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Alberto, protagonista desse romance, é um exilado político português. Partidário da monarquia, ele é expulso do país pelo regime republicano. O convívio com a realidade selvagem acabaria por fazê-lo duvidar das noções aristocráticas de superioridade. A narrativa, rica em descrições, é feita em forma de diário: DICA Conheça um pouco mais da obra acessando o endereço: http://uniesp.edu.br/sites/_biblioteca/revistas/20180403121721.pdf [3] (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.) Alberto chega ao Seringal Paraíso-espaço em tudo contrário ao que é evocado pela designação toponímica-na margem do rio Madeira, imbuído de ideias monárquicos convicto dos seus valores e transbordante de preconceitos. Contudo, paulatinamente, vai alterando a sua cosmovisão, ao ver e sofrer na pele, o embate da crueldade e da dureza da vida naquele lugar. O encontro com o sofrimento do outro desperta no protagonista ideias de justiça, desconhecidos até então. Afinal, ele próprio, tal como os seus companheiros, não passava de uma pequena peça de uma engrenagem, que, naquele meio, comandava a vida de cada um. Com preocupações desta índole, o autor antecipa as linhas, mesmo que tenuemente, que viriam a dar corpo à estética neo-realista, como mais adiante, comprovaremos. Com o passar do tempo no seringal, Alberto vai perdendo os sentimentos de superioridade que vão sendo substituídos pelos de solidariedades<<[...]a pensar nas bravas gentes, Alberto enternecia-se e agora compreendia-as melhor. Já eram outras para ele, assim vestidas de farrapos [...]>> (Castro, F.,1986:162) DICA Saiba mais sobre esse romance (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.) acessando OUTRAS OBRAS DO AUTOR Ficção Emigrantes (1928), Eternidade (1933), Terra fria (1934), A lã e a neve (1947), 5