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1 Lahyse Oliveira 2021.1 Artrose, Tendinites e Bursites ⧫ Queixas freqüentes no âmbito da atenção básica em Ortopedia. ⧫ Similaridade clínica c/ embricamento no diagnóstico diferencial. o Bursa submuscular ou profunda o Entesis - Sitio de inserção da musculatura/capsula articular/ligamente no osso. ARTROSE CONCEITO Doença de caráter inflamatório e degenerativo, caracterizada pela deterioração da cartilagem, neoformação óssea nas superfícies e margens articulares e deformidade do membro afetado. EPIDEMIOLOGIA ⧫ Doença articular mais comum ⧫ Idade de inicio – a partir dos 40 anos ⧫ Mais frequente no gênero feminino (4:1) ⧫ Sinais radiográficos em 10% indivíduos maiores que 60 anos. ⧫ Maior causa de incapacidade da população idosa ⧫ 80% têm limitação de mobilidade ⧫ 25% são incapazes de realizar tarefas básicas diárias. CLASSIFICAÇÃO: ⧫ Primária: Monoarticular ou Poliarticular o Primário/ idiopática: quando não se consegue definir qual a causa do surgimento do problema. ⧫ Secundária: o Trauma - Traumatismos articulares. o Sinovites - sinovite vilonodular, condromatose o Neuropatias - Artropatia de Charcot. ▪ Envolvido em pacientes que tem ´pé insensível do DM. o Infecções - Seqüelas de pioartrite. ▪ Pode cursar com degeneração de forma precoce e cursar com artrose o Anomalias congênitas e do desenvolvimento – luxação do quadril. o Doenças endócrinas ou metabólicas. ARTROSE PRIMÁRIA ⧫ Fatores de Risco: o Caucasianos o Idade acima de 50 anos o Sexo feminino o Mais frequente nos MMII ▪ Carga e atividade extenuantes de membros inferiores; o Obesidade o Hipotireoidismo FISIOPATOLOGIA A cartilagem é a avascular composta de matriz extracelular e fibras colágenas com um suporte da superfície óssea, sendo muito rica em água (60-80%). O objetivo da cartilagem é justamente tolerar atrito e estresse mecânico. Contudo, se esse estresse for muito intenso ou quando houver um desequilíbrio da articulação, pode a ver uma fragmentação dessa estrutura cartilaginosa o que causa a liberação de água, justificando a queixa frequente dos pacientes de estar “água no joelho”. Essa água, na verdade, extravasou para o espaço extracartilaginoso e pode causar a efusão articular com aumento de volume, desconforto e dor para o paciente. A quebra do desarranjo dos micropolissacarideos coloca a superfície óssea subcondral (está imediatamente abaixo da cartilagem) em risco. O estresse mecânico contínuo nesse local causa uma reatividade do organismo com formação de osteofitos – proeminências ósseas que tentam reorganizar e estabilizar a articulação. Tudo isso gera dor, e com o tempo, limitação da atividade da articulação culminando com a perda da autonomia da pessoa. LENTE ARTROSCOPIA: 2 Lahyse Oliveira 2021.1 ⧫ A visualização de “franja” indica um processo de degeneração e desgaste da cartilagem. CLÍNICA ⧫ Dor; ⧫ Derrame articular; Crepitação (sensação de atrito, estalido, “areia no joelho”); Deformidades; ⧫ Limitação funcional – Diminuição da amplitude articular; ⧫ Desvio de eixo articular (varo, valgo, flexo e recurvato). ⧫ Mão reumatoide com deformidade interfalangeanas distais e proximais. AVALIAÇÃO RADIOGRÁFICA ⧫ Pinçamento articular: é uma redução do espaço articular, com junção de um osso com outro. o A cartilagem não aparece no RX, somente o vazio que ela devia ocupa. Em caso de obliteração nesse vazio, significa que houve uma perda da cartilagem. ⧫ Osteofitos marginais: tentativa de estabilizar a articulação devido a movimentos desajustados. ⧫ Cisto angeosos: erosões que parecem cavernas. Ocorrem em fase mais avançada. o O cisto é um achado decorrente da artrose, geralmente no quadril e joelho isso é mais proeminente. ⧫ Processo inflamatório evidente: mais visto em articulações mais superficiais. TENDINITES ⧫ Atividade de esforço repetitivo ou continuado, ou a lerdorte. ⧫ Os tendões de risco se colocam em risco quando há uma elevação continuada constantemente, por exemplo na articulação do ombro. Para proteger, deve se fortalecer a musculatura própria e a acessória. CONCEITO: Inflamação das bainhas dos tendões tipicamente causada por uso repetitivo. ⧫ Causas da inflamação: o 1) Mecânica – esforços prolongados e repetitivos e sobrecarga. o 2) Química – Desidratação, nutrição inadequada e toxinas orgânicas. ⧫ Dentre as tendinites membro superior, existe a síndrome de impacto. SÍNDROME DE IMPACTO Síndrome dolorosa, de natureza microtraumática ou degenerativa, associada ou não a perda de força, caracterizada por tendinite do manguito rotador (MR), com ou sem ruptura parcial ou total de um ou mais tendões, dependendo da fase clínica da doença. ⧫ O ombro tem várias articulações, mas a articulação escapulo- umeral é a principal do membro superior. ⧫ Quando se envelhece, perde-se água nos tecidos (degeneração) e com o tempo, facilita-se a ocorrência de lesões com o estresse do dia a dia – previne-se com boa alimentação, hidratação e musculatura trófica. ⧫ O manguito rotador é um grupo composto de quatro músculos: supraespinhal, redondo menor, infraespinhal e subescapular. Esses músculos são os grandes estabilizadores dinâmicos do ombro, auxiliam no movimento de elevação e posicionamento da escapula. Eles atuam em convergência. ⧫ O manguito rotador auxilia o deltoide na elevação do membro: o deltoide eleva ativamente o ombro/braço e quando elevado a acima de 60°, ele precisa de um fulcro para levar a cabeça do úmero de encontro a gleinoide o que é realizado pelo manguito rotador e assim, há articulação completa do membro. ETIOLOGIA ⧫ Fatores de risco: o Artrose acrômio-clavicular: o Osteófito subacromial ▪ O supraespinhal é o principal musculo desse grupo, e o espaço pontilhando é o túnel por 3 Lahyse Oliveira 2021.1 onde esse musculo passa. Se há um osteofito que faz uma redução desse túnel, ele coloca o tendão supraespinhal em risco, colaborando para a degeneração/rotura desse tendão. o Formato do acrômio ▪ O acrômio retificado é ótimo pois o canal está bem aberto e tem muito espaço para o manguito deslizar. Contudo, se esse for mais curvo, isso diminui o espaço do musculo supraespinhal e o atrito contínuo pode romper esse tendão. CLASSIFICAÇÃO GRAU I - LESÃO AGUDA E REVERSÍVEL ⧫ Lesão aguda ⧫ Edema e hemorragia no MR ⧫ Pacientes < 30 anos ⧫ Geralmente por crossfit, arremessadores, nadadores – esporte de giro do ombro. GRAU II - ALTERAÇÕES NO MR, SEM RUPTURA. ⧫ Lesão crônica ⧫ Degeneração e fibrose no MR ⧫ Pacientes de 30-50 anos ⧫ Rx / US / RNM: visualiza-se degeneração o USG: degeneração de fibras e rotura o RNM: específica e mensura o grau GRAU III - RUPTURA DO MR. ⧫ Dor noturna ⧫ Limitação funcional ⧫ Hipotrofia do supra e infraespinhais ⧫ Ruptura do MR e de pode ter associado Ruptura do Bíceps o O tendão da cabeça longa do bíceps tem uma ação sinérgica com o manguito rotador na tentativa de manter a cabeça do úmero na glenoide. Ele também encontra-se em risco na síndrome do manguito rotador. ⧫ Rx / US / RNM / artro RNM: Ruptura do tendão o RX: aspecto degenerativo avançado; o USG: degeneração e rotura o RNM e artro RNM: degeneração e rotura ⧫ O tratamento nesses casos são cirúrgicos. Os resultados com a reconstrução dentro do momento adequado são ótimos, porém, dependem muito da reabilitação do paciente para ter sucesso. A fisioterapia deve ser bem intensa, EXAME FÍSICO ⧫ MANOBRA DE NEER: elevação passiva do membro, ocasionando o impacto do manguito rotador na borda da glenoide. Se houver lesão inflamatória no local, gera-se dor e a descrição do teste é “Neer positivo a X graus de elevação do membro” ⧫ MANOBRA DE JOBE: feito no plano da escapula. Com 30-40° de rotação interna do ombro,se faz uma elevação contra a resistência do examinador. Esse exame objetiva comparar a lesão do manguito - análise do supraespinhal. Quando não é possível fazer essa elevação, significa que pode ter uma lesão do supraespinha. À vezes, ao comparar os lados, percebe-se uma força diminuída em um dos lados, o que indica uma rotura parcial ou até total desse musculo. IMAGENOLOGIA ⧫ Radiografias o AP verdadeiro (RE E RI) ▪ AP verdadeiro é feito no plano da escapula ▪ AP em três posições: em neutro, rotação interna e rotação externa. • A tendencia quando há lesão do manguito rotador é que haja uma ascensão do úmero em relação da glenoide. Isso gera um ciclo vicioso: quanto mais lesão, maior a ascensão do úmero contra o acrômio → maior redução do espaço supraespinhal e do musculo do manguito → mais contenção → mais ascensão e lesão... o Axilar o Oblíqua Apical o Túnel do Supra-espinha ⧫ Ultrassonografia ⧫ Ressonância Magnética 4 Lahyse Oliveira 2021.1 EPICONDILITE LATERAL ⧫ Afecção degenerativa que afeta o cotovelo, situada na origem dos extensores e na sua aponeurose (ERCC). o Musculo utilizado no movimento de giro de parafuso, associada a uma pronosupinação forçada. ⧫ Doença autolimitada - Resolução em 70% a80% dos casos em 1 ano. ⧫ 1 – 3% da população (40 - 60 anos), membro dominante ⧫ Associada ao exercício ocupacional: Extensão ou pronação forçadas. CLÍNICA: ⧫ Dor insidiosa, localizada ou irradiada para antebraço e dorso da mão. ⧫ Palpação dolorosa EXAME FÍSICO: ⧫ TESTE DE COZEN: extensão forçada contra a resistência com o cotovelo semifletido e punho serrado. Para sensibilizar esse teste, pode se palpar a região do epicôndilo. ⧫ TESTE DE MILL: extensão contra a resistência semelhante a cozen, porém com a mão espalmada. ⧫ TESTE DA CADEIRA: elevar a cadeira na posição de pronação com o cotovelo estendido. ⧫ TESTE DE XICARA: segurar uma xicara com os dois dedos com um cotovelo semifletido. ⧫ TESTE DE MAUSELEY: extensão do terceiro dedo contra a resistência. Dor bem evidencia na região do epicôndilo. DIAGNÓSTICO: ⧫ Eminentemente clínico ⧫ Exames serve para casos mais duvidosos: o Radiografia: calcificação no sito de inserção dessas lesões o USG: infiltrado inflamatório tendíneo bem na inserção. o RNM: sito insercional com processo inflamatório DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: ⧫ Compressão do ramo recorrente do N. radial ⧫ Radiculite cervical TRATAMENTO ⧫ Controverso: o Remissão espontânea, fisioterapia, cirurgia ⧫ Tratamento conservador é a modalidade principal; o Bons resultados em 85-90% dos pacientes*; o Modificação de atividades; ⧫ Após a resolução dos sintomas, deve se introduzir o condicionamento continuado para prevenir novos episódios similares. INFILTRAÇÕES: ⧫ Uma opção de tratamento mais invasivo, porém ainda conservador. Pode se infiltrar: o Toxina botulínica – tem o efeito de relaxamento da musculatura, o que tende a reduzir o estresse e favorece o processo de redução inflamatória. o Sangue autólogo – o hematoma faz parte do processo de regeneração ósseo e muscular. Assim, ao fazer o infiltrado, se leva fatores de cicatrização para aquela lesão. o Plasma rico em plaquetas; o Corticosteróides; ▪ Curto prazo; ▪ Corticosteróide x fisioterapia ⧫ Técnica da injeção: deve se localizar bem o epicôndilo e infiltrar no entorno do epicôndilo. 5 Lahyse Oliveira 2021.1 CIRÚRGICO: ⧫ alha > 6 meses do tratamento conservador; ⧫ Excisão da área de tendinose + debridamento + reinserção o Scratch test”; ⧫ Até 97% de bons resultados; ⧫ Tratamento aberto vs. Tratamento artroscópico; o Escolha individual do cirurgião; o Aberto: não aborda a articulação, apenas a parte extrarticular epicondilar – cirurgia de nirschl). o Artroscopia: é mais comum. Resolve o processo degenerativo, ressuturando e reaproximando. TENDINITE DE DE QUERVAIN ⧫ Predominância feminina ⧫ Acontece no tendão abdutor longo e extensor curto do polegar - próximo à estilóide do rádio. ⧫ Lesão por esforço repetitivo. ⧫ Dor na região da estilóide radial com diminuição da força de “pinça” entre o polegar e o indicador. ⧫ MANOBRA DE FINKELSTEIN: é patognomônica. Abraçar o polegar com os outros dedos e de forma passiva, o examinador pede para o paciente fazer um desvio ulnar do punho. O paciente sente uma dor no sitio da xiloide radial. ⧫ Diagnóstico clínico. ⧫ Diagnóstico diferencial c/ rizartrose (carpo e metacarpo). DEDO EM “GATILHO” ⧫ Tenossinovite estenosante do T. flexor superficial sob a cabeça do metacarpo. ⧫ O processo inflamatório tendíneo gera uma reação inflamatório que gera um nódulo, o qual é travado e estenosado sobre a cabeça do metacarpo. ⧫ Flexão fácil; extensão dolorosa c/ ressalto. ⧫ Polegar, 2º e 3º dedos são + frequentes ⧫ Presença de nódulos na região palmar. ⧫ Geralmente tem origem ocupacional; pode estar associado a outras doenças (AR, LES, hipotireoidismo e diabetes). ⧫ Tratamento com fisioterapia e analgesia. Quando não se resolve (menos casos) pode se fazer infiltração e resolução cirúrgica. TENDINITES: COXA E QUADRIL ⧫ Tendinite ou entesite: do íleo psoas, dos músculos da espinha ilíaca superior (sartório, reto da coxa, adutores). o Abdução- comum em bailarinas e jogadores de futebol JOELHO: TENDINITE DA PATA DE GANSO/BURSITE ANSEINA ⧫ Conceito: Inflamação da inserção dos tendões dos músculos sartório, grácil e semitendinoso e da Bursa localizada sob estes tendões na face superomedial da tíbia (músculos flexos do joelho). ⧫ Clínica: Indivíduos obesos de meia idade ou idosos. Dor à palpação local (face medial da porção superior da tíbia); a dor piora ao deambular e subir escadas. ⧫ Tratamento: geralmente se resolvem com abordagem clínica conservadora, fortalecimento continuado, infiltração. o Infiltração repetida pode degenerar a fibra tendínea ⧫ Obs: Esses tendões são utilizados para o enxerto para rotura de ligamento cruzado – retirada de um fragmento do tendão patelar ou enxerto do musculo da pata de ganso. JOELHO: TENSINITE PATELAR ⧫ Conceito: Degeneração mucóide do tendão em sua origem no pólo inferior da patela. ⧫ Clínica: Comum em atletas e idosos. Dor na parte inferior de patela, c/ piora aos esforços; dor à palpação do pólo inferior da patela - joelho fletido a 45°. ⧫ Formado por tríceps, paretea e tensão patelar. 6 Lahyse Oliveira 2021.1 ⧫ Rx: usado em casos de sintomas agudo. Presença de infiltrado inflamatório na córnea inferior da patela. TORNOZELO E PÉ -TENDINITE DO TIBIAL POSTERIOR ⧫ Clínica: Dor e edema imediatamente posterior ao maléolo medial, dor à inversão do tornozelo contra – resistência ou eversão passiva. ⧫ Causas: traumas, pronação excessiva do tornozelo; AR; espondilartropatias (de charcot por exemplo). o Comum em mulher, corredor que usam sapatos planos, o que forma mais a musculatura. ⧫ Quando crônica pode a ver a queda do arcoplantar, podendo levar a rotura dessa tendão. BURSITES CONCEITO ⧫ Inflamação de uma bolsa sinovial, saco membranoso revestido por endotélio, localizada próximo a articulações. Pode haver comunicação c/ membranas sinoviais articulares, repercutindo como dor articular (equivocadamente como artrite). ⧫ Função das bolsas sinoviais: Evitar atrito entre estruturas (tendão e osso / tendão e músculo) facilitando o deslizamento; proteção das proeminências ósseas. Quando se tem um trauma local ou esforço excessivo, pode se obter inflamação dessa estrutura. OMBRO: BURSITE SUBACROMICAL ⧫ Conceito: inflamação da Bursa subacromial, que recobre o manguito rotador; costuma fazer parte do quadro da síndrome de impacto. ⧫ O impacto do úmero proximal com a ascensão em direção ao acrômio primeiro costuma ocasionar uma bursite, que progride porcontinuidade para a inflamação do tendão, culminando com o ciclo vicio da síndrome do impacto. ⧫ Clínica: Dor à palpação e à elevação do ombro. COTOVELO: BURSITE OLEOCRANIANA ⧫ Conceito: inflamação da bursa olecraniana, que recobre a proeminência do olécrano. ⧫ Clínica: Flutuação e dor à palpação da parte posterior do cotovelo. ⧫ Tratamento convervador, sendo que raras vezes se faz uma punção (diminuir o volume) ou infiltração. QUADRIL: BUSITE TROCANÉRICA ⧫ Conceito: Inflamação de uma ou mais bursas localizadas sobre a inserção do glúteo médio e no trocanter. ⧫ Clínica: Acomete indivíduos do gênero feminino a partir da 5ª década - gestação. Dor na região trocanteriana e face lateral da coxa; piora à deambulação e ao deitar-se. Início agudo ou gradual. Piora com a adução e à palpação. ⧫ A intervenção costuma ser conservado (fisioterapia, analgesia e gelo), e em queixas graves que se faz uma RM observamos um infiltrado na região da Bursa. ⧫ O atrito da faixa tíbia também ajuda a causar ou tornar esse quadro perene, necessitando de infiltração e raramente uma bursetomia BUSITE ISQUIATRICA ⧫ Conceito: Inflamação da Bursa que separa o glúteo máximo da tuberosidade isquiática. Ocorre em indivíduos que costumam sentar-se em superfícies duras ou que perderam muito peso. 7 Lahyse Oliveira 2021.1 ⧫ Clínica: Dor na tuberosidade isquiática com irradiação para face posterior da coxa. ⧫ Tratamento conservador. BUSITE ILIO PECTNIA OU DO ILEIOPSORAS ⧫ Conceito: Inflamação da Bursa localizada por trás do iliopsoas, anterior à articulação do quadril e lateral aos vasos femurais. ⧫ Clínica: Dor na região inguinal e anterior da coxa, com irradiação para o joelho. Piora com a hiperextensão do quadril. Dor à palpação e na flexão contra resistência do quadril. o Simula uma dor da artrose, porém não tem a limitação da artrose e geralmente irradia para o joelho JOELHO: BUSITE PRÉ-PATELAR ⧫ Conceito: inflamação da Bursa pré-patelar, que recobre a porção anterior da patela, geralmente associada a trauma, AR ou artropatia por cristais. ⧫ Pessoas que rezam ajoelhadas para rezar. ⧫ Clínica: Flutuação e dor à palpação da parte anterior da patela. ⧫ Tratamento convencional PÉ: BURSITE RETROCALCANEANA ⧫ Conceito: Inflamação das bursas situadas na inserção do tendão de Aquiles. ⧫ Clínica: Dor e flutuação local. Associação com esporões de calcâneo, tendinite de Aquiles, uso prolongado de sapatos com saltos altos e longas caminhadas. ⧫ Tem risco de persiste pois pode levar a rotura do tendão de aquiles, pois há uma degeneração da bursa por continuidade, o tensão que pode vir a romper. DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS ENTRE TENDINITES E BURSITES COLAGENOSES DOENÇAS OSTEOMETABÓLICAS SÍNDROME MIOFASCIAL INFECÇÕES 8 Lahyse Oliveira 2021.1 OSTEONECROSE Colapso vascular que ocorre no osso ARTROPATIAS Charcot: perda de sensibilidade e do estímulo neurológico ao osso, por conta disso há uma osteose de desuso e isso culmina com fraturas. Comum em úlceras. TUMORES SÍNDROMES COMPRESSIVAS E RADICULOPATIAS 9 Lahyse Oliveira 2021.1 Lombalgia e Tumores CASO CLÍNICO Paciente feminino, 75 anos com dor lombar há 2 anos. Refere piora importante há 1 semana. Refere início insidioso e progressivo, com piora aos movimentos e ortostase. Melhora ao deitar. Quais outros dados poderiam contribuir na anamnese??? Frequencia, irradiação, intensidade, qualidade. Nega Febre, perda de peso, alterações urinarias, irradiação para MMII e diminuição da força ou parestesias. ANAMNESE LOMBALGIA EXAME FISICO Para avaliar dor lombar no exame físico, é importante que: ⧫ Inspeção estática: o Marcados anatômicos: T6 na altura da escapula. o Busca por de assimetrias o Triangulo de Talhe: quando se coloca o paciente em ostoestase para o examinador e vê se que a silhueta do membro com a região da cintura. Se um lado é diferente do outro, esse triangulo está assimétrico indicando uma escoliose. o Teste de adams: pede-se para o paciente fazer a flexão do tronco, sem dobrar o joelho e observa-se os marcos anatômicos: espinhas ilíacas posteriores, processos espinhos da vertebra, angulação. ▪ Se houver a formação de giba de um dos lados,o teste é considerado positivo indicando um processo de desvio de eixo da coluna chamado de escoliose. ⧫ Palpação: o Marcos anatômicos: ▪ C6-C7 no occipto. ▪ T3 na altura do processo espinhoso da escapula. ▪ T6-T7 no ângulo inferior da escapula. ▪ L4 na altura da borda. o Teste de bloomberg: irritabilidade abdominal que pode ser confundida com dorsalgia. o Teste de Giordano: punhopercussão da região do flanco que avalia se existe uma inflamação da capsula renal. Avalia nefrite. ⧫ Testes especiais: o Lasegue: elevação passiva do membro, descrita a partir de um quadro de alteração sensitiva ou dor com o grau de elevação do membro o Testes neurológicos habiturais o Avaliação de miotomos (músculos autonomicamente inervados por uma determinada raiz), dermatomos (mesmo que o miotomo só que da parte sensitiva), arcos reflexos (ex: reflexo patelar). RADIOGRAFIA ⧫ Indicações para pedir radiografia: o Idade maior que 50 anos o Trauma o Déficit neuromuscular o Perda de peso o Suspeita de espondilite anquilosante o Abuso de drogas e álcool o Historia de neoplasia o Uso de corticoide o Hipertermia maior que 37,8 ° o Segunda consulta em menos de um mês sem melhora. ⧫ Geralmente pedida em dois planos, incluindo a transição toraco-lombar e a lombosacral o Normal: espaços intervertebrais e altura preservada, sem desvio de eixo. 10 Lahyse Oliveira 2021.1 o Artrose: osteofitos marginais, redução de espaço intervertebral, formação de bordas, fusão das vertebras. ▪ Bico de papagaio são justamente os osteofitos formados nas vertebras. SÍNDROMES DOLOROSAS DA COLUNA ⧫ Síndrome dolorosa miofascial ⧫ Dor discogênica: inflamação do ângulo do disco ⧫ Artrose facetaria: sobrecarga das facetas articulares que culminam com desgaste e dor. Para aliar a dor, é necessário infiltração da faceta. ⧫ Estenose lombar: obliteração do espalho da raiz ou do canal por conta de complexo do disco fibrosos junto com um processo osteofitario, ou abaulamento de disco ou escorregamento da vertebra (espondilolistese)... ⧫ Hérnia de disco ⧫ Deve se ficar alerta para: Infecção, tumores, dor referida (irradiação)... e síndrome da cauda equina. SÍNDROME DA CAUDA EQUINA ⧫ É uma emergência ortopédica - essa pessoa precisa de uma abordagem imediata para descomprimir essa medula. ⧫ O cone medular vai até L1 e abaixo de L1 há a eferências de raízes que formam o entremeados na coluna chamada de cauda equina. o Quando existe uma hérnia em L4 e L5, não há uma compressão da medula propriamente dita e sim, as raízes da medula. o Acima da cauda equina é justamente um quadro agudo em que algo oblitera as raízes que compõem a cauda equina e, portanto, inervam o quadro inferior como o todo. ⧫ O quadro clínico será dor intensa, anestesia em cela, plegia súbita, paraparesia de membros inferiores, alteração de força, sensibilidade, perda do controle esfincteriana. CASO CLÍNICO 2 Paciente de 56 anos, com dor lombar há 12 dias. Refere início insidioso e progressivo, com piora aos movimentos. Nos últimos 5dias, iniciou irradiação da dor para os membros inferiores associada com parestesias. Pouca melhora com analgésicos ⧫ Rx: pouco clara ⧫ RNM: Degeneração discal evidente – escurecida sem a porção mais acinzentada. ⧫ Degeneração discal é indicada em 35% dos casos entre 20-39 anos. E 100% acima de 50 anos o Isso significa que há um ponto de fragilidade, principalmente com a postura inadequada, sendo necessáriomudanças de hábitos de vida. ⧫ Para se confirmar que o achado de imagem é uma doença a Clínica deve estar em paralelo com imagem: se a imagem está com várias degenerações, mas a clinica está bem → não é definida bem como doença, mas sim com medidas preventivas. CASO CLINICO 3 Paciente feminina, 52 anos, queixa de dor lombar há 30dias sem trauma que piora com a deambulação. Nega febre ou sintomas sistêmicos. Antecedentes Médicos – HAS controlada. Neoplasia de mama operada há 2 anos. ⧫ RX: apagamento da vertebra/ imagem lítica – existe algo que está corroendo aquela vertebra. Em perfil, já há fratura patológica, por isso deve-se afastar a possibilidade de implante secundário desse tumor na coluna. ⧫ Metástase: sugere um implante secundário. CASO CLÍNICO 4 Paciente feminina, 60 anos, queixa de em quadril direito há 45 dias sem trauma que piora com a deambulação. Nega febre ou sintomas sistêmicos. Antecedentes Médicos - HAS controlada. Neoplasia de mama operada há 2 anos. Exame físico: paciente em BEG, eupneica, marcha com pequena diminuição da fase de apoio do membro 11 Lahyse Oliveira 2021.1 inferior direito (marcha claudicante). Sem deformidades. Dor em flexão e rotação do membro do quadril. ⧫ RX: no fêmur proximal imagem lítica irregular, o que é um alerta de lesão tumoral. LESÕES NO RX LESÕES BEM DELIMITADAS: ⧫ Lesões bem delimitadas tendem a ser defeitos corticais benignos. SINAIS DE AGRESSIVIDADE RADIOGRAFICA ⧫ Imagens múltiplas erosivas sem respeito a cortical ⧫ Lesões múltiplas ⧫ Margens mal delimitadas ⧫ Erosão ou destruição da cortical ⧫ Reação periosteal ⧫ Extensão para partes moles ⧫ O osteoclasto é que faz lise óssea gerando a lesão lítica ⧫ O osteoblasto é que faz a formação de osso, gerando a lesão blastica ⧫ Lesão lítica ou plástica que fragilizou a cortical a ponto de causar uma fratura patológica. o Qualquer situação que reduza a resistência mecânica do osso, como por exemplo osteoporese, pode causar fratura patológica. CINTILOGRAFIA ÓSSEA ⧫ Serve para avaliar a extensão dessas lesões o Hipercapção maior na região do centro proximal, indicando onde esta acometido na imagem. RESSONÂNCIA MAGNÉTICA ⧫ Imagem de sitio de reabsorção do osso, com invasão de partes moles, o que é um indico de malignidade. BIOPSIA ⧫ É indicada nessas situações ⧫ A coleta é feita com essas tefinas CRITÉRIOS DE MIRELS ⧫ Quando a lesão é de implante secundário, ou seja, quando ela é decorrente de um tumor de outro lugar que não o osso deve se analisar a lesão, pois ela pode causar risco de fratura. 12 Lahyse Oliveira 2021.1 o Se houver esse risco, pode ou não indicar fixação profilática daquele segmento acometido. ⧫ Se o implante for primário, o critério é diferente. ⧫ Se o score for maior ou igual a 9, há um risco eminente de fratura → necessita fixar; ⧫ Se for um score menor que 9, não é necessário fixar. ⧫ Sempre para articulação de implante secundário. ⧫ Mirels: fêmur 2, dor 2, lítica 3 , mais de 2/3 da circunferência óssea 3 → score 10 → fixação para trazer conforto e evitar complicações inerentes a uma fratura patológica. ⧫ Mirels: lesão lítica 3, membro inferior 2, fêmur proximal 3, lesão lítica 3, comprometimento de mais de 2/3 3, → 13 → fixação profilática para que além da lesão, não haja fratura ⧫ Geralmente são pacientes que com implante secundário tem quadro terminal, por isso a fixação visa dar conforto para o paciente e evitar dor. MIELOMA MULTIPLO ⧫ Como o osso também é um órgão hematopoetico, é um tumor de origem óssea, plasmocitoma. ⧫ Causa imagens líticas múltiplas no crânio, na pelve, aumentando o risco de fratura. ⧫ A ideia nesse caso, é tratar a lesão óssea, e não a fratura. Em vez de fazer fixação, se faz uma endoprotese (retira todo o segmento acometido pela lesão e implanta uma prótese – visa uma ressecção tumoral).