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Ações e estratégias de conversão com neuromarketing Prof. Me. Cesio Lemos Prof. Me. Cesio Lemos Graduação em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) Mestre em Administração de Empresas pela Faculdade de Administração, Economia e Contabilidade de Ribeirão Preto (USP) Doutorando em Administração de Empresas pela Faculdade de Administração, Economia e Contabilidade de Ribeirão Preto (USP) MBA em Marketing com ênfase em Vendas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) Quais as ações e estratégias que usam o neuromarketing como ferramenta? Neuromarketing e Vendas Martin Lindstrom, fala em seu livro “A lógica do consumo” que “o que as pessoas dizem que fazem e o que elas realmente fazem são duas coisas diferentes” Trade-off Mental É como se o nosso cérebro estivesse o tempo inteiro em conflito, em que uma parte diz uma coisa e a outra parte diz outra. Apesar de parecer ser um problema, os cientistas entendem que de fato quem “vence essa guerra” é a parte da emoção, já que a parte da lógica está mais ligada a nossa preocupação em querer dar a resposta que a outra pessoa provocou. Campanhas antitabagismo • No início da década de 2000, para conscientizar a população mundial sobre esses riscos, empresas e organizações governamentais adotaram medidas e fizeram campanhas explícitas como forma de alerta. • Entre as campanhas, destacam-se as estampas nos maços de cigarros de diversas marcas pelo mundo inteiro, com frases de alerta, como “cigarro mata” e imagens reais de pessoas com câncer de pulmão, com feridas abertas em várias partes do corpo, abortos e dentes totalmente em decomposição. Campanhas antitabagismo O problema é que bilhões de dólares foram investidos nessas campanhas e, mesmo assim, mais de 5 bilhões de cigarros foram fumados no mundo inteiro. Ou seja, ao contrário do que se esperava, o número aumentou, fazendo todos se perguntarem: “como alguém continua fumando mesmo vendo tantas imagens horrendas?” • CONCLUSÃO As imagens não surtiram nenhum efeito na inibição do desejo de fumar. Quando analisado cada detalhe da ressonância, os pesquisadores descobriram algo considerado assustador: enquanto os fumantes eram impactados com as fotos e frases que continham nos maços de cigarros, uma parte do cérebro chamada nucleus accumbens acabava sendo estimulada. O nucleus accumbens é uma parte do cérebro conhecido pelo “ponto do desejo”. Coca Cola x Pepsi As pesquisas sobre essas duas marcas já acontecem desde a década de 1970. As pesquisas eram as mais tradicionais possíveis, do tipo: oferecer um copo com Coca-Cola e outro com Pepsi para uma pessoa degustar. Depois, a pessoa dizia qual era o melhor – ficou conhecida como “desafio Pepsi”. Na pesquisa do “Desafio Pepsi”, a marca de refrigerante ganhou disparado na frente da Coca-Cola. Muitos ficaram felizes com o resultado, mas existia um “porém”, se a Pepsi era a melhor, por que a Coca-Cola se mantinha na liderança? Coca Cola x Pepsi Teste 1 • Em 2003, os pesquisadores resolveram fazer a mesma pesquisa de décadas atrás, mas usando aparelhos de ressonâncias nas pessoas. Incrivelmente, ao tomar um gole de cada refrigerante as pessoas diziam preferir a Pepsi e os resultados na ressonância confirmavam isso. Pois o putâmen ventral que foi mencionado anteriormente, acabou sendo estimulado. Teste 2 • Para esse teste de neuromarketing, eles deram novamente os refrigerantes para degustação, mas desta vez informaram antes qual era a marca que iriam consumir. Os resultados foram exatamente o contrário da pesquisa anterior: mais de 75% das pessoas disseram que preferiam a Coca-Cola. Isso foi confirmado pelos resultados da ressonância. Os cientistas descobriram que além do putâmen ventral, responsável por ativar quando gostamos de um sabor, houve um grande fluxo sanguíneo na parte do córtex-frontal, parte do cérebro responsável pelo raciocínio, ou seja, existia um conflito entre o emocional e o racional. Coca Cola x Pepsi O conflito entre o emocional e o racional, a parte das emoções acabaram ganhando e elas estavam ligadas à Coca-Cola devido ao seu aroma, cor, história, logo, comerciais e sua relação com a infância dos pesquisados. As duas áreas diferentes do cérebro foram ativadas no momento da degustação. A emoção acabou ganhando da razão e a Coca-Cola era a preferida. Por isso, os profissionais de gestão de marcas acreditam cada vez mais que o caminho é mexer com as emoções e sensações das pessoas para conquistá-las. • Conclusão Amazon • Os cientistas analisaram um grupo de estudantes, oferecendo-lhes cupons de compras no site da Amazon. • Foram oferecidos 2 cupons onde eles teriam que escolher algum deles: o primeiro, de US$15, para quem quisesse receber o cupom naquele momento. Já o segundo, de US$20, para quem esperasse 2 semanas para receber. Ou seja, se fossem menos ansiosos, receberiam um cupom com valor maior. Amazon Diante dos dois cupons, todos os estudantes tiveram forte atividade no córtex pré-frontal lateral, região que gera emoção. Quando se tratava do cupom em que receberiam na mesma hora, eles acabaram tendo um estímulo maior ainda nas áreas límbicas que tem estruturas primitivas responsável pela vida emocional e pela formação da memória. Portanto, mais uma vez, os cientistas descobrem que a emoção sobrepõe a razão ao perceberem que os estudantes tinham maiores chances pela opção imediata, mesmo sabendo que ganhariam menos. • Conclusão Pesquisas aplicadas ao neuromarketing • Pesquisas baseadas no neuromarketing são, de fato, as mais eficazes, porém, caras. • Na maioria das vezes, os participantes tomam atitudes relacionada a emoção, principalmente quando se trata de consumo. • Mudanças no comportamento do consumidor, porém mais importante ainda estar ciente que ao emocionar as pessoas, temos mais chances de estarmos na memória delas. • Uma marca precisa contar histórias de diversas formas e atingir estímulos no cérebro dos clientes. • As pessoas são bombardeadas por propagandas a cada segundo e conseguir ser uma marca lembrada entre tantas é um trabalho de muito investimento, estratégias e criatividade.