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Aquisição e Desenvolvimento da Leitura e Escrita

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10/03/2024, 15:28 Roteiro de Estudos
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Entender o que é a criança, como ela aprende, se socializa e se desenvolve é fundamental.
Compreender o processo de aquisição da leitura e da escrita com seus objetivos e fases pelas
quais as crianças passam durante esse processo auxilia em sua formação docente, para que
possa alfabetizar adequadamente as crianças em processo escolar. Dessa forma, neste roteiro,
você irá compreender quais as principais tendências pedagógicas atreladas à educação
brasileira ao longo desses anos, bem como conhecer um pouco do processo de aquisição da
leitura e da escrita em nossas crianças.
Caro(a) estudante, ao ler este roteiro você vai:
analisar as tendências pedagógicas desenvolvidas na educação brasileira ao longo dos
anos;
reconhecer a importâncias dos recursos tecnológicos na prática da leitura e da escrita em
sala de aula;
compreender e identi�car as características dos níveis conceituais linguísticos;
re�etir sobre os principais métodos de leitura e escrita, bem como relacionar esse
métodos à história do processo de alfabetização;
conhecer as bases legais que regulariza o processo de aquisição da leitura e da escrita na
educação infantil.
Bons estudos!
Aquisição e Desenvolvimento da Leitura e Escrita
Roteiro deRoteiro de
EstudosEstudos
Autor: Esp. Lilian Maia Borges Testa
Revisor: Dra. Rosangela Silveira Garcia
10/03/2024, 15:29 Roteiro de Estudos
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Introdução
Nesse roteiro de estudo, faremos algumas considerações relacionadas à aquisição da leitura e
da escrita pelas nossas crianças inseridas na educação infantil. Dessa forma, abordaremos
alguns itens pertinentes ao processo de alfabetização dessas crianças.
Sendo assim, faremos alguns apontamos relacionados às tendências pedagógicas que
permearam a nossa educação ao longo do tempo, ou seja, como essas tendências
in�uenciaram no desenvolvimento da alfabetização. Outro item a ser abordado refere-se aos
recursos digitais e práticas de leitura e escrita na educação infantil, como a tecnologia pode
auxiliar o professor a trabalhar com a leitura e a escrita em sala de aula. Assim, para que o
professor consiga exercer sua pro�ssão com maestria, é necessário que ele conheça os níveis
conceituais linguísticos e os principais métodos utilizados para concretizar o processo de
alfabetização, bem como as bases legais para o desenvolvimento de nossas crianças inseridas
na educação infantil.
As Tendências Pedagógicas ao
Longo do Tempo
Ao fazermos uma breve análise sobre as tendências pedagógicas, observamos que foram
formuladas e desenvolvidas conforme as ideias de pensadores.
Sob esse viés, notamos que nas instituições de ensino quem realizará a mediação entre o
conhecimento e a criança será o professor, assim, ele precisa conhecer as diferentes
metodologias de ensino. Por isso, considerando a importância em relação às principais
tendências pedagógicas brasileiras teceremos alguns comentários que levarão você a re�etir
sobre o respectivo assunto.
O estudo das tendências pedagógicas visa proporcionar a compreensão da dimensão política e
da dimensão educacional que estão propostas nas metodologias adotadas pelas instituições de
ensino. Dessa forma, é essencial o conhecimento dessas tendências, pois elas são pré-
requisitos para que possamos re�etir e transformar o processo educacional existente.
É preciso dar sentido político e social ao trabalho que está sendo proposto aos alunos, pois
como nos assegura Libâneo (1998), aprender é uma forma de entrar em contato com o
conhecimento da realidade concreta, melhor explicitando do cotidiano vivido pelo educando, e
só tem sentido se esse conhecimento se aproximar com criticidade dessa realidade, o que está
em consonância com os preceitos defendidos por Saviani (1991, p. 48):
10/03/2024, 15:29 Roteiro de Estudos
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[...] a Pedagogia Crítica implica a clareza dos determinantes sociais da
educação, a compreensão do grau em que as contradições da sociedade
marcam a educação e, consequentemente, como é preciso se posicionar diante
dessas contradições e desenredar a educação das visões ambíguas para
perceber claramente qual é a direção que cabe imprimir à questão
educacional.
Já para Luckesi (1994, p. 62), a “Pedagogia se delineia a partir de uma posição �losó�ca
de�nida”. Assim, ele discorre sobre três tendências �losó�cas que tentam explicar a função da
educação na sociedade.
Libâneo (1998, p. 55) classi�ca as tendências pedagógicas em dois grupos, sendo estes “liberais”
e “progressistas”. No grupo das tendências “liberais” estão incluídas as tendências “tradicional”,
“pedagogia nova”, e a “pedagogia tecnicista”, e no grupo das tendências “progressistas”
abordaremos as tendências “realista progressista” e a tendência “histórico-crítica”. Dessa forma,
explicitaremos alguns aspectos fundamentais de cada uma destas tendências.
Tendência Tradicional : é caracterizada pelo papel bem demarcado do professor e do aluno,
ou seja, o professor é visto como o centro do processo educativo, ele é o único detentor de
todo o conhecimento historicamente acumulado, e tem a responsabilidade de transmitir esses
conteúdos aos alunos, além de prepará-los para assumir o seu papel na sociedade. Já, em
relação ao aluno, notamos que tinha apenas de aprender os conteúdos passados em sala pelo
professor, e, assim, que os compreendiam, o aluno tinha de repetir e reproduzir os conteúdos
da mesma forma que foram lhes foram ensinados.
Tendência “Pedagogia Nova” ou “Escola Nova” : foi adotada no Brasil por volta da década de
1930. Os autores que fundamentaram essa teoria de ensino foram Rogers, Montessori e Piaget,
que representaram um movimento educacional que possuía como principal característica a
rejeição à teoria tradicional de ensino. De acordo com Mizukami (1986, p. 45), “a prática
educativa passou a ter como foco a criança, dessa forma, a realização pessoal do aluno e o
autodesenvolvimento, in�uência da psicologia, tomaram as discussões no campo educacional”.
Para alcançar os objetivos propostos por essa tendência pedagógica, o aprendizado teria que
ser espontâneo, ou seja, partir do interesse do aluno.
Tendência “Pedagogia Tecnicista” : foi inspirada nas ideias e ideais de Augusto Comte, com a
sua teoria positivista. De acordo com Gadotti (2006, p. 55), o positivismo é uma doutrina social.
Entre os princípios do positivismo, destacamos que “a sociedade humana é regulada por leis
naturais, ou por leis que têm todas as características das leis naturais, invariáveis,
independentes da vontade e da ação humana” (LÖWY, 2007, p. 36).
Tendência “Realista Progressista ”: apontada por Paulo Freire, “partia de uma concepção de
�loso�a da educação de que o homem é o ‘sujeito da história’ e não seu ‘objeto’” (FERRAZ;
FUSARI, 2009, p. 53). Dessa forma, consideramos que nessa perspectiva o sujeito é autor da sua
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própria história, o seu desenvolvimento se dá por meio da troca de ideias, informações,
decisões e responsabilidades. Dessa forma, é no ambiente educacional que o indivíduo se
desenvolve nos aspectos físico, intelectual e mental.
Tendência “histórico-crítica” : por meio do processo de ensino e de aprendizagem, a
educação deverá assumir o papel e a responsabilidade de oferecer aos educandos ferramentas
para que eles se tornem sujeitos críticos, participantes e conscientes, tendo como ponto de
partida as experiências e os conhecimentos prévios do estudante, assim como o contexto em
que ele vive.Diante dessa perspectiva, em meados dos anos 80 do século passado, buscou-se a
elaboração de uma tendência pedagógica mais realista, chamada de “pedagogia histórico-
crítica”, ou seja, mais crítico-social em relação aos conteúdos, sem deixar de lado a contribuição
das outras tendências pedagógicas. “Essa pedagogia escolar procura propiciar a todos os
estudantes o acesso e contato com os conhecimentos culturais necessários para uma prática
social viva e transformadora” (FERRAZ; FUSARI, 2009, p. 55).
É válido ressaltar que todas essas tendências foram desenvolvidas ao longo do tempo e
pensadas de forma a satisfazer as necessidades educacionais da sociedade de cada época,
portanto, todas contribuíram para o desenvolvimento da educação brasileira.
Recursos Digitais e Práticas de
Leitura e Escrita na Educação
Infantil
Muito se tem discutido sobre a questão da alfabetização e do letramento na atualidade.
Sabemos que o professor que trabalha diretamente com a alfabetização não deve apenas
ensinar o código linguístico para a criança, ele deve alfabetizar letrando. Entretanto, vamos
compreender melhor o que isso signi�ca de acordo com as ideias de Soares:
No processo de aprendizagem inicial da leitura e da escrita, a criança deve
entrar no mundo da escrita fazendo uso de dois “passaportes”: precisa
apropriar-se da tecnologia da escrita, pelo processo de Alfabetização, e precisa
identi�car os diferentes usos e funções da escrita e vivenciar diferentes práticas
de leitura e de escrita, pelo processo de Letramento. Se lhe é oferecido apenas
um dos “passaportes” – se apenas se alfabetiza, sem conviver com práticas
reais de leitura e de escrita – formará um conceito distorcido, parcial do mundo
da escrita; se usa apenas o outro “passaporte” – se apenas, ou, sobretudo, se
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letra, sem se apropriar plena e adequadamente da tecnologia da escrita
(SOARES, 2017, p. 24).
Assim, de acordo com os preceitos citados pela autora em questão, o professor que alfabetiza
não pode se preocupar apenas em ensinar a ler e escrever, essa criança precisa aprender a ler,
interpretar e compreender o mundo ao seu redor, por isso a importância de se alfabetizar e, ao
mesmo tempo, letrar nossos alunos.
Após lermos a citação supracitada, nos perguntamos: de que forma podemos alfabetizar
letrando? Então, a resposta já foi apresentada anteriormente, ou seja, quando apresentamos a
você, caro(a) aluno(a), o ambiente alfabetizador, a brinquedoteca, falamos brevemente sobre as
novas tecnologias. O professor, utilizando-se de um ambiente alfabetizador, deve mediar a
aprendizagem do aluno, fazendo-o cultivar a observação e compreender a relação
fonema/grafema, adquirindo o valor social da escrita.
O professor que trabalha com a alfabetização e o letramento deve direcionar seu trabalho
utilizando diferentes gêneros textuais, como músicas, parlendas, trava-línguas, bilhetes, história
em quadrinhos, literatura infantil, contação de histórias, entre outros exemplos.
A palavra letramento existe há muito tempo, entretanto, atualmente, tem recebido uma nova
versão, voltada para o processo de ensino e aprendizagem no que se refere à leitura e escrita,
ou seja, se uma pessoa sabe ler e escrever, mas não consegue entender o que diz uma
reportagem que leu ou não compreendeu um livro de literatura, essa pessoa não pode ser
considerada letrada.
Dessa forma, a alfabetização é um ato mecânico, sem atribuição de signi�cado, entretanto, se a
pessoa usar essa leitura e escrita como prática social, ou seja, mudar seus aspectos sociais,
culturais e, até mesmo, econômicos, podemos dizer que essa pessoa é letrada. Portanto, para
Soares (2004, p. 18): “Letramento é o resultado da ação de ensinar ou de aprender a ler e
escrever: o estado ou condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como
consequência de ter se apropriado da escrita”.
Fazemos parte de uma sociedade letrada, assim, a escola deve se adequar a essa necessidade,
ou seja, preparar o aluno para o letramento, usar a leitura e a escrita para a prática social.
Assim, ao se trabalhar com a escrita, o aluno deve aprender seus diferentes usos e a sua
função dentro da sociedade, isto é, o aluno precisa aprender a interpretar o que leu e não
apenas aprender a ler.
Sob esse viés, não podemos deixar de mencionar que a tecnologia já faz parte do cotidiano
escolar, isto é, as mídias estão cada vez mais presentes no cotidiano dos educandos. As escolas
não podem �car alheias às mudanças que ocorrem no mundo, não somente mudanças na
sociedade, mas também mudanças tecnológicas, pois um mundo sem barreiras geográ�cas,
culturais e de língua está bem próximo.
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As novas tecnologias devem ser implementadas no espaço escolar com o objetivo de se obter
um resultado proveitoso delas. Um desses objetivos é o rendimento no processo de ensino e
aprendizagem e, principalmente, visando à extinção da monotonia das aulas. É válido ressaltar
que o quadro negro e o giz também já foram considerados tecnologias. Segundo Libâneo (1998,
p. 34):
A didática contemporânea não pode mais ignorar esse importante conteúdo
que são as tecnologias da comunicação e da informação, tanto como conteúdo
escolar quanto como meios educativos. É na escola que se pode fazer,
professores e alunos juntos, a leitura crítica das informações e familiarizá-los
no uso das mídias e multimídias.
O uso das mídias na educação é uma nova metodologia usada para ensinar, permitindo a
substituição do giz e da lousa pela tecnologia que está presente em vídeos, DVDs, TV,
computadores etc. O uso dessas tecnologias atuais está cada vez mais presente na educação,
facilitando e prendendo mais a atenção de nossos educandos.
Ao usar as novas tecnologias, os professores enfrentam grandes desa�os, pois recebem alunos
que já estão adaptados ao uso delas e isso deixa os professores cada vez mais preocupados.
A tecnologia em si não é boa ou ruim; tudo depende do uso que se faz dela. As
tecnologias inseridas no cotidiano escolar podem servir tanto para reforçar
uma visão autoritária, conservadora, individualista, como uma visão
progressiva. A pessoa com postura autoritária poderá utilizar a tecnologia para
reforçar ainda mais o controle/dominação sobre os demais. Por outro lado,
uma postura diferenciada, pautada por uma atitude interativa utilizará as
tecnologias para possibilidades diversas com foco na ampliação da interação
(SAVIANI, 1995, p. 35).
O papel da escola é observar os avanços e as transformações tecnológicas e mostrá-los sempre
em sala de aula, conversando com os alunos, procurando ajudá-los a perceberem os aspectos
positivos e negativos trazidos pelos recursos tecnológicos ou pela mídia.
As nossas crianças também já são educadas pela mídia, principalmente pela televisão, nas
quais obtêm informações, conhecimentos, fantasias, sentimentos etc. A mídia acaba sendo
sedutora, prazerosa e explorando o sensorial da criança por meio de histórias que estão vendo
ou estão em contato no seu cotidiano. A mídia acaba educando enquanto estamos entretidos.
Sendo assim, precisamos procurar sempre acompanhar as diversas transformações
tecnológicas, procurando estar sempre preparados e, também, preparar os nossos educandos
para o uso da mídia presente em nosso dia a dia de forma positiva. Por isso, hoje, a educação
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necessita da mídia, para que os educandos não �quem excluídos da sociedade tecnológica
atual.
Os Níveis Conceituais Linguísticos
Observamos que foram os estudos de Emília Ferreiro e Ana Teberosky (1999), apresentadosno
livro A psicogênese da língua escrita, que trouxeram a compreensão de novas concepções
acerca do processo de escrita.
A leitura e a escrita não dependem exclusivamente da habilidade que o
alfabetizando apresenta de ‘somar pedaços de escrita’, e sim, antes disso, de
compreender como funciona a estrutura da língua e a forma como é utilizada
na sociedade (FERREIRO; TEBEROSKY, 1999, p. 38).
LIVRO
(Re)invenção pedagógica? Re�exões acerca do uso de
tecnologias digitais na educação.
Autor : Lucia Maria Martins Gira�a (org.)
Editora : EdiPUCRS
Ano : 2012
Comentário : a obra em questão reúne as considerações de 14
escritores relacionadas ao processo de ensino e aprendizagem e
ao uso adequado das tecnologias nesse processo, auxiliando os
professores a planejarem aulas em consonância com o mundo
digital e globalizado. Sugerimos, portanto, a leitura dos capítulos
1, 2 e 4.
Disponível na Biblioteca Virtual.
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Por meio de investigações e pesquisas contemporâneas os educadores conseguiram
compreender as hipóteses formuladas pelos alunos a respeito da língua escrita. Estudos
psicolinguísticos contribuíram para o entendimento desse processo, conforme explicita Soares
(2017, p. 19):
Os estudos psicolinguísticos a respeito da leitura e da escrita voltam-se para a
análise de problemas, tais como a caracterização da maturidade linguística da
a criança para a aprendizagem da leitura e da escrita, as relações entre
linguagem e escrita, a interação entre a formação visual e não visual no
processo da leitura, a determinação da quantidade de informação que é
apreendida pelo sistema visual, quando a criança lê.
Sob esse viés, sabemos que o professor deve ter conhecimento em relação às concepções que
a criança desenvolve sobre a escrita e deve mediar a aprendizagem dessa criança. Nesse
contexto, observamos que a criança elabora o con�ito, a assimilação, a acomodação e vai
construindo seu conhecimento até chegar ao funcionamento do código linguístico.
Podemos a�rmar, portanto, que esse processo é consiste em um trabalho árduo a ser
desenvolvido pelo professor, ou seja, é por meio de sua mediação que saberá quando deve
intervir na aprendizagem da criança e quando precisa estimulá-lo com novos desa�os.
Portanto, conhecer os níveis conceituais linguísticos na alfabetização é de suma importância
para que o professor consiga desenvolver um trabalho pedagógico satisfatório, além de auxiliar
o professor a incorporar novas estratégias de ensino em suas aulas, para que possa mediar a
promoção do aluno para os níveis seguintes.
Nível 1- Pré-silábico : a criança não compreende a correspondência entre pensamento e
palavra escrita, não compreende a relação entre fonema e grafema; não possui o
entendimento sobre o valor sonoro, ou seja, som-letra; não se preocupa com a disposição das
letras para formar uma palavra; a criança não escreve artigos e verbos, apenas substantivos;
escreve muitas letras para diferentes palavras e acredita que as letras ou sílabas não se
repetem na mesma palavra, apresentando, assim, o que identi�camos como realismo nominal.
Nível 2 - Intermediário : observamos que a criança entra em con�ito quando é questionada e
problematizada pelo professor, esse con�ito é considerado como uma característica do nível
intermediário, que se encontra entre o pré-silábico e o silábico. O professor, como mediador,
leva a criança a repensar suas certezas. Já a criança ainda não compreende a organização e
estrutura do sistema linguístico. O professor, nesse nível, tem papel fundamental para que a
criança consiga compreender o sistema linguístico.
Nível 3 - Silábico : após escrever uma palavra, a criança acrescenta mais letras; para escrever
uma frase usa uma letra representando cada palavra; ainda não sabe o que é um substantivo,
artigo, verbo; compreende a correspondência som/letra, o que não ocorre sempre; uso de
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recorte silábico nas frases. Já consegue distinguir a sonorização ou fonetização da escrita, o que
não ocorria nos níveis anteriores.
Nível 4 - Intermediário II ou Silábico-alfabético : a criança possui um con�ito muito grande,
que é desenvolvido pela incompreensão daquilo que escreveu, pois precisa reconsiderar a
lógica do nível silábico. O papel do professor é primordial para que a mediação aconteça e a
criança perceba sua escrita e comece a fazer comparações com a escrita convencional,
somente assim irá perceber o valor sonoro das sílabas.
Nível 5 - Alfabético : a criança passa a reconhecer o som  de todas ou de algumas letras, além
de compreender que a junção dessas letras formam as sílabas. A criança já diferencia as
unidades linguísticas básicas, tais como letras, sílabas e frases. Ainda não tem internalizadas
todas as regras relacionadas à ortogra�a, por isso, ainda comete algumas inadequações
ortográ�cas.
LIVRO
Projetos pedagógicos na educação infantil
Autoras : Maria Carmen Silveira Barbosa e Maria da Graça
Souza Horn
Editora : Grupo A
Ano : 2011
Comentário : As autoras apresentam a pedagogia de projetos,
em que a criança é o ator por excelência, o centro do processo
educacional. O livro apresenta linguagem didática e de fácil
compreensão para os leitores dele. A obra aborda temática
relevante para o conteúdo estudado neste roteiro.
Disponível na Minha Biblioteca.
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A Leitura e a Escrita: Principais
Métodos
Sabemos que fatos históricos a�rmam que a escrita surgiu da necessidade concreta do homem
primitivo contar e registrar a quantidade de animais de seu rebanho.
Na Antiguidade, era tido como alfabetizado quem sabia decifrar e reproduzir os símbolos das
contagens. E as pessoas aprendiam a ler e a escrever lendo algo escrito por alguém e, em
seguida, realizando inúmeras cópias. Dominadas tais habilidades, os alunos começavam a
copiar textos famosos e, assim, surgiram os escribas que escreviam com detalhes a cultura da
sociedade da época.
Muitos aprendiam a ler fora da escola, pois não tinham interesse de se tornarem escribas.
Faziam uso da leitura apenas nas situações diárias, assim, a escrita surgiu como consequência
da leitura.
Por causa do sistema de escrita dos semitas, houve signi�cativa redução dos símbolos da
escrita cuneiforme de sessenta elementos para vinte e uma consoantes. Para aprender a ler e a
escrever nesse sistema, bastava que a pessoa identi�casse a lista de consoantes e aplicasse a
ela.
Os gregos realizaram uma adaptação das letras semíticas para sua língua, com uma
especi�cidade, além das consoantes era necessário identi�car, na fala, as vogais também.
Os romanos contribuíram para a rati�cação do sistema de escrita à medida que se apropriaram
das características do alfabeto grego. No entanto, passaram a ter como nome da letra apenas o
próprio som dela.
Com o aumento de textos escritos a mão e impressos surgiram novas demandas de
compreensão do sistema. O surgimento das letras minúsculas foi uma delas, pois as letras
capitais (maiúsculas) eram a única forma de escrita.
As mudanças que aconteceram no �nal do século 15 e meados do século 16, Feudalismo para
Capitalismo, e o surgimento do Renascimento levaram à expansão de livros e a leitura deixou
de ser uma atividade coletiva para ser um exercício individual, aumentando assim a
preocupação com o processo de alfabetização.
Vamos agora conhecer e entender alguns métodos de trabalho relacionado à aquisição da
leitura e da escrita, tendo em mente que método é a maneira de se fazer algo; caminho a ser
seguido para atingir determinado objetivo.
Método Sintético - refere-seà correspondência entre o som e a gra�a. Dessa forma, notamos
que os métodos sintéticos estão divididos da seguinte forma: o alfabético, o fônico e o silábico.
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As cartilhas são utilizadas para direcionar todo o processo de ensino e aprendizagem, dessa
forma, trabalha diretamente com a apresentação do fonema e seu grafema correspondente
por vez. É válido ressaltar que é uma aprendizagem mecânica, que faz uso da repetição,
portanto, o respectivo método é considerado, pelos críticos, como uma aprendizagem
cansativa e desinteressante para as crianças.
Método Analítico - relaciona a leitura a um ato global e audiovisual. Sob tais aspectos,
notamos que os professores que fazem uso desse método iniciam o trabalho com a
alfabetização utilizando unidades completas de linguagem para depois dividi-las em partes
menores, isto é, a criança parte da frase completa e retira as palavras e, em seguida, divide-as
em unidades menores, ou seja, as sílabas.
Método Alfabético - a leitura parte da memorização oral das letras do alfabeto, em seguida a
junção das sílabas para a formação das palavras. Aos poucos, a criança começa a ler sentenças
curtas e vai se desenvolvendo até conhecer histórias. Notamos o uso de cartilhas. Alguns
críticos consideram a repetição dos exercícios cansativa, o que o tornaria o processo de
alfabetização tedioso para as crianças, pois não se leva em consideração os conhecimentos
prévios que a criança possui antes de iniciar a vida escolar.
Caro(a) aluno(a), são muitas as formas de ensinar a leitura e a escrita e cada uma delas destaca
um aspecto no aprendizado. Todas, com certeza, contribuem de uma forma ou de outra para o
processo de alfabetização.
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Leitura e Escrita - as Bases Legais
para a sua Aquisição
Ao fazermos uma breve análise sobre os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), veri�camos
que se refere a um manual para as escolas, seu principal objetivo consiste em orientar as
instituições de ensino em relação ao processo de ensino e aprendizagem, em conformidade
com o Ministério da Educação. O respectivo documento foi elaborado em 1998, tem como
função orientar e garantir a distribuição dos investimentos na educação.
Dessa forma, observamos que os PCNs propõem um currículo norteado pelas competências
básicas e que esteja de acordo com o contexto social do qual o aluno faz parte.
Notamos, ainda, que os Parâmetros Curriculares Nacionais traz em sua prática de alfabetização
a linha construtivista, que se estabeleceu em nossas escolas na década de 1980. Essa teoria foi
LIVRO
Alfabetização e letramento
Autor: Magda Soares
Editora: Editora Contexto
Ano: 2017
Comentário: o livro apresenta concepções de alfabetização e
letramento, explicitando a necessidade de se enfrentar o
problema da alfabetização e do letramento de forma
multidisciplinar. A autora faz uma crítica aos programas de
leitura e escrita oferecidos em nossas escolas, os problemas que
encontramos no processo de alfabetização de nossas crianças.
Sugerimos a leitura das partes 1 e 2 do livro, para que você
compreenda o que signi�ca alfabetizar letrando.
Disponível na Biblioteca Virtual.
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desenvolvida pelas pesquisadoras Ana Teberowsky e Emilia Ferreiro, e como característica
principal, valoriza o conhecimento prévio que a criança possui antes de iniciar a sua vida
escolar, assim, a sua ênfase é na aquisição da leitura e da escrita.
Um outro documento que vem sendo muito discutido atualmente refere-se à Base Nacional
Comum Curricular (BNCC), em que consiste na de�nição dos direitos de aprendizagem dos
alunos brasileiros.
Sob tais aspectos, notamos que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é
um documento que estabelece um conjunto de normas para a aprendizagem,
pautado nas habilidades e competências que todos os alunos devem
desenvolver durante a Educação Básica, de modo a que tenham assegurados
seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento, em consonância com o
Plano Nacional de Educação (PNE) (BRASIL, 2018, on-line).
No que se refere à BNCC de Educação Infantil, observamos que há uma preocupação com o
desenvolvimento de dez competências gerais, ou seja, competências estas vistas como
mobilização de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores para resolver problemas da vida
cotidiana, conforme podemos observar nas palavras apresentadas na própria BNCC:
Ao longo da Educação Básica, as aprendizagens essenciais de�nidas na BNCC
devem concorrer para assegurar aos estudantes o desenvolvimento de dez
competências gerais, que consubstanciam, no âmbito pedagógico, os direitos
de aprendizagem e desenvolvimento. Na BNCC, competência é de�nida como a
mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades
(práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver
demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do
mundo do trabalho (BRASIL, 2018, on-line).
Assim, essas habilidades e competências devem fazer parte do cotidiano escolar dos alunos,
para que possam desenvolvê-las no decorrer da educação básica, seria a uni�cação dos
currículos, levando em conta as especi�cidades de cada região e cidade.
No mais, ao analisarmos a BNCC voltada para a Educação Infantil, notamos a presença de seis
direitos de aprendizagens, os quais o professor deve ter sempre em mente: conviver, brincar,
participar, explorar, expressar e conhecer-se.
A Base elenca, ainda, cinco Campos de Experiência para a Educação Infantil. Esses campos
estabelecem quais são as experiências fundamentais para que a criança adquira a
aprendizagem e se desenvolva. Tais campos salientam noções, habilidades, atitudes, valores e
afetos que as crianças devem desenvolver dos 0 aos 5 anos, além de garantir, a essas crianças,
o direito ao conhecimento.
10/03/2024, 15:29 Roteiro de Estudos
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Conclusão
Aprender a ler e escrever são um dos principais desa�os da educação. Para que isso aconteça é
necessário um trabalho criativo, responsável, mas principalmente consciente por parte de toda
a equipe pedagógica, mais precisamente, ligada à metodologia utilizada pelo professor
alfabetizador. É ele quem faz toda a mediação desse processo, para que haja total consolidação
do aprendizado.
Dessa forma, para que isso aconteça, ele deve favorecer a construção da autonomia intelectual
dos alunos. Portanto, é imprescindível que o professor compreenda os níveis conceituais
linguísticos e passe a trabalhar em sala de aula de forma a fazer com que seus alunos se
desenvolvam e sejam promovidos de nível, assim, trouxemos algumas explicações básicas para
que você possa compreender esses níveis, bem como, apresentamos algumas sugestões de
atividades que podem ser realizadas em sala de aula, abordamos as tendências pedagógicas ao
longo do tempo e como as tecnologias podem auxiliar o professor na aquisição da leitura e da
escrita de nossas crianças.
LIVRO
Criança, desenvolvimento e aprendizagem
Autora : Mônica de Souza Corrêa
Editora : Cengage Learning Brasil
Ano : 2015
Comentário : O livro aborda, dentro da psicologia da educação
e do desenvolvimento, as diversas concepções de
aprendizagem. A autora traz as teorias de desenvolvimento
relacionadas à educação infantil e à construção do
conhecimento pela criança. A obra tem linguagem didática e
prática.
Disponível na Minha Biblioteca.
10/03/2024, 15:29 Roteiro de Estudos
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