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Metodologias Ativas no Ensino Superior

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Disciplina | 
Introdução 
www.cenes.com.br | 1 
 
 
 
 
 
DISCIPLINA 
DOCÊNCIA NO ENSINO 
SUPERIOR 
 
AULA 04 
Metodologias Ativas e Ensino 
Superior 
Docência no Ensino Superior | 
Sumário 
www.cenes.com.br | 2 
A Faculdade Focus se responsabiliza pelos vícios do produto no que concerne à sua edição 
(apresentação a fim de possibilitar ao consumidor bem manuseá-lo e lê-lo). Nem a instituição 
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cuja obra seja fraudulentamente reproduzida, divulgada ou de qualquer forma utilizada 
poderá requerer a apreensão dos exemplares reproduzidos ou a suspensão da divulgação, 
sem prejuízo da indenização cabível (art. 102 da Lei n. 9.610, de 19.02.1998). 
Atualizações e erratas: este material é disponibilizado na forma como se apresenta na data 
de publicação. Atualizações são definidas a critério exclusivo da Faculdade Focus, sob análise 
da direção pedagógica e de revisão técnica, sendo as erratas disponibilizadas na área do 
aluno do site www.faculdadefocus.com.br. É missão desta instituição oferecer ao acadêmico 
uma obra sem a incidência de erros técnicos ou disparidades de conteúdo. Caso ocorra 
alguma incorreção, solicitamos que, atenciosamente, colabore enviando críticas e sugestões, 
por meio do setor de atendimento através do e-mail tutoria@faculdadefocus.com.br. 
 
Material didático elaborado pela equipe de Engenharia e Gestão do Conhecimento do Grupo 
Focus de Educação sob solicitação do CENES – Centro de Estudos de Especialização e 
Extensão. 
 
© 2023, by Faculdade Focus 
Rua Maranhão, 924 - Ed. Coliseo - Centro 
Cascavel - PR, 85801-050 
Tel: (45) 3040-1010 
www.faculdadefocus.com.br 
 
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G892 
GRUPO FOCUS DE EDUCAÇÃO. Docência no Ensino Superior: Metodologias Ativas e Ensino 
Superior / Org. Vitor Matheus Krewer. – Cascavel: Grupo Focus de Educação, Focus, 2023. 
23 P. 
1. Professor – formação. 2. Professor Universitário. 3 Ensino Superior. 4. Prática de Ensino. I. Título. 
CDD 23 ed.: 370.7124 
http://www.faculdadefocus.com.br/
mailto:tutoria@faculdadefocus.com.br
http://www.faculdadefocus.com.br/
Docência no Ensino Superior | 
Sumário 
www.cenes.com.br | 3 
Sumário 
Sumário ----------------------------------------------------------------------------------------------------- 3 
Introdução -------------------------------------------------------------------------------------------------- 4 
1 A Empregabilidade de Estratégias de Ensino-Aprendizagem no Ensino Superior - 5 
2 Metodologias Ativas: conceitos e aplicações ------------------------------------------------ 9 
3 Tipos de Aprendizagem --------------------------------------------------------------------------- 12 
3.1 Orientado a Solução de Problemas ------------------------------------------------------------------------ 12 
3.2 Entre Times ------------------------------------------------------------------------------------------------------- 14 
3.3 Movimento Maker --------------------------------------------------------------------------------------------- 15 
3.4 Estudo de Caso -------------------------------------------------------------------------------------------------- 16 
4 As Salas de Aula Invertida ----------------------------------------------------------------------- 18 
Conclusão -------------------------------------------------------------------------------------------------- 20 
Referências ------------------------------------------------------------------------------------------------ 21 
 
 
Docência no Ensino Superior | 
Introdução 
www.cenes.com.br | 4 
Introdução 
Nos anos 1990, o cenário educacional passou por uma transformação notável, 
influenciada pelo avanço das ciências e tecnologias, o que levou a um aumento 
expressivo na busca por cursos de graduação. Essas mudanças significativas 
repercutiram na estruturação dos processos formativos das instituições de ensino 
superior. 
As transformações no ensino superior não se limitaram à revisão dos currículos, 
mas também tiveram um impacto significativo na prática docente. O perfil do 
estudante universitário evoluiu consideravelmente, exigindo, por conseguinte, uma 
adaptação na abordagem dos educadores. Essa adaptação está intrinsecamente 
relacionada às metodologias ativas aplicadas em sala de aula. 
As metodologias ativas englobam as estratégias pedagógicas adotadas pelo 
professor para alcançar os objetivos educacionais estabelecidos no planejamento do 
curso. Esse caminho metodológico envolve a seleção de abordagens didáticas 
apropriadas, levando em consideração os objetivos específicos, os conteúdos a serem 
abordados e as características do público discente. 
O emprego das metodologias ativas exerce um impacto substancial no processo 
de ensino e aprendizagem, independentemente do nível de ensino. No entanto, no 
ensino superior, é comum observar a persistência de abordagens tradicionais, que se 
fundamentam em uma visão convencional do ensino, em que o professor assume 
predominantemente um papel de transmissor de conhecimento, e os alunos 
desempenham um papel passivo na absorção desse conhecimento. 
Essa tradicional estrutura de aula, que se perpetua ao longo das décadas, muitas 
vezes não se baseia em evidências de eficácia pedagógica, mas, sim, reflete a carência 
de uma cultura de formação docente adequada para o nível superior. Historicamente, 
os professores universitários frequentemente adquiriam suas habilidades pedagógicas 
de maneira informal, com base em suas próprias experiências como alunos, em um 
contexto substancialmente diferente do cenário educacional atual. 
Consequentemente, as práticas pedagógicas no ensino superior, até certo ponto, 
têm sido caracterizadas por aulas predominantemente expositivas, com pouco espaço 
para a interação e um limitado potencial para a reflexão e a aplicação prática dos 
conhecimentos à vida cotidiana dos alunos. 
A necessidade de romper com esse paradigma conduziu as instituições de ensino 
Docência no Ensino Superior | 
A Empregabilidade de Estratégias de Ensino-Aprendizagem no Ensino Superior 
www.cenes.com.br | 5 
superior a repensar a formação de seu corpo docente e a promover a adoção de novas 
metodologias de ensino. Nesse contexto, emergem as metodologias ativas, que 
representam uma abordagem inovadora e eficaz para o processo de ensino e 
aprendizagem (MELO, 2017). 
A implementação das metodologias ativas tem trazido uma notável 
transformação para o ambiente acadêmico, promovendo uma integração mais eficaz 
entre o conteúdo teórico e a reflexão sobre sua aplicabilidade na prática profissional. 
Essa abordagem atribui um maior significado e relevância ao conhecimento adquirido 
pelos alunos, estreitando a lacuna entre teoria e prática e enriquecendo a experiência 
educacional. 
 
1 A Empregabilidade de Estratégias de Ensino-Aprendizagem 
no Ensino Superior 
Segundo Gil (1997, p. 60), a aprendizagem é definida como a aquisição de 
conhecimentos ou o desenvolvimento de habilidades e atitudes resultantes de 
experiências educacionais, como aulas, leituras e pesquisas. Portanto, este autor 
enfatiza a importância de levar em consideração diversos fatores durante o 
planejamento das aulas e na seleção de estratégias que objetivem o alcance dos 
objetivos educacionais. Tais estratégias devem ser projetadas com base em 
considerações de natureza psicológica, como diferenças individuais, motivação, 
concentração,feedback, memorização e retenção. 
De acordo com Masetto (2003), as estratégias de ensino-aprendizagem 
representam um conjunto de decisões que visam facilitar o alcance dos objetivos 
educacionais pelo aprendiz. Essas estratégias abrangem desde a organização do 
ambiente de sala de aula, incluindo a disposição das carteiras, até a preparação do 
material didático, como recursos audiovisuais, visitas técnicas, uso da internet, bem 
como a aplicação de dinâmicas de grupo ou outras atividades individuais. 
Gil (1997, p. 60) dispõe que as pessoas apresentam variações em suas 
capacidades de compreensão dos conteúdos. Algumas são mais aptas a assimilar os 
tópicos abordados, enquanto a maioria enfrenta maiores desafios e requer uma 
mediação mais eficaz. Por esse motivo, torna-se fundamental a realização de testes 
de diagnóstico no início do curso para avaliar o nível de aprendizado da turma. Com 
base nessa avaliação, o professor pode adaptar suas abordagens de ensino de acordo 
Docência no Ensino Superior | 
A Empregabilidade de Estratégias de Ensino-Aprendizagem no Ensino Superior 
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com as necessidades da população que está atendendo. 
Devido às lacunas na formação básica de muitos alunos, as instituições de ensino 
superior frequentemente precisam implementar planos e treinamentos para revisar 
conceitos fundamentais de diversas disciplinas, que são essenciais para o 
desenvolvimento dos conteúdos específicos do curso. Consequentemente, é 
imperativo que o docente esteja preparado para lidar com essa diversidade de níveis 
de conhecimento. 
É razoável esperar que os alunos ingressantes no ensino superior tenham seus 
objetivos bem definidos, mas nem sempre isso ocorre. Portanto, é fundamental 
instigar neles, no mínimo, os motivos pelos quais escolheram frequentar o ensino 
universitário. De acordo com Gil (1997, p. 60), "a importância da motivação na 
aprendizagem é indiscutível. Mesmo um aluno inteligente, se não estiver motivado 
para aprender, dificilmente o fará. Em uma situação de aprendizado, como uma aula, 
é provável que ele direcione sua energia e atenção para outras atividades menos 
desejáveis." Portanto, a motivação é um fator central na garantia do envolvimento 
efetivo dos alunos no processo de aprendizagem. 
É relevante destacar que as estratégias de ensino-aprendizagem devem ser 
adaptadas às demandas do ensino superior, onde se espera um nível mais profundo 
de compreensão, análise e síntese dos conteúdos. A transmissão passiva de 
informações não é mais suficiente; o foco atual é o desenvolvimento de habilidades 
críticas, a capacidade de resolver problemas complexos e a aplicação prática do 
conhecimento adquirido. 
No cenário contemporâneo, as estratégias de ensino-aprendizagem podem ser 
potencializadas pelo uso de tecnologias educacionais e da aprendizagem ativa. 
Plataformas de ensino online, simulações, realidade virtual, jogos educacionais e 
ambientes virtuais de aprendizagem são exemplos de recursos que podem enriquecer 
o processo educacional, promovendo o engajamento dos alunos e facilitando a 
compreensão de conceitos complexos. 
É fundamental que os professores do ensino superior sejam treinados e 
atualizados continuamente em relação às novas abordagens pedagógicas e 
tecnológicas. Eles devem ser capazes de escolher as estratégias mais adequadas para 
os objetivos de aprendizagem de seus cursos e de acompanhar de perto o progresso 
dos alunos. Além disso, a avaliação formativa e a retroalimentação são componentes 
essenciais do processo de ensino-aprendizagem, permitindo que os estudantes 
compreendam seu desempenho e façam melhorias contínuas. 
Docência no Ensino Superior | 
A Empregabilidade de Estratégias de Ensino-Aprendizagem no Ensino Superior 
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Em síntese, o ensino superior contemporâneo exige uma abordagem flexível e 
diversificada em relação às estratégias de ensino-aprendizagem. A motivação, a 
adaptação às necessidades individuais dos alunos e a incorporação de tecnologias 
educacionais são elementos-chave para garantir um ambiente de aprendizagem eficaz 
e significativo, que prepare os alunos não apenas com conhecimento teórico, mas 
também com as habilidades práticas necessárias para o sucesso em suas carreiras 
futuras. 
Portanto, os discentes serão, na maioria das vezes, estimulados quando 
perceberem a relevância do conteúdo proposto ou sua aplicabilidade. Despertar no 
estudante o desejo de buscar respostas, de explorar, de avançar é uma maneira de 
mantê-lo continuamente engajado, incentivando seu crescimento e a compreensão 
do tópico relacionado à sua prática, aumentando seu desejo por conhecimento. 
Orientado por este contexto, Gil (1997) enfatiza que a discussão se destaca como 
uma estratégia pedagógica valiosa em sala de aula, uma vez que promove a reflexão 
sobre os conhecimentos adquiridos, permitindo a exploração de um mesmo tema sob 
diferentes perspectivas, proporcionando aos alunos a oportunidade de compreender 
ou, pelo menos, ouvir teorias e conceitos diferentes de suas crenças preexistentes. 
Além disso, a discussão facilita a construção da estrutura conceitual, com base na 
participação ativa dos estudantes em relação ao tópico debatido. Isso, por sua vez, 
contribui para um exercício democrático no ambiente acadêmico. 
Dentro desse cenário de liberdade, é dever do professor mediar a transição do 
conhecimento empírico para o científico, baseando-se em estudos que fundamentem 
e sustentem a discussão. Essa prática, no entanto, alcançará eficácia quando todos os 
participantes possuírem conhecimentos prévios sobre o tópico em discussão. 
Seguindo Masetto (2003, p. 101), há algumas premissas fundamentais para a eficácia 
dessa abordagem: 
1. O professor deve dominar profundamente o tema do debate, demonstrando 
um profundo conhecimento da matéria. 
2. O tópico designado pelo professor deve ser preparado pelos participantes do 
debate, mediante leituras e pesquisas prévias, de modo a trazer materiais e 
argumentos bem fundamentados para a discussão. 
3. O professor deve assegurar a participação equitativa de todos os envolvidos, 
evitando que um grupo restrito domine as intervenções, garantindo que todos 
tenham a oportunidade de expressar seus pontos de vista. O professor também 
Docência no Ensino Superior | 
A Empregabilidade de Estratégias de Ensino-Aprendizagem no Ensino Superior 
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deve evitar intervir constantemente e monopolizar o tempo de fala, o que pode 
comprometer os objetivos da estratégia. Em vez disso, deve permitir que os 
alunos assumam um papel central na discussão. 
Gil (1997, p. 63) ainda destaca a simulação como uma estratégia eficaz no 
processo de ensino-aprendizagem. Nessa abordagem, os alunos assumem papéis 
correspondentes a situações da vida real e agem de acordo com esses papéis. As 
consequências de suas ações são observadas pelos alunos, que são estimulados a 
refletir sobre essas experiências. Essa estratégia promove a imersão dos alunos em 
contextos próximos à realidade, oferecendo feedback imediato sobre suas escolhas, 
comportamentos e decisões. 
Novamente seguindo as orientações de Gil (1997), temos outras estratégias, 
como o estudo de caso e a dramatização. A dramatização é uma abordagem 
relativamente recente no campo educacional, mas tem demonstrado resultados 
significativos em sala de aula. Envolve a interpretação de temas específicos pelos 
alunos e é frequentemente utilizada em situações que demandam reflexão sobre 
questões afetivas ou psicológicas, nas quais os estudantes precisam analisar e tomar 
decisões. 
O estudo de caso, por sua vez, envolve a análise de problemas apresentados aos 
alunos com o objetivo de encontrar soluções. Isso requer a integração de teoria e 
prática, além do desenvolvimento da capacidade de trabalho em equipe. Conforme 
Masetto (2003, p. 102), essa técnica visa permitir que os estudantesentrem em contato 
com situações reais ou simuladas de sua futura profissão, realizem análises 
diagnósticas, busquem informações relevantes, apliquem o conhecimento à situação 
e aprendam a analisar problemas complexos e tomar decisões. Veremos a frente, de 
maneira pormenorizada, conceitos importantes sobre o estudo de caso como uma 
metodologia ativa. 
No contexto atual, além das estratégias mencionadas, recursos audiovisuais 
desempenham um papel crucial no processo de ensino-aprendizagem. Eles 
contribuem para manter o interesse e a atenção dos alunos, tornando as aulas mais 
eficazes na transmissão de novos conteúdos. O uso de recursos audiovisuais é 
particularmente valioso para envolver os estudantes em atividades interativas e 
estimular a aprendizagem ativa. 
Portanto, a diversificação das estratégias de ensino-aprendizagem, incluindo 
simulações, dramatizações, estudos de caso e recursos audiovisuais, enriquece o 
Docência no Ensino Superior | 
Metodologias Ativas: conceitos e aplicações 
www.cenes.com.br | 9 
processo educacional, tornando-o mais envolvente, participativo e eficaz. Essas 
abordagens permitem que os alunos se aproximem de situações do mundo real, 
desenvolvam habilidades práticas e melhorem sua capacidade de análise e tomada de 
decisões. 
 
2 Metodologias Ativas: conceitos e aplicações 
As metodologias ativas representam uma abordagem fundamental no contexto 
do ensino superior, trazendo consigo novas dimensões para o processo de ensino e 
aprendizagem, tornando-o mais produtivo, dinâmico e significativo ao engajar os 
alunos de forma ativa em seu próprio aprendizado. Essa abordagem é sustentada pela 
premissa de que o discente assume um papel de protagonismo no processo 
educativo, desempenhando um papel central na construção do conhecimento 
(AZEVEDO; PACHECO; SANTOS, 2019). 
O surgimento e a evolução das metodologias ativas têm raízes na Escola Nova, 
que floresceu na segunda metade do século XX. A Escola Nova enfatizou a 
aprendizagem por meio da experiência e vivência do aluno, promovendo, assim, uma 
construção ativa do conhecimento (ARAUJO, 2015). Nesse contexto, a ação 
desempenha um papel fundamental na pedagogia escolanovista, transformando o 
estudante de um receptor passivo do conhecimento em um construtor ativo do 
mesmo. Consequentemente, a participação ativa do aluno é fundamental para a 
construção do conhecimento. 
Inspiradas pelos princípios da escola nova, as metodologias ativas surgem como 
uma resposta à necessidade de repensar as práticas de ensino e aprendizagem. Essas 
metodologias representam um novo paradigma que transcende a mera intenção de 
tornar o ensino mais atraente ou divertido, pois têm como foco central a construção 
do conhecimento pelo aluno. Para atingir esse objetivo, elas empregam atividades que 
otimizam os processos cognitivos dos alunos e fornecem elementos que conectam o 
conhecimento à sua aplicação prática (AZEVEDO; PACHECO; SANTOS, 2019). 
As metodologias ativas buscam, portanto, uma ressignificação dos saberes, 
integrando o conhecimento teórico com situações práticas. A contextualização é um 
pilar essencial dessas metodologias, pois visa aproximar a teoria da realidade dos 
alunos, tornando o aprendizado mais relevante e significativo (AZEVEDO; PACHECO; 
SANTOS, 2019). 
Docência no Ensino Superior | 
Metodologias Ativas: conceitos e aplicações 
www.cenes.com.br | 10 
No entanto, a escolha da metodologia ativa mais apropriada exige que o 
professor compreenda profundamente o perfil dos alunos e os objetivos educacionais. 
Cada metodologia pode ser aplicada de maneira estratégica, dependendo do 
resultado desejado. Por exemplo, atividades de simulação ou estudos de caso são 
adequados quando o objetivo é desenvolver habilidades práticas. Por outro lado, 
métodos que promovem interação e colaboração entre os alunos, como a criação 
conjunta de mapas conceituais, são ideais para a formação de profissionais que 
trabalham em equipe (AZEVEDO; PACHECO; SANTOS, 2019). 
Vale ressaltar que a eficácia das metodologias ativas não depende apenas de sua 
aplicação, mas, sim, da capacidade do professor de guiar os alunos em uma reflexão 
profunda sobre os conceitos abordados. Nesse sentido, o conhecimento didático 
desempenha um papel crucial. Portanto, é imperativo que o professor do ensino 
superior não apenas escolha a metodologia apropriada, mas também compreenda 
por que ela está sendo aplicada, tendo em mente as características do público, a 
natureza do conteúdo e os objetivos de aprendizado. 
Para uma implementação bem-sucedida das metodologias ativas, é fundamental 
que o corpo docente esteja ciente da importância do conhecimento didático e saiba 
articular os elementos didáticos com o conteúdo específico de sua disciplina. Isso 
possibilitará uma prática docente mais engajada e alinhada com o processo de 
aprendizagem dos alunos, promovendo um ambiente de ensino superior mais eficaz 
e significativo (AZEVEDO; PACHECO; SANTOS, 2019). 
Convidamos você a explorar algumas das metodologias ativas amplamente 
utilizadas no ensino superior, a fim de aprofundar sua compreensão e aplicação na 
prática pedagógica. 
Algumas das metodologias ativas mais comuns no ensino superior incluem: 
1 Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP): Nessa metodologia, os alunos 
são confrontados com problemas complexos que simulam situações do mundo 
real. Eles trabalham em grupos para analisar, pesquisar e resolver esses 
problemas, desenvolvendo habilidades de resolução de problemas, 
pensamento crítico e colaboração. 
2 Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP): Aqui, os alunos embarcam em 
projetos práticos que exigem a aplicação dos conceitos aprendidos em sala de 
Docência no Ensino Superior | 
Metodologias Ativas: conceitos e aplicações 
www.cenes.com.br | 11 
aula. Isso os envolve em investigações, criação de produtos ou solução de 
problemas reais. O foco é na aplicação prática do conhecimento. 
3 Sala de Aula Invertida: Nesse modelo, os alunos acessam o conteúdo de 
aprendizado antes da aula, muitas vezes por meio de materiais online, como 
vídeos ou leituras. Durante as aulas, o tempo é dedicado a discussões, resolução 
de dúvidas e aplicação prática do conhecimento, com a orientação do professor. 
4 Aprendizagem Cooperativa: Aqui, os alunos trabalham em grupos 
colaborativos para alcançar metas de aprendizado. Eles se apoiam mutuamente, 
compartilham responsabilidades e se engajam em atividades que promovem a 
aprendizagem ativa. 
5 Peer Instruction (Instrução entre Pares): Essa técnica envolve os alunos na 
discussão de conceitos-chave com seus colegas. O professor apresenta uma 
pergunta desafiadora e os alunos debatem suas respostas em pequenos 
grupos. Isso estimula a reflexão e a compreensão mais profunda dos tópicos. 
6 Design Thinking: O design thinking é uma abordagem centrada no aluno que 
se concentra na resolução de problemas e na criatividade. Os alunos são 
incentivados a identificar desafios, colaborar na geração de soluções e 
prototipar ideias. Essa metodologia é especialmente eficaz para cursos de 
design, inovação e empreendedorismo. 
7 Aprendizagem Baseada em Jogos: Os jogos educacionais são usados para 
envolver os alunos e ensinar conceitos de forma interativa. Eles oferecem um 
ambiente de aprendizado imersivo, onde os alunos enfrentam desafios, tomam 
decisões e obtêm feedback imediato. 
Essas metodologias ativas não apenas tornam o ensino superior mais envolvente, 
mas também ajudam os alunos a desenvolver habilidades essenciais, como 
pensamento crítico, resolução de problemas, colaboração e comunicação. No entanto, 
a escolha da metodologia apropriada deve levar em consideração os objetivos de 
aprendizado, o conteúdo do curso e as características dos alunos. 
A implementação eficaz de metodologias ativas requer um compromisso com a 
formação docente contínua, pois os professores devem estar preparadospara 
projetar, facilitar e avaliar atividades que promovam o engajamento dos alunos e o 
desenvolvimento de competências. O investimento em tecnologia educacional 
também desempenha um papel importante, fornecendo ferramentas que facilitam a 
Docência no Ensino Superior | 
Tipos de Aprendizagem 
www.cenes.com.br | 12 
aplicação de metodologias ativas. 
Em resumo, as metodologias ativas representam uma abordagem pedagógica 
valiosa no ensino superior, transformando a tradicional relação de ensino em uma 
parceria entre professores e alunos na construção ativa do conhecimento. Elas não 
apenas tornam o processo de aprendizado mais significativo, mas também preparam 
os alunos para enfrentar os desafios do mundo real e se destacarem em suas futuras 
carreiras. Portanto, é essencial que as instituições de ensino superior continuem a 
promover e desenvolver práticas de ensino baseadas em metodologias ativas. 
 
3 Tipos de Aprendizagem 
3.1 Orientado a Solução de Problemas 
Uma das prioridades do uso das metodologias ativas é a capacitação do aluno 
para compreender a fundo os aspectos teóricos de um determinado conteúdo, com a 
capacidade de aplicá-lo efetivamente em cenários do mundo real relacionados à sua 
futura profissão, promovendo, assim, uma aprendizagem autônoma e participativa. 
Dentre as diversas abordagens de metodologias ativas, destaca-se a 
Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP), conhecida como Problem-Based 
Learning (PBL) em sua nomenclatura original. Esta metodologia foi inicialmente 
desenvolvida no contexto do curso de medicina da Universidade de McMaster, no 
Canadá, na década de 1960, e tem como propósito central a utilização de problemas 
do cotidiano como catalisadores para instigar nos alunos a busca por soluções. O 
objetivo é explorar o conhecimento teórico adquirido durante o curso para 
desenvolver habilidades e competências relevantes para a futura carreira profissional. 
O potencial da ABP transcendeu as fronteiras da área médica, expandindo seu 
uso para diversas outras disciplinas. Foi necessário sistematizar as características que 
deveriam nortear o desenvolvimento dessa metodologia como catalisadora de novas 
aprendizagens. De acordo com Farias, Martin e Cristo (2015), essas características são: 
1. Problem (Problema): O problema é a unidade fundamental para o aluno, 
centrando seu foco no processo de aprendizado. 
2. Resource (Recursos): O fornecimento adequado de recursos, como instruções, 
literatura e acesso à internet, permite a autoaprendizagem. 
Docência no Ensino Superior | 
Tipos de Aprendizagem 
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3. Objectives (Objetivos): Os objetivos de aprendizagem são definidos pelos 
educadores, orientando o direcionamento do processo. 
4. Behaviour (Comportamento): O comportamento dos alunos evolui 
progressivamente à medida que enfrentam e resolvem problemas. 
5. Learning (Aprendizagem): A aprendizagem é ativa e monitorada por meio da 
colaboração entre pares e da orientação do facilitador. 
6. Examples (Exemplos): O facilitador promove o uso de habilidades cognitivas 
de ordem superior por meio de exemplos e casos práticos. 
7. Motivation (Motivação): A abordagem da PBL é projetada para estimular o 
interesse dos alunos em tópicos específicos e fomentar a motivação para 
aprender. 
Dessa maneira, a ABP promove ativamente o envolvimento dos alunos em um 
processo colaborativo em que eles buscam soluções e constroem conhecimento. A 
metodologia valoriza a aprendizagem baseada em problemas reais e enfatiza o 
desenvolvimento de competências interpessoais, como a capacidade de trabalhar em 
equipe, de argumentação, de comunicação e de resolução de problemas. 
No contexto da ABP, o papel do professor muda, não consistindo mais em 
fornecer informações diretas, mas atuando como facilitador da aprendizagem. A 
responsabilidade pela pesquisa, discussão e apresentação de conceitos cabe ao grupo 
de estudantes, enquanto o professor fornece orientação e encerramento da atividade, 
auxiliando na síntese das exposições e na consolidação dos principais pontos. 
Essa metodologia também promove o desenvolvimento do senso crítico, 
habilidades de comunicação e argumentação, e uma compreensão holística do 
problema em questão. Coloca o aluno no centro do processo de aprendizado, com o 
professor desempenhando o papel de guia e facilitador, que, no entanto, desempenha 
um papel fundamental ao estabelecer a situação-problema e apresentar os conceitos 
essenciais para orientar o trabalho em equipe. 
A Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) representa uma mudança 
significativa na dinâmica do ensino superior, colocando o aluno no papel de 
protagonista do seu próprio aprendizado. Isso requer do professor uma compreensão 
sólida das necessidades do aluno e um domínio eficaz das metodologias ativas. 
Ressaltamos que é fundamental que o professor compreenda que a escolha da 
metodologia ativa deve estar alinhada com os objetivos do curso e as características 
Docência no Ensino Superior | 
Tipos de Aprendizagem 
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dos alunos. Cada metodologia ativa tem suas peculiaridades e é mais adequada para 
atingir certos resultados. Por exemplo, se o objetivo é desenvolver a capacidade do 
aluno de aplicar o conhecimento teórico na prática, a ABP se destaca. No entanto, se 
o foco for o desenvolvimento de habilidades de trabalho em equipe, outras 
metodologias podem ser mais apropriadas. 
O professor deve estar ciente de que a aplicação de uma metodologia ativa não 
garante, por si só, uma melhoria na aprendizagem. É essencial que ele seja capaz de 
orientar eficazmente o processo e ajudar os alunos a refletirem sobre os conceitos e 
as soluções geradas no contexto da metodologia ativa escolhida. Isso exige um 
conhecimento didático sólido e a capacidade de articular as metodologias ativas com 
os conteúdos específicos do curso. 
A ABP, por exemplo, enfatiza a autonomia dos alunos e a responsabilidade 
individual, uma vez que cada estudante desempenha um papel importante na 
resolução do problema. O papel do professor se concentra na definição dos 
problemas e na facilitação do processo de aprendizagem. 
Para finalizar este tópico, é válido mencionar que a eficácia das metodologias 
ativas depende da escolha criteriosa da abordagem mais adequada às necessidades 
dos alunos e aos objetivos do curso, do domínio das metodologias pelo professor e 
da sua habilidade de orientar e apoiar o processo de aprendizagem ativa dos alunos. 
A adoção bem-sucedida de metodologias ativas no ensino superior representa uma 
inovação no cenário educacional, com potencial para proporcionar uma experiência 
de aprendizado mais significativa e envolvente aos alunos, preparando-os para 
desafios do mundo real. 
 
3.2 Entre Times 
O Team-Based Learning (TBL), ou aprendizado em equipe, surgiu na década de 
1970, desenvolvido por Larry Michaelson, representando uma metodologia que se 
baseia na colaboração entre estudantes para ampliar o processo de aprendizagem. 
Essa abordagem é fundamentada em estratégias de gestão de equipes de 
aprendizagem, atividades de preparação e aplicação de conceitos, feedback contínuo 
e avaliação entre os pares (OLIVEIRA et al., 2018). 
Em geral, embora não seja uma regra, o TBL é frequentemente adotado em 
turmas numerosas, onde os alunos são organizados em pequenos grupos que atuam 
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simultaneamente em sala de aula, realizando uma variedade de tarefas. A composição 
desses grupos deve ser heterogênea e definida pelo professor, que estabelece 
critérios de seleção das equipes, fornece orientações, desenvolve os materiais 
necessários e estabelece as etapas de trabalho (BOLLELA et al., 2014): 
1. Preparação Individual (pré-classe): Envolve o preparo prévio dos estudantes 
por meio de atividades que contribuirão para o trabalho em equipe na sala deaula. Nessa etapa, enfatiza-se a autonomia e a responsabilidade individual de 
cada membro da equipe. 
2. Garantia de Preparo: Nesta fase, verifica-se se os alunos estão devidamente 
preparados para a tarefa de grupo, uma vez que a falta de preparação pode 
prejudicar o desempenho de toda a equipe. Isso inclui uma verificação sem 
consulta ao conhecimento prévio dos conceitos que serão discutidos e 
trabalhados em equipe. 
3. Aplicação dos Conceitos: Esta etapa requer a participação ativa do professor, 
que define o problema a ser resolvido, contextualizando-o com base nos 
estudos teóricos, na realidade de mercado, no cenário político-social, no 
contexto e em outros elementos que possam enriquecer a abordagem dos 
estudantes. A definição do problema deve atender aos critérios dos "4 S": 
significant (problema significativo), same (mesmo problema), specific 
(específico) e simultaneous report (relatórios simultâneos). 
O desenvolvimento dessas etapas é direcionado para uma progressiva evolução 
do grupo em direção ao aprendizado, que é avaliado tanto individualmente quanto 
em grupo, pelo professor e pelos colegas. Isso oferece oportunidades para diferentes 
perspectivas, pontos de vista e reflexões sobre os resultados do trabalho. A 
metodologia do TBL promove não apenas o aprendizado individual, mas também o 
desenvolvimento de habilidades de trabalho em equipe, pensamento crítico e análise 
aprofundada dos conceitos, contribuindo assim para uma experiência de aprendizado 
mais rica e envolvente no ensino superior. 
 
3.3 Movimento Maker 
O Movimento Maker, ou cultura maker, é uma metodologia ativa fundamentada 
no princípio "faça você mesmo". Nesse modelo, os alunos assumem um papel ativo e 
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autônomo em seu processo de aprendizado, tornando-se corresponsáveis por sua 
jornada educacional. Isso implica avaliar progressos e erros e, quando necessário, 
reestruturar o caminho de aprendizagem. O Movimento Maker surgiu por volta de 
2005 e ganhou força à medida que profissionais de diversas áreas, como engenharia, 
tecnologia da informação e arte, uniram seus conhecimentos para criar produtos e 
soluções por puro interesse em criar e produzir (MOURA et al., 2019). 
As criações e projetos do Movimento Maker envolvem a colaboração, o 
compartilhamento de ideias e a utilização de ferramentas tecnológicas. 
Frequentemente, esses projetos incorporam colaboração online, promovendo 
trabalho em equipe e a consideração de múltiplos pontos de vista, com a finalidade 
de testar, validar ou refutar ideias. 
Embora tanto o Movimento Maker quanto a Aprendizagem Baseada em 
Problemas (ABP) enfatizem o trabalho em equipe, existem distinções entre eles. A ABP 
geralmente ocorre em um espaço físico onde todo o grupo se reúne, enquanto o 
Movimento Maker, por sua natureza, pode ocorrer virtualmente, aproveitando-se de 
tecnologias modernas. 
O Movimento Maker não requer necessariamente a presença de um problema 
específico para iniciar o processo de aprendizagem. O catalisador desse movimento 
pode ser uma proposta, uma ideia, um objeto ou um produto a ser criado. Isso 
concede aos alunos uma maior autonomia no processo de construção do 
conhecimento, uma vez que o produto final não é fornecido pelo professor, mas surge 
da colaboração entre os participantes, discussões e engajamento. 
A autonomia desempenha um papel central no Movimento Maker, colocando o 
aluno no centro do processo de aprendizado. No entanto, isso não exclui a 
importância da orientação do professor, que desempenha o papel de mediador para 
garantir que o grupo mantenha o foco em seus objetivos. Além disso, o professor é 
responsável por estruturar as atividades e fornecer recursos materiais e teóricos para 
permitir que os alunos avancem gradualmente em suas construções e aprendam por 
meio de experimentação - a essência do Movimento Maker, que enfatiza a 
aprendizagem pela prática e pela ação. 
 
3.4 Estudo de Caso 
O estudo de caso, como metodologia ativa, apresenta uma estreita relação com 
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a Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) e, em alguns casos, pode até derivar 
dela. Ambas as abordagens partem de situações da vida real que os alunos devem 
analisar. No entanto, enquanto na ABP o foco reside na busca por soluções para o 
problema apresentado, no estudo de caso, os estudantes se dedicam à análise de 
diferentes abordagens propostas, resultando em suas próprias interpretações da 
situação. 
É importante destacar que o estudo de caso pode ser utilizado de maneira 
complementar à ABP e a outras metodologias, oferecendo aos alunos a oportunidade 
de construir seu aprendizado com base em situações reais que requerem a aplicação 
de conhecimentos teóricos e práticos. 
O emprego do estudo de caso como estratégia de ensino traz consigo inúmeras 
contribuições para o processo educacional. Ele permite aos alunos compreenderem 
os conteúdos e conceitos por meio da análise de casos, o que demanda a ativação de 
diversos recursos cognitivos, enriquecendo assim o processo de aprendizado. 
Contudo, para que o estudo de caso seja eficaz como ferramenta de 
aprendizagem, é necessário que os estudantes atuem de forma ativa e direta, 
colaborando e interagindo com seus colegas. Em geral, essa abordagem exige 
trabalho em equipe para chegar a uma resolução, mesmo que o caso em questão 
possa ser abordado individualmente (SPRICIGO, 2014). 
Embora tanto na ABP quanto no estudo de caso a participação ativa dos 
estudantes seja fundamental, também é crucial que o professor desempenhe um 
papel ativo na estruturação do estudo de caso. O docente deve planejar a 
metodologia de acordo com os objetivos de aprendizado e proporcionar o 
desenvolvimento das habilidades e competências necessárias para a análise e 
interpretação do estudo em questão. 
As análises realizadas durante o desenvolvimento do estudo de caso são 
embasadas por um conhecimento teórico fornecido pelo professor. Esse 
embasamento teórico permite que os alunos se aproximem do caso, realizem 
discussões e formulam perguntas específicas, que posteriormente comporão os 
relatórios do grupo. 
A conclusão do trabalho envolve uma apresentação para todo o grupo, liderada 
pelo professor, que pode acompanhar as atividades, avaliar o desempenho dos 
grupos e realizar uma síntese, destacando pontos de destaque e áreas que requerem 
maior aprofundamento (SPRICIGO, 2014). 
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As Salas de Aula Invertida 
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4 As Salas de Aula Invertida 
Amplamente reconhecida no âmbito acadêmico, a estratégia educacional 
conhecida como "sala de aula invertida," ou "flipped classroom," é uma abordagem 
pedagógica na qual o aluno desempenha um papel proeminente no processo de 
aprendizagem, sendo incumbido de se preparar previamente para as aulas. Isso requer 
uma interação ativa com o conteúdo, o professor e os colegas. 
Para implementar eficazmente a sala de aula invertida, o aluno deve ter acesso 
antecipado ao material de estudo que será abordado durante a aula. Dessa forma, 
após o estudo desse material por conta própria, o aluno participa das aulas presenciais 
preparado para esclarecer dúvidas com o professor, engajar-se em discussões e 
colaborar na proposição de soluções pertinentes. 
O principal objetivo dessa metodologia é otimizar o tempo em sala de aula, 
permitindo um aprofundamento mais significativo do conteúdo que foi estudado 
independentemente. Isso culmina em análises mais aprofundadas e significativas, 
promovendo o engajamento autônomo e responsável do aluno na construção de seu 
próprio aprendizado. 
Entre as vantagens da sala de aula invertida encontra-se a capacidade de 
envolver mais profundamente os alunos com os tópicos abordados e fomentar uma 
interação mais rica entre eles.Isso ocorre através de discussões, debates e diversas 
atividades colaborativas. 
A sala de aula invertida permite a combinação com outras estratégias 
pedagógicas, como o estudo de caso, a Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) 
e outras abordagens. Essa integração enriquece a experiência de aprendizado e 
possibilita a exploração de diferentes estilos de aprendizagem nos grupos de 
estudantes (PASSOS, 2018). 
Essa abordagem requer uma mudança de mentalidade tanto por parte dos 
professores quanto dos alunos. Além disso, é necessário criar condições que 
viabilizem a preparação prévia. Dado que muitos estudantes universitários têm 
responsabilidades profissionais, o material de estudo deve ser disponibilizado com 
considerável antecedência, preferencialmente em formato digital para facilitar o 
acesso em diferentes locais e horários. 
A sala de aula invertida não apenas otimiza o processo de ensino-aprendizagem, 
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mas também permite que os professores identifiquem possíveis deficiências no 
conhecimento dos alunos. Ela não só maximiza o uso efetivo do tempo em sala de 
aula, mas também expande as oportunidades de interação entre professores e alunos, 
resultando em uma aprendizagem mais eficaz. 
O ensino superior tem evoluído consideravelmente, não apenas em termos 
conceituais, pois deixou de ser exclusivamente voltado para uma classe 
economicamente privilegiada, mas também em relação à qualidade dos processos de 
ensino e aprendizagem. 
Essa evolução se manifesta de maneira destacada nos investimentos em novas 
metodologias de ensino, as quais demandam recursos não apenas materiais, como 
ferramentas tecnológicas utilizadas na implementação de estratégias como a "sala de 
aula invertida," mas também exigem um compromisso significativo com a formação 
docente. 
A formação pedagógica e o domínio do conhecimento didático desempenham 
papéis cruciais no desenvolvimento e aplicação eficaz das metodologias ativas. Os 
educadores devem não apenas estar familiarizados com uma variedade de 
abordagens ativas, mas também ser capazes de discernir qual delas é mais adequada 
para atingir objetivos específicos de aprendizado. 
As metodologias ativas não devem ser encaradas simplesmente como uma 
estratégia superficial para tornar as aulas mais atraentes, mas sim como instrumentos 
que promovem um aprendizado genuinamente significativo. Isso implica que o 
docente assuma uma postura pedagógica ativa, planejando estratégias e capacitando 
os alunos para se adaptarem a essa nova forma de aprendizado. 
A adoção das metodologias ativas exige uma transformação na mentalidade 
tanto do corpo docente quanto dos estudantes. Ambos devem entender que o 
processo de ensino e aprendizagem é uma empreitada colaborativa, na qual o aluno 
desempenha um papel ativo na construção do conhecimento, ao passo que o 
professor orienta e direciona o percurso do aluno em direção ao aprendizado 
desejado. Portanto, o compromisso com a excelência pedagógica e a adaptação a 
essas novas abordagens tornam-se cruciais no contexto do ensino superior 
contemporâneo. 
 
Docência no Ensino Superior | 
Conclusão 
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Conclusão 
Nesta unidade, vimos que o panorama educacional nos anos 1990 testemunhou 
um nível de transformação notável diante dos avanços das ciências e tecnologias, 
resultando em um aumento significativo na procura por cursos de graduação. Essa 
evolução não se limitou apenas à revisão dos currículos, mas também teve um impacto 
profundo na prática docente, à medida que o perfil do estudante universitário passou 
por mudanças substanciais. 
A adaptação dos educadores a esse novo cenário educacional se manifestou 
através da adoção das metodologias ativas, que se tornaram ferramentas essenciais 
para alcançar os objetivos educacionais. Essas abordagens pedagógicas têm um 
impacto substancial no processo de ensino e aprendizagem, pois proporcionam uma 
ligação mais sólida entre o conteúdo teórico e sua aplicação prática, além de 
enriquecer a experiência educacional. 
A introdução das metodologias ativas também representou um desafio 
significativo, uma vez que muitos professores universitários foram historicamente 
formados em uma estrutura pedagógica mais tradicional, baseada em aulas 
predominantemente expositivas. No entanto, a necessidade de evoluir e proporcionar 
uma educação mais envolvente e relevante para os estudantes levou as instituições 
de ensino superior a repensar sua formação docente e a promover a adoção dessas 
abordagens inovadoras. 
Neste sentido, as metodologias ativas têm desempenhado um papel crucial na 
melhoria da qualidade da educação superior, estimulando a interação, a reflexão e a 
aplicação prática do conhecimento, e aproximando a teoria da prática profissional. 
Essa transformação além de enriquecer a experiência do aluno, promove uma 
educação mais alinhada com as demandas e desafios da sociedade contemporânea, 
estabelecendo um novo padrão para a docência universitária e seu compromisso com 
a formação de profissionais preparados para enfrentar os desafios do mundo em 
constante evolução. 
 
 
 
 
 
Docência no Ensino Superior | 
Referências 
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Referências 
www.cenes.com.br | 23 
 
 
	Sumário
	Introdução
	1 A Empregabilidade de Estratégias de Ensino-Aprendizagem no Ensino Superior
	2 Metodologias Ativas: conceitos e aplicações
	3 Tipos de Aprendizagem
	3.1 Orientado a Solução de Problemas
	3.2 Entre Times
	3.3 Movimento Maker
	3.4 Estudo de Caso
	4 As Salas de Aula Invertida
	Conclusão
	Referências

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