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Fonte [4] Afrânio Coutinho não define como literatura todas as manifestações escritas de um povo, “o que transforma história literária em história da cultura”. Assim, esse período chamado literatura de informação não é estudado em sua A literatura no Brasil. Para ele, o que escapa ao objetivo de “comunicar prazer” é posto fora do conceito de literatura, atribuindo aí uma intencionalidade ao texto por ele considerado verdadeiramente literário. ANTONIO CANDIDO Fonte [5] A concepção de “literatura como sistema” de Antonio Candido também não permite considerar a chamada literatura de informação parte integrante do que ele entende como literatura. Para o crítico, as obras literárias são ligadas por denominadores comuns, que permitem reconhecer as notas dominantes. Esses denominadores são divididos em características internas (língua, temas, imagens) e elementos externos (de natureza social e psíquica), quais sejam: “a existência de um conjunto de produtores literários mais ou menos conscientes de seu papel; um conjunto de receptores, sem os quais a obra não vive; um mecanismo transmissor (de modo geral, uma linguagem, traduzida em estilos), que liga uns a outros” (p. 23). Fonte [6] Com Oswald de Andrade, em seu Pau-Brasil, de 1924, vários desses textos se transformaram em legítima literatura brasileira, ao serem apropriados e estilizados pelo autor modernista. Texto exemplar desse período, tanto por sua importância histórica quanto pela riqueza da escrita, é a carta de Pero Vaz de Caminha, integrante da armada de Pedro Álvares Cabral. Esse relato histórico será estudado nas atividades seguintes. Para começar vamos clicar na animação abaixo: VERSÃO TEXTUAL A Carta escrita por Pero Vaz de Caminha, em 1500, quando o Brasil foi descoberto, e enviada ao rei Dom Manuel I, de Portugal, pelo capitão-geral da armada, Pedro Álvares Cabral, é considerada nossa certidão de nascimento enquanto país ocidental. Além de seu valor histórico, a Carta é também uma importante obra literária que se 4