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10/03/2024, 15:28 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=39RBpulcbcCLRCI6s9eDuQ%3d%3d&l=NFK9OLCGliW%2fkR5HBZvn%2fA%3d%3d&lc=n… 1/15 Entender o que é a criança, como ela aprende, se socializa e se desenvolve é fundamental. Compreender o processo de aquisição da leitura e da escrita com seus objetivos e fases pelas quais as crianças passam durante esse processo auxilia em sua formação docente, para que possa alfabetizar adequadamente as crianças em processo escolar. Dessa forma, neste roteiro, você irá compreender quais as principais tendências pedagógicas atreladas à educação brasileira ao longo desses anos, bem como conhecer um pouco do processo de aquisição da leitura e da escrita em nossas crianças. Caro(a) estudante, ao ler este roteiro você vai: analisar as tendências pedagógicas desenvolvidas na educação brasileira ao longo dos anos; reconhecer a importâncias dos recursos tecnológicos na prática da leitura e da escrita em sala de aula; compreender e identi�car as características dos níveis conceituais linguísticos; re�etir sobre os principais métodos de leitura e escrita, bem como relacionar esse métodos à história do processo de alfabetização; conhecer as bases legais que regulariza o processo de aquisição da leitura e da escrita na educação infantil. Bons estudos! Aquisição e Desenvolvimento da Leitura e Escrita Roteiro deRoteiro de EstudosEstudos Autor: Esp. Lilian Maia Borges Testa Revisor: Dra. Rosangela Silveira Garcia 10/03/2024, 15:29 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=39RBpulcbcCLRCI6s9eDuQ%3d%3d&l=NFK9OLCGliW%2fkR5HBZvn%2fA%3d%3d&lc=n… 2/15 Introdução Nesse roteiro de estudo, faremos algumas considerações relacionadas à aquisição da leitura e da escrita pelas nossas crianças inseridas na educação infantil. Dessa forma, abordaremos alguns itens pertinentes ao processo de alfabetização dessas crianças. Sendo assim, faremos alguns apontamos relacionados às tendências pedagógicas que permearam a nossa educação ao longo do tempo, ou seja, como essas tendências in�uenciaram no desenvolvimento da alfabetização. Outro item a ser abordado refere-se aos recursos digitais e práticas de leitura e escrita na educação infantil, como a tecnologia pode auxiliar o professor a trabalhar com a leitura e a escrita em sala de aula. Assim, para que o professor consiga exercer sua pro�ssão com maestria, é necessário que ele conheça os níveis conceituais linguísticos e os principais métodos utilizados para concretizar o processo de alfabetização, bem como as bases legais para o desenvolvimento de nossas crianças inseridas na educação infantil. As Tendências Pedagógicas ao Longo do Tempo Ao fazermos uma breve análise sobre as tendências pedagógicas, observamos que foram formuladas e desenvolvidas conforme as ideias de pensadores. Sob esse viés, notamos que nas instituições de ensino quem realizará a mediação entre o conhecimento e a criança será o professor, assim, ele precisa conhecer as diferentes metodologias de ensino. Por isso, considerando a importância em relação às principais tendências pedagógicas brasileiras teceremos alguns comentários que levarão você a re�etir sobre o respectivo assunto. O estudo das tendências pedagógicas visa proporcionar a compreensão da dimensão política e da dimensão educacional que estão propostas nas metodologias adotadas pelas instituições de ensino. Dessa forma, é essencial o conhecimento dessas tendências, pois elas são pré- requisitos para que possamos re�etir e transformar o processo educacional existente. É preciso dar sentido político e social ao trabalho que está sendo proposto aos alunos, pois como nos assegura Libâneo (1998), aprender é uma forma de entrar em contato com o conhecimento da realidade concreta, melhor explicitando do cotidiano vivido pelo educando, e só tem sentido se esse conhecimento se aproximar com criticidade dessa realidade, o que está em consonância com os preceitos defendidos por Saviani (1991, p. 48): 10/03/2024, 15:29 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=39RBpulcbcCLRCI6s9eDuQ%3d%3d&l=NFK9OLCGliW%2fkR5HBZvn%2fA%3d%3d&lc=n… 3/15 [...] a Pedagogia Crítica implica a clareza dos determinantes sociais da educação, a compreensão do grau em que as contradições da sociedade marcam a educação e, consequentemente, como é preciso se posicionar diante dessas contradições e desenredar a educação das visões ambíguas para perceber claramente qual é a direção que cabe imprimir à questão educacional. Já para Luckesi (1994, p. 62), a “Pedagogia se delineia a partir de uma posição �losó�ca de�nida”. Assim, ele discorre sobre três tendências �losó�cas que tentam explicar a função da educação na sociedade. Libâneo (1998, p. 55) classi�ca as tendências pedagógicas em dois grupos, sendo estes “liberais” e “progressistas”. No grupo das tendências “liberais” estão incluídas as tendências “tradicional”, “pedagogia nova”, e a “pedagogia tecnicista”, e no grupo das tendências “progressistas” abordaremos as tendências “realista progressista” e a tendência “histórico-crítica”. Dessa forma, explicitaremos alguns aspectos fundamentais de cada uma destas tendências. Tendência Tradicional : é caracterizada pelo papel bem demarcado do professor e do aluno, ou seja, o professor é visto como o centro do processo educativo, ele é o único detentor de todo o conhecimento historicamente acumulado, e tem a responsabilidade de transmitir esses conteúdos aos alunos, além de prepará-los para assumir o seu papel na sociedade. Já, em relação ao aluno, notamos que tinha apenas de aprender os conteúdos passados em sala pelo professor, e, assim, que os compreendiam, o aluno tinha de repetir e reproduzir os conteúdos da mesma forma que foram lhes foram ensinados. Tendência “Pedagogia Nova” ou “Escola Nova” : foi adotada no Brasil por volta da década de 1930. Os autores que fundamentaram essa teoria de ensino foram Rogers, Montessori e Piaget, que representaram um movimento educacional que possuía como principal característica a rejeição à teoria tradicional de ensino. De acordo com Mizukami (1986, p. 45), “a prática educativa passou a ter como foco a criança, dessa forma, a realização pessoal do aluno e o autodesenvolvimento, in�uência da psicologia, tomaram as discussões no campo educacional”. Para alcançar os objetivos propostos por essa tendência pedagógica, o aprendizado teria que ser espontâneo, ou seja, partir do interesse do aluno. Tendência “Pedagogia Tecnicista” : foi inspirada nas ideias e ideais de Augusto Comte, com a sua teoria positivista. De acordo com Gadotti (2006, p. 55), o positivismo é uma doutrina social. Entre os princípios do positivismo, destacamos que “a sociedade humana é regulada por leis naturais, ou por leis que têm todas as características das leis naturais, invariáveis, independentes da vontade e da ação humana” (LÖWY, 2007, p. 36). Tendência “Realista Progressista ”: apontada por Paulo Freire, “partia de uma concepção de �loso�a da educação de que o homem é o ‘sujeito da história’ e não seu ‘objeto’” (FERRAZ; FUSARI, 2009, p. 53). Dessa forma, consideramos que nessa perspectiva o sujeito é autor da sua 10/03/2024, 15:29 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=39RBpulcbcCLRCI6s9eDuQ%3d%3d&l=NFK9OLCGliW%2fkR5HBZvn%2fA%3d%3d&lc=n… 4/15 própria história, o seu desenvolvimento se dá por meio da troca de ideias, informações, decisões e responsabilidades. Dessa forma, é no ambiente educacional que o indivíduo se desenvolve nos aspectos físico, intelectual e mental. Tendência “histórico-crítica” : por meio do processo de ensino e de aprendizagem, a educação deverá assumir o papel e a responsabilidade de oferecer aos educandos ferramentas para que eles se tornem sujeitos críticos, participantes e conscientes, tendo como ponto de partida as experiências e os conhecimentos prévios do estudante, assim como o contexto em que ele vive.Diante dessa perspectiva, em meados dos anos 80 do século passado, buscou-se a elaboração de uma tendência pedagógica mais realista, chamada de “pedagogia histórico- crítica”, ou seja, mais crítico-social em relação aos conteúdos, sem deixar de lado a contribuição das outras tendências pedagógicas. “Essa pedagogia escolar procura propiciar a todos os estudantes o acesso e contato com os conhecimentos culturais necessários para uma prática social viva e transformadora” (FERRAZ; FUSARI, 2009, p. 55). É válido ressaltar que todas essas tendências foram desenvolvidas ao longo do tempo e pensadas de forma a satisfazer as necessidades educacionais da sociedade de cada época, portanto, todas contribuíram para o desenvolvimento da educação brasileira. Recursos Digitais e Práticas de Leitura e Escrita na Educação Infantil Muito se tem discutido sobre a questão da alfabetização e do letramento na atualidade. Sabemos que o professor que trabalha diretamente com a alfabetização não deve apenas ensinar o código linguístico para a criança, ele deve alfabetizar letrando. Entretanto, vamos compreender melhor o que isso signi�ca de acordo com as ideias de Soares: No processo de aprendizagem inicial da leitura e da escrita, a criança deve entrar no mundo da escrita fazendo uso de dois “passaportes”: precisa apropriar-se da tecnologia da escrita, pelo processo de Alfabetização, e precisa identi�car os diferentes usos e funções da escrita e vivenciar diferentes práticas de leitura e de escrita, pelo processo de Letramento. Se lhe é oferecido apenas um dos “passaportes” – se apenas se alfabetiza, sem conviver com práticas reais de leitura e de escrita – formará um conceito distorcido, parcial do mundo da escrita; se usa apenas o outro “passaporte” – se apenas, ou, sobretudo, se 10/03/2024, 15:29 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=39RBpulcbcCLRCI6s9eDuQ%3d%3d&l=NFK9OLCGliW%2fkR5HBZvn%2fA%3d%3d&lc=n… 5/15 letra, sem se apropriar plena e adequadamente da tecnologia da escrita (SOARES, 2017, p. 24). Assim, de acordo com os preceitos citados pela autora em questão, o professor que alfabetiza não pode se preocupar apenas em ensinar a ler e escrever, essa criança precisa aprender a ler, interpretar e compreender o mundo ao seu redor, por isso a importância de se alfabetizar e, ao mesmo tempo, letrar nossos alunos. Após lermos a citação supracitada, nos perguntamos: de que forma podemos alfabetizar letrando? Então, a resposta já foi apresentada anteriormente, ou seja, quando apresentamos a você, caro(a) aluno(a), o ambiente alfabetizador, a brinquedoteca, falamos brevemente sobre as novas tecnologias. O professor, utilizando-se de um ambiente alfabetizador, deve mediar a aprendizagem do aluno, fazendo-o cultivar a observação e compreender a relação fonema/grafema, adquirindo o valor social da escrita. O professor que trabalha com a alfabetização e o letramento deve direcionar seu trabalho utilizando diferentes gêneros textuais, como músicas, parlendas, trava-línguas, bilhetes, história em quadrinhos, literatura infantil, contação de histórias, entre outros exemplos. A palavra letramento existe há muito tempo, entretanto, atualmente, tem recebido uma nova versão, voltada para o processo de ensino e aprendizagem no que se refere à leitura e escrita, ou seja, se uma pessoa sabe ler e escrever, mas não consegue entender o que diz uma reportagem que leu ou não compreendeu um livro de literatura, essa pessoa não pode ser considerada letrada. Dessa forma, a alfabetização é um ato mecânico, sem atribuição de signi�cado, entretanto, se a pessoa usar essa leitura e escrita como prática social, ou seja, mudar seus aspectos sociais, culturais e, até mesmo, econômicos, podemos dizer que essa pessoa é letrada. Portanto, para Soares (2004, p. 18): “Letramento é o resultado da ação de ensinar ou de aprender a ler e escrever: o estado ou condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter se apropriado da escrita”. Fazemos parte de uma sociedade letrada, assim, a escola deve se adequar a essa necessidade, ou seja, preparar o aluno para o letramento, usar a leitura e a escrita para a prática social. Assim, ao se trabalhar com a escrita, o aluno deve aprender seus diferentes usos e a sua função dentro da sociedade, isto é, o aluno precisa aprender a interpretar o que leu e não apenas aprender a ler. Sob esse viés, não podemos deixar de mencionar que a tecnologia já faz parte do cotidiano escolar, isto é, as mídias estão cada vez mais presentes no cotidiano dos educandos. As escolas não podem �car alheias às mudanças que ocorrem no mundo, não somente mudanças na sociedade, mas também mudanças tecnológicas, pois um mundo sem barreiras geográ�cas, culturais e de língua está bem próximo. 10/03/2024, 15:29 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=39RBpulcbcCLRCI6s9eDuQ%3d%3d&l=NFK9OLCGliW%2fkR5HBZvn%2fA%3d%3d&lc=n… 6/15 As novas tecnologias devem ser implementadas no espaço escolar com o objetivo de se obter um resultado proveitoso delas. Um desses objetivos é o rendimento no processo de ensino e aprendizagem e, principalmente, visando à extinção da monotonia das aulas. É válido ressaltar que o quadro negro e o giz também já foram considerados tecnologias. Segundo Libâneo (1998, p. 34): A didática contemporânea não pode mais ignorar esse importante conteúdo que são as tecnologias da comunicação e da informação, tanto como conteúdo escolar quanto como meios educativos. É na escola que se pode fazer, professores e alunos juntos, a leitura crítica das informações e familiarizá-los no uso das mídias e multimídias. O uso das mídias na educação é uma nova metodologia usada para ensinar, permitindo a substituição do giz e da lousa pela tecnologia que está presente em vídeos, DVDs, TV, computadores etc. O uso dessas tecnologias atuais está cada vez mais presente na educação, facilitando e prendendo mais a atenção de nossos educandos. Ao usar as novas tecnologias, os professores enfrentam grandes desa�os, pois recebem alunos que já estão adaptados ao uso delas e isso deixa os professores cada vez mais preocupados. A tecnologia em si não é boa ou ruim; tudo depende do uso que se faz dela. As tecnologias inseridas no cotidiano escolar podem servir tanto para reforçar uma visão autoritária, conservadora, individualista, como uma visão progressiva. A pessoa com postura autoritária poderá utilizar a tecnologia para reforçar ainda mais o controle/dominação sobre os demais. Por outro lado, uma postura diferenciada, pautada por uma atitude interativa utilizará as tecnologias para possibilidades diversas com foco na ampliação da interação (SAVIANI, 1995, p. 35). O papel da escola é observar os avanços e as transformações tecnológicas e mostrá-los sempre em sala de aula, conversando com os alunos, procurando ajudá-los a perceberem os aspectos positivos e negativos trazidos pelos recursos tecnológicos ou pela mídia. As nossas crianças também já são educadas pela mídia, principalmente pela televisão, nas quais obtêm informações, conhecimentos, fantasias, sentimentos etc. A mídia acaba sendo sedutora, prazerosa e explorando o sensorial da criança por meio de histórias que estão vendo ou estão em contato no seu cotidiano. A mídia acaba educando enquanto estamos entretidos. Sendo assim, precisamos procurar sempre acompanhar as diversas transformações tecnológicas, procurando estar sempre preparados e, também, preparar os nossos educandos para o uso da mídia presente em nosso dia a dia de forma positiva. Por isso, hoje, a educação 10/03/2024, 15:29 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=39RBpulcbcCLRCI6s9eDuQ%3d%3d&l=NFK9OLCGliW%2fkR5HBZvn%2fA%3d%3d&lc=n… 7/15 necessita da mídia, para que os educandos não �quem excluídos da sociedade tecnológica atual. Os Níveis Conceituais Linguísticos Observamos que foram os estudos de Emília Ferreiro e Ana Teberosky (1999), apresentadosno livro A psicogênese da língua escrita, que trouxeram a compreensão de novas concepções acerca do processo de escrita. A leitura e a escrita não dependem exclusivamente da habilidade que o alfabetizando apresenta de ‘somar pedaços de escrita’, e sim, antes disso, de compreender como funciona a estrutura da língua e a forma como é utilizada na sociedade (FERREIRO; TEBEROSKY, 1999, p. 38). LIVRO (Re)invenção pedagógica? Re�exões acerca do uso de tecnologias digitais na educação. Autor : Lucia Maria Martins Gira�a (org.) Editora : EdiPUCRS Ano : 2012 Comentário : a obra em questão reúne as considerações de 14 escritores relacionadas ao processo de ensino e aprendizagem e ao uso adequado das tecnologias nesse processo, auxiliando os professores a planejarem aulas em consonância com o mundo digital e globalizado. Sugerimos, portanto, a leitura dos capítulos 1, 2 e 4. Disponível na Biblioteca Virtual. 10/03/2024, 15:29 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=39RBpulcbcCLRCI6s9eDuQ%3d%3d&l=NFK9OLCGliW%2fkR5HBZvn%2fA%3d%3d&lc=n… 8/15 Por meio de investigações e pesquisas contemporâneas os educadores conseguiram compreender as hipóteses formuladas pelos alunos a respeito da língua escrita. Estudos psicolinguísticos contribuíram para o entendimento desse processo, conforme explicita Soares (2017, p. 19): Os estudos psicolinguísticos a respeito da leitura e da escrita voltam-se para a análise de problemas, tais como a caracterização da maturidade linguística da a criança para a aprendizagem da leitura e da escrita, as relações entre linguagem e escrita, a interação entre a formação visual e não visual no processo da leitura, a determinação da quantidade de informação que é apreendida pelo sistema visual, quando a criança lê. Sob esse viés, sabemos que o professor deve ter conhecimento em relação às concepções que a criança desenvolve sobre a escrita e deve mediar a aprendizagem dessa criança. Nesse contexto, observamos que a criança elabora o con�ito, a assimilação, a acomodação e vai construindo seu conhecimento até chegar ao funcionamento do código linguístico. Podemos a�rmar, portanto, que esse processo é consiste em um trabalho árduo a ser desenvolvido pelo professor, ou seja, é por meio de sua mediação que saberá quando deve intervir na aprendizagem da criança e quando precisa estimulá-lo com novos desa�os. Portanto, conhecer os níveis conceituais linguísticos na alfabetização é de suma importância para que o professor consiga desenvolver um trabalho pedagógico satisfatório, além de auxiliar o professor a incorporar novas estratégias de ensino em suas aulas, para que possa mediar a promoção do aluno para os níveis seguintes. Nível 1- Pré-silábico : a criança não compreende a correspondência entre pensamento e palavra escrita, não compreende a relação entre fonema e grafema; não possui o entendimento sobre o valor sonoro, ou seja, som-letra; não se preocupa com a disposição das letras para formar uma palavra; a criança não escreve artigos e verbos, apenas substantivos; escreve muitas letras para diferentes palavras e acredita que as letras ou sílabas não se repetem na mesma palavra, apresentando, assim, o que identi�camos como realismo nominal. Nível 2 - Intermediário : observamos que a criança entra em con�ito quando é questionada e problematizada pelo professor, esse con�ito é considerado como uma característica do nível intermediário, que se encontra entre o pré-silábico e o silábico. O professor, como mediador, leva a criança a repensar suas certezas. Já a criança ainda não compreende a organização e estrutura do sistema linguístico. O professor, nesse nível, tem papel fundamental para que a criança consiga compreender o sistema linguístico. Nível 3 - Silábico : após escrever uma palavra, a criança acrescenta mais letras; para escrever uma frase usa uma letra representando cada palavra; ainda não sabe o que é um substantivo, artigo, verbo; compreende a correspondência som/letra, o que não ocorre sempre; uso de 10/03/2024, 15:29 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=39RBpulcbcCLRCI6s9eDuQ%3d%3d&l=NFK9OLCGliW%2fkR5HBZvn%2fA%3d%3d&lc=n… 9/15 recorte silábico nas frases. Já consegue distinguir a sonorização ou fonetização da escrita, o que não ocorria nos níveis anteriores. Nível 4 - Intermediário II ou Silábico-alfabético : a criança possui um con�ito muito grande, que é desenvolvido pela incompreensão daquilo que escreveu, pois precisa reconsiderar a lógica do nível silábico. O papel do professor é primordial para que a mediação aconteça e a criança perceba sua escrita e comece a fazer comparações com a escrita convencional, somente assim irá perceber o valor sonoro das sílabas. Nível 5 - Alfabético : a criança passa a reconhecer o som de todas ou de algumas letras, além de compreender que a junção dessas letras formam as sílabas. A criança já diferencia as unidades linguísticas básicas, tais como letras, sílabas e frases. Ainda não tem internalizadas todas as regras relacionadas à ortogra�a, por isso, ainda comete algumas inadequações ortográ�cas. LIVRO Projetos pedagógicos na educação infantil Autoras : Maria Carmen Silveira Barbosa e Maria da Graça Souza Horn Editora : Grupo A Ano : 2011 Comentário : As autoras apresentam a pedagogia de projetos, em que a criança é o ator por excelência, o centro do processo educacional. O livro apresenta linguagem didática e de fácil compreensão para os leitores dele. A obra aborda temática relevante para o conteúdo estudado neste roteiro. Disponível na Minha Biblioteca. 10/03/2024, 15:29 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=39RBpulcbcCLRCI6s9eDuQ%3d%3d&l=NFK9OLCGliW%2fkR5HBZvn%2fA%3d%3d&lc=… 10/15 A Leitura e a Escrita: Principais Métodos Sabemos que fatos históricos a�rmam que a escrita surgiu da necessidade concreta do homem primitivo contar e registrar a quantidade de animais de seu rebanho. Na Antiguidade, era tido como alfabetizado quem sabia decifrar e reproduzir os símbolos das contagens. E as pessoas aprendiam a ler e a escrever lendo algo escrito por alguém e, em seguida, realizando inúmeras cópias. Dominadas tais habilidades, os alunos começavam a copiar textos famosos e, assim, surgiram os escribas que escreviam com detalhes a cultura da sociedade da época. Muitos aprendiam a ler fora da escola, pois não tinham interesse de se tornarem escribas. Faziam uso da leitura apenas nas situações diárias, assim, a escrita surgiu como consequência da leitura. Por causa do sistema de escrita dos semitas, houve signi�cativa redução dos símbolos da escrita cuneiforme de sessenta elementos para vinte e uma consoantes. Para aprender a ler e a escrever nesse sistema, bastava que a pessoa identi�casse a lista de consoantes e aplicasse a ela. Os gregos realizaram uma adaptação das letras semíticas para sua língua, com uma especi�cidade, além das consoantes era necessário identi�car, na fala, as vogais também. Os romanos contribuíram para a rati�cação do sistema de escrita à medida que se apropriaram das características do alfabeto grego. No entanto, passaram a ter como nome da letra apenas o próprio som dela. Com o aumento de textos escritos a mão e impressos surgiram novas demandas de compreensão do sistema. O surgimento das letras minúsculas foi uma delas, pois as letras capitais (maiúsculas) eram a única forma de escrita. As mudanças que aconteceram no �nal do século 15 e meados do século 16, Feudalismo para Capitalismo, e o surgimento do Renascimento levaram à expansão de livros e a leitura deixou de ser uma atividade coletiva para ser um exercício individual, aumentando assim a preocupação com o processo de alfabetização. Vamos agora conhecer e entender alguns métodos de trabalho relacionado à aquisição da leitura e da escrita, tendo em mente que método é a maneira de se fazer algo; caminho a ser seguido para atingir determinado objetivo. Método Sintético - refere-seà correspondência entre o som e a gra�a. Dessa forma, notamos que os métodos sintéticos estão divididos da seguinte forma: o alfabético, o fônico e o silábico. 10/03/2024, 15:29 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=39RBpulcbcCLRCI6s9eDuQ%3d%3d&l=NFK9OLCGliW%2fkR5HBZvn%2fA%3d%3d&lc=… 11/15 As cartilhas são utilizadas para direcionar todo o processo de ensino e aprendizagem, dessa forma, trabalha diretamente com a apresentação do fonema e seu grafema correspondente por vez. É válido ressaltar que é uma aprendizagem mecânica, que faz uso da repetição, portanto, o respectivo método é considerado, pelos críticos, como uma aprendizagem cansativa e desinteressante para as crianças. Método Analítico - relaciona a leitura a um ato global e audiovisual. Sob tais aspectos, notamos que os professores que fazem uso desse método iniciam o trabalho com a alfabetização utilizando unidades completas de linguagem para depois dividi-las em partes menores, isto é, a criança parte da frase completa e retira as palavras e, em seguida, divide-as em unidades menores, ou seja, as sílabas. Método Alfabético - a leitura parte da memorização oral das letras do alfabeto, em seguida a junção das sílabas para a formação das palavras. Aos poucos, a criança começa a ler sentenças curtas e vai se desenvolvendo até conhecer histórias. Notamos o uso de cartilhas. Alguns críticos consideram a repetição dos exercícios cansativa, o que o tornaria o processo de alfabetização tedioso para as crianças, pois não se leva em consideração os conhecimentos prévios que a criança possui antes de iniciar a vida escolar. Caro(a) aluno(a), são muitas as formas de ensinar a leitura e a escrita e cada uma delas destaca um aspecto no aprendizado. Todas, com certeza, contribuem de uma forma ou de outra para o processo de alfabetização. 10/03/2024, 15:29 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=39RBpulcbcCLRCI6s9eDuQ%3d%3d&l=NFK9OLCGliW%2fkR5HBZvn%2fA%3d%3d&lc=… 12/15 Leitura e Escrita - as Bases Legais para a sua Aquisição Ao fazermos uma breve análise sobre os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), veri�camos que se refere a um manual para as escolas, seu principal objetivo consiste em orientar as instituições de ensino em relação ao processo de ensino e aprendizagem, em conformidade com o Ministério da Educação. O respectivo documento foi elaborado em 1998, tem como função orientar e garantir a distribuição dos investimentos na educação. Dessa forma, observamos que os PCNs propõem um currículo norteado pelas competências básicas e que esteja de acordo com o contexto social do qual o aluno faz parte. Notamos, ainda, que os Parâmetros Curriculares Nacionais traz em sua prática de alfabetização a linha construtivista, que se estabeleceu em nossas escolas na década de 1980. Essa teoria foi LIVRO Alfabetização e letramento Autor: Magda Soares Editora: Editora Contexto Ano: 2017 Comentário: o livro apresenta concepções de alfabetização e letramento, explicitando a necessidade de se enfrentar o problema da alfabetização e do letramento de forma multidisciplinar. A autora faz uma crítica aos programas de leitura e escrita oferecidos em nossas escolas, os problemas que encontramos no processo de alfabetização de nossas crianças. Sugerimos a leitura das partes 1 e 2 do livro, para que você compreenda o que signi�ca alfabetizar letrando. Disponível na Biblioteca Virtual. 10/03/2024, 15:29 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=39RBpulcbcCLRCI6s9eDuQ%3d%3d&l=NFK9OLCGliW%2fkR5HBZvn%2fA%3d%3d&lc=… 13/15 desenvolvida pelas pesquisadoras Ana Teberowsky e Emilia Ferreiro, e como característica principal, valoriza o conhecimento prévio que a criança possui antes de iniciar a sua vida escolar, assim, a sua ênfase é na aquisição da leitura e da escrita. Um outro documento que vem sendo muito discutido atualmente refere-se à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), em que consiste na de�nição dos direitos de aprendizagem dos alunos brasileiros. Sob tais aspectos, notamos que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento que estabelece um conjunto de normas para a aprendizagem, pautado nas habilidades e competências que todos os alunos devem desenvolver durante a Educação Básica, de modo a que tenham assegurados seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento, em consonância com o Plano Nacional de Educação (PNE) (BRASIL, 2018, on-line). No que se refere à BNCC de Educação Infantil, observamos que há uma preocupação com o desenvolvimento de dez competências gerais, ou seja, competências estas vistas como mobilização de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores para resolver problemas da vida cotidiana, conforme podemos observar nas palavras apresentadas na própria BNCC: Ao longo da Educação Básica, as aprendizagens essenciais de�nidas na BNCC devem concorrer para assegurar aos estudantes o desenvolvimento de dez competências gerais, que consubstanciam, no âmbito pedagógico, os direitos de aprendizagem e desenvolvimento. Na BNCC, competência é de�nida como a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho (BRASIL, 2018, on-line). Assim, essas habilidades e competências devem fazer parte do cotidiano escolar dos alunos, para que possam desenvolvê-las no decorrer da educação básica, seria a uni�cação dos currículos, levando em conta as especi�cidades de cada região e cidade. No mais, ao analisarmos a BNCC voltada para a Educação Infantil, notamos a presença de seis direitos de aprendizagens, os quais o professor deve ter sempre em mente: conviver, brincar, participar, explorar, expressar e conhecer-se. A Base elenca, ainda, cinco Campos de Experiência para a Educação Infantil. Esses campos estabelecem quais são as experiências fundamentais para que a criança adquira a aprendizagem e se desenvolva. Tais campos salientam noções, habilidades, atitudes, valores e afetos que as crianças devem desenvolver dos 0 aos 5 anos, além de garantir, a essas crianças, o direito ao conhecimento. 10/03/2024, 15:29 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=39RBpulcbcCLRCI6s9eDuQ%3d%3d&l=NFK9OLCGliW%2fkR5HBZvn%2fA%3d%3d&lc=… 14/15 Conclusão Aprender a ler e escrever são um dos principais desa�os da educação. Para que isso aconteça é necessário um trabalho criativo, responsável, mas principalmente consciente por parte de toda a equipe pedagógica, mais precisamente, ligada à metodologia utilizada pelo professor alfabetizador. É ele quem faz toda a mediação desse processo, para que haja total consolidação do aprendizado. Dessa forma, para que isso aconteça, ele deve favorecer a construção da autonomia intelectual dos alunos. Portanto, é imprescindível que o professor compreenda os níveis conceituais linguísticos e passe a trabalhar em sala de aula de forma a fazer com que seus alunos se desenvolvam e sejam promovidos de nível, assim, trouxemos algumas explicações básicas para que você possa compreender esses níveis, bem como, apresentamos algumas sugestões de atividades que podem ser realizadas em sala de aula, abordamos as tendências pedagógicas ao longo do tempo e como as tecnologias podem auxiliar o professor na aquisição da leitura e da escrita de nossas crianças. LIVRO Criança, desenvolvimento e aprendizagem Autora : Mônica de Souza Corrêa Editora : Cengage Learning Brasil Ano : 2015 Comentário : O livro aborda, dentro da psicologia da educação e do desenvolvimento, as diversas concepções de aprendizagem. A autora traz as teorias de desenvolvimento relacionadas à educação infantil e à construção do conhecimento pela criança. A obra tem linguagem didática e prática. Disponível na Minha Biblioteca. 10/03/2024, 15:29 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=39RBpulcbcCLRCI6s9eDuQ%3d%3d&l=NFK9OLCGliW%2fkR5HBZvn%2fA%3d%3d&lc=…15/15 Referências Bibliográ�cas BARBOSA, M. C. S.; HORN, M. G. S. Projetos pedagógicos na educação infantil . São Paulo: Grupo A, 2011. BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 . Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF: Presidência da República, [2021]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm . Acesso em: 11 out. 2021. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular (BNCC): Educação é a Base. [2020]. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/ . Acesso em: 28 jan. 2020. CORRÊA, M. S. Criança, desenvolvimento e aprendizagem . São Paulo: Cengage Learning Brasil, 2015. FERRAZ, M. H. C. de T.; FUSARI, M. F. de R. Arte na educação escolar . São Paulo: Cortez, 2009. FERREIRO, E.; TEBEROSKY, A. 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