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ECONOMIA EMPRESARIAL Caro (a) Estudante, O comércio internacional é fundamental para a composição da economia internacional. Entretanto, permite o intercâmbio de bens e serviços através de fronteiras e territórios, possibilitando o abastecimento necessário do país. Neste capítulo, você estudará o comércio internacional e mundial, compreenderá sobre taxa de câmbio e exportações. AULA – 6 ECONOMIA MUNDIAL E INTERNACIONAL Nesta aula, você vai conferir os contextos conceituais da psicologia entenderá como ela alcançou o seu estatuto de cientificidade. Além disso, terá a oportunidade de conhecer as três grandes doutrinas da psicologia, behaviorismo, psicanálise e Gestalt, e as áreas de atuação do psicólogo. ▪ Compreender o conceito de psicologia ▪ Identificar as diferentes áreas de atuação da psicologia ▪ Conhecer as áreas de atuação do psicólogo. ➢ Compreender o comércio internacional; ➢ Analisar a origem das instituições internacionais; ➢ Entender taxa de câmbio; ➢ Reconhecer elementos do comércio internacional. Bons estudos! 6 COMÉRCIO INTERNACIONAL E PRINCIPAIS INSTITUIÇÕES 6.1 Expansão do comércio internacional e globalização Segundo Paiva, Marquezini e Passanezi (2017), a expansão do comércio internacional remonta ao século XVI, com grandes expedições marítimas e descobertas de novas terras. Na época, o poder econômico de uma nação estava diretamente ligado ao domínio além-mar e ao comércio de especiarias e metais. O avanço por novos territórios impulsionou o comércio local e intramares. O transporte de mercadorias era feito em navios cargueiros ou ainda por via terrestre no lombo de animais. O percurso era longo e demorado, a comunicação era bastante precária; daí a explicação para elevadas perdas no trajeto da origem até o destino. Neste nível de organização e desenvolvimento comercial, configuradas de muitos modos em sociedades e culturas variadas, a chegada das mercadorias estimulava o comércio local e o contato com novos produtos estimulava e conformava o desejo de consumo das pessoas. No ambiente de formação das sociedades europeias modernas, o crescimento das cidades ocorreu primeiramente nas encostas dos castelos medievais, onde a multidão se reunia para realizar trocas e encontrar produtos diversificados. Comerciantes e ambulantes traziam especiarias e novidades do Oriente após uma longa jornada de viagem. A chegada deles consistia no principal contato dos moradores da região com o que realmente acontecia no mundo lá fora. O aumento do comércio levou à formação de cidades e ao enfraquecimento do antigo sistema produtivo, o feudalismo. O progresso urbano e o uso do dinheiro deram aos artesãos a oportunidade de deixar a agricultura e ganhar a vida com seu ofício. Essas mudanças na Europa afetaram os padrões do comércio internacional. A monetarização econômica e a introdução de novas técnicas de produção encorajaram o comércio e a sua diversificação. O avanço nas tecnologias de informação e de telecomunicações reduziu o desperdício e aumentou o controle sobre os fluxos de bens comercializados no mundo e capitaneados por empresas transnacionais, uma realidade que encontrou suas bases no decorrer do século XX e nos dias de hoje em vertiginoso desenvolvimento. Esse processo, conhecido como internacionalização da produção, iniciou na década de 1980 e teve muitas repercussões organizacionais, financeiras e tecnológicas. Embora não haja consenso sobre o conceito de globalização, pode-se dizer que a internacionalização da economia, o progresso na desregulamentação do mercado e a formação de blocos econômicos regionais criaram uma economia que pode operar globalmente. Essa capacidade de atuar em maior escala lançou as sementes do processo de globalização. A internacionalização da produção foi possibilitada pelos avanços do setor financeiro, a expansão da telemática e do mercado financeiro internacional. A parceria entre os setores financeiro e produtivo proporcionou a formação de mercados oligopolizados e rigidamente controlados por um grupo limitado de empresas. Essa nova estrutura de mercado ocasionou o avanço do movimento de globalização. 6.2 Origem das instituições internacionais A eclosão da Primeira Guerra Mundial foi um marco na história. Houve vários países devastados por conflitos. A reconstrução econômica e o restabelecimento da normalidade se tornaram prioridades para esses países. Apesar dos esforços de reconstrução na arena do comércio internacional e algumas se demostrarem claramente inclinadas a adotar postura cooperativa e de formação de parcerias, as guerras comerciais ainda predominaram no cenário internacional e cada vez mais países procuravam aumentar as barreiras de proteção a produtos estrangeiros. Por exemplo, os Estados Unidos promulgaram uma lei (Smoot-Hawley Act) que permitia que as tarifas de importação aumentassem de 38% para 52% em vários produtos. O impacto dessa ação foi extremamente prejudicial para a economia norte- americana, pois vários países retaliaram contra seus próprios produtos, representando uma ameaça ao crescimento da economia norte-americana (PAIVA; MARQUEZINI; PASSANEZI, 2017). Após alguns anos da aprovação dessa lei, o Congresso norte-americano mobilizou-se para sua alteração. A redução tarifária de alguns produtos foi fortemente combatida na arena política, uma vez que os benefícios seriam demasiadamente difundidos. As discussões foram bastante acaloradas, e a dissipação de benefícios a determinados grupos decorrente da redução tarifária levou na adoção de acordos bilaterais. Essas negociações são entre os Estados Unidos e alguns países. Apesar das negociações bilaterais terem sido a única alternativa encontrada provisoriamente, sabia-se que ela não seria a solução para o conflito de interesses entre as partes contratantes. Dessa forma, o protecionismo norte-americano terminou acarretando resultado oposto ao esperado, pois reduziu seu comércio externo, causando o aprofundamento da depressão que se queria atenuar. No final da década de 1930, o mundo testemunha a Segunda Guerra Mundial, outro conflito global. Milhares de pessoas e nações ficaram sem condições financeiras e econômicas para um recomeço. Em meio a um ambiente incerto, a eclosão do segundo conflito resultou na necessidade de criação de instituições que atendessem as intempéries político-econômicas das nações. A urgência pela criação de organismos internacionais que garantissem a paz e o diálogo entre as nações, assim como, sua sobrevivência, levou no desenho de uma nova ordem político-econômica mundial. Assim, em meio à destruição, países procuravam ajuda e recursos externos junto a outros países. Em 1947, ao contrário da postura adotada no início do século XVII, os Estados Unidos lançam um dos planos mais ambiciosos de reconstrução e de concessão de recursos aos países devastados pela guerra. Essa proposta ficou conhecida como Plano Marshall, executado durante o período de 1947 a 1951 e idealizado pelo secretário norte-americano George C. Marshall, 16 países europeus se beneficiaram com a liberalização de empréstimos da ordem de US$ 11,5 bilhões. Entre os países beneficiados, encontrava-se Inglaterra (24%), França (20%), Alemanha Ocidental (11%) e Itália (10%). A implementação do Plano Marshall no início da Guerra Fria facilitou a penetração norte-americana na Europa, enquanto travou a propagação do comunismo na região, mais precisamente na França e Itália. 6.3 Mercantilismo e comércio internacional Para Paiva, Marquezini e Passanezi (2017), ao longo do desenvolvimento das teorias do comércio internacional, o mercantilismosurge como o primeiro conjunto de ideias que buscava explicar o funcionamento do comércio entre os países, particularmente no contexto da consolidação e fortalecimento dos Estados absolutistas. Apesar de não ser classificado como uma escola de pensamento econômico, alguns autores notáveis escreveram trabalhos que sustentam esse ponto de vista. Autores como Jean-Baptiste Colbert (1619-1683), na França, e Thomas Mun (1571-1641), na Grã-Bretanha, trataram de desenvolver esse conjunto de ideias, embora ainda não fosse denominado “teoria mercantilista”. Em sua essência, as ideias mercantilistas argumentam que os Estados monárquicos deveriam se fortalecer; como resultado, o tamanho dos exércitos seria um fator importante na consolidação de sua posição. Um ponto importante a ser enfatizado no estudo das teorias do comércio internacional, bem como das ciências econômicas, é que uma teoria só pode ser estabelecida se puder explicar a realidade. Se houver uma lacuna significativa entre a realidade e o desenvolvimento teórico, ela entrará em colapso e dará lugar a um novo conjunto de ideias e teorias. Este aspecto é extremamente importante para determinar o contexto em que surgem as principais teorias econômicas e suas explicações para o funcionamento do comércio internacional. O contexto histórico em que emergem as ideias mercantilistas é o declínio do feudalismo na produção e o processo de consolidação dos Estados nacionais. Esse período também é marcado por conflitos e pela intensificação do comércio entre as nações (PAIVA; MARQUEZINI; PASSANEZI, 2017). A queda de Constantinopla fez que os europeus buscassem alternativas ao comércio com o Oriente, ao mesmo tempo, ocorria a expansão das grandes navegações. Países como Portugal, Espanha e Holanda iniciam esse processo, visando alternativas a esse bloqueio e também de novas riquezas. Dessa forma, percebe-se que, uma vez que o processo produtivo era praticamente dependente de atividades de artesanato e manufatura simples, o crescimento dessa sociedade decorreu basicamente de saques e comércio (PAIVA; MARQUEZINI; PASSANEZI, 2017). Com isso, ter um grande exército era um requisito para que esses países pudessem se aventurar em busca de novas riquezas e conquistar novos territórios. A acumulação de riqueza seria também de fundamental importância para terem condições de adquirir os produtos necessários para o consumo, principalmente das classes dominantes. A acumulação de metais era fundamental para o fortalecimento e consolidação dos estados nacionais. Como resultado, o mercantilismo via como necessário que os países buscassem aumentos contínuos nas exportações e implementar restrições às importações, visando obter sucessivos superávits na balança de comércio. Para manter as importações, demonstrava-se necessária a admissão de medidas de natureza protecionista. Dessa forma, segundo o mercantilismo, o Estado deveria agir da seguinte maneira: ➢ Possuir um exército numeroso (tendo como pressuposto o crescimento populacional); ➢ Intensificar as atividades de comércio; ➢ Juntar divisas (metais preciosos), isto é, buscar o metalismo; ➢ Defender os interesses internos; ➢ Conquistar maior participação no comércio internacional, através do aumento das exportações; ➢ Enfatizar as atividades de comércio e manufatura (PAIVA; MARQUEZINI; PASSANEZI, 2017). Vale salientar que a crescente ênfase dada ao comércio, com pressões para a redução de taxas alfandegárias entre as localidades, correspondeu ao início da ascensão da burguesia comercial contra a nobreza, fato que terá como desdobramento a passagem do modo de produção feudal para o capitalista. 6.4 Barreiras ao Livre Comércio: Esquemas Protecionistas A livre-troca de mercadorias, conforme defendido pelas teorias de comércio internacional, ainda não foi concretizado. As relações comerciais entre os países são marcadas pelo protecionismo, que impedem a livre circulação de mercadorias. Uma questão interessante a responder seria: por que prevalecem essas práticas? Sem pormenores, pode-se dizer que tem dois pontos de vista sobre o tema. Do ponto de vista liberal, o mercado funciona melhor quanto menor for a intervenção do Estado no ambiente econômico. Nesse sentido, é preciso deixar que os agentes privados cuidem da livre alocação de recursos. Segundo avaliação liberal, as práticas protecionistas existem porque há grupos de pressão que se beneficiam de tais restrições e ganham muito com isso. Assim, a adoção de esquemas protecionistas gera inúmeros benefícios aos setores protegidos, mas não ao conjunto da sociedade, tampouco ao comercio internacional como um todo. Para continuar ganhando, os beneficiários desses esquemas, organizam lobbies e pressões para impor seu desejo ao Estado, enquanto os setores prejudicados acabam aceitando essa situação em virtude da baixa capacidade de mobilização. Nesses termos, a prática protecionista é encarada como uma forma ineficiente de alocar os recursos produtivos, perpetuando benefícios de setores mais bem organizados e com maior acesso ao Estado. Na perspectiva dos defensores do protecionismo, são inúmeros os argumentos que sustentam a ação do Estado para corrigir as imperfeições do mercado através da implementação de uma política comercial estratégica. Nesse sentido, argumenta-se que é preciso garantir a competitividade do capital nacional, protegendo os empregos gerados internamente e promovendo o desenvolvimento econômico do país, o que não ocorreria se prevalecessem as regras do mercado e a concorrência capitalista predatória. Mais detalhadamente, um dos argumentos mais usados pelos protecionistas, e até mesmo aceito por alguns liberalistas, é o que defende a necessidade de proteção da indústria nascente. Com essa abordagem, sustenta-se que a indústria nacional, não plenamente desenvolvida, em função do pouco tempo de vida, sem escala de produção suficiente para concorrer em condições de igualdade com os produtos das empresas internacionais, deve ser beneficiada por esquemas protecionistas. Sem custos de produção competitivos e sem esquemas de proteção adequados, essa indústria tenderia a perecer. Esse é um argumento, comumente, usado por países cuja industrialização foi realizada de forma tardia, denominados como países em desenvolvimento. Geralmente, ressalva-se, que evitando perpetuarem ineficiências, a proteção deve ser por tempo limitado, até que a maturação do processo de formação dessa indústria a coloque em condições de competitividade com as concorrentes estrangeiras. Essa estratégia foi usada por muitos países, incluindo os Estados Unidos e a Alemanha no século XIX e o Japão no século XX. Segundo Carvalho e Silva (2017), o Brasil também aderiu essa estratégia defensiva da indústria local, ao decorrer de grande parte da segunda metade do século XX. No decorrer do período de rápido desenvolvimento da industrialização, o Plano de Metas do Governo Juscelino Kubitschek (1956/1961) previa, entre outras medidas, o fechamento da economia através de altas tarifas aduaneiras. A ideia era implantar um parque industrial no País, livre de competição de produtos procedentes de economias mais desenvolvidas. Essa prática se prolongou por décadas, mesmo depois da abertura comercial dos anos 1990, em alguns setores, por exemplo, a informática. Outra exposição forte, nessa linha de argumentação, são os incentivos à substituição e importações. Um país em desenvolvimento, com pouca diversificação da produção, por exemplo, tendo em sua pauta de exportação basicamente produtos primários e na pauta de importações especialmente produtos industrializados, concorreria em condição de inferioridade com os países desenvolvidos. Os produtos primários possuem baixo valor agregado e, com o passar do tempo, a relação entre os preços de importaçãoe os de exportação tenderiam a ser cada vez mais desfavoráveis para os países menos desenvolvidos. Defende-se, assim, a necessidade de adoção de uma política que estimule a diversificação da atividade econômica. A prática protecionista, nesse caso, desestimularia a importação de produtos industrializados, criando um cenário favorável para a produção local desses produtos. Esse tipo de política foi persistentemente aplicado no Brasil durante grande parte do século XX. Há muitas maneiras de praticar o protecionismo. Dentre eles, destacam- se tarifas, cotas de importação e subsídios, observe cada um, a seguir: ➢ Tarifas: tributos cobrados sobre a importação de mercadorias. No Brasil, essa tarifa é chamada de Imposto de Importação (II). Tanto nesse como nos demais países, as tarifas podem ser qualificadas conforme o (Quadro 1). Quadro 1 – Modalidade de tarifas Ad valorem Cobrança de um percentual sobre o valor da mercadoria. Específica Cobrança de um valor me unidade monetária. Mista Cobrada quando o esquema é tanto ad valorem quanto específico. Fonte: adaptada (PAIVA; MARQUEZINI; PASSANEZI, 2017). A maioria dos países europeus, como o Brasil, adota cada vez mais tarifas ad valorem. Nos Estados Unidos, é habitual a aplicação tanto de um esquema tarifário como de outros. ➢ Cotas de importação: são práticas protecionistas que restringem o livre comércio, limitando a quantidade física permitida para a importar determinada mercadoria. Semelhantes aos esquemas tarifários, sua principal finalidade é proteger um segmento industrial ou agrícola. O estabelecimento de cotas também produz efeitos sobre o preço da mercadoria, pois, ao limitar a oferta, ocorre diminuição da concorrência e os preços tendem a aumentar. Existe também consequências sobre o balanço de pagamentos e o câmbio. Os efeitos dessa prática protecionista sobre a economia são muito semelhantes com os que ocorrem com os esquemas tarifários. No entanto, algumas diferenças devem ser enfatizadas. As cotas de importação, por exemplo, não produzem receitas diretas para o governo. Outra diferença em relação à tarifa é que o sistema de cotas é mais impositivo, buscando determinar diretamente a oferta do produto, ou seja, tendo sido definida a quantidade a ser importada, não se coloca alternativa ao importador, este tem que se adaptar a essa realidade, quando se aplica uma tarifa, ninguém é proibido de importar, somente desestímulos são criados para que isso ocorra. É por isso que se diz que o sistema de cotas é mais efetivo, pois não depende da elasticidade da demanda: independentemente do preço, a quantidade demandada será a que for estabelecida pelo governo. Conforme Paiva, Marquezini e Passanezi (2017), as cotas de importação são implantadas por licenças de importação, se essas licenças não são obtidas em um mercado competitivo, a tendência é que as firmas autorizadas a importar tenham vantagens de monopólio, ou seja, alto poder de mercado para a definição do preço da mercadoria. Além disso, como as licenças são concedidas pelo Estado, existe a possibilidade de ocorrência de corrupção, conforme aponta a literatura. A Argentina e os Estados Unidos, recentemente, aplicaram esquemas de cotas. No caso da Argentina, o país restringiu as importações de produtos da linha branca fabricados no Brasil, afirmando que os baixos custos de produção dessa linha de produtos brasileiros impediam os produtores argentinos de competir. Em 1999, os Estados Unidos impuseram um esquema de cotas para a importação de aço, ao resto do mundo, alegando-o como necessário para a proteção da indústria siderúrgica local. Existe também um esquema protecionista que é híbrido do sistema de cotas e do tarifário, conhecido como cota-tarifário. Nesse caso, as alíquotas são classificadas conforme a quantidade de mercadorias importadas. ➢ Subsídios: pode ser reconhecido como uma transferência de recursos financeiros feita pelo Estado ao produtor ou algum segmento empresarial. O objetivo é proporcionar vantagens financeiras as empresas privadas para desenvolver setores estratégicos, regiões geográficas ou sustentar simplesmente determinadas atividades industriais. No caso do comércio internacional, os subsídios também podem ser definidos como pagamentos diretos e indiretos, feitos pelo governo aos produtores para estimular as exportações ou desencorajar as importações. Os subsídios vêm em três formas muito comuns: ➢ Pagamento em dinheiro direto ao produtor, por unidade exportada; ➢ Concessão de benefícios fiscais, reduzindo-se impostos; ➢ Financiamento com taxa de juros subsidiada (PAIVA; MARQUEZINI; PASSANEZI, p.22, 2017). Os subsídios podem ser concedidos a exportadores, setores econômicos domésticos que enfrentam a concorrência de importações ou compradores estrangeiros, aumentando as exportações locais. O objetivo é sempre o mesmo. Dar subsídios significa reduzir os custos para os fabricantes que podem competir com empresas estrangeiras em condições privilegiadas, e os subsídios à exportação podem ser vistos como uma forma de dumping, onde são precificados abaixo dos custos de produção. Apesar de a prática de subsídio ser bastante difundida em todo o mundo, esta é mais adotada nos países ricos. Isso se deve, evidentemente, à capacidade arrecadação dos governos desses países, que têm muito mais condições de realizar transferências de recursos. 6.5 Taxas múltiplas de câmbio Nesta estrutura, o país adere taxas de câmbio diferenciadas com a finalidade de estimular a importação de determinadas mercadorias, enquanto desestimula outras. No caso do Brasil, havia dez taxas de câmbio, na primeira metade da década de 1950. Para estimular o processo de substituição de importações, o governo brasileiro, impôs taxas diferenciadas para a importação de bens de capital e bens de consumo durável. Dessa forma, o empresariado nacional ganhava de duas maneiras: primeiro, porque poderia comprar máquinas e equipamentos com taxa de câmbio apreciada; segundo, porque a concorrência de produtos estrangeiros era minimizada, pois a taxa de câmbio para importação era depreciada. 6.6 Taxa de Câmbio Conforme Paiva, Marquezini e Passanezi (2017), cada país emite sua própria moeda e cada moeda tem funções que incluem a capacidade dos atores econômicos de trocar bens e serviços, definir preços para produtos comercializados e atuar como reserva de valor. Pode-se encontrar os preços de bens e serviços cotados em sua própria moeda. Uma bolsa de couro pode custar R$ 50,00 no Brasil, enquanto uma similar pode custar US$ 50,00 nos Estados Unidos, o que não significa que sejam o mesmo preço. Como os preços da bolsa de couro são cotados em moedas distintas, sendo impossível estimar em qual dos dois países seria mais vantajoso comprar esse produto. Esse tipo de investigação não está presente apenas no mercado de bens e serviços da economia, mas se estende para além dos mercados financeiros e estabelece que a taxa de câmbio seja comprada e vendida simplesmente com expectativa de obter ganhos com a variação cambial. Nota-se que como a taxa de câmbio é o principal referencial, em termos de preços de bens e serviços, no comércio internacional e no mercado financeiro mundial. Simultaneamente, para efetivamente desenvolver esse entendimento, será necessário estabelecer o que é o mercado de câmbio e especialmente como os preços das moedas são definidos nesse mercado. Para tal, será avaliado como os agentes que demandam e ofertam moeda estrangeira dialogam na definição do preço da taxa de câmbio e também como o governo pode influenciar esse importante preço relativo da economia, quando ele escolhe pelo tipo de regime cambial a ser seguido. Serão apresentados os pontos básicos sobre a relação entre a taxa de câmbio e as principais variáveis macroeconômicas:juros, preços e produto. 6.7 Taxa de câmbio nominal A taxa de câmbio nominal espelha o preço da moeda estrangeira em relação à moeda nacional. Por exemplo, quanto será necessário pagar em reais para comprar uma unidade de dólar. O valor da taxa de câmbio do real, em relação a algumas moedas estrangeiras, refere-se os valores da taxa de compra, cotação que o operador de câmbio dos bancos autorizados usa para operações de compra de determinada moeda, e os valores da taxa de venda, cotação utilizada para venda pelos bancos. O spread seria a diferença entre a taxa de compra e a taxa de venda da moeda estrangeira negociada, utilizada para cobrir os custos da transação e realizar lucros. Ao considerar a taxa de câmbio como a quantidade necessária de reais para comprar ou vender uma unidade da moeda estrangeira, a taxa de câmbio significa simplesmente mais um preço. A notação R$/€$ representa a quantidade de reais necessária para comprar uma unidade de euro. Ao conhecer a taxa de câmbio R$/US$ e R$/€$, pode-se calcular a taxa de câmbio cruzada entre o euro e o dólar (PAIVA; MARQUEZINI; PASSANEZI, 2017). Para calcular quantos reais são necessários para comprar um dólar, é preciso então entender como o preço da moeda estrangeira é determinado em um mercado cambial, onde a moeda de um país é trocada pela moeda de outro. No curto prazo, a determinação do preço da moeda estrangeira, ou seja, da taxa de câmbio, depende de fatores que influenciam a oferta e a demanda de divisas no país. Outro fator relevante é como as autoridades definem a política cambial para o país naquele determinado momento. O mercado de câmbio consiste em agentes econômicas que compram e vendem moedas estrangeiras. Os principais atores nesse mercado são bancos comerciais, corporações, instituições financeiras não bancárias e bancos centrais. 6.8 Demanda de dólares no mercado cambial brasileiro Segundo Paiva, Marquezini e Passanezi (2017), a curva de demanda de dólares mostra a quantidade de dólares que os brasileiros desejarão comprar em um determinado período e a cada taxa de câmbio. Seguindo a lógica da lei da demanda, quanto menor a taxa de câmbio, isto é, quanto menor o valor que se tem de pagar pela unidade de dólar, maior a quantidade demandada de dólares no mercado cambial. Isso porque quanto mais barato está o dólar americano, mais acessíveis ficam as mercadorias americanas, e os brasileiros as compram, demandando uma quantidade maior de dólares no mercado cambial. Conforme a lei da demanda, se o preço da moeda estrangeira cai, aumenta sua demanda; no entanto, outros fatores influenciam a demanda de dólares pelos residentes no Brasil. Entre eles, destacam-se: ➢ PIB real do Brasil: mesmo que o preço do dólar permaneça inalterado no mercado cambial, o crescimento real da economia brasileira pode aumentar a demanda pelo dólar no mercado brasileiro. Isso porque os brasileiros estarão dispostos a comprar mais produtos, inclusive produtos e serviços americanos, independentemente da taxa de câmbio. ➢ Nível de preços relativos: se o nível de preços relativos no Brasil aumenta e o nível de preços norte-americanos permanecem o mesmo, os brasileiros tendem a comprar mais produtos norte-americanos que produtos brasileiros. ➢ Preferência: involuntariamente dos preços dos produtos e da taxa de câmbio, os agentes brasileiros podem preferir os produtos e serviços norte-americanos, o que também significa maior demanda de dólares no mercado de cambial. ➢ Taxas de juros relativos: quando a taxa de juros de um país está mais elevada em relação a outro, esse país pode atrair investimento para o seu mercado financeiro. Conforme o exposto acima, caso a taxa de juros norte-americana fique mais atrativa que a taxa de juros brasileira, os investidores tendem a alocar suas riquezas em títulos norte-americanos, logo, os que estavam investindo no Brasil passam a procurar dólares no mercado de cambial para mudar sua carteira de ativos. ➢ Expectativa de variação cambial: considerando que os investidores brasileiros tenham expectativa de queda do preço do real (depreciação do real), se mantiverem ativos brasileiros poderão sofrer perda cambial, isso significa que os investidores buscam ativos financeiros mais seguros no mercado internacional, principalmente os cotados em dólar, aumentando, assim, a demanda de dólares no mercado brasileiro. Dessa forma, os principais agentes no Brasil que demandam dólares no mercado de cambial são: ➢ Os importadores de produtos e serviços norte-americanos e produtos cotados em dólares; ➢ Os turistas brasileiros que viajam para o exterior; ➢ Os investidores nacionais que compram títulos no exterior cotados em dólares; ➢ As empresas, governo ou pessoas físicas que necessitam de moeda estrangeira para quitar seus compromissos, como pagar juros ou títulos no exterior; ➢ Os investidores internacionais com investimentos financeiros no Brasil, que resolvem optar por investimentos nos Estados Unidos; ➢ “As empresas que enviam lucros, dividendos e juros para os Estados Unidos” (PAIVA; MARQUEZINI; PASSANEZI, p.84, 2017). 6.9 Exportações As exportações são mercadorias produzidas em determinado país e vendidas a outros países. Porém, as mercadorias exportadas têm que estar bem identificadas, para efeito de fiscalização. As exportações são denominadas de visíveis quando compreende mercadorias tangíveis e invisíveis quando se trata de serviços, podendo ser operações voltadas para o turismo, os transportes, os serviços bancários, os serviços financeiros e até os serviços técnicos. 6.9.1 Classificação da mercadoria Depois do registro de exportadores e importadores no Siscomex, a empresa deverá classificar seus produtos conforme duas nomenclaturas: a Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) e a Nomenclatura Aduaneira da Aladi (Naladi-SH), ambas elaboradas com base na Convenção Internacional sobre o Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de Mercadorias (SH), em Bruxelas, em junho de 1983. Entretanto, a NCM foi criada em 1995, com a entrada em vigor do Mercosul, que veio substituir a Nomenclatura Brasileira de Mercadoria (NBM). Vale salientar que a codificação da NCM é formada de oito dígitos numéricos, sendo os seis primeiros de conhecimento internacional por: capítulos, posição, subposição simples, subposição composta, item e subitem (PAIVA; MARQUEZINI; PASSANEZI, 2017). 6.9.2 Processo de exportação O processamento de exportação deve seguir um roteiro planejado, técnico e profissional: pesquisa de mercado, promoção de um contato preliminar, cotações e, por fim, preparação da documentação e da mercadoria. 6.9.3 Pesquisa de mercado A pesquisa documental prévia possibilita ao empresário acesso a diversas informações essenciais para o êxito de futuras transações nos mercados externos, em que as fontes de pesquisa de mercado são: câmaras de comércio internacionais, consulados; associações comerciais e sindicatos de classe; bibliotecas; revistas estrangeiras especializadas; publicações especializadas em comércio exterior. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA CARVALHO, M. A.; SILVA. C. R. L. Economia internacional. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. PAIVA, D. L. D.; MARQUEZINI, S. V. F.; PASSANEZI, Paula M. S.; et al. Economia Internacional. 3.ed. São Paulo: Saraiva, 2017.