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Complicações na Gestação: Síndromes Hipertensivas e Diabetes Gestacional Prof.: Daiana B. Lopez Universidade Estácio de Sá Faculdade de Nutrição Disciplina: Nutrição Materno Infantil Síndromes Hipertensivas da Gestação (SHG) Hipertensão Arterial Sistêmica - HAS CLASSIFICAÇÃO EM ADULTOS PA sistólica (mmHg) PA diastólica (mmHg) Normal <120 <80 Pré-hipertensão 120-139 80-89 Hipertensão estágio 1 140-159 90-99 Hipertensão estágio 2 160-179 100-109 Hipertensão estágio 3 >180 >110 Hipertensão isolada >140 <90 Fonte: 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial. Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2016 Pressão arterial superior ou igual a 140/90mmHg presente antes da gravidez ou diagnosticada até 20ª semana gestacional. Obs: Em geral descobre-se na primeira consulta do pré-natal no 1º trimestre que a mulher era hipertensa prévia. Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) crônica pré-gestacional Síndromes Hipertensivas da Gestação (SHG) ◼ Incidência: 10% das gestantes. Origem multifatorial, a HA é um dos sintomas. ◼ É uma das principais causas de internação e de mortalidade materna e perinatal. Maior causa de PREMATURIDADE. ◼ QP: tonturas, cefaléia, anorexia, náuseas, vômitos, distúrbios visuais, edema facial e de mãos ◼ Ocorre ganho súbito de peso (pelo edema) ◼ Fisiopatologia→ explicada por mudança hormonal, estresse oxidativo e má adaptação do sistema imunológico materno. ◼ 5 a 10% das gestantes evoluem para Pré-eclâmpsia (PE) e Eclâmpsia (E) ◼ É uma complicação materna que propicia o baixo peso ao nascer (PN < 2500g), asfixia e morte fetal. ◼ 80 a 90% dos fetos de mães com PE e E sofrem RCIU, aumentando a necessidade de partos cirúrgicos e prematuros, pelo sofrimento fetal e a PE grave está associada com alta taxa de mortalidade perinatal. ◼ O controle dietético do ganho ponderal tem destaque na prevenção das formas mais graves e no tratamento das SHG→ atenção as quantidades de açúcar e sal consumidas pela mãe. Síndrome Hipertensiva da Gravidez (SHG) ◼ Fatores de Risco: ➢ Primigestas (3 a 6x mais risco) ➢ Gestação múltipla (3x mais risco) ➢ Com idade > 40 anos de idade ou < 16 anos ➢ Gestantes obesas e de baixa estatura ➢ Mulheres com HAS prévia OU pré- eclâmpsia (PE) em gravidez prévia ➢ Gestantes portadoras de DM com proteinúria e polidramnia ➢ Gestantes com ganho excessivo de peso ➢ Nefropatia hipertensiva (DRC) ➢ Tabagismo ➢ Raça negra Síndrome Hipertensiva da Gravidez (SHG) ◼ Fatores de Risco relacionados a nutrição: ◼ Baixo consumo proteico ◼ Consumo elevado de lipídeos ◼ Consumo inadequado de alguns micronutrientes, como: ✓ cálcio, sódio, vitaminas antioxidantes A, C e E, vitamina D, tiamina, riboflavina, folato, ômega-3, magnésio e zinco. Síndrome Hipertensiva da Gravidez (SHG) (TANDE et al., 2013; MORRIS et al., 2001). Alterações Uteroplacentárias observadas nas SHG ✓ Redução no fluxo útero placentário → Insuficiência Placentária; ✓ Dificuldade de perfusão placentária → redução do fornecimento de O2 para o feto; ✓ RCIU, hipóxia, sofrimento fetal, prematuridade, menor índice de Apgar, recém nascidos de risco. Resultados desfavoráveis no Feto Baixo peso ao nascer (BPN); Asfixia e morte fetal; Retardo do Crescimento Intra Uterino (RCIU); Maior necessidade de partos cesarianas e prematuros devido ao sofrimento fetal. ◼ Ocorre na presença de 3 sinais e sintomas característicos = TRÍADE DA SHG. ◼ A 2ª metade da gestação (>20 SG) é o período gestacional que apresenta maior risco de sua ocorrência. Síndrome Hipertensiva da Gravidez (SHG) 1) Pressão arterial superior a 140/90mmHg 2) Edema→ Generalizado, com rápida evolução 3) Proteinúria (> 300mg na urina de 24h) PRÉ-ECLÂMPSIA PRÉ-ECLAMPSIA ➢ Se além da tríade a gestante apresentar: ✓ Oligúria (<500ml de urina/dia) ✓ Aumento de creatinina sérica (>1,1mg/dl) e uréia (>40mg/dl) ✓ Oligodramnia na USG Síndrome Hipertensiva da Gravidez (SHG) ATENÇÃO: ➢ Aumento de 1kg/semana ou 3kg/mês é sugestivo de SHG em evolução. ➢ O MS recomenda que ganhos ≥ 0,5kg/semana mesmo sem aumento na PA requerem maior investigação, pois o ganho pode estar associado a edema patológico e maior risco de SHG. Considera-se que a pré-eclampsia é GRAVE. Síndrome Hipertensiva da Gravidez (SHG) ➢ Se a Pré-eclâmpsia (PE) evoluir para convulsões generalizadas em mulheres com qualquer quadro hipertensivo (excluindo epilepsia ou doença convulsiva)→ desenvolvimento de Eclâmpsia (E) durante a gravidez, parto ou até 30 dias de puerpério. Acompanhamento em hospital de referência, pois há necessidade de internação e controle rigoroso de mãe e feto Dependendo do grau de consciência, pode-se necessitar de TNE via cateter, estabilização das condições maternas e interrupção da gestação Síndrome Hipertensiva da Gravidez (SHG) Síndrome HELLP ➢ Agravamento da pré-eclâmpsia: ✓ Hemólise ✓ Aumento de enzimas hepáticas ✓ Plaquetopenia H - Hemolytic anemia EL - Elevated Liver enzymes LP - Low Platelet count Os achados laboratoriais são: ➢ Hemólise caracterizada pela bilirrubina >1,2mg/dl ➢ Alteração de enzimas hepáticas- TGO e TGP > 70 UI ➢ Plaquetopenia < 100.000/mm3 Síndrome Hipertensiva da Gravidez (SHG) Síndrome HELLP ➢ Condição Gravíssima! De 10 a 20% das gestante com diagnóstico de PE evoluem para HELLP ➢ Mortalidade materna – 24% e perinatal – 60% ➢ Pode evoluir para quadros graves de insuficiência cardiorrespiratória. ➢ Tratamento: internação, indução do parto, uso de sulfato de Mg LEMBRANDO... Desenvolvimento da placenta ocorre aumento do volume plasmático (aprox. 50%) Prostaglandinas: ocorre aumento das prostaciclinas e redução do tromboxano Vasodilatação generalizada Fisiopatologia – SHG Síndrome da má adaptação produção de prostaciclina e produção de tromboxano Vasoespasmo, dano endotelial, agregação plaquetária, aumento da PA Aumento do estresse oxidativo (“inflamação”) Hipóxia tecidual e alterações multissistêmicas (cardiovascular, hematológico...) Síndrome Hipertensiva da Gravidez (SHG) COMPLICAÇÕES Cardiovascular HAS grave com risco de acidente vascular Renal IRA e oligúria Hematológica Hemólise, plaquetopenia Neurológico Edema cerebral, AVC, convulsões Placentária Isquemia, trombose, descolamento de placenta Conduta Nutricional na Pré-Eclampsia ◼ ENERGIA → Seguir recomendação de ganho do IOM/2009 Controle do peso (ganho em excesso aumenta o risco de PE) ◼ HIPERPROTÉICA → 2g/Kg/dia (para compensar a proteinúria) ◼ SÓDIO – análise individual: Pré - eclâmpsia leve → Normossódica (até 2400mg de Na ou 6g sal /dia) Pré - eclâmpsia grave ou eclâmpsia (necessidade de internação hospitalar) → Hipossódica (1200mg Na ou 2 a 3g sal/dia) ◼ VITAMINAS: Aporte adequado, com ênfase em vitaminas A, C e E (antioxidantes) ◼ MINERAIS: - Suplementação de Cálcio (carbonato de cálcio 2g/dia) - Ajustar Magnésio e Potássio. ◼ ÔMEGA-3: Recomendar o consumo de alimentos fontes ou suplementar→ EPA menor vasoconstrição, agregação plaquetária e aumento da vasodilatação. Conduta Nutricional na Pré-Eclampsia ORIENTAÇÕES ALIMENTARES: ◼ Preferir frutas, verduras e legumes, cereais integrais, leguminosas, leite e derivados desnatados; ◼ Reduzir as gorduras saturadas e trans; ◼ Preferir óleos vegetais : azeite (sempre que possível), girassol ou linhaça. ◼ Controle de sal e restrição de produtos ultraprocessados. ◼ Duas a três porções de peixe/semana, e acrescentar suplemento Ômega 3 (cápsulas 2g/dia com no mínimo 500mg de EPA). Conduta Nutricional na Pré-Eclampsia Conduta geral nas SHG ✓ Controlar o ganho de peso na gestação e o edema ✓ Controlar e tratar as infecções ✓ Evitar fumar – Cigarro aumenta a PA e reduz a passagem de nutrientes pela placenta. ✓ Dormir pelo menos 8h melhora o controle de fluxo sanguíneo e aumenta a filtração glomerular, favorecendo a excreção do sódio. ✓ Monitorar o crescimento fetal para evitar a RCIU DIABETESMELITUS GESTACIONAL (DMG) Diabetes Gestacional ❖ Diabetes Melitus Gestacional (DMG): ✓ Algum grau de intolerância à glicose com início OU reconhecimento na gestação, podendo ou não persistir após o parto (MS, 2000) ✓ Qualquer severidade de alteração no metabolismo dos carboidratos, tendo como manifestação a hiperglicemia ➢Ocorre na maioria das vezes por incapacidade funcional do organismo em compensar a elevada resistência à insulina que ocorre na gravidez. Panorama Atual ✓ Segundo estudos populacionais realizados nas últimas décadas, a prevalência de DMG varia de 3 a 37,7%, com uma média mundial de 16,2% (variando dependendo da população e critérios de diagnóstico). ✓ Na atualidade, estima-se que 1 em cada 6 nascimentos ocorra em mulheres com alguma forma de hiperglicemia durante a gestação, sendo que 84% desses casos seriam decorrentes do DMG. ✓ O Brasil é o 4º país com maiores taxas de DM na população adulta, com um total de aprox. 14,3 milhões de pessoas de 20 a 79 anos com DM, sendo muitas delas, mulheres em idade fértil. Diabetes Gestacional ❖ De 40 a 60% podem desenvolver DM tipo 2 após o período de 15 a 20 anos (Vitolo, 2008) ❖ Outros autores apontam que cerca de 25% das gestantes com DMG, desenvolverão o DM posteriormente (Accioly, 2012) ❖ Orientar para cuidados futuros. Diabetes Gestacional Fatores de risco: ❑ História familiar de diabetes; ❑ Mãe portadora de DM tipo 2 ou História prévia de DMG em gestação anterior ❑ História de macrossomia (recém-nato com PN > 4,0Kg); ❑ Antecedentes obstétricos insatisfatórios: morte fetal, malformação congênita; ❑ Altura uterina maior que a esperada e polidramnia ( de líq. Aminiótico); ❑ Quanto maior a idade materna maior o risco; ❑ SOP (síndrome do ovário policístico); ❑ Sobrepeso e Obesidade (IMC>25 e acúmulo de gordura abdominal) ❑ Ganho de peso gestacional excessivo; ❑ Baixa estatura (<1,50m) ❑ Síndrome Hipertensiva da Gravidez (SHG). Accioly, Cap.9; Chemin, p. 274 Fisiopatologia do Diabetes Gestacional Lembrando... ❑ Necessidades energéticas na gestação: ➢ Para permitir os ajustes fisiológicos maternos ➢ Permitir dos tecidos maternos (placenta, útero, mamas, reservas para lactação) ➢ Garantir substratos para o desenvolvimento fetal ❑ O feto utiliza preferencialmente a glicose para satisfazer suas necessidades energéticas: ➢ Velocidade de utilização da glicose é muito maior que a do adulto ➢ A glicemia fetal é 10 a 20 mg/dl menor que a glicemia materna contribuindo para transferência facilitada (GLUTs) mãe-filho por diferença de concentração. Fisiopatologia da Diabetes Gestacional ❑ No final do 2º trimestre, os níveis plasmáticos de glicose pós prandial nas gestantes são mais elevados que nas não grávidas. ❑ Progesterona + Cortisol + Prolactina + Horm. Lactogênio Placentário (HPL) = Resistência Periférica tecidual à insulina (RI) ❑ Hiperinsulinemia + RI = Estado Diabetogênico da gestação Hiperglicemia pós-prandial fisiológica que visa suportar o aporte nutricional fetal em crescimento. • Gestante normal: Compensa esse processo pelo aumento da produção de insulina. • Gestante com reserva pancreática limitada: Intolerância à glicose e DMG ❑ O feto começa a produzir insulina a partir da 12ª SG e é dependente de estímulos da glicemia materna ❑ Não há passagem de insulina materna para o feto Hiperglicemia materna transferência de glicose para o feto Hipertrofia das células -pancreática fetal secreção de insulina pelo feto A insulina induz ao aumento dos depósitos de gordura, favorecendo a ocorrência de RN grandes = MACROSSOMIA → cursam com >4kg ao nascer. Diabetes Gestacional Diabetes Gestacional ◼ O Hiperinsulinismo fetal também pode levar à Imaturidade pulmonar pela deficiente produção de surfactante pulmonar e Hipoxemia fetal crônica ◼ Alterações morfológicas na placenta de portadoras de DM levam a insuficiência crônica na oxigenação fetal por apresentar redução de até 40% no fluxo uteroplacentário. ◼ Maior incidência (6 a 7x) de malformações fetais em gestantes DM 1 (dependentes de insulina) – Hipóteses: carga genética; Hiperglicemia materna; alterações metabólicas da DM; doença vascular uteroplacentária Diabetes Gestacional ◼ Existem alguns fatores que favorecem a macrossomia ❑ Gestação normal glicemia materna de jejum tendência à hipoglicemia de jejum (pela maior captação de glicose pelo feto), o que deve ser evitado, pois induz maior secreção de hormônios que irão disponibilizar mais glicose ao feto, por meio do aumento da glicogenólise e da maior resistência periférica à insulina (hiperglicemia e hiperinsulinemia). Simultaneamente há mobilização dos AGL (tecido adiposo) como fonte energética para a mãe, por meio da β-oxidação, em casos extremos pode levar à produção de corpos cetônicos e resultar em cetose. Resumindo a etiopatogenia do DMG: Redução na secreção pancreática de insulina; Alteração dos receptores de insulina: elevação dos hormônios lactogênio placentário humano (HPL), cortisol e estrogênio com aumento da lipólise e gliconeogênese; Elevação da secreção de glucagon (hormônio contrainsulínico) Desequilíbrio dos hormônios contrainsulínicos: liberação de HPL, prolactina, estrogênio e progesterona → menor eficácia da ação da insulina (resistência periférica a insulina – RPI). Diabetes Gestacional Influência do DM sobre a Gestação Repercussões maternas: ➢ Maior incidência de complicações: Distúrbios hipertensivos (25%); Polidramnia (25 a 30%); ITU e pielonefrite; Hipoglicemia; Cetoacidose; Prematuridade; Parto cirúrgico; Risco de desenvolvimento de DM2; Lesões vasculares nos rins e retina e até abortos. Hiperglicemia materna → aumento do suprimento de glicose para o feto → aumenta a secreção de insulina e GH → crescimento fetal acima do esperado. ✓ RN potenciais candidatos à hipoglicemia neonatal, hiperbilirrubinemia, traumas de nascimento, além de possível cesárea e ocorrência de HAS materna. A hiperglicemia durante a gestação também aumenta os riscos de essas crianças desenvolverem obesidade, síndrome metabólica e diabetes na vida futura. Respercussões fetais: Macrossomia Repercussões na infância e na fase adulta para filhos de mães diabéticas Exposição intrauterina à hiperglicemia materna Hiperinsulinismo fetal – aumento das células de gordura fetais Obesidade e resistência à insulina na infância Intolerância à glicose e obesidade na idade adulta Fluxograma de Diagnóstico do DMG Sugere-se que seja feita dosagem de glicemia de jejum em todas as mulheres na primeira consulta de pré-natal. Mulheres sem diagnóstico de DM prévio, mas com glicemia de jejum ≥ 92 mg/dL, devem receber diagnóstico de DMG. Fonte: Diretriz da Sociedade Brasileira de Diabetes (2019) ◼ A glicose plasmática é determinada em jejum, após 1 hora e após 2 horas da ingestão de 75g de glicose. ◼ Pontos de corte adotado atualmente: ❑ Um único valor alterado CONFIRMA o DMG. JEJUM 1h após 2h após ≥ 92mg/dL ≥ 180 mg/dL ≥ 153 mg/dL Teste de Tolerância Oral a glicose (TTOG) OU curva glicêmica Fluxograma de Diagnóstico do DMG Fonte: Diretriz da Sociedade Brasileira de Diabetes (2019) Fonte: Sociedade Brasileira de Diabetes (2022) Diferenças em pontos de corte para diagnóstico laboratorial Rastrear a presença dos sinais e sintomas clássicos: ✓Poliúria, Polidipsia, Polifagia e perda involuntária de peso ✓Outros sintomas que levantam suspeita clínica: Fadiga, fraqueza, letargia, prurido cutâneo e infecções de repetição Exemplo de gestante com TTOG alterado: → Gestante 34 anos, com IMC PG=31 kg/m2 (obesidade) realizou o exame com 27 semanas, confirmando o diagnóstico de diabetes gestacional Exemplo de gestante com TTOG NORMAL: → Gestante 31 anos, com IMC PG=24,5 kg/m2 (eutrofia) realizou o exame com 27 semanas, descartando o diagnóstico de DMG: Exames complementares para avaliação do DMG:❖ Urina (proteinúria, corpos cetônicos, glicosúria) ❖ Proteinúria de 24h ou microalbuminúria Obstetra solicita: ❖ USG obstétrica para averiguação de polidramnia ❖ USG morfológica (entre 16 e 20ª semanas) e tamanho fetal ❖ Ecocardiograma fetal Conduta no DMG ◼ OBJETIVOS: ➢ Manter Normoglicemia, favorecendo o nascimento de concepto a termo, vivo, com peso adequado, com menor risco de distúrbios respiratórios e malformações congênitas ➢ MS recomenda manter adequado controle metabólico por meio da terapia nutricional, atividade física, suspensão do fumo, insulinoterapia em alguns casos ➢ Controle glicêmico da DM: Monitoramento da glicemia de jejum e da glicemia pós-prandial. Terapia Medicamentosa para DMG ➢ Insulina deve ser empregada nos casos em que a terapia nutricional não promove controle glicêmico (prescrito por endocrinologista). ➢ Hipoglicemiantes orais são contra-indicados pois podem apresentar efeito teratogênico e causar hiperbilirrubinemia neonatal. ➢ A Terapia Nutricional deve ser ajustada individualmente para cada caso Para aquelas com diagnóstico de DMG adotam-se os valores de glicemia capilar pré e pós prandial: Glicemia pré-prandial (mg/dl) Glicemia 1h pós- prandial (mg/dl) Glicemia 2h pós- prandial (mg/dl) > 65 e < 95 <140 <120 Fonte: Diretriz da Sociedade Brasileira de Diabetes (2019) Metas para controle do DMG Caso esteja fora da meta reavaliar distribuição de carboidratos por refeição e ajuste de insulina (se já estiver em uso). 1) Proceder a avaliação nutricional ➢ Avaliação dietética ➢ Observar o uso excessivo de produtos dietéticos ➢ Avaliação clínica e bioquímica 2) Seguir os cuidados para gestante adulta não diabética ➢ Vai depender do PPG, do tipo de DM, do tipo e uso de insulina, do período gestacional e da terapia individualizada. 3) Fracionamento correto das refeições Prevenção de episódios de hiper / hipoglicemia com distribuição de carboidratos (não concentrar em um única refeição). Conduta Nutricional para DMG Necessidades Nutricionais no DMG Distribuição de Macronutrientes: ◼ Carboidratos → 40 - 50% do VET (mínimo de 175g) ✓ Fibras 25-35g/dia ◼ Proteínas → 15 -20% do VET ◼ Lipídios → 25 - 35% do VET ✓ Gordura Saturada < 7% do VET ✓ Desestimular a ingestão de gordura trans ✓ ingestão de fontes de ômega 3 (2 a 3 porções de peixes/semana) Necessidades Nutricionais no DMG ◼ Distribuição energética por refeição: ✓ Desjejum - 10-15% ✓ Colação - 5% ✓ Almoço - 20-30% ✓ Merenda - 10-15% ✓ Jantar- 20-30% ✓ Ceia- 5-10% Orientações Nutricionais no DMG ◼ O consumo de álcool está contra-indicado ◼ Consumo moderado de cafeína (menos de 200 mg/dia) ◼ Restrição do consumo de sacarose (< 5g/dia) ◼ Inserir bastante fibra! ◼ Dieta adequada em: potássio, magnésio, zinco e cromo (para controle de glicemia e PA) ◼ Puerpério: Repetir glicemia de jejum e TOTG (curva glicêmica) com 6 semanas de pós parto para verificar se DM permaneceu! POLÊMICA! Adoçantes artificiais ✓ De acordo com a Associação Americana de Diabetes (ADA) e a Food and Drug Administration (FDA), os edulcorantes aprovados podem ser utilizados pela população em geral incluindo as gestantes; ✓ Edulcorantes recomendados → aprovados pelo comitê da ADA (adoçantes e produtos à base de sucralose, aspartame, xilitol e neotame). Atualmente, têm-se discutido o uso da taumatima e eritritol. ✓ Adoçantes artificiais → apenas no DMG. Nos casos de obesidade e pós-bariátrica, a avaliação da necessidade do uso fica a critério do nutricionista em conjunto com a gestante. Edulcorante Efeitos Valor calórico (kcal/g) Ingestão diária máxima (MG/kg/dia) Acessulfame-K OK. É eliminado como ingerido 0 15 Aspartame Não recomendado em grandes quantidades 4 40 Xilitol É eliminado (não metabolizado) 1 Não determinado Sucralose Não aquecer 0 15 Esteviosídio (stevia) Não aprovado pela FDA (sem estudos em humanos) 0 5,5 Sacarina e Ciclamato Permeável à placenta. NÃO recomendados. Efeitos teratogênicos 0 2,5 Sorbitol Eleva excreção de Cálcio (litíase renal) 2,6 Não determinado Adoçantes artificiais Conduta Nutricional no DMG – Atividade Física Início ou continuidade da atividade em gestantes sem complicações obstétricas e clínicas; Exercícios: 3x/semana, pelo menos por 30 min. Sedentárias: iniciar caminhadas regulares e/ou exercícios de baixo impacto; Praticantes de atividade física: devem manter, evitando exercícios de alto impacto. Melhora no controle glicêmico e menos problemas durante o parto; Contraindicada: DHEG, ruptura prematura de membranas, TPP e RCIU. ▪ O recém-nascido deve ser amamentado o mais rápido possível após o parto (dentro de 30 minutos) e, depois, a cada 2 ou 3 horas, até que a amamentação mantenha as concentrações de glicose sanguínea entre as mamadas em pelo menos 40 mg/dL. ▪ Deve-se medir a concentração de glicose sanguínea a cada 2 a 4 horas após o nascimento. ▪ Somente em caso de concentrações de glicose sanguínea < 40 mg/dL ou na presença de sinais clínicos sugestivos de hipoglicemia ou, ainda, se o recém- nascido não conseguir alimentar-se de modo eficaz por via oral, medidas adicionais, como alimentação por sonda ou injeção de glicose intravenosa, devem ser adotadas na maternidade. Orientações no pós-parto imediato Evitar HIPOGLICEMIA NEONATAL Slide 1 Slide 2 Slide 3: Hipertensão Arterial Sistêmica - HAS Slide 4 Slide 5: Síndromes Hipertensivas da Gestação (SHG) Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9: Alterações Uteroplacentárias observadas nas SHG Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16: LEMBRANDO... Desenvolvimento da placenta ocorre aumento do volume plasmático (aprox. 50%) Prostaglandinas: ocorre aumento das prostaciclinas e redução do tromboxano Vasodilatação generalizada Slide 17: Fisiopatologia – SHG Slide 18 Slide 19: Conduta Nutricional na Pré-Eclampsia Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24: Diabetes Gestacional Slide 25: Panorama Atual Slide 26: Diabetes Gestacional Slide 27: Diabetes Gestacional Slide 28: Fisiopatologia do Diabetes Gestacional Slide 29: Fisiopatologia da Diabetes Gestacional Slide 30 Slide 31: Diabetes Gestacional Slide 32: Diabetes Gestacional Slide 33 Slide 34: Diabetes Gestacional Influência do DM sobre a Gestação Slide 35 Slide 36 Slide 37 Slide 38 Slide 39 Slide 40: Diferenças em pontos de corte para diagnóstico laboratorial Slide 41 Slide 42 Slide 43 Slide 44: Conduta no DMG Slide 45: Terapia Medicamentosa para DMG Slide 46: Para aquelas com diagnóstico de DMG adotam-se os valores de glicemia capilar pré e pós prandial: Slide 47 Slide 48: Necessidades Nutricionais no DMG Slide 49: Necessidades Nutricionais no DMG Slide 50: Orientações Nutricionais no DMG Slide 51 Slide 52 Slide 53 Slide 54