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Agentes Químicos e Riscos Ocupacionais

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MÓDULO II 
 
AGENTES 
QUÍMICOS 
 
Prof. Dr. Walter dos Reis Pedreira Filho1 
Pesquisador Titular da Fundacentro - SP 
Profª. MSc. Fernanda Anraki Vieira2
 
Perita Judicial do TRT3 - MG e TRT8 – PA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 Ǫuímico Industrial. Mestre e Doutor em Ǫuímica Analítica. 
2 Eng. Ǫuímica e Seg. do Trabalho. Mestra em Trabalho, Saúde e Ambiente. 
 
3 
 
 
 
 
 
 
Riscos químicos são os riscos originados pela exposição ocupacional a agentes químicos. 
Agentes químicos são substâncias químicas que estão presentes no ambiente, puros, em 
misturas ou como impurezas, que podem causar dano à saúde. O número de substâncias químicas 
existentes é desconhecido, sendo que muitas outras são descobertas a cada dia. 
 
CLASSIFICAÇÃO 
 
Os agentes químicos podem ser classificados conforme suas 
propriedades físicas: 
– Aerodispersóide (ou aerossol): reunião de partículas sólidas e/ou líquidas suspensas em um 
meio gasoso por tempo suficiente para permitir sua observação ou medição. Estão incluídas 
nessa categoria as partículas menores que 100µm; 
– Poeira: toda partícula sólida, de qualquer tamanho, natureza ou origem, formada por ruptura 
de um material sólido, suspenso ou capaz de se manter suspensa no ar. Geralmente possuem 
formas irregulares e são maiores que 0,5µm; 
– Fibra: longo e fino filamento de determinado material. Entende-se por fibra respirável aquela 
com diâmetro inferior a 3µm, comprimento maior que 5µm, e relação entre comprimento e 
diâmetro igual ou superior a 3:1; 
– Fumo: aerodispersóide gerado termicamente, constituído por partículas sólidas formadas por 
condensação de vapores, geralmente após volatilização de substância fundida, frequentemente 
acompanhada de reação química, tal como oxidação. 
– Névoa: partículas líquidas geradas por desagregação de líquido. 
– Neblina: partículas líquidas geradas por condensação de vapor que retorna ao estado líquido; 
– Gás: substância que nas condições normais de pressão e temperatura está no estado gasoso; 
– Vapor: estado gasoso de uma substância que é liquida ou sólida nas condições normais de 
pressão e temperatura. 
 
Quando se tratar de partículas para as quais ainda não há dados suficientes para demonstrar 
efeitos à saúde, ou seja, que não possuem limite de tolerância, as mesmas são definidas como 
“Partículas não especificadas de outra maneira” (PNOS). Dentre suas propriedades cabe citar: 
são insolúveis ou fracamente solúveis em água ou nos fluidos aquosos dos pulmões; não são 
citotóxicas, genotóxicas ou quimicamente reativas com o tecido pulmonar; não emitem radiação 
ionizante; causam imunossensibilização ou outros efeitos tóxicos que não a inflamação ou 
deposição excessiva (BRASIL, 2009). 
Ainda, os agentes químicos podem ser classificados conforme suas propriedades químicas. 
Por exemplo: orgânicos ou inorgânicos; explosivos; inflamáveis; tóxicos; de maior ou menor risco, 
entre outras propriedades. Tais propriedades e mais informações podem ser encontradas 
nas Fichas com Dados de Segurança – FDS. 
 
AGENTES QUÍMICOS 
4 
As principais vias de introdução de agentes químicos no organismo são: 
– Via respiratória: o sistema respiratório permite a troca de gases entre o ambiente externo e o 
sistema circulatório, ou seja, retira o oxigênio do ar e leva para o sangue, liberando o dióxido 
de carbono (e outros resíduos gasosos) do sangue de volta para o ar (HIRST, 2010). 
– Via dérmica: a pele é formada pela epiderme, que é a camada mais externa da pele, e pela 
derme, que é formada pelo tecido conjuntivo em que se encontram os vasos sanguíneos, 
nervos, folículos pilosos, glândulas sebáceas e sudoríparas, mostrados na Figura 3. Os folículos 
pilosos, glândulas sebáceas e sudoríparas permitem o contato direto com o meio externo 
(RUPPENTHAL, 2013). 
VIAS DE EXPOSIÇÃO 
 
Os fatores mais importantes com relação à toxicidade da exposição a um agente químico 
são: a via de exposição, a duração e a frequência da exposição. Ainda, a intensidade da exposição 
deve ser considerada, que depende, entre outros fatores, da concentração do agente tóxico no 
ambiente de trabalho, do tipo e intensidade da atividade exercida, da duração diária da exposição 
ao longo da vida profissional, da frequência da exposição pelo trabalhador e das condições 
ambientais (temperatura, umidade e ventilação) (BRASIL, 2012). 
 
Tratando-se de partículas, a retenção nas vias aéreas superiores está relacionada ao 
tamanho (diâmetro), sua solubilidade em água, condensação e temperatura. Quanto maior 
a partícula, menor a penetração nas regiões profundas do trato respiratório. Já nos casos de 
agentes gasosos, a absorção varia conforme a solubilidade e o gradiente de pressão entre o ar 
alveolar e o sangue. O agente tóxico pode se dissolver ou se combinar com elementos do sangue 
(RUPPENTHAL, 2013). 
A exposição a agentes químicos pode causar a irritação e inflamação do trato respiratório. 
Os efeitos podem ser agudos ou crônicos, sendo que os efeitos crônicos da exposição prolongada 
contemplam a bronquite crônica e danos permanentes aos pulmões. Ainda, reações alérgicas 
a substâncias químicas podem causar asma ocupacional. Os sintomas incluem insuficiência 
respiratória grave assim como chiado, tosse e aperto no peito (HIRST, 2010). 
Já partículas que não foram removidas ou absorvidas nos alvéolos pulmonares, podem 
ficar retidas e dando origem à pneumoconioses (RUPPENTHAL, 2013). As pneumoconioses 
podem não produzir quaisquer sintomas por anos. No entanto, com o passar do tempo, os 
pulmões se tornam menos flexíveis e porosos, comprometendo a capacidade respiratória. Além 
da insuficiência respiratória, os sintomas incluem tosse e mal estar geral (HIRST, 2010). 
Diversas substâncias químicas e atividades ocupacionais estão relacionadas ao 
desenvolvimento de câncer do pulmão e de outras partes do corpo. A Tabela 2 apresenta 
fatores de risco para o câncer do pulmão e a Tabela 3 apresenta fatores de risco para câncer das 
cavidades nasais e dos seios paranasais. 
 
A absorção pela pele depende das propriedades físico-químicas do agente químico e 
5 
– Via oral, digestiva ou trato gastrintestinal: um agente tóxico poderá sofrer absorção desde a 
boca até o reto no trato gastrintestinal (TGI). Poucas substâncias sofrem a absorção na mucosa 
oral, visto que o tempo de contato é pequeno. Não sendo absorvido na mucosa oral, o agente 
tóxico poderá sofrer absorção na porção do TGI onde existir a maior quantidade de sua forma 
não ionizada (lipossolúvel) (RUPPENTHAL, 2013). 
das propriedades fisiológicas da pele. Algumas substâncias atuam diretamente sobre a pele 
causando efeitos na epiderme, tais como sensibilização, corrosão e mutações gênicas. Quando 
os efeitos destes agentes se estendem aos tecidos mais profundos, podem ocorrer efeitos 
sistêmicos (BRASIL, 2012). 
 
Em geral, essa via representa um papel secundário, pois nos ambientes de trabalho pode 
ocorrer através de mãos ou alimentos contaminados. A absorção por essa via depende de fatores 
físico químicos do agente absorvido e do próprio organismo (BRASIL, 2012). 
 
GHS 
 
O Sistema Globalmente Harmonizado para Classificação e Rotulagem de Produtos 
Químicos (GHS) é um sistema de padronização que aborda a classificação de produtos químicos 
por tipos de perigos e propõe elementos de comunicação dos perigos harmonizados, incluindo 
rótulos e fichas de dados de segurança. Os princípios do GHS foram publicados pela Organização 
das Nações Unidas (ONU) em um manual chamado Purple Book (DEVINCENTIS, 2017). 
A adesão dos países ao GHS é voluntária. O Brasil aplicou o GHS na norma ABNT NBR 
14725/2009. A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) publicou uma nova versão 
da NBR 14725, norma técnica que tem como objetivo a padronização de critérios para 
classificação, descrição e rotulagens de produtos químicos. A FISPQ, agora FDS, classifica e 
determina todos os critérios para rotulare implementar as medidas de segurança desse tipo 
de material em todo o território nacional. 
No geral, todos documentos relacionados à FISPQ deverão ser atualizados, para que o 
novo nome – Ficha de Segurança ou FDS. 
Por força de dispositivos da Norma Regulamentadora nº 26 (NR 26), o cumprimento da 
nova NBR 14725 torna-se obrigatório. 
 
26.2 Classificação, Rotulagem Preventiva e Ficha com Dados de Segurança de 
Produto Químico 
26.2.1 O produto químico utilizado no local de trabalho deve ser classificado 
quanto aos perigos para a segurança e a saúde dos trabalhadores de acordo 
com os critérios estabelecidos pelo Sistema Globalmente Harmonizado de 
Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos (GHS), da Organização das 
Nações Unidas. 
... 
26.2.2 A rotulagem preventiva do produto químico classificado como perigoso 
a segurança e saúde dos trabalhadores deve utilizar procedimentos definidos 
6 
pelo Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de 
Produtos Químicos (GHS), da Organização das Nações Unidas. 
26.2.2.1 A rotulagem preventiva é um conjunto de elementos com 
informações escritas, impressas ou gráficas, relativas a um produto 
químico, que deve ser afixada, impressa ou anexada à embalagem que 
contém o produto. 
26.2.2.2 A rotulagem preventiva deve conter os seguintes elementos: 
a) identificação e composição do produto químico; 
b) pictograma(s) de perigo; 
c) palavra de advertência; 
d) frase(s) de perigo; 
e) frase(s) de precaução; 
f) informações suplementares (BRASIL, 2014). 
 
A classificação dos produtos químicos envolve a identificação do(s) perigo(s) da substância 
ou mistura. Uma categoria de perigo é estabelecida a partir de critérios previamente definidos 
pelo sistema de classificação. 
 
Esta etapa envolve três estágios: 
1. identificar as informações relevantes sobre dos perigos das substâncias ou 
misturas; 
2. revisar essas informações para verificar os perigos associados com a 
substância ou mistura; 
3. decidir se a substância ou mistura será classificada como uma substância ou 
mistura perigosa e o grau de perigo, através da comparação das informações 
obtidas com critérios de classificação de perigos aceitos (DEVINCENTIS, 2017). 
 
Os produtos químicos são classificados quanto: 
– Perigos físicos, conforme classes (explosivos, gases inflamáveis, aerossóis, gases oxidantes, 
gases sob pressão, líquidos inflamáveis, sólidos inflamáveis, substâncias e misturas 
autorreativas, líquidos pirofóricos, sólidos pirofóricos, substâncias e misturas que autoaquecem, 
substâncias e misturas que em contato com água emitem gases inflamáveis, líquidos oxidantes, 
sólidos oxidantes, peróxidos orgânicos, corrosivo para metais) e categorias; 
– Perigos à saúde humana, conforme classes (toxicidade aguda, corrosão/irritação à pele, lesões 
oculares graves/irritação ocular, sensibilização respiratória, sensibilização à pele, mutagenicidade 
em células germinativas, carcinogenicidade, toxicidade à reprodução, toxicidade para órgãos- 
alvo específicos – exposição única, toxicidade para órgãos-alvo específicos – exposição repetida, 
perigo por aspiração) e categorias; 
– Perigos ao meio ambiente, conforme classes (toxicidade aguda – ambientes aquáticos, 
toxicidade crônica – ambientes aquáticos, perigoso para a camada de ozônio) e categorias. 
7 
Após a classificação do produto químico, os perigos são comunicados aos públicos-alvo, 
geralmente através dos rótulos e as Fichas com Dados de Segurança (FDS). 
A rotulagem adequada da substância química permite que o público-alvo entenda 
facilmente os perigos aos quais estão expostos. O GHS utiliza pictogramas (Figura 4), palavras 
de advertência (“Perigo” ou “Aviso”), frases de perigo e precaução (frases padrão atribuídas a 
uma classe e categoria de perigo que descreva a natureza do perigo), para a identificação das 
classes de perigos dos agentes químicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 Figura 1: Pictogramas e classes de perigo conforme GHS. Fonte: UNITED NATIONS, 2015. 
8 
FICHA COM DADOS DE SEGURANÇA (FDS) 
 
A Ficha com Dados de Segurança – FDS, é um importante documento para a segurança 
daqueles que lidam com produtos químicos. O motivo é simples: nela constam todas as 
informações necessárias para que os riscos daquele produto possam ser atenuados. Por este 
motivo, este documento deve chegar a todos os trabalhadores que atuam diretamente com 
agentes químicos. Deve ser entregue juntamente com os respectivos produtos aos quais faz 
referência. 
Este documento foi criado para definir todas informações sobre as propriedades de 
compostos químicos e suas misturas em cada um dos produtos. Foi registrada pela Associação 
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), através da Norma Brasileira de número 14725-4. Essa 
norma foi elaborada no Comitê Brasileiro de Química (ABNT/CB-10), pela Comissão de Estudo 
de Informações sobre Segurança, Saúde e Meio Ambiente Relacionadas a Produtos Químicos 
(CE-10:101.05). 
Podendo ser conhecida popularmente como “instruções de uso”, o principal objetivo da 
FDS é normatizar os dados relacionados a todos os produtos que contenham algum tipo de 
química. Dessa forma, o consumidor poderá ter conhecimento sobre todos os riscos envolvendo 
aquele produto e como tomar as medidas de proteção para sua segurança. 
Todos os produtos químicos que nós utilizamos no dia a dia envolvem certos tipos de risco. 
Até mesmo o detergente de lavar louças, a tinta para pintar a parede, o óleo diesel do seu carro. 
Todos estes produtos possuem uma FDS. O motivo é simples: mesmo sendo produtos tão 
comuns do nosso cotidiano, uma utilização inadequada pode acarretar em inúmeras doenças. Sem 
contar no impacto ao meio-ambiente, que também é previsto na ficha. Por isso, é importante se 
atentar não só quanto ao manuseio dos produtos, como também ao local onde serão guardados, 
os cuidados de preservação, entre outros. 
Através da FDS, se tem a oportunidade de saber todas essas informações antes mesmo 
de escolher qual produto comprar. Possibilitando a atenuação dos riscos e das agressões ao 
meio ambiente. A ficha contribui para o cumprimento das Normas Regulamentadoras – NR, pois 
define a maneira mais correta e segura de lidar com os riscos químicos. Elevando, assim, o nível 
de segurança dos colaboradores que também será acrescido por outras medidas de controle do 
risco. 
Por ser um documento cheio de especificidades e com informações restritas, a FDS só 
pode ser produzida pelo próprio fabricante ou pelo importador do produto químico. Ela pode 
ser entregue junto ao produto, na embalagem, mas também deve estar disponível no site da 
companhia responsável. Podemos afirmar que a FDS é o principal canal de comunicação entre o 
fabricante de um determinado produto ou composto químico e seus consumidores. Está nessa 
ficha a responsabilidade de atenuar os riscos tanto para o usuário quanto para o meio ambiente. 
Nos casos de alterações nas informações, um novo documento deve ser gerado e disponibilizado 
aos consumidores. 
9 
O QUE DEVE CONSTAR NA FDS? 
 
Cada produto tem uma FDS própria, onde as informações variam. No entanto, segundo a 
ABNT, existem 16 partes essenciais que a ficha deve obrigatoriamente corresponder. 
– Parte 1 – Identificação: Nesta primeira parte você irá encontrar a identificação específica 
daquele produto. Como por exemplo, o nome do produto e a recomendação de uso, além do 
nome da companhia responsável pelo fornecimento. 
– Parte 2 – Identificação de Perigos: Na segunda seção irá constar todos os perigos que este 
produto oferece. Como por exemplo, qual a classe de periculosidade, pictogramas, dicas de 
precaução, advertências, etc. 
– Parte 3 – Composição e Informações sobre Ingredientes: Nesta terceira parte você irá 
encontrar quais são os componentesdo produto que contribuem para os níveis de risco que você 
viu acima. É importante para averiguar casos de alergias a determinadas substâncias, etc. 
– Parte 4 – Medidas de Primeiros-socorros: Aqui você irá encontrar as principais medidas de 
primeiros socorros a serem aplicadas em um momento de necessidade. Importante salientar 
que essas medidas são aplicáveis mesmo que a pessoa não possua nenhum tipo de treinamento 
para tal. 
– Parte 5 – Medidas de Combate a Incêndio: Na quinta parte da FDS você irá encontrar as 
medidas para o controle de incêndios. Como por exemplo, o que fazer e o que não fazer em caso 
de fogo com aquele determinado produto. Essas medidas devem ser seguidas à risca. 
– Parte 6 – Medidas de Controle para Derramamento ou Vazamento: Aqui, como o próprio nome 
já diz, você encontrará as medidas adequadas a serem tomadas nos casos de derramamento ou 
vazamento do produto. As medidas variam bastante de uma mercadoria para outra, por isso é 
importante sempre conferir. 
– Parte 7 – Manuseio e Armazenamento: Como mencionamos anteriormente, não só o manuseio 
é importante como também o armazenamento. Por isso nesta seção você encontrará as medidas 
recomendadas para que isto seja feito com segurança. 
– Parte 8 – Controle de Exposição e Proteção Individual: Nessa parte são estabelecidos os 
limites de exposição em que os trabalhadores poderão atuar com determinado produto. Além 
disso, é aqui que você encontrará também quais os EPIs adequados para o manuseio ou contato 
com o determinado produto químico. 
– Parte 9 – Propriedades Físicas e Químicas: Na nona parte da FDS você irá encontrar os 
componentes e propriedades físico-químicas daquele determinado produto. Aqui não entrarão 
os ingredientes mas, sim, os compostos químicos como um todo. 
– Parte 10 – Estabilidade e Reatividade: Esta parte é muito importante pois estabelece as 
possíveis reações que a combinação deste produto com demais podem acarretar. Aqui você 
irá encontrar a lista de substâncias incompatíveis bem como as condições para evitar reações 
danosas. 
– Parte 11 – Informações Toxicológicas: Nesta parte você irá encontrar todas as informações 
relativas aos níveis tóxicos do produto. Como por exemplo, os motivos das classificações de 
periculosidade expostos na segunda parte da FDS, além dos sintomas que uma contaminação 
tóxica podem causar. 
10 
– Parte 12 – Informações Ecológicas: Aqui você encontrará as principais medidas a serem 
tomadas para o cuidado com o meio ambiente. Dessa forma, você poderá evitar o impacto 
ambiental que este produto pode causar ao meio-ambiente. 
– Parte 13 – Considerações sobre Destinação Final: Esta parte vem para complementar o 
capítulo anterior, informando as melhores práticas para o descarte do produto e/ou de sua 
embalagem. Aqui você deve ficar atento, também, quanto às legislações vigentes. 
– Parte 14 – Informações sobre o Transporte: Aqui você encontrará todas as informações 
referentes ao processo de transporte daquele produto. Estes dados deverão ser de 
conhecimento do meio de transporte envolvido, seja aéreo, rodoviário ou marítimo. 
– Parte 15 – Informações sobre Regulamentações: Nesta seção você encontrará todas as 
informações sobre as legislações que devem ser seguidas para o preenchimento da FDS. 
Essas legislações geralmente são impostas por órgãos como Anvisa, Polícia Federal, entre 
outras entidades parecidas. 
– Parte 16 – Outras Informações: Nesta última parte da FDS entrarão todas as demais 
informações. Como por exemplo, explicações de abreviaturas, legendas importantes, referências, 
etc. Tudo mais que não tiver sido dito, e que for de importância para a segurança daqueles que 
estarão envolvidos. 
 
FICHA DE DADOS DE SEGURANÇA (FDS) 
 
Também conhecidas como SDS (Safety Data Sheet), as fichas de dados de segurança são 
um dos elementos da comunicação de perigos, que fornecem de forma eficiente informações 
relacionadas com substâncias e misturas químicas, para minimizar os riscos derivados do seu 
manuseamento, armazenamento e utilização. Este documento destina-se principalmente a 
utilizadores profissionais ou industriais de produtos químicos, juntamente com a rotulagem que, 
ao contrário das fichas de dados de segurança (FDS/SDS), também se destina aos consumidores. 
 
O objetivo das FDS/SDS é fornecer aos utilizadores de produtos químicos as 
informações necessárias para ajudar a proteger a saúde dos trabalhadores e o meio 
ambiente, incluindo instruções específicas para o manuseamento correto da substância ou 
mistura em questão. Devem permitir identificar a presença de agentes químicos perigosos no 
local de trabalho e avaliar os possíveis riscos para a saúde e segurança dos trabalhadores 
derivados da sua utilização. 
 
O QUE DEVE CONSTAR NA FDS 
 
Na grande maioria dos países do mundo, o formato das fichas de dados de segurança é 
dividido em 16 secções bem diferenciadas que devem conter todas as informações legalmente 
exigidas. 
11 
É preciso ter em consideração todas as peculiaridades de cada um dos 
países, como: 
– Os valores de exposição ocupacional (OEL) específicos do país; 
– Os inventários de substâncias; 
– Toda a legislação própria do país em matéria de segurança e meio ambiente. 
No entanto, é necessário atualizar a FDS/SDS de forma obrigatória 
quando: 
– São obtidas novas informações que afetam as medidas de gestão de risco. 
– Surgem novas informações sobre os perigos, como: alterações de classificação, alterações na 
classificação para o transporte, alteração das propriedades físico-químicas, etc. 
 
As FDS/SDS não são iguais em todos os países. Cada país tem sua própria regulamentação 
nacional, que afeta de diversas formas tanto a configuração da própria ficha de dados de 
segurança como a classificação do produto. 
 
As fichas de dados de segurança (FDS/SDS) devem ser preparadas pelo responsável 
pela comercialização da substância ou mistura química, seja o fabricante, o distribuidor ou o 
importador da mesma, e devem ser entregues gratuitamente e juntamente com a primeira 
entrega de produtos. 
Embora não seja necessário atualizar as fichas de dados de segurança num determinado 
período de tempo, é recomendável rever o conteúdo com frequência, a fim de as manter 
atualizadas. 
 
As FDS/SDS devem ser: 
– Escritas de forma clara e concisa, para que sejam compreensíveis para o utilizador; 
– Adaptadas à legislação específica do país e redigidas na língua oficial do país onde os produtos 
são comercializados; 
– Sem extensão fixa: a dimensão da ficha de dados de segurança deve ser proporcional ao perigo 
da substância ou da mistura e às informações disponíveis. 
 
 
13 
São especificadas três categorias de limites de exposição (TLVs): 
– TLV-TWA ou LE-MP: limite de exposição média ponderada pelo tempo; é a concentração média 
ponderada no tempo, para uma jornada normal de 8 horas diárias e 40 horas semanais. 
– TLV-STEL: limite de exposição de curta duração; é um limite de exposição média ponderada 
em 15 minutos, que não deve ser ultrapassado em momento algum da jornada, mesmo que 
a concentração média ponderada em 8 horas esteja dentro dos limites de exposição média- 
ponderada. 
– TLV-C: limite de exposição valor teto; é a concentração que não deve ser excedida em momento 
algum da jornada de trabalho (ACGIH, 2014). 
 
 
 
 
 
 
Uma vez constatada a presença de agentes químicos nos ambientes de trabalho, estes 
precisam ser avaliados para estimativa de riscos oriundos da exposição ocupacional. As avaliações 
dos agentes químicos podem ser qualitativas, ou seja, a partir da análise das características e 
propriedades do agente químico, ou quantitativa, para os agentes aos quais os efeitos à saúde 
dependem da sua concentração no ambiente de trabalho. 
A Norma Regulamentadora 15 – NR-15, que trata das atividades e operações insalubres, 
relaciona os agentes químicos que podem causar dano à saúde em seusAnexos 11, 12 e 13, 
sendo os Anexos 11 e 12 são quantitativos, e o Anexo 13 qualitativo. A Norma Regulamentadora 
16 – NR-16, que trata das atividades e operações perigosas, relaciona os agentes químicos 
explosivos e inflamáveis em seus Anexos 1 e 2 respectivamente, pois são perigos à vida do 
trabalhador. Outras Normas Regulamentadoras, tais como NR-19, que trata de Explosivos, NR- 
20, que trata de Inflamáveis, NR-26, que trata de sinalização de segurança, também servirão de 
subsídios para a avaliação dos agentes químicos. 
Caso um agente químico não esteja relacionado na legislação brasileira, não significa que 
este não deva ser analisado do ponto de vista ocupacional preventivo. Na ausência de referência 
normativas nacionais, utiliza-se as referências normativas internacionais, como, por exemplo, os 
limites de exposição da American Conference of Governmental Industrial Higyenists – ACGIH, 
e recomendações do National Institute for Occupational Safety & Health - NIOSH, American 
Industrial Hygiene Association - AIHA, etc. 
A ACGIH é uma associação científica composta por higienistas ocupacionais e outros 
profissionais de segurança e saúde ocupacional. A cada ano, a ACGIH publica seus Threshold Limit 
Values – TLVs (limites de exposição) e Biological Exposure Indices – BEIs (índices de exposição 
biológica), sendo estes valores utilizados como diretrizes para a tomada de decisões relativas 
às exposições ocupacionais (ACGIH, 2014). Segundo a ACGIH, os limites de exposição (TLVs) 
referem-se às concentrações das substâncias químicas dispersas no ar e representam condições 
às quais, acredita-se, que a maioria dos trabalhadores possa estar exposta, repetidamente, 
dia após dia, durante toda uma vida de trabalho, sem sofrer efeitos adversos à saúde (ACGIH, 
2014). 
 
 
AVALIAÇÃO DE AGENTES QUÍMICOS 
14 
A Figura 2 apresenta parte dos limites de exposição (TLV) da ACGIH: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
Na primeira coluna, “substância [Nº CAS]”, são listados os agentes químicos que podem 
causar danos à saúde, com seus respectivos CAS (Chemical Abstract Service). Na segunda 
coluna, “TWA”, se encontram os limites de exposição média ponderada pelo tempo. Na terceira 
coluna, “STEL”, estão os limites de exposição de curta duração. As unidades utilizadas são ppm 
(parte por milhão) ou mg/m³ (miligrama por metro cúbico). Na quarta coluna, “notações”, são 
apresentadas informações específicas sobre o agente químico em questão. Por exemplo, na 
Figura 2: 
– A2: carcinogênico humano suspeito; 
– A3: carcinogênico animal confirmado com relevância desconhecida; 
– A4: não classificável como carcinogênico humano; 
– Pele: exposição por via cutânea, incluindo membranas mucosas e os olhos, significativa; 
– BEI: o agente químico possui índice de exposição biológica; 
Entre outros. 
 
Na quinta coluna, “peso mol.”, é indicado o peso molecular do agente químico em questão. 
E a sexta coluna, “base do TLV”, representa o(s) efeito(s) adverso(s) à saúde. São utilizadas 
siglas, dentre elas: 
– Irr: irritação; 
– TRS: trato respiratório superior; 
– compr: comprometimento; 
– SNC: sistema nervoso central; 
– efe: efeitos; 
Entre outras (ACGIH, 2014). 
 
 
4 Figura 2: Parte dos limites de exposição (TLV) da ACGIH. Fonte: ACGIH, 2014. 
15 
AGENTES QUÍMICOS QUANTITATIVOS - ANEXOS 11 E 12 DA NR-15 
 
O Anexo 11 da NR-15 trata dos agentes químicos cuja insalubridade é caracterizada por 
limite de tolerância e inspeção no local de trabalho. Deve-se verificar se existem nos processos 
de trabalho os agentes listados na Tabela 1 do Anexo 11 da NR-15. 
 
Agentes que devem ser manuseados 
com uso de EPI para proteção da pele. 
Limites de tolerância para exposição 
respiratória para até 48 horas semanais. 
 
Os limites de tolerância para exposição 
respiratória não podem ser ultrapassados em 
momento algum da jornada, senão caracteriza 
condição de risco grave e iminente. 
“Asfixiantes Simples” determinam que nos 
ambientes de trabalho, em presença des- 
tas substâncias, a concentração mínima de 
oxigênio deverá ser 18 (dezoito) por cento em 
volume, senão caracteriza condição de risco 
grave e iminente. 
 
Sugere-se que os procedimentos operacionais envolvendo o manuseio dos agentes 
químicos listados na Tabela 1 do Anexo 11 da NR-15, contemplem, no mínimo: 
– Uso de EPI para a proteção da pele no manuseio dos agentes assinalados na coluna “absorção 
também p/pele”; 
– Uso de EPI para a proteção respiratória no manuseio dos agentes assinalados na coluna “valor 
teto”; 
– Obrigatoriedade de manuseio de substâncias voláteis em capela. 
 
O Anexo 12 da NR-15 trata dos limites de tolerância para poeiras minerais, mais 
especificamente asbesto, manganês e sílica. 
A avaliação ambiental quantitativa deve ser realizada em conformidade com a Norma 
Regulamentadora 9 - NR-9, Avaliação e Controle das Exposições Ocupacionais a Agentes 
Físicos, Químicos e Biológicos, Norma Regulamentadora 15, NR-15, Atividades e Operações 
Insalubres e Normas de Higiene Ocupacional - NHO (Fundacentro) do Ministério do Trabalho, e 
procedimentos técnicos de análise pertinentes. 
16 
Referentes ao local de trabalho, deve-se buscar: 
– Descrição física do local (ambiente aberto, fechado, área, pé direito, ventilação natural ou 
artificial, existência de equipamentos de proteção coletiva, etc.) 
– Dados climáticos (temperatura ambiente, umidade relativa do ar, direção e velocidade dos 
ventos, etc.); 
– Se existe interferência de áreas vizinhas. 
– Com relação ao processo produtivo, deve-se buscar: 
– Descrição do processo produtivo; 
– Relação dos equipamentos que processam agentes químicos e sua localização no processo; 
– Relação das possíveis fontes de emissão e geração de agentes químicos; 
– Informações relativas aos agentes químicos (propriedades físico-químicas, parâmetros relativos 
à segurança, parâmetros de saúde e higiene ocupacional, etc.), geralmente obtidas através das 
Fichas com Dados de Segurança – FDS; 
– Quantidade de agentes químicos processados (matérias-primas, insumos, produtos, etc.). 
– Parâmetros de operação (temperatura, pressão, etc.) 
Com relação aos trabalhadores, deve-se buscar: 
– Duração da jornada e regime de trabalho; 
– Descrição das funções, procedimentos e atividades que envolvam trabalhadores, com 
respectivos locais, frequências e tempos de execução; 
– Levantamento do número de trabalhadores expostos, possíveis grupos homogêneos de 
exposição e trabalhadores com maior risco de exposição, se houver; 
– Identificação das zonas de trabalho, posição ou distâncias dos trabalhadores em relação às 
fontes dos agentes químicos; 
– Dados indicativos de possíveis danos à saúde originados pela exposição a agentes químicos. 
AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DE AGENTES QUÍMICOS 
 
A avaliação quantitativa de riscos químicos contempla o conjunto de ações necessárias 
para a caracterização de um ambiente de trabalho ou da exposição ocupacional a determinado 
agente químico. São etapas da avaliação quantitativa: 
 
1) Reconhecimento ou caracterização básica: 
A etapa de reconhecimento ou caracterização básica consiste no levantamento inicial de 
dados relativos ao que se deseja avaliar. Contempla a visita ao local de trabalho, observação dos 
processos e atividades envolvidas e a participação dos trabalhadores. 
 
 
Deve-se reunir os resultados de medições já realizadas, sejam elas amostras pessoais, 
estacionárias, nas fontes de emissão, situações de emergência, ou o que houver de interesse 
para a análise. 
17 
A estratégia a ser adotada deve considerar: 
a) A capacidade de coleta do dispositivo coletor (volume máximo de ar admitido 
pelo método analítico). 
b) O tempo necessário para realizar cada medição com o instrumento de leitura 
direta. 
c) O tipo de valor de referência para ambientes de trabalho (VRAT) que está 
sendo avaliado (média ponderadano tempo para 08h; curta duração - 15 min; 
ou valor teto). 
d) O objetivo da avaliação (ex.: conhecer o perfil da exposição; verificar a eficiência 
de medidas de controle adotadas, etc.). 
2) Avaliação qualitativa e priorizações: 
A avaliação qualitativa precede a quantitativa e busca constituir e priorizar a seleção das 
medidas de controle para as situações identificadas como de risco para a saúde, em especial as 
de risco grave e iminente. Ainda, serve para auxiliar na determinação dos agentes químicos e 
situações que serão submetidos à avaliação quantitativa. 
 
3) Estratégia de avaliação quantitativa: 
A estratégia de avaliação quantitativa é o planejamento das amostragens e das medições. 
Nela se definem os métodos de coleta e medições, a duração da amostragem e medição, o 
número mínimo de medições, a escolha dos períodos e momentos para a realização das coletas 
e das medições e a realização do diagnóstico inicial. 
 
 
Como é inviável monitorar as condições de trabalho diariamente, é necessário realizar um 
número mínimo de medições cujos resultados sejam representativos da exposição avaliada. Para 
a American Industrial Hygiene Association (AIHA), uma estimativa válida do perfil de exposição 
é obtida a partir de seis a dez resultados. A partir daí, no Brasil, o número mínimo de resultados 
(n) necessários para o julgamento da exposição ou da contaminação dos ambientes de trabalho 
é de seis (n ≥ 6). 
A amostra ou coleta pessoal é uma amostra de ar coletada com o equipamento posicionado 
na zona respiratória do trabalhador (Figura 1). O resultado obtido representa uma estimativa da 
exposição via inalação. Nos casos onde o trabalhador se movimenta nos locais de trabalho, os 
resultados podem não refletir a contaminação do local. 
A amostra ou coleta estacionária é realizada em um ponto fixo do local avaliado. O 
dispositivo geralmente é posicionado à altura média da zona respiratória, a 1,60m do chão. 
A amostra ou medição pessoal pode ser considerada estacionária quando o trabalhador 
permanece parado no ponto de medição, durante todo o período de coleta. A amostra ou 
medição estacionária é a mais apropriada para avaliar as condições ambientais. Os pontos de 
coleta de amostras ou medições estacionárias devem ser determinados considerando o número 
e localização das fontes do agente químico, direção dos ventos, zonas ou locais de trabalho e 
arranjo físico do local. 
18 
As amostras podem ser classificadas em amostra única, amostras consecutivas, amostras 
consecutivas em período parcial e amostras aleatórias, conforme sua duração (Figura 3). O 
Quadro 1 resume algumas das características de cada tipo de amostra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 Figura 3: Quadro de referência dos tipos de medições de exposição que poderiam ser tomadas para um padrão de 
exposição média de 08 horas. Fonte: NIOSH, 1977. 
19 
Quadro 1: Características das amostras. 
 
Amostra Características 
 
Única 
- Menor custo; 
- Menos incômodo para o trabalhador; 
- Não registra variações de concentração; 
- Pode saturar o amostrador. 
 
 
Consecutiva 
- Úteis em casos com atividades variadas; 
- Permite avaliar variações de concentração; 
- Reduz o risco de saturação do amostrador; 
- Maior custo; 
- Mais incômodo para o trabalhador. 
 
Período 
parcial 
- Pode ser única ou consecutiva; 
- Deve registrar, no mínimo, 70% do período de 
avaliação; 
- Deve-se atentar à representatividade da amostra. 
 
Aleatória 
- Utilizada para avaliações de exposições de curta 
duração; 
- Deve ser realizada na pior condição de trabalho; 
- Pode ser única ou consecutiva de amostras 
instantâneas. 
Fonte: Adaptado pela Autora de BRASIL, 2018. 
 
 
Na seleção de quais trabalhadores serão avaliados pode-se utilizar os critérios do 
Instituto Nacional de Saúde e Segurança Ocupacional (National Institute for Occupational Safety 
and Health – NIOSH) ou da Associação Americana de Higiene Industrial (American Industrial 
Hygiene Association – AIHA). O NIOSH propõe que o trabalhador mais exposto ou de maior 
risco seja avaliado, ainda que dentro de um grupo homogêneo de exposição. Já a AIHA propõe 
que o grupo de trabalhadores deve ser o mais similar possível, inclusive quanto ao perfil de 
exposição. Logo, caso sejam identificados trabalhadores de funções ou cargos idênticos, mas 
visivelmente identificados como mais expostos, os mesmos devem ser separados dos demais. 
As avaliações iniciais devem contemplar, obrigatoriamente, os locais de trabalho, as 
situações e os grupos de exposição classificados como críticos. As avaliações devem ser 
realizadas nos dias de exposição efetiva ou mais críticos. 
Não existe uma regra para distribuição das amostras no período de avaliação. A 
distribuição deve ser definida considerando as características do processo analisado (contínuo ou 
intermitente), características das atividades realizadas (repetitiva ou concentrada em determinado 
momento), objetivos da avaliação, quantidade de jornadas a serem avaliadas e se há dispersão 
das concentrações do agente químico ao longo do período. A escolha das jornadas de trabalho 
a serem avaliadas devem ser aleatórias, sendo excluídos os dias atípicos ou não representativos 
da condição que se deseja avaliar. 
20 
4) Equipamentos de medição: 
Os equipamentos de medição utilizados para a avaliação de riscos químicos são conhecidos 
por “bombas de amostragem”. Trata-se de um instrumento portátil e leve, que utiliza bateria 
recarregável, onde se ajusta a vazão definida pelo método analítico. As bombas de amostragem 
devem ser intrinsecamente seguras e possuir um sistema automático de controle de vazão com 
capacidade para mantê-la constante, dentro de um intervalo de ±5%, durante o tempo de coleta. 
 
5) Metodologia analítica: 
A metodologia analítica é composta pelos procedimentos de coleta, medição e análises 
laboratoriais. Alguns conceitos devem ser esclarecidos para compreensão da metodologia. 
 
– Volume amostrado [m³], conforme equação 1: 
V = Q x T (Eq.1) 
 
Sendo Q a vazão [m³/min] e T o tempo de amostragem [min]. 
 
Obs.: Se a vazão Q da bomba for dada em litros por minuto, deve-se proceder a conversão de 
unidades, através da equação 2. 
 
V = (Q x T) (Eq.2) 
1.000 
– Concentração [mg/m³], conforme equação 3: 
C = m (Eq.3) 
V 
Sendo m a massa da amostra [mg] e V o volume amostrado [m³]. 
 
– Concentração ppm, conforme equação 4: 
1 ppm = (1 cm³) = (1 cm³) (Eq.4) 
(1 m³) 1.000.000cm³ 
– Conversão de unidades mg/m³ para ppm (equação 5) e de ppm para mg/m³ (equação 6): 
ppm = (24,45 x [mg/m3]) (Eq.5) 
PM 
mg = ([ppm]x PM) (Eq.6) 
m3 24,45 
Sendo PM o peso molecular da substância em questão. 
 
– Brief & Scala: os limites de tolerância brasileiros são referentes à exposição de 48 horas 
semanais. Caso sejam utilizados os limites de exposição ocupacional da American Conference of 
Governmental Industrial Higyenists (ACGIH), baseados na exposição de 40 horas semanais, os 
mesmos devem ser corrigidos através do fator de redução (FR) Brief & Scala exposto na equação 
7. Após determinar FR, o limite de tolerância reduzido será resultado da multiplicação de FR 
pelo limite da ACGIH. 
21 
Em posse dos resultados (n ≥ 6) deve-se: 
– Verificar se um ou mais resultados ultrapassaram os limites de tolerância ou de exposição 
ocupacional. Se sim, medidas de controle deverão ser tomadas para reduzir as concentrações e 
posteriormente novas medições deverão ser realizadas (n ≥ 6). 
– Se não, os resultados deverão ser submetidos ao procedimento estatístico para serem validados. 
FR= 40 x 168-h (Eq.7) 
h 128 
Sendo h a jornada de trabalho em horas. 
Ainda, algumas recomendações devem ser seguidas para garantir a qualidade dos dados 
obtidos, tais como: 
– Utilizar uma bomba de amostragem devidamentecalibrada para realizar a coleta; 
– Após a coleta, medir a vazão final da bomba, sendo que amostras realizadas em bombas que 
apresentem variações nas vazões inicial e final superiores a 5% devem ser descartadas; 
– Analisar as amostras em laboratórios confiáveis, que possuam equipamentos de análise 
calibrados e controle de qualidade, etc. 
 
Comumente são utilizadas as metodologias analíticas de organismos e instituições 
internacionais de renome como, NIOSH (EUA), OSHA (EUA), ACGIH (EUA), ASTM (EUA), 
EPA (EUA), HSE (UK), entre outras. Na dúvida, o laboratório que realizará a análise deve ser 
consultado. 
 
6) Interpretação de resultados e análise estatística: 
Comparar os resultados obtidos nas medições com os valores de referência para os 
ambientes de trabalho pode não ser suficiente para se chegar a uma conclusão confiável. 
Também é necessário avaliar a probabilidade e a confiança de que os limites estabelecidos 
não serão ultrapassados em momentos não monitorados. Para isso, é necessário demonstrar 
a confiabilidade estatística do seu julgamento através da realização de testes de conformidade 
com os valores de referência. 
Se os resultados obtidos se situam no, ou abaixo do, nível de ação (metade do limite de 
exposição ocupacional) e a dispersão é razoavelmente baixa (Desvio Padrão Geométrico – DPG 
< 2), a análise estatística validará as medições realizadas. 
 
As avaliações deverão ser periodicidade revisadas para garantia da manutenção das 
condições ambientais. Em casos de alterações nos ambientes de trabalho ou nas atividades, 
deverão ser realizadas imediatamente para caracterização da nova condição estabelecida. 
As etapas da avaliação quantitativa devem ser minuciosamente executadas e devidamente 
registradas para que a mesma tenha validade legal e possa retratar efetivamente as condições 
avaliadas (BRASIL, 2018). 
22 
AGENTES QUÍMICOS QUALITATIVOS, ANEXO 13 DA NR-15 
 
O Anexo 13 da NR-15 traz a relação das atividades e operações envolvendo agentes 
químicos, consideradas, insalubres em decorrência de inspeção realizada no local de trabalho. 
Excluem-se desta relação as atividades ou operações com os agentes químicos constantes dos 
Anexos 11 e 12. 
Não há metodologia regulamentada para a avaliação qualitativa de agentes químicos, 
e essa ausência de objetividade, faz com que ocorram interpretações controversas acerca dos 
agentes enquadrados no Anexo 13 da NR-15, como, por exemplo, quando se discute acerca dos 
óleos minerais e dos álcalis cáusticos. 
A avaliação qualitativa do risco deve ser realizada em conformidade com a Norma 
Regulamentadora 9 - NR-9, Avaliação e Controle das Exposições Ocupacionais a Agentes 
Físicos, Químicos e Biológicos, Norma Regulamentadora 15, NR-15, Atividades e Operações 
Insalubres e Normas de Higiene Ocupacional - NHO (Fundacentro) do Ministério do Trabalho, e 
procedimentos técnicos de análise pertinentes. Ainda, os Equipamentos de Proteção Individual 
- EPI devem atender aos requisitos da Norma Regulamentadora 6 - NR-6. 
 
AVALIAÇÃO QUALITATIVA DE AGENTES QUÍMICOS 
 
O Kit Internacional de Ferramentas de Controle Químico, do inglês International Chemical 
Control Toolkit (ICCT), foi desenvolvido pela Associação Internacional de Higiene Ocupacional 
(IOHA), como uma contribuição ao Programa Internacional de Segurança Química (IPCS), que 
envolve a OIT (Organização Internacional do Trabalho), a OMS (Organização Mundial da Saúde) 
e o PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) (BRASIL, 2012). 
A abordagem adotada no ICCT foi desenvolvida para avaliar a exposição ocupacional 
oriunda do uso de produtos químicos nas formas de líquidos ou pós. Logo, uma das limitações 
desta ferramenta é a avaliação de outras formas de agentes químicos, por exemplo, gases 
resultantes de processos ou formados acidentalmente (BRASIL, 2012). 
A abordagem ICCT é considerada como um instrumento complementar para a prevenção 
de riscos químicos e deve ser utilizada no contexto de programas abrangentes de prevenção 
e controle. O ICCT original, em inglês, encontra-se disponível gratuitamente na internet, e o 
Ministério do Trabalho no Brasil, através da Fundacentro, publicou uma adaptação desta 
ferramenta com o título: Avaliação Qualitativa de Riscos Químicos, orientações básicas para o 
controle da exposição a produtos químicos (BRASIL, 2012). 
Para avaliação qualitativa da exposição dérmica a produtos químicos, a Fundacentro 
publicou um manual que descreve a estrutura básica de uma abordagem qualitativa para avaliação 
e gerenciamento do risco decorrente da exposição dérmica ocupacional a produtos químicos 
perigosos, bem como o passo a passo para utilizá-la nos ambientes de trabalho (BRASIL, 2020). 
23 
Obedecendo a hierarquia de controle, as 
medidas de controle devem seguir a ordem: 
– medidas que eliminam ou reduzam a utilização ou a formação de agentes prejudiciais à saúde; 
– medidas que previnam a liberação ou disseminação desses agentes no ambiente de trabalho; 
– medidas que reduzam os níveis ou a concentração desses agentes no ambiente de trabalho; 
– medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho; 
– utilização de Equipamento de Proteção Individual – EPI. 
O uso de Equipamentos de Proteção Individual 
(EPI) deve ser considerado quando: 
– as medidas de controle necessárias estão sendo implementadas; 
– outras medidas de controle já foram adotadas, mas as mesmas não foram suficientes para 
controlar a exposição; 
– a exposição é ocasional e de curta duração, sendo impraticável a implantação de medidas 
de controle permanentes (por exemplo, em trabalhos de manutenção, de emergência, fuga e 
resgate). 
Baseou-se na ferramenta internacionalmente conhecida como RiskOfDerm, resultante 
do projeto “Risk assessment for occupational dermal exposure to chemicals”, com o qual 
colaboraram cientistas de quinze instituições de pesquisa de dez países europeus. As etapas 
de desenvolvimento do referido projeto encontram-se disponibilizadas em artigos científicos e 
relatórios e foram agrupadas sob a forma de um manual (BRASIL, 2020). 
 
MEDIDAS DE CONTROLE PARA AGENTES QUÍMICOS 
 
 
Logo, medidas de controle de engenharia, tais como substituição de substâncias por 
outras menos tóxicas, mudanças ou alterações do processo, enclausuramento da operação, 
isolamento (no espaço ou no tempo) da operação, uso de sistemas de ventilação e medidas 
de controles administrativas, como a redução do tempo de exposição, devem ser consideradas 
prioritariamente ao uso de EPI. 
A ventilação industrial compreende o processo de retirar ou fornecer ar por meios naturais 
ou mecânicos de, ou para, um recinto fechado. Pode ter a finalidade de controlar as condições 
térmicas do referido local, ou no caso da exposição ocupacional a agentes químicos, controlar 
as concentrações dos agentes químicos a níveis compatíveis com a saúde (abaixo dos valores 
referência para ambientes de trabalho) e segurança (fora das faixas de inflamabilidade ou 
explosividade). 
 
Os Equipamentos de Proteção Individual - EPI devem atender aos requisitos da Norma 
Regulamentadora 6 - NR-6. 
 
 
25 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Constituição Federal de 1988, em vigência, no seu capítulo II, que trata dos direitos 
sociais, prevê, em seu artigo 7º, dentre os direitos dos trabalhadores urbanos e rurais: “XXII - 
redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; 
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma 
da lei”. 
Com relação ao adicional de remuneração para atividades perigosas, além da Lei 2.573/55, 
que criou o adicional de periculosidade para trabalhadores que prestavam serviços em contato 
permanente com inflamáveis, posteriormente regulamentada pela Portaria MTb 3.214/78, 
foram publicadas as seguintes leis para garantir o adicional de periculosidade a outras classesexpostas a riscos perigosos: 
– Lei 5.880/73: Adicional de periculosidade por exposição a explosivos, regulamentada pela 
Portaria SSMT 2/79; 
– Lei 7.369/85: Adicional de periculosidade por exposição a eletricidade, regulamentada pelo 
Decreto 93.412/86. Revogada pela Lei 12.740/12 e atualmente regulamentada pela Portaria 
MTE 1.078/14; 
– Portaria 3.393/87: Adicional de periculosidade por exposição a radiações ionizantes. Revogada 
pela Portaria 496/02, posteriormente revogada e regulamentada pela Portaria GM 518/03; 
– Lei 11.901/09: Adicional de periculosidade para a profissão de Bombeiro Civil; 
– Lei 12.740/12: Adicional de periculosidade por exposição a roubos ou outras espécies de 
violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial, regulamentada 
pela Portaria MTE 1.885/13; 
– Lei 12.997/14: Adicional de periculosidade por atividades executadas com motocicleta, 
regulamentada pela Portaria MTE 1.565/14. Teve efeitos suspensos pela Portaria MTE 
1.930/14, sendo a última revogada pela Portaria MTE 5/15, que manteve a suspensão para os 
associados da Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas não Alcoólicas 
(ABIR) e aos confederados da Confederação Nacional das Revendas AMBEV e das Empresas de 
Logística da Distribuição (VIEIRA, 2018). 
 
Tais leis, com exceção da Lei 11.901/09, que trata da profissão de Bombeiro Civil, se 
encontram regulamentadas na Portaria 3.214/78, na Norma Regulamentadora 16 – NR-16, que 
assegura ao trabalhador a percepção de adicional de 30% (trinta por cento), incidente sobre o 
salário-base, isto é, sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participação nos 
lucros da empresa no exercício de trabalho em condições de periculosidade. 
 
PERICULOSIDADE POR AGENTES 
QUÍMICOS E AGENTES QUÍMICOS 
CONTROLADOS 
26 
As tabelas devem ser utilizadas de acordo com os tipos 
de explosivos armazenados, e assim classificados: 
a) munições: apresentam risco principal de incêndio, não havendo necessidade do 
uso de tabelas; 
 
Dentre as situações perigosas regulamentadas na NR-16, verifica-se duas condições 
geradas pela exposição a agentes químicos periculosos, quais sejam, aquelas do Anexo 1, que 
trata de explosivos, e do Anexo 2, que trata de inflamáveis. 
 
ANEXO 1 DA NR-16 - EXPLOSIVOS 
 
Explosivos são materiais que quando submetidos a um choque térmico ou mecânico, se 
decompõem de forma rápida e espontânea produzindo grande quantidade de calor e de gases. 
Diferenciam-se muito quanto à sensibilidade e potência, podendo ser: mecânicos, atômicos ou 
químicos (SHREVE & BRINK JR., 1997). 
Segundo a classificação dos produtos perigosos feita pela Organização das Nações 
Unidas – ONU, utilizada no transporte de produtos perigosos, os explosivos podem ser divididos 
nas seguintes classes: 
– Substância e artigos com risco de explosão em massa. 
– Substância e artigos com risco de projeção, mas sem risco de explosão em massa. 
– Substâncias e artigos com risco de fogo e com pequeno risco de explosão ou de projeção, ou 
ambos, mas sem risco de explosão em massa. 
– Substância e artigos que não apresentam risco significativo; 
– Substâncias muito insensíveis, com risco de explosão em massa; 
– Artigos extremamente insensíveis, sem risco de explosão em massa. 
 
A Norma Regulamentadora 19 – NR-19, Explosivos, traz definições e diretrizes de 
segurança para as atividades que envolvem explosivos. A mesma considera como explosivo, o 
material ou substância que, quando iniciada, sofre decomposição muito rápida em produtos mais 
estáveis, com grande liberação de calor e desenvolvimento súbito de pressão (BRASIL, 1978). 
O Anexo II da NR-19, apresenta tabelas que relacionam as quantidades de explosivos 
armazenadas e a distância mínima de outras instalações, para as atividades de fabricação de explosivos. 
 
As atividades e operações perigosas são 
as constantes dos anexos que seguem: 
– Anexo 1: Atividades e Operações Perigosas com Explosivos; 
– Anexo 2: Atividades e Operações Perigosas com Inflamáveis; 
– Anexo 3: Atividades e Operações Perigosas com Exposição a Roubos ou Outras Espécies 
de Violência Física nas Atividades Profissionais de Segurança Pessoal ou Patrimonial; 
– Anexo 4: Atividades e Operações Perigosas com Energia Elétrica; 
– Anexo 5: Atividades Perigosas em Motocicleta; 
– Anexo*1: Atividades e Operações Perigosas com Radiações Ionizantes ou Substâncias 
Radioativas (BRASIL, 1978). 
27 
b) pólvoras químicas: queimam produzindo calor intenso, sem estilhaços ou 
pressões capazes de causar danos sérios, devendo-se aplicar a Tabela 1; 
c) artifícios pirotécnicos: 
I. quando apresentam risco de explosão em massa ou de projeção, devem ser 
armazenados aplicando-se a Tabela 3; 
II. quando há apenas perigo de fogo, com pequeno risco de explosão, deve 
aplicar-se a Tabela 4; 
III. quando não há risco significativo, e que na eventualidade de uma iniciação 
seus efeitos ficam confinados, predominantemente, à embalagem e não 
projetam fragmentos de dimensões apreciáveis à grande distância, devem 
ser armazenados conforme a Tabela 1; 
d) produtos químicos usados no fabrico de misturas explosivas e fogos de 
artifício, como nitrato de amônio, dinitrolueno, nitrocelulose úmida, cloratos, 
percloratos e outros que somente detonam em condições especiais: 
I. quando apresentam apenas o risco de fogo, devem ser aplicadas as 
distâncias constantes da Tabela 1; 
II. quando estiverem armazenados próximos a outros materiais, com os quais 
podem formar misturas explosivas, as distâncias entre depósitos devem 
obedecer as constantes da Tabela 3, permanecendo as demais distâncias 
(habitações, rodovias e ferrovias) as constantes da Tabela 1; 
e) iniciadores: embora possam explodir de forma simultânea, sua quantidade 
é pequena e sua arrumação esparsa, devendo ser armazenados conforme a 
Tabela 2; 
f) explosivos de ruptura: podem queimar ou explodir, dependendo do material, 
quantidade e grau de confinamento, devendo ser aplicadas as distâncias 
constantes da Tabela 3 (BRASIL, 1978). 
 
Ainda, a NR-19 menciona que nas atividades de fabricação, utilização, importação, 
exportação, tráfego e comércio de explosivos, deve-se observar o disposto na legislação 
específica, em especial ao Regulamento para Fiscalização de Produtos Controlados (R-105) do 
Exército Brasileiro, aprovado pelo Decreto n.º 3.665, de 20 de novembro de 2000 (BRASIL, 1978). 
A Norma Regulamentadora 16 – NR-16, Atividades e Operações Perigosas, estabelece 
que são consideradas atividades ou operações perigosas as executadas com explosivos sujeitos 
a: a) degradação química ou autocatalítica; b) ação de agentes exteriores, tais como, calor, 
umidade, faíscas, fogo, fenômenos sísmicos, choque e atritos. Em seu Anexo 1, Atividades e 
Operações Perigosas com Explosivos, define as atividades e áreas de risco normatizadas para 
caracterização da periculosidade por exposição a explosivos (BRASIL, 1978). Diz o Anexo I da 
NR-16 (os quadros 2, 3 e 4 foram omitidos neste material, mas estão disponíveis na norma): 
28 
3. São consideradas áreas de risco: 
a) nos locais de armazenagem de pólvoras químicas, artifícios pirotécnicos e 
produtos químicos usados na fabricação de misturas explosivas ou de fogos de 
artifício, a área compreendida no Quadro n° 2: QUADRO 2. 
b) nos locais de armazenagem de explosivos iniciadores, a área compreendida no 
Quadro nº 3: QUADRO 3. 
c) nos locais de armazenagem de explosivos de ruptura e pólvoras mecânicas 
(pólvora negra e pólvora chocolate ou parda), área de operação compreendida 
no Quadro n° 4: QUADRO 4. 
d) quando se tratar de depósitos barricados ou entrincheirados, para o efeito da 
delimitação de área de risco, as distâncias previstas no Quadro n° 4 podem ser 
reduzidas à metade; 
e) será obrigatória a existência física de delimitação da área de risco, assim 
entendido qualquer obstáculo que impeçao ingresso de pessoas não 
autorizadas. 
ANEXO 1 - ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS COM EXPLOSIVOS 
(Redação dada pela Portaria SSMT n.º 2, de 2 de fevereiro de 1979) 
 
 
1. São consideradas atividades ou operações perigosas as enumeradas no Quadro n° 1, 
seguinte: 
QUADRO N.º 1 
ATIVIDADES ADICIONAL DE 30% 
 
a) no armazenamento de explosivos 
todos os trabalhadores nessa atividade 
ou que permaneçam na área de risco. 
b) no transporte de explosivos todos os trabalhadores nessa atividade 
c) na operação de escorva 
dos cartuchos de explosivos 
 
todos os trabalhadores nessa atividade 
d) na operação de carregamento de explosivos todos os trabalhadores nessa atividade 
e) na detonação todos os trabalhadores nessa atividade 
f) na verificação de detonações falhadas todos os trabalhadores nessa atividade 
g) na queima e destruição 
de explosivos deteriorados 
 
todos os trabalhadores nessa atividade 
h) nas operações de manuseio de explosivos todos os trabalhadores nessa atividade 
 
2. O trabalhador, cuja atividade esteja enquadrada nas hipóteses acima discriminadas, 
faz jus ao adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário, sem os acréscimos resultantes de 
gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa, sendo-lhe ressalvado o direito de 
opção por adicional de Insalubridade eventualmente devido. 
 
29 
ANEXO 2 DA NR-16 - INFLAMÁVEIS 
 
Na classificação dos produtos perigosos feita pela Organização das Nações Unidas – ONU, 
utilizada no transporte de produtos perigosos, os inflamáveis podem ser classificados como: 
– Gases inflamáveis: são gases que a 20°C e à pressão normal são inflamáveis quando em mistura 
de 13% ou menos, em volume, com o ar ou que apresentem faixa de inflamabilidade com o ar 
de, no mínimo 12%, independente do limite inferior de inflamabilidade. 
– Líquidos inflamáveis: são líquidos, misturas de líquidos ou líquidos que contenham sólidos em 
solução ou suspensão, que produzam vapor inflamável a temperaturas de até 60,5°C, em ensaio 
de vaso fechado, ou até 65,6ºC, em ensaio de vaso aberto, ou ainda os explosivos líquidos 
insensibilizados dissolvidos ou suspensos em água ou outras substâncias líquidas. 
– Sólidos inflamáveis: 
– sólidos inflamáveis, substâncias auto-reagentes e explosivos sólidos insensibilizados: 
sólidos que, em condições de transporte, sejam facilmente combustíveis, ou que por atrito 
possam causar fogo ou contribuir para tal; substâncias auto-reagentes que possam sofrer 
reação fortemente exotérmica; explosivos sólidos insensibilizados que possam explodir se 
não estiverem suficientemente diluídos. 
– Substâncias sujeitas à combustão espontânea: 
substâncias sujeitas a aquecimento espontâneo em condições normais de transporte, ou a 
aquecimento em contato com o ar, podendo inflamar-se. 
– Substâncias que, em contato com água, emitem gases inflamáveis: 
substâncias que por interação com água, podem tornar-se espontaneamente inflamáveis, 
ou liberar gases inflamáveis em quantidades perigosas. 
 
A Norma Regulamentadora 20 – NR-20, Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis 
e Combustíveis, traz definições e diretrizes de segurança para as atividades que envolvem 
inflamáveis e combustíveis. A mesma considera como líquido inflamável os líquidos que possuem 
ponto de fulgor ≤ 60 ºC, e gases inflamáveis os gases que inflamam com o ar a 20ºC e a uma 
pressão padrão de 101,3 kPa (BRASIL, 1978). 
O Anexo 2 da Norma Regulamentadora 16 - NR-16, Atividades e Operações Perigosas 
com Inflamáveis, estabelece as atividades e áreas de risco normatizadas para caracterização da 
periculosidade por exposição a inflamáveis (BRASIL, 1978). Diz o Anexo II da NR-16 (parte do 
texto foi omitida neste material, mas estão disponíveis na norma): 
30 
ANEXO 2 - ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS COM INFLAMÁVEIS 
 
São consideradas atividades ou operações perigosas, conferindo aos trabalhadores que 
se dedicam a essas atividades ou operações, bem como aqueles que operam na área de risco 
adicional de 30 (trinta) por cento, as realizadas: 
 
ATIVIDADES ADICIONAL DE 30% 
 
a. Na produção, transporte, processamento e 
armazenamento de gás liquefeito. 
Na produção, transporte, 
processamento e 
armazenamento de gás 
liquefeito. 
b. No transporte e armazenagem de inflamáveis líquidos 
e gasosos liquefeitos e de vasilhames vazios não- 
desgaseificados ou decantados. 
 
Todos os trabalhadores da área 
de operação. 
 
c. Nos postos de reabastecimento de aeronaves. 
Todos os trabalhadores nessas 
atividades ou que operam na 
área de risco. 
d. Nos locais de carregamento de navios-tanques, 
vagões-tanques e caminhões-tanques e enchimento 
de vasilhames, com inflamáveis líquidos ou gasosos 
liquefeitos. 
 
Todos os trabalhadores nessas 
atividades ou que operam na 
área de risco. 
e. Nos locais de descarga de navios-tanques, vagões- 
tanques e caminhões-tanques com inflamáveis líquidos 
ou gasosos liquefeitos ou de vasilhames vazios não- 
desgaseificados ou decantados. 
 
Todos os trabalhadores nessas 
atividades ou que operam na 
área de risco. 
f. Nos serviços de operações e manutenção de navios- 
tanque, vagões-tanques, caminhões-tanques, bombas 
e vasilhames, com inflamáveis líquidos ou gasosos 
liquefeitos, ou vazios não-desgaseificados ou decantados. 
 
Todos os trabalhadores nessas 
atividades ou que operam na 
área de risco. 
g. Nas operações de desgaseificação, decantação 
e reparos de vasilhames não-desgaseificados ou 
decantados. 
Todos os trabalhadores nessas 
atividades ou que operam na 
área de risco. 
 
h. Nas operações de testes de aparelhos de consumo do 
gás e seus equipamentos. 
Todos os trabalhadores nessas 
atividades ou que operam na 
área de risco. 
31 
i. No transporte de inflamáveis líquidos e gasosos 
liquefeitos em caminhão-tanque. 
 
Motorista e ajudantes. 
j. No transporte de vasilhames (em caminhões de carga), 
contendo inflamável líquido, em quantidade total igual ou 
superior a 200 litros, quando não observado o disposto 
nos subitens 4.1 e 4.2 deste anexo. (Alterado pela 
Portaria GM n.º 545, de 10 de julho de 2000) 
 
 
 
Motorista e ajudantes 
l. No transporte de vasilhames (em carreta ou caminhão 
de carga), contendo inflamável gasosos e líquido, em 
quantidade total igual ou superior a 135 quilos. 
 
Motorista e ajudantes. 
 
m. Nas operação em postos de serviço e bombas de 
abastecimento de inflamáveis líquidos. 
Operador de bomba e 
trabalhadores que operam na 
área de risco. 
 
3. São consideradas áreas de risco: 
 
ATIVIDADE ÁREA DE RISCO 
 
a. Poços de petróleo em produção de gás. 
Círculo com raio de 30 metros, no mínimo, 
com centro na boca do poço. 
 
b. Unidade de processamento das refinarias. 
Faixa de 30 metros de largura, no mínimo, 
contornando a área de operação. 
c. Outros locais de refinaria onde se 
realizam operações com inflamáveis em 
estado de volatilização ou possibilidade de 
volatilização decorrente de falha ou defeito 
dos sistemas de segurança e fechamento 
das válvulas. 
 
 
 
Faixa de 15 metros de largura, no mínimo, 
contornando a área de operação. 
d. Tanques de inflamáveis líquidos Toda a bacia de segurança 
 
 
e. Tanques elevados de inflamáveis gasosos. 
Círculo com raio de 3 metros com centro 
nos pontos de vazamento eventual (válvula 
registros, dispositivos de medição por 
escapamento, gaxetas). 
 
f. Carga e descarga de inflamáveis líquidos 
contidos em navios, chatas e batelões. 
Afastamento de 15 metros da beira do 
cais, durante a operação, com extensão 
correspondente ao comprimento da 
embarcação. 
32 
g. Abastecimento de aeronaves Toda a área de operação. 
h. Enchimento de vagões –tanques e 
caminhões –tanques com inflamáveis 
líquidos. 
 
Círculo com raio de 15 metros com centro 
nas bocas de enchimento dos tanques. 
i. Enchimento de vagões-tanques e 
caminhões-tanques inflamáveis gasosos 
liquefeitos.Círculo com 7,5 metros centro nos pontos de 
vazamento eventual (válvula e registros). 
j. Enchimento de vasilhames com inflamáveis 
gasosos liquefeitos. 
Círculos com raio de 15 metros com centro 
nos bicos de enchimentos. 
l. Enchimento de vasilhames com 
inflamáveis líquidos, em locais abertos. 
Círculo com raio de 7,5 metros com centro 
nos bicos de enchimento. 
m. Enchimento de vasilhames com 
inflamáveis líquidos, em recinto fechado. 
 
Toda a área interna do recinto. 
n. Manutenção de viaturas-tanques, bombas 
e vasilhames que continham inflamável 
líquido. 
Local de operação, acrescido de faixa de 7,5 
metros de largura em torno dos seus pontos 
externos. 
o. Desgaseificação, decantação e reparos 
de vasilhames não desgaseificados ou 
decantados, utilizados no transporte de 
inflamáveis. 
 
Local da operação, acrescido de faixa de 7,5 
metros de largura em torno dos seus pontos 
externos. 
 
p. Testes em aparelhos de consumo de gás e 
seus equipamentos. 
Local da operação, acrescido de faixa de 7,5 
metros de largura em torno dos seus pontos 
extremos. 
 
 
 
 
q. Abastecimento de inflamáveis 
Toda a área de operação, abrangendo, no 
mínimo, círculo com raio de 7,5 metros 
com centro no ponto de abastecimento e o 
círculo com raio de 7,5 metros com centro na 
bomba de abastecimento da viatura e faixa 
de 7,5 metros de largura para ambos os 
lados da máquina. 
r. Armazenamento de vasilhames que 
contenham inflamáveis líquidos ou vazios 
não desgaseificados ou decantados, em 
locais abertos. 
 
Faixa de 3 metros de largura em torno dos 
seus pontos externos. 
33 
s. Armazenamento de vasilhames que 
contenham inflamáveis líquidos ou vazios 
não desgaseificados, ou decantados, em 
recinto fechado. 
 
 
Toda a área interna do recinto. 
t. Carga e descarga de vasilhames contendo 
inflamáveis líquidos ou vasilhames vazios 
não desgaseificados ou decantados, 
transportados pôr navios, chatas ou 
batelões. 
 
Afastamento de 3 metros da beira do 
cais, durante a operação, com extensão 
correspondente ao comprimento da 
embarcação. 
(Incluído pela Portaria GM n.º 545, de 10 de julho de 2000) 
 
 
4. Não caracterizam periculosidade, para fins de percepção de adicional: 
4.1 - o manuseio, a armazenagem e o transporte de líquidos inflamáveis em 
embalagens certificadas, simples, compostas ou combinadas, desde que 
obedecidos os limites consignados no Quadro I abaixo, independentemente 
do número total de embalagens manuseadas, armazenadas ou transportadas, 
sempre que obedecidas as Normas Regulamentadoras expedidas pelo Ministério 
do Trabalho e Emprego, a Norma NBR 11564/91 e a legislação sobre produtos 
perigosos relativa aos meios de transporte utilizados; 
4.2 - o manuseio, a armazenagem e o transporte de recipientes de até cinco 
litros, lacrados na fabricação, contendo líquidos inflamáveis, independentemente 
do número total de recipientes manuseados, armazenados ou transportados, 
sempre que obedecidas as Normas Regulamentadoras expedidas pelo Ministério 
do Trabalho e Emprego e a legislação sobre produtos perigosos relativa aos 
meios de transporte utilizados. 
 
AGENTES QUÍMICOS CONTROLADOS PELA POLÍCIA FEDERAL 
 
A Polícia Federal (PF), através da Divisão de Controle e Fiscalização de Produtos 
Químicos (DCPQ), controla e fiscaliza as atividades de fabricação, produção, armazenamento, 
transformação, embalagem, compra, venda, comercialização, aquisição, posse, doação, 
empréstimo, permuta, remessa, transporte, distribuição, importação, exportação, reexportação, 
cessão, reaproveitamento, reciclagem, transferência e utilização de produtos químicos que direta 
ou indiretamente possam ser utilizados na elaboração ilícita de substâncias entorpecentes, 
psicotrópicas ou que determinem dependência física ou psíquica, cumprindo o disposto na Lei no 
10.357, de 27 de dezembro de 2001, e suas regulamentações. 
A Portaria nº 240, de 12 de março de 2019, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, 
estabelece procedimentos para o controle e a fiscalização de produtos químicos e define os 
produtos químicos sujeitos a controle pela Polícia Federal. Os produtos químicos se encontram 
relacionados no Anexo I da referida Portaria. 
34 
Nos casos das atividades relacionadas nos artigos 57 e 58 da Portaria no 240/2019, desde 
que atendam cumulativamente as exigências do parágrafo único, não é necessário proceder ao 
controle exigido pela Polícia Federal. Nestes casos, recomenda-se que seja elaborado um termo 
de responsabilidade no qual os profissionais técnicos responsáveis informem que as atividades 
desenvolvidas são exclusivamente as relacionadas nos respectivos artigos, e que, em caso de 
realização de atividade que não seja isenta de fiscalização, o estabelecimento será comunicado 
com prazo mínimo de antecedência, para que tome as devidas providências junto à Polícia Federal. 
Já nos casos em que as atividades não se enquadram como isentas nos artigos 57 e 58 
da Portaria 240/2019, os procedimentos de controle da Polícia Federal deverão ser realizados, 
quais sejam: 
 
– Obtenção do Certificado de Registro Cadastral – CRC, Certificado de Licença de Funcionamento 
– CLF ou Autorização Especial – AE, junto à Polícia Federal (Art. 5º) e renovação dos mesmos 
nos prazos estabelecidos (Seção III); 
– Cadastro dos produtos químicos e respectivas atividades, atualizando-os quando ocorrerem 
mudanças (Arts. 6º e 17o); 
– Estabelecimento de procedimento de solicitação de compra de produtos químicos controlados; 
– Identificação/rotulagem adequada dos produtos químicos controlados (Arts. 34º a 37o); 
– Fornecimento mensal de todas as informações referentes às atividades praticadas com produtos 
químicos controlados no mês anterior, por meio dos mapas de controle, conforme exigência do Art. 50; 
– Elaboração dos mapas de controle, que devem ser preenchidos, no mínimo, com as seguintes 
informações sobre os produtos químicos: 
• Nomenclatura; 
• Densidade (d); 
• Concentração (C); 
• Forma de entrada (declaração de estoque inicial, compra, recebimento por doação); 
• Número da nota fiscal (quando a forma de entrada for compra); 
• Estoque do mês anterior; 
• Entrada; 
• Consumo; 
• Estoque final; 
– Para a quantificação do produto químico, a unidade de medida deve ser o quilograma (kg) ou o 
litro (L), utilizando-se três casas decimais, respeitadas as regras de arredondamento; 
– A unidade de medida registrada nos mapas de controle deve ser a mesma constante da 
respectiva nota fiscal; 
– A densidade deve ser expressa em quilograma por litro (kg/L) e a concentração em percentagem 
massa/massa (% kg/kg), utilizando-se duas casas decimais, quando necessário; 
– Conforme o Artigo 39º, deverão ser arquivados, pelo prazo de 05 anos, para fins de 
apresentação à Polícia Federal, mapas de controle, notas fiscais, manifestos e outros 
documentos fiscais; 
– Estabelecimento de medidas de segurança relativas ao armazenamento e controle de acesso 
aos produtos químicos; 
dentre outras especificadas na legislação. 
35 
AGENTES QUÍMICOS CONTROLADOS PELO EXÉRCITO 
 
O Decreto nº 10.030, de 30 de setembro de 2019, aprova o regulamento de produtos 
controlados, dispondo sobre os princípios, as classificações, as definições e as normas para a 
fiscalização de produtos controlados pelo Comando do Exército. 
 
“Art. 2º Para fins do disposto neste Regulamento, Produto Controlado pelo Comando do 
Exército - PCE é aquele que: 
I - apresenta: 
a) poder destrutivo; 
b) propriedade que possa causar danos às pessoas ou ao patrimônio; ou 
c) indicação de necessidade de restrição de uso por motivo de incolumidade 
pública; ou 
II - seja de interesse militar. 
§ 1º Os PCE são classificados quanto: 
a) ao tipo; 
b) ao grupo; e 
c) ao grau de restrição. 
§ 2º As classificações dos PCE quanto ao tipo e ao grupo constam do Anexo II.” 
 
A Portaria no 118 – COLOG, de 04 de outubro de2019, dispões sobre a lista de Produtos 
Controlados pelo Exército e dá outras providências. São de interesse ao presente caso, os agentes 
químicos relacionados nos tipos EXPLOSIVO e PRODUTO QUÍMICO. 
Sobre os Produtos Controlados pelo Comando do Exército – PCE, tem-se ainda que: 
“Art. 6º Compete, ainda, ao Comando do Exército regulamentar, autorizar e fiscalizar o 
exercício, por pessoas físicas ou jurídicas, das atividades relacionadas com PCE de fabricação, 
comércio, importação, exportação, utilização, prestação de serviços, colecionamento, tiro 
desportivo ou caça. 
Parágrafo único. Ficam excluídas do disposto no caput as competências atribuídas ao 
Sistema Nacional de Armas - Sinarm, nos termos do disposto no art. 24 da Lei no 10.826, de 
2003. 
Art. 7º É obrigatório o registro de pessoas físicas ou jurídicas junto ao Comando do Exército 
para o exercício, próprio ou terceirizado, das atividades com PCE, previstas no art. 6o, as quais 
estarão sujeitas ao seu controle e fiscalização. 
§ 1º Fica dispensado o registro: 
I - dos agentes públicos que utilizam PCE no exercício da função; 
II - das pessoas que utilizam PCE eventualmente, conforme regulamentação do 
Comando do Exército; 
III - das pessoas físicas que utilizam PCE do tipo arma de pressão ou pirotécnico; 
36 
– Obtenção do Certificado de Registro (CR), junto ao Exército para atividades de utilização, 
prestação de serviços (armazenamento) e colecionamento de PCE; 
– Definição e formalização dos responsáveis técnicos das atividades; 
– Estabelecimento de procedimentos para aquisição (compra e doação), armazenamento, 
manuseio e descarte de PCE; 
– Estabelecimento de procedimento para que o responsável pelo PCE forneça mensalmente 
ao Serviço de Fiscalização de Produtos Controlados do Exército (SFPC) todas as informações 
referentes às atividades praticadas com PCE no mês anterior por meio da apresentação dos 
mapas de controle, conforme exigência do Art. 59 do Regulamento de Produtos Controlados; 
– Estabelecimento de procedimento para gestão das informações e documentos relativos ao uso 
de PCE nas dependências do estabelecimento; 
– Estabelecimento de medidas técnicas de segurança relativas ao armazenamento e controle de 
acesso aos PCE; 
dentre outras especificadas na legislação. 
IV - das pessoas que utilizam PCE como fertilizantes ou seus insumos; 
V - dos proprietários de veículos automotores blindados; 
VI - das pessoas jurídicas que exercem atividades de comércio, utilização ou 
prestação de serviços com PCE do tipo pirotécnico ou de arma de pressão; e 
VII - das pessoas físicas que utilizam PCE do tipo arma de fogo e munição para a 
prática de tiro recreativo não desportivo nas instalações de entidades, clubes ou 
escolas de tiro, sem habitualidade e finalidade desportiva, quando acompanhadas 
de instrutor de tiro, instrutor de tiro desportivo ou atirador desportivo registrados 
junto ao Comando do Exército, e a responsabilidade pela prevenção de acidentes 
ou incidentes recairá sobre as referidas entidades, clubes ou escolas de tiro e seus 
instrutores. 
Seção V - Da utilização 
Art. 37. A utilização de PCE compreende a aplicação, o uso industrial, a 
demonstração, a exposição, a pesquisa, o emprego na cenografia, o emprego em 
espetáculos pirotécnicos com fogos de artifício considerados de uso restrito, a 
apresentação de bacamarteiros, o emprego na segurança pública, o emprego na 
segurança de patrimônio público, o emprego na segurança privada, o emprego na 
segurança institucional e outra finalidade considerada excepcional. 
Parágrafo único. Para os fins do disposto no caput, considera-se: 
I – aplicação – emprego de PCE que pode resultar em outro produto, 
controlado ou não; e 
II – uso industrial – emprego de PCE em processo produtivo com reação 
física ou química que resulte em outro produto, controlado ou não.” 
 
Se constatado o uso de elementos classificados como PCE nos estabelecimentos, deverão 
ser promovidas as ações para atendimento aos requisitos do Decreto nº 10.030/2019, dentre elas: 
 
37 
AGENTES QUÍMICOS CONTROLADOS PELA POLÍCIA CIVIL 
 
Cada estabelecimento deve verificar junto à Polícia Civil de seu estado, os requisitos para 
o uso de agentes químicos controlados. Como exemplo, segue a legislação do Estado de São 
Paulo, com o Decreto Estadual nº 6.911/1935 e Portaria DPC nº 03/2008, que determina que as 
empresas que desenvolvem atividades com produtos controlados pela Polícia Civil do Estado de 
São Paulo, devem obter o respectivo Alvará Anual e Certificado de Vistoria. Ainda, é necessário 
fazer a entrega trimestral do controle de movimentação dos produtos controlados, junto à Polícia 
Civil do Estado de São Paulo. A relação dos produtos controlados pela Polícia Civil do Estado de 
São Paulo está disponível no Comunicado DPC de 09 de agosto de 2003. A Instrução Normativa 
DPCRD-1, de 15 de março de 2021, dispõe sobre os casos isentos de controle. 
38 
MATERIAL COMPLEMENTAR DE AGENTES QUÍMICOS 
 
Acordo e legislação sobre benzeno. 
Disponível em: http://arquivosbiblioteca.fundacentro.gov.br/exlibris/aleph/a23_1/apache_ 
media/8SMNCCDVTV83UYKG6N4QIH3TL6R8TU.pdf 
 
Aspectos de prevenção e controle de acidentes de trabalho com agrotóxicos. 
Disponível em: http://arquivosbiblioteca.fundacentro.gov.br/exlibris/aleph/a23_1/apache_media/ 
BKT9N57VRCKTLT8F4C2JNLXMDLNEJQ.pdf 
 
Avaliação Qualitativa de Riscos Químicos: Orientações Básicas para o Controle da 
Exposição a Produtos Químicos. 
Disponível em: http://arquivosbiblioteca.fundacentro.gov.br/exlibris/aleph/a23_1/apache_media/ 
RX6A85E4MCX8PGSBPA4M84FTSPMQRY.pdf 
 
Avaliação Qualitativa de Riscos Químicos: Orientações Básicas para o Controle da 
Exposição a Produtos Químicos em Fundições. 
Disponível em: http://arquivosbiblioteca.fundacentro.gov.br/exlibris/aleph/a23_1/apache_media/ 
X6FFKFF3DPI6JLY3G6275I4IAQ4MVK.pdf 
 
Avaliação Qualitativa de Riscos Químicos: Orientações Básicas para o Controle da 
Exposição a Produtos Químicos em Gráficas. 
Disponível em: http://arquivosbiblioteca.fundacentro.gov.br/exlibris/aleph/a23_1/apache_media/ 
U7KRP94LVU738CLR6FM4JCA3J3PYC7.pdf 
 
Avaliação Qualitativa de Riscos Químicos: Orientações Básicas para o Controle da 
Exposição Dérmica a Produtos Químicos. 
Disponível em: http://arquivosbiblioteca.fundacentro.gov.br/exlibris/aleph/a23_1/apache_media/ 
ABNNU3GBPRRQGG9DFP9MXBRBAQFE91.pdf 
 
Dermatoses ocupacionais. 
Disponível em: http://arquivosbiblioteca.fundacentro.gov.br/exlibris/aleph/a23_1/apache_media/ 
L319H9CPJ4XEAB88RAQ1EBJ95AYANA.pdf 
 
Guia técnico sobre estratégia de amostragem e interpretação de resultados de avaliações 
quantitativas de agentes químicos em ambientes de trabalho. 
Disponível em: http://arquivosbiblioteca.fundacentro.gov.br/exlibris/aleph/a23_1/apache_ 
media/8ASNR91E5R1LRV6I1P17UQTJG5DE1R.pdf 
 
Manual de orientação sobre controle médico ocupacional da exposição a substâncias 
químicas. Disponível em: http://arquivosbiblioteca.fundacentro.gov.br/exlibris/aleph/a23_1/ 
apache_media/QLH7B8HET1QGHYRIJH3ADNE4A47XVU.pdf 
 
Manual para aplicação do GHS na indústria de fertilizantes. 
Disponível em: http://arquivosbiblioteca.fundacentro.gov.br/exlibris/aleph/a23_1/apache_media/ 
KNGRBF7JGPR5DN6V88UV55M1S8J4NS.pdf 
 
Manual para interpretação de informações de substâncias químicas. 
Disponível em: http://arquivosbiblioteca.fundacentro.gov.br/exlibris/aleph/a23_1/apache_media/ 
GSYJT8JFKB2EYPDJII761HKGI2XEM3.pdf 
http://arquivosbiblioteca.fundacentro.gov.br/exlibris/aleph/a23_1/apache_
http://arquivosbiblioteca.fundacentro.gov.br/exlibris/aleph/a23_1/apache_media/
http://arquivosbiblioteca.fundacentro.gov.br/exlibris/aleph/a23_1/apache_media/
http://arquivosbiblioteca.fundacentro.gov.br/exlibris/aleph/a23_1/apache_media/
http://arquivosbiblioteca.fundacentro.gov.br/exlibris/aleph/a23_1/apache_media/
http://arquivosbiblioteca.fundacentro.gov.br/exlibris/aleph/a23_1/apache_media/