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HELMINTOLOGIA – NEMATHELMINTHES Ascaris lumbricoides Ascaridíase – causador Ascaris lumbricoides é o parasitismo desenvolvido no homem. Nome popular – Lombrigas ou bichas. Ocorre no mundo inteiro, sendo mais comuns em áreas tropicais e subtropicais com baixo nível de saneamento básico. Além do Ascaris lumbricoides, a outra espécie de importância médico veterinária é o Ascaris suum que parasita suínos. FILO CLASSE FAMÍLIA GENERO ESPÉCIE DOENÇA Nemathelminthes Nematoda Ascarididae Ascaris A. lumbricoides Ascaridíase Toxocara T. Canis Toxocaríase Oxyuridae Enterobius E. vermicularis Oxiurose Strongyloididae Strongyloides S. stercoralis Estrongiloidíase Ancylostomidae Ancylostoma A. duodenale Ancilostomose Necator N. americanus Trichuridae Trichuris T. trichiura Tricuríase Onchocercidae Wuchereria W. bancrofti Filariose ou Elefantíase Onchocerca O. volvulus Oncocercose ASCARIDÍASE AGENTE ETIOLÓGICO: Ascaris lumbricoides - Parasita do homem Vermes redondos, o Fusiformes, simetria bilateral, não segmentados. Ascaris suum - Parasito comum em suínos e pode acometer os humanos também Toxocara canis - Parasito comum de cães e que pode causar em humanos a síndrome denominada de larva migrans visceral. HÁBITAT - Formas adultas vivem no intestino Delgado dos hospedeiros (principalmente no jejuno e íleo) Nutrição – microrganismo e material orgânico da luz intestinal do hospedeio Reprodução – sexuada ou propartenogênese, todas as espécies são dioicos. A. lumbricoides é um parasito cosmopolita. Distribuído de maneira variável ao redor do mundo (clima, ambiente e desenvolvimento socioeconômico). 20% da população mundial está parasitada. Brasil, prevalência de 71,4% (1950). Atualmente, existe um decréscimo das taxas no Brasil (Sudeste e Sul). A. lumbricoides Morfologia LARVA Vermes adultos: cilíndricos e longos Macho - mede 15 a 31 cm, cor leitosa, boca contornada por 3 lábios, apresenta esôfago, intestino retilíneo, reto encontrado próximo à extremidade posterior, testículo, canal ejaculador, com a extremidade posterior recurvada. Fêmea - mede 20 a 35 cm comprimento com cauda reta, sendo mais grossa, cor, boca e aparelho digestivo semelhantes aos do macho e extremidade posterior retilínea. Apresenta 2 ovários, úteros, vagina e vulva. Chega a botar 15.000 por dia. OBS: Os vermes adultos vivem em torno de dois anos. Ambos os sexos possuem três “lábios” na extremidade anterior do corpo. A. lumbricoides Morfologia LARVA https://www.cdc.gov/dpdx/ascariasis/index.html LARVAS o Crescimento através de mudas ou ecdises o Em cada ecdise os parasitos abandonam revestimento cuticular e fabricam nova cutícula o Ovo L1 L2 L3 (infectante) L4 L5 Larva rabditóide Larva filarióide A. lumbricoides Morfologia OVO Morfologia do Ovo de Ascaris lumbricoides Mede 45 a 75 µm de comprimento, cor castanha, possuindo três envoltórios (duas membranas internas e uma externa) A membrana interna (lipídica = impermeável a água e mais delgada); A membrana média ou quitinosa (quitina + proteína) é bastante espessa –opérculo A membrana externa (proteica) é a mais grossa e mamelonada, composta de mucopolissacarídeo, secretada pela parede uterina. Ovos inférteis das fêmeas não fecundadas são mais alongados, casca mais delgada e capa albuminosa reduzida ou ausente A. lumbricoides Ovos fertilizados e não fertilizados de Ascaris lumbricoides são eliminados nas fezes do hospedeiro infectado. Os ovos fertilizados são arredondados e possuem uma casca espessa com uma camada externa mamilada que geralmente é manchada de marrom pela bile. Alguns casos, a camada externa está ausente (conhecida como ovos decorticados). Os ovos não fertilizados são alongados e maiores que os ovos férteis (até 90 µm de comprimento). Sua concha é mais fina e sua camada mamilada é mais variável, podendo apresentar grandes protuberâncias ou praticamente nenhuma. Os ovos inférteis contêm principalmente uma massa de grânulos refráteis. Tipos de Morfologia OVO A. lumbricoides Ovos não Fertilizados https://www.cdc.gov/dpdx/ascariasis/index.html A. lumbricoides Ovos Fertilizados https://www.cdc.gov/dpdx/ascariasis/index.html A. lumbricoides Decorticados Ovos Fertilizados https://www.cdc.gov/dpdx/ascariasis/index.html A. lumbricoides Ovos Eclodindo https://www.cdc.gov/dpdx/ascariasis/index.html CICLO BIOLÓGICO Ciclo Monoxênico Ovos chegam ao ambiente através das fezes. Geohelmintos: precisam passar um tempo no ambiente para desenvolvimento da larva. Duração do ovo no ambiente: até 1 ano. Ciclo de vida Ovo no ambiente : ovos férteis 10 a 12 dias após a postura: formação de L1 no interior do ovo – larva rabditoide. 8 a 15 dias após a formação de L1 –L2 : Ovo torna-se infectante. Ovo com larva filarióide L3 Ovo com larva L3 pode permanecer no solo por vários meses. Ingestão – meio interno Duodeno- rompimento do ovo pela ação de estímulos orgânicos como pH, temperatura, sais e concentração de CO2 Liberação da larva filarióide L3 que migra para o ceco Atravessam a parede intestinal – vasos linfáticos - veias - fígado – veia cava- coração . Ciclo de vida Fase pulmonar chamada de Ciclo de Loss. • São lançadas na artéria pulmonar chegando ao pulmão após 4 ou 5 dias de infecção. • Nos capilares pulmonares passam para L4 após 8 ou 9 dias de infecção. • L4 rompem os capilares pulmonares e caem nos alvéolos sofrendo muda para L5 – 10 a 12 dias de infestação • Deixam os alvéolos, passam pelos brônquios, traqueia e são deglutidas, voltando ao intestino. • No intestino tornam-se adultos depois de 20 a 30 dias de infecção. • Maturação dos órgão sexuais , copulação e postura de ovos – 2 a 3 meses depois da infecção. • Vermes adultos pode viver de 1 a 2 anos no hospedeiro TRANSMISSÃO Transmissão Ingestão de água e alimentos contaminados. Disseminação por fômites e vetores mecânicos. Depósito subungueal. Grande aderência dos ovos às superfícies. Patogenia Patogenia Durante a migração das larvas: Fígado • Focos hemorrágicos • Necrose (fibrosamento) • Reação inflamatória • Aumento do volume hepático Pulmão • o Quadro pneumônico • o Edemaciação alveolar com infiltrado eosinofílico • o Manifestações alérgicas • o Febre , dispneia, bronquite e pneumonia. • o Tosse produtiva e catarro sanguinolento Patogenia VERME ADULTO Ação espoliadora (proteínas, carboidratos, lipídios e vit. A e C) Ação tóxica (Antígenos parasitários x Anticorpos do hospedeiro: edema, urticária, convulsões, epileptiformes, etc.) Ação mecânica (irritação da parede intestinal, enovelamento de casais ou grupos de parasitas, obstrução) Localizações ectópicas (“áscaris errático”) podem, espontaneamente ou após medicação, atingir locais indevidos tais como apêndice fecal, canal colédoco, pâncreas, eliminação pela boca e narinas, A intensidade das manifestações depende: o do no de parasitas presentes 3 a 4 vermes: sem manifestação clínica Mais de 30 vermes : • Desconforto abdominal , náusea, perda de apetite e emagrecimento • Baixo desenvolvimento físico e mental, sensação de coceira no nariz, • Irritabilidade, sono intranquilo e ranger de dentes. • Enovelamento de vermes estado nutricional do hospedeiro- resposta imune do hospedeiro Patogenia Ascaris errático: pode deslocar-se de seu habitat natural: –Apêndice cecal – Canal colédoco – Canal de Wirsung – Eliminação pela boca e nariz. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL A identificação microscópica de ovos nas fezes é o método mais comum para diagnosticar ascaridíase intestinal. O procedimento recomendado é o seguinte: • Colete uma amostra de fezes. • Preservar a amostra em formalina ou outro fixador. • Concentre-se usando a técnica de sedimentação de formalina-acetato de etila • Examine uma porção úmida do sedimento. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL • Quando os procedimentos de concentração não estiverem disponíveis, umexame direto da amostra por via úmida é adequado para detectar infecções moderadas a graves. Para avaliações quantitativas da infecção, vários métodos, como o Kato-Katz ou a flutuação fecal quantitativa, podem ser utilizados. • As larvas podem ser identificadas no escarro ou no aspirado gástrico durante a fase de migração pulmonar (examinar os organismos fixos quanto à morfologia). Os vermes adultos são ocasionalmente eliminados nas fezes ou pela boca ou nariz e são reconhecíveis pelas suas características macroscópicas (por exemplo, presença de três “lábios”). • Métodos moleculares para a detecção de DNA de ovo/verme em fezes humanas são cada vez mais utilizados em ambientes de pesquisa, muitas vezes em formatos multiparalelos para detectar este e outros helmintos transmitidos pelo solo. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Métodos parasitológicos: encontro de ovos nas fezes: – Qualitativos: Exame direto e sedimentação espontânea – Quantitativos: Stoll e Kato-Katz. Pesquisa de larva no escarro. Exame de imagem. Métodos imunológicos: – Intradermorreação – Úteis na fase larvária ou quando a infecção se dá por machos de Ascaris lumbricoides EPIDEMIOLOGIA FATORES QUE INTERFEREM NA PREVALÊNCIA DO ASCARIS LUMBRICOIDES: • Baixo nível socioeconômico; • precárias condições de saneamento básico; • má educação sanitária; • grande produção de ovos pela fêmea do parasito (200.000 ovos por dia durante 1 ano) • textura do solo • contaminação fecal do solo ou piso das habitações, por falta de instalações sanitárias; • disseminação de ovos através de poeira, chuvas, insetos; • viabilidade dos ovos no solo durante meses ou anos, quando em condições favoráveis de temperatura e umidade; • resistência dos ovos aos desinfetantes usuais devido à sua membrana lipídica interna Tratamento Ascaridíase Mebendazol: 100 mg 12/12h por 3 dias; quando há outras parasitoses associadas, usar o dobro da dose. Albendazol: 400mg Dose única.Vermicida e ovicida. Anti-helmínticos não atuam sobre LARVAS; REPETIR TRATAMENTO 30-60 dias Prevenção As melhores estratégias para prevenir a ascaridíase incluem: Lavar muito bem as mãos com água e sabão antes de manusear alimentos Lavar, descascar e/ou cozinhar todos os legumes, verduras e frutas crus antes de comê-los, principalmente os que foram cultivados em áreas em que fezes humanas são usadas como fertilizante Não defecar fora de casa Sistemas de eliminação de esgoto eficazes podem ajudar a prevenir a disseminação desta infecção. Esse tratamento previne complicações causadas por essas infecções. A. lumbricoides ASCARIS LUMBRICOIDES E A ASCARIDÍASE Videoaula 01 Profa. Dra. Deisy Resende - Link: https://youtu.be/lzTyiOtywmU Videoaula 02 Prof. Elisângela Pinotti - Link: https://youtu.be/ruetGP9OdwA VIDEOAULA https://youtu.be/lzTyiOtywmU https://youtu.be/ruetGP9OdwA