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Métodos de estudo em patologia PATOLOGIA • Os métodos de estudo servem para um critério diagnostico e é importante analisar os métodos para que entendamos cada exame. A fisiopatologia é a fisiologia da doença, a doença sempre deixa uma pista do que está ocorrendo. • PATOLOGIA: é o estudo e diagnóstico das doenças através do exame de órgãos, tecidos fluidos corporais e corpos inteiros (autópsias) desde 1091 • Patho + Logos: Estudo das doenças • Fisio + Patologia: Estudo das alterações funcionais -> estudo dos mecanismos das doenças, estudando as alterações morfológicas. • A patologia teve distintas fases que enfocou em estudos diferentes das doenças, desde a fase humoral onde estudava os líquidos corporais até a fase ultracelular que foi para a biologia molecular. • Rudolf Virchow é reconhecido como pai da histopatologia->descreveu que uma célula doente poderia fazer que na sequência a outra célula também ficasse doente, consequentemente a célula seguinte ficaria doente com um tecido doente e um órgão -> uma célula doente começa, portanto, um processo fisiopatológico alterando todo o sistema. • O conhecimento da morfologia de um tecido é importante para saber se está alterado, se tem hipertrofia, se tem edema, processos patológicos que se diferenciam do que é normal. • Alterações bioquímicas: é comunicação, a vivência da célula – temos um biomarcador de doenças • Alterações que conseguimos descrever o que é normal e não, desde seu início até as fichas clínicas EXAMES PATOLOGICOS • Analisa os ASPECTOS MORFOLÓGICOS e ESTRUTURAIS de células, tecidos e órgãos, bem como, de fluidos e secreções, provenientes de indivíduos vivos ou cadáveres. • Os exames são importantes para guiar o diagnostico e o prognóstico de uma doença • O prognostico da doença é quando se faz a mensuração da evolução da doença, como vai evoluir, quanto tempo vai levar -> é a previsão de evolução ou regressão da doença. • Exame citológico: análise microscópica de células e/ou grupamento de células. Por exemplo: câncer precisa de análise citológica do tecido, o Papanicolau se analisa as células do útero • Exame anatomopatológico: macroscópico (estrutura, se tem edema, hipertrofia-> se vê a morfologia do órgão- ex: exame de hipertiroidismo vê o aumento da tiroide) e microscópica (precisa tirar tecido ou célula para avaliar componentes do tecido) • Macroscopia: Estudo morfológico e molecular das alterações dos órgãos, tecidos e/ou células provenientes do cadáver ou do indivíduo vivo. Percebe a olho nu, não precisa de microscópio e nem retirar pedaço do tecido. • Microscopia: Estudo morfológico e molecular das alterações dos órgãos, tecidos e/ou células provenientes do cadáver ou do indivíduo vivo. Estuda o tecido fracionado para ver a composição de forma celular e bioquímica (num tecido conseguimos olhar as proteínas específicas- olha se tem receptores específicos para antígeno por exemplo, envolve alteração de núcleo, célula etc). EXAMES PATOLÓGICOS 1. Necropsia 2. Virtópsia 3. Histopatológico 4. Citopatologia 5. Imuno-histoquímica 6. Biologia Molecular 1. EXAME NECROSCÓPICO/AUTOPSIA • Pós mortem -> averiguação de tudo que pode estar fora do fisiológico. Serve para averiguar a causa real da morte (Identificação da causa mortis), identifica erros diagnósticos (é comum descobrir anomalias que não foram descritas em vida), identificação de crimes e principalmente evolução de doenças fatais, vê se tem alteração toxicológica etc. • Utiliza: quando morte é suspeita, quando não tem causa aparente, foge do esperado, quando tem dúvida de erros • Análise dos órgãos, células circulantes e exame toxicológico- olha alterações renais, hepáticas, cardíacas. Tem um roteiro padrão para averiguar tecidos e órgãos • 3 tipos de autopsia: o Médico-legal: averigua causa da morte o SVO: sistema de verificação de óbito -> quando o hospital não tem lugar próprio para verificar a causa do óbito e então envia para um lugar próprio. o Hospitalar: alguns hospitais têm médico legal para ver a causa da morte 2. VIRTÓPSIA • É como uma autópsia virtual- utiliza ressonância magnética. Consegue avaliar estruturas ósseas que foram comprometidas (por ex: lesões traumáticas, fissuras e fraturas ósseas), a causa de mortis de corpos “antigos”, observa fraturas múltiplas, sofrimento prévio, alterações como espancamento/machucado, alterações de coagulação etc. • Usada também para identificação em múmias 3. EXAME HISTOPATOLÓGICO • Faz análise tecidual para ver se está dentro do esperado, avalia o interior do tecido • Compara padrões • Analise de um tecido 2 TIPOS DE BIOPSIA • BIOPSIA INCISIONAL: pega o centro do tecido que vai ser analisado até a derme aproximadamente e deixa o resto do tecido em seu estado fisiológico normal • BIOPSIA EXCISIONAL: faz excisão completa e tira com uma margem de segurança. o Entre as duas se calcula risco e benefício para fazer incisional e excisional, faz de acordo com os padrões de onde é o tecido, como se comporta. o Por exemplo: Se tem muitas vesículas diversas e pequenas faz excisional, se é muito grande e sólida faz incisional. • Core biopsia: faz biopsia de tecido mais profundo onde precisa de ultrassom integrado (comum em câncer de mama e tiroide- através de agulha fina consegue fazer punção para puxar um pedaço de tecido mais interno) • Fixação tecidual: se tiver erro de processamento tem resultado duvidoso e muda todo o diagnóstico e prognostico. A conservação da amostra logo após a coleta é muito importante!! Existem muitos fatores que servem para fixar e manter o tecido original, por exemplo: se utiliza formol para fixar a amostra no estado original para não mudar prognostico e diagnostico por exemplo (tem retirada do tecido, fixa, desidrata, deixa exposto para fazer marcação de proteínas por exemplo, depois que fixa coloca em blocos de parafina para não oxidar). • A coloração com hematoxilina e eosina separa parte mais ácida da célula e mais básica. Quando faz a coloração se vê violeta marcando núcleo que é a estrutura mais ácida da célula, quando fica mais rosa se cora o citoplasma -> é importante para ver núcleo aumentado-diferenciação celular, que está perdendo parte do citoplasma, colágeno etc. 4. EXAME CITOPATOLÓGICO • Analisa uma célula ou conjunto de células especificas (não analisa a composição do tecido como no histopatológico, analisa apenas as células) . Observa se tem célula normal, se está dividindo, como está seu núcleo, suas estruturas etc. • Georgios Papanicolaou (1883 – 1962) -> Células do canal endocervical (ocorre descamação de células com um padrão específico de câncer) -> Detecção de câncer do colo do útero -> Detecta células anormais que podem desenvolver câncer -> Raspados ou punções Líquidos • Tipos de materiais o Punção aspirativa por agulha fina (ex: mama, tireoide) o Material deve ser fixado (pega células para deixar proteínas a vista) e corado para ser analisado • Cultura de urina-> a urina é estéril, tem número aceitável de bactérias que podem crescer, porém alguns podem ser patogênicos- se faz cultura para ver o crescimento, favorece proliferação e analisa o que tem de diferente. • Teste de escarro: faz coleta e escarro é cultivado em meio específico para que proliferem e se identifique se tem ou não o microrganismo. EXAME IMUNO-HISTOQUÍMICO • Método que associa o emprego de anticorpos para determinar a presença ou ausência de proteínas nas células/ tecidos analisados • Largamente empregado em onco patologia • É uma análise imunológica também, onde se olha uma proteína específica, um marcador específico de interesse, marcador da doença. Por exemplo: no câncer de mamaocorre análise imuno histológica, onde se faz detecção de proteína BCRCA-2. • Na marcação imuno histológica faz marcação de presença ou ausência desse marcador. Existem marcadores de ciclo celular por exemplo, ou de núcleo, de vários componentes, com proteínas específicas. *no câncer de mama tem um tipo específico responsável a estrógeno e quando faz exame imuno-histoquímica analisa se tem receptor para estrogênio- diz a quantidade de células com receptor específico MÉTODOS EM BIOLOGIA MOLECULAR • Consiste em produzir milhões de cópias de um único segmento de DNA • Importante para doenças complexas, autoimune, neurodesenvolvimento etc. • Possibilidade de diagnósticos cada vez mais precoces e mais precisos • Ex: teste farmacogenético feito atualmente para ver metabolismo das enzimas, com pacientes que tem metabolismo diferenciado e não se dá bem com alguns remédios. É uma medicina personalizada • Largamente empregado para identificação de patógenos infecciosos ATIVIDADE PRÁTICA • 1- Paciente feminina 23 anos, foi submetida a uma colonoscopia onde foi observada a seguinte imagem: Resposta: exame histopatológico- biopsia excisional e uma análise histológica para saber como está o tecido e uma imuno histológica para ver se tem alguma alteração imune esperada. Histoquímica para marcadores específicos. • 2-Paciente feminina 45 anos, foi ao consultório após detecção de um nódulo na mama: Resposta: depende do histórico de câncer na família -> se tem histórico faz mamografia+ biopsia -> pode fazer exame histopatológico com core, exame citopatológico com punção biopsia aspirativa • 3-Paciente masculino, 62 anos, com formação hepática sólida medindo mais de 10 cm. Pergunta: Quais métodos podem ser indicados para diagnóstico da alteração acima? Resposta: se tem aumento de massa tem aumento de metabolismo hepático (identificado em hepatohemograma) - se tem massa sólida de 10 cm faz core biopsia para pegar a massa tecidual hepática. Depois faz histoquímico (anticorpo de proteína específica) e imuno patológico para ver marcador de diferenciação celular e marcadores em geral (como hepáticos por exemplo) • 4-Mulher, de 36 anos, com queixa de lesões eritematosas, pruriginosa após uso de bijuteria. Pergunta: Quais métodos podem ser indicados para diagnóstico da alteração acima? Resposta: Não fazer mais uso de bijuteria e caso alergia apareceu depois de um tempo faz teste de alergia (teste de pric) e exame imuno histoquímico.