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Psicofarmacologia
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Dr.ª Anna Carolina Cassiano Barbosa
Revisão Textual:
Aline Gonçalves
Revisão Técnica:
Prof.ª M.ª Cássia Souza
Princípios Básicos de Neurotransmissão 
e Classificação dos Psicofármacos
Princípios Básicos de Neurotransmissão 
e Classificação dos Psicofármacos
 
 
• Conteúdo da Unidade Organização Funcional do Sistema Nervoso Autônomo (SNA) e do Sis-
tema Nervoso Central (SNC); 
• Síntese, Armazenamento, Liberação e Metabolização dos Neurotransmissores Glutamato, 
GABA, Noradrenalina, Serotonina, Dopamina e Acetilcolina;
• Classificação Geral das Drogas de Ação Central. Principais Exemplos. 
OBJETIVOS DE APRENDIZADO 
• Sistema Nervoso Autônomo;
• Sistema Nervoso Central;
• Neurotransmissores.
UNIDADE Princípios Básicos de Neurotransmissão 
e Classificação dos Psicofármacos
Sistema Nervoso Autônomo
O Sistema Nervoso Autônomo (SNA) é parte do Sistema Nervoso Periférico, também 
pode ser nomeado como sistema nervoso visceral, vegetativo ou involuntário, e sua 
atuação é na regulação de funções como frequência cardíaca, pressão arterial, motilidade 
intestinal, respiração, sudorese, digestão, dilatação pupilar, dentre outros. Essa estrutura 
é formada por neurônios sensitivos, centros integradores do Sistema Nervoso Central 
(SNC), neurônios motores e Sistema Nervoso Entérico (SNE) (BRUNTON; CHABNER; 
e KNOLLMANN, 2016).
Você Sabia?
O termo “autonomia” vem do Grego e significa “independente”; é utilizado no Sistema 
Nervoso Autônomo para descrever a característica de que suas funções são executadas 
automaticamente, ou seja, sem uso do controle voluntário consciente.
Figura 1 – Sistema Nervoso Autônomo
Fonte: Adaptado de TORTORA, 2019
Como ilustrado na Figura 1, é possível observar que existe um fluxo constante de 
impulsos nervosos que iniciam nos neurônios sensitivos de órgão viscerais e vasos san-
guíneos, estendendo-se até os centros integradores no Sistema Nervoso Central (SNC). 
Esses impulsos neurais são transportados para tecidos efetores que regulam a atividades 
de músculos lisos, músculo cardíaco e glândulas diversas (MACHADO, 1986). Essa par-
te relacionada ao funcionamento motor divide-se em duas: Simpática e Parassimpática.
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Por sua vez, o Sistema Nervoso Entérico (SNE) compreende uma rede neural inde-
pendente na parede do sistema digestório. É importante ter em mente que a atuação do 
SNA é involuntária, ou seja, não está sob controle consciente (BRUM, 2018). 
Importante!
O SNE é um sistema neural situado no revestimento do esôfago, estômago, intestinos, 
pâncreas e vesícula biliar. Sua função é controlar processos fisiológicos do transporte e 
da digestão de alimento da via oral até a via anal. Estima-se que esse sistema contenha 
cerca de 500 milhões de neurônios.
Nesse momento, é essencial entendermos as funções das partes Simpática e Parassimpática 
do SNA. Essas divisões atuam paralelamente, no entanto, utilizando vias distintas tanto em 
relação à estrutura quanto em relação aos neurotransmissores.
Figura 2 – Estrutura da parte simpática da divisão autônoma do sistema nervoso
Fonte: TORTORA, 2019
Na Figura 2 as linhas sólidas representam os axônios pré-ganglionares; as trace-
jadas, os axônios pós-ganglionares.
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UNIDADE Princípios Básicos de Neurotransmissão 
e Classificação dos Psicofármacos
A divisão simpática está associada ao exercício ou às ações de emergência, como 
luta e fuga. Essa divisão distribui efetores por todo o organismo e suas fibras percorrem 
longas extensões no corpo humano. Sua função principal é emitir respostas adequadas 
às situações de estresse, por exemplo: medo, trauma, frio, calor, exercício físico, feridas, 
dentre outras (BEAR; CONNORS; e PARADISO, 2017). 
Nessas situações, a atuação do sistema simpático provoca aceleração na frequência 
cardíaca, aumenta a pressão arterial, direciona o fluxo sanguíneo para os músculos es-
queléticos, aumenta a glicemia, dilata os bronquíolos e as pupilas, em outras palavras, 
prepara o corpo para um processo de luta ou fuga, além disso, provoca estimulação 
na atividade gastrointestinal, na função da bexiga e dos órgãos sexuais. Esses efeitos 
sofrem impacto da Epinefrina (EPI) secretada pela glândula suprarrenal, e nas fibras pós-
-ganglionares encontramos a Norepinefrina (NE) (BRUM, 2018).
Figura 3 – Estrutura da parte parassimpática da divisão autônoma do sistema nervoso
Fonte: TORTORA, 2019
Na Figura 3 as linhas sólidas representam os axônios pré-ganglionares; as 
tracejadas, os axônios pós-ganglionares.
A divisão parassimpática, de modo distinto, tem os gânglios terminais próximos ou no 
interior dos órgãos, desse modo, sua influência é mais localizada. O principal neurotransmis-
sor atuando nas fibras parassimpáticas é a Acetilcolina (ACh), e nas fibras pós-ganglionares 
encontramos o Óxido Nítrico (NO) (BRUNTON; CHABNER; e KNOLLMANN, 2016).
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O sistema parassimpático tem sua principal função relacionada à conservação de 
energia do corpo e à manutenção do funcionamento dos órgãos durante períodos de 
mínima atividade, em outras palavras, esse sistema é responsável pela homeostasia do 
organismo (BRUM, 2018). É responsável por funções essenciais para a manutenção da 
vida, como digestão e excreção.
Homeostasia é o conceito que explica o estado de equilíbrio do organismo, uma estabilidade 
necessária para que o organismo execute suas funções de forma adequada.
O sistema parassimpático, muitas vezes, atua para o equilíbrio do sistema simpático, 
conseguindo predomínio sobre essa divisão. As fibras parassimpáticas atuam em órgãos 
específicos, como olhos, coração ou intestino, agindo individualmente sobre os órgãos, dimi-
nuindo, por exemplo, batimentos cardíacos e pressão arterial, esvaziando a bexiga e o reto, 
ou mesmo protegendo a retina da luz excessiva (WHALEN; FINKEL; e PANAVELLI, 2016).
Observe na Figura 4 a ilustração dos eferentes neurais do sistema nervoso central, 
perceba que no sistema motor somático existem apenas os neurônios motores que con-
trolam os músculos esqueléticos. No caso do SNA, funções como salivação dependem 
das divisões simpáticas e parassimpáticas para um funcionamento adequado. 
= ACh
= NA
SNV
SNC
SNP
Fibra
motora
somática
Motor somático
Músculo
esquelético
Músculo liso, músculo cardíaco,
células grandulares
Simpático Parassimpático
Fibras pré-
-ganglionares
Fibras pós-
-ganglionares
Gânglio
do SNV
(simpático)
Gânglio
do SNV
(parassimpático)
Figura 4 – Organização dos três eferentes neurais do Sistema Nervoso Central
Fonte: Adaptada de BEAR; CONNORS; PARADISO, 2017
Eferentes são as fibras responsáveis por conduzir os impulsos produzidos no SNC para os 
órgãos onde uma ação será realizada.
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UNIDADE Princípios Básicos de Neurotransmissão 
e Classificação dos Psicofármacos
Sistema Nervoso Central
O Sistema Nervoso Central (SNC) é formado por partes envolvidas pelos ossos, que 
são o encéfalo e a medula espinhal. O encéfalo está localizado no crânio e é compos-
to, em média, por 85 bilhões de neurônios, já a medula espinhal conecta-se ao encéfalo 
por meio do forame magno do occipital, é envolvida pelos ossos da coluna vertebral e 
possui cerca de 100 milhões de neurônios. 
O SNC processa muitos tipos diferentes de informações sensitivas. Tam-
bém é a fonte dos pensamentos, das emoções e das memórias. A maioria 
dos sinais que estimulam a contração muscular e a liberação das secre-
ções glandulares se origina no SNC. (TORTORA, 2019, p. 404)
Importante!
O SNC é responsável pela integração da informação sensorial e pela geração de saída 
motora e de outros comportamentos necessários para interagir com o ambiente.
Figura 5 – Visão geral do SNC
Fonte: TORTORA, 2019
O encéfalo é composto por três partes: o cérebro, o cerebelo e o tronco encefálico.
O cérebro é a porção maior do encéfalo e se divide em dois hemisférios. De modo geral, 
o hemisfério cerebral direito recebe sensações e controla o movimento do lado esquerdo 
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do corpo, domesmo modo, o hemisfério cerebral esquerdo controla as sensações e os 
movimentos do lado direito do corpo (BEAR; CONNORS; PARADISO, 2017).
O cerebelo está localizado na parte posterior do cérebro e contém uma quantidade de 
neurônios similar à quantidade dos dois hemisférios cerebrais. Diferentemente do cérebro, 
cada hemisfério do cerebelo corresponde ao controle de movimento do mesmo lado do 
corpo, ou seja, hemisfério direito controla lado direito do corpo. Sua função principal é o 
controle do movimento por meio de longas conexões com o cérebro e a medula espinhal.
O tronco encefálico é um conjunto de fibras e de neurônios que serve para conduzir 
a informação do cérebro até a medula espinhal e ao cerebelo. Além disso, é uma região 
que atua sobre funções vitais, como respiração (BEAR; CONNORS; PARADISO, 2017).
Você Sabia?
O tronco encefálico é a parte mais primitiva do encéfalo e, ao mesmo tempo, a mais 
importante para a preservação da vida. É possível sobreviver a uma lesão cerebral, en-
tretanto, lesões no tronco encefálico são comumente fatais.
De acordo com Brunton et al. (2016), o cérebro possui cerca de 100 bilhões de neurô-
nios envoltos por inúmeras células glias de sustentação que atuam por meio de neurotrans-
missão química. Os neurônios são as principais células do sistema nervoso e são respon-
sáveis por processar e transmitir a informação através de um processo eletroquímico; eles 
são classificados de acordo com sua função, localização e neurotransmissores que liberam.
Figura 6 – Estrutura de um neurônio multipolar
Fonte: TORTORA, 2019
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UNIDADE Princípios Básicos de Neurotransmissão 
e Classificação dos Psicofármacos
Um neurônio multipolar tem um corpo celular, vários dendritos curtos e um 
único e longo axônio. As setas indicam a direção do fluxo de informações: 
dendritos → corpo celular → axônio → terminais axônicos.
Segundo Brum (2018), o neurônio tipicamente possui um corpo celular e prolon-
gamentos denominados dendritos e axônios. O corpo celular é o centro de proces-
samento do neurônio responsável pela síntese de todas as proteínas neuronais. Os 
dendritos assemelham-se a “árvores” altamente ramificadas e recebem e integram a in-
formação transmitida por outros neurônios, conduzindo essa informação para o corpo 
celular. Por fim, o axônio leva o sinal de saída de uma informação por longas distâncias, 
estabelecendo contato com outros neurônios por meio da terminação axônica; esse 
contato entre neurônios denomina-se sinapse, e compreende a liberação de substân-
cias químicas neurotransmissoras.
Para uma compreensão mais detalhada do SNC e seus componentes, sugere-se a consulta 
do livro SCHMIDT, A. G. Manual de Neuroanatomia Humana: guia prático. São Paulo: Roca, 
2017. Disponível em: https://bit.ly/3jYOgeB
Neurotransmissores
Nesse ponto, cabe entender o que são os neurotransmissores atuantes no sistema 
nervoso. O neurotransmissor é uma substância química produzida pelo neurônio e tem 
como função o envio de informações a outras células, o estímulo de continuidade de um 
impulso ou mesmo de efetuar a reação final de um órgão ou músculo.
Brum (2018) afirma que cerca de 100 substâncias podem agir como neurotransmis-
sores atuando sobre excitação ou inibição de neurônios. Além disso, muitos dos neuro-
transmissores podem ser hormônios liberados por células endócrinas para a corrente 
sanguínea. Os mecanismos completos pelos quais fármacos atuam no SNC ainda não 
são totalmente compreendidos, apesar dos avanços feitos sobre o funcionamento SNC, 
seus neurotransmissores e processos sinápticos.
Katzung e Trevor (2017) explicam que, no momento, temos a compreensão de que 
um fármaco em neurônios ou em receptores age para a modulação da transmissão 
sináptica. Os neurotransmissores para atuar sobre os neurônios utilizam duas classes 
distintas de receptores: receptores ionotrópicos e receptores metabotrópicos.
Os receptores ionotrópicos contêm um local de ligação para um neurotransmissor e 
um canal iônico, é um canal ativado por ligante (neurotransmissor) que permite a aber-
tura do canal e promove um Potencial Pós-Sináptico Excitatório (PPSE) ou um Poten-
cial Pós-Sináptico Inibitório (PPSI). Esses canais conseguem produzir uma transmissão 
sináptica rápida.
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Figura 7 – Receptores Ionotrópicos
Fonte: TORTORA, 2019
Os receptores metabotrópicos não possuem canal iônico como parte de sua estru-
tura, mas se acoplam a um canal iônico externo por meio de uma proteína chamada 
Proteína G. Nesse caso, quando o neurotransmissor se liga ao receptor, a proteína G 
é responsável por abrir ou fechar o canal iônico externo. Desse modo, a principal dife-
rença entre o receptor metabotrópico e o ionotrópico é que o local de ligação do neuro-
transmissor e o canal iônico fazem parte de proteínas distintas.
A ligação do neurotransmissor a esse tipo de receptor não resulta em 
regulação direta de um canal. Na verdade, a ligação ao receptor envolve 
uma proteína G, resultando na produção de segundos mensageiros que 
medeiam cascatas de sinalização intracelulares. (BRUM, 2018, p. 208)
Figura 8 – Receptores Metabotrópicos
Fonte: TORTORA, 2019
Canal Iônico é uma proteína de membrana que permite a passagem de íons do meio extra-
celular para o meio intracelular.
Tipos e Funções dos Neurotransmissores
Um neurotransmissor é assim nomeado quando cumpre alguns critérios: localização, 
liberação e mimetismo sináptico.
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UNIDADE Princípios Básicos de Neurotransmissão 
e Classificação dos Psicofármacos
A localização refere-se ao fato de que o neurotransmissor deve estar nas termi-
nações pré-sinápticas da sinapse e nos neurônios onde essas vias estão localizadas. 
A liberação é a característica do transmissor que deve ser liberado de um neurônio em 
resposta a uma atividade neural dependente de cálcio, e o mimetismo sináptico diz 
que o neurotransmissor deve produzir uma resposta que reproduza a ação do transmis-
sor que foi liberado, ou bloquear uma resposta de acordo com sua função (BRUNTON; 
CHABNER; KNOLLMANN, 2016).
Figura 9 – Neurotransmissores são mensageiros químicos que enviam 
mensagens excitatórias ou inibitórias para as células do corpo
Fonte: Pixabay
Considerando os critérios expostos, vamos agora conhecer alguns importantes neu-
rotransmissores e suas funções:
• Glutamato: é o aminoácido mais abundante no SNC e é responsável por transmis-
são sináptica excitatória. Atua no desenvolvimento neural, na plasticidade sinápti-
ca, no aprendizado, na memória e tem papel importante no mecanismo de algumas 
doenças neurodegenerativas como Doença de Alzheimer, Esclerose Lateral Amio-
trófica, Doença de Parkinson e Doença de Huntington;
• Acetilcolina: foi o primeiro neurotransmissor a ser identificado, por volta da década 
de 1920, e está relacionado à regulação da memória, do aprendizado e do sono. 
Os  maiores efeitos da acetilcolina são identificados nos sistemas cardiovascular, 
muscular, excretório, respiratório e nervoso, possuindo funções tanto excitatórias 
quanto inibitórias. Atualmente, identifica-se que o deficit de acetilcolina está em 
transtornos como Transtorno de Deficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH), 
Doença de Alzheimer e outros tipos de demência senil;
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Figura 10 – O neurotransmissor acetilcolina parece estar envolvido
em doenças do envelhecimento, como as demências senis
Fonte: Pixabay
• Dopamina: é um neurotransmissor com inúmeras funções importantes no sistema 
nervoso, como controle da motricidade, cognição, prazer e regulação do humor. 
Alguns estudos atuais têm relacionado a dopamina com problemas de saúde men-
tal, como a esquizofrenia. Além disso, a dopamina está relacionada ao Sistema de 
Recompensa Cerebral, que é responsável por manter a motivação, a sensação de 
felicidade e bem-estar por meio da liberação da dopamina;
• Serotonina: atua no organismo com um papel essencial de regular sono, apetite, 
ritmo cardíaco, funções cognitivas e temperatura corporal. Está no cérebro, no sis-
tema digestivo e nas plaquetasde sangue. Os baixos níveis dessa substância são res-
ponsáveis pela desregulação de vários padrões comportamentais, como compulsão 
alimentar, falta de libido, mau humor matinal, sonolência durante o dia, dentre outros. 
Por sua vez, o excesso de serotonina também pode trazer prejuízos para o indivíduo, 
como agitação, insônia, perda de coordenação motora, convulsões, entre outros;
Você Sabia?
A serotonina é conhecida comumente como o Hormônio do Prazer justamente porque atua 
para a sensação de alegria e bem-estar. Uma alimentação saudável, rica em nutrientes na-
turais, e atividade física regular podem estabilizar os níveis de serotonina no organismo.
17
UNIDADE Princípios Básicos de Neurotransmissão 
e Classificação dos Psicofármacos
Figura 11 – Alguns neurotransmissores são conhecidos como Hormônios 
do Prazer, como a serotonina, dopamina, endorfina e ocitocina
Fonte: Pixabay
• Noradrenalina: também pode ser chamada de norepinefrina e é produzida em si-
tuações de estresse de curta duração, por exemplo, tanto em situações identificadas 
como perigosas quanto em situações prazerosas. Sua atuação permite o aumento 
de energia no corpo, fornece maior taxa de oxigênio e eleva a pressão sanguínea 
quando o organismo precisa reagir. A diminuição desse neurotransmissor parece 
estar associada a quadros de depressão, e seu excesso relaciona-se a quadros de 
mania presentes no Transtorno Bipolar (BRUNTON; CHABNER; KNOLLMANN, 
2016; BRUM, 2018).
Fármacos Atuantes no Sistema Nervoso Central
São diversos os fármacos que atuam no Sistema Nervoso Central (SNC) por meio de 
processos que envolvem neurotransmissores e provocam desde efeitos específicos até 
inespecíficos. O efeito específico ocorre quando a substância afeta um mecanismo mo-
lecular reconhecível na célula-alvo, já o efeito inespecífico ocorre quando um fármaco 
produz impacto em células-alvo distintas, atuando em vários sistemas neurobiológicos 
(BRUNTON; CHABNER; KNOLLMANN, 2016).
É comum que essa atuação se dê na associação de dose e resposta da substância com 
a célula, ou seja, um fármaco que foi testado em baixas concentrações, quando utiliza-
do em alta concentração, pode produzir impactos inespecíficos. Whalen et al. (2016) 
afirmam que mesmo fármacos altamente específicos podem não atuar de um mesmo 
modo no SNC, por exemplo, sedativos e anestésicos gerais não seriam tão úteis se os 
neurônios do sistema respiratório e sistema cardiovascular fossem sensíveis a suas ações.
• Depressores: agrupa os gases anestésicos, álcoois alifáticos e hipnóticos-sedativos 
que atuam deprimindo os tecidos excitáveis no SNC, o que acarreta a diminuição 
de neurotransmissores liberados pelos impulsos nervosos, bem como a depressão 
geral de reatividade pós-sináptica e o transporte iônico (BRUM, 2018);
18
19
Importante!
Os fármacos hipnóticos-sedativos deprimem a atividade do SNC e produzem sonolência, 
facilitando o início do sono.
• Estimulantes: são fármacos capazes de estimular a atividade intensa do SNC. A es-
timulação pode ser provocada por dois mecanismos: bloqueio da inibição, quando 
envolve o aumento de liberação de neurotransmissores, ou excitação neuronal dire-
ta, quando acontece o prolongamento da ação dos neurotransmissores, por exemplo, 
quando é inibida a receptação de um neurotransmissor. Os principais fármacos são 
o pentilenotetrazol e a metilxatina (BRUNTON; CHABNER; KNOLLMANN, 2016);
Importante!
O pentilenotetrazol (PTZ) é um antagonista que atua como agente convulsivo, ou seja, 
provocando convulsões, como crises de ausência e do tipo tônico-clônico em indivíduos. 
Muitos estudos têm sido desenvolvidos para entender seus efeitos e possíveis tratamentos.
• Fármacos que modificam seletivamente a função do SNC: nesse grupo, te-
mos as substâncias que podem provocar depressão ou excitação, podendo inclusive 
provocar os dois efeitos simultaneamente. As principais classes de fármacos dessa 
categoria são os anticonvulsionantes, analgésicos opioides e não opioides, inibido-
res de apetite, antieméticos, analgésicos-antipiréticos, agentes antidepressivos, an-
timaníacos, antipsicóticos tranquilizantes, sedativos e hipnóticos, além de fármacos 
utilizados no tratamento da doença de Parkinson e Doença de Alzheimer. Esses 
fármacos geralmente afetam várias funções do SNC com variada intensidade e com 
potencial para causar efeitos adversos (BRUNTON; CHABNER; KNOLLMANN, 
2016, BRUM, 2018). 
19
UNIDADE Princípios Básicos de Neurotransmissão 
e Classificação dos Psicofármacos
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
O que são Neurotransmissores?
https://youtu.be/FD8Qaw1TS-k
Farmacologia do Sistema Nervoso Autônomo (SNA)
https://youtu.be/Cp3_kg-vpRE
Serotonina, Noradrenalina e Dopamina
https://youtu.be/fivdtTrYyz0
 Leitura
Atuação dos Neurotransmissores na Depressão
https://bit.ly/2PyB1r3
20
21
Referências
BEAR, M. F.; CONNORS, B. W.; PARADISO, M. A. Neurociências: desvendando o 
sistema nervoso. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
BRUM, L. F. da S. Farmacologia básica. Porto Alegre: SAGAH, 2018.
BRUNTON, L. L.; CHABNER, B. A.; KNOLLMANN, B. C. As bases farmacológicas 
da terapêutica de Goodman & Gilman. 12. ed. Porto Alegre: AMGH, 2016. 
KATZUNG, B. G.; TREVOR, A. J. Farmacologia básica e clínica. 13. ed. Porto Alegre: 
AMGH, 2017. 
MACHADO, A. Neuroanatomia funcional. Rio de Janeiro: Atheneu, 1986.
TORTORA, G. J. Princípios de anatomia e fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2019.
WHALEN, K.; FINKEL, R.; PANAVELLI, T. A. Farmacologia ilustrada. 6. ed. Porto 
Alegre: Artmed, 2016.
21