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Educação Familiar e Nacional

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MAGALDI, Ana Maria. Educando a família, construindo a nação (anos 1920/30). In: MAGALDI, Ana Maria; ALVES, Cláudia; GONDRA, José G. (orgs). Educação no Brasil: história, cultura e política. Bragança Paulista, SP: Editora da Universidade São Francisco, 2003.
1) Educando a família construindo a nação
· Dentro das discussões sobre educação, a instituição familiar foi vista como um agente importante para o progresso da nação, contudo, ela foi extremamente criticada por educar inadequadamente.
· Assim, existiam projetos educacionais que propunham uma intervenção direta nas famílias para que esta seja educada segundo os princípios modernizantes, científicos e voltados ao progresso da nação brasileira.
· A educação teria um papel fundamental dentro do projeto modernizador do país, em especial quando se refere ao problema do analfabetismo.
· Educação, higiene e psicologia/psicanálise andaram juntas no início do século XX, ambas com vieses moralizantes e civilizatórios.
· Havia a noção de um modelo ideal e único de família. 
2) Lições a família: formas de transmissão e mensagens veiculadas
· A escola foi fundamental para a educação voltada para a família.
· Havia a criação de meio para proporcionar o diálogo entre pais e professores, de modo que as famílias entravam em contato com as metodologias pedagógicas utilizadas.
· Armanda Álvaro Alberto:
· Uma educadora importante no movimento escolanosvista.
· Mães, vizinhança e escola atuariam em conjunto para a educação dos jovens, disseminando na comunidade os hábitos e comportamentos validados pela ciência. 
· Propunha diversas maneiras diferentes para a interação entre escola e família.
· Cecília Meirelles:
· Esteve alinhada às concepções educadoras escolanovistas, e atuou significativamente enquanto jornalista, por meio da Página da Educação.
· Defendia que a imprensa tinha um papel na formação do povo, e utilizava da sua Página como um meio de conscientizar seu público acerca do tema da educação.
· Valorizava muito a infância e suas peculiaridades, o que a levou a criticar a falta de compreensão dos pais acerca desse momento da vida.
· Destacava o papel da mãe para a educação no âmbito doméstico, mas também chamava a atenção dos pais para essa tarefa.
· Júlio Pires Porto Carrero:
· Psiquiatra que defendia a tese de que a sociedade era como um corpo, que tinha doenças, de modo que era necessária uma intervenção preventiva nos âmbitos privados.
· A linha seguida por ele, utilizava a eugenia como referencial no qual pautaria suas iniciativas de higienização da sociedade.
· Era necessária uma constante vigilância para detectar doenças/distúrbios físicos ou mentais desde cedo, para que eles pudessem ser corrigidos.
3) Lições de civilização a família e a sociedade
· Pontos em comum dos três profissionais citados:
· Pensamento de que as famílias, embora sejam essenciais para a formação dos jovens, eram incapazes de o fazer corretamente.
· Imprescindibilidade da educação ser baseada em preceitos científicos, além da defesa de que os especialistas seriam mais adequados a estipular como deveria ocorrer a instrução dos jovens nas escolas e na esfera doméstica.
· As mães eram o público alvo das intervenções e propostas educativas para a família.
· Defesa da disponibilização dos conhecimentos ao maior número de pais.
· A educação tem uma função civilizadora, voltada para o aperfeiçoamento social, para a manutenção da ordem social
· A ideia de educação se misturava com a de civilização.