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Resposta: [A] O estado de natureza é “natural” em apenas um sentido específico. Para Hobbes, a autoridade política é artificial e em contrapartida o estado anterior à instituição do governo é natural. Na sua condição “natural”, o ser humano carece de governo, que é uma autoridade artificial, pois a única autoridade natural é aquela da mãe sobre o filho – dado que a mãe tem a vida do filho. Entre adultos, inevitavelmente o caso difere e surge a necessidade do artifício. Naturalmente, todo homem tem direito igual a todas as coisas, porém, de fato, cada homem difere um do outro em força e, talvez, até em inteligência. Todavia, cada homem tem poder suficiente para ameaçar a vida de qualquer outro, de modo que invariavelmente o estado de natureza é uma disputa de todos contra todos por tudo que é direito de todos. O estado de natureza é forçosamente uma guerra de todos contra todos. Entre outras inúmeras funções, Hobbes, com essa teoria, se opõe à teoria monarquista do direito divino ao trono. 20. (Ufsj 2011) Com relação às diversas espécies de governos admitidos por Hobbes, assinale a alternativa que expressa três delas. a) Aristocracia, república e governo fascista. b) Monarquia, república e governo totalitário. c) Monarquia, democracia e aristocracia. d) República, aristocracia e governo constitucional. Resposta: [C] Segundo Hobbes, os governos variam conforme a diferença de quem é o soberano. A monarquia é o governo de um só homem soberano. A democracia ou governo popular é o governo de todos. Já a aristocracia é o governo de alguns. 21. (Unioeste 2011) “A natureza fez os homens tão iguais, quanto às faculdades do corpo e do espírito que, embora por vezes se encontre um homem manifestamente mais forte de corpo, ou de espírito mais vivo do que outro, mesmo assim, quando se considera tudo isto em conjunto, a diferença entre um e outro não é suficientemente considerável para que qualquer um possa com base nela reclamar qualquer benefício a que outro não possa também aspirar, tal como ele. (…) Desta igualdade quanto à capacidade deriva a igualdade quanto à esperança de atingirmos nossos fins. Portanto, se dois homens desejam a mesma coisa, ao mesmo tempo (…) esforçam-se por se destruir ou subjugar um ao outro. (…) Com isto se torna manifesto que, durante o tempo em que os homens vivem sem um poder comum capaz de manter a todos em respeito, eles se encontram naquela condição a que se chama de guerra; e uma guerra que é de todos os homens contra todos os homens”. Hobbes. Com base no texto citado, seguem as seguintes afirmativas: I. Os homens, por natureza, são absolutamente iguais, tanto no exercício de suas capacidades físicas, quanto no exercício de suas faculdades espirituais. II. Sendo os homens, por natureza, “tão iguais, quanto às faculdades do corpo e do espírito” é razoável que cada um ataque o outro, quer seja para destruí-lo, quer seja para proteger-se de um possível ataque. III. Na inexistência de um “poder comum” que “mantenha a todos em respeito”, a atitude mais racional é a de manter a paz e a concórdia na “esperança” de que todos e cada um atinjam seus fins. IV. A condição dos homens que vivem sem um poder comum é de guerra generalizada, de todos contra todos. V. O homem, por natureza, vive em sociedade e nela desenvolve suas potencialidades, mantendo relações sociais harmônicas e pacíficas. Assinale a alternativa correta. a) Apenas I está correta. b) Apenas II e III estão corretas. c) Apenas I e V estão corretas. d) Apenas II e IV estão corretas. e) Todas as afirmativas estão corretas. Resposta: [D] Segundo Hobbes, os homens, no estado de natureza, vivem em guerra de todos contra todos. Uma vez que não há um poder que mantenha a todos em respeito, o mais racional é atacar o outro, seja para destruí-lo ou para preservar-se do seu ataque. Vale ressaltar que apesar de serem “tão iguais, quanto às faculdades do corpo e do espírito”, os homens não são absolutamente iguais uns em relação aos outros. 22. (Uenp 2011) “Porque as leis de natureza (como a justiça, a equidade, a modéstia, a piedade, ou, em resumo, fazer aos outros o que queremos que nos façam) por si mesmas, na ausência do temor de algum poder capaz de levá-las a ser respeitadas, são contrárias a nossas paixões naturais, as quais nos fazem tender para a parcialidade, o orgulho, a vingança e coisas semelhantes. E os pactos sem a espada não passam de palavras, sem força para dar qualquer segurança a ninguém. Portanto, apesar das leis de natureza (que cada um respeita quando tem vontade de respeitá-las e quando pode fazê- lo com segurança), se não for instituído um poder suficientemente grande para nossa segurança, cada um confiará, e poderá legitimamente confiar, apenas em sua própria força e capacidade, como proteção contra todos os outros.” MALMESBURY, Thomas Hobbes de. Leviatã ou matéria, forma e poder de um Estado eclesiástico e civil. Sobre o pensamento de Hobbes, assinale a alternativa incorreta: a) O contrato social que dá origem ao Estado só é obedecido pela força e pelo temor. b) Os homens, na sua condição natural, observam apenas as suas paixões naturais. c) O contrato social que dá origem ao Estado pode ser desfeito quando o soberano desrespeita os direitos dos súditos e age de forma parcial, visando a seus próprios interesses. d) A concepção de homem natural de Hobbes é marcada por um profundo pessimismo antropológico. e) A filosofia política hobbesiana é atomista. Resposta: [C] A função do soberano é assegurar que todos respeitem o contrato social e, dessa forma, garantir a vontade de todos que é a paz e a segurança individual. Para desempenhar bem esta função, o soberano deve exercer um poder absoluto, sem estar subordinado a ninguém; e nem mesmo a uma Carta Magna. Se o poder soberano não conseguir realizar o interesse de todos, isto é, a obediência de todos ao contrato social, pode vir a ser deposto por uma rebelião. Concluir-se-á, nesse caso, que o soberano não era legítimo. 23. (Ufsj 2011) Sobre a ideia de soberania concebida por Hobbes, é CORRETO afirmar que a soberania: a) “se dá por meio do sufrágio universal, seja na república ou na monarquia”. b) “é a manifestação da virtù como condição indispensável no governo do príncipe”. c) “reside em um homem ou em uma assembleia de mais de um”. d) “é a realização plena da paz perpétua entre as nações”. Resposta: [C] A soberania, segundo Hobbes, é constituída mediante o contrato, através do qual cada homem renuncia à sua liberdade natural e transfere o seu poder de ao soberano. Este pode ser ou um homem ou uma assembleia, e adquire o direito exclusivo do uso da força e a função de proteger seus súditos da morte, sobretudo da morte violenta. 24. (Ufsj 2011) Existe um domínio do Estado que, para Hobbes, pode ser um Estado por aquisição. Com relação a tal Estado, é CORRETO afirmar que ele é aquele: a) “que foi adquirido pela força dos poderes executivo, legislativo e judiciário”. b) “herdado por um movimento revolucionário”. c) “assumido por herança quando o costume é que o parente mais próximo seja o sucessor absoluto”. d) “em que o poder soberano foi adquirido pela força”. Resposta: [D] Segundo Hobbes, o poder do Estado pode ser adquirido de duas formas: por aquisição ou por instituição. Um Estado por instituição é aquele em que os homens aceitam, voluntariamente, se submeter ao soberano. Já o Estado por aquisição ocorre através do uso da força do soberano, capaz de aniquilar aqueles que a ele se opõem.