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Demissão Injusta de Dirigente Sindical

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No caso apresentado, o trabalhador e dirigente sindical Roberto se 
propiciou de um cheque deixando de repassar ao setor financeiro da empresa. 
Assim que feita a microfilmagem do cheque, o banco constatou que o chefe se 
encontrava na conta pessoal do Roberto, perante o ocorrido, Roberto foi demitido 
por justa causa erroneamente, sem qualquer indenização decorrente da estabilidade 
que possui, estando diante de uma série de ilegalidades. 
Com a demissão por justa causa, observamos contrariedade ao artigo 
494 da CLT, o qual dispõe: 
“O empregado acusado de falta grave poderá ser suspenso de suas 
funções, mas a sua despedida só se tornará efetiva após o inquérito e 
que se verifique a procedência da acusação.” 
E a Súmula 379 do TST que dispõe no mesmo sentido: 
“O dirigente sindical somente poderá ser dispensado por falta grave 
mediante a apuração e m inquérito judicial, inteligência dos arts. 494 e 
543, § 3º, da CLT.” 
Roberto trabalha na empresa como frentistas há mais de dez anos no 
Posto Muriçoca Ltda e atua como dirigente sindical há quatro períodos, sempre 
laborando de maneira exemplar e não se ausentando do trabalho, exceto para 
comparecer as reuniões relativas à sua liderança. 
Na qualidade de advogada de Roberto, o ideal seria o ingresso na esfera 
judicial por meio de Reclamação Trabalhista com tu tela de urgência requerendo a 
plena e imediata reintegração do trabalhador as suas funções, com base nos artigos 
840 da CLT e 30 0 e seguintes do CPC. Além disso, é possível requerer indenização 
pelos danos morais sofridos pela atitude discriminatória da empresa, com base no 
art. 186 do Código Civil. 
As condutas constituem como falta grave e estão elencadas no artigo 482 
da CLT, ressaltando que o rol do artigo é taxativo, portanto, a conduta deve ser 
enquadrada nas alíneas descritas, embora o ato de Roberto constitua como 
improbidade, o modo de dispensa foi ilegal, visto que o colaborador gozava de 
estabilidade. 
Dessa forma, Roberto não deveria sofrer com o rompimento do contrato 
de trabalho sem instauração de inquérito, observando os princípios de contraditória 
e ampla defesa previstos constitucionalmente, para apurar o que de fato ocorreu. 
Além que, a CF preza pela continuidade da relação de trabalho.

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