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DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA · Doença comum, prevenível e tratável · Sintomas respiratórios persistentes e limitação do fluxo aéreo · Não reversível ou pouco reversível · Alterações nas vias aéreas e nos alvéolos causadas por exposição significativa a partículas e gases nocivos · 90% das vezes por cigarro · Desenvolve a partir dos 50 anos · Presença de tosse, frequentemente produtiva, sibilos e dispneia aos esforços · Pode haver agudização dos sintomas (exacerbações, crises ou ataques) · Exame físico pode ser normal ou com sibilos · RX de tórax alterado em casos graves · Espirometria = padrão ouro · DPOC é a 4a causa mundial de morte (3,2 milhões em 2015) · Taxa de mortalidade ainda crescente FISIOPATOLOGIA: · Cigarro → agressão das células epiteliais pulmonares → ativa macrófagos e neutrófilos → ativa linfócitos CD8, fibroblastos (foco de fibrose, mas não é uma doença fibrosante do parênquima pulmonar) e proteases → ativam a cascata inflamatória · Acreditam-se que há inibição da anti-elastase → elastase ficam mais ativa → leve e enfisema, bronquite crônica · Quando há predomínio dos mecanismos fibroblásticos, a apresentação costuma ser mais bronquítica · Depressão · Enfisematoso: destruição dos septos alveolares, perdendo integridade alveolar, e fechamento das vias aéreas; · Bronquítico: espessamento da membrana basal de pequenas vias aéreas, aumento da secreção, inflamação constante das vias aéreas FATORES DE RISCO: · Cigarro é responsável por 90% dos casos (> 20 maços/ano) · Perguntar sobre a profissão e EPI · Fogão a lenha · Poluição ambiental · Fumante passivo · Pode haver susceptibilidade genética · Baixo peso ao nascimento · Estresse oxidativo · Sexo, idade, infecção respiratórias status socioeconômicos, nutrição, comorbidades MECANISMO DE LIMITAÇÃO AO FLUXO AÉREO: · Doença de PVA (pequena via aérea - quanto menor for a VA e mais resistente ou mais fibrose, mais difícil será o esvaziamento): inflamação da VA, fibrose, plugs e aumento da resistência · Destruição do parênquima (leva a um recolhimento elástico inadequado, ou seja, é a marca do enfisema (destruição das ligações alveolares). No final da inspiração, o pulmão tende a voltar para o ponto de repouso de maneira mais lenta): perda das ligações alveolares e diminuição do recolhimento elástico · Ambos os mecanismos levam a uma limitação do fluxo aéreo no organismo LIMITAÇÃO IRREVERSÍVEL: · Fibrose e estreitamento das vias aéreas · Perda do recolhimento elástico devido à destruição dos alvéolos · Destruição do suporte alveolar que mantém as vias aéreas desobstruídas LIMITAÇÃO REVERSÍVEL: · Acúmulo de células inflamatórias, muco e exsudatos plasmático nos brônquios · Contração da musculatura lisa das vias aéreas centrais e periféricas · Hiperinsuflação dinâmica durante exercícios físicos FENÓTIPOS: · Bronquite crônica (blue bloater): vias aéreas. Clinicamente: tosse produtiva > 3 meses em 2 anos consecutivos. Outras causas de tosse crônica excluída; pode ter bronquite crônica sem DPOC · Enfisema pulmonar (pink puffer): destruição da membrana alveolar com estiramento das vias aéreas distais e aumentos dos ácinos alveolares. Exacerbador frequente, caquexia pulmonar, respondedores a corticoide inalado e declinadores rápidos do VEF1 Outros fenótipos menos comuns: · Caquexia pulmonar · Exacerbador frequente · Respondedores a corticóide inalado · Declinadores rápidos do VEF1 DIAGNÓSTICO: · Baseado na história e na espirometria · História: > 50 anos, crônico, tosse, dispneia, sibilos, tabagismo e/ou exposição ocupacional SINTOMAS: · Podem variar no dia a dia = geralmente acontecem mais pela manhã · Dispneia: progressiva, persistente e piora com esforço → leva o paciente a procurar o médico · Hiperinsuflação induzida pelo esforço · Tosse crônica: pode ser intermitente e seca → primeiro sintoma a surgir, “tosse matinal do fumante” · Catarro: pode estar presente e com variações · Chiado: pode variar durante um dia e com piora e melhora entre os dias · Dor torácica: muitas vezes associada a exacerbações ou após esforço físico. Atentar para complicações sistêmicas · Outros sintomas: relacionados a apresentações mais graves · Dispneia → mais relatado · Tosse → mais comum EXAME FÍSICO: · Pode ser normal · Tórax em tonel → forma avançada · Expansibilidade diminuída · Sibilos e roncos, principalmente nas exacerbações · Timpanismo aumentado · Estertores ausentes usualmente → grave · Casos mais graves: emagrecimento, desnutrição, cianose, dessaturação periférica, arritmias, desdobramento de B2 e hipofonese em foco pulmonar, edema periférico, turgência jugular e hepatomegalia RADIOGRAFIA: · Normal não exclui DPOC · Hiperinsuflação somente em doença avançada · Excluir condições diferenciais ou associadas · No de DPOC: muito preto, coração parecendo uma gota, costofrênico ferrado TOMOGRAFIA: · Melhor método de imagem para avaliar gravidade e distribuição do enfisema · TC com enfisema e espirometria normal → pelo GOLD não; mas na vida real tem DPOC sim DIAGNÓSTICO SEGUNDO O GOLD: · Sintomas, histórico de fatores de risco e espirometria, contribuem para o dx da DPOC · Considerar a hipótese de DPOC se houver sintomas e/ou histórico de fatores de risco · Confirmar o dx por meio de uma espirometria (VEF1/CVF pós BD < 0,7) O que é mais importante? VEF1 · Marcador de mortalidade · Não difere diferentes patologias: enfisema e bronquite · Não prediz progressão · Pouca correlação com sintomas DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS: Pulmonares: asma, bronquiectasias, tuberculose, TEP crônico, fibrose pulmonar Extrapulmonares: insuficiência cardíaca diastólica, insuficiência cardíaca sistólica, disfunção de corda vocal CONFERÊNCIA 2: GOLD · Avaliação da gravidade dos sintomas (exacerbação) · Avalia o grau de obstrução mMRC CAT: Objetivo das classificações: definir terapêutica Broncoconstrição da DPOC: · Via colinérgica medeia a broncoconstrição através da ativação do receptor M3 por acetilcolina (ACh). Na DPOC, a ativação deste sistema aumenta a constrição das vias aéreas · Via adrenérgica medeia a broncodilatação através da ativação do receptor β2 pela noradrenalina. Na DPOC, a subativação deste sistema prejudica o relaxamento da via aérea e a capacidade de compensar a constrição das vias aéreas · Ruptura destas duas vias contribui para a broncoconstrição e os sintomas associados à DPOC Classificação clínica: Classificação ABE · Analisa os sintomas e exacerbações no último ano (12 meses) · Divisão importante para a melhor conduta terapêutica GOLD A: BRONCODILATADOR · Todos os pacientes devem receber terapia broncodilatadora conforme necessidade · SABA, SAMA, LABA ou LAMA · Manter sob demanda se benefício evidente GOLD B: LABA + LAMA · Terapia dupla inicial broncodilatadora de longa ação · LABA + LAMA · Se paciente com 1 exacerbação + eosinófilo > ou = 300 → LAMA + LABA + ICS GOLD E: LABA + LAMA · Terapia dupla inicial broncodilatadora de longa · LAMA superior ao LABA em relação a prevenção de exacerbação · Eosinófilos > ou = 300 ou DPOC + ASMA → LABA + LAMA + ICS Por que fazer associação/seguimento? Formoterol e salmeterol → 12/12hrs, mas são mais baratos Saber: ICP-convencional, accuhaler, respimat, aerolizer e breezhaler (saber as formas de aplicação de pelo menos esses para ensinar aos pacientes; são as mais comuns) TERAPIA NÃO FARMACOLÓGICA: GOLD A: · Essencial: cessar tabagismo · Recomendado: atividade física · Vacinas (influenza, pneumocócica, COVID, tríplice e de herpes zóster) GOLD B e E: · Essencial: cessar tabagismo e reabilitação pulmonar · Recomendado: atividade física · Vacinas (as mesmas) OXIGENIOTERAPIA: Indicação: PO2 < 55 ou PO2 < 60 (se HP, policitemia ou sinais de ICC · Pelo menos 18h por dia · Titulação conforme saturação (SatO2 > 90%): repouso xL; sono x+1L, esforço x+2L EXACERBAÇÃO: Piora dos sintomas, como tosse, dispneia e secreção Causas: pneumonia, pneumotórax, derrame pleural, embolismo pulmonar, edema pulmonar por condições cardíacas, arritmias(flutter ou fibrilação) Classificação: · Leve: tratada com SABA/SAMA isoladamente · Moderada: SABA/SAMA + corticóide sistêmico e/ou atb · Grave: requer hospitalização Exacerbação infecciosa: · Piora da dispneia · Piora da quantidade de secreção · Piora do aspecto da secreção: amarelada/ esverdeada · É a mais comum, mas não é 100% dos casos · Fazer antes um ECG, um RX · Se alterar os 3 critérios, muita chance e, provavelmente, é de causa bacteriana Tratamento: · O2: 88-92% e usar VNI se preciso · Medicamentoso: · BD: ar comprimido, O2, nebu, bombinha · B2 agonista e/ou anticolinérgico, como salbutamol 4 jatos e atrovent 40 gotas até de 4/4 hrs · Sem evidências: longa duração · Não dar xantinas · ABCO: Antibiótico, Broncodilatador, Corticoide e Oxigênio Corticóide sistêmico: · Diminuem o tempo de recuperação · Melhoram a função pulmonar (VEF1) · Hipoxemia (PO2) · Reduzir o risco: recaída precoce, falha no tratamento e duração de internação · Prednisona: 40mg 5 a 7 dias · Efeitos colaterais: distúrbios do sono, aumento do apetite, dispepsia, mudanças de humor e alterações de glicemia Antibiótico precoce: · Ao: aumento de dispneia, volume e purulência · Exacerbação grave · 5-7 dias VO ou IV image5.png image9.png image18.png image19.png image3.png image10.png image15.png image7.png image2.png image17.png image13.png image14.png image16.png image12.png image1.png image6.png image20.png image11.png image8.png image4.png