcrição do DNA no núcleo ▪ Aumento da mobilização dos ácidos graxos no sangue e aumento da utilização dos ácidos graxos como fonte de energia • Isso diminui o uso de proteínas como fonte de energia, o que aumenta a deposição delas nos tecidos ▪ Redução da utilização da glicose pelo organismo • Diminui a captção de glicose pelos tecidos • Aumenta a produção de glicose pelo fígado • Aumenta a secreção de insulina • Ocorre a resistência à insulina, fisiologicamente, em vários tecidos, o que faz a glicose ser mobilizada para o tecido nervoso e muscular esquelético ▪ Estimula o crescimento das cartilagens e ossos: • Aumento de deposição de proteínas pelas células osteogênicas e condrocíticas, causando crescimento ósseo • Aumento da reprodução das células ósseas Laura Catarine – M4 / Tutoria • Conversão de condrócitos em células osteogênicas o Somatomedinas: ▪ A principal função do GH é a síntese e a secreção de pequenos hormônios proteicos chamados de somatomedinas ou insulino-símiles ▪ A mais importante somatomedina é a somatomedina C ou IGF-1 • Sua concentração no plasma acompanha o GH o Regulação da secreção de GH: ▪ Sua secreção é estimulada por: • Jejum, especialmente com deficiência grave de proteínas • Hipoglicemia ou baixa quantidade de ácidos graxos no sangue • Exercício • Excitação • Trauma • Grelina, hormônio secretado pelo estômago antes das refeições ▪ Aumenta nas duas primeiras horas de sono profundo ▪ A secreção é controlada por dois hormônios: • GHRH – hormônio liberador do hormônio do crescimento • Somatostatina – hormônio inibidor do hormônio do crescimento ▪ 1 – A hipoglicemia estimula o hipotálamo a secretar GHRH, que flui para a adeno-hipófise ▪ 2 – Na adeno-hipófise, o GHRH estimula os somatotrofos a liberar GH ▪ 3 – O GH estimula a secreção das somatomedinas, que aceleram a degradação de glicogênio hepático em glicose, fazendo com que a glicose entre no sangue mais rápido ▪ 4 – A glicemia se eleva ao normal ▪ 5 – A elevação da glicemia acima do nível normal inibe a liberação de GHRH, o que interrompe o eixo ▪6 – A hiperglicemia estimula a liberação da somatostatina Principais doenças que afetam o crescimento • Variações da normalidade: o Baixa estatura familiar o Maturador lento familiar • Deficiência de crescimento por alterações esqueléticas: o Anomalias cromossômicas – síndrome de Turner e de Down o Mutações genéticas, como displasias ósseas – acondroplasia e hipocondroplasia o Síndromes de etiologia desconhecida • Deficiências secundárias: o Pré-natais: ▪ Tamanho da mãe ▪ Nível socioeconômico baixo ▪ Má nutrição ▪ Hipertensão, drogadiçãi, consumo de álcool, fumo ▪ Infecções por sífilis e toxoplasmose o Pós-natais: ▪ Alterações metabólicas ▪ Hipotireoidismo ▪ Deficiência do GH ▪ Uso prolongado de corticosteroides ▪ Desnutrição Laura Catarine – M4 / Tutoria Desenvolvimento Cognitivo e Psicossocial Introdução • O desenvolvimento da criança é definido como uma série de mudanças que ocorrem de forma sequencial e organizada e permanecem de forma duradoura, afetando as estruturas físicas e neurológicas o Sofre impacto de fatores biológicos, psicossociais, sociais e ambientais Primeira infância • 3 primeiros anos de vida • Intenso processo de maturação neurológica o Evolução anatômica do SNC, por meio da proliferação das podas neurais e diferenciação dos neurônios o Mielinização neural o Grande plasticidade do SNC • O tronco encefálico está mais desenvolvido e é responsável pelos reflexos • As áreas sensoriais e motoras se desenvolvem rapidamente o O bebê consegue distinguir gostos e cheiros, o que permite a distinção do leite da sua mãe para o de outras mulheres o Visão: apesar da miopia, consegue distinguir figuras de alto contraste, figuras em movimento e em poucos dias individualiza o rosto materno o Sensação de tato, temperatura e posição são imaturas • Desenvolvimento emocional: o Os bebês possuem dois comportamentos: ▪ Comportamento de contentamento: • Ocorre quando suas necessidades são atendidas ▪ Comportamento de pesar: • Ocorre quando as necessidades não são suprimas • Pode ser expresso pelo choro o Ao final dos dois meses ocorre aumento da vigília, mudanças no padrão de sono e maior interação com os cuidadores e ambiente ▪ O exame visual acontece de forma mais detalhada ▪ Início do sorriso social • A criança começa a perceber o meio e relacionar-se com os objetos Segunda Infância • A criança melhora duas habilidades motoras amplas e aperfeiçoam tarefas, como desenho e uso de talheres • Habilidades motoras amplas: o 3 anos: ▪ Sobem escadas sem ajuda, alternando os pés ▪ Sabem saltar de forma irregular ▪ Não sabe parar repentinamente o 4 anos: ▪ Melhor controle para parar ▪ Aumenta a distância do salto ▪ Descem escada alternando os pés com apoio ▪ Podem saltar sobre um dos pés o 5 anos: ▪ Viram e param com eficiência ▪ Capazes de saltar enquanto correm ▪ Descem escadas alternando os pés sem apoio Laura Catarine – M4 / Tutoria ▪ Realizam salto horizontal com facilidade • Habilidades motoras finas: o Permite maior autonomia nas atividades e cuidados pessoais, como vestir-se o Passa da fase do desenho abstrato para desenho figurativo • Rápido crescimento da linguagem o Aumento do vocabulário o Transforma a linguagem infantil em linguagem similar à de adulto • Início do desenvolvimento de gênero o A criança assume sua identidade sexual de acordo com os modelos parenterais • A criança deixa de brincar isoladamente e passa a brincar em grupo, com menor supervisão de adultos o Começa a fazer amigos o Brincar social • É a fase do faz de conta, do jogo de fantasia, mundo imaginativo Terceira Infância • Consolidação das habilidades adquiridas • A criança começa a distanciar-se de casa e dos pais e participa de forma mais intensa na sociedade • Desenvolve o relacionamento social por meio do entendimento moral e da consolidação da identidade pessoal • Desenvolvimento motor: o Iniciam a prática de um esporte de forma organizada o Meninos se destacam em atividades de força e poder o Meninas são melhores na motricidade fina, como escrever e desenhar, equilíbrio e sincronia • Cognição: o Nessa fase há um aumento significativo de sinapses, criando maiores conexões entre os neurônios o Mudanças no pensamento e comportamento da criança o Principal característica do pensamento da criança é a capacidade de ter em mente dois ou mais aspectos de um problema enquanto pensam nele ▪ Bidirecionalidade ▪ Acredita-se que esse fenômeno ocorre devido ao aumento da memória o Desenvolvimento da linguagem escrita e matemática • Período de segregação entre sexos • As brincadeiras deixam de ser fantasiosas e passam a brincadeiras que requerem a obediência a regras e instruções • A criança está preocupada com a opinião dos seus amigos o Período de sucesso e fracasso social • Autoestima por meio do elo entre cognição, desenvolvimento social e emocional o A criança sabe reconhecer sua própria competência Adolescência • Inicia-se em torno dos 10 anos de idade e estende-se até os 20 anos o O ECA caracteriza essa fase de 13 a 18 anos • Mudanças visíveis relativas ao crescimento e ao desenvolvimento • O adolescente busca de forma intensa e barulhenta o seu papel social no meio em que vive • Crescimento físico intenso o Aparecimento dos caracteres sexuais secundários que caracterizam a puberdade • Início da capacidade reprodutiva o A puberdade feminina ocorre um pouco mais cedo do que a dos meninos, embora tenha maior duração • O desenvolvimento emocional é mediado pela maturação cognitiva • Possui 3 fases: Laura Catarine – M4 / Tutoria o 1 – Etapa inicial: ▪ 10 a 14 anos ▪ O interesse pela família diminui consideravelmente ▪ Identificação com o grupo social e amigos, em geral do mesmo sexo ▪ Adaptação às modificações corporais, com modificação nos hábitos ▪ Tornam-se mais reservados • Privacidade é uma característica dessa fase o 2 – Etapa intermediária: ▪ Até os 17 anos ▪ Identificação máxima com o grupo social e os amigos incluem ambos os sexos ▪ Início das experiências sexuais o 3 – Adolescência tardia: ▪ Surgimento de valores e comportamentos de adulto ▪ Reaproximação da família ▪ Os relacionamentos tornam-se mais afetivos ▪ Busca pela estabilidade social e financeira Laura Catarine – M4 / Habilidade Clínicas • Desenvolvimento: relacionado com os aspectos que caracterizam a evolução humana desde a sua concepção o Abrange o crescimento, a maturação, aprendizagem e aspectos psíquicos sociais • Desenvolvimento neuropsicomotor é a evolução dinâmica do ser humano • O primeiro ano de vida é caracterizado por uma maior vulnerabilidade e plasticidade o Uma maior plasticidade refere-se a intervenções precoces que darão maiores resultados • O desenvolvimento é contínuo, por isso requer um acompanhamento também contínuo para detecção de desvios e atrasos o Esse acompanhamento visa promover uma infância saudável • O desenvolvimento possui influência da carga genética e dos fatores ambientais • Teoria psicanalítica o Origem: Sigmund Freud o Segundo essa teoria o desenvolvimento nos primeiros 6 anos ocorre em 3 fases, que eram influenciadas pelo interesse e prazer a uma determinada parte do corpo ▪ 0-1 ano: fase oral • Boca, língua e gengivas ▪ 1-3 anos: fase anal • Retenção e excreção fecal ▪ 3-6 anos: fase fálica • Genitais o Segundo Freud, a maneira como a criança se comporta nessas fases influencia o desenvolvimento de sua personalidade determinando padrões pessoais de comportamento por toda a vida • Teoria da aprendizagem ou behavorista: o Origem: John B. Watson o Explora a relação entre a ação e a resposta, que é a reação comportamental o Enfatiza que a vida éum processo contínuo de aprendizagem, em que novos eventos trazem consigo novos comportamentos e as respostas antigas tendem a desaparecer • Teoria cognitiva: o Origem: Jean Piaget o Focaliza a estrutura e o desenvolvimento dos processos de pensamento do indivíduo e como esses processos afetam a compreensão de mundo pela pessoa o Dois períodos de desenvolvimento cognitivo: ▪ 0-2 anos: sensório-motor • É quando as crianças usam seus sentidos e habilidades motoras para compreender o mundo • Não há pensamento conceitual ou reflexivo ▪ 2-6 anos: • A criança faz uso de um pensamento simbólico e linguagem para compreender o mundo • Compreende o mundo por uma única perspectiva, a sua própria • Teoria dos sistemas epigenéticos: o Enfatiza a interação entre os genes e o ambiente de forma dinâmica o Quando há vivência traumática na infância, esse estresse precoce provoca várias alterações no desenvolvimento neurobiológico, que que se traduzem na diminuição do hipocampo, da amídala e Laura Catarine – M4 / Habilidade Clínicas do corpo caloso, com diminuição da integração dos hemisférios cerebrais • Ausência de pré-natal ou incompleto • Gestação não desejada, violência doméstica, depressão materna • Intercorrências durante a gestação o Uso de álcool e drogas, infecções, depressão materna • Intercorrências durante o parto e neonatais • Baixo peso ao nascer: abaixo de 2500g • Prematuridade • Icterícia grave • Doenças graves, como meningite, TCE ou convulsões • Consanguinidade dos pais • Deficiência ou doença mental na família • Alterações físicas: o Perímetro cefálico fora da normalidade o Alterações fenotípicas, como: fenda palpebral oblíqua, olhos afastados, implantação baixa das orelhas, lábio leporino, fenda palatina, pescoço curto ou alado, prega palmar única, polidactilia • Desenvolvimento motor: o O RN possui tem um tônus flexor nos membros ▪ Isso ocorre porque o RN ainda está em formação do seu SNC – processo de mielinização ▪ Postura de decorticação – flexão dos membros ▪ Progressivamente, o RN substitui seu tônus flexor por extensor • Isso ocorre na direção crânio-caudal o Possui hipotonia de musculatura paravertebral • O amadurecimento além de ocorrer na direção crânio-caudal, ocorre na direção próximo distal o Primeiro adquire aquisições mais simples e depois aquisições mais complexas o A primeira musculatura a ser controlada é a ocular, depois da cabeça e troco • Desenvolvimento motor fino: o Ocorre no sentido proximodistal o Ao nascer a criança está com as mãos fechadas, dedos fletidos o Aos 3 meses, a maior parte do tempo a criança mantém as mãos abertas, conseguindo agarrar objetos o Entre o 5º e 6º mês iniciam o movimento da pinça • Função sensorial: o Visão: ▪ O RN é capaz apenas de focalizar objetos a poucos centímetros de distância e tem preferência por rostos humanos ▪ Atentar-se ao tamanho das pupilas, reflexo vermelho e reflexo motor bilateral o Audição: ▪ O bebê já escuta desde o 5º mês de gestação • Sociabilidade: o Olhar e sorriso são formas de comunicação desde o nascimento o A partir de 6 meses, pode haver medo e recusa do estranho • Linguagem: o Expressa pela mímica facial no RN, principalmente o choro ▪ O choro é excessivo se dura mais de 3 horas por dia, mais de 3 dias por semana e mais de uma semana o 2-3 meses começa emissão de arrulhos o 6 meses: sons bilabiais e balbucio o 9-10 meses: balbucio semelhante à linguagem do meio o A partir de 6 meses começa a linguagem gestual, como bater palmas e acenar o 12 meses: primeiras palavras o 18 meses: frases simples o 2-5 anos: desenvolvimento da linguagem de maneira exponencial o Atrasos na linguagem pode indicar deficiência intelectual, transtorno do espectro autista ou maus tratos Laura Catarine – M4 / Habilidade Clínicas • Possui movimentos reflexos que garante sua sobrevivência • Possui reflexos primitivos: o São respostas automáticas e estereotipadas à um estímulo externo o Tendem a desaparecer conforme a mielinização das estruturas nervosas o Reflexo da marcha: ▪ Presente de 0 a 2 meses de vida ▪ Suspensão da criança e apoiar ela a uma superfície plana ▪ Ao apoiar a criança, verifica-se o reflexo de apoio ▪ Aumento do tônus extensor de membros inferiores e extensão de joelhos e quadril ▪ Ao inclinar o RN, normalmente, ele deve ter um reflexa como se fosse andar o Reflexo de colocação das pernas ou Placing: ▪ 0-2 meses de vida ▪ Suspender a criança e tocar o dorso do seu pé na borda de algum objeto ▪ Espera-se que a criança faça flexão dos membros inferiores como se estivesse subindo degraus o Reflexo tônico cervical assimétrico ou do esgrimista: ▪ 0-4 meses de vida ▪ Criança em decúbito dorsal, deve virar a cabeça dela em 90 graus (para um dos lados) ▪ Espera-se que o membro superior do lado que virou a cabeça faça uma extensão e o membro superior do lado oposto faça uma flexão e rotação o Reflexo da sucção: ▪ 0-5 meses de vida ▪ Testado com a introdução dos dedos entre os lábios ▪ Espera-se que o RN comece a fazer sucção do dedo • Ausência significa disfunção neurológica grave o Reflexo da busca: ▪ 0-2 meses de vida ▪ Estímulo leve das bochechas ou comissuras labiais do RN ▪ Espera-se que o bebê faça a busca para mamar para o lado que foi estimulado o Reflexo de Moro: ▪ 0-6 meses de vida ▪ Colocar o bebê sentado e levar ele a uma queda súbita da cabeça ou leve tapa no abdome ou susto no bebê ▪ Possui duas fases: • Primeira fase: abdução dos membros superiores com extensão dos dedos, seguida de choro • Segunda fase: adução dos membros superiores o Reflexo de preensão palmar e plantar: ▪ 0-4 meses de vida na preensão palmar e até 11 meses de vida na preensão plantar ▪ Pressionar o polegar na palma da mão ou na planta do pé do bebê ▪ Espera-se que ele faça a preensão palmar/plantar o Reflexo cutâneo plantar: ▪ 0-13 meses de vida ▪ Estímulo da lateral do pé da criança ▪ Espera-se que haja a flexão do hálux • São orientações para pais e médicos para detecção de desvios e atrasos no desenvolvimento para intervenção precoce • Os marcos podem sofrer discretas variações de acordo com o estímulo da criança Laura Catarine – M4 / Habilidade Clínicas o Crianças mais estimuladas adquire os marcos mais precocemente e vice- versa • 2 - 3 meses de vida: o A criança segue com o olhar o objeto por 180° o Ri com contato social o Presta atenção a vozes o Se estiver em decúbito ventral, consegue levantar a cabeça o Faz barulhos o Adquire noção de profundidade o Padrão alternado de sono e vigília desorganizado, pois a criança está tentando adquirir controle sobre seu estado de consciência ▪ O SNC está tentando assimilar e utilizar estímulos recebidos durante o dia o Período de sono profundo possui estímulos externos ▪ Há respiração profunda e rítmica, imobilidade, olhos fechados e membros flexionados o Período de sono leve: ▪ Rápido movimento dos olhos, a criança se sobressalta e se contorce, respiração irregular, superficial e sofre influência do meio o Estado de vigília: ▪ Olhos abertos, movimentos suaves e contidos, voltando-se para pessoas ou sons conhecidos o Estado de desorganização: ▪ Movimentos ativos, choro alto e incontrolável, retração com estímulos externos ▪ Nesse momento o SN está se reorganizando o Nessa idade a criança só deve ser acordada para mamar se o ganho de peso for insuficiente • 4 – 6 meses: o Criança sorri espontaneamente e alto o Balbucia mais estruturado do que antes o Se estiver em decúbito ventral, equilibra bem a cabeça o Consegue rolar o Consegue pegar objeto e levar em direção à boca o Senta-se com apoio o Os padrões de sono e vigília estãomais previsíveis e individualizados o Produção excessiva de saliva • 6 – 9 meses: o Criança sentada com ou sem apoio o Continua levando objetos à boca o Faz a preensão palmar de objeto o Repete som mais estruturados o Procura objetos fora do alcance o Arrasta-se ou engatinha o Apresenta reações a pessoas estranhas o Ansiedade da separação o Neuromotor: sentar-se, explorar usando o polegar e o indicador em forma de pinça o Busca da mãe, alterando o padrão de sono noturno para várias interrupções • 9 – 12 meses: o Consegue transferir um objeto de uma mão para outra o Consegue bater palmas o Fala mais estruturada o Consegue ficar sentada sem apoio o Consegue se colocar em pé o Consegue apontar para as coisas que ela quer o A criança já possui brinquedos preferidos o Medo de estranhos em grau máximo o Ao iniciar uma ação já existe um objetivo prévio e a criança seleciona meios para alcançá-lo o Processo de autoconsciência: a criança começa a se perceber como um indivíduo distinto, separado de outras pessoas o Senta-se com apoio o A troca de roupas e fraldas se torna mais difícil • 1 ano: o Caminha apoiada ou sem apoio o Consegue dar um objeto a outra pessoa mediante solicitação o Pode brincar com bola o Relativa independência – esta independência é mais próxima aos pais Laura Catarine – M4 / Habilidade Clínicas o Chora com a saída dos pais o Acuidade visual de um adulto • 1 ano e 6 meses – 18 meses: o Criança consegue comer sozinha com colher o Consegue colocar o sapato o Sobe escadas o Corre o Consegue construir torre com cubos o Em geral, fala mais de 10 palavras o Consegue identificar partes do próprio corpo • 2 anos: o Corre o Sobe nos móveis o Salta e pula o Consegue rabiscar o Consegue juntar mais de 3 palavras ▪ Exemplo: eu quero água o Consegue ouvir histórias o Ajuda a se despir o Repete as ações dos outros • 4 – 6 anos: o 3 – 4 anos: veste-se com auxílio o 4 – 5 anos: conta ou inventa histórias o Comportamento egocêntrico o A partir dos 6 anos passa a usar a lógica ▪ A memória e habilidade linguística aumentam ▪ Amigos assumem importância fundamental ▪ Inicia-se o aprendizado sobre tempo, distância e conceitos concretos o Intensidade do emprego de vocábulos “como” e “porque” • 7 anos: o Desenvolvimento de julgamento global de valor, sobre o certo e errado o A influência dos pais diminui • A partir dos 10 anos: o Mudanças relacionadas com a puberdade o Estirão do crescimento ▪ Meninas – 11 anos ▪ Meninos – 13 anos • Consultas: o 1º ano de vida: 7 consultas o 2º ano de vida: 2 consultas o A partir de 2 anos: consultas anuais, próximo ao aniversário • Se a criança estiver com os marcos dentro da idade prevista então está com o desenvolvimento adequado o Se a criança houver 1 ou mais fator de risco: desenvolvimento adequado com fator de risco • No caso de ausência de 1 ou mais marco: alerta para desenvolvimento o Orientar ao cuidador sobre estimulação da criança o Marcar retorno para 30 dias • No caso de perímetro cefálico anormal ou 3+ alterações fenotípicas ou ausência de 2+ marcos: provável atraso de desenvolvimento o Avaliação neuropsicomotora da criança Laura Catarine – M4/Tutoria • Eliminação súbita de fezes, de conteúdo líquido acima do habitual, associado, em geral, a um aumento do número de evacuações • Na maioria dos casos possui etiologia infecciosa o Por isso, também e chamada de infecção intestinal, diarreia aguda infecciosa ou gastroenterite • Duração igual ou inferior a 14 dias • Caracteriza-se pela má absorção intestinal de água e eletrólitos • Uma das causas mais importantes de morbidade infantil no mundo • Desencadeia ou agrava quadro de desnutrição • Elevada ocorrência em populações mais pobre devido a falta de saneamento básico e higiene • Transmissão: o Via fecal-oral • O aleitamento materno é um importante mecanismo de defesa contra a diarreia • A diarreia aguda resulta de um desequilíbrio entre os processos de absorção e secreção de água e eletrólitos no intestino o Causas: aumento da secreção, queda na absorção ou ambos o Resulta no fluxo de água e eletrólitos do meio interno em direção à luz intestinal • Principais íons envolvidos: sódio, potássio, cloro, hidrogênio o A água segue o fluxo desses eletrólitos • O principal íon que promove o transporte de água é o Na+ o A absorção do íon de sódio é feita por uma enzima que o transporta do interior do enterócito para a serosa, favorecendo que a água faça esse trajeto no sentido lúmen para tecidos o O sódio pode ser absorvido por 3 mecanismos: ▪ Acoplado a uma molécula de glicose, galactose ou aminoácidos • Nesse caso, o Na+ se mantem inalterado durante os episódios de diarreia aguda, o que constitui um fundamento para o emprego da terapia de reidratação oral ▪ Através de canais de íons ▪ Acoplado ao cloro o A absorção de sódio ocorre principalmente no intestino delgado • Quando os mecanismos de defesa do trato digestório da criança (acidez gástrica, peristaltismo, muco, flora e sistema imune) não conseguem impedir a ação patogênica do micro-organismo, há a inversão do fluxo normal de líquidos e consequente diarreia • Ocorre quando o conteúdo da luz intestinal exerce uma força osmótica em relação ao meio interno • Os agentes infecciosos que alcançam as porções mais apicais das vilosidades provocam alterações na mucosa intestinal, com lesão do epitélio, ocasionando a redução da atividade das enzimas de absorção de nutrientes o Dentre as enzimas que possuem prejuízo na função destacam-se as dissacaridases, como a lactase • Com a não absorção, o carboidrato acumula-se no lúmen, favorecendo o afluxo de água e eletrólitos e, no intestino grosso, sofre metabolização bacteriana resultando em partículas menores e na produção de ácidos orgânicos e gases Laura Catarine – M4/Tutoria o Esses ácidos e gases elevam mais a osmolalidade do conteúdo luminal o Os gases provocam distensão abdominal, aumento do peristaltismo e dos ruídos hidroaéreos o Quando o carboidrato não sofre ação bacteriana, ele é identificado como uma substância redutora de fezes • Sinais e sintomas: o Diarreia com fezes de conteúdo ácido e hiperosmótico o Eliminadas com gases o Substâncias redutoras presentes o Distensão e cólicas abdominais o Hiperemia da região perineal • A intensidade dos fenômenos varia de acordo com a quantidade do carboidrato e cessa quando este é retirado da dieta • Ocorre quando há aumento da secreção ânions, principalmente do cloro e bicarbonato, pelas células do intestino delgado o Esse aumento pode ser desencadeado por agentes que atuam como secretagogos o Exemplo clássico: diarreia produzida por enterotoxinas bacterianas • Algumas bactérias produzem enterotoxinas que promovem o aumento intracelular de mediadores de secreção intestinal, como o AMP cíclico e o GMP cíclico • O aumento dos mediadores da secreção, ativa as proteinocinases, que desestabilizam as proteínas da membrana celular e promove a abertura dos canais de íons o Com a abertura dos canais, há a passagem de cloro e sódio para o lúmen, seguidos pela água • A perda eletrolítica é intensa e pode causar desidratação grave • Outros mecanismos também dão origem à diarreia secretora, como alteração no citoesquelo do enterócito • A diarreia aguda pode ser causada pela ação de patógenos virais, bacterianos ou protozoários o Os patógenos bacterianos são geralmente Gram-negativos • Bactérias: o Escherichia coli ▪ Bactérias gram-negativas componentes da flora endógena do intestino humano, mas que possui linhagens patógenas o Shigella sp ▪ Bactéria gram-negativa com capacidade invasora e de produzir citotoxina e neurotoxina o Salmonella sp ▪ Bacilos gram-negativos,