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AULA 03 PARASITO TEÓRICA - A lumbricoides

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HELMINTOLOGIA – NEMATHELMINTHES 
Ascaris lumbricoides
Ascaridíase – causador Ascaris lumbricoides é o parasitismo desenvolvido no homem.
Nome popular – Lombrigas ou bichas.
Ocorre no mundo inteiro, sendo mais comuns em áreas tropicais e subtropicais com baixo nível de saneamento básico.
Além do Ascaris lumbricoides, a outra espécie de importância médico veterinária é o Ascaris suum que parasita suínos.
FILO CLASSE FAMÍLIA GENERO ESPÉCIE DOENÇA
Nemathelminthes Nematoda
Ascarididae
Ascaris A. lumbricoides Ascaridíase
Toxocara T. Canis Toxocaríase
Oxyuridae Enterobius E. vermicularis Oxiurose
Strongyloididae Strongyloides S. stercoralis Estrongiloidíase
Ancylostomidae
Ancylostoma A. duodenale
Ancilostomose
Necator N. americanus
Trichuridae Trichuris T. trichiura Tricuríase
Onchocercidae
Wuchereria W. bancrofti
Filariose ou
Elefantíase
Onchocerca O. volvulus Oncocercose
ASCARIDÍASE
AGENTE ETIOLÓGICO: Ascaris lumbricoides - Parasita do homem
Vermes redondos, o Fusiformes, simetria bilateral, não segmentados.
 Ascaris suum - Parasito comum em suínos e pode acometer os humanos também
 Toxocara canis - Parasito comum de cães e que pode causar em humanos a síndrome denominada de larva
migrans visceral.
 HÁBITAT - Formas adultas vivem no intestino Delgado dos hospedeiros (principalmente no jejuno e íleo)
 Nutrição – microrganismo e material orgânico da luz intestinal do hospedeio
 Reprodução – sexuada ou propartenogênese, todas as espécies são dioicos.
 A. lumbricoides é um parasito cosmopolita.
 Distribuído de maneira variável ao redor do mundo (clima, ambiente e desenvolvimento socioeconômico).
 20% da população mundial está parasitada. Brasil, prevalência de 71,4% (1950).
 Atualmente, existe um decréscimo das taxas no Brasil (Sudeste e Sul).
A. lumbricoides
Morfologia
LARVA
Vermes adultos: cilíndricos e longos
 Macho - mede 15 a 31 cm, cor leitosa, boca contornada por 3 lábios,
apresenta esôfago, intestino retilíneo, reto encontrado próximo à
extremidade posterior, testículo, canal ejaculador, com a extremidade
posterior recurvada.
 Fêmea - mede 20 a 35 cm comprimento com cauda reta, sendo mais
grossa, cor, boca e aparelho digestivo semelhantes aos do macho e
extremidade posterior retilínea. Apresenta 2 ovários, úteros, vagina e vulva.
Chega a botar 15.000 por dia.
OBS: Os vermes adultos vivem em torno de dois anos.
Ambos os sexos possuem três “lábios” na extremidade anterior do corpo.
A. lumbricoides
Morfologia
LARVA
https://www.cdc.gov/dpdx/ascariasis/index.html
LARVAS
o Crescimento através de mudas ou ecdises
o Em cada ecdise os parasitos abandonam
revestimento cuticular e fabricam nova cutícula
o Ovo
L1 L2 L3 (infectante) L4 L5
Larva rabditóide Larva filarióide
A. lumbricoides
Morfologia
OVO
Morfologia do Ovo de Ascaris lumbricoides
 Mede 45 a 75 µm de comprimento, cor castanha, possuindo três
envoltórios (duas membranas internas e uma externa)
 A membrana interna (lipídica = impermeável a água e mais delgada);
 A membrana média ou quitinosa (quitina + proteína) é bastante espessa
–opérculo
 A membrana externa (proteica) é a mais grossa e mamelonada,
composta de mucopolissacarídeo, secretada pela parede uterina.
Ovos inférteis das fêmeas não fecundadas são mais alongados, casca mais
delgada e capa albuminosa reduzida ou ausente
A. lumbricoides
Ovos fertilizados e não fertilizados de Ascaris lumbricoides são
eliminados nas fezes do hospedeiro infectado.
Os ovos fertilizados são arredondados e possuem uma casca
espessa com uma camada externa mamilada que geralmente é
manchada de marrom pela bile.
Alguns casos, a camada externa está ausente (conhecida como
ovos decorticados).
Os ovos não fertilizados são alongados e maiores que os ovos
férteis (até 90 µm de comprimento). Sua concha é mais fina e
sua camada mamilada é mais variável, podendo apresentar
grandes protuberâncias ou praticamente nenhuma.
Os ovos inférteis contêm principalmente uma massa de grânulos
refráteis.
Tipos de 
Morfologia 
OVO
A. lumbricoides
Ovos não 
Fertilizados
https://www.cdc.gov/dpdx/ascariasis/index.html
A. lumbricoides
Ovos 
Fertilizados
https://www.cdc.gov/dpdx/ascariasis/index.html
A. lumbricoides
Decorticados
Ovos Fertilizados
https://www.cdc.gov/dpdx/ascariasis/index.html
A. lumbricoides
Ovos 
Eclodindo
https://www.cdc.gov/dpdx/ascariasis/index.html
CICLO BIOLÓGICO
Ciclo Monoxênico
 Ovos chegam ao ambiente
através das fezes.
 Geohelmintos: precisam passar
um tempo no ambiente para
desenvolvimento da larva.
 Duração do ovo no ambiente: até
1 ano.
Ciclo de vida
Ovo no ambiente : ovos férteis
 10 a 12 dias após a postura: formação de L1 no interior do ovo –
larva rabditoide.
 8 a 15 dias após a formação de L1 –L2 : Ovo torna-se infectante.
Ovo com larva filarióide L3
 Ovo com larva L3 pode permanecer no solo por vários meses.
Ingestão – meio interno
 Duodeno- rompimento do ovo pela ação de estímulos orgânicos
como pH, temperatura, sais e concentração de CO2
 Liberação da larva filarióide L3 que migra para o ceco
 Atravessam a parede intestinal – vasos linfáticos - veias - fígado –
veia cava- coração .
Ciclo de vida
Fase pulmonar chamada de Ciclo de Loss.
• São lançadas na artéria pulmonar chegando ao pulmão após 4 ou
5 dias de infecção.
• Nos capilares pulmonares passam para L4 após 8 ou 9 dias de
infecção.
• L4 rompem os capilares pulmonares e caem nos alvéolos sofrendo
muda para L5 – 10 a 12 dias de infestação
• Deixam os alvéolos, passam pelos brônquios, traqueia e são
deglutidas, voltando ao intestino.
• No intestino tornam-se adultos depois de 20 a 30 dias de infecção.
• Maturação dos órgão sexuais , copulação e postura de ovos – 2 a 3
meses depois da infecção.
• Vermes adultos pode viver de 1 a 2 anos no hospedeiro
TRANSMISSÃO 
 Transmissão Ingestão de água e alimentos
contaminados.
 Disseminação por fômites e vetores mecânicos.
 Depósito subungueal.
 Grande aderência dos ovos às superfícies.
Patogenia
Patogenia
Durante a migração das larvas:
 Fígado
• Focos hemorrágicos
• Necrose (fibrosamento)
• Reação inflamatória
• Aumento do volume hepático
 Pulmão
• o Quadro pneumônico
• o Edemaciação alveolar com infiltrado eosinofílico
• o Manifestações alérgicas
• o Febre , dispneia, bronquite e pneumonia.
• o Tosse produtiva e catarro sanguinolento
Patogenia
VERME ADULTO
 Ação espoliadora (proteínas, carboidratos, lipídios e vit. A e C)
 Ação tóxica (Antígenos parasitários x Anticorpos do hospedeiro: edema,
urticária, convulsões, epileptiformes, etc.)
 Ação mecânica (irritação da parede intestinal, enovelamento de casais ou
grupos de parasitas, obstrução)
 Localizações ectópicas (“áscaris errático”) podem, espontaneamente ou
após medicação, atingir locais indevidos tais como apêndice fecal, canal
colédoco, pâncreas, eliminação pela boca e narinas,
 A intensidade das manifestações depende: o do no de parasitas presentes
 3 a 4 vermes: sem manifestação clínica
 Mais de 30 vermes :
• Desconforto abdominal , náusea, perda de apetite e emagrecimento
• Baixo desenvolvimento físico e mental, sensação de coceira no nariz,
• Irritabilidade, sono intranquilo e ranger de dentes.
• Enovelamento de vermes estado nutricional do hospedeiro- resposta
imune do hospedeiro
Patogenia
Ascaris errático: pode deslocar-se de seu habitat natural:
–Apêndice cecal
– Canal colédoco
– Canal de Wirsung
– Eliminação pela boca e nariz.
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
A identificação microscópica de ovos nas fezes é o método mais comum para diagnosticar ascaridíase
intestinal. O procedimento recomendado é o seguinte:
• Colete uma amostra de fezes.
• Preservar a amostra em formalina ou outro fixador.
• Concentre-se usando a técnica de sedimentação de formalina-acetato de etila
• Examine uma porção úmida do sedimento.
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
• Quando os procedimentos de concentração não estiverem disponíveis, umexame direto da amostra por via
úmida é adequado para detectar infecções moderadas a graves. Para avaliações quantitativas da infecção, vários
métodos, como o Kato-Katz ou a flutuação fecal quantitativa, podem ser utilizados.
• As larvas podem ser identificadas no escarro ou no aspirado gástrico durante a fase de migração pulmonar
(examinar os organismos fixos quanto à morfologia). Os vermes adultos são ocasionalmente eliminados nas
fezes ou pela boca ou nariz e são reconhecíveis pelas suas características macroscópicas (por exemplo, presença
de três “lábios”).
• Métodos moleculares para a detecção de DNA de ovo/verme em fezes humanas são cada vez mais utilizados em
ambientes de pesquisa, muitas vezes em formatos multiparalelos para detectar este e outros helmintos
transmitidos pelo solo.
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
Métodos parasitológicos: encontro de ovos nas fezes:
– Qualitativos: Exame direto e sedimentação espontânea
– Quantitativos: Stoll e Kato-Katz.
Pesquisa de larva no escarro.
Exame de imagem.
Métodos imunológicos:
– Intradermorreação
– Úteis na fase larvária ou quando a infecção se dá por machos de Ascaris lumbricoides
EPIDEMIOLOGIA
FATORES QUE INTERFEREM NA PREVALÊNCIA DO ASCARIS LUMBRICOIDES:
• Baixo nível socioeconômico;
• precárias condições de saneamento básico;
• má educação sanitária;
• grande produção de ovos pela fêmea do parasito (200.000 ovos por dia durante 1 ano)
• textura do solo
• contaminação fecal do solo ou piso das habitações, por falta de instalações sanitárias;
• disseminação de ovos através de poeira, chuvas, insetos;
• viabilidade dos ovos no solo durante meses ou anos, quando em condições favoráveis de temperatura e
umidade;
• resistência dos ovos aos desinfetantes usuais devido à sua membrana lipídica interna
Tratamento
Ascaridíase 
 Mebendazol: 100 mg 12/12h por 3 dias; quando há outras parasitoses associadas,
usar o dobro da dose.
 Albendazol: 400mg Dose única.Vermicida e ovicida.
Anti-helmínticos não atuam sobre LARVAS; REPETIR TRATAMENTO 30-60 dias
Prevenção
As melhores estratégias para prevenir a ascaridíase incluem:
 Lavar muito bem as mãos com água e sabão antes de manusear alimentos
 Lavar, descascar e/ou cozinhar todos os legumes, verduras e frutas crus antes de comê-los,
principalmente os que foram cultivados em áreas em que fezes humanas são usadas como
fertilizante
 Não defecar fora de casa
 Sistemas de eliminação de esgoto eficazes podem ajudar a prevenir a disseminação desta
infecção.
 Esse tratamento previne complicações causadas por essas infecções.
A. lumbricoides
ASCARIS LUMBRICOIDES E A ASCARIDÍASE
Videoaula 01
 Profa. Dra. Deisy Resende -
Link: https://youtu.be/lzTyiOtywmU
Videoaula 02
 Prof. Elisângela Pinotti -
Link: https://youtu.be/ruetGP9OdwA
VIDEOAULA
https://youtu.be/lzTyiOtywmU
https://youtu.be/ruetGP9OdwA

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