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DESCRIÇÃO O que é uma licitação; princípios constitucionais da administração pública aplicados à licitação; tipos de licitações classificadas em função das faixas de valores; modalidades de dispensa de licitação em função do objeto e da pessoa, e especificidades das licitações tratadas pela Lei 13303/16. PROPÓSITO Compreender as diferenças entre os bens públicos e os bens particulares, principalmente no que tange às características particulares das Leis 8666/93 e 13303/16. PREPARAÇÃO Para acompanhar o tema, é necessário estar com uma cópia da Constituição Federal de 1988, Lei 8666/93, LC 101/02, das Leis 10520/02 e 13303/16 para consulta. OBJETIVOS MÓDULO 1 Descrever as compras no setor públicos e suas especificidades MÓDULO 2 Identificar os principais aspectos das compras públicas na Lei 8666/93 MÓDULO 3 Descrever as modalidades de inexigibilidade e dispensa de licitações MÓDULO 4 Descrever as especificidades da Lei 13303/16 e as fases pós-licitação e o contrato público INTRODUÇÃO No estudo da gestão das compras públicas, temos diversos aspectos que as diferenciam das compras de uma empresa privada ou de um cidadão. Como, no serviço público, toda compra deve, a princípio, ser precedida de licitação — ou seja, a não existência de um processo de negociação tradicional, mas uma concorrência em que vence o melhor preço, como em um leilão —, as cadeias de suprimentos desses órgãos ficam sempre condicionadas a esse regramento. Diversos aspectos desse regramento serão abordados nos módulos a seguir. Dessa forma, é muito importante entender que isso provoca uma restrição muito grande a processos amplamente difundidos na indústria, como o Just-in-Time ou outros processos mais flexíveis de produção ou desenvolvimento de produtos. Apesar da busca pela eficiência como meta constitucional, conforme apresentado no artigo 37 da CF88, ela deve estar subordinada ao estrito processo legal e burocrático prescrito pela lei, buscando evitar desvios e fraudes nos processos e tornando-os rastreáveis em caso de suspeitas de desvios ou malversação dos recursos públicos. MÓDULO 1 Descrever as compras no setor públicos e suas especificidades LEGISLAÇÃO As compras efetuadas por entes públicos, autarquias, fundações públicas, empresas públicas e de capital misto devem seguir regras específicas, como dita o inciso XXI do artigo 37 da Constituição Federal de 1988. Nesse inciso, é informado que, exceto em casos especiais, todas as compras, obras, serviços e alienações serão feitos por processo de licitação. Esse processo é ditado pela Lei 8666/93 para todos os entes públicos, excetuando as empresas não dependentes, tanto as públicas como as de capital misto e suas subsidiárias, conforme dita a Lei 13303/16, utilizando a definição da LC 101 — Lei de Responsabilidade Fiscal, quando define qual empresa é dependente. CF – Art. 37 – XXI. LC 101/00 – Art. 2º – III ATENÇÃO (OBS.: Sempre que aparecer a referência de algum artigo das Leis 8666/93 e 13303/16, ele deve ser lido antes de prosseguir na leitura da matéria) É com base nessa definição de empresa dependente que a Lei 13303/16 irá construir a sua flexibilização de alguns parâmetros da licitação e da contratação de compras, alienações, obras e serviços das empresas públicas e mistas. A LC 101/00 define quais são as empresas dependentes e dita que são aquelas que utilizam recursos do tesouro para o seu funcionamento, ou seja, que não têm receitas próprias suficientes para se manterem independentes de recursos públicos. Nessa configuração, todos os entes federados, autarquias e fundações públicas são, a priori, excluídos. No entanto, as empresas públicas e de capital misto podem ou não estar excluídas, dependendo de serem ou não dependentes. As ONG’s e OCIP’s, por utilizarem e gerirem recursos públicos, também precisam seguir algumas regras descritas na legislação de licitações da Lei 8666/93. LEI 13303/16 – ART. 1º Nesse ponto, é importante destacar que a Lei 13303/16 abrange todas as empresas públicas e de capital misto que explorem comercialmente atividade empresarial, não importa o ente federado ao qual estejam associadas, valendo, inclusive, para empresas federais ou mistas instituídas por autarquias. EXEMPLO Um exemplo desse tipo de empresa é a Dataprev — empresa pública de tecnologia instituída pela sociedade da União com a sua autarquia INSS. Como essa empresa tem receitas próprias, pela sua prestação de serviços, que inclui órgãos tanto da União quanto de estados, municípios e do poder judiciário, ela é considerada uma empresa não dependente, podendo utilizar a Lei 13303/16 em suas contratações. Vamos entender alguns parágrafos da Lei 1303/16 – Art. 1º: LEI 1303/16 – ART. 1º – § 1º As empresas com faturamento inferior a 90 milhões podem deixar de seguir algumas regras constantes nessa lei, mesmo sendo consideradas independentes. Uma das exigências trazidas para as empresas não dependentes, no artigo 6º, e que elas estão dispensadas de seguir, é a obrigatoriedade de serem constituídas regras específicas de governança. Outras questões também são dispensadas, mas nenhuma delas se refere às compras públicas, ficando tais empresas obrigadas a seguirem as regras. LEI 1303/16 – ART. 1º – § 2º Ao contrário do disposto no parágrafo anterior, aqui são ditadas as regras gerais para as empresas, incluindo as dependentes, conforme definição da LC 101/00. Essas regras estão nos Capítulos I e II do Título II, e tratam das licitações e de suas dispensas, assunto que trataremos, especificamente, no módulo 3. LEI 1303/16 – ART. 1º – § 3º E § 4º Com essa permissão expressa dada à União, ela passa a poder ditar regras específicas para as empresas públicas e de economia mista, principalmente em relação às questões que não são tratadas nessa lei, bem como aos limites de valores de dispensa de licitação e de enquadramento dos tipos de licitação possíveis. O poder público tem um prazo para a instituição dessas condições especiais, conforme dita o § 4º. LEI 1303/16 – ART. 1º – § 5º, § 6º, § 7º – I, II, III, IV, V, VI, VII, VIII, IX, X Os demais incisos e parágrafos desse artigo tratam das demais situações em que empresas relacionadas com as empresas públicas e as sociedades de economia mista são obrigadas a submeterem suas ações e documentações às exigências constantes na Lei 13303/16. Eles indicam que empresas coligadas — ou seja, que o poder público tem participação acionária, mas não detêm o controle da empresa — devem seguir regras ditadas por essa lei. O QUE É UMA LICITAÇÃO E OS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA APLICADOS À LICITAÇÃO PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA LICITAÇÃO Licitação é um processo de compras em que regras rígidas são ditadas e devem ser seguidas estritamente, sob pena de punição para o agente que não as segue. De acordo com alguns estudiosos da área pública, só é permitido ao agente público fazer aquilo que a lei autoriza, enquanto que, ao particular, tudo é permitido, exceto o que a lei proíbe. Essa é a base para a obrigatoriedade de seguir o processo de licitação, uma vez que, como já demonstrado, o art. 37 da CF obriga a adoção desse procedimento. A licitação é como um leilão, pois o objetivo é contratar aquele que oferece o menor preço, podendo ser requeridos outros dois parâmetros — qualificação técnica e econômica. Esse processo foi estabelecido como uma forma de isonomia entre os concorrentes e está embasado no caput do art. 37, que coloca como diretrizes da administração pública a legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (LIMPE). Essas diretrizes ou princípios norteiam toda a administração pública e têm amplo impacto nas licitações. Todo o processo de licitação está ancorado nos princípios da administração, pois deve seguir todo um processo legal, determinado por lei específica e que procura abarcar todas as possibilidades existentes. São princípios da administração: IMPESSOALIDADE MORALIDADE PUBLICIDADEIMPESSOALIDADE A impessoalidade é tratada de forma objetiva, buscando promover um certame público, buscando identificar possíveis pontos de interferência dos agentes públicos e neutralizando-os, de forma a tornar todo o processo apenas burocrático, na melhor concepção da palavra. MORALIDADE A moralidade é buscada de forma diuturna em todo o processo de licitação, apesar de vermos tantos casos de fraudes e desvios, como os casos das empreiteiras em licitações feitas pela Petrobrás durante os governos federais do PT. Esse princípio está diretamente ligado com a ética na gestão pública e recai de forma acintosa nos processos de licitações, impactando diretamente os demais princípios da administração pública. PUBLICIDADE A publicidade indica que qualquer licitação seja tornada pública, não importando o tipo de licitação proposta. Existem casos em que esse princípio deixa de ser cumprido, principalmente quando envolve segurança nacional com informações confidenciais. Esse tipo de processo deve ser muito bem fundamentado, e sua necessidade deve ser comprovada, pois a divulgação é um instrumento muito importante de controle da administração pública. É por meio dele que se pode verificar o trabalho dos agentes públicos, principalmente com o advento da Lei de Acesso a Informação Lei 12.527/11, que garantiu o acesso livre a todo cidadão das informações disponíveis e não disponibilizadas automaticamente nos sites e demais meios pela administração pública. IMPESSOALIDADE A impessoalidade garante que o agente público não favorecerá seus amigos ou conhecidos, sendo a influência ilegal e punida de diversas formas, conforme consta na Lei 8666/93, 13303/16 e no Código Penal. Esse tipo de comportamento por parte do agente público responsável pelo certame ou de funcionário público não envolvido diretamente — terceiro —, enseja a dispensa do servidor por justa causa, após Processo javascript:void(0); Administrativo Disciplinar (PAD), seguido à investigação prévia ou à denúncia que indique irregularidade cometida pelo servidor.. Por fim, em relação aos princípios listados na CF, temos a eficiência como um dos princípios da administração pública. COMENTÁRIO Esse princípio foi incorporado à CF posteriormente, durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, no bojo da reforma gerencialista trazida por Bresser-Pereira, na década de 1990, com a Emenda Constitucional nº 19/98. Esse princípio veio para acomodar a ideia de que o serviço público deveria buscar a eficiência e garantir que o estado gerasse economia em suas contas, como um dos pilares da macroeconomia. Ele foi introduzido junto com a figura do Contrato de Gestão, que garantiu maior liberdade aos gestores públicos, desde que algumas metas fossem cumpridas. CF art. 37 – § 8º e Incisos I, II, III EFICIÊNCIA Virtude ou característica de (alguém ou algo) ser competente, produtivo, de conseguir o melhor rendimento com o mínimo de erros e/ou dispêndios. A eficiência é um conceito que se baseia no melhor resultado entre custo e benefício, buscando o menor custo com o melhor benefício.. CONTRATO DE GESTÃO Contrato firmado entre o ente público e órgão, autarquia ou Fundação Pública no intuito de garantir maior autonomia aos gestores em troca do atingimento de metas javascript:void(0) javascript:void(0) preestabelecidas e postas em contrato, tendo prazo de duração como uma das cláusulas obrigatórias.. RESTRIÇÕES PARA O DESCUMPRIMENTO DAS NORMAS DA LICITAÇÃO E DOS CONTRATOS NA LEI 8666/93 Quando existe algum tipo de irregularidade na licitação ou no contrato administrativo, o concorrente ou contratado pode ser punido, conforme lista a Lei 8666/93. Essas punições independem de ação judicial e estão ancoradas no Poder de Polícia pertencente ao Estado. Esse poder garante que o Estado tem o direito de exercer a fiscalização e de aplicar punições ao cidadão ou à organização que deixar de cumprir a regra estabelecida. Toda punição aplicada pelo Estado pode ser discutida no poder judiciário. Dentro dos atos administrativos, existem etapas que não podem ser objeto de discussão na justiça, no entanto, qualquer punição imposta pelo Estado possui a prerrogativa de ser modificada pelo poder judiciário. Essa possibilidade garante ao cidadão e à organização o direito de ampla defesa, expresso na CF88. Mesmo durante a fiscalização e a aplicação da punição, já na esfera administrativa, o contratado tem o direito à ampla defesa e ao contraditório. Todo processo de punição imposto pelo Estado deve conter período de defesa e direito a recorrer da punição ainda na esfera administrativa. As punições impostas pela Lei 8666/93 seguem esse princípio e estão expostas nos artigos 81 A 88 81 A 99 100 A 108 109 81 A 88 Nesses artigos, são classificados os tipos de infrações que podem ser cometidas e as punições para cada uma delas. 81 A 99 Tratam dos crimes e das penas impostas tanto aos funcionários públicos envolvidos nos crimes como aos participantes de licitações ou contratos. 100 A 108 Tratam do processo e do procedimento judicial envolvido nesses crimes, momento no qual o processo disciplinar administrativo é enviado ao poder judiciário, que irá proceder com o processo legal para penalização dos envolvidos em crimes contra o patrimônio público. 109 O artigo 109 e seus incisos e parágrafos tratam dos recursos administrativos que garantem o amplo direito de defesa dos acusados. Neste momento, trataremos apenas do primeiro grupo de artigos, pois tratam de assunto específico desse tipo de licitação e contrato. Nos artigos 89 a 89, ao falar sobre as punições para alguns tipos de infrações cometidas durante a licitação e a vigência dos contratos, são listadas apenas as sanções administrativas que os contratados podem sofrer. Ele inicia com a recusa a adjudicação do objeto por parte do licitante vencedor da concorrência. Lei 8666/93 – Art. 81 e parágrafo único. ADJUDICATÁRIO Adjudicatário – Termo utilizado para o processo de declaração do vencedor da concorrência dada pela licitação. O adjudicatário é a pessoa física ou jurídica que assume a obrigação de assinar o contrato e cumprir esse contrato, fornecendo os produtos, executando a obra ou fornecendo os produtos. Quando um concorrente da licitação é declarado vencedor do certame, ele tem por direito ser declarado habilitado para a adjudicação do objeto da licitação. Nesses casos, ele ainda pode recusar a adjudicação, desde que fundamente sua alegação. Após esse processo de adjudicação, ou seja, o aceite do objeto da licitação pelo fornecedor, ele não pode mais recuar desse compromisso. Se recuar, receberá punição, pois estará impondo prejuízo ao erário público, incorrendo em infração passível de punição conforme o artigo 81 da Lei 8666/93. javascript:void(0) Fonte: create jobs 51/Shutterstock A exceção ditada pelo parágrafo primeiro diz respeito ao segundo colocado na concorrência: ele não está obrigado a aceitar a adjudicação do objeto da licitação nas mesmas condições dadas pelo primeiro colocado. Essa exceção se deve ao fato de ele não ter apresentado uma proposta com o mesmo valor do vencedor. No entanto, se ele quiser aceitar o objeto da concorrência nas mesmas condições que o vencedor desistente, terá a adjudicação transferida para seu nome. Os artigos 82 a 84 tratam das sanções a agentes públicos que podem se somar a punições civil e penais, ou seja, não se confundem com elas e podem ser aplicadas independentemente e cumulativamente a outras punições dadas em esferas distintas do Direito. É importante entender que essas sanções aplicadas administrativamente não substituem as outras sanções, penas e demais restrições impostas por outras esferas públicas. Lei 8666/93 – Art. 82, 83, 84 – § 1º, 2º. Vale a pena chamar a atenção para a definição de servidor público tratado nessa lei, que é dado pelo artigo 84, pois não é a definição dada em outras leis, mas abarca todo agente físico ou jurídico que exerce cargo,emprego ou função. Nessa definição, estão abarcados todos os que, de alguma forma, respondem por erário público, pois lista, inclusive, as paraestatais, como ONG’s, OSCIP’s e demais paraestatais, como cooperativas que recebem dinheiro do poder público, normalmente via contrato de gestão, para desenvolverem serviço tipicamente do estado. Quando tratam das sanções administrativas especificamente em relação às organizações que participam da licitação e do contrato administrativo, estas são listadas em três categorias. Essas categorias são: advertência, multa, suspensão temporária da participação em licitações ou contratações com a administração pública, por prazo não superior a dois anos, e declaração de inidoneidade para participar de licitações ou contratações com a administração pública, pelo tempo que durar os motivos que deram causa ou até a reabilitação pela administração pública. Lei 8666/93 – Art. 86. – §1º, 2º, 3º – art. 87, I, II, III, IV. ATENÇÃO Todas essas punições podem ser aplicadas em conjunto, ou seja, a aplicação da advertência não exclui a possibilidade de aplicação de multa, e a aplicação de multa não exclui a possibilidade de suspensão temporária ou mesmo permanente. O interessado que sofrer essas punições tem o prazo de cinco dias para apresentar sua defesa prévia, podendo ser exercida ou não, a critério do interessado. Outro ponto importante é que, se a multa aplicada for maior do que a caução dada em garantia no momento da assinatura do contrato, uma das cláusulas exorbitantes previstas na Lei 8666/93, o poder público pode cobrar essa diferença tanto administrativamente, por meio da emissão de título executivo, como judicialmente, por meio de processo de execução judicial. A aplicação das sanções administrativas é de exclusividade do Ministro de Estado, Secretário Estadual ou Municipal, com prazo de defesa do interessado de 10 dias da abertura de vista. Em caso de procedimento da defesa, a reabilitação pode ser requerida em 2 dias de sua aplicação. As sanções previstas nesses artigos podem ser aplicadas a empresas e profissionais que tenham sido condenados, por dolo, em fraude de recolhimento dos tributos, independentemente de quais sejam. Se derem causa a atos ilícitos para frustrar os objetivos da licitação, também podem ser punidos com as sanções listadas anteriormente, além de também se enquadrarem nessas sanções os concorrentes que não tiverem condições de participarem da licitação ou que a vencerem sem condições de cumprir com o objeto contratado. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. (FEPESE, 2016) A LEI Nº 8.666/93, AO REGULAMENTAR O INCISO XXI, DO ARTIGO 37 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, ESTABELECEU NORMAS GERAIS SOBRE LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS. PARA TANTO, EXISTEM ALGUNS PRINCÍPIOS BÁSICOS QUE NORTEIAM OS PROCEDIMENTOS LICITATÓRIOS E QUE MERECEM O DEVIDO DESTAQUE. SÃO ELES: A) Princípio da legalidade, princípio da igualdade, princípio da impessoalidade, princípio da moralidade e da probidade administrativa, princípio da publicidade, princípio da vinculação ao instrumento convocatório, princípio do julgamento objetivo. B) Princípio da legalidade, princípio da igualdade, princípio da impessoalidade, princípio da moralidade e da probidade administrativa, princípio da publicidade, princípio da moralidade, princípio do julgamento objetivo. C) Princípio da legalidade, princípio da igualdade, princípio da impessoalidade, princípio da moralidade e da probidade administrativa, princípio da publicidade, princípio da cidadania, princípio do julgamento objetivo. D) Princípio da legalidade, princípio da igualdade, princípio da pessoalidade, princípio da moralidade e da probidade administrativa, princípio da publicidade, princípio da vinculação ao instrumento convocatório, princípio do julgamento objetivo. 2. (MAKIYAMA, 2014) CONSIDERANDO O PREVISTO PELA LEI 8666/93, A RESPEITO DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS NO ÂMBITO DA LICITAÇÃO E DO CONTRATO ADMINISTRATIVO, PODE-SE AFIRMAR QUE: A) A penalidade de advertência não é aplicável para o caso de inexecução parcial ou total do contrato. B) No caso de aplicação da penalidade de multa, a Administração fica impedida de rescindir, unilateralmente, o contrato pelo mesmo motivo. C) A pena de suspensão temporária de participação em licitação e o impedimento de contratar com a Administração será superior a quatro anos. D) O atraso injustificado na execução do contrato sujeitará o contratado à multa de mora, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato. GABARITO 1. (FEPESE, 2016) A Lei nº 8.666/93, ao regulamentar o inciso XXI, do artigo 37 da Constituição Federal, estabeleceu normas gerais sobre licitações e contratos administrativos. Para tanto, existem alguns princípios básicos que norteiam os procedimentos licitatórios e que merecem o devido destaque. São eles: A alternativa "A " está correta. Comentário A Lei 8666/96 lista os princípios contidos no art. 37 da CF e acrescenta mais alguns, como o princípio da Isonomia, ou seja, igualdade entre os participantes das licitações, além de outros princípios. 2. (Makiyama, 2014) Considerando o previsto pela Lei 8666/93, a respeito das sanções administrativas no âmbito da licitação e do contrato administrativo, pode-se afirmar que: A alternativa "D " está correta. Comentário Uma vez que, para que a multa seja aplicada, ela deve constar no contrato firmado com a administração pública, conforme indica o caput do artigo 86 da Lei 8666/93. MÓDULO 2 Compreender os principais aspectos das compras públicas na Lei 8666/93 INTRODUÇÃO À LEI 8666/93 A Lei 8666/93 — Lei das Licitações, como ficou conhecida — versa sobre os processos de licitação em todos os entes federados, incluindo as autarquias, fundações públicas e, até a aprovação da Lei 13303/16, das empresas públicas e das sociedades de economia mista, como lista seu artigo 1º e parágrafo único. Essa lei, além de versar sobre a licitação, trata das fases precedentes e da adjudicação do objeto licitado, do contrato administrativo, suas características e particularidades, das infrações e punições dos envolvidos em todo esse processo. Lei 8666/93 Art. 1o e Parágrafo único. É nessa lei que se especifica a obrigatoriedade da licitação, em cumprimento ao disposto no inciso XXI do artigo 37 da CF88, colocados todos os procedimentos, valores limites, as formas de constituição das comissões de julgamento das licitações, entre outros aspectos relevantes. Esses aspectos são todos tratados de forma minuciosa, procurando resguardar o erário público e garantir o interesse público em todos os certames desenvolvidos pelos entes públicos. O artigo 3º trata dos princípios que norteiam as compras públicas. São eles: a isonomia entre os concorrentes, a seleção da melhor proposta para a administração pública, a legalidade, a impessoalidade, a moralidade, a igualdade, a publicidade, a probidade administrativa, a vinculação ao instrumento convocatório, o julgamento objetivo e os princípios correlatos. Lei 8666/93 – Art. 3º Além desses princípios, o artigo trata das vedações aos agentes públicos, listando-os nos incisos subsequentes: Lei 8666/93 – Art. 3º Inciso I e II. Todas essas restrições têm como objetivo promover a impessoalidade do agente público na escolha do vencedor da licitação, identificando proibições específicas além das já estabelecidas em outras leis. Esse mesmo artigo trata das exceções que alguns licitantes têm em relação a outros no momento do desempate de escolha. Quando há igualdade de condições e as propostas são semelhantes, são considerados critérios de desempate: Produtos produzidos em território nacional; Produtos produzidos ou serviços prestados por empresas brasileiras; Produtos produzidos ou serviços prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no país; Produtos produzidos ou serviços prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoacom deficiência ou para reabilitado da Previdência Social, e que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação. Além desses casos listados como critérios de desempate mais gerais, as licitações, em seu processo, podem acrescentar outros critérios de preferência, restritos a: produtos manufaturados e serviços nacionais que atendam às normas técnicas brasileiras; bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social, e que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação. Essa margem de preferência, citada anteriormente como podendo constar do processo de licitação, deve seguir ao estudo revisto periodicamente e com prazo não superior a cinco anos. Ele deve considerar, como base mínima, os seguintes critérios: Geração de emprego e renda; Efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e municipais; Desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no país; Custo adicional dos produtos e serviços, e análise retrospectiva de resultados em suas revisões Todo esse processo de preferências nas compras públicas deve ser divulgado anualmente pela Internet, listando todas as empresas favorecidas. Essas preferências são somadas a outras, garantidas em outras leis, e se sobrepõe a essas, além de garantir privilégios a microempresas e empresas de pequeno porte listadas na LC 123/06 — Lei das Micro e Pequenas Empresas. Lei 8666/93 – Art. 5o-A. TIPOS DE LICITAÇÕES CLASSIFICADAS EM FUNÇÃO DAS FAIXAS DE VALORES As licitações, como desenhadas pela Lei 8666/93, são divididas em três categorias em relação ao valor, além dos casos de dispensa e inexigibilidade de licitações tratadas de forma independente e taxativa, ou seja, valendo apenas para os casos listados nessa lei, não aceitando analogias ou aproximações, e os casos especiais devido ao objeto tratado pela licitação. Os casos de licitação em função do valor são concorrência, tomada de preços e convite. Para os casos em razão do objeto do contrato, temos concurso, leilão e pregão. Fonte: Natali_ Mis/Shutterstock CONCORRÊNCIA A concorrência é o processo de licitação mais complexo e, por isso, é utilizado nas licitações de maior vulto ou com maior risco de problemas específicos. Ela é obrigatória para valores de compras e serviços superiores a R$650.000,00, e de obras de engenharia superiores a R$1.500.000,00, não sendo proibida para a contratação de valores menores do que esses, casos em que deve ser julgada a eficiência do seu uso. Ela também é obrigatória para alienações de bens imóveis (salvo a venda de imóvel por leilão em casos específicos), na concessão de direito real de uso, nas licitações internacionais (ressalvada a possibilidade de tomada de preços, quando o órgão tem cadastro de fornecedores internacionais, e do convite, quando não existirem fornecedores internos, seguindo os limites de cada modalidade), nas contratações de Parcerias Público Privadas (PPP’s) e na concessão de serviços públicos (Lei 11.079/04 art. 10). COMENTÁRIO Essa modalidade de licitação tem como uma de suas características principais a possibilidade de participação de qualquer pessoa física ou jurídica interessada, que deve ser habilitada na fase preliminar da licitação, comprovando preencher os requisitos básicos para a adjudicação do objeto da concorrência. Para a realização e o julgamento das propostas dos concorrentes nessa modalidade de licitação, é obrigatória a formação de comissão julgadora. Essa comissão pode ser permanente ou formada especificamente para a concorrência, devendo conter, no mínimo, três integrantes. Dos três integrantes, dois precisam ser servidores públicos pertencentes aos quadros permanentes do órgão responsável pela licitação. Quando a comissão de licitações é permanente, seus membros devem ter mandato de um ano, não podendo ser reconduzidos de forma integral a um novo mandato (art. 51, §4º). Eles podem ser indicados para outra comissão ou permanecer na mesma, desde que algum dos membros seja anualmente trocado. É interessante que haja um rodízio dos membros dessas comissões para que a lisura do certame seja mantida, procurando tratar a coisa pública da forma mais prudente possível. A divulgação do instrumento convocatório das demais fases da concorrência é obrigatória, sendo que, para a União, é obrigatória a publicação no Diário Oficial da União (DOU), estendendo-se essa obrigação em caso de outros entes que estejam recebendo verbas, financiamento ou garantias da União, mesmo que parcial. Os estados e o DF devem publicar, no Diário Oficial de seu Próprio estado (DOE), incluindo os municípios que publicam no DOE do estado. Além dessas formas de publicação, é obrigatória a publicação em jornal diário de grande circulação, em diário oficial do município ou em jornal de circulação do local onde a obra, o serviço ou a alienação acontecerá. Pode ainda ser divulgado na Internet ou em qualquer outro meio de comunicação que aumente a concorrência, provocando o interesse de concorrentes. Outra característica da concorrência é a necessidade de uma fase pré-licitação de habilitação dos concorrentes. HABILITAÇÃO DOS CONCORRENTES Essa habilitação, quando se fizer necessária, pode ser técnica, fiscal, econômico- financeira, regularidade fiscal e declaração de não utilização de trabalho infantil. A comissão deve fazer a conferência dos documentos de forma pública e pode, ao final, declarar qualquer uma das empresas que queiram concorrer na licitação como inabilitada a participar do certame. Essa fase de habilitação prévia é exclusiva das concessões, sendo sua principal característica. TOMADA DE PREÇOS A tomada de preços, outra modalidade de licitações, pode ser utilizada para valores entre R$80.000,00 e R$650.000,00 para compras e serviços, e R$150.000,00 e R$1.500.000,00 para obras de engenharia, não excluindo a possibilidade do uso da concorrência para compras, serviços e obras de engenharia dentro dessa faixa de valores. Esse processo de compra é mais simples, baseando-se no princípio da eficiência, na busca por economizar nos custos de todo o processo. Essa modalidade é admitida nas licitações javascript:void(0) javascript:void(0) internacionais, desde que o poder público tenha cadastro prévio dos fornecedores internacionais e os valores estejam na faixa admitida para essa modalidade. Fonte: Natali_ Mis/Shutterstock Podem participar dessa modalidade de licitação todos os fornecedores que forem previamente cadastrados junto ao órgão licitante ou os fornecedores interessados que se cadastrarem até três dias antes da data final do recebimento das propostas e que atenderem às exigências contidas no edital de Tomada de Preços (art. 22 § 2º). Essa modalidade exige o mesmo padrão de divulgação da concorrência, devendo seguir as mesmas regras já listadas. Lei 8666/93 – Art. 22 – § 2º. A comissão de julgamento para essa modalidade pode ser permanente ou especialmente constituída para o certame, compostas, no mínimo, de três membros. Dos três, dois devem ser servidores permanentes do órgão responsável pela licitação — mesmo padrão exigido na concorrência, inclusive em relação à substituição e ao mandato de cada membro dessa comissão. Com isso, podemos afirmar que a principal característica da tomada de preços é a exigência de que os participantes estejam habilitados previamente, em prazo anterior a três dias da entrega das propostas ao poder público responsável pelo julgamento do certame. CONVITE A última modalidade de licitação classificada em função da faixa de valor permitida é o convite. Essa modalidade é a mais simples das três, sendo utilizada para valores entre R$8.000,00 e R$80.000,00 para compras e serviços, e R$15.000,00 a R$150.000,00 para obras de engenharia, ou seja, a faixa de preços mais baixa entre as licitações, sendo suas características praticamente exclusivas dessa modalidade.A comissão que deve julgar o certame segue os padrões já ditados para as outras modalidades de licitação, sendo formada por três servidores, com dois sendo, obrigatoriamente, servidores permanentes do órgão licitante. Seu mandato e sua substituição seguem o padrão já ditado para a concorrência. No entanto, essa modalidade aceita a exceção de comissão formada por um servidor permanente do quadro do órgão licitante, em casos de unidades muito pequenas que não possuam servidores suficientes para formação de comissão seguindo os padrões exigidos (Art. 51 §1º) Lei 8666/93 – Art. 51 – § 1º Fonte: KorArkaR/Shutterstock Na modalidade de convite, o poder público pode convidar a participar do certame, no mínimo, três empresas para a concorrência de lista do ramo pertinente ao objeto da licitação, abrindo para demais empresas que se interessarem em concorrer. A divulgação do certame será pela fixação, em local apropriado, de cópia do instrumento convocatório, licitação, estendendo aos demais cadastrados a oportunidade de participação, desde que se manifestem em prazo de até 24 horas antecedentes à apresentação das propostas. Lei 8666/93 – Art. 22 – § 3º O instrumento convocatório para participação na modalidade de licitação Convite é a carta- convite, enviada a, no mínimo, três empresas, que poderão participar do certame. A exceção é o caso de não existirem empresas que forneçam o produto ou serviço necessário, situação em que se deve justificar a não convocação de substituto. Se alguma das empresas não responder a carta-convite, outra empresa deve ser convocada a partir da lista de empresas existentes no órgão público que está executando o certame (Art. 22 § 7º). No caso de novo certame para o mesmo produto ou serviço, ou produto ou serviço assemelhado, o poder público responsável deve incluir, obrigatoriamente, no mínimo, uma nova empresa à lista, eliminado ou não um dos concorrentes convidados em lista anterior (art. 22 § 6º). Lei 8666/93 – Art. 22 – § 6o e 7º É importante salientar que a utilização da concorrência ou da tomada de preços para os casos de licitações com valores contidos na faixa de valores referente a convite não estão excluídas ou proibidas. Cabe ao gestor público responsável o julgamento de qual modalidade se encaixa melhor em suas necessidades e ao interesse público — alvo final de todos esses processos listados. O gestor deve julgar diversos aspectos da licitação, sempre baseado nos princípios que regem as licitações e garantir que estão sendo seguidos da melhor forma possível. OS TIPOS DE LICITAÇÃO NAS LEIS 8666/93 E 13303/16 TIPOS DE LICITAÇÕES CLASSIFICADAS EM FUNÇÃO DO OBJETO QUE LICITAM Quando olhamos em função, especificamente, do objeto que se está licitando, podemos verificar que existem alguns tipos específicos de licitações específicas. Essas licitações são concurso, leilão, pregão e pregão eletrônico. Para cada uma dessas modalidades, a legislação prescreve diversos procedimentos e premissas, que devem ser seguidas para um bom cumprimento do dever constitucional da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da eficiência. CONCURSO O concurso é a modalidade em que se pretende contratar serviço técnico, científico ou artístico. Nesse caso, podem participar todos os interessados que atenderem às exigências para a realização do serviço contidas em edital, sendo que os valores pagos como prêmio ou remuneração serão condicionados à seção dos direitos autorais do trabalho ao poder público, no momento em que ela se encerrará. O vencedor desse tipo de concurso não poderá concorrer à execução da obra que propuser em seu projeto vencedor, sendo apenas permitida a sua contratação para a fiscalização e o acompanhamento da execução dessa obra. Fonte: King Ropes Access/Shutterstock Para a comissão de julgamento, não é obrigatório que os membros sejam servidores públicos do quadro permanente de funcionários do órgão licitante, como nas modalidades de concorrência, tomada de preços e convite. No entanto, os membros devem ter conhecimento técnico do assunto julgado e reputação ilibada, sendo a única possibilidade listada pela lei em que uma comissão pode ser totalmente formada por pessoas não pertencentes aos quadros permanentes de funcionários do órgão público licitante. O instrumento convocatório do certame deve seguir os mesmos padrões já ditados para as outras modalidades de licitação até aqui tratadas, sendo obrigatória sua divulgação. Essa divulgação deve acontecer em prazo anterior a 45 dias do momento final de recebimento das propostas, como forma de garantir que todos os interessados tenham tempo de preparar as suas propostas. Lei 8666/93 – Art. 22 – § 4º. LEILÃO O leilão é outra modalidade de licitação baseada no objeto que se está alienando. Ela é utilizada para a alienação de bens móveis e semoventes, classificados como inservíveis, ou apreendidos pelos órgãos públicos de fiscalização ou polícias em geral, e dados como perdidos pela justiça ou como punição por crimes cometidos pelos proprietários originais. Além destes, os bens imóveis provenientes da modalidade de Dação em Pagamento ou de Procedimento Judicial também podem ser vendidos por leilão. Chama a atenção, aqui, que todos os bens imóveis podem ser vendidos por concorrência, mas apenas os bens adquiridos por dação em pagamento e por processo judicial podem ser alienados por leilão (Art. 19). javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) SEMOVENTES São os animais e demais seres vivos da natureza que tenham valor comercial e não estejam protegidos por leis de proteção ambiental, sendo essa definição própria de bens que podem se mover independentemente da ação humana.. DAÇÃO EM PAGAMENTO Modalidade de pagamento de dívidas com o poder público, em que o devedor entrega um bem móvel ou imóvel como forma de adimplemento de dívida previamente constituída, ou seja, não estava em contrato que o pagamento seria por meio da entrega do bem. PROCEDIMENTO JUDICIAL Bens que a justiça atribuiu ao estado em face de processo judicial, como no caso de plantação de entorpecentes em propriedade particular, e que é dada ao Estado como punição ao proprietário. Os bens frutos de atividade criminosa, como o tráfico de drogas, também entram nessa categoria. Lei 8666/93 – Art. 22 – § 5º e Art. 19 – I, II, III. A divulgação obrigatória deve seguir o já ditado para as outras modalidades de licitação, podendo concorrer qualquer interessado que se dispuser a adquirir os bens leiloados. O leilão é uma modalidade bastante procurada por investidores, que podem adquirir os imóveis e, em seguida, vendê-los, com ou sem melhorias, no intuito de auferirem lucro com a negociação (por terem mais liberdade do que o ente público no momento da negociação). O leilão pode ser conduzido tanto por servidor público como por leiloeiro oficial especialmente contratado para esse fim. PREGÃO O pregão é a modalidade de licitação utilizada para a compra de bens comuns, ou seja, que podem ter suas características, especificações e desempenho listados de forma objetiva, além de tais características serem usuais de mercado. Sua realização pode ser presencial ou por meio eletrônico, sendo o último o mais utilizado na atualidade, devido à facilidade de execução e à maior possibilidade de participação de diversos concorrentes, aumentando as chances de uma melhor contratação por parte da administração pública. Fonte: fizkes/Shutterstock A publicação dessa modalidade segue um padrão especial, sendo que valores de até R$650.0000,00 devem ser publicados no DOU e na Internet, em site oficial do órgão licitante, podendo ser divulgado em outros sites. Já os valores, contidos na faixa entre R$650.000,00 e R$1.300.000,00, devem ser divulgados na DOU, na Internet e em jornal de grande circulação local. Para os valores acima de R$1.300.000,00, a divulgação deve ser feita na DOU, na Internet e em jornal de grande circulação regionale nacional. A realização do certame deve ser assistida por comissão formada, em sua maioria, por servidores permanentes dos órgãos públicos licitantes ou empregados públicos não obrigatoriamente pertencentes ao órgão responsável pela licitação. A realização do pregão deve ser feita por pregoeiro designado pela autoridade competente entre os servidores do órgão ou entidade que esteja promovendo o pregão. O pregoeiro designado recebe as propostas, em hora e local previamente marcados, e abre a seção. Esta deverá ser iniciada com a entrega da declaração formal dos concorrentes e interessados que atendem às exigências e à habilitação para participar do pregão, possibilitando sua execução sem uma habilitação prévia dos concorrentes e interessados. COMENTÁRIO Durante a seção do pregão, o autor da proposta de menor valor e os autores de propostas de valores até 10% superiores à menor poderão apresentar novas propostas de forma verbal, até que um seja declarado vencedor do certame. Se não houver pelo menos três propostas dentro da faixa de 10% do valor da menor proposta, podem ser chamados os demais concorrentes, até um total de três, para oferecerem novos lances durante o pregão, independentemente do valor da proposta inicial. Após a declaração do vencedor do certame e o encerramento do pregão, a comissão de licitação irá proceder ao ordenamento das propostas e à abertura do envelope com os documentos de habilitação da melhor proposta, ou seja, do vencedor, para a verificação de sua real condição frente às exigências contidas no edital. Ficará impedido de licitar, por prazo de cinco anos, com os entes públicos, suas autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de capital misto, sem prejuízo de demais punições em esferas judiciais, o vendedor que: Não cumprir o contrato de fornecimento ou deixar de iniciar a obra ou serviço no prazo de 60 dias, ou outro determinado pela licitação, frustrando o certame; Apresentar documentação falsa de habilitação; retardar o início da execução; Não assinar o contrato; falhar ou fraudar durante a execução do contrato. O pregão eletrônico aqui tratado segue as determinações da Lei 10.520/02, regulamentada pelo decreto 5.450/05. Ele segue todas as regras do pregão presencial, exceto por não haver um pregoeiro presencialmente, pois o processo acontece pela Internet. Os concorrentes devem se cadastrar previamente em site oficial do governo destinado para os leilões e, no dia previsto, apresentar os seus lances, caso estejam enquadrados nas regras previstas para o pregão. No final do processo, inicia-se a verificação da habilitação pela empresa com menor valor de proposta. Se esta não atender às exigências, passa-se à segunda colocada, e assim por diante, até que alguma preencha as exigências de habilitação constantes no edital. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. (FUNDEPES, 2016) SE UM INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO RESOLVER CONSTRUIR, NA ENTRADA PRINCIPAL DA SUA REITORIA, UMA RAMPA DE ACESSO, CUJO VALOR ESTIMADO SEJA DE R$120.000,00, PODERÁ REALIZAR A LICITAÇÃO NA MODALIDADE: A) Convite, apenas. B) Concorrência, apenas. C) Convite, tomada de preço ou concorrência. D) Tomada de preço, apenas. 2. (FAFIPA, 2014) SÃO MODALIDADES DE LICITAÇÃO (ART. 22 DA LEI 8666/93): A) Concorrência, convite, leilão, pregão. B) Concorrência, tomada de preços, convite, concurso, leilão, pregão. C) Convite, concurso, leilão, pregão. D) Concorrência, tomada de preços, convite concurso, leilão. GABARITO 1. (FUNDEPES, 2016) Se um instituto federal de educação resolver construir, na entrada principal da sua reitoria, uma rampa de acesso, cujo valor estimado seja de R$120.000,00, poderá realizar a licitação na modalidade: A alternativa "C " está correta. Comentário O fato de o valor da licitação estar abaixo do valor máximo pela modalidade de convite, que é de R$150.000,00 para as obras de engenharia, não é empecilho para a escolha das outras modalidades de licitação, que tenham o seu valor limite mais elevado. Destaca-se que o que deve ser considerado, nesse caso, é a observância do interesse público e os princípios da licitação, como a eficiência. 2. (FAFIPA, 2014) São modalidades de licitação (Art. 22 da Lei 8666/93): A alternativa "D " está correta. Comentário Todas as modalidades listadas na resposta estão previstas na Lei 8666/93, sendo que o pregão está listado na Lei 10520/02, não constando na Lei 8666/93. MÓDULO 3 Entender as modalidades de Dispensa e Inexigibilidade das licitações. MODALIDADES DE DISPENSA DE LICITAÇÃO EM FUNÇÃO DO OBJETO E DA PESSOA A obrigação de licitação, regra geral das compras públicas, tem uma série de possibilidades de dispensa, além de uma série de casos em que a execução de uma licitação é impossível. Esses casos são tratados, de forma categórica, pela Lei 8666/93 e são aproveitados pela Lei 13303/16 em sua constituição. Abordaremos aqui as exceções à obrigatoriedade de licitação de forma individualizada, por se tratarem de casos específicos e taxativos. A alienação de bens imóveis, móveis e semoventes pode ser dispensada, dependendo de algumas características específicas listadas nas letras dos incisos I e II do artigo 17 da Lei 8666/93. Lei 8666/93 – art. 17 – I – a, b, c, d, e, f, g, h, i – II – a, b, c, d, e, f – § 1º Toda essa lista de possibilidades exaure as condições em que o poder público está dispensado de fazer licitação. Vale destacar que as doações de bens para a execução de obras públicas, como o caso da construção de um hospital, devem ser precedidas de licitação, pois pode haver mais de um interessado em executar a obra — o que abre a exigência de uma licitação (§ 4º esse mesmo artigo). Outra possibilidade de dispensa de licitação é em razão do ente ou órgão que está licitando, em razão das circunstâncias ou do valor. Nesses casos, o artigo 24 da Lei 8666/93 distinguirá os diversos casos de dispensa possíveis para a licitação, como podemos ver em seus seguintes incisos: LEI 8666/93 – ART. 24 – III Para esse inciso, a guerra é caracterizada pela declaração solene do Chefe de Estado, sendo que o Estado só está dispensado após esse ato. Só se enquadram nesse artigo compras relacionadas com o ato de guerra em si, de modo que todas as outras continuam sendo regidas pelas regras da licitação. A grave perturbação da ordem se encaixa nas comoções interna geral ou parcial de uma região, reconhecidas pela autoridade competente por meio de declaração oficial de estado de defesa ou sítio (CF art. 136 e 137). Nesses casos, a autoridade está dispensada de licitação para os casos que possam diminuir o impacto do advento que deu ensejo à declaração de estado de defesa ou sítio. LEI 8666/93 – ART. 24 – IV Nesse inciso, são tratados os casos de dispensa de licitação que, por alguma emergência ou calamidade, legalmente decretada por autoridade competente, possam causar algum tipo de dano, caso esperem os procedimentos normais de uma licitação. Nesse caso, o que se está buscando é a eficiência e o atendimento do interesse e do bem público, que necessita de celeridade em seu implemento para ser atingido. Essa prerrogativa também vale para parcelas de obras que possam ser concluídas em prazo não superior a 180 dias ininterruptos e consecutivos. LEI 8666/93 ART. 24 – V Esse caso é o que chamamos de licitação deserta, ou seja, não houve interessados em participar da licitação, que seguiu todos os ditames legais em seu processamento. Por essa razão, o poder público pode utilizar da dispensa e chamar uma empresa para prestar fornecimento ou serviço, desde que mantenha as condições da licitação declarada deserta e que ela seja justificada formalmente. LEI 8666/93 – ART. 24 – VI Esse artigo garante à União o poder de interferir no domínio econômico do ente particular para promover o equilíbrio econômico, promovendo a distribuição de produtos para provocar o equilíbrio dos preços e demais condições do mercado. Essa prerrogativa está na base do Estado moderno,que tem como função a correção de desequilíbrios para promover o bem- estar geral da população. Nesse ponto, o particular pode ser penalizado para que o bem geral seja promovido. LEI 8666/93 ART. 24 – VII Esse caso trata de manifesto sobrepreço nos valores apresentados como propostas para a licitação. Como o preço de mercado é menor do que os apresentados, compensa para a administração pública a contratação direta com o fornecedor que aceite vender pelo preço de mercado, manifestadamente menor do que as propostas das na licitação. Esse procedimento também vale quando o preço oficial ou em tomada de preços é inferior às propostas dadas na licitação. Nesses casos, a administração pública pode adjudicar o objeto da licitação diretamente a um fornecedor, por preço não superior ao valor de mercado para o produto ou serviço. LEI 8666/93 ART. 24 – VIII Esse artigo dispensa a licitação para as compras entre entes federados e suas empresas e autarquias no intuito de facilitar essa contratação, desde que seja provado que o preço é compatível com o do mercado, procurando dar maior celeridade ao processo e garantindo que a empresa pública servirá ao propósito para o qual foi criada. Esse é o caso das empresas de processamentos de dados instituídas pela União, como o Serpro e a Dataprev. Elas lidam com dados sensíveis da população e, por isso, devem ser contratadas pelos órgãos públicos quando estes lidam com tais dados LEI 8666/93 – ART. 24 – IX Esse caso está diretamente ligado à segurança nacional, de modo que não se pode dividir informações sensíveis com terceiros. A contratação deve ser, muitas vezes, mantida em sigilo para a segurança da nação ou de seus cidadãos. Essa dispensa deve ser muito bem fundamentada e deve seguir processo próprio, além de ser utilizada em casos muito específicos. LEI 8666/93 – ART. 24 – X Essa modalidade de dispensa está diretamente ligada à não existência de uma alternativa para a implantação de serviço ou obra em local específico — por exemplo, um hospital em local próprio e que melhor atenderia à população daquela área. Para que seja feita a dispensa, é necessário provar, por avaliação prévia, que o imóvel está em valor compatível com o mercado, garantindo um atendimento das necessidades sem que haja a escolha por conveniência de terceiros que não o interesse público geral. LEI 8666/93 – ART. 24 – XI Para os casos em que a administração pública tenha rescindido unilateralmente o contrato, ou que haja desistência do contratado, a administração pode contratar o restante da obra por dispensa de nova licitação. Essa contratação deve ser feita oferecendo aos próximos concorrentes da lista, seguindo a ordem de classificação, a oportunidade de concluírem a obra, desde que aceitem as condições de contratação do antigo vencedor da licitação. LEI 8666/93 – ART. 24 – XII Esse artigo dá tratamento especial a alimentos frescos que podem estragar se forem comprados de forma não escalonada e nas quantidades ideais para consumo em curto prazo. Essa prerrogativa ajuda o Estado a se adequar rapidamente às oscilações no consumo e de preço, garantindo a possibilidade de substituição de um alimento por outro, em prol do interesse público e da eficiência. LEI 8666/93 – ART. 24 – XIV Quando o Estado brasileiro firma acordo internacional com outro país ou órgão internacional, se estiver obrigado a comprar qualquer bem ou imóvel, pode fazê-lo por dispensa de licitação, desde que o acordo já esteja aprovado pelo Congresso Nacional, condição precípua de validade do acordo, e que as condições de compra se apresentem como vantagem manifesta para o poder público. LEI 8666/93 – ART. 24 – XV A questão aqui se refere a bens infungíveis, ou seja, bens que não podem ser substituídos sem que sejam, de alguma forma, diferentes do original. Nesse caso, não seria possível a licitação sem que houvesse uma substituição da peça a ser comprada. No entanto, essa possibilidade só existe se o órgão licitante for diretamente ligado à obra de arte ou à restauração que se está buscando contratar. LEI 8666/93 – ART. 24 – XVI Quando um órgão ou empresa – como a imprensa oficial, na área de impressão de jornais, ou o Serpro, na área de processamento de dados — é criada, ela passa a ter privilégio no momento da contratação. Essa vantagem deve ser exercida com parcimônia, pois é necessário que seu preço esteja compatível com o preço de mercado do mesmo serviço e que ela atenda a certos pré-requisitos de qualidade e prazos de entrega. Essa premissa é baseada na finalidade para a qual a empresa pública ou autarquia foi criada, pois não faria sentido uma licitação se o poder público já dispusesse de uma empresa que presta esse serviço. LEI 8666/93 – ART. 24 – XVII Quando em garantia, os equipamentos comprados pela administração pública normalmente são reparados pelas empresas que os forneceram. Normalmente, essa é uma das condições para a manutenção da garantia por todo o período de sua vigência. Quando essa condição é a prática de mercado, ou está em contrato, a administração pública pode dispensar a licitação da compra dessas peças e dos serviços necessários à manutenção da garantia. Um exemplo bem comum desse tipo de situação é na compra de carros. A montadora só mantém a garantia se as revisões forem feitas de forma regular e com a autorizada de sua marca. LEI 8666/93 – ART. 24 – XVIII Essa possibilidade de dispensa é exclusiva para as forças armadas, que precisa, em algum tipo de treinamento ou missão, comprar algum produto ou serviço indispensável ao bom aproveitamento da missão. Esse caso está limitado ao valor de R$80.000,00, conforme apregoa o art. 23 inciso II. Nesses casos, a dispensa é para evitar problemas pela falta do objeto ou serviço, que não pode esperar os prazos legais, o que atrapalharia a missão ou treinamento. LEI 8666/93 – ART. 24 – XIX Esse caso também está direcionado às forças armadas, mas vale em território nacional. Um exemplo desse tipo de compra são as de uniformes, que precisam manter padrões rígidos de composição, conforme especificações muito precisas. Outro exemplo são as peças de reposição em certos tipos de equipamentos e armamentos, por motivo de patente ou mesmo de uniformização, evitando-se problemas graves de falhas por incompatibilidade. LEI 8666/93 – ART. 24 – XX Associações de deficientes têm prerrogativa na contratação da prestação de serviços por parte do poder público. São condições para essa contratação a idoneidade da associação e a ausência de fins lucrativos. Com isso, o poder público busca a inclusão social dessas pessoas com deficiências (PcD), proporcionado um trabalho e uma renda a elas, e desenvolvendo um serviço social essencial a esse grupo de cidadãos. LEI 8666/93 – ART. 24 – XXI Esse artigo trata do fomento à pesquisa e ao desenvolvimento, que pode contratar, com dispensa de licitação, valores de até R$300.000,00, trazendo agilidade e velocidade às compras públicas — questão essencial à pesquisa científica. Essa agilidade precisa ser bem utilizada, já que, em casos como os da COVID-19, o tempo é primordial para a descoberta de uma vacina. As compras por licitação podem ter tempo de processamento muito demorado, inviabilizando certas pesquisas científicas. LEI 8666/93 – ART. 24 – XXII Como as concessionárias utilizam um contrato padrão que funciona por aderência, não seria viável a concorrência nesse caso. Outro ponto a se destacar é que esses preços são controlados pelo Estado, por isso, não faria sentido um processo de concorrência. LEI 8666/93 – ART. 24 – XXIII Quando o contrato é intragrupo econômico, desde que o preço seja compatível com o mercado, a compra pode ser feita com dispensa de licitação. Isso acontece porque, na consolidação dos balanças dessas empresas, o lucro obtido pela empresa vendedora será anulado. O mesmo ocorre com as receitas intraorçamentárias, traçando uma analogia com o setor público puro, quando seu efeito é anulado na consolidação dos balançospúblicos. LEI 8666/93 – ART. 24 – XXIV Esse caso de dispensa é voltado para o atendimento da função social do Estado. Ele pode contratar essas organizações sociais sem a licitação, dando preferência a elas por se tratarem de paraestatais, ou seja, estão desempenhando um papel que deveria ser do Estado. O contrato de gestão é o meio de imposição de metas para que a contratação aconteça e as organizações sociais possam ter maior liberdade na gestão dos recursos públicos. LEI 8666/93 – ART. 24 – XXV Esse inciso trata da transferência tecnológica e científica, e da criação protegida, ambas singulares em seu fornecimento. Quando uma obra ou patente é necessária para a boa execução do interesse público pela administração pública, ela pode ser adquirida sem a licitação. Nesse caso, a escolha é pela que melhor resolve o problema encontrado, trazendo o maior ganho possível ao interesse público. Para que isso aconteça, é necessário que haja a transferência de tecnologia para o serviço público, que passa a desfrutar dessa tecnologia e pode empregá-la em outras situações que melhor lhe prouver. Um exemplo desse tipo de compra foi a dos aviões de guerra da empresa belga pelo governo brasileiro. O governo só aceitou negociar com empresas que se dispusessem a compartilhar sua tecnologia aeronáutica com o Brasil. LEI 8666/93 – ART. 24 – XXVI Os consórcios entre entes federados podem firmar contratos de prestação de serviços com autarquias e demais empresas públicas e de capital misto sem que haja licitação para a escolha desses contratados. Esse artigo equipara os consórcios a outros entes da federação, que também podem contratar suas empresas e autarquias sem a licitação, pelo fato de estas serem criadas com a finalidade de prestar serviço aos entes públicos. LEI 8666/93 – ART. 24 – XXVII Para o atendimento da função social do Estado, ficou dispensada a licitação na contratação de associações de catadores de recicláveis, desde que formada por pessoas físicas de baixa renda. Essa é uma forma de gerar renda estável para essas pessoas e ainda ajudar ao meio ambiente. No Brasil, por exemplo, a reciclagem de latas de alumínio chega a 98% do material produzido. Essa reciclagem garante uma enorme economia de energia na produção do alumínio e ainda impede que esse produto contamine a natureza por anos em lixões espalhados pelo país. Outros produtos, como o plástico, também são reciclados e podem beneficiar uma gama de ecossistemas, que não sofrerão o impacto desse lixo. LEI 8666/93 – ART. 24 – XXVIII Quando se trata de tecnologias complexas, a dispensa de licitação busca proporcionar ao Estado uma forma de se defender frente à concorrência. Essa modalidade está ancorada no aspecto da defesa nacional. No entanto, para que seja dispensada, é necessário que uma comissão especialmente designada pela autoridade máxima do órgão que está licitando ateste essa necessidade de forma clara e precisa. LEI 8666/93 – ART. 24 – XXIX Esse caso de dispensa trata apenas das forças de paz das quais o Brasil participa. Um exemplo foi a força de paz da ONU que o Brasil liderou no Haiti. Nesses casos, as compras necessárias serão feitas diretamente, desde que o preço e as condições sejam compatíveis e com a aprovação final do dirigente da força de paz ou missão. LEI 8666/93 – ART. 24 – XXX Quando da contratação para o desenvolvimento de atividades no âmbito do Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária, essas empresas podem ser contratadas sem a licitação, pois prestarão um serviço voltado para o social, precisando de celeridade em todo esse processo, buscando o bem-estar dessas famílias por meio do desenvolvimento de atividade que possa gerar renda e dignidade aos participantes do programa. LEI 8666/93 – ART. 24 – XXXI A Lei 10.973/04, criada para dar incentivos à inovação científica e tecnológica no ambiente produtivo, em seus artigos aqui listados, trata da contratação de projetos cooperativos, ICTs e entidades privadas sem fins lucrativos que estejam envolvidas no desenvolvimento de novas tecnologias que tornem o país independente tecnologicamente e que aumentem a capacidade de produção ou a melhorem. Dessa forma, o Estado estará incentivando essas ações e promovendo o crescimento do país. Normalmente, a operacionalização desse artigo é desenvolvida pela FINEP — órgão público competente para realizar a análise e o financiamento dessas ações. A forma mais comum de tratativas é por meio de contratos e convênios, quando a contrapartida é a entrega de tecnologia ou produto para a administração pública. LEI 8666/93 – ART. 24 – XXXII Quando existe a transferência de tecnologia ao SUS, as compras desses equipamentos e serviços podem ser feitas sem a licitação, pois o fornecedor está abrindo mão do domínio de uma tecnologia em prol da sociedade que se beneficiará dela. Quando pensamos no SUS, estamos lidando com o bem mais precioso do ser humano, que é a vida. Nesse contexto, o processo de uma licitação pode impedir que essa tecnologia seja transferida ou atrasar todo o processo, tornando a vida de muitas pessoas mais difícil. LEI 8666/93 – ART. 24 – XXXIII Essa dispensa de licitação tem cunho social e se destina à construção de cisternas ou poços artesianos para as famílias de baixa renda, procurando trazer dignidade e prosperidade a essas famílias que sobrevivem, normalmente, de agricultura familiar. A dispensa se destina a acelerar o processo e garantir que as necessidades dessas famílias sejam atendidas o mais rápido possível, possibilitando um processo muito mais acelerado de contratação desses serviços ao poder público. LEI 8666/93 – ART. 24 – XXXIV Ao tratar as fundações, que se destinam ao fornecimento de conhecimento e tecnologia para a administração pública, de forma diferenciada, equiparando aos órgãos de governo, o legislador está partindo da premissa de que essas fundações não têm fins lucrativos e que procuram desenvolver seu trabalho com uma função social, ajudando o governo em sua função social. Com esse olhar, o legislador a dispensou da licitação, por entender que isso era desnecessário para que o objeto entregue tivesse preço justo para a administração pública. LEI 8666/93 – ART. 24 – XXXV Por fim, temos essa dispensa de licitação para a ampliação do sistema penal — problema social grave no Brasil. Nesses casos, o poder público, quando prova que existe risco à segurança pública — por exemplo, com superlotação das cadeias ou penitenciárias —, pode fazer a contratação de obras e serviços sem a licitação. DISPENSAS DE LICITAÇÕES EM FUNÇÃO DO VALOR CONTRATADO As licitações, quando de valores inferiores a 10% do valor máximo da modalidade de licitação convite, poderão ser feitas sem seguir os tramites impostos às licitações normais. Essa forma é tratada como dispensa de licitação, pois não necessitará de toda a formalidade imposta à licitação tradicional. Essa modalidade de dispensa está listada no início do art. 24 da Lei 8666/93 e dita que: Lei 8666/93 – Art. 24 – I. Os limites traçados para as obras e os serviços de engenharia é de R$15.000,00, conforme descrito no inciso I. Esse valor, como já dito, representa 10% do valor máximo da modalidade convite. Esse limite é dado e deve ser obedecido de forma geral, sendo necessário que os valores totais da obra sejam inferiores a esse valor. COMENTÁRIO Isso indica que não podem ser feitas contratações parciais ou parcelamento da obra para que o valor se encaixe nesse limite, sendo uma infração grave às regras da licitação. Essa dispensa de licitação deve ser utilizada como uma forma de redução do custo e aumento da eficiência na administração pública. Para proceder a essa contratação por dispensa de licitação, o gestor deve colher três orçamentos de diferentes empresas e proceder a escolha da que melhor atenda ao interesse público, ou seja, a de menor valor normalmente. Para que a escolha tenha outra base, ela deve ser amplamentejustificada e ter uma razão incontestável. Para essa dispensa, a escolha do legislador ocorreu voltada diretamente para a economia no processo de compra, que tem custo elevado em casos de licitação, além de todo o trâmite legal e do tempo gasto para proceder a todas as etapas. Lei 8666/93 – Art. 24 – II. Fonte: wutzkohphoto/Shutterstock Para as compras e outros serviços que não são de engenharia, o valor máximo previsto pela lei é de R$8.000,00, conforme inciso II do art. 24. Nesses casos, o valor que vale como base é o da licitação na modalidade convênio, para o mesmo objeto tratado nesse inciso e artigo. Lei 8666/93 – art. 24 – § 1º. Para alguns entes e empresas públicas, o percentual foi dobrado para as compras por dispensa de licitação. Nesses casos, para as obras e serviços de engenharia, o valor ficou em R$30.000,00, e para as compras e demais serviços, em R$16.000,00. COMENTÁRIO Esses casos receberam tratamento especial do legislador por se tratarem de órgãos e empresas que precisam de maior liberdade para operar ou, como nas Agências Executivas, por terem contratos de gestão assinados com o poder público, o que lhes garante maior liberdade de ação e maior autonomia nas tomadas de decisão. Para as empresas, esse novo limite lhes garante liberdade para atuar em seus ramos com maior agilidade, principalmente em pequenas compras do dia a dia, como papelaria, envio de correspondências, pequenas remessas de amostras, troca de lâmpadas de iluminação, entre outros pequenos serviços e compras. MODALIDADES DE INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO O artigo 25 da Lei 8666/93 identifica, de forma não taxativa, as possibilidades de inexigibilidade de licitação, incluindo que, sempre que não se puder realizar uma licitação, essa modalidade será empregada para a sua justificativa. A inexigibilidade garante que casos especiais, nos quais não podem ser executados os procedimentos de licitação, poderão ser abarcados por essa lei e, com isso, garantido o cumprimento das exigências legais cabíveis a essa modalidade de licitação. Lei 8666/93 – Art. 25 A principal questão tratada nesse artigo é a impossibilidade de execução de licitação por qualquer motivo. Lei 8666/93 – Art. 25 – I EXEMPLO Um exemplo listado como impossibilidade de existir a concorrência é quando apenas um fornecedor é autorizado a fornecer um produto ou serviço em território nacional. Existem empresas que detêm a patente de alguns produtos ou serviços com exclusividade e que, para a sua contratação, é preciso acessar apenas o seu representante. Essa qualificação de produtos não possui concorrência, como em monopólios determinados pelo governo, impossibilitando a concorrência, razão base da licitação. Lei 8666/93 – Art. 25 – II. Esse artigo trata de empresas e profissionais que têm elevada habilidade técnica que justifique a sua contratação de forma exclusiva. Esse inciso aborda os trabalhos técnicos em que o profissional prestador pode fornecer esse serviço de tal forma superior aos concorrentes que, na realidade, torna-se único em sua área. Um exemplo desse tipo de trabalho é o desenvolvimento de serviços por professores e pesquisadores de universidades, nos quais sua pesquisa, normalmente de ponta, não pode ser replicada por outra empresa ou profissional. Essa condição inviabiliza a concorrência, pois não existem concorrentes à altura, tornando impossível a licitação. Lei 8666/93 – Art. 25 – III. Para esse artigo, a inexigibilidade é dada pela singularidade da obra do artista, que não pode ser reproduzida por outrem que não ele mesmo. Nesses casos, a concorrência entre artistas levaria a contratação de algo não desejado, tendo em vista a impossibilidade de se reproduzir a obra de arte, elemento infungível. Por essa razão, a concorrência não é viável, tornando a licitação um instrumento inútil à contratação desse artista. Essa contratação pode ser realizada diretamente com o artista ou com seu empresário representante, e o artista deve ser consagrado pela crítica e pela opinião pública. Lei 8666/93 – Art. 25 – § 1º. A INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO NA LEI 8666/93 VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. (FAUEL, 2015) A LEI 8666/93 CONSIDERA APLICÁVEL A DISPENSA DE LICITAÇÃO: A) Para aquisição de produtos de marca preferencial da Administração. B) Quando a União tiver de intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento. C) Nos casos de emergência ou de calamidade pública, sem a necessidade da devida caracterização de urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias, consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos. D) Quando não houver interessados em cotar para a Administração estabelecer o valor estimado. 2. (BIO-RIO, 2010) COMPREENDE CASO DE INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO, DE ACORDO COM A LEI 8666/93: A) Para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou por meio de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública. B) Quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, nesse caso, todas as condições preestabelecidas. C) Quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional. D) Para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado. GABARITO 1. (FAUEL, 2015) A Lei 8666/93 considera aplicável a dispensa de licitação: A alternativa "B " está correta. Comentário A intervenção no domínio econômico para a regulação da oferta e demanda é uma das funções básicas do Estado, e essa dispensa de licitação tem por finalidade o atingimento desse objetivo. 2. (BIO-RIO, 2010) Compreende caso de inexigibilidade de licitação, de acordo com a Lei 8666/93: A alternativa "A " está correta. Comentário Segundo a Lei 8666/93, a contratação de artista consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública, se encaixa na inexigibilidade de licitação. Essa condição acontece pois não é possível concorrência entre licitantes, haja visto esta ser uma profissão em que os dotes artísticos são individuais e exclusivos do artista a que se quer contratar. MÓDULO 4 Entender as especificidades da Lei 13303/16 e as fases pós-licitação e o contrato público ESPECIFICIDADES DAS LICITAÇÕES TRATADAS PELA LEI 13303/16 ESPECIFICIDADES DAS LICITAÇÕES TRATADAS PELA LEI 13303/16 A Lei 13303/16 foi aprovada com o intuito de melhorar a governança das empresas públicas e das sociedades de economia mista. Essas empresas passaram por grandes transformações nos últimos anos, principalmente em relação à sua governança após os escândalos envolvendo a Petrobras. Aqui, abordaremos mais especificamente as modificações implantadas por essa lei em relação às licitações para as empresas. No módulo 1, já tratamos um pouco sobre a questão das empresas dependentes e não dependentes que receberam tratamento diferenciado nessa lei, sendo que as últimas receberam maior autonomia em sua administração. Essas particularidades serão tratadas neste momento, sempre em relação às licitações e às diferenças para a Lei 8666/93, que rege as licitações para toda a administração pública. Lei 13303/16 – Art. 28. Quando se observa o artigo 28 da Lei 13303/16, identifica-se que ele praticamente repete o artigo 24 da Lei 8666/93,não alterando o seu conteúdo, mas exibindo uma redação diferente. Esse ponto indica que as empresas públicas e as sociedades de economia mista seguem as mesmas regras que os demais entes da federação, suas autarquias e fundações. Para as dispensas de licitação e inexigibilidade, serão listadas, nos artigos 29 e 30 da mesma lei, e repetirão hipóteses já listadas na Lei 8666/93 e algumas específicas para esses dois tipos de empresas. Lei 13303/16 – Art. 28 – § 1º. Esse parágrafo trata das vantagens dadas às microempresas e às empresas de pequeno porte no seu estatuto, Lei Complementar 123. Nela, as empresas de pequeno porte terão vantagem e, em alguns casos, exclusividade em alguns tipos de licitação, principalmente em função do valor e do objeto a ser fornecido. Fonte: MIND AND I/Shutterstock Lei 13303/16 – Art. 28 – § 3º e inciso I. Esse inciso trata do objeto principal da empresa que se enquadra na legislação. Esse objeto pode ser comercializado sem a obrigatoriedade de licitação, proporcionando à empresa a flexibilidade necessária para a sua operacionalização do dia a dia, para que ela alcance o seu objetivo final, que é entregar um produto ou serviço a seu cliente final. Lei 13303/16 – Art. 28 – § 3º e inciso II. Esse artigo garante que a empresa possa firmar parcerias com fornecedores, quando isso representar oportunidades de negócio. Tal questão abre a possibilidade de a empresa pública ou Sociedade de Economia Mista organizar cadeias de suprimentos modernas, como sistemas Just in Time, indispensável para que o custo seja reduzido e essa empresa possa concorrer com os fornecedores particulares em mercados competitivos. Como essas empresas estão agindo como empresas particulares, tendo apenas o Estado como dono ou sócio, é importante que ela tenha flexibilidade em seu trato com os parceiros de negócios. No entanto, como ela ainda está lidando com o patrimônio público, mesmo que tenha renda própria, é necessário que ela siga algumas regras, ou seja, em modo geral, que esteja subordinada à confecção de licitação para suas compras. Lei 13303/16 – Art. 28 – § 4º. Nesse parágrafo, são definidos os casos em que essas empresas podem aproveitar as oportunidades de negócios. É definido, com precisão, o que são oportunidades de negócios para essa lei, garantido que essa abertura não será utilizada para burlar a obrigatoriedade de licitação. COMENTÁRIO O principal ponto de dispensa de licitação constante no artigo 29 é em relação ao valor que se pode deixar de executar os procedimentos de uma licitação. Aqui, são definidos como valor máximo para as obras e serviços de engenharia R$100.000,00, bem superior aos da Lei 8666/93 que são de R$15.000,00. Já para as compras e os serviços em geral, o valor máximo permitido para a dispensa é de R$50.000,00. Em ambos os casos, eles não podem ser parcelas de um serviço ou obra maior, tendo que esse limite se refere ao valor global do serviço, da compra ou obra. Na sequência do artigo 29 da Lei 13303/16, são listadas todas as hipóteses de dispensa de licitação, repetindo, na maioria dos casos, as dispensas constantes na Lei 8666/93. No entanto, a lista aqui dada é bem menor do que a dada na Lei 8666/93, como apresentamos a seguir: Lei 13303/16 Art. 29 – III, IV, V, Vi, VII, VIII, IX, X, XI, XII, XIII, XIV, XV, XVI, XVII e XVIII. Nota-se que a quantidade de dispensa é bem inferior às listadas na Lei 8666/93, tratando diretamente de hipóteses ligadas ao objeto das empresas enquadradas nessa lei. Dessa forma, vale destacar incisos como o XVIII, que trata da compra e venda de ações, elemento necessário, muitas vezes, às empresas que têm seu capital aberto em bolsa, procurando equilibrar o preço das ações ou mesmo fazer um desinvestimento no intuito de valorizar as ações da empresa de alguma forma. Fonte: shutter_o/Shutterstock Outro inciso interessante é o XVII, que trata das doações de móveis para o uso em interesse social, sendo que, aqui, o objetivo da não licitação é que a empresa possa cumprir a sua função social de forma mais livre e direta, escolhendo a qual instituição irá ajudar com a doação de seus bens. Outros incisos trazem diferentes situações em que essas empresas podem dispensar a licitação, não sendo essa uma obrigação, mas uma opção. Já no artigo 30 da Lei 13303/16, são tratados os principais casos de inexigibilidade de execução de licitação. Esses casos listados não são exaustivos, indicando que podem ter casos não listados aqui. Para os casos listados nos incisos desse artigo, a inexigibilidade já está posta e pode ser seguida de forma legal. Isso é uma verdade porque são casos em que a licitação não é viável para o atingimento da concorrência e da escolha da melhor opção para a administração dessas empresas. Os artigos 31 a 62 tratarão dos diversos aspectos da licitação em presas públicas e sociedades de economia mista, tratando de pontos específicos e dando destaque aos aspectos mais importantes. Ela trata de várias questões que devem ser observadas e a forma como elas devem proceder em cada uma. Os artigos 63 a 67 tratarão de procedimentos auxiliares na licitação e versarão das fases internas e de adjudicação do objeto da licitação, construindo todo um arcabouço legal para esses procedimentos. FASES DA LICITAÇÃO A licitação é composta por três fases: a fase interna, a fase de preparação da licitação e a fase externa. A fase externa ainda pode ser dividida em duas partes: a concorrência e a fase da adjudicação do objeto da licitação. Na fase interna, são tomadas as decisões sobre o objeto que será licitado, identificando as necessidades da administração pública e como essa será suprida. É nessa fase que o Referencial Técnico (RT) é desenvolvido. Esse referencial deve conter todas as especificações dos produtos ou serviços que serão licitados. REFERENCIAL TÉCNICO (RT) O Referencial Técnico (RT) é o instrumento que servirá para listar todas as especificações que os produtos ou obras terão. Ele servirá como base para a elaboração da licitação e da minuta do contrato que se seguirá a licitação. Desse modo, ele deve conter todos os aspectos e as características do objeto que será tratado pela licitação. O Referencial Técnico (RT) é como o catálogo de produto para as compras em empresas privadas. Nas empresas privadas, ele deve ser completo e servirá de referência para o setor de compras fazer a cotação e a aquisição dos produtos. Nas empresas, o catálogo é produzido pela engenharia, que disponibiliza para o setor de compras que o usará como guia e referencial para as compras. Já no momento da recepção dos produtos e serviços, o RT terá a mesma função do catálogo para a recepção do almoxarifado, indicando quais padrões de testes e resultados são esperados para que o produto ou serviço seja aprovado como dentro das especificações da compra. javascript:void(0) Fonte: Gorodenkoff/Shutterstock Na área pública, o RT será também o documento utilizado pelo fiscal das obras, designado pelo poder público para essa função, além de outros, como o pré-projeto e o projeto executivo, para a vistoria e aprovação ou desaprovação, dentro das cláusulas exorbitantes, do desenrolar das obras. ATENÇÃO O RT é um instrumento obrigatório na maioria das licitações e pertence à fase interna da licitação, garantindo que, como documento oficial, terá poder de vinculação das demais etapas do processo de licitação. Outros pontos da fase interna são construção da licitação em si e a construção da minuta do contrato que será assinado com o vencedor da licitação. No edital de licitação – primeiro ato externo da licitação –, já deve constar o prazo de adjudicação, que normalmente é de sessenta dias da proclamação do vencedor da licitação. A Lei 8666/93, no artigo 7 e incisos, determina que nenhuma licitação para execução de obras terá seu edital publicado sem que tenha pronta a seguinte sequência de projetos: projeto básico, projeto executivo, execução das obras e serviços.