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ARRITMIA Automatismo normal: nó sinusal. Células têm a propriedade do automatismo, com capacidade de gerar estímulos elétricos: nó sinusal (disparo 69/70 bpm), nó AV (40/60 bpm), feixe de His, fibras de Purkinje (20/40 bpm) · Se há falha do nó sinusal, outro grupo de células suprime. Se este falha, outro assume · Células de trabalho: miofibrilas, que não geram estímulos elétricos e têm propriedades de se contrair somente quando são estimuladas Automatismo anormal: coração pode ter células perdidas nos átrios ou ventrículos com propriedade de automatismo que não fazem parte do sistema normal de condução · Essas células podem gerar estímulos elétricos de maneira ocasional, moderada ou frequente. Com o estímulo, as células de trabalho vizinhas começam a se contrair e iniciam a ativação elétrica do coração a partir daquele ponto de forma que os batimentos normais do coração (automatismo normal) são interrompidos pelos anormais (automatismo anormal) → denominados extrassístoles, que podem ser atriais ou ventriculares · Células que deveriam estar no sistema de condução estão em outro local e acabam por disparar estímulo elétrico → nasce ativação fora do nó sinusal (antes da ativação feita pelo nó sinusal) · Avaliar se a ativação está vindo da D ou da E. Se vier do lado E, tem-se onda P negativa · Na extrassístole supraventricular, o QRS é normal, pois a partir do nó AV, o estímulo e a condução é normal · Se tiver início da despolarização pelo VE, vai despolarizando fibra a fibra até VD: QRS alargado e dismórfico · Pode ter taquicardia pelo excesso de extra sístoles: supra ventricular (quando os estímulos vem do átrio) ou ventricular (quando o estímulo vem dos ventrículos) · > 30 seg = sustentada. Se interrompe antes (< 30 seg) espontaneamente = não sustentada EXTRASSÍSTOLES ATRIAIS/VENTRICULARES: · Se ocorrem nos átrios, mudam a morfologia da onda P (atriais). Se ocorrem nos ventrículos, mudam a morfologia do QRS (ventriculares) Obs: os três primeiros batimentos são sinusais, até que a onda P fica negativa e antecipa = extrassístole atrial (isolada), depois sinusal retorna Obs: 4° batimento antecipado, com alargamento e desconfiguração do QRS → extrassístole ventricular isolada, depois volta sinusal Isoladas são fisiológicas: com um n° exagerado de extrassístole (> 17 mil/dia), tem dilatação cardíaca → miocardiopatia → taquimiocardiopatia MECANISMO DE REENTRADA: · Em áreas de infarto, pode haver apenas fibrose/cicatriz OU fibrose + células sequeladas resistentes · Essas células sequeladas têm condução lenta da eletricidade, o que gera um ciclo vicioso de entrada de estímulo no canal dessas células · Áreas de cicatrizes nos ventrículos (pós IAM) entremeadas por miofibrilas sobreviventes doentes podem gerar ativação elétrica no coração · Em consequência da condução elétrica muito lenta nessas miofibrilas, tem-se tempo suficiente para que as miofibrilas normais possam se despolarizar, repolarizar e estar em condições de se excitar novamente · Esse mecanismo pode gerar taquicardia, podendo ser sustentada TAQUICARDIA VENTRICULAR: · Se houver taquicardia não sustentada em paciente saudável, com função ventricular preservada, é fisiológico e estável · Se a taquicardia ocorrer em paciente doente (ex: IAM prévio, com área de fibrose), pode ter taquicardia sustentada, podendo levar a fibrilação ventricular e morte súbita · Identificar se a extrassístole é pelo mecanismo de reentrada ou não, pela visualização do ECG como um todo → avaliar presença de onda Q patológica → identificar áreas de fibrose · Quando a eletricidade proveniente das miofibrilas sobreviventes atingem as miofibrilas normais, inicia a ativação elétrica do coração · Esse mecanismo pode gerar extrassístoles ou taquicardias, dependendo da sustentação ou interrupção da condução lenta nas miofibrilas doentes → reentrada (no ventrículo) QRS ESTREITO: · Estímulos elétricos gerados nas cavidades supraventriculares atingem o nó AV, seguem para os ventrículos pelo sistema normal de condução (feixe de His, ramos direito e esquerdo, rede de Purkinje) e ativam rapidamente as miofibrilas dos ventrículos direito e esquerdo ao mesmo tempo ocasionando um QRS de curta duração (QRS estreito) Taquicardia com QRS estreito = taquicardia supraventricular · Reentrada supraventricular = dentro do nó AV. Pode ser idiopática = reentrada nodal = 40% das taquicardias · Pode haver contração ventricular simultânea à atrial → onda P dentro do QRS · Taquicardia supraventricular por reentrada AV: ocorre em 30% dos casos, com fibrose no anel AV, não passando estímulo. Indivíduo pode desenvolver via acessória que comunica átrio com ventrículo = forma círculo de reentrada AV · Tratamento: ADENOSINA (bloqueia no AV) QRS ALARGADO: Padrão de BRD ou BRE: · Sempre que o estímulo elétrico dos ventrículos desce pelo feixe de His e ocorre bloqueio da condução elétrica, seja no ramo direito ou esquerdo, a eletricidade no ventrículo com ramo bloqueado ocorre de miofibrila e miofibrila, o que é lento e acarreta na demora da despolarização do coração, deixando o QRS alargado BRE: BRD: Obs: taquicardia supraventricular não traz risco de vida, já a ventricular tem, pois pode evoluir para fibrilação ventricular e dar morte súbita EXTRASSÍSTOLE DE ORIGEM VENTRICULAR · Coração saudável · Coração pós-IAM, com fibrose = reentrada · Quando um estímulo elétrico tem origem no ventrículo direito ou esquerdo, seja por autorismo anormal ou reentrada, a condução da eletricidade, a partir do ponto de origem, se faz por meio de miofibrila a miofibrila, tornando a despolarização do coração muito lenta, ocasionando alargamento do QRS (extrassístole ventricular ou taquicardia ventricular) Bloqueio funcional/aberrante durante a taquicardia Então: · Taquicardia com QRS alargado pode ser por: 1. Bloqueio de ramo D ou E 2. Bloqueio de ramo funcional com condição aberrante 3. Taquicardia por extrassístole em coração normal - automatismo anormal 4. Taquicardia por extrassístole em coração fibrótico - por reentrada ARRITMIAS CARDÍACAS: · Extrassístoles: supraventricular ou ventricular · Taquicardia: supraventricular ou ventricular · Bradicardia Ex.: Extrassístoles supraventriculares · 6°/9° batimento adiantado = extrassístole · QRS normal = supraventricular Extrassístole ventricular isolada Extrassístole em sequência: trigeminismo Extrassístole ventricular bigeminada (sempre um batimento normal/sinusal e outro extrassístole alternando) Taquicardia supraventricular, com QRS estreito (estimulam os ventrículos pelo sistema normal de condução - feixe de His, ramos D e E, Purkinje) Extrassístole ventricular pareadas (2 seguidas) Taquicardia supraventricular com QRS largo: · Estimulam os ventrículos pelo sistema de condução na presença de bloqueio de ramo direito ou esquerdo (anatômico ou funcional) · Anatômico: bloqueio de ramo prévio - crônico · Funcional: refratariedade do ramo devido a taquicardia (condução aberrante) Taquicardia ventricular: QRS largo também · Estimulam os ventrículos por automatismo anormal (coração estruturalmente normal) ou por reentrada (coração doente, ex pós IAM) TAQUICARDIA: > 3 batimentos · Não sustentada: 3 batimentos consecutivos ou mais, duram menos do que 30 segundos · Sustentada: duram mais do que 30 segundos Taquicardia ventricular monomórfica: estímulo de despolarização sempre da mesma origem (QRS =) Taquicardia ventricular polimórfica: cada hora o estímulo de um local diferente. Normalmente há torção das pontos, com QT longo congênito Fibrilação ventricular grosseira: pode ser fina, com menor variação de amplitude) Assistolia CLÍNICA DAS ARRITMIAS: · Palpitações, batedeira, falhas no coração · Pode ser assintomático · Escurecimento de vista e síncope Na taquicardia: normalmente sente a clínica · Estável: BEG, PA normal, pulmão limpo · Instável: hipotensão arterial, síncope, edema agudo de pulmão, angina → atuação deve ser rápida · Sintomas são mais comuns e mais graves em pacientes com coração pós-IAMDIAGNÓSTICO: · ECG: se paciente tem DRE, extrassístole no VD · Holter: 3 derivações, mas não consegue saber a causa, no exame cursa sintoma e traçado · Looper: 2 eletrodos, quando os sintomas são esporádicos. Implantação de “pendrive” quando os sintomas são mais eventuais ainda · Estudo eletrofisiológico: para casos não detectados por nenhum método TRATAMENTO: Farmacológico: medicação Não farmacológico: ablação por cateter · Crise de taquicardia · Profilaxia das recorrências: ambos Ex: paciente em uso de amiodarona para FA apresentando síncope (usava Holter) A maneira mais fácil de reverter a arritmia é pelo choque **TAQUICARDIA COM QRS ESTREITO vai ser sempre supraventricular Tratamento extrassístoles supraventriculares: · Orientação: retirar estimulantes · BB, BCC (se sintomáticas) Tratamento das ventriculares: · Assintomáticas: observação · Sintomáticas: BB, propafenona, sotalol Na emergência: abordagem do paciente · Repouso (decúbito lateral) · Monitorização ECG contínua, O2 suplementar se preciso, acesso venoso periférico · Sinais vitais: PA, pulso, SO2, FR, ausculta pulmonar e cardíaca · Desfibrilador disponível · Anamnese, exame físico dirigido · ECG de 12 derivações e RX de tórax Para a taquicardia regular com QRS estreito: Conduta inicial: 1. ECG de 12 derivações 2. Informação clínica 3. Manobra vagal (já pode ajudar a reverter) 4. Adenosina 12 mg EV em bolus + soro para empurrar para o coração (bloqueia do nó AV) Fármacos caso não tenha adenosina: antagonista Ca, BB, digoxina, CVE, procainamida e amiodarona Após manobra vagal: Adenosina: **TAQUICARDIA COM QRS LARGO · Supraventricular com condução aberrante ou ventricular Obs: taquicardia monomórfica Divide-se em: · Instável: · Estável: Na emergência: · Se instável: cardioversão sincronizada · Se estável: adenosina 12 mg IV rapidamente. Se não resolver, amiodarona (ataque + manutenção) Prevenção de recorrências com o tratamento farmacológico · Taquicardia supraventricular: BB, BCC, sotalol, propafenona · Taquicardia ventricular: · Coração normal: propafenona (só pode ser utilizado em paciente com coração estruturalmente normal pelo risco de pró arritmia), sotalol (cuidado com o intervalo QT) · Miocardiopatias: amiodarona (efeito colateral preocupante órgão toxicidade em tireoide, pulmão, risco de taquicardia polimórfica por QT longo) **proibido usar propafenona no coração doente **Paciente em uso de amiodarona para FA apresentando síncope quando estava com o Holter Prevenção de recorrências com tratamento não farmacológico: ablação por cateter (cauterização) · Taquicardias supraventriculares: ablação por cateter (tratamento curativo) · Taquicardia ventricular: · Coração normal: ablação por cateter (curativo) · Miocardiopatias: ablação por cateter (tratamento paliativo) e implante de desfibrilador · Prevenção de MS Precisa diferenciar se é no átrio ou no ventrículo: coloca-se o cateter no átrio e no ventrículo para dx · Estudo eletrofisiológico FIBRILAÇÃO ATRIAL: principal arritmia · Ausência de onda P · RR irregular · Arritmia vem do óstio da veia → faz ablação nessa região para impedir passagem de estímulo elétrico - linha contínua de lesão, ponto a ponto = isolamento das VV pulmonares Taquicardias ventriculares monomórficas: Sem cardiopatia estrutural (coração normal): · Idiopática de VSVD · Idiopática do VE tipo fascicular · Idiopática de VSVE Com cardiopatia estrutural (coração doente): · TV ramo a ramo · TV pós IAM · Displasia arritmogênica do VD · TV por doença de Chagas OBS: 85% das mortes súbitas são por conversão de taquicardia ventricular para fibrilação ventricular Reversão da morte súbita com desfibrilador (externo ou interno) · Cardioversor desfibrilador implantável - CDI: avalia taquicardia ventricular e tenta reverter se tiver FV, com cardioversão elétrica → volta para ritmo sinusal FLUTTER ATRIAL: no lado direito - istmo cavo tricúspide → dá para curar com ablação na região BRADIARRITMIAS: · Doença do nó sinusal · Bloqueios Manifestações ECG da doença do nó sinusal: · Bradicardia sinusal · Arritmia sinusal · Bloqueio sinoatrial · Pausas sinusais · Ritmos ectópicos atriais · Síndrome bradi-taqui Ritmo juncional: Tratamento disfunção nó sinusal: paciente sintomático com implante de marcapasso Bloqueios atrioventriculares: Classificação: · BAV do primeiro grau Obs: intervalo PR maior que 200 ms · BAV do segundo grau · Tipo I ou Wenckebach (Mobitz I) · Tipo II (Mobitz II) · Bloqueio AV 2:1 · Bloqueio AV avançado · Bloqueio AV do terceiro grau/total Tratamento com marcapasso image50.png image41.png image39.png image44.png image38.png image15.png image43.png image14.png image49.png image25.png image36.png image1.png image6.png image4.png image42.png image18.png image46.png image31.png image5.png image2.png image33.png image40.png image29.png image16.png image20.png image32.png image9.png image45.png image13.png image30.png image48.png image17.png image27.png image35.png image7.png image24.png image3.png image47.png image19.png image22.png image21.png image8.png image34.png image11.png image23.png image26.png image28.png image12.png image37.png image10.png