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Doenças Ocupacionais Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Dr.ª Solange de Fátima Azevedo Dias Revisão Textual: Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin Doenças Ergonômicas e Agentes Tóxicos • Introdução; • Tipos de Doenças Ergonômicas; • Doenças causadas por Agentes Sólidos. · Conheçer as diferentes doenças causadas por problemas ergonômicos. OBJETIVO DE APRENDIZADO Doenças Ergonômicas e Agentes Tóxicos Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Doenças Ergonômicas e Agentes Tóxicos Introdução A relação entre o homem e a máquina nem sempre é harmoniosa. Desde a Revolução Industrial que se discute até que ponto a máquina é benéfica para o homem na atividade trabalhista. A máquina, quando bem planejada, atendendo todas as expectativas do Mercado, acaba superando a qualidade de prestadora de serviço do homem artesão. Essa briga desigual homem x máquina ocorrerá sempre. Cada vez que uma máquina é projetada, graças aos avanços tecnológicos, muitos trabalhadores perdem o emprego. A máquina é uma importante ferramenta que influencia diretamente na produção de bens de qualidade uniforme, com um tempo extremamente reduzido, sem causar em curto e médio prazo algum problema de manutenção. Ela não se atrasa, não fica doente, não se ausenta para resolver problemas de família, não tem problemas psicológicos, TPM, de relacionamento com outras máquinas e não chora quando o chefe reclama de sua produtividade. Mas, nenhuma delas consegue iniciar um turno de trabalho sozinha. Ela precisa da ajuda do homem para começar a propiciar a todos sua qualidade de produzir; ela precisa de um agente pensante; é inegável que substituem inúmeros seres humanos e tiram deles a necessidade de trabalho manual, mas, ainda não conseguem funcionar sem um cérebro humano para dar pelo menos um clic. A palavra “trabalho” vem do grego ergon, que deu origem à palavra ergonomia, na qual nomos significa “leis ou normas”. A ergonomia é o estudo científico das relações entre o homem e a máquina e se preocupa com a segurança e a eficiência da interação entre si e o meio (BARROS; RESENDE, 2008). A Ergonomia classifica-se em: • Campo físico; • Campo cognitivo; • Campo ambiental. A Ergonomia no campo físico é a biomecânica da tarefa; o campo cognitivo lida com os aspectos psicológicos e o campo ambiental, com a área organizacional do meio ambiente do trabalho. Hoje, a ergonomia também é chamada de Engenharia dos Fatores Humanos, e tem como objetivos: • O desenvolvimento e a aplicação de técnicas de adaptação do homem ao seu ambiente de trabalho; • As técnicas eficientes e seguras de desempenhar as atividades laborais, 8 9 • A otimização do bem-estar do trabalhador; • O aumento da produtividade e a eficiência das tarefas realizadas; • Propiciar conforto e reduzir o cansaço do trabalhador; • Prevenir acidentes, lesões, doenças e ou patologias (IIDA, 2005). Os procedimentos ergonômicos devem propiciar a prevenção de acidentes la- borais. Dessa forma, propõem a criação de locais adequados e de apoios ao tra- balho, a criação de métodos laborais e os sistemas de retribuição, de acordo com o rendimento, a determinação de horários e o ritmo de trabalho, entre outros procedimentos, sempre contemplando a Empresa e as relações estabelecidas com os trabalhadores sob uma ótica humanitária. Com os procedimentos ergonômicos, o trabalhador é orientado a encontrar a melhor forma de adaptação à máquina de trabalho. A máquina deixa de ser simplesmente a produtora de bem/serviço que faz seu ofício e passa a ser, além disso, uma aliada do homem para produzir e não lhe causar danos físicos ou psicológicos. Há muitos séculos, o homem já reclamava de dores em decorrência do trabalho rotineiro. As lesões inflamatórias causadas por esforços repetitivos, por exemplo, eram conhecidas como a “Doença dos Quibes”, hoje denominada tenossinovite, e o “Entorse das Lavadeiras”, em 1891, já era conhecido como doença ocasionada por problemas das condições de trabalho (ASSUNÇÃO, 1995). As condições de trabalho devem propiciar ao trabalhador melhores condições físicas e psicológicas, para que ele tenha melhora no rendimento profissional. A prevenção continua sendo o melhor remédio para empregados e para empregadores. Nesse contexto, foi criada a Norma Regulamentadora 17 – Ergonomia, em 8/06/1978, pela Portaria nº 3.214, do Ministério do Trabalho e Emprego, que aprova as Normas Regulamentadoras do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho. Essa NR-17 é muito importante para a prevenção de doenças do trabalhador, pois algumas doenças são desenvolvidas a partir da exposição ao risco ergonômico a que muitos trabalhadores estão sujeitos. As dez doenças ergonômicas mais comuns no Brasil são: esforço físico, levan- tamento de peso, postura inadequada, situação de estresse, trabalhos em período noturno, jornada de trabalho prolongada, monotonia e repetitividade e imposição de rotina intensa. Os principais tipos de doenças ergonômicas no Brasil são: 1. LER/DORT; 2. Antracose; 9 UNIDADE Doenças Ergonômicas e Agentes Tóxicos 3. Bissinose; 4. Surdez temporária ou definitiva; 5. Dermatose ocupacional; 6. Câncer de pele; 7. Siderose; 8. Catarata; 9. Doenças por função; 10. Doenças psicossociais. Tipos de Doenças Ergonômicas LER: Lesões por Esforços Repetitivos Figura 1 Fonte: iStock/Getty Images A doença é causada quando o empregado pratica movimentos repetitivos, em alta frequência, e em posição ergonomicamente incorreta. Esses movimentos repetitivos podem causar lesões de estruturas do Sistema Tendíneo, Muscular e Ligamentar. A Lesão por Esforço Repetitivo (LER), por apresentar doenças osteoarticulares, passou, em 1998, a apresentar também o termo DORT (Doenças Osteoarticulares Relacionadas ao Trabalho, equiparando-a à LER). Segundo a norma técnica do INSS sobre DORT (Ordem de Serviço n. 606/1998), conceituam-se as lesões por esforços repetitivos como uma síndrome clínica caracterizada por dor crônica, acompanhada ou não de alterações objetivas, que se manifesta principalmente no pescoço, cin- tura escapular e/ou membros superioresem decorrência do trabalho, 10 11 podendo afetar tendões, músculos e nervos periféricos, incluindo tam- bém: tendinites e tenossinovites primárias a outras patologias, como reu- matismo, esclerose sistêmica, gota, infecção gonocócica, traumática, os- teoartrite, diabetes, mixedema. O diagnóstico anatômico preciso desses eventos é difícil, particularmente em casos subagudos e crônicos, e o nexo com o trabalho tem sido objeto de questionamento, apesar das evidências epidemiológicas e ergonômicas (FUNDACENTRO,1991). Isso posto, tem-se de provar que o trabalhador adquiriu uma lesão ou doença por movimentos repetitivos “no trabalho”. É a síndrome de dor nos membros superiores usados para execução de movimentos repetitivos ou posturas forçadas. Vamos agora citar alguns exemplos para mostrar como uma LER ou DORT, pode ou não ser caracterizada como doença do trabalho: Exemplo 1 Tendão inflamado O termo “Sinovite” ou “Tenossinovite” é usado para descrever o processo infla- matório da membrana Sinovial ou o processo inflamatório da membrana sinovial que recobre o tendão, no caso do trabalhador digitador, ocorre na mão. Figura 2 Fonte: Adaptado de saudemais.org O primeiro passo para o médico diagnosticar a doença como ergonômica é excluir qualquer outra causa do problema apontado pelo paciente. Na Literatura médica, o problema citado pode ocorrer devido às seguintes do- enças sistêmicas: alterações hormonais, distúrbios metabólicos e macro e micro traumas realizados em atividades extralaborais. Após a exclusão de todas estas possibilidades, o médico pode afirmar o diag- nóstico de uma “sinovite de origem profissional” o que, nesse caso, poderia ser enquadrado como uma DORT. Mesmo com o diagnóstico, o mais correto a fazer é verificar in loco as condições em que esse funcionário trabalha. Portanto, o médico que atestar ser o autor por- tador de uma DORT, necessita vistoriar o posto de trabalho em que o trabalhador 11 UNIDADE Doenças Ergonômicas e Agentes Tóxicos desempenha suas atividades e lá constatar se existe a relação direta de causa e efeito entre a alteração clínica e o trabalho que é executado. No caso citado, para garantir a eficácia da NR-17, de acordo com o que estabelece o subitem 17.1.2, cabe ao empregador realizar a chamada análise ergonômica do trabalho, por meio de qualquer profissional capacitado para tal, que irá elaborar um laudo descritivo de tal análise ergonômica. Doenças causadas por Agentes Sólidos Antracose A Antracose ou Pulmão Negro é uma lesão pulmonar ocasionada por diferentes agentes presentes nas áreas de carvoarias, pois esses trabalhadores têm contato direto com a fumaça liberada pela queima do carvão (REMY, 1992). A doença pode ser o ponto de partida para outros problemas ainda mais graves e afeta, principalmente, os trabalhadores que têm contato direto com a fumaça do carvão produzida nas mineradoras. O pó de carvão não obstrui as vias aéreas. Apesar disso, anualmente, 1% a 2% dos indivíduos com Pulmão Negro Simples evoluem para uma forma mais grave da doença, conhecida como Fibrose Disseminada Progressiva, na qual ocorre a formação de cicatrizes em grandes áreas do pulmão (com pelo menos 1 centímetro de diâmetro). Figura 3 Fonte: Adaptado de iStock/Getty Images Bissinose / Asbestose / Silicose / Asma Ocupacional • Bissinose: é a doença causada pela poeira das fibras de vegetais como o algodão, cânhamo, linho, juta e sisal, que no Brasil afeta, principalmente, as pessoas que trabalham na Indústria Algodoeira. 12 13 Figura 4 Fonte: iStock/Getty Images • Asbestose: é a cicatrização disseminada do tecido pulmonar, causada pela aspiração de pó de asbesto (amianto). O asbesto é composto por silicatos minerais fibrosos com diferentes composições químicas. Quando inaladas, as fibras de asbesto depositam-se profundamente nos pul- mões, provocando a formação de cicatrizes (REMY, 1992). Os operários do Setor de Demolição, que trabalham em edifícios com isolamen- to que contém asbesto também correm risco, embora menor. • Silicose: é a formação de cicatrizes permanentes nos pulmões provocada pela inalação do pó de sílica (quartzo) (REMY, 1992). Como a sílica é o principal constituinte da areia, a exposição a essa substância é comum entre os trabalhadores de minas de metais, os cortadores de arenito e de granito, os operários de fundições e os ceramistas. Há exposição do trabalhador que executa jateamento de areia, escavação de túneis e produção de sabões abrasivos, atividades que produzem quantidades ele- vadas de pó de sílica. Se o trabalhador o inalar, o pó atinge os pulmões, onde os fagócitos “engolem” as partículas (REMY, 1992). As enzimas liberadas pelos fagócitos provocam a formação de tecido cicatricial nos pulmões. Sendo assim, essas áreas cicatriciais não permitem a passagem nor- mal de oxigênio ao sangue, os pulmões perdem a elasticidade e a respiração exige maior esforço. https://goo.gl/vMNsDs Ex pl or 13 UNIDADE Doenças Ergonômicas e Agentes Tóxicos • Asma Ocupacional: é um espasmo reversível das vias respiratórias, causado pela inalação de partículas ou de vapores existentes no ambiente de trabalho, que atuam como irritantes ou causam uma reação alérgica. Muitas substâncias presentes no local de trabalho podem causar espasmos das vias aéreas, tornando a respiração difícil. Alguns indivíduos são particularmente sensíveis a irritantes presentes no ar. Se- gundo Bernstein (1993), é a obstrução reversível ao fluxo aéreo e/ou hiperativida- de brônquica devido a causas e condições atribuíveis a um determinado ambiente de trabalho e não a estímulos externos. Existem várias causas de asma que dependem do tipo de trabalho executado, como mostra o Quadro 1. Quadro 1 – Agentes mais comuns causadores de asma relacionada ao trabalho e tipo de atividade profissional associada (11) Agentes Atividade profissional Alto peso molecular Cereais Padeiros, trabalhadores em moinho Alérgenos de derivados animais Trabalhadores da indústria de alimentos Enzimas Trabalhadores da indústria de detergentes, padeiros, trabalhadores farmacêuticos Látex Trabalhadores da área de saúde Borracha Trabalhadores da indústria e instaladores de carpetes, trabalhadores farmacêuticos Frutos do mar Processadores da indústria de alimentos BAIXO PESO MOLECULAR Isocianatos (diisocianato de tolueno - TDI; diisocianato de difenilmetano - MDI; diisocianato de hexametileno - HDI) Poeira de madeira Lenhadores, carpinteiros Anidridos ácidos (ftálico, reimetílico, hímico) Trabalhadores e usuários de resina epoxi, plásticos, inseticidas, tintas, indústria aeronáutica, automobilística, química, de inseticidas Metais (platina, cromo, cobalto, zinco) Trabalhadores em refinarias, soldadores, galvanoplastia, cromações Colofónio (breu ou resina de pinheiro) Soldadores da indústria eletrônica Aminas (etilenodiamina, Monoetanolamina, parafenilenodiamina) Soldadores, trabalhadores com seladoras e vernizes, borracha, esmalte de unha, tintas, desinfetantes Tintas, corantes Trabalhadores da indústria têxtil e de plásticos Cloramina T Limpadores, zeladores Formaldeído, Glutaraldeído Trabalhadores da área hospitalar, plásticos, calçados, borracha, químicos Persulfato Cabeleireira Acrilato Trabalhadores da indústria de adesivos Drogas Trabalhadores da área de saúde, farmacêuticos 14 15 Surdez temporária ou defi nitiva Como alguns trabalhadores podem estar expostos a ruídos constantes, com o pas- sar do tempo, expostos ao barulho, podem perder a audição de forma irreversível. Os maiores problemas de perda auditiva definitiva são com operários de obras de construção que utilizam equipamentos que emitem ruídos e Operadores de telemarketing. Dermatose ocupacional Pessoas que trabalham com graxa ou óleo mecânico podem desenvolver reações alérgicas crônicas, de forma que a pele crie placas (ALI, 2001). Câncer de pele Pessoas que trabalham, por exemplo, em lavouras, têm grandes chances de desenvolver Câncer dePele devido à excessiva exposição ao sol (ALI, 2001). Essa é um tipo de doença que ocorre em muitos trabalhadores brasileiros; po- rém, só pode ser diagnosticada como decorrência do trabalho se estiver relaciona- da à atividade profissional do indivíduo. Portanto, terá de ser comprovadamente correlacionada. Siderose Pessoas que trabalham nas minas de ferro acabam inalando partículas micros- cópicas de ferro, que acabam se alojando nos bronquíolos, provocando falta de ar constante. Catarata A Catarata pode ser ocasionada com altas temperaturas na região do globo ocular, causando a perda do cristalino, ocasionando a cegueira. A Catarata é uma doença que atinge um grande número de trabalhadores no Brasil, não só pessoas com idade avançada, desconsiderando, assim, a doença do trabalho. Doenças por Função Pessoas que trabalham com alimentos, por exemplo, podem se contaminar pelos produtos orgânicos que são utilizados. 15 UNIDADE Doenças Ergonômicas e Agentes Tóxicos Doenças Psicossociais São aquelas que podem ser causadas por depressão ou são de outra ordem emocional. Sendo assim, nem sempre são diagnosticadas como doença do trabalho. Até podem estar relacionadas ao ambiente de trabalho; porém, a caracterização da doença deve ser muito bem pautada em diagnósticos precisos para ser considerada do trabalho. A Ergonomia deve auxiliar o trabalhador no desenvolvimento e aplicação de técnicas que possam adaptá-lo a seu ambiente de trabalho. Portanto, devem introduzir técnicas eficientes e seguras que possam auxiliar no desenvolvimento de atividades laborais, de forma a tornar seu ambiente de trabalho agradável e seguro. Dessa forma, a produtividade aumenta e os objetivos da Empresa também. Se o trabalhador trabalha de forma confortável e desempenha suas atividades com prazer, ele executa suas obrigações de forma a prevenir e evitar acidentes la- borais. Se os procedimentos ergonômicos forem colocados em prática, o trabalha- dor sofrerá menos cansaço, dores, indisposição, irritação e mal-estar no ambiente em que executa suas atividades, contribuindo de forma eficiente com as necessida- des da Empresa. A Empresa, por sua vez, deve proporcionar aos trabalhadores boa iluminação, nível de ruídos e a temperatura dentro da Legislação, para cuidar da saúde de seus funcionários. Portanto, se a Empresa proporcionar condições exigidas por Lei, quanto à Ergonomia do trabalho, menos funcionários ficarão doentes e a produtividade aumentará. Considerando que a eficiência dos processos utilizados na Ergonomia Laboral seja apropriada para eliminar os riscos que afetam a saúde do trabalhador, pode-se afirmar que o custo-benefício dos métodos ergonômicos utilizados minimiza, para as empresas, as despesas com possíveis indenizações, quando não há condições adequadas de trabalho, causando aos funcionários algum tipo de incapacidade física que os impossibilite de exercer suas atividades diárias. A segurança do trabalho deve proporcionar a todo trabalhador a prevenção, pois é de extrema importância que ele tenha condições de saúde. Principalmente, a NR-17, que trata de doenças adquiridas ou desenvolvidas a partir de exposições de esforços repetitivos, levantamento de cargas, trabalhos com equipamentos ergonomicamente incorretos e atividades monótonas, deve ser seguida por Empresas e trabalhadores. Não se deve achar que é o trabalhador que deve se adaptar às necessidades da Empresa e, sim, que todos devem encontrar mecanismos para atenuar os esforços físicos e mentais laborais. É necessário que Empresas, Sindicatos e trabalhadores procurem encontrar mecanismos que sejam capazes de elaborar análises ergonô- micas do trabalho, laudo ergonômico, palestras e treinamentos, ginástica laboral e comitê ergonômico, entre outros, para melhorar as condições de trabalho. 16 17 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros EAMETA: Um Método para Análise Ergonômica BONFATTI, R. J.; MAFRA, J. R.; VIDAL, M. C. EAMETA: um método para análise ergonômica. Rio de Janeiro, 2011. 16p. Apostila do Curso de Especialização Superior em Ergonomia – COPPE/UFRJ; A Ergonomia como Disciplina para o Estudo da Atividade de Trabalho CARVÃO, J. M. A ergonomia como disciplina para o estudo da atividade de trabalho. In: CARVÃO, J. M. Trabalho, novas tecnologias e ergonomia. Rio de Janeiro: EVC, 2006; Qualidade de Vida no Trabalho x Autorrealização Humana MORETTI, S. Qualidade de vida no trabalho x autorrealização humana. Paraná: UFPR, 2009. Artigo do Curso de Especialização em Ergonomia. A Gestão Estratégica da Qualidade de Vida no Trabalho NISHIMURA, A. Z. de F. C.; SPERS, E. E.; GIULIANI, A. C. A gestão estratégica da qualidade de vida no trabalho. In: SEMINÁRIO SOBRE SUSTENTABILIDADE, 2007, Paraná: FAE, 2007. Disponível em: <http://www.fae.edu/publicacoes/pdf/ iiseminario/pdf_praticas/praticas_03.pdf>. Acesso em: 4 ago. 2017. 17 UNIDADE Doenças Ergonômicas e Agentes Tóxicos Referências ALI, S. A. Dermatoses ocupacionais. São Paulo: FUNDACENTRO; 2001. BARROS, M. H. B.; RESENDE, L. M.; A ERGONOMIA E O CONHECIMENTO CIENTÍFICO: UMA ANÁLISE TEMÁTICA A PARTIR DAS PUBLICAÇÕES DO ENEGEP ORIENTADA PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. In: Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 2008, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro, 2008. BRASIL. Doenças relacionadas ao trabalho: manual de procedimentos para os serviços de saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2001. BRASIL. NR-7 e NR-9. Brasília: Ministério do Trabalho/FUNDACENTRO. DURAND, Marina. Doença ocupacional: psicanálise e relações de trabalho. São Paulo: Escuta, 2000. IIDA, Itiro. Ergonomia: projeto e produção. 2.ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2005. MARQUES, Christiane. A proteção ao trabalho penoso. São Paulo: LTR, 2007. MICHEL, Oswaldo. Acidentes do trabalho e doenças ocupacionais. 2.ed. São Paulo: Saraiva, 2001. MORAES, Márcia Vilma G. Doenças Ocupacionais: agentes físico, químico, biológico, ergonômico. São Paulo: Érica, 2010. REMY-JARDIN, M. et al. Computed tomographic evaluation of silicosis and coal workers’ pneumoconiosis, Radiol Clin North Am., v.30, n. 6, p.1155-76, 1992. RENÉ, Mendes. Patologia do trabalho. 2.ed. São Paulo: Atheneu, 2007. 18