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MANEJO DA DOR AGUDA Caso clínico: paciente 37 anos vítima de atropelamento com fratura de costelas e amputação traumática de MIE. Vem para o centro cirúrgico com plano de amputação supra genicular Anestesia: · Não pode raquianestesia em paciente chocado, pois vai piorar o choque (seria bom se o paciente tivesse estável) · Geral: etomidato – boa escolha e manter com anestesia inalatória INTRODUÇÃO · Metade dos pacientes em pós-operatório tem dor de moderada a forte · Dor aguda: duração menor de 3 meses, associada a um processo traumático/ inflamatório e melhora quando esse quadro que levou a dor melhora. Além disso, é um critério para alta hospitalar! → não dar alta pro paciente se a dor não estiver resolvida e controlada Vias de transmissão da dor: · Dor gerada no dano tecidual → transdução da dor → mediadores inflamatórios (hipersensibilização do tecido) · Dor é captada e transmitida na medula modulada transmitida no cérebro, onde a dor é percebida · Vias descendente de dor: fazem a modulação da dor (noradrenalina e serotonina) · Ação em vários pontos da cascata: transdução (antiinflamatórios, analgésicos, infiltração local da ferida), age na transmissão da dor (raqui/peridural, bloqueios de nervos periféricos), medicações que agem na modulação (opióides, alfa-2 agonistas, ketamina, antiinflamatórios) DOR: escada de analgesia da OMS · Analgesia multimodal: pegar mais vias de dores possíveis! · Não é porque está no degrau de cima que vai deixar de fazer o degrau de baixo → são terapias adjuvantes e devem fazer juntas (com exceção de opioide forte que não precisa mais usar o fraco) Fraca: analgésicos simples e AINES · Analgésicos simples (dipirona, paracetamol): são drogas maravilhosas, excelente perfil de segurança (CI: paciente alérgico), agem no ICOX 2 e COX 3 · AINES: · CI: pacientes com risco elevado de insuficiência renal aguda, ruim para idosos e risco de HDA (hemorragia digestiva) · Seguro por tempos curtos e pacientes jovens, pós-operatórios · Boa droga analgésica Moderada: opioide fraco (tramadol e codeína) · Como analgésicos não são tão bons · Indicações específicas: principalmente em dor crônica (tramadol inibe a recaptação de serotonina) → para dor aguda não é bom! · Melhor fazer um opioide forte em dose mais baixa, por risco de vômitos! · Tramadol: paciente tem náusea e vômitos Forte: opioide forte (dose máxima de opióide quando o paciente começa a ter efeitos colaterais não desejados, como sonolência e depressão respiratória) · Qual opioide? RUINS Codeína e tramadol: seguro, mas capacidade analgésica ruim) Meperidina: droga ruim, pois tem um metabólito chamado normeperidina que é altamente neurotóxica, dura 36 horas e tem fraca capacidade analgésica) Nalbufina: grupo agonista/antagonista do opioide, com menos efeito colateral grave tipo depressão respiratória, MAS se não der certo não tem como fazer outros tipos de opióides porque ele é antagonista dos opioides BONS Morfina: bom perfil de segurança e alta capacidade analgésica Metadona: bom para dor forte, pega receptor NMDA, mesma via de dor da ketamina, funciona bem para dor e desmame de paciente dependente de opióide Fentanil: mais usada no intraoperatório e pode ser usado na emergência, começa a fazer efeito muito rápido, menos de 5 min Oxicodona: cuidar porque é um opioide forte com alto poder aditivo, muito usada nos EUA e dá pra fazer VO · Qual a melhor via de administração do opióide? VO, via mais segura quando possível para o paciente, tem menos efeito colateral como náusea e vômito, apneia ou outros, mas não adianta VO para analgesia de resgate · Problemas dos opióides: · Efeitos clínicos: constipação e depressão respiratória (deveriam ser monitorizado, pois pode fazer apneia com FR normal - paciente saturando bem não significa que está bem) · Dependência · Alterações imunes (pacientes oncológicos) · Hiperalgesia induzida por opioides · Atraso no desmame de ventilação Dor intratável: procedimento invasivo · Outras drogas – adjuvantes: · Ketamina (bom analgésico) e dexmedetomidina: os dois juntos é bom porque um ‘’balanceia’’ o efeito colateral do outro · Outras drogas → receptores GABA: · Propofol: cefaleia 10-30 mg em 10 min · Canais de sódio: lidocaína com dose teste 1,5mg/kg (dose alta para ter efeito analgésico), analgesia da VA, cuidados com infusões, >48 horas, opção: ½ ou 4/4 horas · NMDA: sulfato de magnésio (50 mg/kg, 2 a 4 g): otimiza relaxamento muscular · Canais de cálcio centrais - gabapentinoides: para dor neuropática, latência 2h A analgesia no repouso é suficiente? Não. Ficar imóvel também pode doer. Escada de analgesia multimodal: · Começar com dipirona 1g 6/6 horas (analgésico simples) · Próximo passo: fazer opioide · Considerar ketamina ou dexmedetomidina · Ketamina: 0,1-0,3 mg/kg/hora · Dexmedetomidina: 0,2-0,7 mcg/kg/min · Opioide ACM Se não resolver: · Lidocaína 1-2mg/kg/h · Gabapentina Se não resolver: · Opioide em infusão contínua → evitar ao máximo essa opção Outras opções não medicamentosas: · Acupuntura e psicoterapia (TCC) podem funcionar · Apoio familiar que reduz de forma significativa a dor do paciente · Mobilização precoce do paciente, fisioterapia Como avaliar a dor: escalas de graduação de dor: *É o mais importante é que seja avaliado, mas é subjetivo, mesmo que seja no mesmo paciente Slide de resumo: image1.png image3.png image2.png image4.png