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MÓDULO II AGENTES QUÍMICOS Prof. Dr. Walter dos Reis Pedreira Filho1 Pesquisador Titular da Fundacentro - SP Profª. MSc. Fernanda Anraki Vieira2 Perita Judicial do TRT3 - MG e TRT8 – PA 1 Ǫuímico Industrial. Mestre e Doutor em Ǫuímica Analítica. 2 Eng. Ǫuímica e Seg. do Trabalho. Mestra em Trabalho, Saúde e Ambiente. 3 Riscos químicos são os riscos originados pela exposição ocupacional a agentes químicos. Agentes químicos são substâncias químicas que estão presentes no ambiente, puros, em misturas ou como impurezas, que podem causar dano à saúde. O número de substâncias químicas existentes é desconhecido, sendo que muitas outras são descobertas a cada dia. CLASSIFICAÇÃO Os agentes químicos podem ser classificados conforme suas propriedades físicas: – Aerodispersóide (ou aerossol): reunião de partículas sólidas e/ou líquidas suspensas em um meio gasoso por tempo suficiente para permitir sua observação ou medição. Estão incluídas nessa categoria as partículas menores que 100µm; – Poeira: toda partícula sólida, de qualquer tamanho, natureza ou origem, formada por ruptura de um material sólido, suspenso ou capaz de se manter suspensa no ar. Geralmente possuem formas irregulares e são maiores que 0,5µm; – Fibra: longo e fino filamento de determinado material. Entende-se por fibra respirável aquela com diâmetro inferior a 3µm, comprimento maior que 5µm, e relação entre comprimento e diâmetro igual ou superior a 3:1; – Fumo: aerodispersóide gerado termicamente, constituído por partículas sólidas formadas por condensação de vapores, geralmente após volatilização de substância fundida, frequentemente acompanhada de reação química, tal como oxidação. – Névoa: partículas líquidas geradas por desagregação de líquido. – Neblina: partículas líquidas geradas por condensação de vapor que retorna ao estado líquido; – Gás: substância que nas condições normais de pressão e temperatura está no estado gasoso; – Vapor: estado gasoso de uma substância que é liquida ou sólida nas condições normais de pressão e temperatura. Quando se tratar de partículas para as quais ainda não há dados suficientes para demonstrar efeitos à saúde, ou seja, que não possuem limite de tolerância, as mesmas são definidas como “Partículas não especificadas de outra maneira” (PNOS). Dentre suas propriedades cabe citar: são insolúveis ou fracamente solúveis em água ou nos fluidos aquosos dos pulmões; não são citotóxicas, genotóxicas ou quimicamente reativas com o tecido pulmonar; não emitem radiação ionizante; causam imunossensibilização ou outros efeitos tóxicos que não a inflamação ou deposição excessiva (BRASIL, 2009). Ainda, os agentes químicos podem ser classificados conforme suas propriedades químicas. Por exemplo: orgânicos ou inorgânicos; explosivos; inflamáveis; tóxicos; de maior ou menor risco, entre outras propriedades. Tais propriedades e mais informações podem ser encontradas nas Fichas com Dados de Segurança – FDS. AGENTES QUÍMICOS 4 As principais vias de introdução de agentes químicos no organismo são: – Via respiratória: o sistema respiratório permite a troca de gases entre o ambiente externo e o sistema circulatório, ou seja, retira o oxigênio do ar e leva para o sangue, liberando o dióxido de carbono (e outros resíduos gasosos) do sangue de volta para o ar (HIRST, 2010). – Via dérmica: a pele é formada pela epiderme, que é a camada mais externa da pele, e pela derme, que é formada pelo tecido conjuntivo em que se encontram os vasos sanguíneos, nervos, folículos pilosos, glândulas sebáceas e sudoríparas, mostrados na Figura 3. Os folículos pilosos, glândulas sebáceas e sudoríparas permitem o contato direto com o meio externo (RUPPENTHAL, 2013). VIAS DE EXPOSIÇÃO Os fatores mais importantes com relação à toxicidade da exposição a um agente químico são: a via de exposição, a duração e a frequência da exposição. Ainda, a intensidade da exposição deve ser considerada, que depende, entre outros fatores, da concentração do agente tóxico no ambiente de trabalho, do tipo e intensidade da atividade exercida, da duração diária da exposição ao longo da vida profissional, da frequência da exposição pelo trabalhador e das condições ambientais (temperatura, umidade e ventilação) (BRASIL, 2012). Tratando-se de partículas, a retenção nas vias aéreas superiores está relacionada ao tamanho (diâmetro), sua solubilidade em água, condensação e temperatura. Quanto maior a partícula, menor a penetração nas regiões profundas do trato respiratório. Já nos casos de agentes gasosos, a absorção varia conforme a solubilidade e o gradiente de pressão entre o ar alveolar e o sangue. O agente tóxico pode se dissolver ou se combinar com elementos do sangue (RUPPENTHAL, 2013). A exposição a agentes químicos pode causar a irritação e inflamação do trato respiratório. Os efeitos podem ser agudos ou crônicos, sendo que os efeitos crônicos da exposição prolongada contemplam a bronquite crônica e danos permanentes aos pulmões. Ainda, reações alérgicas a substâncias químicas podem causar asma ocupacional. Os sintomas incluem insuficiência respiratória grave assim como chiado, tosse e aperto no peito (HIRST, 2010). Já partículas que não foram removidas ou absorvidas nos alvéolos pulmonares, podem ficar retidas e dando origem à pneumoconioses (RUPPENTHAL, 2013). As pneumoconioses podem não produzir quaisquer sintomas por anos. No entanto, com o passar do tempo, os pulmões se tornam menos flexíveis e porosos, comprometendo a capacidade respiratória. Além da insuficiência respiratória, os sintomas incluem tosse e mal estar geral (HIRST, 2010). Diversas substâncias químicas e atividades ocupacionais estão relacionadas ao desenvolvimento de câncer do pulmão e de outras partes do corpo. A Tabela 2 apresenta fatores de risco para o câncer do pulmão e a Tabela 3 apresenta fatores de risco para câncer das cavidades nasais e dos seios paranasais. A absorção pela pele depende das propriedades físico-químicas do agente químico e 5 – Via oral, digestiva ou trato gastrintestinal: um agente tóxico poderá sofrer absorção desde a boca até o reto no trato gastrintestinal (TGI). Poucas substâncias sofrem a absorção na mucosa oral, visto que o tempo de contato é pequeno. Não sendo absorvido na mucosa oral, o agente tóxico poderá sofrer absorção na porção do TGI onde existir a maior quantidade de sua forma não ionizada (lipossolúvel) (RUPPENTHAL, 2013). das propriedades fisiológicas da pele. Algumas substâncias atuam diretamente sobre a pele causando efeitos na epiderme, tais como sensibilização, corrosão e mutações gênicas. Quando os efeitos destes agentes se estendem aos tecidos mais profundos, podem ocorrer efeitos sistêmicos (BRASIL, 2012). Em geral, essa via representa um papel secundário, pois nos ambientes de trabalho pode ocorrer através de mãos ou alimentos contaminados. A absorção por essa via depende de fatores físico químicos do agente absorvido e do próprio organismo (BRASIL, 2012). GHS O Sistema Globalmente Harmonizado para Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos (GHS) é um sistema de padronização que aborda a classificação de produtos químicos por tipos de perigos e propõe elementos de comunicação dos perigos harmonizados, incluindo rótulos e fichas de dados de segurança. Os princípios do GHS foram publicados pela Organização das Nações Unidas (ONU) em um manual chamado Purple Book (DEVINCENTIS, 2017). A adesão dos países ao GHS é voluntária. O Brasil aplicou o GHS na norma ABNT NBR 14725/2009. A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) publicou uma nova versão da NBR 14725, norma técnica que tem como objetivo a padronização de critérios para classificação, descrição e rotulagens de produtos químicos. A FISPQ, agora FDS, classifica e determina todos os critérios para rotulare implementar as medidas de segurança desse tipo de material em todo o território nacional. No geral, todos documentos relacionados à FISPQ deverão ser atualizados, para que o novo nome – Ficha de Segurança ou FDS. Por força de dispositivos da Norma Regulamentadora nº 26 (NR 26), o cumprimento da nova NBR 14725 torna-se obrigatório. 26.2 Classificação, Rotulagem Preventiva e Ficha com Dados de Segurança de Produto Químico 26.2.1 O produto químico utilizado no local de trabalho deve ser classificado quanto aos perigos para a segurança e a saúde dos trabalhadores de acordo com os critérios estabelecidos pelo Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos (GHS), da Organização das Nações Unidas. ... 26.2.2 A rotulagem preventiva do produto químico classificado como perigoso a segurança e saúde dos trabalhadores deve utilizar procedimentos definidos 6 pelo Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos (GHS), da Organização das Nações Unidas. 26.2.2.1 A rotulagem preventiva é um conjunto de elementos com informações escritas, impressas ou gráficas, relativas a um produto químico, que deve ser afixada, impressa ou anexada à embalagem que contém o produto. 26.2.2.2 A rotulagem preventiva deve conter os seguintes elementos: a) identificação e composição do produto químico; b) pictograma(s) de perigo; c) palavra de advertência; d) frase(s) de perigo; e) frase(s) de precaução; f) informações suplementares (BRASIL, 2014). A classificação dos produtos químicos envolve a identificação do(s) perigo(s) da substância ou mistura. Uma categoria de perigo é estabelecida a partir de critérios previamente definidos pelo sistema de classificação. Esta etapa envolve três estágios: 1. identificar as informações relevantes sobre dos perigos das substâncias ou misturas; 2. revisar essas informações para verificar os perigos associados com a substância ou mistura; 3. decidir se a substância ou mistura será classificada como uma substância ou mistura perigosa e o grau de perigo, através da comparação das informações obtidas com critérios de classificação de perigos aceitos (DEVINCENTIS, 2017). Os produtos químicos são classificados quanto: – Perigos físicos, conforme classes (explosivos, gases inflamáveis, aerossóis, gases oxidantes, gases sob pressão, líquidos inflamáveis, sólidos inflamáveis, substâncias e misturas autorreativas, líquidos pirofóricos, sólidos pirofóricos, substâncias e misturas que autoaquecem, substâncias e misturas que em contato com água emitem gases inflamáveis, líquidos oxidantes, sólidos oxidantes, peróxidos orgânicos, corrosivo para metais) e categorias; – Perigos à saúde humana, conforme classes (toxicidade aguda, corrosão/irritação à pele, lesões oculares graves/irritação ocular, sensibilização respiratória, sensibilização à pele, mutagenicidade em células germinativas, carcinogenicidade, toxicidade à reprodução, toxicidade para órgãos- alvo específicos – exposição única, toxicidade para órgãos-alvo específicos – exposição repetida, perigo por aspiração) e categorias; – Perigos ao meio ambiente, conforme classes (toxicidade aguda – ambientes aquáticos, toxicidade crônica – ambientes aquáticos, perigoso para a camada de ozônio) e categorias. 7 Após a classificação do produto químico, os perigos são comunicados aos públicos-alvo, geralmente através dos rótulos e as Fichas com Dados de Segurança (FDS). A rotulagem adequada da substância química permite que o público-alvo entenda facilmente os perigos aos quais estão expostos. O GHS utiliza pictogramas (Figura 4), palavras de advertência (“Perigo” ou “Aviso”), frases de perigo e precaução (frases padrão atribuídas a uma classe e categoria de perigo que descreva a natureza do perigo), para a identificação das classes de perigos dos agentes químicos. 3 3 Figura 1: Pictogramas e classes de perigo conforme GHS. Fonte: UNITED NATIONS, 2015. 8 FICHA COM DADOS DE SEGURANÇA (FDS) A Ficha com Dados de Segurança – FDS, é um importante documento para a segurança daqueles que lidam com produtos químicos. O motivo é simples: nela constam todas as informações necessárias para que os riscos daquele produto possam ser atenuados. Por este motivo, este documento deve chegar a todos os trabalhadores que atuam diretamente com agentes químicos. Deve ser entregue juntamente com os respectivos produtos aos quais faz referência. Este documento foi criado para definir todas informações sobre as propriedades de compostos químicos e suas misturas em cada um dos produtos. Foi registrada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), através da Norma Brasileira de número 14725-4. Essa norma foi elaborada no Comitê Brasileiro de Química (ABNT/CB-10), pela Comissão de Estudo de Informações sobre Segurança, Saúde e Meio Ambiente Relacionadas a Produtos Químicos (CE-10:101.05). Podendo ser conhecida popularmente como “instruções de uso”, o principal objetivo da FDS é normatizar os dados relacionados a todos os produtos que contenham algum tipo de química. Dessa forma, o consumidor poderá ter conhecimento sobre todos os riscos envolvendo aquele produto e como tomar as medidas de proteção para sua segurança. Todos os produtos químicos que nós utilizamos no dia a dia envolvem certos tipos de risco. Até mesmo o detergente de lavar louças, a tinta para pintar a parede, o óleo diesel do seu carro. Todos estes produtos possuem uma FDS. O motivo é simples: mesmo sendo produtos tão comuns do nosso cotidiano, uma utilização inadequada pode acarretar em inúmeras doenças. Sem contar no impacto ao meio-ambiente, que também é previsto na ficha. Por isso, é importante se atentar não só quanto ao manuseio dos produtos, como também ao local onde serão guardados, os cuidados de preservação, entre outros. Através da FDS, se tem a oportunidade de saber todas essas informações antes mesmo de escolher qual produto comprar. Possibilitando a atenuação dos riscos e das agressões ao meio ambiente. A ficha contribui para o cumprimento das Normas Regulamentadoras – NR, pois define a maneira mais correta e segura de lidar com os riscos químicos. Elevando, assim, o nível de segurança dos colaboradores que também será acrescido por outras medidas de controle do risco. Por ser um documento cheio de especificidades e com informações restritas, a FDS só pode ser produzida pelo próprio fabricante ou pelo importador do produto químico. Ela pode ser entregue junto ao produto, na embalagem, mas também deve estar disponível no site da companhia responsável. Podemos afirmar que a FDS é o principal canal de comunicação entre o fabricante de um determinado produto ou composto químico e seus consumidores. Está nessa ficha a responsabilidade de atenuar os riscos tanto para o usuário quanto para o meio ambiente. Nos casos de alterações nas informações, um novo documento deve ser gerado e disponibilizado aos consumidores. 9 O QUE DEVE CONSTAR NA FDS? Cada produto tem uma FDS própria, onde as informações variam. No entanto, segundo a ABNT, existem 16 partes essenciais que a ficha deve obrigatoriamente corresponder. – Parte 1 – Identificação: Nesta primeira parte você irá encontrar a identificação específica daquele produto. Como por exemplo, o nome do produto e a recomendação de uso, além do nome da companhia responsável pelo fornecimento. – Parte 2 – Identificação de Perigos: Na segunda seção irá constar todos os perigos que este produto oferece. Como por exemplo, qual a classe de periculosidade, pictogramas, dicas de precaução, advertências, etc. – Parte 3 – Composição e Informações sobre Ingredientes: Nesta terceira parte você irá encontrar quais são os componentesdo produto que contribuem para os níveis de risco que você viu acima. É importante para averiguar casos de alergias a determinadas substâncias, etc. – Parte 4 – Medidas de Primeiros-socorros: Aqui você irá encontrar as principais medidas de primeiros socorros a serem aplicadas em um momento de necessidade. Importante salientar que essas medidas são aplicáveis mesmo que a pessoa não possua nenhum tipo de treinamento para tal. – Parte 5 – Medidas de Combate a Incêndio: Na quinta parte da FDS você irá encontrar as medidas para o controle de incêndios. Como por exemplo, o que fazer e o que não fazer em caso de fogo com aquele determinado produto. Essas medidas devem ser seguidas à risca. – Parte 6 – Medidas de Controle para Derramamento ou Vazamento: Aqui, como o próprio nome já diz, você encontrará as medidas adequadas a serem tomadas nos casos de derramamento ou vazamento do produto. As medidas variam bastante de uma mercadoria para outra, por isso é importante sempre conferir. – Parte 7 – Manuseio e Armazenamento: Como mencionamos anteriormente, não só o manuseio é importante como também o armazenamento. Por isso nesta seção você encontrará as medidas recomendadas para que isto seja feito com segurança. – Parte 8 – Controle de Exposição e Proteção Individual: Nessa parte são estabelecidos os limites de exposição em que os trabalhadores poderão atuar com determinado produto. Além disso, é aqui que você encontrará também quais os EPIs adequados para o manuseio ou contato com o determinado produto químico. – Parte 9 – Propriedades Físicas e Químicas: Na nona parte da FDS você irá encontrar os componentes e propriedades físico-químicas daquele determinado produto. Aqui não entrarão os ingredientes mas, sim, os compostos químicos como um todo. – Parte 10 – Estabilidade e Reatividade: Esta parte é muito importante pois estabelece as possíveis reações que a combinação deste produto com demais podem acarretar. Aqui você irá encontrar a lista de substâncias incompatíveis bem como as condições para evitar reações danosas. – Parte 11 – Informações Toxicológicas: Nesta parte você irá encontrar todas as informações relativas aos níveis tóxicos do produto. Como por exemplo, os motivos das classificações de periculosidade expostos na segunda parte da FDS, além dos sintomas que uma contaminação tóxica podem causar. 10 – Parte 12 – Informações Ecológicas: Aqui você encontrará as principais medidas a serem tomadas para o cuidado com o meio ambiente. Dessa forma, você poderá evitar o impacto ambiental que este produto pode causar ao meio-ambiente. – Parte 13 – Considerações sobre Destinação Final: Esta parte vem para complementar o capítulo anterior, informando as melhores práticas para o descarte do produto e/ou de sua embalagem. Aqui você deve ficar atento, também, quanto às legislações vigentes. – Parte 14 – Informações sobre o Transporte: Aqui você encontrará todas as informações referentes ao processo de transporte daquele produto. Estes dados deverão ser de conhecimento do meio de transporte envolvido, seja aéreo, rodoviário ou marítimo. – Parte 15 – Informações sobre Regulamentações: Nesta seção você encontrará todas as informações sobre as legislações que devem ser seguidas para o preenchimento da FDS. Essas legislações geralmente são impostas por órgãos como Anvisa, Polícia Federal, entre outras entidades parecidas. – Parte 16 – Outras Informações: Nesta última parte da FDS entrarão todas as demais informações. Como por exemplo, explicações de abreviaturas, legendas importantes, referências, etc. Tudo mais que não tiver sido dito, e que for de importância para a segurança daqueles que estarão envolvidos. FICHA DE DADOS DE SEGURANÇA (FDS) Também conhecidas como SDS (Safety Data Sheet), as fichas de dados de segurança são um dos elementos da comunicação de perigos, que fornecem de forma eficiente informações relacionadas com substâncias e misturas químicas, para minimizar os riscos derivados do seu manuseamento, armazenamento e utilização. Este documento destina-se principalmente a utilizadores profissionais ou industriais de produtos químicos, juntamente com a rotulagem que, ao contrário das fichas de dados de segurança (FDS/SDS), também se destina aos consumidores. O objetivo das FDS/SDS é fornecer aos utilizadores de produtos químicos as informações necessárias para ajudar a proteger a saúde dos trabalhadores e o meio ambiente, incluindo instruções específicas para o manuseamento correto da substância ou mistura em questão. Devem permitir identificar a presença de agentes químicos perigosos no local de trabalho e avaliar os possíveis riscos para a saúde e segurança dos trabalhadores derivados da sua utilização. O QUE DEVE CONSTAR NA FDS Na grande maioria dos países do mundo, o formato das fichas de dados de segurança é dividido em 16 secções bem diferenciadas que devem conter todas as informações legalmente exigidas. 11 É preciso ter em consideração todas as peculiaridades de cada um dos países, como: – Os valores de exposição ocupacional (OEL) específicos do país; – Os inventários de substâncias; – Toda a legislação própria do país em matéria de segurança e meio ambiente. No entanto, é necessário atualizar a FDS/SDS de forma obrigatória quando: – São obtidas novas informações que afetam as medidas de gestão de risco. – Surgem novas informações sobre os perigos, como: alterações de classificação, alterações na classificação para o transporte, alteração das propriedades físico-químicas, etc. As FDS/SDS não são iguais em todos os países. Cada país tem sua própria regulamentação nacional, que afeta de diversas formas tanto a configuração da própria ficha de dados de segurança como a classificação do produto. As fichas de dados de segurança (FDS/SDS) devem ser preparadas pelo responsável pela comercialização da substância ou mistura química, seja o fabricante, o distribuidor ou o importador da mesma, e devem ser entregues gratuitamente e juntamente com a primeira entrega de produtos. Embora não seja necessário atualizar as fichas de dados de segurança num determinado período de tempo, é recomendável rever o conteúdo com frequência, a fim de as manter atualizadas. As FDS/SDS devem ser: – Escritas de forma clara e concisa, para que sejam compreensíveis para o utilizador; – Adaptadas à legislação específica do país e redigidas na língua oficial do país onde os produtos são comercializados; – Sem extensão fixa: a dimensão da ficha de dados de segurança deve ser proporcional ao perigo da substância ou da mistura e às informações disponíveis. 13 São especificadas três categorias de limites de exposição (TLVs): – TLV-TWA ou LE-MP: limite de exposição média ponderada pelo tempo; é a concentração média ponderada no tempo, para uma jornada normal de 8 horas diárias e 40 horas semanais. – TLV-STEL: limite de exposição de curta duração; é um limite de exposição média ponderada em 15 minutos, que não deve ser ultrapassado em momento algum da jornada, mesmo que a concentração média ponderada em 8 horas esteja dentro dos limites de exposição média- ponderada. – TLV-C: limite de exposição valor teto; é a concentração que não deve ser excedida em momento algum da jornada de trabalho (ACGIH, 2014). Uma vez constatada a presença de agentes químicos nos ambientes de trabalho, estes precisam ser avaliados para estimativa de riscos oriundos da exposição ocupacional. As avaliações dos agentes químicos podem ser qualitativas, ou seja, a partir da análise das características e propriedades do agente químico, ou quantitativa, para os agentes aos quais os efeitos à saúde dependem da sua concentração no ambiente de trabalho. A Norma Regulamentadora 15 – NR-15, que trata das atividades e operações insalubres, relaciona os agentes químicos que podem causar dano à saúde em seusAnexos 11, 12 e 13, sendo os Anexos 11 e 12 são quantitativos, e o Anexo 13 qualitativo. A Norma Regulamentadora 16 – NR-16, que trata das atividades e operações perigosas, relaciona os agentes químicos explosivos e inflamáveis em seus Anexos 1 e 2 respectivamente, pois são perigos à vida do trabalhador. Outras Normas Regulamentadoras, tais como NR-19, que trata de Explosivos, NR- 20, que trata de Inflamáveis, NR-26, que trata de sinalização de segurança, também servirão de subsídios para a avaliação dos agentes químicos. Caso um agente químico não esteja relacionado na legislação brasileira, não significa que este não deva ser analisado do ponto de vista ocupacional preventivo. Na ausência de referência normativas nacionais, utiliza-se as referências normativas internacionais, como, por exemplo, os limites de exposição da American Conference of Governmental Industrial Higyenists – ACGIH, e recomendações do National Institute for Occupational Safety & Health - NIOSH, American Industrial Hygiene Association - AIHA, etc. A ACGIH é uma associação científica composta por higienistas ocupacionais e outros profissionais de segurança e saúde ocupacional. A cada ano, a ACGIH publica seus Threshold Limit Values – TLVs (limites de exposição) e Biological Exposure Indices – BEIs (índices de exposição biológica), sendo estes valores utilizados como diretrizes para a tomada de decisões relativas às exposições ocupacionais (ACGIH, 2014). Segundo a ACGIH, os limites de exposição (TLVs) referem-se às concentrações das substâncias químicas dispersas no ar e representam condições às quais, acredita-se, que a maioria dos trabalhadores possa estar exposta, repetidamente, dia após dia, durante toda uma vida de trabalho, sem sofrer efeitos adversos à saúde (ACGIH, 2014). AVALIAÇÃO DE AGENTES QUÍMICOS 14 A Figura 2 apresenta parte dos limites de exposição (TLV) da ACGIH: 4 Na primeira coluna, “substância [Nº CAS]”, são listados os agentes químicos que podem causar danos à saúde, com seus respectivos CAS (Chemical Abstract Service). Na segunda coluna, “TWA”, se encontram os limites de exposição média ponderada pelo tempo. Na terceira coluna, “STEL”, estão os limites de exposição de curta duração. As unidades utilizadas são ppm (parte por milhão) ou mg/m³ (miligrama por metro cúbico). Na quarta coluna, “notações”, são apresentadas informações específicas sobre o agente químico em questão. Por exemplo, na Figura 2: – A2: carcinogênico humano suspeito; – A3: carcinogênico animal confirmado com relevância desconhecida; – A4: não classificável como carcinogênico humano; – Pele: exposição por via cutânea, incluindo membranas mucosas e os olhos, significativa; – BEI: o agente químico possui índice de exposição biológica; Entre outros. Na quinta coluna, “peso mol.”, é indicado o peso molecular do agente químico em questão. E a sexta coluna, “base do TLV”, representa o(s) efeito(s) adverso(s) à saúde. São utilizadas siglas, dentre elas: – Irr: irritação; – TRS: trato respiratório superior; – compr: comprometimento; – SNC: sistema nervoso central; – efe: efeitos; Entre outras (ACGIH, 2014). 4 Figura 2: Parte dos limites de exposição (TLV) da ACGIH. Fonte: ACGIH, 2014. 15 AGENTES QUÍMICOS QUANTITATIVOS - ANEXOS 11 E 12 DA NR-15 O Anexo 11 da NR-15 trata dos agentes químicos cuja insalubridade é caracterizada por limite de tolerância e inspeção no local de trabalho. Deve-se verificar se existem nos processos de trabalho os agentes listados na Tabela 1 do Anexo 11 da NR-15. Agentes que devem ser manuseados com uso de EPI para proteção da pele. Limites de tolerância para exposição respiratória para até 48 horas semanais. Os limites de tolerância para exposição respiratória não podem ser ultrapassados em momento algum da jornada, senão caracteriza condição de risco grave e iminente. “Asfixiantes Simples” determinam que nos ambientes de trabalho, em presença des- tas substâncias, a concentração mínima de oxigênio deverá ser 18 (dezoito) por cento em volume, senão caracteriza condição de risco grave e iminente. Sugere-se que os procedimentos operacionais envolvendo o manuseio dos agentes químicos listados na Tabela 1 do Anexo 11 da NR-15, contemplem, no mínimo: – Uso de EPI para a proteção da pele no manuseio dos agentes assinalados na coluna “absorção também p/pele”; – Uso de EPI para a proteção respiratória no manuseio dos agentes assinalados na coluna “valor teto”; – Obrigatoriedade de manuseio de substâncias voláteis em capela. O Anexo 12 da NR-15 trata dos limites de tolerância para poeiras minerais, mais especificamente asbesto, manganês e sílica. A avaliação ambiental quantitativa deve ser realizada em conformidade com a Norma Regulamentadora 9 - NR-9, Avaliação e Controle das Exposições Ocupacionais a Agentes Físicos, Químicos e Biológicos, Norma Regulamentadora 15, NR-15, Atividades e Operações Insalubres e Normas de Higiene Ocupacional - NHO (Fundacentro) do Ministério do Trabalho, e procedimentos técnicos de análise pertinentes. 16 Referentes ao local de trabalho, deve-se buscar: – Descrição física do local (ambiente aberto, fechado, área, pé direito, ventilação natural ou artificial, existência de equipamentos de proteção coletiva, etc.) – Dados climáticos (temperatura ambiente, umidade relativa do ar, direção e velocidade dos ventos, etc.); – Se existe interferência de áreas vizinhas. – Com relação ao processo produtivo, deve-se buscar: – Descrição do processo produtivo; – Relação dos equipamentos que processam agentes químicos e sua localização no processo; – Relação das possíveis fontes de emissão e geração de agentes químicos; – Informações relativas aos agentes químicos (propriedades físico-químicas, parâmetros relativos à segurança, parâmetros de saúde e higiene ocupacional, etc.), geralmente obtidas através das Fichas com Dados de Segurança – FDS; – Quantidade de agentes químicos processados (matérias-primas, insumos, produtos, etc.). – Parâmetros de operação (temperatura, pressão, etc.) Com relação aos trabalhadores, deve-se buscar: – Duração da jornada e regime de trabalho; – Descrição das funções, procedimentos e atividades que envolvam trabalhadores, com respectivos locais, frequências e tempos de execução; – Levantamento do número de trabalhadores expostos, possíveis grupos homogêneos de exposição e trabalhadores com maior risco de exposição, se houver; – Identificação das zonas de trabalho, posição ou distâncias dos trabalhadores em relação às fontes dos agentes químicos; – Dados indicativos de possíveis danos à saúde originados pela exposição a agentes químicos. AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DE AGENTES QUÍMICOS A avaliação quantitativa de riscos químicos contempla o conjunto de ações necessárias para a caracterização de um ambiente de trabalho ou da exposição ocupacional a determinado agente químico. São etapas da avaliação quantitativa: 1) Reconhecimento ou caracterização básica: A etapa de reconhecimento ou caracterização básica consiste no levantamento inicial de dados relativos ao que se deseja avaliar. Contempla a visita ao local de trabalho, observação dos processos e atividades envolvidas e a participação dos trabalhadores. Deve-se reunir os resultados de medições já realizadas, sejam elas amostras pessoais, estacionárias, nas fontes de emissão, situações de emergência, ou o que houver de interesse para a análise. 17 A estratégia a ser adotada deve considerar: a) A capacidade de coleta do dispositivo coletor (volume máximo de ar admitido pelo método analítico). b) O tempo necessário para realizar cada medição com o instrumento de leitura direta. c) O tipo de valor de referência para ambientes de trabalho (VRAT) que está sendo avaliado (média ponderadano tempo para 08h; curta duração - 15 min; ou valor teto). d) O objetivo da avaliação (ex.: conhecer o perfil da exposição; verificar a eficiência de medidas de controle adotadas, etc.). 2) Avaliação qualitativa e priorizações: A avaliação qualitativa precede a quantitativa e busca constituir e priorizar a seleção das medidas de controle para as situações identificadas como de risco para a saúde, em especial as de risco grave e iminente. Ainda, serve para auxiliar na determinação dos agentes químicos e situações que serão submetidos à avaliação quantitativa. 3) Estratégia de avaliação quantitativa: A estratégia de avaliação quantitativa é o planejamento das amostragens e das medições. Nela se definem os métodos de coleta e medições, a duração da amostragem e medição, o número mínimo de medições, a escolha dos períodos e momentos para a realização das coletas e das medições e a realização do diagnóstico inicial. Como é inviável monitorar as condições de trabalho diariamente, é necessário realizar um número mínimo de medições cujos resultados sejam representativos da exposição avaliada. Para a American Industrial Hygiene Association (AIHA), uma estimativa válida do perfil de exposição é obtida a partir de seis a dez resultados. A partir daí, no Brasil, o número mínimo de resultados (n) necessários para o julgamento da exposição ou da contaminação dos ambientes de trabalho é de seis (n ≥ 6). A amostra ou coleta pessoal é uma amostra de ar coletada com o equipamento posicionado na zona respiratória do trabalhador (Figura 1). O resultado obtido representa uma estimativa da exposição via inalação. Nos casos onde o trabalhador se movimenta nos locais de trabalho, os resultados podem não refletir a contaminação do local. A amostra ou coleta estacionária é realizada em um ponto fixo do local avaliado. O dispositivo geralmente é posicionado à altura média da zona respiratória, a 1,60m do chão. A amostra ou medição pessoal pode ser considerada estacionária quando o trabalhador permanece parado no ponto de medição, durante todo o período de coleta. A amostra ou medição estacionária é a mais apropriada para avaliar as condições ambientais. Os pontos de coleta de amostras ou medições estacionárias devem ser determinados considerando o número e localização das fontes do agente químico, direção dos ventos, zonas ou locais de trabalho e arranjo físico do local. 18 As amostras podem ser classificadas em amostra única, amostras consecutivas, amostras consecutivas em período parcial e amostras aleatórias, conforme sua duração (Figura 3). O Quadro 1 resume algumas das características de cada tipo de amostra. 5 5 Figura 3: Quadro de referência dos tipos de medições de exposição que poderiam ser tomadas para um padrão de exposição média de 08 horas. Fonte: NIOSH, 1977. 19 Quadro 1: Características das amostras. Amostra Características Única - Menor custo; - Menos incômodo para o trabalhador; - Não registra variações de concentração; - Pode saturar o amostrador. Consecutiva - Úteis em casos com atividades variadas; - Permite avaliar variações de concentração; - Reduz o risco de saturação do amostrador; - Maior custo; - Mais incômodo para o trabalhador. Período parcial - Pode ser única ou consecutiva; - Deve registrar, no mínimo, 70% do período de avaliação; - Deve-se atentar à representatividade da amostra. Aleatória - Utilizada para avaliações de exposições de curta duração; - Deve ser realizada na pior condição de trabalho; - Pode ser única ou consecutiva de amostras instantâneas. Fonte: Adaptado pela Autora de BRASIL, 2018. Na seleção de quais trabalhadores serão avaliados pode-se utilizar os critérios do Instituto Nacional de Saúde e Segurança Ocupacional (National Institute for Occupational Safety and Health – NIOSH) ou da Associação Americana de Higiene Industrial (American Industrial Hygiene Association – AIHA). O NIOSH propõe que o trabalhador mais exposto ou de maior risco seja avaliado, ainda que dentro de um grupo homogêneo de exposição. Já a AIHA propõe que o grupo de trabalhadores deve ser o mais similar possível, inclusive quanto ao perfil de exposição. Logo, caso sejam identificados trabalhadores de funções ou cargos idênticos, mas visivelmente identificados como mais expostos, os mesmos devem ser separados dos demais. As avaliações iniciais devem contemplar, obrigatoriamente, os locais de trabalho, as situações e os grupos de exposição classificados como críticos. As avaliações devem ser realizadas nos dias de exposição efetiva ou mais críticos. Não existe uma regra para distribuição das amostras no período de avaliação. A distribuição deve ser definida considerando as características do processo analisado (contínuo ou intermitente), características das atividades realizadas (repetitiva ou concentrada em determinado momento), objetivos da avaliação, quantidade de jornadas a serem avaliadas e se há dispersão das concentrações do agente químico ao longo do período. A escolha das jornadas de trabalho a serem avaliadas devem ser aleatórias, sendo excluídos os dias atípicos ou não representativos da condição que se deseja avaliar. 20 4) Equipamentos de medição: Os equipamentos de medição utilizados para a avaliação de riscos químicos são conhecidos por “bombas de amostragem”. Trata-se de um instrumento portátil e leve, que utiliza bateria recarregável, onde se ajusta a vazão definida pelo método analítico. As bombas de amostragem devem ser intrinsecamente seguras e possuir um sistema automático de controle de vazão com capacidade para mantê-la constante, dentro de um intervalo de ±5%, durante o tempo de coleta. 5) Metodologia analítica: A metodologia analítica é composta pelos procedimentos de coleta, medição e análises laboratoriais. Alguns conceitos devem ser esclarecidos para compreensão da metodologia. – Volume amostrado [m³], conforme equação 1: V = Q x T (Eq.1) Sendo Q a vazão [m³/min] e T o tempo de amostragem [min]. Obs.: Se a vazão Q da bomba for dada em litros por minuto, deve-se proceder a conversão de unidades, através da equação 2. V = (Q x T) (Eq.2) 1.000 – Concentração [mg/m³], conforme equação 3: C = m (Eq.3) V Sendo m a massa da amostra [mg] e V o volume amostrado [m³]. – Concentração ppm, conforme equação 4: 1 ppm = (1 cm³) = (1 cm³) (Eq.4) (1 m³) 1.000.000cm³ – Conversão de unidades mg/m³ para ppm (equação 5) e de ppm para mg/m³ (equação 6): ppm = (24,45 x [mg/m3]) (Eq.5) PM mg = ([ppm]x PM) (Eq.6) m3 24,45 Sendo PM o peso molecular da substância em questão. – Brief & Scala: os limites de tolerância brasileiros são referentes à exposição de 48 horas semanais. Caso sejam utilizados os limites de exposição ocupacional da American Conference of Governmental Industrial Higyenists (ACGIH), baseados na exposição de 40 horas semanais, os mesmos devem ser corrigidos através do fator de redução (FR) Brief & Scala exposto na equação 7. Após determinar FR, o limite de tolerância reduzido será resultado da multiplicação de FR pelo limite da ACGIH. 21 Em posse dos resultados (n ≥ 6) deve-se: – Verificar se um ou mais resultados ultrapassaram os limites de tolerância ou de exposição ocupacional. Se sim, medidas de controle deverão ser tomadas para reduzir as concentrações e posteriormente novas medições deverão ser realizadas (n ≥ 6). – Se não, os resultados deverão ser submetidos ao procedimento estatístico para serem validados. FR= 40 x 168-h (Eq.7) h 128 Sendo h a jornada de trabalho em horas. Ainda, algumas recomendações devem ser seguidas para garantir a qualidade dos dados obtidos, tais como: – Utilizar uma bomba de amostragem devidamentecalibrada para realizar a coleta; – Após a coleta, medir a vazão final da bomba, sendo que amostras realizadas em bombas que apresentem variações nas vazões inicial e final superiores a 5% devem ser descartadas; – Analisar as amostras em laboratórios confiáveis, que possuam equipamentos de análise calibrados e controle de qualidade, etc. Comumente são utilizadas as metodologias analíticas de organismos e instituições internacionais de renome como, NIOSH (EUA), OSHA (EUA), ACGIH (EUA), ASTM (EUA), EPA (EUA), HSE (UK), entre outras. Na dúvida, o laboratório que realizará a análise deve ser consultado. 6) Interpretação de resultados e análise estatística: Comparar os resultados obtidos nas medições com os valores de referência para os ambientes de trabalho pode não ser suficiente para se chegar a uma conclusão confiável. Também é necessário avaliar a probabilidade e a confiança de que os limites estabelecidos não serão ultrapassados em momentos não monitorados. Para isso, é necessário demonstrar a confiabilidade estatística do seu julgamento através da realização de testes de conformidade com os valores de referência. Se os resultados obtidos se situam no, ou abaixo do, nível de ação (metade do limite de exposição ocupacional) e a dispersão é razoavelmente baixa (Desvio Padrão Geométrico – DPG < 2), a análise estatística validará as medições realizadas. As avaliações deverão ser periodicidade revisadas para garantia da manutenção das condições ambientais. Em casos de alterações nos ambientes de trabalho ou nas atividades, deverão ser realizadas imediatamente para caracterização da nova condição estabelecida. As etapas da avaliação quantitativa devem ser minuciosamente executadas e devidamente registradas para que a mesma tenha validade legal e possa retratar efetivamente as condições avaliadas (BRASIL, 2018). 22 AGENTES QUÍMICOS QUALITATIVOS, ANEXO 13 DA NR-15 O Anexo 13 da NR-15 traz a relação das atividades e operações envolvendo agentes químicos, consideradas, insalubres em decorrência de inspeção realizada no local de trabalho. Excluem-se desta relação as atividades ou operações com os agentes químicos constantes dos Anexos 11 e 12. Não há metodologia regulamentada para a avaliação qualitativa de agentes químicos, e essa ausência de objetividade, faz com que ocorram interpretações controversas acerca dos agentes enquadrados no Anexo 13 da NR-15, como, por exemplo, quando se discute acerca dos óleos minerais e dos álcalis cáusticos. A avaliação qualitativa do risco deve ser realizada em conformidade com a Norma Regulamentadora 9 - NR-9, Avaliação e Controle das Exposições Ocupacionais a Agentes Físicos, Químicos e Biológicos, Norma Regulamentadora 15, NR-15, Atividades e Operações Insalubres e Normas de Higiene Ocupacional - NHO (Fundacentro) do Ministério do Trabalho, e procedimentos técnicos de análise pertinentes. Ainda, os Equipamentos de Proteção Individual - EPI devem atender aos requisitos da Norma Regulamentadora 6 - NR-6. AVALIAÇÃO QUALITATIVA DE AGENTES QUÍMICOS O Kit Internacional de Ferramentas de Controle Químico, do inglês International Chemical Control Toolkit (ICCT), foi desenvolvido pela Associação Internacional de Higiene Ocupacional (IOHA), como uma contribuição ao Programa Internacional de Segurança Química (IPCS), que envolve a OIT (Organização Internacional do Trabalho), a OMS (Organização Mundial da Saúde) e o PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) (BRASIL, 2012). A abordagem adotada no ICCT foi desenvolvida para avaliar a exposição ocupacional oriunda do uso de produtos químicos nas formas de líquidos ou pós. Logo, uma das limitações desta ferramenta é a avaliação de outras formas de agentes químicos, por exemplo, gases resultantes de processos ou formados acidentalmente (BRASIL, 2012). A abordagem ICCT é considerada como um instrumento complementar para a prevenção de riscos químicos e deve ser utilizada no contexto de programas abrangentes de prevenção e controle. O ICCT original, em inglês, encontra-se disponível gratuitamente na internet, e o Ministério do Trabalho no Brasil, através da Fundacentro, publicou uma adaptação desta ferramenta com o título: Avaliação Qualitativa de Riscos Químicos, orientações básicas para o controle da exposição a produtos químicos (BRASIL, 2012). Para avaliação qualitativa da exposição dérmica a produtos químicos, a Fundacentro publicou um manual que descreve a estrutura básica de uma abordagem qualitativa para avaliação e gerenciamento do risco decorrente da exposição dérmica ocupacional a produtos químicos perigosos, bem como o passo a passo para utilizá-la nos ambientes de trabalho (BRASIL, 2020). 23 Obedecendo a hierarquia de controle, as medidas de controle devem seguir a ordem: – medidas que eliminam ou reduzam a utilização ou a formação de agentes prejudiciais à saúde; – medidas que previnam a liberação ou disseminação desses agentes no ambiente de trabalho; – medidas que reduzam os níveis ou a concentração desses agentes no ambiente de trabalho; – medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho; – utilização de Equipamento de Proteção Individual – EPI. O uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) deve ser considerado quando: – as medidas de controle necessárias estão sendo implementadas; – outras medidas de controle já foram adotadas, mas as mesmas não foram suficientes para controlar a exposição; – a exposição é ocasional e de curta duração, sendo impraticável a implantação de medidas de controle permanentes (por exemplo, em trabalhos de manutenção, de emergência, fuga e resgate). Baseou-se na ferramenta internacionalmente conhecida como RiskOfDerm, resultante do projeto “Risk assessment for occupational dermal exposure to chemicals”, com o qual colaboraram cientistas de quinze instituições de pesquisa de dez países europeus. As etapas de desenvolvimento do referido projeto encontram-se disponibilizadas em artigos científicos e relatórios e foram agrupadas sob a forma de um manual (BRASIL, 2020). MEDIDAS DE CONTROLE PARA AGENTES QUÍMICOS Logo, medidas de controle de engenharia, tais como substituição de substâncias por outras menos tóxicas, mudanças ou alterações do processo, enclausuramento da operação, isolamento (no espaço ou no tempo) da operação, uso de sistemas de ventilação e medidas de controles administrativas, como a redução do tempo de exposição, devem ser consideradas prioritariamente ao uso de EPI. A ventilação industrial compreende o processo de retirar ou fornecer ar por meios naturais ou mecânicos de, ou para, um recinto fechado. Pode ter a finalidade de controlar as condições térmicas do referido local, ou no caso da exposição ocupacional a agentes químicos, controlar as concentrações dos agentes químicos a níveis compatíveis com a saúde (abaixo dos valores referência para ambientes de trabalho) e segurança (fora das faixas de inflamabilidade ou explosividade). Os Equipamentos de Proteção Individual - EPI devem atender aos requisitos da Norma Regulamentadora 6 - NR-6. 25 A Constituição Federal de 1988, em vigência, no seu capítulo II, que trata dos direitos sociais, prevê, em seu artigo 7º, dentre os direitos dos trabalhadores urbanos e rurais: “XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei”. Com relação ao adicional de remuneração para atividades perigosas, além da Lei 2.573/55, que criou o adicional de periculosidade para trabalhadores que prestavam serviços em contato permanente com inflamáveis, posteriormente regulamentada pela Portaria MTb 3.214/78, foram publicadas as seguintes leis para garantir o adicional de periculosidade a outras classesexpostas a riscos perigosos: – Lei 5.880/73: Adicional de periculosidade por exposição a explosivos, regulamentada pela Portaria SSMT 2/79; – Lei 7.369/85: Adicional de periculosidade por exposição a eletricidade, regulamentada pelo Decreto 93.412/86. Revogada pela Lei 12.740/12 e atualmente regulamentada pela Portaria MTE 1.078/14; – Portaria 3.393/87: Adicional de periculosidade por exposição a radiações ionizantes. Revogada pela Portaria 496/02, posteriormente revogada e regulamentada pela Portaria GM 518/03; – Lei 11.901/09: Adicional de periculosidade para a profissão de Bombeiro Civil; – Lei 12.740/12: Adicional de periculosidade por exposição a roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial, regulamentada pela Portaria MTE 1.885/13; – Lei 12.997/14: Adicional de periculosidade por atividades executadas com motocicleta, regulamentada pela Portaria MTE 1.565/14. Teve efeitos suspensos pela Portaria MTE 1.930/14, sendo a última revogada pela Portaria MTE 5/15, que manteve a suspensão para os associados da Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas não Alcoólicas (ABIR) e aos confederados da Confederação Nacional das Revendas AMBEV e das Empresas de Logística da Distribuição (VIEIRA, 2018). Tais leis, com exceção da Lei 11.901/09, que trata da profissão de Bombeiro Civil, se encontram regulamentadas na Portaria 3.214/78, na Norma Regulamentadora 16 – NR-16, que assegura ao trabalhador a percepção de adicional de 30% (trinta por cento), incidente sobre o salário-base, isto é, sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participação nos lucros da empresa no exercício de trabalho em condições de periculosidade. PERICULOSIDADE POR AGENTES QUÍMICOS E AGENTES QUÍMICOS CONTROLADOS 26 As tabelas devem ser utilizadas de acordo com os tipos de explosivos armazenados, e assim classificados: a) munições: apresentam risco principal de incêndio, não havendo necessidade do uso de tabelas; Dentre as situações perigosas regulamentadas na NR-16, verifica-se duas condições geradas pela exposição a agentes químicos periculosos, quais sejam, aquelas do Anexo 1, que trata de explosivos, e do Anexo 2, que trata de inflamáveis. ANEXO 1 DA NR-16 - EXPLOSIVOS Explosivos são materiais que quando submetidos a um choque térmico ou mecânico, se decompõem de forma rápida e espontânea produzindo grande quantidade de calor e de gases. Diferenciam-se muito quanto à sensibilidade e potência, podendo ser: mecânicos, atômicos ou químicos (SHREVE & BRINK JR., 1997). Segundo a classificação dos produtos perigosos feita pela Organização das Nações Unidas – ONU, utilizada no transporte de produtos perigosos, os explosivos podem ser divididos nas seguintes classes: – Substância e artigos com risco de explosão em massa. – Substância e artigos com risco de projeção, mas sem risco de explosão em massa. – Substâncias e artigos com risco de fogo e com pequeno risco de explosão ou de projeção, ou ambos, mas sem risco de explosão em massa. – Substância e artigos que não apresentam risco significativo; – Substâncias muito insensíveis, com risco de explosão em massa; – Artigos extremamente insensíveis, sem risco de explosão em massa. A Norma Regulamentadora 19 – NR-19, Explosivos, traz definições e diretrizes de segurança para as atividades que envolvem explosivos. A mesma considera como explosivo, o material ou substância que, quando iniciada, sofre decomposição muito rápida em produtos mais estáveis, com grande liberação de calor e desenvolvimento súbito de pressão (BRASIL, 1978). O Anexo II da NR-19, apresenta tabelas que relacionam as quantidades de explosivos armazenadas e a distância mínima de outras instalações, para as atividades de fabricação de explosivos. As atividades e operações perigosas são as constantes dos anexos que seguem: – Anexo 1: Atividades e Operações Perigosas com Explosivos; – Anexo 2: Atividades e Operações Perigosas com Inflamáveis; – Anexo 3: Atividades e Operações Perigosas com Exposição a Roubos ou Outras Espécies de Violência Física nas Atividades Profissionais de Segurança Pessoal ou Patrimonial; – Anexo 4: Atividades e Operações Perigosas com Energia Elétrica; – Anexo 5: Atividades Perigosas em Motocicleta; – Anexo*1: Atividades e Operações Perigosas com Radiações Ionizantes ou Substâncias Radioativas (BRASIL, 1978). 27 b) pólvoras químicas: queimam produzindo calor intenso, sem estilhaços ou pressões capazes de causar danos sérios, devendo-se aplicar a Tabela 1; c) artifícios pirotécnicos: I. quando apresentam risco de explosão em massa ou de projeção, devem ser armazenados aplicando-se a Tabela 3; II. quando há apenas perigo de fogo, com pequeno risco de explosão, deve aplicar-se a Tabela 4; III. quando não há risco significativo, e que na eventualidade de uma iniciação seus efeitos ficam confinados, predominantemente, à embalagem e não projetam fragmentos de dimensões apreciáveis à grande distância, devem ser armazenados conforme a Tabela 1; d) produtos químicos usados no fabrico de misturas explosivas e fogos de artifício, como nitrato de amônio, dinitrolueno, nitrocelulose úmida, cloratos, percloratos e outros que somente detonam em condições especiais: I. quando apresentam apenas o risco de fogo, devem ser aplicadas as distâncias constantes da Tabela 1; II. quando estiverem armazenados próximos a outros materiais, com os quais podem formar misturas explosivas, as distâncias entre depósitos devem obedecer as constantes da Tabela 3, permanecendo as demais distâncias (habitações, rodovias e ferrovias) as constantes da Tabela 1; e) iniciadores: embora possam explodir de forma simultânea, sua quantidade é pequena e sua arrumação esparsa, devendo ser armazenados conforme a Tabela 2; f) explosivos de ruptura: podem queimar ou explodir, dependendo do material, quantidade e grau de confinamento, devendo ser aplicadas as distâncias constantes da Tabela 3 (BRASIL, 1978). Ainda, a NR-19 menciona que nas atividades de fabricação, utilização, importação, exportação, tráfego e comércio de explosivos, deve-se observar o disposto na legislação específica, em especial ao Regulamento para Fiscalização de Produtos Controlados (R-105) do Exército Brasileiro, aprovado pelo Decreto n.º 3.665, de 20 de novembro de 2000 (BRASIL, 1978). A Norma Regulamentadora 16 – NR-16, Atividades e Operações Perigosas, estabelece que são consideradas atividades ou operações perigosas as executadas com explosivos sujeitos a: a) degradação química ou autocatalítica; b) ação de agentes exteriores, tais como, calor, umidade, faíscas, fogo, fenômenos sísmicos, choque e atritos. Em seu Anexo 1, Atividades e Operações Perigosas com Explosivos, define as atividades e áreas de risco normatizadas para caracterização da periculosidade por exposição a explosivos (BRASIL, 1978). Diz o Anexo I da NR-16 (os quadros 2, 3 e 4 foram omitidos neste material, mas estão disponíveis na norma): 28 3. São consideradas áreas de risco: a) nos locais de armazenagem de pólvoras químicas, artifícios pirotécnicos e produtos químicos usados na fabricação de misturas explosivas ou de fogos de artifício, a área compreendida no Quadro n° 2: QUADRO 2. b) nos locais de armazenagem de explosivos iniciadores, a área compreendida no Quadro nº 3: QUADRO 3. c) nos locais de armazenagem de explosivos de ruptura e pólvoras mecânicas (pólvora negra e pólvora chocolate ou parda), área de operação compreendida no Quadro n° 4: QUADRO 4. d) quando se tratar de depósitos barricados ou entrincheirados, para o efeito da delimitação de área de risco, as distâncias previstas no Quadro n° 4 podem ser reduzidas à metade; e) será obrigatória a existência física de delimitação da área de risco, assim entendido qualquer obstáculo que impeçao ingresso de pessoas não autorizadas. ANEXO 1 - ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS COM EXPLOSIVOS (Redação dada pela Portaria SSMT n.º 2, de 2 de fevereiro de 1979) 1. São consideradas atividades ou operações perigosas as enumeradas no Quadro n° 1, seguinte: QUADRO N.º 1 ATIVIDADES ADICIONAL DE 30% a) no armazenamento de explosivos todos os trabalhadores nessa atividade ou que permaneçam na área de risco. b) no transporte de explosivos todos os trabalhadores nessa atividade c) na operação de escorva dos cartuchos de explosivos todos os trabalhadores nessa atividade d) na operação de carregamento de explosivos todos os trabalhadores nessa atividade e) na detonação todos os trabalhadores nessa atividade f) na verificação de detonações falhadas todos os trabalhadores nessa atividade g) na queima e destruição de explosivos deteriorados todos os trabalhadores nessa atividade h) nas operações de manuseio de explosivos todos os trabalhadores nessa atividade 2. O trabalhador, cuja atividade esteja enquadrada nas hipóteses acima discriminadas, faz jus ao adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário, sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa, sendo-lhe ressalvado o direito de opção por adicional de Insalubridade eventualmente devido. 29 ANEXO 2 DA NR-16 - INFLAMÁVEIS Na classificação dos produtos perigosos feita pela Organização das Nações Unidas – ONU, utilizada no transporte de produtos perigosos, os inflamáveis podem ser classificados como: – Gases inflamáveis: são gases que a 20°C e à pressão normal são inflamáveis quando em mistura de 13% ou menos, em volume, com o ar ou que apresentem faixa de inflamabilidade com o ar de, no mínimo 12%, independente do limite inferior de inflamabilidade. – Líquidos inflamáveis: são líquidos, misturas de líquidos ou líquidos que contenham sólidos em solução ou suspensão, que produzam vapor inflamável a temperaturas de até 60,5°C, em ensaio de vaso fechado, ou até 65,6ºC, em ensaio de vaso aberto, ou ainda os explosivos líquidos insensibilizados dissolvidos ou suspensos em água ou outras substâncias líquidas. – Sólidos inflamáveis: – sólidos inflamáveis, substâncias auto-reagentes e explosivos sólidos insensibilizados: sólidos que, em condições de transporte, sejam facilmente combustíveis, ou que por atrito possam causar fogo ou contribuir para tal; substâncias auto-reagentes que possam sofrer reação fortemente exotérmica; explosivos sólidos insensibilizados que possam explodir se não estiverem suficientemente diluídos. – Substâncias sujeitas à combustão espontânea: substâncias sujeitas a aquecimento espontâneo em condições normais de transporte, ou a aquecimento em contato com o ar, podendo inflamar-se. – Substâncias que, em contato com água, emitem gases inflamáveis: substâncias que por interação com água, podem tornar-se espontaneamente inflamáveis, ou liberar gases inflamáveis em quantidades perigosas. A Norma Regulamentadora 20 – NR-20, Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis, traz definições e diretrizes de segurança para as atividades que envolvem inflamáveis e combustíveis. A mesma considera como líquido inflamável os líquidos que possuem ponto de fulgor ≤ 60 ºC, e gases inflamáveis os gases que inflamam com o ar a 20ºC e a uma pressão padrão de 101,3 kPa (BRASIL, 1978). O Anexo 2 da Norma Regulamentadora 16 - NR-16, Atividades e Operações Perigosas com Inflamáveis, estabelece as atividades e áreas de risco normatizadas para caracterização da periculosidade por exposição a inflamáveis (BRASIL, 1978). Diz o Anexo II da NR-16 (parte do texto foi omitida neste material, mas estão disponíveis na norma): 30 ANEXO 2 - ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS COM INFLAMÁVEIS São consideradas atividades ou operações perigosas, conferindo aos trabalhadores que se dedicam a essas atividades ou operações, bem como aqueles que operam na área de risco adicional de 30 (trinta) por cento, as realizadas: ATIVIDADES ADICIONAL DE 30% a. Na produção, transporte, processamento e armazenamento de gás liquefeito. Na produção, transporte, processamento e armazenamento de gás liquefeito. b. No transporte e armazenagem de inflamáveis líquidos e gasosos liquefeitos e de vasilhames vazios não- desgaseificados ou decantados. Todos os trabalhadores da área de operação. c. Nos postos de reabastecimento de aeronaves. Todos os trabalhadores nessas atividades ou que operam na área de risco. d. Nos locais de carregamento de navios-tanques, vagões-tanques e caminhões-tanques e enchimento de vasilhames, com inflamáveis líquidos ou gasosos liquefeitos. Todos os trabalhadores nessas atividades ou que operam na área de risco. e. Nos locais de descarga de navios-tanques, vagões- tanques e caminhões-tanques com inflamáveis líquidos ou gasosos liquefeitos ou de vasilhames vazios não- desgaseificados ou decantados. Todos os trabalhadores nessas atividades ou que operam na área de risco. f. Nos serviços de operações e manutenção de navios- tanque, vagões-tanques, caminhões-tanques, bombas e vasilhames, com inflamáveis líquidos ou gasosos liquefeitos, ou vazios não-desgaseificados ou decantados. Todos os trabalhadores nessas atividades ou que operam na área de risco. g. Nas operações de desgaseificação, decantação e reparos de vasilhames não-desgaseificados ou decantados. Todos os trabalhadores nessas atividades ou que operam na área de risco. h. Nas operações de testes de aparelhos de consumo do gás e seus equipamentos. Todos os trabalhadores nessas atividades ou que operam na área de risco. 31 i. No transporte de inflamáveis líquidos e gasosos liquefeitos em caminhão-tanque. Motorista e ajudantes. j. No transporte de vasilhames (em caminhões de carga), contendo inflamável líquido, em quantidade total igual ou superior a 200 litros, quando não observado o disposto nos subitens 4.1 e 4.2 deste anexo. (Alterado pela Portaria GM n.º 545, de 10 de julho de 2000) Motorista e ajudantes l. No transporte de vasilhames (em carreta ou caminhão de carga), contendo inflamável gasosos e líquido, em quantidade total igual ou superior a 135 quilos. Motorista e ajudantes. m. Nas operação em postos de serviço e bombas de abastecimento de inflamáveis líquidos. Operador de bomba e trabalhadores que operam na área de risco. 3. São consideradas áreas de risco: ATIVIDADE ÁREA DE RISCO a. Poços de petróleo em produção de gás. Círculo com raio de 30 metros, no mínimo, com centro na boca do poço. b. Unidade de processamento das refinarias. Faixa de 30 metros de largura, no mínimo, contornando a área de operação. c. Outros locais de refinaria onde se realizam operações com inflamáveis em estado de volatilização ou possibilidade de volatilização decorrente de falha ou defeito dos sistemas de segurança e fechamento das válvulas. Faixa de 15 metros de largura, no mínimo, contornando a área de operação. d. Tanques de inflamáveis líquidos Toda a bacia de segurança e. Tanques elevados de inflamáveis gasosos. Círculo com raio de 3 metros com centro nos pontos de vazamento eventual (válvula registros, dispositivos de medição por escapamento, gaxetas). f. Carga e descarga de inflamáveis líquidos contidos em navios, chatas e batelões. Afastamento de 15 metros da beira do cais, durante a operação, com extensão correspondente ao comprimento da embarcação. 32 g. Abastecimento de aeronaves Toda a área de operação. h. Enchimento de vagões –tanques e caminhões –tanques com inflamáveis líquidos. Círculo com raio de 15 metros com centro nas bocas de enchimento dos tanques. i. Enchimento de vagões-tanques e caminhões-tanques inflamáveis gasosos liquefeitos.Círculo com 7,5 metros centro nos pontos de vazamento eventual (válvula e registros). j. Enchimento de vasilhames com inflamáveis gasosos liquefeitos. Círculos com raio de 15 metros com centro nos bicos de enchimentos. l. Enchimento de vasilhames com inflamáveis líquidos, em locais abertos. Círculo com raio de 7,5 metros com centro nos bicos de enchimento. m. Enchimento de vasilhames com inflamáveis líquidos, em recinto fechado. Toda a área interna do recinto. n. Manutenção de viaturas-tanques, bombas e vasilhames que continham inflamável líquido. Local de operação, acrescido de faixa de 7,5 metros de largura em torno dos seus pontos externos. o. Desgaseificação, decantação e reparos de vasilhames não desgaseificados ou decantados, utilizados no transporte de inflamáveis. Local da operação, acrescido de faixa de 7,5 metros de largura em torno dos seus pontos externos. p. Testes em aparelhos de consumo de gás e seus equipamentos. Local da operação, acrescido de faixa de 7,5 metros de largura em torno dos seus pontos extremos. q. Abastecimento de inflamáveis Toda a área de operação, abrangendo, no mínimo, círculo com raio de 7,5 metros com centro no ponto de abastecimento e o círculo com raio de 7,5 metros com centro na bomba de abastecimento da viatura e faixa de 7,5 metros de largura para ambos os lados da máquina. r. Armazenamento de vasilhames que contenham inflamáveis líquidos ou vazios não desgaseificados ou decantados, em locais abertos. Faixa de 3 metros de largura em torno dos seus pontos externos. 33 s. Armazenamento de vasilhames que contenham inflamáveis líquidos ou vazios não desgaseificados, ou decantados, em recinto fechado. Toda a área interna do recinto. t. Carga e descarga de vasilhames contendo inflamáveis líquidos ou vasilhames vazios não desgaseificados ou decantados, transportados pôr navios, chatas ou batelões. Afastamento de 3 metros da beira do cais, durante a operação, com extensão correspondente ao comprimento da embarcação. (Incluído pela Portaria GM n.º 545, de 10 de julho de 2000) 4. Não caracterizam periculosidade, para fins de percepção de adicional: 4.1 - o manuseio, a armazenagem e o transporte de líquidos inflamáveis em embalagens certificadas, simples, compostas ou combinadas, desde que obedecidos os limites consignados no Quadro I abaixo, independentemente do número total de embalagens manuseadas, armazenadas ou transportadas, sempre que obedecidas as Normas Regulamentadoras expedidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego, a Norma NBR 11564/91 e a legislação sobre produtos perigosos relativa aos meios de transporte utilizados; 4.2 - o manuseio, a armazenagem e o transporte de recipientes de até cinco litros, lacrados na fabricação, contendo líquidos inflamáveis, independentemente do número total de recipientes manuseados, armazenados ou transportados, sempre que obedecidas as Normas Regulamentadoras expedidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego e a legislação sobre produtos perigosos relativa aos meios de transporte utilizados. AGENTES QUÍMICOS CONTROLADOS PELA POLÍCIA FEDERAL A Polícia Federal (PF), através da Divisão de Controle e Fiscalização de Produtos Químicos (DCPQ), controla e fiscaliza as atividades de fabricação, produção, armazenamento, transformação, embalagem, compra, venda, comercialização, aquisição, posse, doação, empréstimo, permuta, remessa, transporte, distribuição, importação, exportação, reexportação, cessão, reaproveitamento, reciclagem, transferência e utilização de produtos químicos que direta ou indiretamente possam ser utilizados na elaboração ilícita de substâncias entorpecentes, psicotrópicas ou que determinem dependência física ou psíquica, cumprindo o disposto na Lei no 10.357, de 27 de dezembro de 2001, e suas regulamentações. A Portaria nº 240, de 12 de março de 2019, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, estabelece procedimentos para o controle e a fiscalização de produtos químicos e define os produtos químicos sujeitos a controle pela Polícia Federal. Os produtos químicos se encontram relacionados no Anexo I da referida Portaria. 34 Nos casos das atividades relacionadas nos artigos 57 e 58 da Portaria no 240/2019, desde que atendam cumulativamente as exigências do parágrafo único, não é necessário proceder ao controle exigido pela Polícia Federal. Nestes casos, recomenda-se que seja elaborado um termo de responsabilidade no qual os profissionais técnicos responsáveis informem que as atividades desenvolvidas são exclusivamente as relacionadas nos respectivos artigos, e que, em caso de realização de atividade que não seja isenta de fiscalização, o estabelecimento será comunicado com prazo mínimo de antecedência, para que tome as devidas providências junto à Polícia Federal. Já nos casos em que as atividades não se enquadram como isentas nos artigos 57 e 58 da Portaria 240/2019, os procedimentos de controle da Polícia Federal deverão ser realizados, quais sejam: – Obtenção do Certificado de Registro Cadastral – CRC, Certificado de Licença de Funcionamento – CLF ou Autorização Especial – AE, junto à Polícia Federal (Art. 5º) e renovação dos mesmos nos prazos estabelecidos (Seção III); – Cadastro dos produtos químicos e respectivas atividades, atualizando-os quando ocorrerem mudanças (Arts. 6º e 17o); – Estabelecimento de procedimento de solicitação de compra de produtos químicos controlados; – Identificação/rotulagem adequada dos produtos químicos controlados (Arts. 34º a 37o); – Fornecimento mensal de todas as informações referentes às atividades praticadas com produtos químicos controlados no mês anterior, por meio dos mapas de controle, conforme exigência do Art. 50; – Elaboração dos mapas de controle, que devem ser preenchidos, no mínimo, com as seguintes informações sobre os produtos químicos: • Nomenclatura; • Densidade (d); • Concentração (C); • Forma de entrada (declaração de estoque inicial, compra, recebimento por doação); • Número da nota fiscal (quando a forma de entrada for compra); • Estoque do mês anterior; • Entrada; • Consumo; • Estoque final; – Para a quantificação do produto químico, a unidade de medida deve ser o quilograma (kg) ou o litro (L), utilizando-se três casas decimais, respeitadas as regras de arredondamento; – A unidade de medida registrada nos mapas de controle deve ser a mesma constante da respectiva nota fiscal; – A densidade deve ser expressa em quilograma por litro (kg/L) e a concentração em percentagem massa/massa (% kg/kg), utilizando-se duas casas decimais, quando necessário; – Conforme o Artigo 39º, deverão ser arquivados, pelo prazo de 05 anos, para fins de apresentação à Polícia Federal, mapas de controle, notas fiscais, manifestos e outros documentos fiscais; – Estabelecimento de medidas de segurança relativas ao armazenamento e controle de acesso aos produtos químicos; dentre outras especificadas na legislação. 35 AGENTES QUÍMICOS CONTROLADOS PELO EXÉRCITO O Decreto nº 10.030, de 30 de setembro de 2019, aprova o regulamento de produtos controlados, dispondo sobre os princípios, as classificações, as definições e as normas para a fiscalização de produtos controlados pelo Comando do Exército. “Art. 2º Para fins do disposto neste Regulamento, Produto Controlado pelo Comando do Exército - PCE é aquele que: I - apresenta: a) poder destrutivo; b) propriedade que possa causar danos às pessoas ou ao patrimônio; ou c) indicação de necessidade de restrição de uso por motivo de incolumidade pública; ou II - seja de interesse militar. § 1º Os PCE são classificados quanto: a) ao tipo; b) ao grupo; e c) ao grau de restrição. § 2º As classificações dos PCE quanto ao tipo e ao grupo constam do Anexo II.” A Portaria no 118 – COLOG, de 04 de outubro de2019, dispões sobre a lista de Produtos Controlados pelo Exército e dá outras providências. São de interesse ao presente caso, os agentes químicos relacionados nos tipos EXPLOSIVO e PRODUTO QUÍMICO. Sobre os Produtos Controlados pelo Comando do Exército – PCE, tem-se ainda que: “Art. 6º Compete, ainda, ao Comando do Exército regulamentar, autorizar e fiscalizar o exercício, por pessoas físicas ou jurídicas, das atividades relacionadas com PCE de fabricação, comércio, importação, exportação, utilização, prestação de serviços, colecionamento, tiro desportivo ou caça. Parágrafo único. Ficam excluídas do disposto no caput as competências atribuídas ao Sistema Nacional de Armas - Sinarm, nos termos do disposto no art. 24 da Lei no 10.826, de 2003. Art. 7º É obrigatório o registro de pessoas físicas ou jurídicas junto ao Comando do Exército para o exercício, próprio ou terceirizado, das atividades com PCE, previstas no art. 6o, as quais estarão sujeitas ao seu controle e fiscalização. § 1º Fica dispensado o registro: I - dos agentes públicos que utilizam PCE no exercício da função; II - das pessoas que utilizam PCE eventualmente, conforme regulamentação do Comando do Exército; III - das pessoas físicas que utilizam PCE do tipo arma de pressão ou pirotécnico; 36 – Obtenção do Certificado de Registro (CR), junto ao Exército para atividades de utilização, prestação de serviços (armazenamento) e colecionamento de PCE; – Definição e formalização dos responsáveis técnicos das atividades; – Estabelecimento de procedimentos para aquisição (compra e doação), armazenamento, manuseio e descarte de PCE; – Estabelecimento de procedimento para que o responsável pelo PCE forneça mensalmente ao Serviço de Fiscalização de Produtos Controlados do Exército (SFPC) todas as informações referentes às atividades praticadas com PCE no mês anterior por meio da apresentação dos mapas de controle, conforme exigência do Art. 59 do Regulamento de Produtos Controlados; – Estabelecimento de procedimento para gestão das informações e documentos relativos ao uso de PCE nas dependências do estabelecimento; – Estabelecimento de medidas técnicas de segurança relativas ao armazenamento e controle de acesso aos PCE; dentre outras especificadas na legislação. IV - das pessoas que utilizam PCE como fertilizantes ou seus insumos; V - dos proprietários de veículos automotores blindados; VI - das pessoas jurídicas que exercem atividades de comércio, utilização ou prestação de serviços com PCE do tipo pirotécnico ou de arma de pressão; e VII - das pessoas físicas que utilizam PCE do tipo arma de fogo e munição para a prática de tiro recreativo não desportivo nas instalações de entidades, clubes ou escolas de tiro, sem habitualidade e finalidade desportiva, quando acompanhadas de instrutor de tiro, instrutor de tiro desportivo ou atirador desportivo registrados junto ao Comando do Exército, e a responsabilidade pela prevenção de acidentes ou incidentes recairá sobre as referidas entidades, clubes ou escolas de tiro e seus instrutores. Seção V - Da utilização Art. 37. A utilização de PCE compreende a aplicação, o uso industrial, a demonstração, a exposição, a pesquisa, o emprego na cenografia, o emprego em espetáculos pirotécnicos com fogos de artifício considerados de uso restrito, a apresentação de bacamarteiros, o emprego na segurança pública, o emprego na segurança de patrimônio público, o emprego na segurança privada, o emprego na segurança institucional e outra finalidade considerada excepcional. Parágrafo único. Para os fins do disposto no caput, considera-se: I – aplicação – emprego de PCE que pode resultar em outro produto, controlado ou não; e II – uso industrial – emprego de PCE em processo produtivo com reação física ou química que resulte em outro produto, controlado ou não.” Se constatado o uso de elementos classificados como PCE nos estabelecimentos, deverão ser promovidas as ações para atendimento aos requisitos do Decreto nº 10.030/2019, dentre elas: 37 AGENTES QUÍMICOS CONTROLADOS PELA POLÍCIA CIVIL Cada estabelecimento deve verificar junto à Polícia Civil de seu estado, os requisitos para o uso de agentes químicos controlados. Como exemplo, segue a legislação do Estado de São Paulo, com o Decreto Estadual nº 6.911/1935 e Portaria DPC nº 03/2008, que determina que as empresas que desenvolvem atividades com produtos controlados pela Polícia Civil do Estado de São Paulo, devem obter o respectivo Alvará Anual e Certificado de Vistoria. Ainda, é necessário fazer a entrega trimestral do controle de movimentação dos produtos controlados, junto à Polícia Civil do Estado de São Paulo. A relação dos produtos controlados pela Polícia Civil do Estado de São Paulo está disponível no Comunicado DPC de 09 de agosto de 2003. A Instrução Normativa DPCRD-1, de 15 de março de 2021, dispõe sobre os casos isentos de controle. 38 MATERIAL COMPLEMENTAR DE AGENTES QUÍMICOS Acordo e legislação sobre benzeno. Disponível em: http://arquivosbiblioteca.fundacentro.gov.br/exlibris/aleph/a23_1/apache_ media/8SMNCCDVTV83UYKG6N4QIH3TL6R8TU.pdf Aspectos de prevenção e controle de acidentes de trabalho com agrotóxicos. Disponível em: http://arquivosbiblioteca.fundacentro.gov.br/exlibris/aleph/a23_1/apache_media/ BKT9N57VRCKTLT8F4C2JNLXMDLNEJQ.pdf Avaliação Qualitativa de Riscos Químicos: Orientações Básicas para o Controle da Exposição a Produtos Químicos. Disponível em: http://arquivosbiblioteca.fundacentro.gov.br/exlibris/aleph/a23_1/apache_media/ RX6A85E4MCX8PGSBPA4M84FTSPMQRY.pdf Avaliação Qualitativa de Riscos Químicos: Orientações Básicas para o Controle da Exposição a Produtos Químicos em Fundições. Disponível em: http://arquivosbiblioteca.fundacentro.gov.br/exlibris/aleph/a23_1/apache_media/ X6FFKFF3DPI6JLY3G6275I4IAQ4MVK.pdf Avaliação Qualitativa de Riscos Químicos: Orientações Básicas para o Controle da Exposição a Produtos Químicos em Gráficas. Disponível em: http://arquivosbiblioteca.fundacentro.gov.br/exlibris/aleph/a23_1/apache_media/ U7KRP94LVU738CLR6FM4JCA3J3PYC7.pdf Avaliação Qualitativa de Riscos Químicos: Orientações Básicas para o Controle da Exposição Dérmica a Produtos Químicos. Disponível em: http://arquivosbiblioteca.fundacentro.gov.br/exlibris/aleph/a23_1/apache_media/ ABNNU3GBPRRQGG9DFP9MXBRBAQFE91.pdf Dermatoses ocupacionais. Disponível em: http://arquivosbiblioteca.fundacentro.gov.br/exlibris/aleph/a23_1/apache_media/ L319H9CPJ4XEAB88RAQ1EBJ95AYANA.pdf Guia técnico sobre estratégia de amostragem e interpretação de resultados de avaliações quantitativas de agentes químicos em ambientes de trabalho. Disponível em: http://arquivosbiblioteca.fundacentro.gov.br/exlibris/aleph/a23_1/apache_ media/8ASNR91E5R1LRV6I1P17UQTJG5DE1R.pdf Manual de orientação sobre controle médico ocupacional da exposição a substâncias químicas. Disponível em: http://arquivosbiblioteca.fundacentro.gov.br/exlibris/aleph/a23_1/ apache_media/QLH7B8HET1QGHYRIJH3ADNE4A47XVU.pdf Manual para aplicação do GHS na indústria de fertilizantes. Disponível em: http://arquivosbiblioteca.fundacentro.gov.br/exlibris/aleph/a23_1/apache_media/ KNGRBF7JGPR5DN6V88UV55M1S8J4NS.pdf Manual para interpretação de informações de substâncias químicas. Disponível em: http://arquivosbiblioteca.fundacentro.gov.br/exlibris/aleph/a23_1/apache_media/ GSYJT8JFKB2EYPDJII761HKGI2XEM3.pdf http://arquivosbiblioteca.fundacentro.gov.br/exlibris/aleph/a23_1/apache_ http://arquivosbiblioteca.fundacentro.gov.br/exlibris/aleph/a23_1/apache_media/ http://arquivosbiblioteca.fundacentro.gov.br/exlibris/aleph/a23_1/apache_media/ http://arquivosbiblioteca.fundacentro.gov.br/exlibris/aleph/a23_1/apache_media/ http://arquivosbiblioteca.fundacentro.gov.br/exlibris/aleph/a23_1/apache_media/ http://arquivosbiblioteca.fundacentro.gov.br/exlibris/aleph/a23_1/apache_media/