Buscar

Alimentação Saudável na Infância

Prévia do material em texto

PEdiatria
@laura.medstudies
Laura Catarine – M4 / Tutoria 
• Dez passos para alimentação saudável na criança 
menor de 2 anos: 
o 1 – Aleitamento materno exclusivo até 6 
meses de idade 
o 2 – A partir dos 6 meses, introduzir 
alimentos de forma lenta e gradual, 
mantendo-se o leite materno até 2 anos 
de idade 
▪ Cereais ou tubérculos, 
leguminosas, carnes e hortaliças 
o 3 – Após os 6 meses, dar alimentos 
complementares 3x ao dia se a criança 
ainda consumir leite materno e 5x ao dia 
se for desmamada 
▪ A partir dos 6 meses pode-se 
introduzir o ovo na alimentação, 
exceto em caso de alergia 
o 4 – A alimentação complementar deve 
ser oferecida de acordo com os 
horários de refeição da família, em 
intervalos regulares e respeitando o 
apetite da criança – sem rigidez de 
horários 
▪ Horários rígidos para a oferta 
de alimentos prejudicam a 
capacidade da criança distinguir 
a sensação de fome e de estar 
satisfeito após uma refeição 
▪ A criança com o tempo vai se 
acostumando com a 
regularidade do horário de 
alimentação da família 
▪ Lanche faz parte das 5 
refeições do dia para crianças 
▪ É necessário distinguir o 
desconforto de fome de outras 
situações 
o 5 – A alimentação complementar deve 
ser espessa desde o início e oferecida 
com uma colher 
▪ Começar com consistência 
pastosa e aumentar a 
consistência gradativamente 
▪ As refeições apresentam maior 
densidade energética quanto 
mais espessas 
▪ Os alimentos devem ser 
cozidos em água suficiente 
para ficarem macios 
▪ Com 12 meses a criança já 
deve estar consumindo os 
alimentos na mesma 
consistência que o resto da 
família 
o 6 – Oferecer diferentes alimentos todos 
os dias 
▪ Alimentação variada é 
alimentação colorida 
▪ Evita anorexia crônica e baixa 
ingestão de energia 
o 7 – Estimular o consumo diário de 
frutas, legumes e verduras 
▪ Se a criança recusar 
determinado alimento, deve-se 
oferecer novamente em outras 
refeições 
▪ É necessário em média 8 a 10 
exposições a um novo alimento 
para que ele seja aceito pela 
criança 
o 8 – Evitar açúcar, café, enlatados, 
frituras, refrigerantes, balas e salgadinhos 
nos primeiros anos de vida 
▪ Não se deve indicar a adição de 
sal no preparo da alimentação 
complementar para lactentes 
▪ Alguns alimentos não devem 
ser oferecidos porque não são 
saudáveis, diminuem o apetite, 
competem com alimentos 
nutritivos e estão associados 
com o desenvolvimento de 
anemia, alergias e obesidade 
Laura Catarine – M4 / Tutoria 
▪ Pode oferecer água tratada nos 
intervalos das refeições 
▪ Açúcar refinado após os dois 
anos de vida 
o 9 – Cuidar da higiene no preparo e 
manuseio dos alimentos 
o 10 – Estimular a criança doente a se 
alimentar, oferecendo seus alimentos 
preferidos 
• Particularidades da digestão e absorção de 
alimentos: 
o RN a termo são capazes de sugar e 
deglutir adequadamente 
o Mastigação – a partir do 5º mês de vida 
o O paladar e a capacidade digestória são 
gradativamente desenvolvidos 
o Nos RN e lactentes, o carboidrato de 
maior importância é a lactose 
o Minerais e vitaminas são 
adequadamente absorvidos pelo trato 
digestório da criança desde os primeiros 
meses 
• Aleitamento materno: 
o É a forma ideal de alimentação da 
criança nos primeiros meses de vida, 
devendo ser sempre incentivado 
o Função nutritiva, papel de proteção, 
imunomodulação e prevenção de 
doenças degenerativas do adulto 
▪ Responsável por economia 
doméstica 
o Consumo precoce de alimentos 
complementares interfere na 
manutenção do aleitamento materno e 
predispõe à obesidade 
o O aleitamento natural deve-se iniciar 
após o parto, sob regime de livre-
demanda 
o Nos primeiros dias de vida a mãe libera 
colostro: 
▪ Líquido rico em proteínas, 
minerais, fatores de 
crescimento e imunobiológicos 
o Em duas semanas, o colostro dá lugar 
ao leite de transição e em seguida ao 
leite maduro 
• Alimentação complementar: 
o A partir dos 6 meses, o leite materno 
não supre todas as necessidades 
nutricionais da criança, sendo necessário 
a introdução de alimentos 
complementares 
o Os alimentos devem ser alimentos 
consumidos pela família, com adequação 
da consistência para a idade da criança 
o Não deve ter acréscimo de sal e 
condimentos industrializados 
o É importante oferecer água potável a 
partir da introdução da alimentação 
complementar, ou de uma fórmula 
infantil, porque esses alimentos por si só 
podem sobrecarregar os rins, sendo 
necessário uma maior oferta de água 
o Frutas podem ser introduzidas até antes 
de 6 meses, com a colher 
▪ Inicialmente uma vez ao dia, 
depois de manhã e de tarde 
▪ Nenhuma fruta é 
contraindicada, exceto quando 
há intolerância ou alergia 
▪ Preferível a fruta in natura em 
papa 
o A frequência da alimentação 
complementar varia conforme a idade 
da criança: 
▪ 6 a 8 meses – 2 a 3x 
▪ 9 a 24 meses – 3 a 4x 
o Papa principal: 
▪ A partir dos 6-7 meses 
▪ Espécie de sopão, com cerais 
ou tubérculos, leguminosas, 
carne e hortaliças 
▪ Consistência pastosa 
o Evitar o mel em menores de 1 ano, por 
risco de botulismo 
o Em crianças desmamadas o leite deve 
ser limitado a 600ml/dia 
o Treinamento do uso de utensílios 
o Ambiente alimentar adequado 
o Método BLW: 
▪ É um método de introdução da 
alimentação complementar 
▪ Encoraja os pais a confiarem na 
capacidade do bebê de regular 
a quantidade de alimentos que 
eles mesmo precisam 
▪ Desmame guiado pelo bebê 
▪ Oferta de alimentos in natura 
em pedaços 
▪ Não usa colher 
Laura Catarine – M4 / Tutoria 
▪ Não adapta a consistência 
▪ Questionamentos: 
• Risco de engasgo 
• Impacto no 
crescimento pois a 
criança pode não 
ingerir quantidade 
suficiente de nutrientes 
o Método Bliss: 
▪ Método de introdução da 
alimentação complementar 
▪ Introdução de sólidos guiado 
pelo bebê 
▪ Oferece os alimentos cortados 
em pedaços 
▪ Em todas as refeições deve-se 
garantir uma oferta de ferro e 
de calorias adequada 
• Esse requisito garante 
o crescimento 
adequado da criança 
• Compreende a idade de 2 a 6 anos 
• Fase de diminuição no ritmo de crescimento e 
de desenvolvimento dentário 
• É nessa idade que a criança desenvolve sentidos 
e diversifica sabores, e com isso forma suas 
próprias preferências 
o Preferência por doces e alimentos 
calóricos 
• Comportamento alimentar imprevisível e 
variável 
o A quantidade de alimentos ingerida oscila 
muito 
• Duas características importantes dessa fase: 
o Neofobia alimentar: 
▪ Dificuldade em aceitar alimentos 
novos ou desconhecidos 
▪ Às vezes, são necessárias 
muitas exposições a 
determinado alimento para que 
ocorra sua aceitação 
• 8 a 10x 
▪ Estimular utilizando a fantasia 
▪ Nunca forçar, ameaçar ou 
premiar com comida 
 
o Picky/fussy eating: 
▪ Criança que rejeita grande 
variedade de alimentos, com 
uma dieta pouco variável 
▪ Baixo consumo de vegetais 
• Amadurecimento da saúde bucal, como a 
mastigação, por meio do desenvolvimento 
dentário, e musculatura do rosto 
• Estímulo à criança para que se sirva à mesa e 
coma sozinhos 
• Comportamentos para forçar a criança a comer 
devem ser evitados, uma vez que podem 
reforçar a recusa alimentar 
• Ao redor dos 2 a 3 anos a criança pode 
apresentar intolerância a lactose devido à 
diminuição da lactase 
• Os nutrientes mais importantes nessa fase são 
as proteínas e o ferro 
o Os alimentos energéticos previnem a 
desnutrição 
• Oferecer alimentos em horários fixos, se não 
aceitar não substituir 
• Tamanho das porções compatível com a idade 
• Evitar líquidos durante a refeição, pois ocupa o 
espaço da comida no estômago 
• Eliminar a mamadeira noturna 
• Cuidado com engasgo 
• Faixa etária: 7 a 10 anos 
• Nessa fase, o ganho de peso é maior que o 
ganho estatural 
• A qualidade e quantidade da alimentação são 
determinantes para a manutenção da VC 
• Maior risco de obesidade: 
o Excesso de alimentos calóricose pouco 
nutritivos 
o Falta de incentivo a atividade física 
• Preocupação excessiva com o peso pode levar 
ao desenvolvimento dos distúrbios de peso, 
como anorexia e bulimia 
• Recomendações nutricionais: 
o 5 refeições diárias 
o Ingestão de nutrientes para prover 
energia adequada para o crescimento 
o Alimentação variada 
▪ Evitar refrigerantes, balas e 
guloseimas 
Laura Catarine – M4 / Tutoria 
o Priorizar o consumo de carboidratos 
complexos 
o Consumo de frutas, verduras e legumes 
o Consumo restrito de gorduras saturadas 
o Estimular o consumo de peixe marinho 
duas vezes por semana 
o Controle da ingestão de sal 
o Consumo apropriado de cálcio 
▪ 600ml/dia de leite ou derivados 
o Controlar o ganho excessivo de peso 
o Evitar a substituição de refeições por 
lanche 
o Estimular a prática de atividade física 
o Reduzir o tempo gasto com atividades 
sedentárias 
o Estimular a autonomia orientada 
• A obesidade, anorexia nervosa, bulimia e 
dislipidemia são alterações importantes que 
comumente aparecem na adolescência 
• Faixa etária: 10 a 20 anos 
• Fase da puberdade, com aceleração do 
crescimento longitudinal, aumento da massa 
corporal, modificações corporais e atividade física 
variada 
• Energia: 
o As necessidades energéticas estão 
aumentadas 
• Proteínas: 
o Exigência de elevada oferta proteica 
para o estirão puberal 
• Vitaminas: 
o Ingestão de vitaminas hidrossolúveis 
o Adolescentes fumantes e que usam 
contraceptivos orais podem apresentar 
deficiência de vitamina C 
o Necessidade de vitamina B12 
o Ácido fólico é necessário para a grande 
replicação celular e crescimento 
o Necessidade de vitamina A e D 
• Minerais: 
o Imprescindível para os sistemas 
enzimáticos e para a expansão dos 
tecidos 
o Cálcio: 
▪ Necessidade de altas 
quantidades para a composição 
da matriz óssea 
• O pico da 
mineralização óssea é 
na adolescência 
o Ferro e zinco 
Laura Catarine – M4 / Rezende 
Assistência ao parto 
Introdução 
• É cerne ao obstetra assistir a mulher durante 
todo o processo de parto 
• Projeto Parto Adequado – SUS 
o Faz parte da Política Nacional de 
Humanização da Atenção e da Gestão 
no SUS 
Preparação para o parto 
• Algumas informações devem ser prestadas no 
pré-natal com o objetivo de fazer com que a 
mulher tenha conhecimento da fisiologia do parto 
e dos cuidados que o cercam, para que suas 
escolhas e sua participação sejam conscientes 
• Elementos essenciais na preparação para o 
parto 
o Processo do trabalho de parto e 
parturição: 
▪ Anatomia e fisiologia da 
gravidez e do parto 
▪ Fases clínicas do parto 
▪ Experiências comuns 
o Lidar com a dor do parto: 
▪ Uso de métodos 
farmacológicos ou não 
farmacológicos 
▪ Exemplo: técnicas de 
relaxamento, incluindo 
respiração, hidroterapia, apoio 
contínuo, narcóticos e anestesia 
regional 
o Intervenções durante o trabalho de 
parto e parto: 
▪ Uso de fluidos intravenosos 
▪ Monitoramento fetal 
▪ Técnicas de indução e 
aceleração do parto 
▪ Parto vaginal operatório 
▪ Cesariana 
o O que esperar do local de escolha do 
parto: 
▪ Incentivar visita às instituições 
▪ Conhecer as rotinas no trabalho 
de parto e no parto, incluindo 
restrições alimentares, 
monitoramento fetal, presença 
de estudantes, enfermeiros e 
médicos em treinamento 
▪ Presença de equipamentos de 
suporte ao parto, como bola, 
banheira, chuveiro e etc. 
o Quando ir para o local do parto: ao 
apresentar sinais de trabalho de parto 
o Sinais de alerta: 
▪ Sintomas de parto pré-termo 
▪ Ruptura prematura de 
membranas 
▪ Redução ou parada dos 
movimentos fetais 
▪ Hemorragia 
o Aleitamento: 
▪ Explicar os benefícios, posições, 
pega adequada, sinais de 
saciedade e medidas de apoio 
o Cuidados com o recém-nascido: 
▪ Alimentação básica, banho, 
trocas, posições para dormir, 
quando procurar o pediatra e 
consultas de puericultura 
o Cuidados no puerpério: 
▪ Tempo esperado de 
recuperação, cicatrização 
perineal e sintomas de 
depressão pós-parto 
Intervenções antes do parto 
• Exercícios do assoalho pélvico: 
o Estudos afirmam que a gravidez e o 
parto são fatores de risco para 
incontinência urinária 
o Os exercícios do assoalho pélvico 
reduzem o risco de incontinência 
urinária até 6 meses depois do parto 
• Massagem perineal: 
o A massagem perineal iniciada a partir de 
34 semanas é proposta no intuito de 
Laura Catarine – M4 / Rezende 
diminuir a ocorrência de lacerações 
perineais 
o Mulheres com parto vaginal anterior 
tem redução no risco de dor pós-parto 
Assistência ao parto normal 
• Parto normal, definido pela OMS, é aquele 
espontâneo no início, baixo risco no 
desencadeamento do trabalho de parto e assim 
persistindo durante todo o parto; o bebê nasce 
em apresentação cefálica, entre 37 e 42 
semanas de gravidez; depois do parto, a mãe e 
o bebê estão em boas condições 
Assistência ao primeiro período/dilatação 
• Local do parto: 
o Tradicionalmente, antes de passar à sala 
do parto, a mulher ficava (e ainda fica) 
em salas parecidos à quarto de hospital 
o É proposto unidades conhecidas como 
suítes pré-parto, parto e pós-parto 
(PPP), em que a mulher possui 
privacidade, conforto e liberdade de 
deambulação, além de que o parto e o 
pós-parto podem ocorrer no mesmo 
local 
▪ Possui banheiro privativo 
• Profissional que presta assistência ao parto: 
o É recomendado pela OMS que a 
assistência ao parto seja feita por 
enfermeiras, obstetrizes, médicos de 
família ou obstetras 
▪ A escolha do profissional 
depende do grau de risco da 
gravidez 
o O parto demanda equipe transdisciplinae 
• Obstetrizes: 
o São profissionais de saúde qualificadas 
para prestar assistência ao parto 
• Admissão: 
o Deve-se internar apenar parturientes na 
fase ativa para evitar internações 
precoces, que geralmente acarreta 
intervenções desnecessárias 
• Cuidados iniciais: 
o Parturientes saudáveis de baixo risco 
podem ficar com suas vestimentas, não 
devem se submeter a jejum, raspagem 
(tricoxisma) e corte (tricotomia) de pelos 
• Alimentação: 
o Pode haver ingestão de quantidades 
modestas de líquidos claros, como água 
e suco sem polpa, por parte de grávidas 
de baixo risco 
▪ Exceções: grávidas com risco 
de broncoaspiração ou com 
risco aumentado de parto 
cirúrgico 
o Parturientes de baixo risco podem e 
devem se alimentar 
o Considera-se o jejum em caso de uso 
de opioides, uma vez que eles retardam 
o esvaziamento gástrico 
• Apoio contínuo: 
o Suporte emocional – presença 
contínua, encorajamento e elogios 
o Medidas de conforto físico – toque, 
massagem, banho morno 
o Medidas favorecendo a evolução 
fisiológica do trabalho de parto – livre 
deambulação, mudança de posição, 
exercícios 
o Informações sobre o progresso do 
parto 
o Interlocução entre a equipe obstétrica e 
a mulher 
• Posição e deambulação: 
o A mulher deve ser encorajada a 
escolher a posição que mais se sente 
confortável durante o trabalho de parto 
• Toque vaginal: 
o Pode ser uni ou bidigital 
o A mão do profissional deve passar por 
uma assepsia e estar enluvada 
o Introduz-se na vagina os dedos indicador 
e médio, ou apenas o indicador, untados 
em vaselina esterilizada ou clorexidina 
aquosa 
o O exame explora: 
▪ O colo – apagamento, dilatação, 
consistência e orientação 
▪ A bolsa das águas 
▪ A apresentação fetal: 
• Mostra-se um corpo 
duro, arredondado e 
liso, o qual se percebe 
as suturas e fontanelas 
Laura Catarine – M4 / Rezende 
o A OMS recomendou o toque vaginal a 
cada 4 horas na fase ativa do trabalho 
de parto 
o O número de toque deve ser o mínimo 
necessário 
▪ Toques frequentes e 
desnecessários podem 
provocar edema da cérvice, 
infecção ovular e da genitália, 
além de dor e desconforto 
o Deve solicitar a autorização da mulher 
o Após o toque deve-se verificar a 
secreção na ponta dos dedos, que pode 
conter mecônio e sangue, 
representação de sofrimento fetal,síndromes hemorrágicas ou infecção 
• Altura da apresentação: 
o Em primíparas, no início do trabalho de 
parto, a apresentação costumas estar 
insinuada/encaixada 
o Em multíparas, a insinuação só ocorre 
no começo da expulsão, 
permanecendo alta até esse momento 
o A apresentação está baixa durante o 
período de expulsão 
 
• Ruptura das membranas: 
o Em geral a gestante percebe perda 
líquida pela vagina 
o Pelo toque vaginal, é possível distinguir a 
superfície do couro cabeludo ou as 
pregas genitais, em caso de 
apresentação pélvica 
o Amniotomia: 
▪ Ruptura artificial das membranas 
fetais 
▪ Realizada apenas em casos de 
indicação formal: 
• Necessidade de 
ultimar-se o parto 
quando se quer avaliar 
o líquido amniótico e a 
posição fetal e não se 
consegue fazer isso 
com a bolsa íntegra 
• Se houver indicação de 
parto operatório 
▪ Deve ser feita durante a 
contração uterina, com um 
amniótomo descartável, 
rompendo o saco amniótico o 
mais alto possível 
▪ Deve-se examinar o aspecto e 
a cor do líquido amniótico que 
escoa 
• Vitabilidade do concepto: 
o A ausculta dos BCF são imprescindíveis 
▪ A FC costuma manter-se entre 
110 e 160bpm, em média 140bpm 
▪ Preferível que que seja 
realizada com a mulher em 
posição vertical ou decúbito 
lateral, uma vez que o decúbito 
dorsal diminui o retorno venoso 
que acaba gerando padrões 
anômalos da FC 
▪ Objetiva evitar a hipóxia fetal 
grave, que pode culminar em 
paralisia cerebral grave 
• Uso de fluidos intravenosos: 
o A OMS é contra essa técnica em 
parturientes em baixo risco, uma vez 
que não possui risco e existe potenciais 
maléficos 
• Ocitocina: 
o Acelera o trabalho de parto, aumenta a 
intensidade a frequência das contrações 
uterinas 
o O uso de rotina não é recomendado e 
pode ter efeitos deletérios 
o O uso precoce de ocitocina associou-se 
à hiperestimulação uterina com 
taquissistolia fetal 
• Métodos não farmacológicos para alívio da dor: 
o Analgesia peridural, bloqueio combinado, 
analgesia controlada pela parturiente e 
analgesia inalatória 
o Bloqueio combinado raquidiano peridural: 
▪ Injeção de opioide 
subaracnóideo e passagem de 
Laura Catarine – M4 / Rezende 
cateter peridural no mesmo 
procedimento 
▪ Normalmente, inicia-se de 4 a 5 
cm de dilatação 
▪ Quando corretamente aplicada, 
a parturiente possui bloqueio 
sensitivo mas possui capacidade 
de deambular e assumir 
posições que desejar no 
trabalho de parto 
Assistência ao segundo período/expulsão 
• A parturiente tende a ficar agitada e com desejo 
de defecar; aumenta a frequência e intensidade 
das contrações; contração involuntária da prensa 
abdominal 
• O monitoramento fetal deve ser feito a cada 15 
minutos 
• Posição materna: 
o Normalmente a mulher encontra-se em 
decúbito dorsal, Laborie-Bué (I) ou 
Laborie-Duncan (II) 
o Há muitas vantagens acerca das 
posições verticalizadas: 
▪ Efeito da gravidade, menor 
compressão da aorta e da cava, 
maior eficiência da contratilidade 
uterina e alinhamento do peto 
com a pelve 
• Puxos e respiração: 
o Puxos precoces e comandados podem 
ter repercussões negativas no assoalho 
pélvico 
• Episiotomia: 
o Incisão cirúrgica do períneo, feita com 
tesoura ou bisturi, com objetivo de 
aumentar o trabalho do parto e facilitar 
o desprendimento fetal 
o Riscos associados: dor, edema, infecção, 
hematoma e dispareunia 
o Realizado apenas em casos específicos 
o Proteção perineal: 
▪ Uso de compressas mornas, 
massagem perineal, gel 
obstétrico 
▪ Evitar parto em posição de 
litotomia – com as pernas 
elevadas por apoios 
▪ Evitar puxos dirigidos, manobra 
de Valsalva e manobra de 
Kristeller 
• Manobra de Kristeller: 
o Empurra o fundo do útero para acelerar 
o nascimento 
o Não deve ser feita em hipótese alguma 
• Contato pele a pele entre mãe e filho: 
o Orienta-se a mãe amamentar o filho 
logo na primeira hora de nascimento 
• Ligadura tardia do cordão: 
o Prevenir anemia 
Assistência ao terceiro período/secundamento 
• O secundamento é considerado prolongado 
quando 
o Ultrapassa 30 minutos após o 
nascimento com manejo ativo 
o Ultrapassa 60 minutos após o 
nascimento com manejo fisiológico 
• Conduta ativa no secundamento: 
o A hemorragia é a segunda maior causa 
de morte materna direta no Brasil, atrás 
apenas da hipertensão 
o Consiste em intervenções destinadas a 
aumentar a contratilidade uterina para 
evitar a hemorragia pós-parto por atonia 
o Administração de agentes uterotônicos 
▪ Administração intramuscular de 
ocitocina 
o Ligadura precoce do cordão 
o Tração controlada do cordão 
o Massagem uterina após o 
secundamento 
 
 
Laura Catarine – M4 
• Imediatamente após o nascimento, o RN precisa 
passar por uma transição imediata em que os 
alvéolos repletos de líquidos devem ser 
expandidos com ar 
• Estímulos à respiração pulmonar: 
o O RN começa a inalar e chorar quase 
imediatamente após nascer, indicando o 
início da respiração ativa 
o Fatores que influenciam na primeira 
inalação de ar: 
▪ Estimulação física durante o 
nascimento 
▪ A privação de oxigênio e 
acúmulo de dióxido de carbono 
antes do nascimento, que 
aumentam a frequência e 
amplitude dos movimentos 
respiratórios após o nascimento 
▪ A compressão do tórax, que 
durante a passagem pelo canal 
de parto produz a eliminação 
do trato respiratório de uma 
parte do líquido presente nos 
brônquios e alvéolos 
o A aeração dos pulmões requer uma 
substituição rápida do líquido existente 
nos brônquios e alvéolos por ar 
o Após o nascimento, o líquido restante 
nos alvéolos é eliminado pela circulação 
pulmonar e por vasos linfáticos 
pulmonares 
▪ O retardo na remoção desse 
líquido contribui para a 
síndrome de taquipneia 
transitória do RN 
o A partir da primeira inalação após o 
nascimento, o acúmulo de ar residual se 
dá progressivamente nos pulmões e, a 
cada respiração sucessiva, reduz-se a 
pressão necessária à abertura dos 
pulmões 
o O surfactante, produzido pelos 
pneumócitos tipo II, reduz a tensão de 
superfície alveolar, evitando o colapso 
do pulmão a cada respiração 
▪ A ausência da quantidade 
suficiente de surfactante, 
comum em RN prematuros, 
leva ao desenvolvimento da 
síndrome da angústia 
respiratória 
• Cuidados imediatos: 
o Fatores determinantes ao bem-estar do 
RN: 
▪ Estado de saúde da mãe 
▪ Complicações pré-natais, como 
malformações fetais 
▪ Idade gestacional 
▪ Complicações no trabalho de 
parto 
▪ Duração do trabalho de parto e 
tempo decorrido desde a 
ruptura das membranas 
ovulares 
▪ Tipo e duração da anestesia 
▪ Dificuldades no período 
expulsivo 
▪ Medicamentos utilizados 
durante o trabalho de parto 
o A Academia Americana de Pediatria 
recomenda a presença de pelo menos 
um profissional responsável pelos 
cuidados ao RN e capacitado a iniciar a 
reanimação neonatal, se necessário 
• Reanimação do RN: 
o Cerca de 10% dos RN necessitam de 
algum grau de reanimação para 
estimular a respiração 
o A privação de oxigênio inicialmente 
produz um período transitório de 
aceleração da respiração, mas se essa 
privação persiste a respiração cessa e 
o RN entra em fase de apneia primária 
▪ Ocorre queda na frequência 
cardíaca e perda do tônus 
neuromuscular 
Laura Catarine – M4 
▪ A estimulação simples junto 
com oferta de oxigênio reverte 
essa apneia primária 
o Se a apneia primária persistir, o RN 
evolui para uma apneia secundária 
▪ Maior declínio na FC, queda da 
PA e perda do tônus 
neuromuscular 
▪ Os RN nesse caso não 
recuperam a respiração 
espontaneamente 
▪ Se não for iniciada a ventilação 
assistida, o RN evoluirá para 
óbito 
o Protocolo de reanimação: 
▪ Etapas básicas: 
• 1 - O RN deve ser 
colocado em ambiente 
aquecido para reduzir a 
perda de calor 
• 2 - Aspiração das vias 
aéreas, no caso de 
lactente com parto 
complicados por 
mecônio 
• 3 – O lactente deve 
ser secado e 
estimulado para 
avaliaçãoda atividade 
respiratória, FC e 
coloração 
▪ Ventilação: 
• A presença de apneia, 
respiração ofegante ou 
bradicardia após 30 
segundos após o 
nascimento determina 
a administração de VPP 
• Ventilação assistida à 
taxa de 30 a 60 
incursões por minuto 
• Se a ventilação estiver 
inadequada, deve-se 
verificar a posição da 
cabeça, aspirar 
secreções e/ou 
aumentar a pressão de 
ventilação 
▪ Intubação endotraqueal: 
• Acontece se a 
ventilação bolsa-
válvula-máscara não 
estiver produzindo 
efeito benéfico ou 
estiver muito 
prolongada, em caso 
de necessidade de 
massagem torácica, 
administração de 
medicamentos por via 
traqueal ou peso 
extremamente baixo 
ao nascer 
▪ Massagens torácicas: 
• Se a FC se mantiver 
abaixo de 60bpm 
mesmo após a 
ventilação adequada 
por 30s 
• Localização: terço 
inferior do esterno 
• Recomenda-se uma 
razão de 3:1 entre 
massagem e ventilação 
• A FC é reavaliada a 
cada 30s 
• As massagens devem 
perdurar até que a FC 
atinja o mínimo de 
60bpm 
▪ Medicamentos e expansão de 
volume: 
• Aplica-se epinefrina 
quando a FC se 
mantiver abaixo de 
60bpm, mesmo após 
ventilação e massagem 
torácica adequada 
o Pode ser 
repetida a 
cada 3 a 5min, 
dependendo 
da 
necessidade 
• Expansão de volume 
deve ser considerada 
quando se suspeita de 
perda sanguínea, o RN 
Laura Catarine – M4 
pareça estar em 
choque ou a resposta 
às medidas de 
reanimação não for 
adequada 
• O uso de bicarbonato 
de sódio é controverso 
e normalmente não é 
feito porque pode 
provocar prejuízos ao 
miocárdio e à função 
cerebral 
▪ Suspensão da reanimação: 
• É recomendado parar 
as manobras de 
reanimação quando 
não houver sinais de 
vida após 10 in de 
tentativas adequadas 
• Escala de Apgar: 
o Identifica os neonatos que requerem 
manobras de reanimação e avalia a 
efetividade das medidas tomadas 
o Verifica 5 características: 
▪ Frequência cardíaca 
▪ Atividade respiratória 
▪ Tônus muscular 
▪ Irritabilidade reflexa 
▪ Coloração 
o Cada característica recebe uma nota de 
0 a 2 
o A pontuação deve ser determinada no 
1º e 5º minuto de vida 
o O Apgar do 1º minuto reflete se há 
necessidade de reanimação imediata, 
enquanto o Apgar de 5 minutos 
demonstra a efetividade das manobras 
feitas no RN 
▪ Escores de 5 minutos baixos 
são preditivos de morte 
neonatal em lactentes 
prematuros 
o É possível que um neonato prematuro 
saudável receba um Apgar baixo 
apenas em razão da sua imaturidade 
o Um Apgar baixo não prediz asfixia ou 
hipóxia, uma vez que esse índice pode 
ser influenciado por vários fatores 
o Um índice de Apgar igual ou menor que 
3, nos minutos 10, 15 ou 20, se relaciona 
com uma evolução neurológica adversa 
o O índice de Apgar isoladamente não é 
capaz de estabelecer que a hipóxia seja 
causa da paralisia cerebral 
• Profilaxia de infecção ocular: 
o Infecção gonocócica: 
▪ No passado era comum a 
cegueira em crianças que 
evoluíssem com oftalmia 
gonocócica neonatal contraída 
durante a passagem pelo canal 
de parto infectado 
▪ Oftalmia gonocócica é uma 
conjuntivite em neonatos 
nascidos de mãe com 
gonorreia não tratada 
▪ Uso de pomada oftalmológica 
de eritromicina a 0,5% ou de 
tetraciclina a 1%, após o 
nascimento 
o Conjuntivite por clamídia: 
▪ Uso de solução de 
iodopovidona a 2,5% 
• Imunização contra hepatite B: 
o Recomenda-se a imunização contra 
hepatite B de todos os RN antes da alta 
hospitalar 
o Se a mãe for soropositiva para hepatite 
B, o RN deve ser passivamente 
imunizado com imunoglobulina para 
hepatite B 
• Vitamina K: 
o Prevenção da doença hemorrágica 
dependente da vitamina K dos RN 
o IM – 0,5 a 1g – até 1h após o nascimento 
• Estimativa da idade gestacional: 
o A relação entre a IG e peso ao nascer 
deve ser usada para identificar neonatos 
Laura Catarine – M4 
com risco de complicações, como 
hipoglicemia e policitemia 
• Cuidados com a pele: 
o Após o parto, deve-se remover o 
excesso de verniz caseoso, sangue e 
mecônio 
o O verniz remanescente será 
reabsorvido pelo corpo em até 24h 
o O primeiro banho deve acontecer 
apenas após a estabilização da 
temperatura do RN 
• Cordão umbilical: 
o A perda da água da geleia de Wharton 
leva à mumificação do cordão umbilical 
logo após o nascimento 
o Nas primeiras 24h o coto umbilical 
perde a coloração branca-azulada e o 
aspecto úmido para se tornar seco e 
negro 
o Em alguns dias a semanas o coto 
umbilical cai, formando a cicatriz umbilical 
▪ A queda do coto umbilical pode 
variar de 3 a 45 dias 
▪ O cordão umbilical cai mais 
rápido quando exposto ao ar 
▪ Não é recomendado o uso de 
curativos 
o Limpeza do coto com clorexidina 
diminui a incidência de infecções 
• Alimentação: 
o É preferível que a criança seja 
alimentada exclusivamente com leite 
materno até 6 meses de idade 
o A maioria dos RN a termo sugam melhor 
quando alimentados com intervalos de 2 
a 4h 
▪ Prematuros e RN com 
crescimento restrito requerem 
alimentação com intervalos 
mais curtos 
▪ Intervalo médio de 3h 
o Perda de peso inicial: 
▪ Considerando que a maioria dos 
RN recebem poucos nutrientes 
nos primeiros 3 ou 4 dias de 
vida, eles perdem peso até que 
se estabeleça um fluxo de leite 
materno ou outra forma de 
alimentação 
▪ Neonatos prematuros perdem 
mais peso e demoram mais 
para recuperar esse peso do 
que neonatos a termo 
• Neonatos PIG 
recuperam o peso 
mais rapidamente que 
neonatos prematuros 
▪ Se um RN normal for 
alimentado adequadamente, o 
peso é recuperado até o 10º dia 
de vida 
▪ O peso aumenta cerca de 
25g/dia nos primeiros meses 
de vida 
• O peso deve dobrar no 
5º mês de vida e 
triplicar ao final do 
primeiro ano 
o Fezes e urina: 
▪ Nos primeiros 2 a 3 dias após o 
nascimento o conteúdo do 
cólon é formado por mecônio 
▪ Composição do mecônio: 
• Células epiteliais do 
trato intestinal 
descamadas 
• Muco 
• Células epidérmicas 
• Lanugo 
▪ A cor característica do mecônio 
é verde-amarronzado e resulta 
dos pigmentos biliares 
▪ A eliminação do mecônio é 
observada nas primeiras 24 
horas de vida, normalmente 
▪ Os neonatos urinam 
normalmente nas primeiras 
horas de vida, mas isso pode 
não ocorrer até o segundo dia 
de vida 
▪ A ausência de urina ou fezes 
pode representar uma 
malformação congênita 
▪ Após o 3 ou 4º dia, com a 
ingestão de leite, o mecônio é 
substituído por fezes 
homogêneas amarelo-claras 
Laura Catarine – M4 
com consistência de pasta de 
amendoim 
• Icterícia neonatal: 
o Entre o 2 – 5º dia de vida, cerca de 
33% dos neonatos desenvolvem a 
chamada icterícia fisiológica do RN 
o Isso ocorre devido ao rápido aumento 
de bilirrubina nos neonatos 
o A maior parte da bilirrubina é livre, não 
conjugada 
o Devido à imaturidade hepática, não há a 
completa conjugação de bilirrubina com 
ácido glicurônico para excreção pela 
bile, o que contribui para a 
hiperbilirrubinemia transitória 
o É mais comum, intensa e prolongada 
em neonatos prematuros, em razão das 
menores taxas de conjugação 
o O aumento da taxa de destruição de 
eritrócitos também contribui para a 
hiperbilirrubinemia 
o O tratamento padrão é a fototerapia 
▪ A onda luminosa incide na 
bilirrubina e a converte em um 
composto solúvel que será 
excretado na bile 
• Alojamento conjunto: 
o É o modelo no qual o neonato 
permanece no quarto da mãe 
o Função: fazer com que todas as fases 
da maternidade sejam naturais e 
incentivam uma relação mãe e filho 
precoce 
Laura Catarine – M4 
Contratilidade uterina 
Aumento da excitabilidade uterina próximo 
ao termo 
• Parto significa o nascimento do bebê 
• Ao final da gravidez, o útero fica 
progressivamente mais excitável, até que 
desenvolve contrações rítmicas para o bebê ser 
expelido 
o Essas contrações são o fenômeno mais 
importante do trabalho de parto, 
indispensável para a expulsão do 
concepto 
• Dois eventosprincipais levam ao aumento das 
contrações 
o Mudanças hormonais progressivas que 
aumentam a excitabilidade da 
musculatura uterina 
o Mudanças mecânicas uterinas 
• Fatores hormonais que aumentam a 
contratilidade uterina: 
o Bloqueio progesterônico: 
▪ Maior proporção de 
estrogênios em relação à 
progesterona 
▪ A progesterona inibe a 
contratilidade uterina, uma vez 
que diminui a sensibilidade da 
célula miometrial ao estímulo 
contrátil por meio da 
hiperpolarização da membrana, 
bloqueando a condução do 
estímulo elétrico, impedindo 
que o feto seja expelido e o 
descolamento da placenta 
▪ Os estrogênios auxiliam na 
contratilidade uterina, uma vez 
que aumenta as junções 
comunicantes das células do 
miométrio 
o A ocitocina causa contração do útero 
▪ Hormônio secretado pela 
neuro-hipófise 
▪ Razões: 
• Próximo ao termo a 
musculatura uterina 
aumenta seus 
receptores de 
ocitocina, aumentando 
sua sensibilidade a esse 
hormônio, causando as 
contrações 
• No momento do parto 
a neuro-hipófise 
secreta mais ocitocina 
• Sem ocitocina o 
trabalho de parto é 
prolongado 
o Os efeitos dos hormônios fetais no 
útero: 
▪ A hipófise fetal secreta grande 
quantidade de ocitocina, o que 
aumenta a contratilidade uterina 
▪ As glândulas adrenais do feto 
secretam cortisol, outro 
estimulante uterino 
▪ As membranas fetais liberam 
prostaglandinas, que aumentam 
a intensidade das contrações 
uterinas 
• Fatores mecânicos que aumentam a 
contratilidade uterina: 
o Distensão da musculatura uterina 
▪ A distensão intermitente da 
musculatura lisa do útero, 
devido aos movimentos fetais, 
leva à contratilidade uterina 
▪ Isso explica o fato de gêmeos 
nascerem cerca de 19 dias antes 
de um só bebê, devido à 
grande quantidade de 
movimentos fetais 
o Distensão ou irritação do colo uterino 
▪ Há teorias que dizem que a 
irritação das terminações 
sensoriais do colo uterino 
Laura Catarine – M4 
provoque contrações uterinas 
reflexas 
▪ Obstetras podem causar 
indução ao parto por meio do 
rompimento das membranas 
fetais fazendo com que a 
cabeça do bebê cause a 
distensão do colo, ou por meio 
de outros métodos de irritação 
Funções da contratilidade uterina 
• Manutenção da gravidez: 
o Durante a gestação, a atividade do útero 
é reduzida, irregular, localizada e sem 
significado funcional expulsivo 
o A gravidez se mantém pelo bloqueio 
progesterônico: 
▪ A progesterona diminui a 
sensibilidade da célula 
miometrial ao estímulo contrátil, 
pela hiperpolarização da 
membrana, bloqueando a 
condução da atividade elétrica 
▪ Impede o descolamento da 
placenta 
• Dilatação do istmo e do colo uterino: 
o No pré-parto, as contrações encurtam 
o corpo uterino, além de apagar e dilatar 
o colo 
o No parto, a cada contração o corpo fica 
mais curto e espesso, e o colo fica mais 
dilatado 
▪ No período expulsivo ocorre o 
estiramento do istmo 
o A pressão da apresentação fetal e da 
bolsa das águas são o segundo fator 
responsáveis pela dilatação cervical 
o A duração do parto varia: 
▪ Primíparas: 10-12h 
▪ Multíparas: 6-8h 
• Descida e expulsão do feto: 
o As contrações, ao encurtarem o corpo, 
empurram o feto através da pelve e o 
expulsa para o exterior 
o As contrações nos ligamentos 
redondos, tracionam o fundo para 
frente, colocando seu eixo em direção 
ao eixo da escavação pélvica, facilitando 
a progressão do feto 
o A contribuição mais expressiva é a dos 
puxos 
 
• Descolamento da placenta: 
o Após a expulsão do feto, ocorre uma 
acentuada retração do útero que 
culmina na desinserção da placenta 
o Os 6 a 10 minutos do secundamento é 
o tempo corporal, uma vez que a 
placenta ainda está dentro do corpo 
uterino 
• Hemóstase puerperal: 
o As contrações causam a retração das 
fibras musculares que coíbem a 
hemorragia no sítio placentário 
Fisiologia das contrações uterinas 
• A contratilidade uterina depende da interação 
dos componentes do complexo proteico entre 
si 
o O complexo proteico é modulado pela 
enzima cinase da cadeia leve da miosina 
• A enzima cinase é influenciada por 3 sistemas 
reguladores: cálcio, calmodulina e o 
monofosfato de adenosina cíclica (AMP cíclico) 
o O cálcio e a calmodulina provocam a 
ativação da enzima 
o O AMP cíclico inibe a atividade 
enzimática 
o Esses 3 sistemas respondem a ações 
hormonais e agentes farmacológicos: 
▪ Progesterona: 
• Hormônio da gravidez 
• Apreende o cálcio no 
retículo 
sarcoplasmático, 
diminuindo o nível de 
cálcio livre intracelular 
• Isso faz com que 
aumente o limiar de 
excitabilidade da fibra 
miometrial, o que 
torna o útero 
quiescente 
o Bloqueio 
progesterônic
o 
▪ Prostaglandinas: 
Laura Catarine – M4 
• Altera a 
permeabilidade da 
membrana celular, o 
que aumenta os níveis 
intracelulares de cálcio 
livre 
• Favorece a contração 
das fibras 
• Diminuição do limiar 
de excitabilidade 
• A enzima cinase de cadeia leve de miosina 
quando é ativada, promove a fosforilação da 
miosina, permitindo uma interação entre as 
duas proteínas do complexo proteico, 
possibilitando a contração local 
• As células miometriais comunicam-se umas 
com as outras via junções GAP 
o Essas conexões estão sob influência do 
estrógeno, responsável pelo aumento 
da concentração dessas proteínas 
• Principais características das células musculares 
miometriais: 
o Baixa sensibilidade a estímulos 
dolorosos: 
▪ Na cesárea, as queixas 
dolorosas coincidem com o 
manuseio do peritônio 
▪ No parto vaginal, a dor é 
devido a contrações e à 
projeção do feto contra o 
segmento inferior e da 
compressão dos órgãos 
vizinhos 
o Excitabilidade: 
▪ As fibras miometriais podem 
ser excitadas 
▪ O estresse ao útero relaciona-
se com a produção de 
adrenalina e noradrenalina 
o Elasticidade: 
▪ Extensibilidade e retrtilidade 
o Tonicidade: 
▪ É a pressão intrauterina no 
intervalo de duas contrações 
o Contratilidade: 
▪ O útero apresenta atividade 
contrátil durante toda a 
gestação 
▪ A frequência das contrações 
aumenta com o decorrer da 
gestação 
▪ O início do trabalho de parto é 
marcado pela ocorrência de 
duas contrações a cada 10 
minutos 
Bioquímica da contração do músculo liso 
• A contração do músculo liso se difere do 
músculo estriado porque não há presença de 
troponina e o local de ligação à actina está 
coberto pela cauda de miosina 
• Etapas: 
o 1 – Liberação de cálcio armazenado no 
retículo sarcoplasmático 
o 2 – Ligação do cálcio à calmodulina 
(CaM) com formação do complexo Ca-
CaM 
o 3 – O complexo Ca-CaM ativa a miosina 
de cadeia leve cinase (MCLK) 
o 4 – A MCLK na presença de ATP 
fosforila a miosina de cadeia leve (MLC) 
regulatória, que é ativada 
o 5 – Liberação da cauda da miosina e 
mudança conformacional da cabeça 
expondo o sítio actina-combinante 
o 6 – Ligação do complexo Ca-CaM à 
caldesmon (Cald) que movimenta a 
tropomiosina, liberando os locais de 
ligação à miosina 
o 7 – Ligação da cabeça globular da 
miosina à actina 
o 8 – Movimento da cabeça da miosina, 
promovendo o deslizamento da actina 
sob a miosina 
o 9 – Encurtamento do sarcômero 
o 10 – Contração 
o 11 – Quando cai o nível de cálcio 
citosólico, a MCL é desfosforilada pela 
miosina de cadeia leve fosfatase (MCLP) 
o 12 – A MLC fica inativa e o músculo 
relaxa 
Evolução da contratilidade uterina no ciclo 
gestatório 
• Gravidez: 
Laura Catarine – M4 
o Até 30 semanas a contratilidade uterina 
é muito pequena e aumenta 
progressivamente 
▪ De vez em quando surgem 
contrações de Braxton-Hicks 
(contrações mal coordenadas e 
parcialmente propagadas) 
o De 28 a 32 semanas são até 2 
contrações/horas 
▪ Intensidade de 3 a 8 mmHg 
o Durante o parto, o acréscimo de 
contrações é acelerado e atinge o 
máximo no período expulsivo 
o No secundamento e puerpério ocorre 
expressiva queda na atividade uterina 
• Pré-parto: 
o Após 30 semanas, a atividade uterina 
aumentavagarosa e progressivamente 
o Nas 4 semanas que antecedem ao 
parto, as contrações de Braxton-Hicks 
se tornam mais intensas e frequentes, 
se difundindo para áreas cada vez 
maiores 
o O tônus se aproxima de 8 mmHg 
• Parto: 
o Desenvolvimento de contrações 
dolorosas e rítmicas, que condicionam a 
dilatação do colo uterino 
o As pequenas contrações desaparecem 
e só persiste as contrações fortes e 
regulares 
o Na dilatação: 
▪ Intensidade: 30 mmHg – 40 
mmHg 
▪ Frequência: 2 a 3 
contrações/10m – 4c/10m 
▪ Contrações da musculatura 
abdominal com a glote fechada 
e esforções respiratórios 
verdadeiros 
• Chamados de puxos 
• A pressão média de 50 
mmHg, que somada à 
pressão das 
contrações uterinas, 
confere 100 mmHg de 
pressão amniótica 
▪ Em partos normais a pressão 
varia de 100 a 250 mmHg 
• Secundamento: 
o O útero continua a produzir contrações 
rítmicas 
o As 2 ou 3 contrações, após o 
nascimento do concepto, descolam a 
placenta de seu local de inserção e a 
impele pelo canal de parto 
o Contrações indolores que confere alívio 
imediato à parturiente 
▪ Chamado erroneamente de 
período de repouso fisiológico 
• Puerpério: 
o A frequência vai diminuindo até chegar 
a 1c/10m em 12 horas após o parto 
o Quando o bebê suga o seio materno, 
pode haver aumento na atividade 
uterina que desaparece ao final de cada 
mamada 
 
 
Laura Catarine – M4 / Tutoria 
Crescimento na infância e adolescência 
Introdução 
• Definição: 
o Aumento linear contínuo, mas não 
constante, das estruturas resultantes da 
interação de fatores intrísecos 
(genéticos e neuroendócrinos) e 
extrínsecos (nutricionais, geofísicos, 
atividades físicas, vínculo familiar) 
• A adolescência é marcada por mudanças 
corporais devido à puberdade e mudanças 
psicossociais 
• O crescimento é indicador de saúde 
o Permite identificar patologias infantis e 
da adolescência 
• O crescimento estatural apresenta fases 
distintas, com influência de: 
o Ação hormonal predominante 
o Alimentação 
o Ambiente 
o Aspectos psicossociais 
o A fase puberal representa a fase final do 
crescimento estatural 
• O crescimento na fase puberal ocorre 
simultaneamente com o desenvolvimento 
psicossocial, tendo que analisar esses aspectos 
como um só 
o Fase de aparecimento de distúrbios 
alimentares e uso de esteroides 
anabolizantes 
• O crescimento estatural depende do 
crescimento linear dos ossos longos, 
principalmente na cartilagem de crescimento 
o Esse crescimento dos ossos longos é 
controlado por diversos hormônios 
▪ A interação do GH com os 
hormônios adrenais e gonadais 
aumenta, promovendo o 
estirão do crescimento e 
maturação sexual 
o A proliferação da cartilagem do 
crescimento promove o alongamento 
linear dos ossos que é responsável pelo 
aumento estatural 
 
• Avaliação: 
o A avaliação do crescimento é feita por 
meio da comparação com uma curva 
de referência 
o O acompanhamento de peso é feito 
pela utilização do gráfico de índice de 
massa corpórea 
o A avaliação individual de crescimento é 
indicada a utilização do estadiamento de 
Tanner 
• A altura final, ritmo do crescimento, maturação 
óssea, desenvolvimento puberal e dentário 
sofrem significativa ação dos fatores genéticos 
• A nutrição e um dos mais significativos 
determinantes do crescimento 
• Aspectos psicossociais, como maus-tratos, 
podem prejudicar o crescimento 
• Ao nascer: 
o Comprimento: pico no segundo 
trimestre da gravidez 
▪ Menino – cerca de 50 cm 
• Pode variar 2 cm 
▪ Menina – cerca de 49 cm 
• Pode variar 2 cm 
o Peso: pico no terceiro trimestre da 
gravidez 
▪ Média de 3300g 
▪ Menor de 2500g é considerado 
baixo peso 
▪ RN com comprometimento de 
peso representa um agravo no 
último trimestre da gestação 
o A correlação do tamanho ao nascer é 
baixa em relação à estatura final 
• Durante os primeiros anos de vida a curva de 
crescimento muda de acordo com o potencial 
genético da criança 
Fases do crescimento 
• 1ª fase: 
o Fase de crescimento rápido, porém 
com velocidade de crescimento 
progressivamente menor dos 2,5 anos 
até os 3 anos de vida 
 
Laura Catarine – M4 / Tutoria 
• 2ª fase: 
o Fase de crescimento mais estável com 
desaceleração lenta até o início da 
puberdade 
• 3ª fase: 
o Fase puberal 
o Estirão de rápido crescimento 
Velocidade de Crescimento (VC) 
• A VC é o aumento estatural no intervalo de um 
ano 
• É medido em centímetros 
• Não deve ser aferido com intervalo menor que 
6 meses, pois o crescimento sofre influência 
sazonais 
• A VC é o principal critério de normalidade do 
crescimento 
o A baixa estatura com VC normal é 
característica de crianças e 
adolescentes normais cujo potencial 
genético é reduzido 
• A velocidade de crescimento pós-natal é 
particularmente elevada até os dois primeiros 
anos de vida, com declínio gradativo até os 4 
anos de idade 
o A VC das meninas é ligeiramente mais 
elevada que a dos meninos 
• A partir dos 4 anos de vida, a VC é de 5 a 6 
cm/ano, até o início do estirão do crescimento 
• Na avaliação da VC, valores abaixo do percentil 
10 já devem ser considerados de risco 
• Velocidade de crescimento em diferentes 
estágios de vida: 
o Intrauterina: 66 cm/ano 
o Lactente: 20 a 25cm/ano 
o Pré-puberal: 5 a 7cm/ano 
o Puberal: 
▪ Masculino: 10 a 12cm/ano 
▪ Feminino: 8 a 10cm/ano 
• A VC não é uniforme ao longo dos anos e difere 
de acordo com o órgão e tecido 
Idade estatural e Idade-peso 
• A avaliação da idade estatural e da idade-peso 
permite observar o comportamento de 
crescimento do adolescente 
o Oferece indícios de condições passadas 
ou presentes, envolvidas nesse 
comportamento 
• As idades estatural e ponderal são as idades em 
que a estatura e o peso são compatíveis com o 
percentil 50 do gráfico de crescimento 
Proporções corporais 
• Permite avaliar a proporcionalidade do 
crescimento 
• Segmentos: 
o O segmento inferior (SI) é a distância 
que vai da sífise púbica ao chão 
o O segmento superior (SS) é a diferença 
entre estatura e segmento inferior 
o Ao nascimento: 
▪ SS > SI 
o Adolescência: 
▪ SS aproximadamente igual a SI 
• Envergadura: 
o Distância máxima entre os dedos 
médios de cada mão, estando os braços 
abertos 
o A relação de envergadura e estatura 
varia com o crescimento 
▪ Na adolescência, os valores são 
quase iguais 
▪ A alteração dessa relação, de 
forma isolada, não indica 
distúrbio de crescimento 
Alvo genético 
• O cálculo do alvo genético avalia a estatura dos 
pais na determinação da faixa de estatura final 
• Meninos: 
o (estatura paterna) + (estatura materna 
+ 13) 
___________________________ 
 2 
• Meninas: 
o (estatura paterna – 13) + (estatura 
materna) 
___________________________ 
 2 
Maturação óssea 
• A estatura final ocorre quando há fusão 
completa entre epífise e metáfise dos ossos 
Laura Catarine – M4 / Tutoria 
o Não depende da idade cronológica 
• As crianças podem ser agrupadas em 3 grupos 
genéticos quanto ao ritmo de crescimento: 
o Maturadores rápidos 
o Maturadores médios 
o Maturadores lentos 
▪ Possuem estirão puberal tardio, 
chegando a ter alturas baixas 
▪ VC menores que 5 cm/ano 
• Essa é uma velocidade 
de crescimento de 
alerta a partir dos 3,5 
anos 
• A maturação óssea reflete no estirão puberal 
o Maturadores rápidos e médios 
apresentam picos mais altos que 
maturadores lentos 
• O método mais utilizado na avaliação da idade 
óssea são o de Greulich-Pyle e o TW2 
o Estudo do desenvolvimento ósseo da 
mão e do punho esquerdos 
▪ Comparação da radiografia da 
mão e punho do paciente com 
fotos de um atlas em várias 
idades 
▪ Normalidade: variação de dois 
anos entre idade óssea e idade 
cronológica 
o O método TW2 avalia 20 ossos da mão 
e do punho individualmente 
• Hipertireoidismo, obesidade e puberdade 
precoce adiantam a idade óssea, promovendo 
um fechamento completo das epífisesprecocemente 
Crescimento na infância 
• Primeiro ano de vida: 
o 0 – 2 meses: 
▪ Na primeira semana o peso do 
RN pode diminuir 10% como 
resultado da eliminação do 
excesso de fluido extravascular 
e da ingestão nutricional limitada 
▪ A partir da segunda semana de 
vida, o RN tende a crescer 30 
g/dia durante o 1º mês 
 
 
o 2 – 6 meses: 
▪ Entre 3 e 4 meses a taxa de 
crescimento reduz para cerca 
de 20 g/dia 
▪ Nos 4 meses espera-se o 
dobro do peso de nascimento 
o 6 – 12 meses: 
▪ O crescimento desacelera mais 
▪ Peso do nascimento triplica 
▪ O comprimento cresceu em 
50% 
▪ Perímetro cefálico aumenta 
cerca de 10 cm 
▪ Aumento da mielinização e 
crescimento cerebelar 
▪ Erupção dentária 
• 2 anos: 
o 12 – 18 meses: 
▪ Crescimento do cérebro e 
mielinização 
▪ Aumento do perímetro cefálico 
de 2 cm/ano 
▪ SI < SS 
▪ Crescimento em comprimento 
em velocidade contínua 
o 18 – 24 meses: 
▪ Ganho de 12 cm de 
comprimento e 2kg em peso 
▪ Ao final dos 24 meses a criança 
está próximo da metade de sua 
altura final 
▪ 85% da circunferência cefálica 
adulta é atingida aos 2 anos 
• Fase pré-escolar: 
o Equivale dos 2 aos 5 anos de idade 
o 2kg/ano 
o 7 a 8 cm/ano 
o O peso ao nascer quadruplica aos 2,5 
anos de idade 
o 4 anos: 
▪ Média: 20 kg e 106 cm 
o O crescimento dos órgãos sexuais é 
proporcional ao crescimento em 
comprimento 
o Características da criança: 
▪ Genuvalgo – joelhos 
aproximados da linha média 
▪ Dorso se afila e os membros 
inferiores se alargam 
o Excesso de sinapses 
Laura Catarine – M4 / Tutoria 
• Fase escolar: 
o Dos 6 aos 11 anos de idade 
o O crescimento ocorre 
descontinuamente 
▪ 3 a 6 estirões irregulares a cada 
ano, com variações individuais 
o 3 a 3,5 kg/ano 
o 6 a 7 cm/ano 
o Aumento de 2 cm da circunferência 
cefálica 
o Mielinização e pico de massa cinzenta 
aos 12 anos 
▪ Características da criança: 
• Pernas longas em 
comparação ao tronco 
• Crescimento da face 
média e da parte 
inferior do rosto 
• Perda dos dentes 
primários com 6 anos, 
serão substituídos por 
dentes secundários 
o 4 dentes/ano 
• Hipertrofia dos tecidos 
linfoides, dando origem 
às tonsilas e adenoides 
Crescimento na Adolescência 
• Estirão do crescimento: 
o Uma das características da puberdade 
o A VC apresenta uma pequena redução, 
imediatamente antes da rápida 
aceleração do estirão 
o Sofre influência de fatores genéticos e 
nutricionais 
o Meninas: 
▪ Costuma ocorrer 2 anos antes 
dos meninos e em menor 
magnitude 
▪ Pico de 9cm/ano 
o Meninos: 
▪ Pico de 10,3 cm/ano 
o Durante a puberdade, há ganho de 20% 
da estatura final 
• Peso: 
o Ganho de cerca de 50% do peso final 
o Nos meninos o pico de ganho de peso 
costuma coincidir com o pico de VC 
estatural 
o Nas meninas o pico de ganho de peso 
é cerca de 6 meses após o pico de VC 
estatural 
• Composição corpórea: 
o Massa magra: 
▪ Na puberdade, os homens 
adquirem massa magra a uma 
velocidade maior e por mais 
tempo que as mulheres 
▪ Mulheres: 75% do peso 
corpóreo 
▪ Homens: 90% do peso 
corpóreo 
o Tecido adiposo: 
▪ O ganho de tecido adiposo é 
maior em mulheres 
• Importante para a 
instalação e regulação 
do ciclo menstrual 
o Massa óssea: 
▪ Andrógenos e estrógenos 
promovem deposição mineral 
óssea 
• Órgãos e tecidos: 
o A maioria dos órgãos duplicam de 
tamanho na puberdade 
o O tecido linfoide sofre uma involução 
nesse período 
• Particularidades do crescimento na adolescência: 
• Na adolescência o crescimento ocorre de 
forma centrípeta 
o Começa pelas extremidades e 
depois atinge o tronco 
• Nos meninos, a massa muscular cresce 
muito, aumentando a força muscular 
• Relação entre idades óssea (IO), estatural (IE), 
ponderal (IP) e cronológica (IC) em diferentes 
situações: 
o Baixa estatura constitucional: IE = IO 
< IC. 
o Baixa estatura familiar: IO = IC > IE. 
o Hipotireoidismo: IO ≤ IE < IP < IC. 
o Baixa estatura hipofisária: IO ≤ IE < 
IP < IC. 
o Baixa estatura por desnutrição: IP < 
IE < IO < IC 
 
 
Laura Catarine – M4 / Tutoria 
Hormônios 
• Os principais hormônios que controlam o 
crescimento são GH, hormônio tireoidiano e os 
hormônios sexuais 
• O eixo GH – IGF 1 é ativado e a sua interação 
se torna muito importante 
• Puberdade: 
o A puberdade é marcada pelo aumento 
da amplitude dos pulsos de secreção do 
LH e do FSH, detectáveis antes dos 
sinais externos 
▪ A elevação desses hormônios 
promove o aparecimento das 
características sexuais 
secundárias e da composição 
corporal 
o Na puberdade, o aumento da secreção 
de GH é maior nos homens 
▪ Isso explica a diferença no 
crescimento entre homens e 
mulheres 
o Ao final da puberdade, os níveis de GH 
e IGF-1 voltam aos valores pré-puberais 
o Além do aumento de GH e de 
esteroides sexuais, há aumento de 
resistência à insulina 
o A leptina pode ser o sinal molecular de 
ativação do eixo hipotálamo-pituitária-
gônada 
o A testosterona estimula a eritropoese 
▪ Por isso, há aumento de células 
vermelhas no sexo masculino 
• Hormônio do crescimento: 
o O GH não exerce seus efeitos em uma 
célula-alvo específica, mas sim sobre 
quase todos os tecidos do organismo 
o Também chamado de hormônio 
somatotrópico ou somatotropina 
o Provoca o crescimento de quase todos 
os tecidos do corpo 
▪ Promove o aumento no 
tamanho e número das células 
▪ Causa diferenciação específica 
de alguns tipos celulares 
o Os ossos só crescem até a fusão das 
epífises 
o Efeitos metabólicos: 
▪ Aumento da síntese de 
proteína nos tecidos 
• O GH aumenta 
diretamente o 
transporte de AA para 
o espaço intracelular, 
aumentando a síntese 
• Aumenta a síntese 
pelo aumento da 
tradução do RNA 
• Aumento da 
transcrição do DNA no 
núcleo 
▪ Aumento da mobilização dos 
ácidos graxos no sangue e 
aumento da utilização dos 
ácidos graxos como fonte de 
energia 
• Isso diminui o uso de 
proteínas como fonte 
de energia, o que 
aumenta a deposição 
delas nos tecidos 
▪ Redução da utilização da glicose 
pelo organismo 
• Diminui a captção de 
glicose pelos tecidos 
• Aumenta a produção 
de glicose pelo fígado 
• Aumenta a secreção 
de insulina 
• Ocorre a resistência à 
insulina, 
fisiologicamente, em 
vários tecidos, o que 
faz a glicose ser 
mobilizada para o 
tecido nervoso e 
muscular esquelético 
▪ Estimula o crescimento das 
cartilagens e ossos: 
• Aumento de 
deposição de proteínas 
pelas células 
osteogênicas e 
condrocíticas, 
causando crescimento 
ósseo 
• Aumento da 
reprodução das células 
ósseas 
Laura Catarine – M4 / Tutoria 
• Conversão de 
condrócitos em células 
osteogênicas 
o Somatomedinas: 
▪ A principal função do GH é a 
síntese e a secreção de 
pequenos hormônios proteicos 
chamados de somatomedinas 
ou insulino-símiles 
▪ A mais importante 
somatomedina é a 
somatomedina C ou IGF-1 
• Sua concentração no 
plasma acompanha o 
GH 
o Regulação da secreção de GH: 
▪ Sua secreção é estimulada por: 
• Jejum, especialmente 
com deficiência grave 
de proteínas 
• Hipoglicemia ou baixa 
quantidade de ácidos 
graxos no sangue 
• Exercício 
• Excitação 
• Trauma 
• Grelina, hormônio 
secretado pelo 
estômago antes das 
refeições 
▪ Aumenta nas duas primeiras 
horas de sono profundo 
▪ A secreção é controlada por 
dois hormônios: 
• GHRH – hormônio 
liberador do hormônio 
do crescimento 
• Somatostatina – 
hormônio inibidor do 
hormônio do 
crescimento 
▪ 1 – A hipoglicemia estimula o 
hipotálamo a secretar GHRH, 
que flui para a adeno-hipófise 
▪ 2 – Na adeno-hipófise, o GHRH 
estimula os somatotrofos a 
liberar GH 
▪ 3 – O GH estimula a secreção 
das somatomedinas, que 
aceleram a degradação de 
glicogênio hepático em glicose, 
fazendo com que a glicose 
entre no sangue mais rápido 
▪ 4 – A glicemia se eleva ao 
normal 
▪ 5 – A elevação da glicemia 
acima do nível normal inibe a 
liberação de GHRH, o que 
interrompe o eixo 
▪6 – A hiperglicemia estimula a 
liberação da somatostatina 
Principais doenças que afetam o crescimento 
• Variações da normalidade: 
o Baixa estatura familiar 
o Maturador lento familiar 
• Deficiência de crescimento por alterações 
esqueléticas: 
o Anomalias cromossômicas – síndrome 
de Turner e de Down 
o Mutações genéticas, como displasias 
ósseas – acondroplasia e 
hipocondroplasia 
o Síndromes de etiologia desconhecida 
• Deficiências secundárias: 
o Pré-natais: 
▪ Tamanho da mãe 
▪ Nível socioeconômico baixo 
▪ Má nutrição 
▪ Hipertensão, drogadiçãi, 
consumo de álcool, fumo 
▪ Infecções por sífilis e 
toxoplasmose 
o Pós-natais: 
▪ Alterações metabólicas 
▪ Hipotireoidismo 
▪ Deficiência do GH 
▪ Uso prolongado de 
corticosteroides 
▪ Desnutrição 
Laura Catarine – M4 / Tutoria 
Desenvolvimento Cognitivo e Psicossocial 
Introdução 
• O desenvolvimento da criança é definido como 
uma série de mudanças que ocorrem de forma 
sequencial e organizada e permanecem de 
forma duradoura, afetando as estruturas físicas e 
neurológicas 
o Sofre impacto de fatores biológicos, 
psicossociais, sociais e ambientais 
Primeira infância 
• 3 primeiros anos de vida 
• Intenso processo de maturação neurológica 
o Evolução anatômica do SNC, por meio 
da proliferação das podas neurais e 
diferenciação dos neurônios 
o Mielinização neural 
o Grande plasticidade do SNC 
• O tronco encefálico está mais desenvolvido e é 
responsável pelos reflexos 
• As áreas sensoriais e motoras se desenvolvem 
rapidamente 
o O bebê consegue distinguir gostos e 
cheiros, o que permite a distinção do 
leite da sua mãe para o de outras 
mulheres 
o Visão: apesar da miopia, consegue 
distinguir figuras de alto contraste, 
figuras em movimento e em poucos 
dias individualiza o rosto materno 
o Sensação de tato, temperatura e 
posição são imaturas 
• Desenvolvimento emocional: 
o Os bebês possuem dois 
comportamentos: 
▪ Comportamento de 
contentamento: 
• Ocorre quando suas 
necessidades são 
atendidas 
▪ Comportamento de pesar: 
• Ocorre quando as 
necessidades não são 
suprimas 
• Pode ser expresso 
pelo choro 
o Ao final dos dois meses ocorre aumento 
da vigília, mudanças no padrão de sono 
e maior interação com os cuidadores e 
ambiente 
▪ O exame visual acontece de 
forma mais detalhada 
▪ Início do sorriso social 
• A criança começa a perceber o meio e 
relacionar-se com os objetos 
 
Segunda Infância 
• A criança melhora duas habilidades motoras 
amplas e aperfeiçoam tarefas, como desenho e 
uso de talheres 
• Habilidades motoras amplas: 
o 3 anos: 
▪ Sobem escadas sem ajuda, 
alternando os pés 
▪ Sabem saltar de forma irregular 
▪ Não sabe parar repentinamente 
o 4 anos: 
▪ Melhor controle para parar 
▪ Aumenta a distância do salto 
▪ Descem escada alternando os 
pés com apoio 
▪ Podem saltar sobre um dos pés 
o 5 anos: 
▪ Viram e param com eficiência 
▪ Capazes de saltar enquanto 
correm 
▪ Descem escadas alternando os 
pés sem apoio 
Laura Catarine – M4 / Tutoria 
▪ Realizam salto horizontal com 
facilidade 
• Habilidades motoras finas: 
o Permite maior autonomia nas atividades 
e cuidados pessoais, como vestir-se 
o Passa da fase do desenho abstrato para 
desenho figurativo 
 
• Rápido crescimento da linguagem 
o Aumento do vocabulário 
o Transforma a linguagem infantil em 
linguagem similar à de adulto 
• Início do desenvolvimento de gênero 
o A criança assume sua identidade sexual de 
acordo com os modelos parenterais 
• A criança deixa de brincar isoladamente e passa a 
brincar em grupo, com menor supervisão de adultos 
o Começa a fazer amigos 
o Brincar social 
• É a fase do faz de conta, do jogo de fantasia, mundo 
imaginativo 
Terceira Infância 
• Consolidação das habilidades adquiridas 
• A criança começa a distanciar-se de casa e dos 
pais e participa de forma mais intensa na 
sociedade 
• Desenvolve o relacionamento social por meio do 
entendimento moral e da consolidação da 
identidade pessoal 
• Desenvolvimento motor: 
o Iniciam a prática de um esporte de 
forma organizada 
o Meninos se destacam em atividades de 
força e poder 
o Meninas são melhores na motricidade 
fina, como escrever e desenhar, 
equilíbrio e sincronia 
• Cognição: 
o Nessa fase há um aumento significativo 
de sinapses, criando maiores conexões 
entre os neurônios 
o Mudanças no pensamento e 
comportamento da criança 
o Principal característica do pensamento 
da criança é a capacidade de ter em 
mente dois ou mais aspectos de um 
problema enquanto pensam nele 
▪ Bidirecionalidade 
▪ Acredita-se que esse 
fenômeno ocorre devido ao 
aumento da memória 
o Desenvolvimento da linguagem escrita e 
matemática 
• Período de segregação entre sexos 
• As brincadeiras deixam de ser fantasiosas e 
passam a brincadeiras que requerem a 
obediência a regras e instruções 
• A criança está preocupada com a opinião dos 
seus amigos 
o Período de sucesso e fracasso social 
• Autoestima por meio do elo entre cognição, 
desenvolvimento social e emocional 
o A criança sabe reconhecer sua própria 
competência 
Adolescência 
• Inicia-se em torno dos 10 anos de idade e 
estende-se até os 20 anos 
o O ECA caracteriza essa fase de 13 a 18 
anos 
• Mudanças visíveis relativas ao crescimento e ao 
desenvolvimento 
• O adolescente busca de forma intensa e 
barulhenta o seu papel social no meio em que 
vive 
• Crescimento físico intenso 
o Aparecimento dos caracteres sexuais 
secundários que caracterizam a 
puberdade 
• Início da capacidade reprodutiva 
o A puberdade feminina ocorre um pouco 
mais cedo do que a dos meninos, 
embora tenha maior duração 
• O desenvolvimento emocional é mediado pela 
maturação cognitiva 
• Possui 3 fases: 
Laura Catarine – M4 / Tutoria 
o 1 – Etapa inicial: 
▪ 10 a 14 anos 
▪ O interesse pela família diminui 
consideravelmente 
▪ Identificação com o grupo social 
e amigos, em geral do mesmo 
sexo 
▪ Adaptação às modificações 
corporais, com modificação nos 
hábitos 
▪ Tornam-se mais reservados 
• Privacidade é uma 
característica dessa 
fase 
o 2 – Etapa intermediária: 
▪ Até os 17 anos 
▪ Identificação máxima com o 
grupo social e os amigos 
incluem ambos os sexos 
▪ Início das experiências sexuais 
o 3 – Adolescência tardia: 
▪ Surgimento de valores e 
comportamentos de adulto 
▪ Reaproximação da família 
▪ Os relacionamentos tornam-se 
mais afetivos 
▪ Busca pela estabilidade social e 
financeira 
Laura Catarine – M4 / Habilidade Clínicas 
• Desenvolvimento: relacionado com os aspectos 
que caracterizam a evolução humana desde a 
sua concepção 
o Abrange o crescimento, a maturação, 
aprendizagem e aspectos psíquicos 
sociais 
• Desenvolvimento neuropsicomotor é a evolução 
dinâmica do ser humano 
• O primeiro ano de vida é caracterizado por uma 
maior vulnerabilidade e plasticidade 
o Uma maior plasticidade refere-se a 
intervenções precoces que darão 
maiores resultados 
• O desenvolvimento é contínuo, por isso requer 
um acompanhamento também contínuo para 
detecção de desvios e atrasos 
o Esse acompanhamento visa promover 
uma infância saudável 
• O desenvolvimento possui influência da carga 
genética e dos fatores ambientais 
• Teoria psicanalítica 
o Origem: Sigmund Freud 
o Segundo essa teoria o desenvolvimento 
nos primeiros 6 anos ocorre em 3 fases, 
que eram influenciadas pelo interesse e 
prazer a uma determinada parte do 
corpo 
▪ 0-1 ano: fase oral 
• Boca, língua e gengivas 
▪ 1-3 anos: fase anal 
• Retenção e excreção 
fecal 
▪ 3-6 anos: fase fálica 
• Genitais 
o Segundo Freud, a maneira como a 
criança se comporta nessas fases 
influencia o desenvolvimento de sua 
personalidade determinando padrões 
pessoais de comportamento por toda a 
vida 
 
• Teoria da aprendizagem ou behavorista: 
o Origem: John B. Watson 
o Explora a relação entre a ação e a 
resposta, que é a reação 
comportamental 
o Enfatiza que a vida éum processo 
contínuo de aprendizagem, em que 
novos eventos trazem consigo novos 
comportamentos e as respostas antigas 
tendem a desaparecer 
• Teoria cognitiva: 
o Origem: Jean Piaget 
o Focaliza a estrutura e o 
desenvolvimento dos processos de 
pensamento do indivíduo e como esses 
processos afetam a compreensão de 
mundo pela pessoa 
o Dois períodos de desenvolvimento 
cognitivo: 
▪ 0-2 anos: sensório-motor 
• É quando as crianças 
usam seus sentidos e 
habilidades motoras 
para compreender o 
mundo 
• Não há pensamento 
conceitual ou reflexivo 
▪ 2-6 anos: 
• A criança faz uso de 
um pensamento 
simbólico e linguagem 
para compreender o 
mundo 
• Compreende o mundo 
por uma única 
perspectiva, a sua 
própria 
• Teoria dos sistemas epigenéticos: 
o Enfatiza a interação entre os genes e o 
ambiente de forma dinâmica 
o Quando há vivência traumática na 
infância, esse estresse precoce provoca 
várias alterações no desenvolvimento 
neurobiológico, que que se traduzem na 
diminuição do hipocampo, da amídala e 
Laura Catarine – M4 / Habilidade Clínicas 
do corpo caloso, com diminuição da 
integração dos hemisférios cerebrais 
• Ausência de pré-natal ou incompleto 
• Gestação não desejada, violência doméstica, 
depressão materna 
• Intercorrências durante a gestação 
o Uso de álcool e drogas, infecções, 
depressão materna 
• Intercorrências durante o parto e neonatais 
• Baixo peso ao nascer: abaixo de 2500g 
• Prematuridade 
• Icterícia grave 
• Doenças graves, como meningite, TCE ou 
convulsões 
• Consanguinidade dos pais 
• Deficiência ou doença mental na família 
• Alterações físicas: 
o Perímetro cefálico fora da normalidade 
o Alterações fenotípicas, como: fenda 
palpebral oblíqua, olhos afastados, 
implantação baixa das orelhas, lábio 
leporino, fenda palatina, pescoço curto 
ou alado, prega palmar única, polidactilia 
• Desenvolvimento motor: 
o O RN possui tem um tônus flexor nos 
membros 
▪ Isso ocorre porque o RN ainda 
está em formação do seu SNC 
– processo de mielinização 
▪ Postura de decorticação – 
flexão dos membros 
▪ Progressivamente, o RN 
substitui seu tônus flexor por 
extensor 
• Isso ocorre na direção 
crânio-caudal 
o Possui hipotonia de musculatura 
paravertebral 
• O amadurecimento além de ocorrer na direção 
crânio-caudal, ocorre na direção próximo distal 
o Primeiro adquire aquisições mais simples 
e depois aquisições mais complexas 
o A primeira musculatura a ser controlada 
é a ocular, depois da cabeça e troco 
• Desenvolvimento motor fino: 
o Ocorre no sentido proximodistal 
o Ao nascer a criança está com as mãos 
fechadas, dedos fletidos 
o Aos 3 meses, a maior parte do tempo 
a criança mantém as mãos abertas, 
conseguindo agarrar objetos 
o Entre o 5º e 6º mês iniciam o 
movimento da pinça 
• Função sensorial: 
o Visão: 
▪ O RN é capaz apenas de 
focalizar objetos a poucos 
centímetros de distância e tem 
preferência por rostos 
humanos 
▪ Atentar-se ao tamanho das 
pupilas, reflexo vermelho e 
reflexo motor bilateral 
 
o Audição: 
▪ O bebê já escuta desde o 5º 
mês de gestação 
• Sociabilidade: 
o Olhar e sorriso são formas de 
comunicação desde o nascimento 
o A partir de 6 meses, pode haver medo 
e recusa do estranho 
• Linguagem: 
o Expressa pela mímica facial no RN, 
principalmente o choro 
▪ O choro é excessivo se dura 
mais de 3 horas por dia, mais de 
3 dias por semana e mais de 
uma semana 
o 2-3 meses começa emissão de arrulhos 
o 6 meses: sons bilabiais e balbucio 
o 9-10 meses: balbucio semelhante à 
linguagem do meio 
o A partir de 6 meses começa a 
linguagem gestual, como bater palmas e 
acenar 
o 12 meses: primeiras palavras 
o 18 meses: frases simples 
o 2-5 anos: desenvolvimento da 
linguagem de maneira exponencial 
o Atrasos na linguagem pode indicar 
deficiência intelectual, transtorno do 
espectro autista ou maus tratos 
Laura Catarine – M4 / Habilidade Clínicas 
• Possui movimentos reflexos que garante sua 
sobrevivência 
• Possui reflexos primitivos: 
o São respostas automáticas e 
estereotipadas à um estímulo externo 
o Tendem a desaparecer conforme a 
mielinização das estruturas nervosas 
o Reflexo da marcha: 
▪ Presente de 0 a 2 meses de 
vida 
▪ Suspensão da criança e apoiar 
ela a uma superfície plana 
▪ Ao apoiar a criança, verifica-se 
o reflexo de apoio 
▪ Aumento do tônus extensor de 
membros inferiores e extensão 
de joelhos e quadril 
▪ Ao inclinar o RN, normalmente, 
ele deve ter um reflexa como 
se fosse andar 
o Reflexo de colocação das pernas ou 
Placing: 
▪ 0-2 meses de vida 
▪ Suspender a criança e tocar o 
dorso do seu pé na borda de 
algum objeto 
▪ Espera-se que a criança faça 
flexão dos membros inferiores 
como se estivesse subindo 
degraus 
o Reflexo tônico cervical assimétrico ou do 
esgrimista: 
▪ 0-4 meses de vida 
▪ Criança em decúbito dorsal, 
deve virar a cabeça dela em 90 
graus (para um dos lados) 
▪ Espera-se que o membro 
superior do lado que virou a 
cabeça faça uma extensão e o 
membro superior do lado 
oposto faça uma flexão e 
rotação 
o Reflexo da sucção: 
▪ 0-5 meses de vida 
▪ Testado com a introdução dos 
dedos entre os lábios 
▪ Espera-se que o RN comece a 
fazer sucção do dedo 
• Ausência significa 
disfunção neurológica 
grave 
o Reflexo da busca: 
▪ 0-2 meses de vida 
▪ Estímulo leve das bochechas ou 
comissuras labiais do RN 
▪ Espera-se que o bebê faça a 
busca para mamar para o lado 
que foi estimulado 
o Reflexo de Moro: 
▪ 0-6 meses de vida 
▪ Colocar o bebê sentado e levar 
ele a uma queda súbita da 
cabeça ou leve tapa no 
abdome ou susto no bebê 
▪ Possui duas fases: 
• Primeira fase: abdução 
dos membros 
superiores com 
extensão dos dedos, 
seguida de choro 
• Segunda fase: adução 
dos membros 
superiores 
o Reflexo de preensão palmar e plantar: 
▪ 0-4 meses de vida na preensão 
palmar e até 11 meses de vida na 
preensão plantar 
▪ Pressionar o polegar na palma 
da mão ou na planta do pé do 
bebê 
▪ Espera-se que ele faça a 
preensão palmar/plantar 
o Reflexo cutâneo plantar: 
▪ 0-13 meses de vida 
▪ Estímulo da lateral do pé da 
criança 
▪ Espera-se que haja a flexão do 
hálux 
• São orientações para pais e médicos para 
detecção de desvios e atrasos no 
desenvolvimento para intervenção precoce 
• Os marcos podem sofrer discretas variações de 
acordo com o estímulo da criança 
Laura Catarine – M4 / Habilidade Clínicas 
o Crianças mais estimuladas adquire os 
marcos mais precocemente e vice-
versa 
• 2 - 3 meses de vida: 
o A criança segue com o olhar o objeto 
por 180° 
o Ri com contato social 
o Presta atenção a vozes 
o Se estiver em decúbito ventral, 
consegue levantar a cabeça 
o Faz barulhos 
o Adquire noção de profundidade 
o Padrão alternado de sono e vigília 
desorganizado, pois a criança está 
tentando adquirir controle sobre seu 
estado de consciência 
▪ O SNC está tentando assimilar 
e utilizar estímulos recebidos 
durante o dia 
o Período de sono profundo possui 
estímulos externos 
▪ Há respiração profunda e 
rítmica, imobilidade, olhos 
fechados e membros 
flexionados 
o Período de sono leve: 
▪ Rápido movimento dos olhos, a 
criança se sobressalta e se 
contorce, respiração irregular, 
superficial e sofre influência do 
meio 
o Estado de vigília: 
▪ Olhos abertos, movimentos 
suaves e contidos, voltando-se 
para pessoas ou sons 
conhecidos 
o Estado de desorganização: 
▪ Movimentos ativos, choro alto e 
incontrolável, retração com 
estímulos externos 
▪ Nesse momento o SN está se 
reorganizando 
o Nessa idade a criança só deve ser 
acordada para mamar se o ganho de 
peso for insuficiente 
• 4 – 6 meses: 
o Criança sorri espontaneamente e alto 
o Balbucia mais estruturado do que antes 
o Se estiver em decúbito ventral, equilibra 
bem a cabeça 
o Consegue rolar 
o Consegue pegar objeto e levar em 
direção à boca 
o Senta-se com apoio 
o Os padrões de sono e vigília estãomais 
previsíveis e individualizados 
o Produção excessiva de saliva 
• 6 – 9 meses: 
o Criança sentada com ou sem apoio 
o Continua levando objetos à boca 
o Faz a preensão palmar de objeto 
o Repete som mais estruturados 
o Procura objetos fora do alcance 
o Arrasta-se ou engatinha 
o Apresenta reações a pessoas estranhas 
o Ansiedade da separação 
o Neuromotor: sentar-se, explorar usando 
o polegar e o indicador em forma de 
pinça 
o Busca da mãe, alterando o padrão de 
sono noturno para várias interrupções 
• 9 – 12 meses: 
o Consegue transferir um objeto de uma 
mão para outra 
o Consegue bater palmas 
o Fala mais estruturada 
o Consegue ficar sentada sem apoio 
o Consegue se colocar em pé 
o Consegue apontar para as coisas que 
ela quer 
o A criança já possui brinquedos 
preferidos 
o Medo de estranhos em grau máximo 
o Ao iniciar uma ação já existe um 
objetivo prévio e a criança seleciona 
meios para alcançá-lo 
o Processo de autoconsciência: a criança 
começa a se perceber como um 
indivíduo distinto, separado de outras 
pessoas 
o Senta-se com apoio 
o A troca de roupas e fraldas se torna 
mais difícil 
• 1 ano: 
o Caminha apoiada ou sem apoio 
o Consegue dar um objeto a outra pessoa 
mediante solicitação 
o Pode brincar com bola 
o Relativa independência – esta 
independência é mais próxima aos pais 
Laura Catarine – M4 / Habilidade Clínicas 
o Chora com a saída dos pais 
o Acuidade visual de um adulto 
• 1 ano e 6 meses – 18 meses: 
o Criança consegue comer sozinha com 
colher 
o Consegue colocar o sapato 
o Sobe escadas 
o Corre 
o Consegue construir torre com cubos 
o Em geral, fala mais de 10 palavras 
o Consegue identificar partes do próprio 
corpo 
• 2 anos: 
o Corre 
o Sobe nos móveis 
o Salta e pula 
o Consegue rabiscar 
o Consegue juntar mais de 3 palavras 
▪ Exemplo: eu quero água 
o Consegue ouvir histórias 
o Ajuda a se despir 
o Repete as ações dos outros 
• 4 – 6 anos: 
o 3 – 4 anos: veste-se com auxílio 
o 4 – 5 anos: conta ou inventa histórias 
o Comportamento egocêntrico 
o A partir dos 6 anos passa a usar a lógica 
▪ A memória e habilidade 
linguística aumentam 
▪ Amigos assumem importância 
fundamental 
▪ Inicia-se o aprendizado sobre 
tempo, distância e conceitos 
concretos 
o Intensidade do emprego de vocábulos 
“como” e “porque” 
• 7 anos: 
o Desenvolvimento de julgamento global 
de valor, sobre o certo e errado 
o A influência dos pais diminui 
• A partir dos 10 anos: 
o Mudanças relacionadas com a 
puberdade 
o Estirão do crescimento 
▪ Meninas – 11 anos 
▪ Meninos – 13 anos 
• Consultas: 
o 1º ano de vida: 7 consultas 
o 2º ano de vida: 2 consultas 
o A partir de 2 anos: consultas anuais, 
próximo ao aniversário 
• Se a criança estiver com os marcos dentro da 
idade prevista então está com o 
desenvolvimento adequado 
o Se a criança houver 1 ou mais fator de 
risco: desenvolvimento adequado com 
fator de risco 
• No caso de ausência de 1 ou mais marco: alerta 
para desenvolvimento 
o Orientar ao cuidador sobre estimulação 
da criança 
o Marcar retorno para 30 dias 
• No caso de perímetro cefálico anormal ou 3+ 
alterações fenotípicas ou ausência de 2+ 
marcos: provável atraso de desenvolvimento 
o Avaliação neuropsicomotora da criança 
Laura Catarine – M4/Tutoria 
• Eliminação súbita de fezes, de conteúdo líquido 
acima do habitual, associado, em geral, a um 
aumento do número de evacuações 
• Na maioria dos casos possui etiologia infecciosa 
o Por isso, também e chamada de 
infecção intestinal, diarreia aguda 
infecciosa ou gastroenterite 
• Duração igual ou inferior a 14 dias 
• Caracteriza-se pela má absorção intestinal de 
água e eletrólitos 
• Uma das causas mais importantes de morbidade 
infantil no mundo 
• Desencadeia ou agrava quadro de desnutrição 
• Elevada ocorrência em populações mais pobre 
devido a falta de saneamento básico e higiene 
• Transmissão: 
o Via fecal-oral 
• O aleitamento materno é um importante 
mecanismo de defesa contra a diarreia 
• A diarreia aguda resulta de um desequilíbrio 
entre os processos de absorção e secreção de 
água e eletrólitos no intestino 
o Causas: aumento da secreção, queda na 
absorção ou ambos 
o Resulta no fluxo de água e eletrólitos do 
meio interno em direção à luz intestinal 
• Principais íons envolvidos: sódio, potássio, cloro, 
hidrogênio 
o A água segue o fluxo desses eletrólitos 
• O principal íon que promove o transporte de 
água é o Na+ 
o A absorção do íon de sódio é feita por 
uma enzima que o transporta do interior 
do enterócito para a serosa, 
favorecendo que a água faça esse 
trajeto no sentido lúmen para tecidos 
o O sódio pode ser absorvido por 3 
mecanismos: 
▪ Acoplado a uma molécula de 
glicose, galactose ou 
aminoácidos 
• Nesse caso, o Na+ se 
mantem inalterado 
durante os episódios de 
diarreia aguda, o que 
constitui um 
fundamento para o 
emprego da terapia de 
reidratação oral 
▪ Através de canais de íons 
▪ Acoplado ao cloro 
o A absorção de sódio ocorre 
principalmente no intestino delgado 
• Quando os mecanismos de defesa do trato 
digestório da criança (acidez gástrica, 
peristaltismo, muco, flora e sistema imune) não 
conseguem impedir a ação patogênica do 
micro-organismo, há a inversão do fluxo normal 
de líquidos e consequente diarreia 
• Ocorre quando o conteúdo da luz intestinal 
exerce uma força osmótica em relação ao meio 
interno 
• Os agentes infecciosos que alcançam as porções 
mais apicais das vilosidades provocam alterações 
na mucosa intestinal, com lesão do epitélio, 
ocasionando a redução da atividade das enzimas 
de absorção de nutrientes 
o Dentre as enzimas que possuem 
prejuízo na função destacam-se as 
dissacaridases, como a lactase 
• Com a não absorção, o carboidrato acumula-se 
no lúmen, favorecendo o afluxo de água e 
eletrólitos e, no intestino grosso, sofre 
metabolização bacteriana resultando em 
partículas menores e na produção de ácidos 
orgânicos e gases 
Laura Catarine – M4/Tutoria 
o Esses ácidos e gases elevam mais a 
osmolalidade do conteúdo luminal 
o Os gases provocam distensão 
abdominal, aumento do peristaltismo e 
dos ruídos hidroaéreos 
o Quando o carboidrato não sofre ação 
bacteriana, ele é identificado como uma 
substância redutora de fezes 
• Sinais e sintomas: 
o Diarreia com fezes de conteúdo ácido e 
hiperosmótico 
o Eliminadas com gases 
o Substâncias redutoras presentes 
o Distensão e cólicas abdominais 
o Hiperemia da região perineal 
• A intensidade dos fenômenos varia de acordo 
com a quantidade do carboidrato e cessa quando 
este é retirado da dieta 
• Ocorre quando há aumento da secreção ânions, 
principalmente do cloro e bicarbonato, pelas 
células do intestino delgado 
o Esse aumento pode ser desencadeado 
por agentes que atuam como 
secretagogos 
o Exemplo clássico: diarreia produzida por 
enterotoxinas bacterianas 
• Algumas bactérias produzem enterotoxinas que 
promovem o aumento intracelular de 
mediadores de secreção intestinal, como o AMP 
cíclico e o GMP cíclico 
• O aumento dos mediadores da secreção, ativa 
as proteinocinases, que desestabilizam as 
proteínas da membrana celular e promove a 
abertura dos canais de íons 
o Com a abertura dos canais, há a 
passagem de cloro e sódio para o 
lúmen, seguidos pela água 
• A perda eletrolítica é intensa e pode causar 
desidratação grave 
• Outros mecanismos também dão origem à 
diarreia secretora, como alteração no 
citoesquelo do enterócito 
• A diarreia aguda pode ser causada pela ação de 
patógenos virais, bacterianos ou protozoários 
o Os patógenos bacterianos são 
geralmente Gram-negativos 
• Bactérias: 
o Escherichia coli 
▪ Bactérias gram-negativas 
componentes da flora 
endógena do intestino humano, 
mas que possui linhagens 
patógenas 
o Shigella sp 
▪ Bactéria gram-negativa com 
capacidade invasora e de 
produzir citotoxina e 
neurotoxina 
o Salmonella sp 
▪ Bacilos gram-negativos,