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HIS2_V6.pptx ÍNDICE Apresentação 1 3 Apresentação 2 13 Apresentação 3 23 Apresentação 4 33 Apresentação 5 43 Apresentação 6 53 Apresentação 7 63 Apresentação 8 73 Apresentação 1 Tempo e História Tempo da natureza A marcação do tempo Tempo cronológico Tempo histórico e suas durações As fontes da História 3 4 Concepções de tempo Tempo da natureza Tempo histórico Tempo cronológico Tempo da natureza 5 Não depende da vontade humana, isto é, não é cultural. Tem como base o período que a natureza leva para completar um determinado ciclo. Pode ser percebido, por exemplo, pelo crescimento das árvores e pelo envelhecimento das pessoas. A contagem do tempo 6 É possível que o ser humano se preocupasse em criar algum tipo de marcação do tempo mesmo quando vivia em cavernas. A marcação do tempo tornou-se mais sistemática há cerca de 10 mil anos, quando muitos grupos humanos dominavam a agricultura e se tornaram sedentários. A observação dos astros celestes... Esse conhecimento revelou-se essencial para garantir a sobrevivência das comunidades em diversos lugares do mundo. 7 Sol Para alguns povos, o dia era o período que ia de um nascer do Sol a outro. Lua Estrelas A cada 365 dias as estrelas ocupavam a mesma posição no céu. Percebeu-se que a Lua iniciava um novo ciclo a cada 29 dias. Para outros, o dia começava quando o Sol encontrava-se no ponto mais alto do céu. Tempo cronológico É medido, contado, portanto trata-se de um elemento cultural. Pode ser dividido em unidades de medida: segundo, minuto, hora, dia, mês, ano etc. Principais instrumentos de medição do tempo cronológico: relógio e o calendário. 8 9 Calendário gregoriano - Encomendado pelo papa Gregório XIII, passou a ser utilizado em 1582. - É adotado no Brasil e em muitos países de outros continentes. - O calendário começa em 1º de janeiro e termina em 31 de dezembro. - Divide-se em 365 dias. - O nascimento de Jesus Cristo é o marco inicial do tempo. - Pelo calendário gregoriano, não existiu o ano 0. Tempo histórico Não tem duração precisa. Acompanha os ritmos das transformações de cada sociedade. O esquema acima apresenta as três diferentes durações do tempo histórico propostas pelo historiador francês Fernand Braudel. 10 Longa duração Formado por processos históricos que demoram longos períodos de tempo para se transformar. Média duração Marcado por transformações mais lentas, percebidas no decorrer da vida de uma pessoa. Curta duração Caracterizado por eventos breves, como uma disputa eleitoral. Idades históricas Pré-história Invenção da escrita (por volta de 4000 a.C.) Idade Média Queda de Roma (476) Queda de Constantinopla (1453) Idade Moderna Idade Contemporânea Revolução Francesa (1789) 11 Antiguidade 12 Fontes históricas - Aquilo que a humanidade produz ao longo do tempo. - São usadas para a construção do conhecimento histórico. - Divididas em documentos escritos, visuais, mobiliário, vestuários, depoimentos orais, etc. - Sua análise ajuda o historiador em sua tarefa de interpretar um período estudado. - O historiador faz as perguntas como: “quem fez?”, “para quem fez?”, “quando fez?”, “como fez?”, “onde fez?”, “para que serve?” etc. Apresentação 2 Origem e deslocamento Em busca das origens Sobre a origem do ser humano Os primeiros hominídeos Nomadismo Sedentarismo O povoamento da América Os primeiros habitantes do atual Brasil 13 A formação da Terra e dos seres vivos As tentativas de explicar a origem do Universo e a vida na Terra fomentaram a produção de diversas teorias, entre as quais: 14 Teorias criacionistas Um ou mais ser divino teria criado o ser humano e todo o Universo. Teoria da Grande Explosão, ou Big Bang Universo é originado após grande explosão de uma matéria altamente concentrada. Teoria evolucionista Ancestralidade comum entre os seres vivos. Os seres vivos em constante processo de transformação. Seleção natural. Principais hominídeos - Eram bípedes e tinham longos braços. - Viveram entre 4 milhões e 1 milhão de anos atrás. Australopithecus Homo erectus - Dominavam o fogo. - Viveram entre 1,8 milhão e 200 mil anos atrás. - Fabricavam ferramentas com pedra lascada. - Viveram de 2,3 milhões a 1,6 milhão de anos atrás. Homo erectus Homo sapiens neanderthalensis Homo sapiens sapiens - Foram os primeiros hominídeos a enterrar os seus mortos. - Viveram entre 300 mil e 30 mil anos atrás. - Adaptação a diferentes ambientes. - Surgiram há, aproximadamente, 300 mil anos e há 100 mil anos começaram a migrar para outros continentes. 15 15 A vida nômade O desenvolvimento cultural dos nossos ancestrais africanos tornou possível sua emigração para outros continentes. 16 Primeiros Homo sapiens Caçadores e coletores que levavam vida nômade. Não dominavam a agricultura e habitavam em cavernas ou palhoças. Sempre se deslocando para onde houvesse fartura de recursos naturais. A Revolução Agrícola 17 O cultivo da terra teve início, de forma independente, em diversos lugares do mundo. Domínio da agricultura possibilitou um relativo controle sobre a produção alimentar. Ao mesmo tempo, em certas regiões, os humanos aprenderam a domesticar animais, como ovelhas, cabras, porcos e cavalos. A agricultura, combinada com a pecuária, teve grande impacto sobre o modo de vida das primeiras populações. As primeiras aldeias 18 Aumento da população propiciada pela prática da agricultura e da pecuária. A população passou a se fixar nos vales férteis dos rios. O aumento da oferta de alimento possibilitou o surgimento de outras atividades, como o artesanato. O povoamento da América América foi ocupada depois da África, Europa, Ásia e Oceania. Porém, não há consenso entre os estudiosos em relação à época da chegada dos primeiros povoadores da América e quais teriam sido os caminhos por eles percorridos. 19 - Hipótese da Rota Transpacífica: grupos humanos teriam atravessado o oceano Pacífico e chegado à América do Sul, navegando de ilha em ilha. 20 Principais hipóteses sobre o povoamento da América - Hipótese da Rota de Bering: uma ponte de gelo teria se formado no estreito de Bering, ligando a Ásia e a América. - Hipótese da Rota Costeira: grupos humanos teriam navegado da Ásia até a América próximo à costa. - Hipótese da Migração Atlântica: Grupos humanos teriam saído da Europa e chegado à América em embarcações feitas de couro. Os primeiros habitantes do Brasil 21 Povo de Lagoa Santa Eram nômades e andavam em grupos de aproximadamente 25 pessoas. Dormiam em cavernas ou em palhoças e sobreviviam da caça e da coleta de frutas. Chegaram a conviver com mamíferos gigantes, como o tigre-dentes-de-sabre e a preguiça-gigante. Sambaquieiros Viviam em sambaquis, elevações formadas por conchas, moluscos, restos de comida, ossos de animais etc. Construíam suas residências e enterravam seus mortos nos sambaquis. Praticavam a caça, a pesca e a coleta de alimentos. 22 Povo da Serra do Capivari Organizavam-se em pequenos grupos próximos a fontes de água. Sociedades amazonenses Viviam da caça e da coleta de alimentos e produziam ferramentas de pedras. Faziam inscrições nos paredões rochosos da região. Povos que habitavam a região amazônica há cerca de 12 mil anos viviam da caça e da coleta de alimentos. Surgimento de sociedades mais complexas entre 3 mil e mil anos atrás. Foram os primeiros a cultivar a mandioca. Apresentação 3 Primeiras civilizações e impérios Antiguidade As primeiras cidades A sociedade suméria O Império egípcio (Alto Egito e Baixo Egito) Sociedade e poder A pirâmide social egípcia A importância da religião 23 O que é Antiguidade? - Marco inicial: invenção da escrita (cerca de 4 mil anos atrás); - Marco final: Queda do Império Romano (século V). Alguns historiadores subdividem o estudo desse período de acordo com as civilizações que estudam. Veja o esquema ao lado. 24 Antiguidade Oriental mesopotâmicos, chineses, indianos, entre outros Antiguidade Clássica gregos e romanos As primeiras cidades 25 25 Expansão da agricultura: desenvolvimento do comércio e o aparecimento de novas profissões. Surgimento de comerciantes, de artesãos e de pessoas encarregadas do transporte de mercadorias. Crescimento das aldeias e o surgimento das primeiras cidades há cerca de 4000 a.C. Mesopotâmia Fonte: BLACK, Jeremy (Ed.). World History Atlas. Londres: Dorting Kindesley, 2005, p. 220. Mesopotâmia, palavra que significa “entre rios”. Localizava-se no Oriente Médio, entre os rios Tigre e Eufrates. As cheias dos rios inundavam suas margens, fertilizando o solo da Mesopotâmia. 26 Os sumérios 27 Foram os primeiros povos a se fixar na Mesopotâmia, por volta de 8500 a.C. Influenciaram outros povos até serem dominados pelos acadianos, em 2350 a.C. Desapareceram por volta de 1900 a.C. Algumas realizações sumérias 28 Obras hidráulicas Diques, açudes e canais para irrigação Agricultura Invenção do arado de cobre Cultura Criação da escrita cuneiforme O Alto e o Baixo Egito Fonte: KINDER, Hermann; HILGEMANN, Werner. The Penguin Atlas of World History. Londres: Penguin, 2003. p. 22. Pequenas comunidades (nomos) instaladas ao longo do rio Nilo desde 8500 a.C. Por volta de 3500 a.C., os nomos foram unificados em dois reinos: o do Alto e o do Baixo Egito. Alto Egito abrangia a nascente do Nilo e seu curso médio. Baixo Egito abrangia o delta do rio. 29 O Império Egito - Capital na cidade de Mênfis; - Construção de grandes pirâmides, aprimoramento de técnicas (agrícolas e de irrigação). - Capital na cidade de Tebas; - Maior desenvolvimento da escrita hieroglífica. - Política de expansão territorial. 30 Antigo Império (2700 a.C. a 2181 a.C.) Novo Império (1570 a.C. a 1069 a.C.) Médio Império (2040 a.C. a 1782 a.C.) A sociedade egípcia O Egito era uma sociedade estratificada. No topo da hierarquia social, encontrava-se o faraó, o chefe de governo. 31 Faraó Família do faraó Altos funcionários, os sumos sacerdotes Serventes, camponeses e escravos Soldados, escribas, sacerdotes e artesãos Etapas finais do processo de mumificação dos corpos. 32 A religião egípcia O faraó, que exercia um governo teocrático, era considerado um rei divino, detentor de grandes poderes. A sociedade egípcia era politeísta, isto é, cultuava vários deuses. Cada cidade adorava seu próprio deus. Os egípcios também acreditavam na vida após a morte, desenvolvendo técnicas de mumificação dos corpos. Apresentação 4 África Antiga O Reino de Kush A civilização Nok O Reino de Axum 33 O Reino de Kush 34 Localizava-se ao sul do Egito, região conhecida como Núbia, onde hoje fica o Sudão. Essa região, também banhada pelo rio Nilo, era rica em jazidas de ouro, ferro e pedras preciosas. Por volta do século IX a. C., formou-se na região da Núbia um Estado centralizado, o Reino de Kush. As principais cidades de Kush eram Napata e Méroe. As relações entre Kush e Egito Os cuxitas dominaram o Egito em entre 730 a.C. e 650 a.C. 35 1530 a.C a 1070 a.C. 1070 a.C. a 591 a.C. Período em que os cuxitas deixaram de ser dominados pelos egípcios e se organizaram em um Estado. 591 a.C. a 330 a.C. Período Meroítico em que a cidade de Meroé foi a capital do Reino de Cuxe. Período de domínio egípcio sobre a região da Núbia. Intercâmbio entre culturas... 36 Entre os séculos XVI a.C. e XI a.C., os cuxitas foram fortemente influenciados pela cultura egípcia. Essa influência é observada nos templos e cidades com características arquitetônicas egípcias, além de terem cultuado a deuses semelhantes. 37 A civilização meroítica A cidade de Méroe foi um importante centro comercial e logo se tornou também um dos principais centros produtores de objetos de ferro do continente africano. Em Méroe desenvolveu-se a escrita meroíta, formada por 23 caracteres. A escrita corria da esquerda para a direita e as palavras eram separadas umas das outras por dois ou três pontos. Nessa cidade, governavam um rei (faraó) e uma rainha-mãe (candace), escolhidos para administrar o Reino de Kush. As candaces possuíam papel preponderante na sociedade cuxita. A civilização Nok 38 Começou a se formar por volta do século IX a.C. Ocupou áreas que hoje correspondem aos países: Nigéria, Níger, Mali, entre outros. A região onde viviam os noks era rica em minério de ferro. Essa civilização desapareceu por volta do ano 200. Acredita-se que os noks tenham sido os ancestrais da cultura iorubá. O Reino de Axum Fonte: FASI, Mohammed El (Ed.). História geral da África, III: África do século VII ao XI. Brasília: Unesco, 2010. p. 655. O mapa mostra a região Nordeste do continente africano, conhecida como Chifre da África, onde se desenvolveu o Reino de Axum. 39 O Chifre da África 40 Os primeiros habitantes da região vieram da Península Arábica. Agricultura e pecuária: principais atividade no século VII a.C. No entanto, o comércio ganhava forças. O comércio era alimentado por caravanas que vinham de outros locais de dentro e de fora da África. Era utilizada a escrita nas transações comerciais. Com o comércio, aldeias transformaram-se em cidades, como Adúlis e Axum. Adúlis Axum 41 41 Mercadorias seguiam para o Egito, a Grécia, a Índia e a China. Contava com importante porto no Mar Mediterrâneo. Entre as mercadorias, estavam o marfim, o chifre de rinoceronte e os escravos. Controlou o comércio entre o interior da África e Adúlis e entre Adúlis e o Egito. Por ali, mercadores passavam vendendo sal, ouro e plumas. Axum, localizada no interior, era outro importante centro comercial. O Reino de Axum 42 A cidade de Axum enriqueceu e expandiu seus territórios, dominando o Reino de Kush e áreas vizinhas. No século XII passou a cunhar moedas de ouro, prata e cobre. No século VII, o Reino de Axum foi invadido e conquistado pelos mulçumanos. População era politeísta até a primeira metade do século IV. Nessa época, o rei Anzana se converteu ao cristianismo. Apresentação 5 Ocidente Clássico: Grécia As origens da Grécia (nascimento da pólis) Duas potências gregas A cidade-Estado Atenas Esparta Sociedade Cultura clássica 43 A origem dos gregos Antes da formação da civilização grega, diversos povos haviam se instalado na Península Balcânica e nas ilhas do mar Egeu, região onde hoje se situa a Grécia. 44 Aqueus Jônios Dórios Cretenses Origem dos gregos Eólios Divisão histórica da Grécia Antiga 45 46 Cretenses e micênicos Os aqueus fixaram-se na região da Península Balcânica por volta de 1600 a.C, fundando as cidades de Micenas, Pilos e Tirinto. Por volta de 1450 a.C., os micênicos invadiram Creta e tomaram o palácio de Cnossos, dando origem à chamada civilização creto-micênica. Posteriormente, os dórios invadiram as cidades micênicas, causando sua destruição e a dispersão de grande parte da população. A cidade grega Eram os habitantes de cada uma das cidades gregas que decidiam a forma de governo a ser adotada. 47 Formas de governo Monarquia Tirania Democracia Oligarquia Fundada a partir do século IX a.C., era conhecida como pólis. Cada pólis grega formava uma cidade-Estado, com economia, leis próprias e organização social diversa. Apesar dessas diferenças, os habitantes das cidades-Estado compartilhavam a língua e os costumes. A acrópole Fonte: GRANDES temas: os gregos. História viva, São Paulo: Duetto, [s.d.]. Representação da acrópole de Atenas: localizada no centro da cidade, propriedade exclusiva da deusa Palas Atena. Na parte mais elevada da área urbana grega, encontrava-se a acrópole, centro religioso da pólis. Era uma cidadela fortificada, onde eram erguidos os templos para a divindade protetora da cidade. 48 Esparta Grupos sociais de Esparta Fundada no século IX a.C. pelos dórios, na região da Lacônia. Os habitantes ficaram conhecidos pela forte tradição militar. Dos 7 aos 60 anos, todos os homens espartanos eram considerados guerreiros. 49 Espartanos: cidadãos de Esparta, descendentes dos dórios. Periecos: homens livres que não possuíam direitos políticos. Viviam na periferia de Esparta. Hilotas: povos aprisionados pelos dórios e obrigados a realizar trabalhos agrícolas para sustentar os espartanos. Atenas Fundada na região da Ática, no século X a.C., pelos jônios. Tornou-se um importante centro de comércio marítimo. Grupos sociais de Atenas 50 Cidadãos: minoria na população ateniense. Eles desfrutavam de direitos civis, políticos, militares e religiosos. Metecos: grupo formado por pessoas escravizadas que conseguiram a liberdade e pelos estrangeiros que viviam em Atenas. Não possuíam direitos políticos. Escravos: prisioneiros de guerras originários da Ásia Menor ou da Trácia. O nascimento da democracia Lei do ostracismo: qualquer pessoa que representasse perigo à ordem democrática deveria ser expulsa da cidade, ficando exilada por dez anos. 51 Inicialmente, apenas os eupátridas, isto é, os grandes proprietários de terra, eram considerados cidadãos. Por volta de 510 a.C., o aristocrata Clístenes assumiu o governo de Atenas e criou a lei do ostracismo. Clístenes estabeleceu que todos os homens livres, nascidos em Atenas, poderiam participar igualmente da vida política da cidade. A cultura grega 52 Religião Os gregos eram politeístas. Seus deuses eram imortais, mas possuíam defeitos e qualidades. Jogos Olímpicos Principais modalidades dos jogos eram a corrida, o pugilato (luta com socos) e o arremesso de disco e de dardos. Filosofia Marca o nascimento do pensamento racional, processo lento de transformação da consciência mítica. Literatura Entre os gêneros literários preferidos dos gregos, estavam a poesia e o drama. Apresentação 6 Ocidente Clássico: Roma Origens de Roma De monarquia a república O fim da república O Império Romano Sociedade Política Circulação de pessoas, produtos e culturas no Mediterrâneo 53 A origem da civilização romana Os italiotas, povo agricultor, se dividiam em sete tribos: Ano 1000 a.C. 54 Italiotas Oscos Volscos Samnitas Équos Úmbrios Sabinos Latinos Etruscos Italiotas Gregos Povos na Península Itálica A cidade-Estado de Roma 55 55 Temendo uma invasão etrusca, os latinos construíram uma fortaleza na margem esquerda do Tibre. No entanto, os etruscos conseguiram invadir o Lácio e unificaram as várias aldeias latinas. A história de Roma, ao longo dos 1 200 anos seguintes, pode ser dividida em: monarquia, república e império. Essa unificação deu origem à cidade-Estado de Roma em 753 a.C.. Monarquia Quando a cidade de Roma foi fundada, ela passou a ser governada por um rei. No entanto, a Monarquia em Roma não era hereditária. 56 Rei Exercia as funções de juiz, chefe civil, militar e religioso. Senado Comitia Curiata Formada por famílias livres de Roma, aprovava ou rejeitava o rei escolhido. Também denominada Conselho dos Anciãos, os senadores eram os auxiliares do governo e escolhiam o rei. A formação social em Roma A sociedade romana subdivida-se em quatro grupos principais: 57 Patrícios: descendentes dos pater familias, membros fundadores de Roma. Eram únicos que participavam das decisões políticas. Clientes: plebeus que viviam sob a proteção de um patrício. Escravos: em sua maioria, eram plebeus endividados. Plebeus: descendentes de estrangeiros e nem sempre eram pobres. Não tinham participação política durante a Monarquia. República A Monarquia vigorou em Roma até 509 a.C. Nessa época, grupos de patrícios se revoltaram contra o rei etrusco Tarquínio II (535-496 a.C.). As principais instituições do período republicano: 58 Consulado Comandavam o exército em tempos de guerra, representavam a cidade em cerimônias religiosas e julgavam crimes. Senado Organizavam os cultos públicos, controlavam as finanças e a administração das províncias romanas. Assembleia do povo Participavam tanto patrícios quanto plebeus. Elegiam os cônsules e promulgavam leis. - Fim da escravidão por dívidas. 59 Conquistas plebeias ao longo de suas lutas entre os séculos V a.C. e IV a.C. - Lei das Doze Tábuas, um documento contendo as leis que regulavam a convivência do povo romano. - Fim da proibição do casamento com patrícios. - Acesso às magistraturas e o ingresso de representantes no Senado. O fim da República Os dois triunviratos Crise da República: Guerra civil entre patrícios e plebeus (século II a. C.). Revoltas de escravos. 60 Primeiro triunvirato com Júlio César, Crasso e Pompeu, que governaram sem a participação do Senado, em 60 a.C. Assassinato de Júlio César em 44 a.C. No ano seguinte foi formado um novo triunvirato com Marco Antônio, Caio Otávio e Pompeu. Divergências entre eles provocaram uma nova guerra civil finalizada em 27 a.C., com a vitória de Otávio, autoproclamado imperador. Alto Império Otávio centralizou o poder em suas mãos e recebeu o título de Augusto. Seu governo proporcionou um período de tranquilidade e prosperidade, denominado Pax Romana. Abaixo, algumas de suas ações. Em 117, o Império Romano atingiu sua máxima expansão, abrangendo territórios europeus, africanos e do Oriente Próximo. 61 Assegurou a hegemonia romana. Procurou construir mais estradas e garantir a segurança. As condições favoráveis estimularam o comércio e o aumento de intercâmbio entre as várias regiões. Patrocinou artistas e escritores. Implementou amplo programa de construção de obras públicas, como teatros, templos etc. Baixo Império Esse período representou a crise do Império Romano. 62 Crise do escravismo O fim das guerras de conquista, por volta do ano 100, ocasionou a queda no número de escravos, o que gerou a crise. Ruralização da economia O enfraquecimento do comércio e do artesanato estimulou o abandono de cidades. Fronteiras desprotegidas Sem condições financeiras para proteger as fronteiras do Império, muitos governantes fizeram acordos com povos invasores. Apresentação 7 Povos germanos Os contatos entre romanos e germanos O fim do Império Romano do Ocidente Os domínios germanos (povos germânicos) Novas formas de organização da Europa 63 Os germanos Franco Entre os povos genericamente chamados de “germanos”, havia os franco, visigodos, saxões, ostrogodo, burgúndios e outros. Participaram da onda de migrações ocorridas na Europa, nos primeiros séculos da Era Cristã. Possuíam uma língua de origem comum. 64 Visigodos Lombardos Ostrogodos Burgúndio Saxões Sociedades germanas Apesar de povos distintos, havia características comuns entre os povos germanos. 65 Tinham por base a família e a tribo. Inexistência de Estado centralizado, como o dos romanos. A tribo era formada por 100 famílias germanas vivendo em uma região. Decisões eram tomadas pelos germanos livres em uma Assembleia. Em casos de necessidade, podiam eleger um rei, que possuía funções militares. Romanos e germanos Bárbaro era o termo dado pelos romanos aos povos que não compartilhavam de sua língua e costumes. 66 Primeiros contatos entre romanos e germanos ocorreram durante a República. Ao expandir seu território, os romanos obrigavam os povos subjugados a pagar-lhes tributo. Muitos germanos promoveram luta contra os romanos pela liberdade. Já os romanos construíam muralhas nas fronteiras. Intercâmbio cultural As relações entre germanos e romanos nem sempre foram tensas. Em tempos de paz, houve trocas e acordos. 67 Práticas comerciais entre romanos e germanos. Acordos permitiam aos germanos se estabelecerem em territórios romanos. As crises no Império 68 Entre os séculos III e IV, o Império sofreu com alta de impostos, corrupção, disputas políticas, falta de alimentos etc. Com o enfraquecimento do Império, grupos germanos dirigiram-se às terras romanas. Para enfrentar a situação, o imperador Teodósio dividiu o Império em Império Romano do Ocidente e Império Romano do Oriente em 395. A conquista de Roma Fonte: HILGEMANN, Werner; KINDER, Hermann. Atlas Historique. Paris: Perrin, 1992, p. 114. A divisão do Império por Teodósio não foi suficiente para conter as invasões germânicas. No século V, a cidade de Roma foi finalmente conquistada pelos hérulos. 69 Reorganização política na Europa 70 Com a queda do Império Romano do Ocidente, houve a instauração de pequenos reinos. Apareceram organizações ligadas à justiça que não eram nem romanas e nem germanas. Nos novos reinos, a terra estava dividida em pequenos lotes. Busca de refúgio no campo, com o ataque às cidades. Surgiram comunidades autossuficientes. Reino Franco 71 Os francos encontravam-se na Gália (França atual) desde o século III. Em 481, as tribos francas foram unificadas por Clóvis em um único reino. Clóvis converte-se ao cristianismo, o que favoreceu a expansão do Reino Franco na Europa. Após a morte de Clóvis, o Reino Franco passou por diversas crises. Com a volta de Carlos Magno, o Reino Franco voltou a se consolidar. As conquistas territoriais de Carlos Magno Fonte: DUBY, Georges. Grand atlas historique. Paris: Larousse, 2008. p. 43. “Carolíngio” é o termo que designa a dinastia fundada por Carlos Magno. 72 Apresentação 8 Reorganização social: feudalismo A formação da Europa medieval A sociedade feudal O poder da terra O senhorio Os camponeses O poder da Igreja Católica Economia feudal Transformações na Europa feudal Desenvolvimento de cidades e do comércio Novidades tecnológicas e renascimento comercial 73 O que é a Idade Média? Alta Idade Média Do século V ao X. Alta Idade Média Do século XI ao XV. 74 Marco inicial: a queda do Império Romano do Ocidente, em 476. Até décadas atrás, era denominada “Idade das Trevas”. Quando surgiram algumas das atuais nações europeias. Quando apareceram algumas línguas atualmente faladas. Marco final: a conquista de Constantinopla em 1453. A terra 75 Nos reinos germânicos, grande parte da população vivia no campo. Comércio era limitado, assim como a circulação de moedas. Sua propriedade recebia o nome de feudo. A posse da terra tornou-se o principal símbolo de poder e riqueza. Os donos da terra eram nobres conhecidos como senhores feudais, que pertenciam à nobreza. A sociedade feudal A sociedade feudal era rigidamente hierarquizada. Dividia-se em três grupos, justificados pelos teóricos da Igreja. Marcada pelo ausência de poder centralizado. Os reis eram mais um senhor feudal. 76 Nobreza: formada por reis, condes, marqueses, duques e barões. Dedicava-se à guerra e à defesa de seus territórios. Clero: formado por membros da Igreja (alto clero e baixo clero). Camponeses: formados pelos servos, que trabalhavam nas terras do senhor, pelos vilões e pelos escravos. O senhorio Sociedade feudal era dominada por grandes proprietários de terras com poderes econômicos e políticos. Esses proprietários estabeleciam relações entre eles. 77 Suserano Doava as terras ao vassalo e dividia com ele os espólios de guerra. Em troca, contava com a fidelidade e a prestação de obrigações por parte de seu vassalo. Vassalo Nobre que se vinculava a outro nobre mais poderoso. Em troca, recebiam proteção e terras. O poder da Igreja Católica Ao longo da Idade Média, a Igreja passou a acumular poderes político, econômico e cultural. 78 Igreja e Política Assessores e funcionários administrativos dos reis. Acúmulo de bens pela Igreja Católica Domínio cultural Educação dos filhos da nobreza por religiosos. Muitas pessoas deixavam suas heranças à Igreja, favorecendo seu enriquecimento. Abadias e monges, centros de cultura letrada. Presença de religiosos e capelas nos feudos. Os camponeses Constituíam 80% da população. Trabalhavam para os membros da nobreza e do clero. 79 Grupos que pertenciam à classe dos camponeses. Escravos: herança dos tempos romanos, seu número diminuiu ao longo da Idade Média. Servos: estavam ligados à terra onde trabalhavam, mas essa terra não lhes pertencia. Vilões: camponeses livres que entregaram suas terras a um senhor feudal em troca de proteção. A economia feudal O feudo era uma unidade produtora que tinha a agricultura como base da economia. No entanto, praticava-se o artesanato e o pequeno comércio. Quase tudo de que seus moradores necessitassem era produzido nos feudos. 80 Manso senhorial Terra em que os servos cultivavam produtos agrícolas para os senhores. Manso servil Servos podiam cultivar essa terra, mas parte do que era produzido era entregue ao senhor. Nos feudos Camponeses trocavam produtos entre si. Pecuária era importante nos feudos. Artesanato era praticado por profissionais como ferreiros e tecelões. Baixa Idade Média Após a onda de invasões estrangeiras, entre os séculos VIII e X, teve início um período de paz e de maior estabilidade. 81 Rotação trienal de culturas nas áreas agrícolas. Substituição dos arados romanos pelas charruas. Introdução do cavalo para puxar o arado. Melhoria no sistema de atrelagem do animais. Difusão dos moinhos movidos pela água ou pelo vento. Crescimento populacional a partir dos anos 1000. Expansão das cidades e do comércio Expansão das cidades Revigoramento do comércio 82 Crescimento da população dos burgos entre 1150 e 1340. Aumento das corporações de ofício, cujos membros eram considerados livres. Abandono dos feudos por servos que se dirigiam às cidades. Aumento da produção agrícola e artesanal possibilitou um maior revigoramento do comércio. Inicialmente, os burgueses ocupavam uma posição social intermediária. Posteriormente, tiveram condições de prosperar e enriquecer. image1.png image2.png image3.png image4.wmf image5.png image6.png image7.png image8.png image9.png image10.png image11.png image12.png image13.png image14.png image15.png image16.png image17.png image18.wmf image19.png image20.png image21.png image22.png image23.png image24.png image25.png image26.png image27.png image28.png HIS2_V7.pptx ÍNDICE Apresentação 1 3 Apresentação 2 13 Apresentação 3 23 Apresentação 4 33 Apresentação 5 43 Apresentação 6 53 Apresentação 7 63 Apresentação 8 73 2 Apresentação 1 Humanismo e Renascimento Humanismos: uma nova visão do ser humano e do mundo Renascimentos artísticos e culturais Europa em transformação Renovação científica O Renascimento artístico 3 A sociedade feudal 4 O rei era mais um entre os senhores feudais. No entanto, era considerado o primus inter pares (o primeiro entre seus iguais). Havia falta de segurança nas estradas, e cada feudo cunhava sua própria moeda. O comércio era limitado, e os burgueses não conseguiam expandi-lo. O rei e a burguesia 5 5 Os burgueses desejavam mudança. Assim, procuraram se aproximar dos reis. Os reis, por sua vez, necessitavam de dinheiro para manter exército forte, treinado e permanente. Resultado da união entre rei e a burguesia Poder senhorial enfraquecido Surgimento das monarquias nacionais Centralização do poder real em partes da Europa Monarquias nacionais Durante algum tempo, houve a permanência de diversos aspectos da sociedade feudal, apesar da centralização do poder do rei. 6 Monarquias nacionais Inglaterra (Século XI) Portugal (Século XII) França (Séculos XI e XII) Funções reais Cuidar da ordem e da segurança nas estradas. Recebimento de impostos pagos pelos homens livres. Controle do comércio, da educação e da justiça. Criação de moeda válida para todo o reino. O Humanismo Surgido a partir das tentativas de renovação do sistema educacional no século XIV por teóricos e estudiosos. Proposta de mudanças Interesse dos humanistas estendia-se por várias áreas do conhecimento. 7 Nova cultura nas universidades laicas, surgidas a partir do século XI. Superação da antiga tradição intelectual medieval. O Renascimento 8 Movimento de renovação artística e intelectual. Origem do termo: "renascer" o pensamento e a arte dos antigos gregos e romanos. Regiões em que alcançou maior esplendor: Península Itálica, nos Países Baixo e na Alemanha. Em cidades dessas regiões, o comércio impulsionou o enriquecimento da burguesia, que financiava artistas. 9 Influência de Ptolomeu na produção de mapas do século XV. Os mapas passaram a configurar o mundo segundo medidas de longitude e latitude. A representação da esfericidade da Terra. A intensificação da prática da autópsia. A Revolução Científica 10 Heliocentrismo Em 1543, houve a publicação do livro de Nicolau Copérnico negando o geocentrismo. Segundo Copérnico, não era o Sol que girava em torno da Terra, e sim a Terra que girava em torno do Sol. Essa teoria ficou conhecida como heliocentrismo. Giordano Bruno e Galileu Galilei também defenderam essa teoria e foram condenados pela Inquisição. Renascimento artístico 11 11 Arte medieval Arte bidimensional Falta de realismo nas obras Arte a partir do século XIV Preocupação com o realismo da obra Aplicação de conhecimentos recém-‑adquiridos Representação tridimensional Mecenas 12 Inovações no campo científico e artístico atraíram a atenção de reis, príncipes e famílias de grandes negociantes e comerciantes. Por isso, muitos passaram a financiar os trabalhos de artistas renascentistas. Importantes mecenas: a família Médici, na Itália. Possuir obra de arte passou a ser símbolo de poder e de riqueza. Apresentação 2 Reforma e Contrarreforma Reformas religiosas: a cristandade fragmentada A Reforma Protestante A Contrarreforma Desenvolvimento do movimento reformista Aspectos da Contrarreforma A Inquisição 13 A Reforma Protestante Reformar a estrutura da Igreja Católica. Final da Idade Média, quando a Igreja passou a ser alvo de críticas. Corrupção, abusos morais, poder excessivo do papa, enriquecimento da Igreja, entre outros. 14 Objetivo inicial Início Principais críticas Lutero e a Igreja 15 Martinho Lutero, monge alemão, contesta a venda de indulgências pela Igreja. Em 31 de outubro de 1517, ele publica suas 95 teses. A intenção era recuperar os princípios originais do Cristianismo. Lutero também defendia que o poder civil devia ser independente do poder religioso. Em janeiro de 1521, Lutero foi excomungado pelo papa. Sob a proteção de um príncipe, Lutero traduziu a Bíblia do latim para o alemão. A cristandade fragmentada 16 A imprensa de tipo móvel foi fundamental para a difusão das ideias de Lutero. As ideias de Lutero se difundiram pela Alemanha e, em pouco tempo, já haviam alcançado outros países europeus. Principais reformadores da igreja: o suíço Ulrich Zwinglio, o francês João Calvino e o inglês Henrique VIII. Religiões protestantes 17 Luteranismo Originado do pensamento de Martinho Lutero. Celibato não obrigatório. Calvinismo Originado do pensamento de João Calvino. Relação direta entre Deus e os fiéis; simplificação dos rituais religiosos. Crença na predestinação de pessoas à salvação. Sinais de predestinação: sucesso no trabalho. Na Inglaterra, o rompido com a Igreja Católica ocorreu após o papa Clemente VII negar o direito do rei Henrique VIII de se separar de sua esposa. 18 Religiões protestantes Anglicanismo Originado do pensamento do rei Henrique VIII, da Inglaterra, entre 1509-1547. Celibato voluntário, celebração de missas em inglês e condenação das indulgências. Manutenção do batismo e da eucaristia como sacramentos. Contrarreforma 19 Diante do avanço das ideias protestantes, a Igreja Católica respondeu com a Contrarreforma. Principais autoridades católicas participaram de reuniões, entre 1545 e 1563. Esse movimento reviu valores e princípios, e reafirmou os dogmas tradicionais católicos. Esses encontros ocorreram na cidade italiana de Trento, por isso ficaram conhecidos como Concílio de Trento. Reafirmou antigas ordens religiosas e criou novas congregações. A Companhia de Jesus 20 Fundada pelo espanhol Inácio de Loyola, em 1540. Tornou-se um dos principais representantes da Contrarreforma. Os jesuítas fundaram vários colégios, a fim de ensinar a fé católica. Participou ativamente das reuniões do Concílio de Trento. Tribunal da Inquisição 21 Também conhecido como Tribunal do Santo Ofício. Criado no século XIII com o objetivo de investigar e combater as heresias. Ganhou forças no movimento de Contrarreforma. Juízes do Tribunal da Inquisição torturaram e condenaram à morte milhares de pessoas. A Inquisição 22 Principais alvos Cristãos-novos sob suspeita de manter suas antigas crenças em segredo. Pessoas que praticavam a alquimia, a magia e a astrologia, isto é, os pagãos. Punições Prisão, tortura, confisco de bens, degredo e a morte. As execuções eram feitas em grandes eventos, chamados autos de fé. Apresentação 3 Desenvolvimento de tecnologia e expansão marítima As descobertas científicas e a expansão marítima O avanço dos saberes náuticos Conceito de Grandes Navegações As rotas das navegações Os desdobramentos da expansão ultramarina Revolução Comercial 23 Antes das Grandes Navegações 24 As viagens marítimas dos europeus limitavam-se a mares fechados, como o Mediterrâneo, ou a costa dos oceanos. Inexistiam conhecimentos e tecnologia náutica que permitissem fazer viagens pelos oceanos. Os europeus acreditavam que havia seres fantásticos fora da Europa. Os portugueses chamavam o Atlântico de Mar Tenebroso. Novos saberes náuticos 25 Sob incentivo do governo português, estudiosos recuperaram informações náuticas de outros povos, como fenícios, gregos, árabes e egípcios. A partir dessas informações, passaram a elaborar cartas náuticas mais precisas. Novos modelos de embarcações foram construídos, e instrumentos de navegação foram aperfeiçoados ou criados. Embarcações Até o início do século XV, os navios eram barcaças rústicas e pesadas. 26 Caravela Mais leve, boa para navegar nos oceanos, rios e enseadas, velas triangulares, maior velocidade. Desvantagem: tamanho reduzido. Nau Maior do que a caravela, carregava maior número de carga e pessoas. Foi a embarcação mais utilizada no século XVI. Instrumentos náuticos Com os novos instrumentos, os marinheiros tiveram condições de se localizar mesmo em alto-mar. 27 Balestilha Usado em alto-mar para observar a altura dos astros e identificar a latitude em que se encontra a embarcação. Astrolábio Permitia medir a altura dos astros e, assim, ajudar na localização das embarcações em alto-mar. Bússola Invenção chinesa aperfeiçoada pelos europeus, foi um importante instrumento de localização em alto-mar. As Grandes Navegações 28 Conjunto de expedições marítimas realizadas entre os séculos XV e XVI. Realizadas, sobretudo, por Portugal e Espanha, por meio delas buscavam-se novos territórios, especiarias e metais preciosos. Empreendimento português Marco da expansão portuguesa: em 1415, conquista de Ceuta, cidade do norte da África. 29 Primeira fase Conquista portuguesa da costa atlântica africana. Início: conquista de Ceuta (1415). Segunda fase Conhecida como a Era das Grandes Navegações. Término: chegada ao extremo sul da África (1487). Início: chegada de Vasco da Gama às Índias (1498). Término: início do século XVII. Novas rotas marítimas Fonte: DUBY, Georges. Grand atlas historique. Paris: Larousse, 2008. p. 64-65. Em 1453, os turcos otomanos conquistaram Constantinopla e dominaram o Mediterrâneo oriental, passando a cobrar altas taxas das caravanas de comerciantes. Assim, os navegantes europeus começaram a buscar novos caminhos às Índias. 30 31 Consequências das Grandes Navegações - Contato entre povos de diferentes continentes. - Intercâmbio de mercadorias, de conhecimentos tecnológicos, de hábitos e de costumes entre diversas culturas. - Sistema comercial da Europa integrou-se à África, à Ásia e à América. - Os espanhóis conquistaram regiões ricas em ouro e prata na América. - No século XVI, Inglaterra, França e Holanda também entraram na disputa por territórios e pelo controle do comércio marítimo. - Portugueses estabeleceram contatos comerciais com quase todas as partes do mundo por meio de feitorias ou da colonização dos territórios conquistados. Revolução comercial 32 Com as explorações das colônias, a economia das metrópoles obteve grandes lucros. Houve a ascensão da burguesia mercantil. A partir do século XVI, o dinheiro passou a ser a principal forma de troca nas relações comerciais. Os ingleses acumularam riquezas e estabeleceram as bases para a Revolução Industrial, a partir do século XVIII. Diversas guerras entre os europeus por controle de colônias e entrepostos comerciais. Entre os século XVI e XVIII, houve uma acirrada competição comercial entre as potências coloniais. Apresentação 4 O Novo Mundo Diversidade étnica no continente americano Civilizações americanas Maias Astecas Incas Aspectos culturais dos primeiros habitantes do Brasil Povos indígenas no Brasil atual 33 A América pré-colombiana No século XV, a América era habitada por cerca de 50 milhões de indígenas, distribuídos por todo o continente. 34 34 Cristóvão Colombo chega à América em 1492. Os europeus depararam-se com populações com crenças e costumes próprios. Os europeus chamaram a América de Novo Mundo, em oposição à Europa, denominada Velho Mundo. Os maias 35 Habitavam a Península do Yucatán e algumas áreas próximas. O período mais notável dessa civilização ocorreu entre 250 d.C. e 900 d.C., chamado Período Clássico. Chegou a possuir mais de dois milhões de habitantes e cerca de 50 cidades-Estado. A civilização maia teria começado a se desenvolver por volta de 2000 a.C. A partir do século X, começou a declinar. Cultura e sociedade maia Sociedade maia Formada por cidades-Estado, a base da economia era a agricultura. 36 Governantes, sacerdotes e chefes militares. Escribas, pintores e escultores. Camponeses e artesãos. Conhecimentos maias Desenvolvimento de saberes matemáticos, de astronomia e de arquitetura. Dois calendários (um religiosos e um civil) e escrita hieroglífica. Construção de pirâmides, usadas como templos. Religião politeísta. Os astecas Sociedade asteca 37 Também denominados mexicas, fixaram-se na região central do México. Em 1325, ocuparam uma ilha do Texcoco e fundaram a cidade de Tenochtitlán. Conquistaram outros povos da região, obrigando-os a pagar tributos. Governante, também comandante do exército. Grandes negociantes conhecidos como pochtecas. Artesãos, que confeccionavam roupas, adornos etc. Nobreza: chefes militares e altos funcionários. Camponeses, ou agricultores. Escravos: prisioneiros de guerra e devedores de tributos. Aspectos socioculturais astecas 38 Religião politeísta. A escrita asteca usava pictogramas. Desenvolvimento de vasta infraestrutura urbana. Intenso comércio por todo o país. População chegou a, aproximadamente, 15 milhões de habitantes no final do século XV. Os incas 39 Estabeleceram-se no vale do Cuzco, em meados do século XIII. Por meio de alianças, conquistaram outros povos e estabeleceram seu domínio na região. A partir daí, passaram a formar um império de mais de 3 000 quilômetros de extensão. Economia Cultivo de mais de 70 plantas nativas. Criação de estoques e uso da lhama para o transporte de alimentos. Atividades agrícolas e pastoris. Sociedade e desenvolvimento técnico inca Organização social 40 Inca, como era chamado o soberano do Império. Chefes militares, juízes, administradores e contadores. Carpinteiros, pedreiros e os agricultores. Amplo sistema de estrada e pontes. Entre uma cidade e outra, havia postos de correios. Casas e pontes feitas por meio do encaixe de pedras. Os povos indígenas no Brasil 41 Modo de vida em 1500 Grande parte dos povos indígenas vivia em pequenas aldeias. A educação das crianças era feita por toda a comunidade. Os saberes eram passados oralmente. Brasil atual Muitos indígenas vivem em reservas, mas têm suas terras ameaçadas. Ações ambientais como queimadas de florestas também afetam a vida dos indígenas. Sociedade igualitária: os recursos naturais pertenciam a todos. 42 Povos indígenas no Brasil: antes e depois de 1500 Antes de 1500 Milhares de indígenas falavam mais de mil línguas diferentes Depois de 1500 Chegada dos portugueses Tronco Macro-Jê Tronco Tupi Em geral, viviam no litoral Em geral, viviam no interior Novos povoados Missões Contatos amistosos e extração de pau-brasil. Contatos não amistosos e colonização das terras. Brasil atual: mais de 240 povos falando mais de 150 línguas. Apresentação 5 A colonização da América Encontro entre europeus e indígenas da América Genocídio americano Aspectos da administração espanhola Aspectos da colonização inglesa e francesa na América Portugueses na América Terra Brasilis O choque cultural Primeiras formas de exploração Aspectos da colonização portuguesa da América 43 Europeus na América 44 Chegada de Cristóvão Colombo à América: 12 de outubro de 1492. População nativa composta por diferentes sociedades, cada uma com seus hábitos e sua cultura. Sobreviventes das guerras de conquista foram incorporados ao processo de colonização. Havia desde pequenos grupos habitando as florestas até grandes impérios. Interesse dos conquistadores: ouro e prata, e o enriquecimento rápido. Genocídio americano Genocídio: extermínio de pessoas motivado por diferenças étnicas, raciais, religiosas, políticas etc. 45 Estima-se que a população da América na época da chegada dos europeus era de 50 milhões de pessoas. Causa da morte de indígenas: guerras de conquista, fome, violência e doenças. O resultado é que milhões de indígenas foram dizimados. Colonização espanhola Elementos da administração espanhola na América. 46 Vice-reinos Dois vice-reinos foram criados: o de Nova Espanha e o do Peru. Cabildos Nas cidades maiores, havia os cabildos. Seus membros eram proprietários de terras e comerciantes. Vice-reis Audiências Tinham amplos poderes para governar, mas prestavam contas ao Conselho das Índias. Auxiliares do governo, eram tribunais responsáveis pela aplicação da justiça. Ingleses e franceses na América 47 Ingleses Colonos compostos, em sua maioria, por puritanos (calvinistas). Sofriam perseguições religiosas na Europa, além de fome. Franceses Colonização realizada por companhias de comércio. Primeiras colônias fundadas na região do Canadá, mas houve resistência inglesa e nativa. Colonização inicial foi uma iniciativa privada. Em 1607, foi fundada a primeira colônia inglesa: Jamestown. Nas Antilhas, os franceses deram início ao cultivo de produtos tropicais, usando mão de obra escrava. Na América do Sul, eles colonizaram o território da atual Guiana Francesa. Os portugueses no Brasil 48 Em 22 de abril de 1500, Pedro Álvares Cabral chegou às terras hoje pertencentes à Bahia. Havia, em 1500, cerca de 5 milhões de pessoas. A colonização no Brasil durou três século. Esse período é conhecido pelos historiadores como período colonial ou Brasil Colônia. A colonização iniciou-se a partir de 1530 e tinha como objetivo defender o território de outros povos europeus. O choque entre dois mundos Diferentemente dos portugueses, os indígenas foram vistos pelos europeus como “selvagens”, “bárbaros” e “criaturas sem almas” 49 Indígenas Muitos povos não conheciam o dinheiro. Portugueses Interessados no ouro, na prata e no enriquecimento. Procuraram impor sua religião e sua forma de ver o mundo aos indígenas. Tinham suas próprias crenças e hábitos, como andar nus. Terra Brasilis Desenhado sobre pergaminho, é um dos primeiros mapas a representar os territórios portugueses na América. Trata-se da reprodução de um mapa elaborado em 1519 pelos cartógrafos do governo português. Aspectos do mapa: Bandeiras portuguesas: o território representado pertenceria a Portugal. Palavras escritas: nomes dados pelos portugueses às regiões. 50 Colonização O pau-brasil foi o produto que mais interessou aos europeus no início da exploração do território. Para essa exploração: Feitorias: foram criadas feitorias em vários pontos do litoral. Escambos: relação comercial baseada na troca, estabelecida entre portugueses e indígenas. Instituição das Capitanias Hereditárias 51 Expedição chefiada por Martim Afonso, em 1532, fundou a Vila de São Vicente. O governo português instituiu o sistema de capitanias hereditárias. Os donatários, que recebiam lotes de terras, eram responsáveis por promover sua colonização. Governo-Geral Em 1549, foi implantado um governo centralizado no Brasil. O primeiro governador foi Tomé de Souza. Auxiliares do Governo-Geral Além disso, vieram os jesuítas para implementar a catequização dos indígenas. 52 Ouvidor-mor Responsável por aplicar a justiça Provedor-mor Responsável por recolher os impostos Capitão-mor Responsável pela segurança do território Apresentação 6 Produção açucareira As lógicas mercantis e o domínio europeu sobre os mares e o contraponto Oriental A importância do açúcar A sociedade do engenho Os holandeses na colônia 53 Impérios coloniais As Grandes Navegações proporcionaram a formação de Impérios coloniais europeus, com resultados diferentes para metrópoles e colônias. 54 Metrópoles Criação de Companhias de Comércio das Índias Orientais e das Índias Ocidentais na Inglaterra e na Holanda. Colônias As conquistas ultramarinas significaram violência, trabalho escravo, intolerância cultural e religiosidade. As regiões só podiam produzir aquilo que era interessante para as metrópoles. A expansão marítima significou a acumulação de poder e de riquezas. A política mercantilista Forte intervenção do Estado na economia. Adotada no contexto da expansão marítima europeia. Marca o crescimento do comércio e a criação de um mercado mundial. 55 Protecionismo Para incentivar o consumo dos produtos nacionais, o governo estabelecia altos impostos sobre produtos estrangeiros. Metalismo A riqueza de um país era medida pela quantidade de metais preciosos que possuía. Balança comercial favorável O objetivo era exportar mais produtos e diminuir as importações. Japão no século XVII Temendo a ocupação de suas terras por outros povos, o Japão criou, entre 1633 e 1639, um conjunto de leis restringindo seu contato com as demais regiões do mundo. 56 Medidas tomadas pelo governo japonês Proibiu a construção de navios capazes de navegar pelos oceanos. Interditou a importação e a exportação de mercadorias. Obrigou os imigrantes que viviam no Japão a se mudarem para um ilha no porto de Nagasaki. A chegada à Nova Zelândia 57 Em 1642, navegadores holandeses chegaram a um dos últimos lugares do planeta ainda desconhecido: a atual Nova Zelândia. Os marinheiros eram liderados pelo comandante holandês Abel Janszoon Tasman, a serviço da Companhia das Índias Orientais. Embarcações foram ancoradas em uma baía dominada pelos maoris, população nativa. Houve conflito entre europeus e nativos. Somente em 1769, os europeus retornaram à ilha. Essa tarefa ficou a cargo do explorador britânico James Cook. Cana-de-açúcar no Brasil 58 Por isso, foi o produto escolhido para iniciar o processo de colonização do Brasil. Os portugueses também tinham experiência no plantio e na produção de cana nas ilhas do litoral africano. No Brasil, o açúcar foi produzido nos engenhos. Nos séculos XV e XVI, tinha grande valor econômico. Obtido da cana-de-‐açúcar, o açúcar é uma das substâncias mais consumidas no mundo. Elementos que compunham os engenhos: Canaviais Matas Senzalas Roças Casa-grande Capela Moradia dos trabalhadores livres Casa de engenho Rio 59 A estrutura dos engenhos no Brasil Os engenhos eram grandes propriedades rurais onde se realizavam as etapas da produção do açúcar, por meio, sobretudo, do trabalho escravo. Os holandeses no Brasil A invasão holandesa no Nordeste brasileiro fez parte de um processo político que envolveu a Espanha, a Holanda e Portugal. 60 1580-1640 União Ibérica 1581 Independência holandesa 1624 Holandeses invadem Salvador 1625 Expulsão holandesa da cidade de Salvador 1630 Conquista de Olinda e de Recife 1654 Expulsão definitiva dos holandeses Área de ocupação holandesa Fonte: BRASIL 500 anos (1620-1714). v. 3. São Paulo: Nova Cultural. p. 137. Após a conquista de Olinda e de Recife, os holandeses expandiram seus domínios para outras regiões do Nordeste. Em 1637, o nobre holandês João Maurício de Nassau- -Siegen foi enviado para administrar a região batizada de Nova Holanda. 61 O governo de Nassau A administração de Nassau buscou recuperar a economia local, prejudicada pelas guerras de conquista. As principais medidas tomadas por ele foram: 62 Empréstimo de dinheiro aos senhores de engenho. Fiscalização do fornecimento de mão de obra escravizada. Garantia de liberdade de culto aos judeus e católicos. Igualdade de direitos a todos os moradores, holandeses ou portugueses. Transformação da paisagem de Recife. Contratação de artistas. Apresentação 7 Escravidão e emergência do capitalismo As lógicas internas das sociedades africanas O ser humano como mercadoria O tráfico de escravizados na África O navio negreiro Desembarque na colônia 63 O continente africano Grande diversidade de povos, com sua própria língua, tradições e religiosidade. Entre os séculos VI e XV, havia grupos nômades, pequenas comunidades grandes reinos e Impérios. Fonte: BLACK, Jeremy (Ed.). World History Atlas. Londres: Dorling Kindersley, 2005. p. 62. 64 Reinos e impérios africanos 65 Reino de Gana As aldeias se ligavam a um rei, conhecido como gana. Reino de Mali No século XIII, a região entre os rios Níger e Senegal era povoada por aldeias dos povos mandingas, as quais passaram a ser lideradas por Sundiata Keita no século XIII. Para estender sua influência, o rei podia casar-se com várias mulheres ou promover guerras. Formado a partir da união de vários povos instalados na região atual Mauritânia. Dominava a metalurgia. Os antigos chefes exerciam o poder local, mas cederam o título de mansa (rei) a Sundiata Keita. Unidade do reino era relativamente frágil. 66 O Império Songai Reino do Congo Foi fundado próximo ao rio Congo, no final do século XIV. O povo songai conquistou o Reino do Mali e formou um poderoso império na região do rio Níger. Melhoraram o abastecimento de água em Tombuctu, possibilitando uma agricultura maior e mais estável. A capital desse reino era chamada Banza Congo, e nela vivia o mani Congo, seu principal governante. O reino era muito forte e estava dividido em províncias No Reino do Congo havia enormes mercados. Outros povos da África 67 67 Civilização iorubá Desenvolveu-se em torno de cidades e aldeias independentes entre si. O obá de Ifê Ifê era o mais poderoso. Os bantos Formados por diversos povos africanos que falam uma língua comum. Originalmente viviam na região dos atuais Camarões e Nigéria. Havia comunidades independentes bantos, mas houve reinos bantos importantes. Povos unidos por traços linguísticos e culturais. Desde o século I compunham reinos espalhados pelo vale do Rio Níger. A escravidão na África No século XVI, havia povos africanos que praticavam a escravidão. Os escravos não eram essenciais para o funcionamento dessas sociedades e não eram vistos como mercadorias. 68 Justificativa para a escravidão Realização de delitos graves Atividades desempenhadas pelos escravos Doméstica Agricultura e mineração Inimigo vencido na guerra Endividamento Prática de adultério Rapto de crianças O ser humano como mercadoria 69 No século XV, os portugueses começaram a explorar a costa atlântica do continente africano. A partir daí, passaram a comprar africanos escravizados para serem vendidos na Europa. A maioria dos escravizados estava destinada ao trabalho na agricultura. Os cativos eram tratados como mercadorias e seu número aumentou. Etapas do tráfico humano na África 70 Os africanos eram capturados em suas aldeias. Os africanos eram levados para as feitorias próximas aos portos. Nas feitorias eles ficavam presos, aguardando sua partida à América. Portugueses ou luso‐brasileiros negociavam com os chefes africanos. Os comerciantes ofereciam produtos em troca de escravizados. A viagem pelos tumbeiros 71 As viagens nos navios podiam durar meses. A água e os alimentos eram insuficientes. Devido à alta mortalidade de africanos, os navios ficaram conhecidos como tumbeiros. Era transportado um número excessivo de escravizados por navios. O desembarque no Brasil Ao desembarcar na colônia, os africanos eram vendidos nos portos. Famílias capturadas que haviam conseguido ficar unidas eram, então, desfeitas. Os escravos eram minuciosamente analisados pelos compradores. 72 Principais portos de desembarque Salvador, Recife e Rio de Janeiro. Principal destino dos escravizados Fazendas agrícolas. A expansão colonial A agricultura de subsistência As fazendas de gado O Tratado de Madri Em busca de escravos (Bandeirantismo) Ouro na colônia Fiscalização, impostos e contrabando Revolta em Vila Rica Apresentação 8 A expansão colonial e conflitos 73 74 A expansão colonial Um dos principais acontecimentos na América portuguesa no século XVII: a expansão territorial. Criação de gado estendeu-se ao interior nordestino, originando novos povoados. As entradas da vila de São Paulo também contribuíram para a expansão colonial. Inexistência de disputas por terras entre Portugal e Espanha durante a União Ibérica (1580-1640). A partir de 1580, novos núcleos de povoamento surgiram nas atuais regiões Norte e Nordeste. Agricultura de subsistência Primeiros tempos coloniais, a agricultura de subsistência era produzida nos quintais, hortas e pomares de vilas e povoados. 75 Nos quintais criavam-se portos, cabras, galinhas, patos. Nas hortas, plantavam-se verduras e legumes populares na metrópole, além de espécies nativas. Os colonos consumiam alimentos de origem portuguesa, indígena e africana. As fazendas de gado Fonte: FUNDAÇÃO Getúlio Vargas. Atlas histórico do Brasil. Disponível em: <https:// atlas.fgv.br/marcos/ caminhos-do-gado/ mapas/o-nordeste-dacana- e-do-gado-noseculo- 17>. Acesso em: 21 set. 2018. O gado foi sendo transportado para o interior do Brasil no século XVII. As fazendas e currais do interior requeriam baixo capital para sua instalação e pouca mão de obra. 76 Tratado de Madri 77 Entre os tratados assinados por Portugal e Espanha para estabelecer os limites territoriais nas colônias americanas, o principal deles foi o Tratado de Madri. Assinado em 1750, nesse tratado prevaleceu o princípio do uti possidetis. As fronteiras seriam determinadas, principalmente, por acidentes geográficos, como rios e montanhas. Bandeirantismo Na São Paulo de Piratininga, localizada na capitania de São Vicente, os habitantes dedicavam-se ao cultivo de trigo, milho e mandioca. Os paulistas escravizavam indígenas para utilizá-los como mão de obra. 78 Tipos de bandeira Bandeiras de preação O objetivo era a captura de indígenas. Bandeiras de prospecção Realizadas para atender à Coroa portuguesa. Corria‐se pelo interior em busca de metais preciosos. Ouro na colônia 79 Bandeirantes paulistas encontraram em 1693 as primeiras porções de ouro na região do atual estado de Minas Gerais. Com a descoberta, houve grande deslocamento de pessoas para a região, a fim de explorar o ouro. Entre 1707 e 1709, houve a Guerra dos Emboabas, conflito entre paulistas e não paulistas pela exploração do ouro. Os principais núcleos urbanos surgidos na região das minas foram Vila Rica, Mariana e São João del-Rei. O controle metropolitano 80 O governo de Portugal criou leis que assegurassem os privilégios da Coroa na mineração. Foram enviados, para a região das minas, militares e outros servidores, a fim de aplicar as novas leis. Criação da Intendência das minas Tinha sob sua responsabilidade a fiscalização e a exploração das minas, além de garantir a aplicação das leis e de cobrar impostos. Cargo mais alto – superintendente, auxiliado pelos guardas-mores e guardas-menores. O quinto e contrabando 81 Uma das leis criadas pela metrópole determinava que a quinta parte (ou 20%) do total do ouro devia ser enviada a Portugal. Mineradores que não queriam pagar o quinto usavam vários recursos para burlar a lei da fiscalização. Para impedir o contrabando, o governo proibiu a construção de novas estradas e instalou nas já existentes postos de fiscalização, conhecidos como registros. Provedores e escrivães eram responsáveis pela cobrança do imposto sobre o ouro que ainda não havia sido pago. A Revolta de Vila Rica Reação portuguesa Mobilização das tropas dos Dragões Reais. Principais líderes do movimento foram presos, e suas casas foram incendiadas. O tropeiro Filipe dos Santos foi o único condenado à forca. 82 1719 Criação das Casas de Fundição pelo governo português. 1720 Um grupo de mineiros se reuniu para reivindicar o fim das casas de fundição. Todo o material extraído deveria ser levado a essas casas, onde seria fundido e cobrado o quinto. Os líderes eram Pascoal da Silva Guimarães e Filipe dos Santos. image1.png image2.png image3.png image4.png image5.png image6.png image7.png image8.png HIS1_V6.pptx ÍNDICE Unidade 1 3 Unidade 2 23 Unidade 3 42 Unidade 4 59 Unidade 1 Sobre a História Teorias sobre nossas origens América e os primeiros habitantes 3 Sobre a História Área de conhecimento que estuda o processo de mudanças ocorridas nas sociedades. Investiga as permanências, ou seja, aquilo que, mesmo com o passar dos anos, não mudou ou mudou pouco. Permite perceber o modo como as pessoas viviam nos tempos antigos. Estabelece relação entre passado e os tempos atuais para compreender as sociedades. A História é, portanto, o estudo dos seres humanos no tempo. 4 A escrita da História: organizando o tempo 5 Calendários CRISTÃO: conta o tempo a partir do nascimento de Cristo. MUÇULMANO: conta o tempo a partir do ano 622 depois de Cristo. JUDAICO: conta o tempo a partir do ano 3760 antes do nascimento de Cristo. O calendário cristão é o mais usado e divide o tempo em dia, mês, ano, década (10 anos), século (100 anos) e milênio (1 000 anos). Eventos anteriores ao nascimento de Cristo são marcados com a sigla a.C. (antes de Cristo). Para ordenar os fatos e acontecimentos, utiliza-se a linha de tempo, que pode ser construída em unidades de tempo como: anos, décadas, séculos. 6 7 Tempo histórico: tempo relacionado às mudanças e permanências na trajetória dos seres humanos na Terra. Tempo da natureza: organizado com base nos acontecimentos naturais. A organização do tempo histórico em cinco grandes períodos: Essa organização foi criada por historiadores europeus do século XIX. 8 Pré-História Do surgimento do gênero Homo, há cerca de 2 milhões de anos, até a invenção da escrita, ocorrida por volta de 3500 a.C. Idade Antiga De 3500 a.C. até a queda do Império Romano do Ocidente, em 476 d.C. Idade Média De 476 até a invasão da cidade de Constantinopla (atual Istambul) pelos turcos, em 1453. Idade Moderna De 1453 até o início da Revolução Francesa, em 1789. Idade Contemporânea De 1789 até os dias atuais. 9 Críticas: As fontes escritas são mais importantes do que as outras fontes. Valoriza apenas como fatos importantes aqueles ocorridos na Europa. 10 Fontes Históricas Fontes escritas Fontes visuais Cultura material Fontes orais Produzindo conhecimento histórico O historiador escolhe o assunto que quer conhecer e delimita o tempo; Reúne as fontes históricas; Organiza, seleciona e analisa as fontes; Constrói uma interpretação sobre o assunto. Além disso, para construir o conhecimento histórico o historiador necessita do saber elaborado por profissionais de outras áreas, como geógrafos e arqueólogos. 11 Teorias sobre nossas origens 12 Criacionismo: defende que a vida e toda matéria existente são resultados da ação direta de um Criador. Evolucionismo: defende que todos os seres vivos são resultado de um longo processo de evolução. Os primeiros hominídeos 13 Evolucionismo Grupo de primatas originou os primeiros hominídeos. Australopithecus, hominídeos que viveram há cerca de 5,5 milhões de anos. Homo surgiu há cerca de 2 milhões de anos. Homo sapiens sapiens surgiu há cerca de 100 mil anos. Desenvolveu a fala e outras habilidades, garantindo a sobrevivência. A chamada Pré-História pode ser compreendida em dois períodos: 14 Paleolítico Nomadismo. Sedentarismo. Agricultura e domesticação de animais. Instrumentos rudimentares feitos de pedras. Caça, pesca e coleta. Neolítico Instrumentos de pedra polida (maior durabilidade). Consequências das mudanças climáticas (10000 a.C.) 15 Temperaturas elevadas ocasionaram o desaparecimento de animais acostumados a climas frios. Escassez de carne intensificou a busca por outras fontes de alimentos. Desenvolvimento da agricultura e domesticação de animais. Metalurgia: a idade dos metais 16 Por volta de 5000 a.C., os humanos desenvolveram a metalurgia. Por volta de 3000 a.C., descobriram a técnica de fabricação do bronze. Por volta de 1300 a.C., aprenderam a fundir o ferro e aperfeiçoaram instrumentos de guerra e agrícolas. América: como chegaram os primeiros habitantes 17 Hipótese 1: chegaram à América por terra, depois de atravessar o Estreito de Bering, situado entre a Sibéria (Rússia) e o Alasca (Estados Unidos). Hipótese 2: chegaram à América por mar, vindos da Oceania. Após atravessar o Oceano Pacífico, navegando de ilha em ilha em pequenas embarcações, desceram nas costas do continente americano. Outra possibilidade: parte veio a pé, pelo Estreito de Bering, e a outra veio navegando pelo Pacífico. Prováveis caminhos dos povoadores da América Fonte: VIDAL-NAQUET, Pierre; BERTIN, Jacques. Atlas histórico: da Pré-História a nossos dias. Lisboa: Círculo de Leitores, 1990. p. 18. 18 As descobertas sobre os primeiros humanos na América 19 Walter Neves Encontrou o fóssil mais antigo da América em 1999. Crânio feminino com cerca de 11 500 anos. Reconstituição revelou semelhanças com nativos da África e Austrália. Batizada como Luzia. Niède Guidon Pedaços de carvão e de pedra lascada com cerca de 50 mil anos. Refutada por alguns cientistas. Em 2006 foi comprovado que os artefatos foram feitos há cerca de 33 e 58 mil anos. Os antigos habitantes Povo de Lagoa Santa 20 1843: descoberta de ossadas de animais extintos. 1970: descoberta de esqueletos dos primeiros habitantes da América. Os esqueletos revelam que esse povo viveu entre 8 mil e 4 mil a.C.; que era baixo e magro e comia pequenos animais, frutos, peixes e caramujos grandes que viviam nos rios. Povo de Umbu 21 Viveram nas florestas do sul e sudeste do Brasil. Eram habilidosos no trabalho com pedras, produzindo objetos, como facas de corte afiado, anzóis e pontas de flechas. Difundiram entre os primeiros habitantes do território brasileiro o uso do arco e flecha e da boleadeira, objetos que tornaram possível a caça de animais velozes e de pássaros em pleno voo. Povos dos Sambaquis 22 Região do litoral, entre os atuais estados do Espírito Santo e Rio Grande do Sul. Povos que fixavam-se próximos às praias. Viviam dos recursos oferecidos pelo mar, tendo como base alimentar peixes e moluscos. Os restos alimentares eram deixados no chão. Ao longo do tempo esses sedimentos formaram os sambaquis. Unidade 2 Antigo Egito Reino Kush Mesopotâmia Povos da América 23 Antigo Egito: formação No continente africano, há 5000 a.C., os habitantes das aldeias próximas ao Rio Nilo aproveitaram os períodos das cheias para desenvolver a agricultura. Posteriormente, os habitantes dessas aldeias se organizaram em nomos (províncias). 24 Junho e novembro, período das chuvas e cheia do Rio Nilo. Novembro, as águas baixam e a terra fica coberta de húmus. Semeadura da terra. Abril e junho, época da colheita. Império Egípcio 25 As disputas entre nomos deram origem a dois grandes reinos. Por volta do ano 3100 a.C., o rei Menés unificou os dois reinos. Menés tornou-se o primeiro faraó, fundando a primeira dinastia. A história política do Império pode ser dividida em três períodos: 26 Antigo Império Estabilidade política Médio Império Expansão territorial Novo Império Expulsão dos invasores Progresso econômico Disputas internas pelo poder Prosperidade material Organização de um poderoso exército Conquista do Reino de Kush Domínio do rio Eufrates Organização social Religiosidade 27 Faraó Altos funcionários e sacerdotes Artesãos, comerciantes e militares Camponeses e os escravos Politeístas Divindades podiam ter formas humana, animal ou híbrida (zoomórfica) Vida pós-morte Técnicas de mumificação Reino Kush 28 O Reino de Kush foi bastante influenciado pelo Egito. Há inúmeros indícios a respeito das trocas comerciais entre esses povos. Por volta de 1530 a.C., o Reino de Kush foi conquistado pelos egípcios, mas, após uma longa guerra, os cuxitas dominaram o Egito, iniciando a dinastia dos faraós negros. Organização social 29 Rei e família Nobres e sacerdotes Agricultores e criadores de animais Artesãos, comerciantes, militares e pequenos funcionários Mulheres podiam atuar na vida política. Características do Reino Kush A escolha do rei era feita por meio do voto dos líderes das comunidades; Atividades econômicas Pecuária Agricultura Mineração Artesanato Comércio Mesopotâmia 30 Faixa de terra entre rios Caldeus Amoritas Acádios Sumérios Assírios Características dos povos que habitaram a Mesopotâmia: 31 Sumérios Norte da Mesopotâmia Área de intensa circulação de pessoas Caldeus Segundo Império Babilônico Revoltas internas Assírios Primeiro Império Babilônico Centro-sul da Mesopotâmia, por volta de 1900 a.C. Amoritas Conquista das cidades sumérias Acádios Sul da Mesopotâmia há cerca de 4000 a.C. Ur, Uruk, Eridu e Lagash Cidades-Estado Palácios, templos e zigurates Escrita cuneiforme Primeiro governo centralizado Império desaparece em pouco tempo Código de Hamurabi Exército poderoso Em 612 a.C., a capital assíria foi destruída pelos caldeus Em 539 a.C., o Império foi conquistado pelos persas Estrutura hierárquica do corpo social mesopotâmico Campo: cultivo de cereais, linho, algodão, legumes e hortaliças. Cidade: comércio realizado por artesãos especializados. Intenso comércio com regiões vizinhas. Produtos obtidos pelos mesopotâmicos em outras regiões Fonte: REDE, Marcelo. A Mesopotâmia. São Paulo: Saraiva, 1997. p. 20. (Que história é esta?). Sociedade Economia 32 Povos da América 33 Diversidade cultural Civilizações anteriores à chegada dos europeus Cidades-Estado Impérios Indígenas das terras do atual Brasil Império Asteca O Império Asteca (início do século XVI) Fonte: BETHELL, Leslie (Org.). História da América Latina colonial. São Paulo: Edusp, 2004. v. 1. p. 56. Astecas (mexicas) chegaram ao Vale do México em 1325. Tenochtitlán. Império composto por diversos povos. Subordinação dos povos conquistados. 34 35 Capital do Império: cidade de Tenochtitlán Formada por ruas retas e amplas, canais e aquedutos, templos e por um mercado central movimentado. Em 1521, a capital asteca foi invadida e conquistada pelos espanhóis. Civilização Maia A civilização maia (séculos III ao XV) Fontes: DUBY, Georges. Atlas historique mondial. Paris: Larousse, 2003. p. 236; ATLAS geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2016. p. 32. Origem da civilização nas Montanhas da Guatemala. Desenvolveram técnicas que permitiram o cultivo e consumo de plantas como: milho, pimenta e feijão. A partir do ano 900, abandonaram as cidades e se espalharam pela região. 36 Características do povo Maia: 37 Cidades independentes formadas por palácios, estradas e templos em forma de pirâmide. Inventores de um tipo de cimento usado nas construções. Unidade baseada no culto aos deuses, língua, saberes e técnicas. Conhecedores de astronomia, podiam prever eclipses e calcular a duração do ano com precisão. Império Inca Apogeu do Império Inca (1532) Fonte: KINDER, Hermann; HERGT, Manfred; HILGEMANN, Werner. Atlas histórico mundial: de los orígenes a nuestros días. 22. ed. Madrid: Akal, 2007. p. 234. Filhos do Sol, mito sobre a origem divina dos incas. Viviam nas terras altas, onde ergueram a cidade de Cuzco. Expansão territorial por meio de alianças e guerras. Construíram o maior império indígena da América. 38 Machu Picchu 39 Importante cidade do Império Inca Erguida nas montanhas a cerca de 2 400 metros. Abandonada logo após a chegada dos europeus. Redescoberta no século XX, atualmente é considerada patrimônio da humanidade. Indígenas do atual Brasil Povos indígenas onde hoje é o Brasil (em 1500) Fonte: ALBUQUERQUE, Manoel Maurício de et al. Atlas histórico escolar. Rio de Janeiro: FAE, 1991. p. 12. Viviam nas terras do atual Brasil cerca de 3 a 5 milhões de indígenas. Os povos que habitavam a região litorânea falavam a língua do tronco linguístico Tupi. Cada povo tinha características e cultura próprias. 40 Tronco linguístico: conjunto de línguas que têm a mesma origem. No Brasil há dois troncos linguísticos principais: o tupi e o macro-jê. 41 Unidade 3 Antiguidade clássica Grécia antiga Roma antiga 42 Antiguidade clássica 43 Antiguidade clássica se refere à Grécia e à Roma antigas. Europa moderna (século XVIII) constrói suas raízes no conceito de Antiguidade clássica. No século XIX, o Egito antigo e a Mesopotâmia passaram a fazer parte do conceito europeu de Antiguidade clássica. Registros revelaram que parte da religião cristã havia se originado dessas civilizações. Atualmente, o conceito de Antiguidade abrange também a América, a África e a Ásia. Grécia antiga Grécia antiga (século VI a.C.) Fonte: PARKER, Geoffrey. Atlas da história universal. Lisboa: Verbo, 1996. p. 115. Localização: parte sudeste abrangendo a Grécia Continental, a Grécia Insular e a Grécia Asiática. Território montanhoso e pouco fértil. Litoral com características que facilitaram a navegação, estimulando o comércio marítimo. 44 Oikos Ilustração, baseada em pesquisa histórica, com a representação do que poderia ter sido esse local. 45 Grécia antiga Jônios, eólios e dórios Oikos Família e membros; dependentes; animais e bens Grupos responsáveis por dar origem à cidade-Estado grega Cidade-Estado Território agrícola Núcleo urbano Acrópole Expansão A colonização grega (750-550 a.C.) Fonte: HILGEMANN, Werner; KINDER, Hermann. Atlas historique. Paris: Perrin, 1996. p. 46. No século VIII a.C., o crescimento populacional promoveu a necessidade de busca de novas terras para a produção agrícola. A concentração de terras férteis nas mãos de grandes proprietários levou pequenos proprietários a pedir empréstimos. A falta de pagamento das dividas permitiu a escravização desses indivíduos. A busca de novas terras em áreas distantes possibilitou a fundação de novas cidades, as colônias. 46 Atenas 47 Fundada pelos jônios, por volta do século X a.C. Cargos políticos ocupados pela aristocracia ateniense. 594 a.C., reforma política proposta por Sólon. Insatisfação das outras camadas da população. Democracia ateniense 48 508 a.C., reformas de Clístenes. Surge a democracia ateniense com maior participação dos cidadãos. Assembleia do povo. Conselho dos Quinhentos. Escravos, mulheres e estrangeiros eram excluídos da vida política. Ostracismo. 50 a.C., Péricles criou um Tribunal Popular aperfeiçoando a democracia ateniense. Esparta 49 Fundada pelos dórios. Cidade-Estado militarizado. Órgãos do governo espartano: Gerúsia, Ápela, Eforato. Exercício político realizado por uma oligarquia. Sociedade espartana Espartanos: descendentes dos dórios, considerados os únicos com direito à cidadania. Periecos: homens livres, porém sem direito à cidadania. Hilotas: descendentes dos messênios; povo vencido e submetido pelos espartanos. 50 Religiosidade 51 Politeísta: crenças em diversos deuses. Olimpo: montanha que passou a ser considerada o céu dos gregos. Cidades gregas: construíam templos e santuários aos deuses. Religião cívica: festividades para os deuses da cidade para obter benesses. Mitologia: conjunto de mitos que contam a história dos deuses e heróis. Roma antiga Povoadores da Península Itálica (500 a.C.) Fonte: ATLAS da história do mundo. São Paulo: Folha/Times Books, 1995. p. 86. Localização: península itálica, banhada pelos mares Adriático, Tirreno e Mediterrâneo. Principais povoadores da península itálica: itálicos, etruscos e gregos. VIII a.C.: fundação da cidade de Roma. 52 Monarquia romana 53 Estrutura da política romana - Rei - Senado - Assembleia 753 a.C.-509 a.C., na cidade de Roma os chefes das famílias se reuniam para discutir assuntos de seu interesse. 600 a.C., os etruscos se estabeleceram na cidade e, aos poucos, foram ganhando poder até conseguirem o governo da cidade. Roma prosperou e foi modernizada. Sociedade romana Patrícios: nobres. Plebeus: pequenos agricultores, artesãos ou mercadores. Clientes: servidores. Escravos: prisioneiros de guerra e devedores. República romana 509 a.C., os patrícios derrubaram o rei etrusco Tarquínio, o Soberbo. Governada por magistrados, Senado e Assembleias. Senado: membros vitalícios que controlavam o tesouro público e decidiam sobre questões de guerra e paz. Assembleias: organizadas em três tipos: assembleia das tribos, da plebe e centuriata. Mulheres e escravos não participavam da vida política. 54 Lutas por direitos Os plebeus iniciaram lutas por igualdade e promoveram muitas revoltas, que resultaram na conquista de direitos. 55 494 a.C. Tribunato da Plebe Direito de eleger um tribuno para a defesa de interesses dos plebeus. 450 a.C. Lei das Doze Tábuas Primeiras leis escritas em placas de bronze. 445 a.C. Lei Canuleia Permissão do casamento entre patrícios e plebeus. 367 a.C. Leis Licínias-Séxtias A primeira determina que um dos cônsules deveria ser plebeu. A outra cancela parte da dívida que os plebeus tinham com os patrícios. Expansão romana Conquista da Península Itálica (séculos V a.C. e III a.C.); Guerras Púnicas (264 a.C. e 146 a.C.): conquista de Cartago; Conquistas: Macedônia, Grécia e parte da Ásia Menor; Conquista da Gália, norte da África e Egito (século I a.C.). Terras sob o domínio romano (século I a.C.) Fonte: GUARINELLO, Norberto Luiz. História Antiga. São Paulo: Contexto, 2014. p. 140. 56 Consequências 57 Escravização dos povos vencidos nas guerras Grandes propriedades de terra que produziam vinho e azeite de oliva, por meio de mão de obra escrava. Revolta de Espártaco. A luta pela terra Grandes proprietários de terra se beneficiavam com as guerras. Pequenos produtores prejudicados. 133 a.C.: reforma agrária proposta por Tibério Graco. 123 a.C.: Caio Graco amplia a reforma iniciada por Tibério Graco. 58 Os generais romanos Primeiro triunvirato: formado por Júlio César, Pompeu e Crasso se reúnem para controlar o poder em Roma. Júlio César tomou o poder em Roma, exigindo o cargo de ditador. 44 a.C., assassinato do Júlio César. Segundo triunvirato: formado por Otávio, Marco Antônio e Lépido, após a morte de Júlio César. Disputa de poder entre os generais. Otávio vence seus oponentes dando início ao Império Romano. Ascensão militar Exército insatisfeito com a República. 107 a.C., reforma militar instituindo-se o pagamento de salários a soldados. Os generais ganharam força e passaram a disputar o poder político. Unidade 4 Império Romano Crise do Império e os povos do Mediterrâneo Feudalismo 59 Império Romano 60 Novo regime político, que se inicia em 27 a.C. Ascensão de Otávio Augusto a imperador. Reformas administrativas. Modernização da cidade de Roma. Pax Romana. 117 d.C., sob o governo de Trajano, o Império atingiu sua maior extensão territorial. Império Romano: extensão máxima (século II) Fonte: DUBY, Georges. Atlas historique mondial. Paris: Larousse, 2003. p. 27. 61 Características do Império 62 Abrangia territórios de três continentes: Europa, África e Ásia. Diversidade étnica e religiosa. Grupos sociais presentes nas cidades romanas: italianos, estrangeiros, livres, escravos e libertos. Identidade romana construída por meio do culto ao imperador e à sua família. Língua do Império: latim. Aliança com as elites provinciais e um exército forte sustentavam o Império. Economia e circulação de pessoas e culturas no Mediterrâneo A economia do Império Romano (século II d.C.) Fonte: KINDER, H.; HILGEMANN, W.; HERGT, M. Atlas histórico mundial. Madri: Akal, 2012. p. 106. A estabilidade política romana favoreceu a economia. A intensa troca comercial era realizada na região do Mediterrâneo e envolvia as metrópoles do Império Romano, Atenas, Éfeso, Antioquia, Cartago e Alexandria. Além dos produtos, circulavam pelo Mediterrâneo antigo pessoas, técnicas, línguas e culturas diversas. 63 Contribuições romanas 64 Engenharia: Desenvolveram técnicas de um sistema para distribuição de água nas cidades, o aqueduto. Língua Latim Lácio Língua dos romanos foi incorporada à língua dos povos vencidos Línguas neolatinas Direito romano Século V a.C.: Leis das Doze Tábuas. Posteriormente, novas leis foram formuladas pelos juristas romanos, servindo de base para os códigos civis de muitos países da Europa e da América Latina. Crise do Império e os povos do Mediterrâneo 65 Século II, crise do Império Romano Crescentes gastos para manutenção do Império Aumento de impostos Desvalorização da moeda Ruralização do Império Ameaça germânica nas fronteiras do Império Migração das cidades para o campo Colonato Enfrentando a crise Imperador Diocleciano: tetrarquia como modelo de governo Imperador Constantino: transferiu a capital do Império para Bizâncio Imperador Teodósio: dividiu o território em Império Romano do Ocidente e Império Romano do Oriente Império dividido: promoveu melhorias na administração; em contrapartida, suas fronteiras sofreram maior pressão germânica. O Império Romano dividido (século IV) Fonte: VIDAL-NAQUET, Pierre; BERTIN, Jacques. Atlas histórico: da Pré-História aos nossos dias. Lisboa: Círculo de Leitores, 15º L 1990. p. 29. 66 Consequências da crise 67 Descrença na religião oficial do Império Busca por conforto para as aflições. Ascensão do cristianismo Jesus Cristo prega o amor e a igualdade entre as pessoas e condena a violência. Perseguição e morte de Jesus Cristo. Transmissão dos seus ensinamentos. Perseguição aos seguidores de Cristo. Constantino, em 313, concede liberdade ao culto cristão. Em 380, no governo de Teodósio, o cristianismo se torna religião oficial do Império. Povos germanos Os germanos da época da ascensão do rei ostrogodo Teodorico (493-526) Fonte: DUBY, Georges. Grand atlas historique. Paris: Larousse, 2003. p. 35. Habitavam a região da Germânia. Diferentes povos: alamanos, burgúndios, francos, godos, jutos, ostrogodos, saxões, suevos, vândalos, visigodos, entre outros. Aspecto comum: povos guerreiros e agricultores. 68 Características 69 Belicosos Organizados em comitatus Subordinação a um chefe militar Chefes conquistam poder e riquezas, alguns tornaram-se reis Relações entre romanos e germanos 70 Contatos iniciais pacíficos e por meio de: - serviço militar - agricultura - comércio - casamentos Trocas culturais entre germanos e romanos. Assimilação de costumes, valores e técnicas dos romanos. Influências germanas na cultura material e língua oficial do Império. Migrações e final do Império Romano Germanos no Império: migrações e invasões (séculos I ao V) Fonte: DUBY, Georges. Grand atlas historique. Paris: Larousse, 1999. p. 37. Conflitos entre hunos e germanos. Intensificação do ataque germano a Roma. Sucessão de ataques e saques ao Império. Em 476, fim do Império Romano do Ocidente. 71 Império Bizantino Império Bizantino (século VI) Fonte: DUBY, Georges. Atlas historique mondial. Paris: Larousse, 2003. p. 34. Império Romano do Oriente resistiu à invasão germânica e sobreviveu por mais de mil anos com o nome de Império Bizantino. Constantinopla, capital do Império. Posição geográfica privilegiada. Imperador como representante de Deus. Era autoridade nos assuntos terrenos e religiosos. Imperador Justiniano (527 a 565): reconquista de terras tomadas pelos germanos. Custos da reconquista: aumento de impostos e insatisfação popular. 72 Maomé e a expansão islâmica Arábia: berço de uma nova religião, o islamismo. Monoteísta, fé em um único Deus. Muçulmanos, seguidores de Maomé. Em 622, ocorreu a Hégira. Conquista de Meca, a capital da religião muçulmana. Populações árabes da cidade e deserto unidas por meio do islamismo. A expansão islâmica entre 622 e 750 Fonte: KINDER; Hermann; HERGT, Manfred; HILGEMANN, Werner. Atlas Histórico Mundial: de los Orígenes a nuestros días. Madrid: Akal, 2007. p. 124. Califas, após a morte de Maomé, promovem a expansão do islamismo, cujos interesses eram: Controle de vias comerciais; A Jihad; Quem morresse pelo islamismo ganharia o paraíso. Em cem anos de batalhas, conquistaram um grande império. 73 Mediterrâneo Mediterrâneo: espaço de interação (séc. VIII e IX) Fonte: VIDAL-NAQUET, Pierre; BERTIN, Jacques. Atlas histórico: da Pré-História aos nossos dias. Lisboa: Círculo de Leitores, 1990. p. 29. Séculos VIII e IX: o Mediterrâneo era cruzado por comerciantes árabes muçulmanos, bizantinos, judeus, sírios, africanos, gregos, italianos, entre outros. Além das mercadorias, circulavam também ideias, práticas, línguas, religiões e saberes. 74 Feudalismo 75 Reinos formados por povos germanos Reino dos Francos Império Carolíngio Formação da Europa medieval Reino dos Francos Povos germanos: bélicos e envolvidos em muitos conflitos. Francos: conquistam a Gália e fundam um reino. Dinastia merovíngia. Reinado de Clóvis (482-511): expansão franca ganhou maior impulso. Conquista de territórios por meio de armas e do matrimônio. Clotilde, princesa cristã do reino da Burgúndia. Clóvis converteu-se ao cristianismo, em 496. E, com o apoio da Igreja, continuou expandindo seu reino. Expansão dos francos (séculos V e VI) Fonte: DUBY, Georges. Atlas historique mondial. Paris: Larousse, 2001. p. 32. 76 Império Carolíngio Reis indolentes perdem o trono por meio de um golpe. Pepino, o Breve, declara-se rei, o primeiro da dinastia carolíngia. Aliança com a Igreja Católica. Carlos Magno, filho e sucessor de Pepino, o Breve, coroado imperador pelo Papa. Unidade à Europa cristã e expansão militar. O Império Carolíngio (século VIII) Fonte: DUBY, Georges. Atlas historique mondial. Paris: Larousse, 2001. p. 38. 77 Divisão do Império Carolíngio (Tratado de Verdun, em 843) Fonte: DUBY, Georges. Atlas historique mondial. Paris: Larousse, 2001. p. 38. Vassalagem: nobres estabeleciam laços de dependência e fidelidade junto ao rei. Administração do Império por meio da divisão das terras entre condes, duques e marqueses. Morte de Carlos Magno. Luís, o Piedoso, teve dificuldade em impor sua autoridade. Disputas entre herdeiros pelo trono. Tratado de Verdun, em 843. Fragmentação do Império Carolíngio, fortalecimento dos nobres. 78 Formação da Europa medieval 79 Elementos que contribuíram para a formação da Europa medieval Colonato: origem romana Comitatus: origem germânica Cristianismo Feudalismo Doação de feudos Suserania e vassalagem Suserano: auxílio militar e defesa em julgamentos Vassalo: auxílio militar; ajuda financeira e testemunha em julgamentos Cerimônia homenagem e o juramento de fidelidade Senhor: autoridade máxima Sociedade feudal 80 Clérigos (oram) Bispos, abades, monges e párocos. Ministram os sacramentos. Orientam e amparam os necessitados. Muitos clérigos detinham grandes extensões de terra. Nobres (guerreiam) Reis, duques, marqueses, condes, viscondes, barões. Oferecem proteção aos camponeses. Guerra, caçada e torneios. Trabalhadores (trabalham) Servos, vilões e escravos. Recebiam proteção senhorial. Cultivam a terra para o sustento. Pagamento dos impostos: corveia, talha e banalidade. Pagamento do dízimo à Igreja. Senhorio Organização: Manso senhorial. Terras comunais. Manso servil. Castelo. 81 Igreja e cristianismo 82 Consolidação da Igreja como instituição. Acúmulo de patrimônio. Em 445, o imperador romano concedeu ao bispo de Roma autoridade sobre os outros bispos e passa a designá-lo papa. Crise e as ordens religiosas Crítica `a ociosidade. Vida monástica. Ordens religiosas inauguradas pelos Beneditinos. Trabalhos sociais e evangelização. image1.png image2.png image3.png image4.emf image5.jpeg image6.png image7.png image8.jpeg image9.jpeg image10.jpeg image11.jpeg image12.png image13.jpeg image14.png image15.jpeg image16.png image17.jpeg image18.png image19.jpeg image20.jpeg image21.jpeg image22.png image23.jpeg image24.jpeg image25.jpeg image26.jpeg image27.jpeg image28.jpeg image29.jpeg image30.jpeg image31.jpeg image32.png HIS1_V7.pptx 1 ÍNDICE Unidade 1 3 Unidade 2 23 Unidade 3 43 Unidade 4 67 2 Unidade 1 Povos indígenas na América: astecas, maias, incas e tupis. Povos e culturas africanas: malineses, bantos e iorubás. 3 3 Os astecas 4 Viveram em Aztlán, no norte da América, até por volta do século XII. Chegaram ao Vale do México no início do século seguinte e, em 1325, fundaram a cidade de Tenochtitlán. Os astecas dominaram diversos povos da região, fundando o Império Asteca. Tenochtitlán, localizada à beira do lago Texcoco, foi a capital desse Império. Além de pagar impostos, os povos dominados eram obrigados a cultuar deuses astecas. Saberes e técnicas astecas 5 Em Tenochtitlán, destacavam-se as chinampas, ilhas artificiais feitas sobre estacas fixadas no fundo do lago. A fertilidade das terras pantanosas garantia a produção de alimentos. Nessas ilhas, os astecas cultivavam flores, verduras e plantas medicinais, entre outros. Tenochtitlán era também cortada por canais e aquedutos, ruas largas e retas. Os maias 6 Os ancestrais maias viviam nas montanhas da atual Guatemala desde 2500 a.C. Domesticaram o milho, a pimenta e o feijão e se estabeleceram na Península de Yucatán. Viviam em cidades-Estado e nunca chegaram a constituir um império. Em caso de guerra contra um inimigo comum, as cidades se organizavam em confederações. Civilização maia Fonte: DUBY, Georges. Atlas historique mondial. Paris: Larousse, 2011. p. 236. Desenvolveu-se na área que corresponde ao atual sul do México, quase toda a Guatemala, parte de El Salvador, parte de Honduras e Belize. 7 As pirâmides 8 Esteio para os templos religiosos. Algumas tinham mais de 60 metros de altura. Muitas cidades surgiram em torno de centros religiosos. Sociedade maia Nobres e sacerdotes ajudavam o governante máximo de cada cidade a dirigi-la. Abaixo deles vinham os artesãos e os trabalhadores livres, agricultores em sua maioria. Camponeses pagavam impostos entregando parte do que produziam e com trabalhos gratuitos. Os incas 9 Acredita-se que os incas chegaram à Cordilheira dos Andes por volta do século XIII. Começaram como camponeses e pastores e ergueram a cidade de Cuzco. Aos poucos, ampliaram seus domínios, aliando-se aos povos da região ou submetendo-os. Em 1438, fundaram o Império Inca, dividido em várias regiões administrativas. Sociedade inca Imperador era visto como semidivino e possuía enormes poderes. Eram provenientes da nobreza. Viviam em cidades e eram sustentados pelo governo. Constituíam a maior parcela da população. 10 Inca Sacerdotes e chefes militares Camponeses Artesãos, soldados, projetistas e funcionários públicos Técnica e trabalho incas Produção agrícola Sistema de terraços: nos degraus mais altos, cultivo de vegetais resistentes ao frio; nos do meio, cultivo de milho, abóbora e feijão; nos mais baixos, plantio de árvores frutíferas. Pastoreio Criação de lhama e alpaca: animais usados no transporte; dos quais se obtinha o leite e a lã. 11 Os tupis 12 Calcula-se que, em 1500, a população tupi era de 1 milhão de pessoas. Origem comum dos povos tupis: a atual Floresta Amazônica. Por volta de 500 a.C., eles começaram a se expandir. Também obtinham alimento por meio da caça e da pesca. Praticavam a agricultura, com destaque para o cultivo da mandioca. Entre os tupis que habitavam o litoral estavam: os tupinambás. África: aspectos físicos Fonte: SOUZA, Marina de Mello e. África e Brasil africano. São Paulo: Ática, 2006. p. 13. Saara: viviam povos nômades, chamados berberes. Sahel: viviam povos negros chamados, genericamente, de sudaneses (bambaras, fulas, mandingas, hauçás). 13 Império do Mali 14 Localizado no Sudão Ocidental, entre os rios Senegal e Níger. O que se sabe sobre esse Império provém dos griôs. Fundado por Sundiata Keita, que venceu os sossos em 1235 e outros povos vizinhos. Sundiata Keita converteu-se ao islamismo. No Mali, o imperador era a maior autoridade, mas ele ouvia seus auxiliares. Tombuctu 15 Situada às margens do rio Níger. No século XIV, tornou-se também um importante centro intelectual do mundo. Ponto de chegada e de partida das caravanas comerciais que atravessavam o deserto. A força e o declínio do Império do Mali Motivos que podem explicar a longa duração do Império do Mali Poderoso exército. Controle de áreas de extração do ouro. Estrutura administrativa eficiente. Consulta aos povos dominados e respeito às suas tradições e religiões. 16 O Império do Mali chegou a ter cerca de 45 milhões de habitantes e durou 230 anos. Entrou em declínio devido a conflitos entre seus líderes e ao surgimento de novos centros de poder. Os bantos 17 17 Viviam e vivem ao sul do deserto do Saara. Possuíam uma origem comum e falavam línguas aparentadas (línguas bantas). Deslocaram-se de onde hoje é a República dos Camarões para o centro, o leste e o sul da África. Os bantos eram povos agricultores e tinham domínio sobre a produção de ferro. Reino do Congo 18 A bacia do rio Zaire era habitada por grupos bantos, como o bacongo, o luba, o lunda e o quicongo. Nimi-a-Lukeni recebeu o título de manicongo e passou a ser considerado o herói fundador do Reino do Congo. O Reino do Congo passou a controlar um amplo território, sendo intenso o comércio nesse reino. Segundo uma tradição, no final do século XIII, os bacongos dominaram grupos menores falantes do umbundo e do quicongo. Bantos no Brasil Maioria dos africanos que entraram como escravos no Brasil, entre os séculos XVI e XIX, era falante de línguas bantas. Influência das línguas bantas no português brasileiro. Palavras de origem banta 19 Berimbau Moleque Quiabo Os iorubás 20 Construíram uma civilização marcadamente urbana. Cidades de ruas e avenidas retas e mercados movimentados. Principais cidades: Ifé, Keto e Oió (capital política). Os iorubás não chegaram a compor um Estado centralizado. Ifé era considerada a cidade sagrada dos iorubás. Política e economia Economia baseada no comércio. Comerciantes circulavam por terra e pelos rios em canoas carregadas de produtos. 21 Cidade de Oió Capital política. Ifé Esplendor entre os séculos XII e XV. Nela havia bairros especializados em curtume, serralheria e fundição. Cidade sagrada dos iorubás. Em Ifé, o poder político era exercido pelo oni. Iorubás no Brasil Herdeiros da influência iorubá Trazidos ao Brasil principalmente após a destruição da cidade de Oió em 1830. Grande número entrou pelo porto de Salvador. 22 22 Música Olodum Ilê Aiyê Margareth Menezes Artes plásticas Emanoel Araújo Mestre Didi Carybé Menelaw Sete Unidade 2 O revigoramento do comércio e das cidades. As Cruzadas. Renascimento. Humanismo. Reforma e contrarreforma. 23 Mudanças na Europa feudal Inovações técnicas 24 Expansão da área de cultivo Inovações técnicas Mudanças significativas pelas quais passou a Europa feudal a partir do século XI Charrua Sistema de rotação trienal Novo modo de atrelar o cavalo Difusão de moinhos Ilustração atual de uma charrua feita com base em pesquisa Sistema de rotação trienal 25 O revigoramento do comércio e das cidades 26 26 Com o aumento da oferta de alimentos, menos pessoas precisavam trabalhar na agricultura. Muitos camponeses deixaram o campo em busca de outro meio de vida. Os moradores do campo passaram a trocar o que produziam por artigos produzidos nas cidades. Isso estimulou o artesanato, o comércio local e a vida urbana. Comércio de longa distância A partir do século XI, o comércio europeu de longa distância também se intensificou. 27 27 Algumas rotas - Cidades italianas ao Oriente. - Sul ao norte da Europa por terra. - Cidade do norte da Europa. Feiras - Surgidas com o aumento do comércio. - Duravam de 15 a 60 dias. - Nelas, surgem os cambistas, que faziam a troca de moedas. Novas cidades - Surgem com o aumento do comércio e do artesanato. - Algumas cidades nascem ao redor das feiras, outras próximas de rios ou de castelos. As Cruzadas Fonte: DUBY, Georges. Atlas historique mondial. Paris: Larousse, 2001. p. 66-68. Em 1095, o papa Urbano II convocou os cristãos para uma guerra contra os “infiéis”, a fim de reconquistar a Terra Santa, conquistada pelos turcos em 1071. Assim, iniciaram-se as Cruzadas. 28 Motivos das Cruzadas 29 - Os dirigentes da Igreja queriam deslocar os combates para fora da Europa. - Mercadores ambicionavam aumentar o comércio com o Oriente. - Nobres esperavam obter terras. - Pessoas esperavam obter a salvação eterna. Primeira Cruzada (1096-1099) Segunda Cruzada (1147-1149) Terceira Cruzada (1189-1192) Quarta Cruzada (1201-1204) Fome e epidemia Crise prolongada na Europa, marcada por fome, doenças, guerra e revoltas sociais, nas primeiras décadas do século XIV. 30 30 Fome: crise ocorrida entre 1315 e 1317 Oferta de alimento insuficiente. Chuvas torrenciais. Más colheitas. Epidemia: crise ocorrida entre 1347 e 1350 Péssimas condições de higiene. Ausência de esgoto e de coleta de lixo. Doença transmitida pela pulga dos ratos. Áreas agrícolas usadas para criação de animais. Revoltas e guerras Contribuiu para a crise do século XIV. Envolveu a França e a Inglaterra. Motivo: disputa pela rica região de Flandres e o rei inglês queria se tornar rei da França. Aumento do controle da nobreza sobre os camponeses. Elevação de impostos cobrados pelos reis. Na França: Jacquerie (1358). Na Inglaterra, Revolta de Wat Tyler (1381). Guerra dos Cem Anos (1337-1453) Revoltas 31 31 Renascimento Renascimento foi um movimento cultural intenso que começou no século XIV nas cidades italianas, propagando-se pela Europa. 32 Algumas características Valorização do passado greco-romano. Antropocentrismo. Individualismo. Uma nova visão de tempo. O humanismo Movimento intelectual que propunha o estudo dos autores antigos (gregos e romanos) para construir um novo conhecimento do ser humano e do mundo. 33 Humanistas Opuseram-se às verdades da Igreja. Eram cristãos que queriam reinterpretar a Bíblia. Traduziram e divulgaram textos dos antigos. Aprofundaram o conhecimento de línguas, literatura, filosofia, história e matemática. Propuseram o uso da razão e da experiência para se chegar à verdade. Técnicas do Renascimento Os artistas do Renascimento introduziram inovações técnicas que marcaram a história da arte. 34 O realismo nas representação A iniciativa de o artista pintar a si próprio O domínio da perspectiva Fases do Renascimento O Renascimento italiano pode ser dividido em três fases: 35 Trecento (século XIV) Período de transição para a arte renascentista. Dante Alighieri e Giotto di Bondone. Quattrocento (século XV) Florença tornou-se o principal centro da arte renascentista. Cinquecento (século XVI) Roma passou a ser o principal polo cultural do Renascimento. Brunelleschi, Donatello e Botticelli. Leonardo da Vinci, Michelangelo Buonarroti e Rafael Sanzio. A expansão do Renascimento Grandes nomes do Renascimento se destacaram em outros países europeus. 36 Portugal Luís Vaz de Camões (1524-1580). Espanha Miguel de Cervantes (1547-1616). Inglaterra Thomas Morus (1478-1535). Obra: Os Lusíadas. Obra: Dom Quixote de La Mancha. Obra: Utopia. Obra: Hamlet, Romeu e Julieta e outras. William Shakespeare (1564-1616). Reforma A Reforma foi a maior divisão já verificada no interior do cristianismo. Primeiros reformadores - Wycliffe (1320-1384) - Jan Huss (1369-1415) 37 Motivos da Reforma O poder universal do papa. Corrupção e despreparo do clero. A venda de indulgências e falsas relíquias. A Reforma de Lutero 38 Em 1517, o papa prometeu indulgência plena para quem contribuísse para construir a nova Basílica de São Pedro. Indignado, Martinho Lutero pregou na porta de sua paróquia as 95 teses. Por insistir nas suas ideias, Lutero foi expulso da Igreja pelo papa. Refugiado no castelo de um nobre, traduziu a Bíblia para o alemão. Lutero fundou uma nova Igreja e criou uma nova doutrina. João Calvino Diferente de Lutero, Calvino acreditava na predestinação absoluta. 39 Com Lutero, Calvino defendia: A Salvação pela fé. Apenas dois sacramentos: o Batismo e a Eucaristia. O fim do culto às imagens. A Reforma na Inglaterra Conduzida pelo rei Henrique VIII, que desejava o fim da interferência do papa e dos impostos cobrados pela Igreja Católica. Estopim O rei pediu a anulação de seu casamento com Catarina de Aragão. O papa não concedeu a anulação. Henrique VIII rompeu com a Igreja e casou-se com Ana Bolena. O papa anulou o casamento e excomungou o rei. O Parlamento reagiu apoiando o rei e aprovou o Ato de Supremacia (1534). 40 A Reforma Católica 41 Realizada para conter o avanço do protestantismo e fortalecer o catolicismo. Reforma impulsionada pelos jesuítas e pelo Concílio de Trento. Fez uso do Tribunal do Santo Ofício, também chamado de Inquisição, para reprimir e punir seus adversários. Ordem dos Jesuítas Fundada em 1534 pelo espanhol Inácio de Loyola. Dedicaram-se a divulgar o catolicismo na Europa e a evangelizar os povos da Ásia, da África e da América. Também atuaram na educação. Concílio de Trento 42 Ocorreu de 1545 a 1563, tendo sido interrompido diversas vezes devido a guerras e a uma peste. Rejeitou as doutrinas de Lutero e de Calvino. Considerou crime a venda de indulgências e reafirmou o poder do papa. Conservou os sete sacramentos e o culto à Virgem e aos santos. Propôs a criação de seminários e reeditou o Index. Unidade 3 O fortalecimento do poder dos reis O absolutismo Característica do mercantilismo As monarquias ibéricas O comércio de especiarias As Grandes Navegações A conquista das terras astecas A conquista das terras incas Novo olhar sobre as razões da conquista espanhola América portuguesa: colonização As disputas pela nova terra O Governo-Geral A economia colonial 43 O fortalecimento do poder real O rei protegeu o comércio e concedeu aos burgueses cargos públicos. A burguesia passa a apoiar o rei por meio de doações e empréstimos. Os reis pagam pensões e oferecem altos postos no exército real à nobreza. Nobreza se aproxima do rei, visando manter privilégios. Os camponeses passam a ver o rei como protetor. Aos poucos, o rei obteve recursos para montar um exército e pagar funcionários reais. 44 A monarquia inglesa Guilherme I (século XI) - Instituiu que os senhores feudais deveriam prestar juramento apenas ao rei. - Dividiu as terras inglesas em condados e nomeou funcionários para administrá-las. - Proibiu guerras particulares entre a nobreza. Henrique II (1154-1189) - Acelerou o processo de fortalecimento do poder real. - Exigiu que todas as questões fossem julgadas por tribunais reais. João Sem- -Terra (1199-1216) Henrique III (1216-1272) - Determinou sucessivos aumentos de impostos para custear gastos militares. - Foi obrigado pela nobreza a assinar a Magna Carta (1215), limitando seu poder. - Impôs novos impostos. - Burguesia ganhou o direito de participar do Grande Conselho, que passou a se chamar Parlamento em 1265. 45 A monarquia francesa Felipe Augusto (1180-1223) - Permitiu a todos que fossem condenados por um tribunal da nobreza recorrerem a um tribunal do rei. - Impôs uma moeda única para toda a França. Luís IX (1226-1270) - Conquistou feudos imensos casando-se por interesse. - Comprou terras dos nobres e usou o exército para fortalecer seu poder. Felipe IV (1285-1314) - Exigiu que o clero também pagasse impostos. - O papa se negou e o rei convocou os Estados Gerais, que, em 1302, aprovaram sua decisão. 46 46 O absolutismo Regime caracterizado por uma grande concentração de poder nas mãos do rei. 47 Rei Podia convocar o exército. Limites do poder do rei Costumes da época. Fatores que contribuíram ao absolutismo Evolução da imprensa. Criar e cobrar impostos. Fazer leis. Tradição. Existência de ministros fortes. A Reforma Protestante. Política de caça às bruxas. Mercantilismo As monarquias absolutistas europeias adotaram um conjunto de ideias e práticas econômicas, chamadas mercantilismo. 48 Principais características Metalismo Balança comercial favorável Protecionismo Exclusivismo colonial Tanto a monarquia portuguesa quanto a monarquia espanhola se formaram durante as lutas dos cristãos para expulsar os árabes muçulmanos da Península Ibérica. A formação das monarquias ibéricas Fonte: HILGEMANN, W.; KINDER, H. Atlas historique. Paris: Perrin, 1992. p. 182. 49 Reino de Portugal 50 No século XI, o Condado Portucalense passa a pertencer ao nobre Henrique de Borgonha. Em 1139, Afonso Henriques rompeu com o reino de Leão e Castela e proclamou a independência do condado, fundando o Reino de Portugal. Afonso Henriques sagrou-se rei e deu início à dinastia de Borgonha. Em 1249, foram incorporadas as terras de Algarve, na região sul, completando a formação do Reino de Portugal. A formação da Espanha 51 Luta dos cristãos contra os árabes era liderada pelos reis de Aragão e Castela. Em 1469, os reis cristãos Fernando de Aragão e Isabel de Castela se casaram e uniram suas terras. Em 1492, os exércitos de Fernando e Isabel reconquistaram Granada, último reduto árabe na Península Ibérica. Anos depois, com a conquista de Navarra, completou-se a formação do Reino da Espanha. O comércio de especiarias As especiarias passaram a ser cada vez mais consumidas na Europa no século XIV. Além delas, os europeus também passaram a usar artigos de luxo orientais. 52 Especiarias - Pimenta-do-reino. - Cravo. - Canela. - Gengibre. - Noz-moscada. Uso das especiarias - Conservar a carne. - Tonar o sabor dos alimentos mais agradável. - Preparar remédios e perfumes. Portugal e as Grandes Navegações 53 Motivos de Portugal ter sido o pioneiro: A centralização do poder. A Revolução de Avis. O desenvolvimento de técnicas e conhecimentos necessários. A experiência na navegação no mar aberto. As navegações espanholas Colombo, a serviço dos reis espanhóis Fernando e Isabel, saiu do porto de Palos com três caravelas. Depois de viajar por cerca de dois meses, ele chegou à América em 12 de outubro de 1492. Fonte: ATLAS da história do mundo. São Paulo: Folha de S.Paulo/Times Books, 1995. p. 154-155. 54 55 Cabral toma posse das terras brasileiras Pedro Álvares Cabral partiu de Lisboa em 9 de março de 1500. Em 22 de abril de 1500, avistaram um monte, que recebeu o nome Monte Pascoal. Cabral tomou posse da terra e celebrou a primeira missa no território. Ele comandava uma esquadra formada por 13 navios e cerca de 1 500 pessoas. O rei encarregou Cabral de tomar posse das terras que encontrasse pelo caminho. Depois de 43 dias no mar, os tripulantes avistaram pássaros e algas marinhas. Outros europeus Ingleses, franceses e holandeses também cobiçavam as especiarias orientais. Para chegar a elas, navegaram em direção ao Oriente por diversos caminhos. 56 Mudanças provocadas pelas Grandes Navegações Extraordinário crescimento do volume e do valor do comércio mundial. O Atlântico passou a ser mais importante do que o Mediterrâneo. Declínio das cidades italianas e ascensão dos países banhados pelo Atlântico. Construção de vastos impérios coloniais pelos europeus. Consciência da diversidade de povos e culturas. A conquista das terras astecas 57 Espanhóis iniciaram a conquista das terras astecas pelo Caribe. Em 1519, Hernán Cortez desembarcou onde hoje está o México com 508 soldados. Ajudados pelos tlaxcaltecas e por outros aliados indígenas, Cortez e seus soldados conquistaram Tenochtitlán em 1521. Esgotado o ouro das ilhas, eles partiram para a conquista do continente. A conquista das terras incas 58 Acompanhado de apenas 180 homens, Pizarro partiu do Panamá e chegou à cidade inca de Tumbez. Depois, em 1532, conquistou a cidade de Cajamarca. Então, instalou-se nessa cidade e convidou o inca Atahualpa para um encontro reservado. Pizarro mandou prender Atahualpa e atirar nos incas de surpresa. Depois de tomar Cuzco, em 1533, Pizarro fundou a Ciudad de los Reyes, atual Lima. Razões da conquista espanhola Segundo o historiador Matthew Restall, a conquista espanhola da América deveu-se a quatro fatores principais. 59 Primeiro O mais determinante: as doenças. Quarto O conhecimento dos conquistadores sobre os astecas e incas. Segundo Terceiro Os espanhóis aproveitaram a rivalidade entre os ameríndios. As armas dos conquistadores. Economia colonial 60 Mineração O rei distribuiu lotes auríferos àqueles que tivessem dinheiro para iniciar sua exploração. A extração da prata deveria ser feita pelos indígenas, por meio da mita e da encomienda. Agropecuária A agropecuária ocorria em grandes propriedades, denominadas plantations. A mão de obra utilizada era africanos escravizados. A administração espanhola Inicialmente, o governo da Espanha transferiu a particulares o direito de explorar e de administrar as terras americanas. Mais tarde, o governo cancelou essas concessões e criou os vice-reinados. Classes sociais na América hispânica Criação dos Vice- -Reinados Vice-Reinado de Nova Espanha (1535) Vice-Reinado do Peru (1542) Vice-Reinado de Nova Granada (séc. XVIII) Vice-Reinado do Rio da Prata (séc. XVIII) Chapetones Criollos Mestiços 61 Expedições, feitorias e pau-brasil 62 Os portugueses não encontraram ouro ou prata, mas o pau-brasil. Essa árvore era usada na Europa para tingir tecidos e construir móveis e casas. Para a extração do pau-brasil, os portugueses e indígenas realizaram o escambo. O rei de Portugal autorizou a construção de feitorias para armazenar e comercializar a valiosa madeira. As capitanias hereditárias Para dar continuidade à colonização da América, D. João III dividiu o território em quinze capitanias hereditárias. Doze donatários receberam essas terras. 63 Obrigação dos donatários Desenvolver o cultivo da cana-de-açúcar. Expandir a fé cristã. Organizar a defesa militar. Ter uma grande sesmaria. Estimular a ocupação portuguesa da terra. Retirar para si a vintena. Cobrar impostos em rios e portos. Conceder sesmaria. O Governo-Geral Diante do fracasso das capitanias hereditárias, o rei criou o Governo-Geral em 1548. 64 Auxiliares do governador-geral Capitão-mor Ouvidor-mor Provedor- -mor Primeiro governador-geral Tomé de Souza, que chegou ao Brasil em 1549. Segundo governador-geral Duarte da Costa (1553-1558). Terceiro governador-geral Mem de Sá (1558-1572). Economia colonial 65 Para dar início à exploração da América portuguesa, o rei de Portugal escolheu o açúcar de cana. A monarquia autorizou o Governo-Geral a promover guerras justas contra os indígenas a fim de escravizá-los. Na passagem do século XVI para o XVII, no Nordeste, os senhores de engenho começaram a comprar africanos escravizados para substituir os indígenas. Além do açúcar, no Brasil eram produzidos muitos outros gêneros. Além disso, também se praticava a pecuária. A sociedade colonial Além dos senhores de engenho, na sociedade colonial havia comerciantes, lavradores de cana, roceiros, vaqueiros, trabalhadores assalariados e escravizados. 66 Senhor de engenho “Lavradores de cana” Escravizados Comerciantes de escravo Trabalhadores assalariados Unidade 4 Havia escravos na África antes dos europeus? Guerra e tráfico atlântico A travessia O trabalho Alimentação e violência Resistências Remanescentes de quilombos União Ibérica A invasão da Bahia e de Pernambuco Nassau no Brasil holandês A Restauração Os bandeirantes Os jesuítas As novas fronteiras da América portuguesa 67 Havia escravidão na África antes dos europeus? Na África, antes da chegada dos europeus (século XV), também havia escravos. 68 Causas da escravização - A guerra. Aspecto da escravidão na África - Os escravos eram minorias. - A fome. - A punição judicial. - A penhora humana. - Posteriormente, eles eram integrados à sociedade como pessoas livres. - O filho de homem livre com mulher escrava era considerado livre. Guerra e tráfico atlântico 69 Com a chegada dos portugueses ao continente africano, a escravidão se avolumou e as guerras se multiplicaram. Na África começaram a acontecer guerras com o objetivo de conseguir prisioneiros. O comércio de escravos envolveu pessoas e produtos de diversos continentes, sendo chamado de tráfico atlântico. Mais de dez milhões de africanos foram trazidos da África para a América. Desses, quase cinco milhões foram destinados ao Brasil. A travessia - Homens, mulheres e crianças eram forçados a embarcar em navios conhecidos como navios negreiros. - A viagem da África Ocidental para o Brasil durava de 30 a 45 dias. - Os negreiros iam superlotados. - O lucro dos traficantes era grande. 70 O trabalho 71 Os africanos vieram ao Brasil à força para realizar diversos trabalhos. No Brasil, eles trabalhavam de doze a quinze horas por dia. Por vezes, as manhãs de domingos e feriados eram usadas para conserto de cercas, estradas e outros serviços. Os homens trabalhavam como agricultores, carpinteiros, ferreiros, pescadores etc. As mulheres cultivavam a terra, lavavam, passavam etc. Alimentação e violência 72 Alimentação dos escravizados Recebiam uma cuia de feijão e uma porção de farinha. Eventualmente recebiam rapadura e carne-seca. Castigos Os escravizados recebiam castigo por qualquer falta. Era comum o uso de instrumentos para castigar os escravizados. De modo geral, a alimentação era insuficiente. Entre os instrumentos, usavam-se a palmatória e a máscara de flandres. Resistências No Brasil, os escravizados se rebelaram de diversas formas. Entre as formas de resistência, estavam: A prática de religiões de origem africana. O jogo de capoeira, a realização de festejos e a fundação de irmandades. O boicote ao trabalho e a destruição de ferramentas. A queima de plantações. O suicídio. Os ataques a feitores e senhores. A negociação por melhores condições de vida e de trabalho. A fuga e a formação de quilombos. 73 Remanescentes de quilombos 74 No Brasil, hoje existem povoações habitadas pelos descendentes dos antigos quilombolas. Espalhadas por todo o território nacional, essas comunidades são chamadas de remanescentes de quilombos. São mais de oitenta mil pessoas vivendo de um jeito parecido com o de seus antepassados. Em algumas comunidades, a língua falada conserva termos africanos. A Constituição brasileira reconheceu a propriedade definitiva das terras ocupadas por comunidades quilombolas. União Ibérica 75 No século XVI, o Império espanhol era imenso e possuía diversas colônias, entre elas os Países Baixos Espanhóis. Em 1580, o rei de Portugal D. Henrique morreu sem deixar herdeiros. O rei da Espanha Felipe II, parente do rei morto, tornou-se também rei de Portugal. O domínio da Espanha sobre Portugal e suas colônias ficou conhecido como União Ibérica. Nesse período, os adversários da Espanha tornaram-se também inimigos de Portugal. A invasão da Bahia e de Pernambuco 76 Em 1581, os Países Baixos declararam sua independência em relação à Espanha. O rei espanhol Felipe II proibiu Portugal e suas colônias de comercializarem com os holandeses. Depois disso, em 1621, os holandeses criaram a Companhia das Índias Ocidentais para invadir as colônias portuguesas na América e na África. Primeiro os holandeses tentaram invadir a Bahia em 1624, mas foram derrotados. Em 1630, os holandeses conquistaram Olinda e Recife. Nassau no Brasil holandês A Companhia das Índias Ocidentais enviou João Maurício de Nassau para governar o Brasil Holandês. 77 Pontos da política de Nassau - Empréstimos aos senhores de engenho. - Melhoramentos em Recife. - Tolerância religiosa. - Conquista de pontos de fornecimento de escravos na África. - Dominação holandesa de Sergipe ao Maranhão. - Trouxe consigo para o Nordeste cientistas e pintores. 78 A Restauração Em 1640, Portugal conseguiu libertar-se do domínio espanhol. O rei D. João IV assumiu o trono português e firmou com a Holanda um acordo de paz. Exigências da Companhia das Índias Ocidentais fizeram Nassau deixar o Brasil em 1644. Após muitas lutas, os holandeses deixaram o Brasil em 1654. Os holandeses confiscaram as terras dos senhores de engenho, que reagiram juntando-se à resistência luso-brasileira. Os bandeirantes As bandeiras eram expedições particulares que geralmente partiam de São Paulo. 79 Quem formava as bandeiras - Um ou dois bandeirantes experientes. Objetivos das bandeiras - Caça ao índio. - Alguns jovens de origem portuguesa. - Vários mestiços. - Centenas de indígenas. - A busca de ouro e de diamante. - Sertanismo de contrato. Os jesuítas 80 Os jesuítas vieram para o Brasil em 1549 e dedicaram-se ao ensino da religião cristã e à formação de crianças. Para isso, fundaram colégios nas principais vilas e cidades do litoral brasileiro. Os jesuítas também foram para o interior e lá criaram as missões (grandes aldeamentos indígenas). A criação de gado A criação de gado foi a atividade mais importante para o povoamento dos sertões do Nordeste e das campinas do Sul. 81 Introduzido no Nordeste por Tomé de Souza, o gado era usado para mover moendas e transportar cana. Com o crescimento dos rebanhos, os animais passaram a ser vistos como estorvos. Em 1701, o rei de Portugal proibiu a criação de gado no litoral. Isso contribuiu para o avanço do gado pelo sertão. As novas fronteiras da América portuguesa O governo português buscou legalizar os territórios conquistados por meio de uma série de acordos internacionais. 82 Principais tratados Tratado de Madri (1750) Tratado de Santo Ildefonso (1777) Tratado de Badajós (1801) image1.png image2.png image3.png image4.png image5.jpeg image6.jpeg image7.png image8.png image9.png image10.png image11.png image12.png image13.png HIS1_V8.pptx ÍNDICE Unidade 1 3 Unidade 2 25 Unidade 3 46 Unidade 4 67 Unidade 1 Iluminismo Revoluções na Inglaterra Revolução Industrial Revolução Francesa Era Napoleônica 3 Iluminismo Movimento de ideias que questionou padrões e valores do Antigo Regime. Ideia central: somente a razão pode vencer a ignorância, fruto da irracionalidade. A razão era o valor supremo para os iluministas. 4 X Progresso + Felicidade 5 Tradição Autoridade Fanatismo religioso Ignorância Razão Pensamento crítico Esclarecimento (Luzes) Deus (relojoeiro do Universo) = criou o mundo e o pôs para funcionar. Mundo regido por leis naturais = conhecidas através das ciências. Elementos do Antigo Regime que contrariavam as leis naturais: absolutismo, privilégios da nobreza e do clero, intolerância religiosa e falta de liberdade. 6 7 John Locke e o liberalismo político Direitos comuns a todos: direito à vida, à liberdade e à propriedade. Os governos são criados para garantir esses direitos. Voltaire: a liberdade de expressão e a tolerância Críticas à Igreja Católica e à monarquia absolutista francesa. Combate à ignorância, ao preconceito e ao fanatismo religioso. Montesquieu e a autonomia dos poderes Livro Espírito das Leis: a concentração de poder leva os seres humanos a abusarem dele; assim, o poder deve ser dividido entre várias pessoas. Inspirou Alexander Hamilton e James Madison a criar a teoria da divisão do poder em três esferas autônomas: Executivo, Legislativo e Judiciário. Rousseau e o contrato social Se o governo se tornar absolutista, é legítimo que as pessoas o derrubem à força. Luta em favor da liberdade de expressão. A vontade geral do povo é soberana, não a vontade individual do monarca. O ser humano nasce bom, mas a sociedade o corrompe. O governo deve representar a vontade do povo e, se não o fizer, pode ser substituído. Suas ideias influenciaram o lema da Revolução Francesa (“Liberdade, igualdade e fraternidade”) e a Conjuração Baiana. O Iluminismo na economia 8 Cada nação deve produzir apenas aquilo que faz melhor: divisão entre países agrícolas e países industriais. Adam Smith (Liberalismo econômico) “A única fonte de riqueza é o trabalho.” François Quesnay (Fisiocracia) “A única fonte de riqueza é a terra.” Defesa da livre iniciativa: lei da oferta e da procura “Laissez-faire, laissez-passer, le monde va de lui-même” Crítica ao mercantilismo (prática econômica do Antigo Regime) e à sua principal característica: a intervenção do governo na economia. 9 A Enciclopédia de Diderot e D’Alembert: Objetivos: reunir todo o conhecimento até então produzido e difundi-lo para o maior número de pessoas. Principal empreendimento editorial do Iluminismo: 35 volumes e 21 anos para ser editada. Obra “perigosa”: criticava os padrões e valores da época, inclusive os reis absolutistas e a Igreja. Revoluções na Inglaterra Pequena nobreza rural Comerciantes e donos de manufaturas Pequenos proprietários rurais Contexto e estrutura social 10 Séculos XVI e XVII: a Inglaterra se torna uma grande potência econômica e naval, em função de sua política mercantilista e da associação com corsários. Enriquecimento da burguesia, da pequena nobreza rural e dos pequenos proprietários rurais. A agricultura de subsistência dá lugar à agricultura comercial = cercamentos. Camponeses empobrecidos e expulsos de suas terras vão para as cidades trabalhar em troca de baixos salários. Monarcas Gentry, burguesia e yeomen Camponeses e trabalhadores urbanos Alta nobreza Monarquia X Parlamento no século XVII 11 Morte de Elizabeth I. Jaime, rei da Escócia, assume o trono da Inglaterra, tornando-se Jaime I. Início da dinastia Stuart e de conflitos entre diferentes grupos sociais e religiosos no Parlamento*. *Parlamento Câmara dos Lordes: representantes da alta nobreza Câmara dos comuns: representantes da burguesia e da gentry Rei Grupos sociais Alta nobreza + Burguesia monopolista Religião Anglicanos ou católicos Parlamento Burguesia comercial e manufatureira + Gentry + yeomen Puritanos ou presbiterianos Grupos rivais durante a Guerra Civil 12 O Parlamento se opõe e Jaime I o fecha. Carlos I, sucessor de Jaime I, continua a mesma política absolutista (monopólios e ship money). Oposição do Parlamento, tentativa de prisão dos opositores e início da Guerra Civil (1642-164). Jaime I impõe o anglicanismo, aumenta e cria novos impostos. A Era Cromwell 13 New Model Army = vitória contra o exército do rei = Condenação à morte e execução de Carlos I. República de Cromwell = fortalecimento da burguesia e da gentry; Atos de Navegação; acumulação de capitais; vitória contra a Holanda = a Inglaterra torna-se a “rainha dos mares”. Cromwell torna seu cargo hereditário, passando-o ao seu filho, Ricardo, após seu falecimento, em 1658. Forte oposição a Ricardo Cromwell, inclusive de grupos com demandas populares como os niveladores e os cavadores. Com medo dos movimentos populares, o Parlamento destitui Ricardo Cromwell e restaura a monarquia. Carlos II, da dinastia Stuart, assume o poder. A Revolução Gloriosa (1688) 14 O Parlamento passa a ter grande poder de decisão, e os ingleses deixam de ser súditos, para se tornarem cidadãos. Após a Revolução Gloriosa, o governo passa a favorecer o desenvolvimento do capitalismo, contribuindo para o aumento da liderança da burguesia e para a Revolução Industrial. Carlos II Tenta promover a volta do absolutismo. Jaime II Mantém a mesma política e pede apoio a Luís XIV, rei da França. Revolução Gloriosa O Parlamento reúne tropas para derrubar Jaime II, que deixa o trono. Guilherme de Orange assume o governo. Guilherme de Orange Jura obediência à Declaração de Direitos (Bill of Rights). “O rei reina, mas quem governa é o Parlamento.” Revolução Industrial Conjunto de mudanças profundas no modo de os seres humanos produzirem mercadorias, viverem e se relacionarem uns com os outros, ocorridas a partir de 1760. As Grandes Navegações e a conquista de mercados na África, na Ásia e na América aumentam a demanda por produtos europeus. Criação de máquinas industriais movidas a vapor. 15 Artesanato Todas as tarefas são realizadas pela mesma pessoa. Manufatura Trabalhadores reunidos em grandes oficinas. Maquinofatura Introdução de máquinas que substituem parte das ferramentas e dos trabalhadores. O artesão é dono da matéria-prima e das ferramentas. Cada trabalhador executa uma parte do trabalho em troca de uma remuneração. As máquinas e ferramentas pertencem ao capitalista. Cada trabalhador executa uma parte do trabalho em troca de um salário. As máquinas e ferramentas pertencem ao capitalista. 16 Pioneirismo inglês Pirataria na costa da Ásia, África e América Rico comércio desenvolvido graças à abolição dos antigos direitos feudais Existência de ricas minas de carvão e de ferro necessários para a indústria Mão de obra farta e barata Puritanismo Acúmulo de capitais Comércio com as colônias e outros países (incluindo tráfico de escravos) Migração de uma massa de camponeses para as cidades Cercamentos: expulsão dos camponeses de suas terras Não condenava o lucro Pregava vida disciplinada e voltada para o trabalho e para a oração Revolução Gloriosa Estabilidade política, criando condições para o desenvolvimento do capitalismo Máquinas e inventos aplicados à indústria 17 Mecanização da indústria de tecidos de algodão em função da demanda. A utilização do vapor exige material mais resistente. Desenvolvimento da metalurgia. Máquinas feitas de ferro permitem a difusão da utilização do vapor em outros setores. Criação do barco e da locomotiva a vapor = revolução nos transportes. Ampliação dos mercados e impulso para a industrialização de outros países. Indústria e mudanças socioeconômicas 18 Maior divisão do trabalho Maior produtividade Perda do conhecimento do processo produtivo pelo trabalhador Revolução Industrial Consolidação do capitalismo Duas novas camadas socias Burguesia industrial: donos das matérias-primas, das fábricas e das máquinas Operariado: pessoas que trocavam sua força de trabalho por um salário Impactos da Revolução industrial 19 Aumento da população mundial Crescimento dos transportes terrestres Desenvolvimentos dos transportes por rios e mares Aumento da migração entre os continentes Melhorias técnicas na agricultura e desenvolvimento da medicina Diminuição do tempo das viagens Maior circulação de pessoas e mercadorias Mudanças na forma de ver e viver o mundo Revolução Francesa e a era Napoleônica Composição Número de componentes Situação socioeconômica Primeiro Estado CLERO Alto clero Baixo clero 280 mil pessoas Possuía muitas terras e cobrava dízimo e taxas sobre batismo, casamento e sepultamento Segundo Estado NOBREZA Família Real + nobreza cortesã + nobreza provincial + nobreza de toga 840 mil pessoas Vivia às custas do Estado ou da exploração do trabalho dos camponeses Terceiro Estado BURGUESIA TRABALHADORES URBANOS CAMPONESES 26 milhões e 880 mil pessoas Trabalhava para gerar a riqueza e os impostos. Os camponeses constituíam cerca de 80% da população francesa e pagavam impostos ao Estado (governo) e a seus senhores diretos Estrutura social e contexto socioeconômico às vésperas da Revolução Francesa População urbana pobre e camponeses Burguesia 20 Baixa produtividade agrícola Baixa oferta de alimentos e preços altos Inundações e secas na década de 1780 Aumento brusco do preço dos alimentos, resultando em fome para os mais pobres Falência de empresas e desemprego Redução do poder de compra da população Encarecimento dos preços das mercadorias Aumento dos impostos por parte da monarquia absolutista Sequência de fatos iniciais da Revolução Francesa 21 Necessidade de recursos para equilibrar as contas e insatisfação da população Governo de Luís XVI convoca os Estados Gerais Participação dos três Estados = um voto para cada Terceiro Estado exige um voto por cabeça Luís XVI e nobreza recusam Terceiro Estado se declara Assembleia Nacional Ameaças de repressão → Queda da Bastilha Revolta dos camponeses Assembleia Nacional abole a servidão, os dízimos e os privilégios do clero e da nobreza Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão Confisco de bens da Igreja Fuga de parte dos nobres e do clero e organização de um exército no exterior para combater os revolucionários 22 Monarquia Constitucional Fim dos privilégios do clero e da nobreza Convenção Nacional Voto universal masculino Jacobinos no poder Criação do Comitê de Salvação Pública Fim do direito real de criar e aprovar leis Fim da monarquia e proclamação da República Composição da Assembleia: girondinos, jacobinos, cordeliers e planície Medidas populares Assassinato de Marat Diretório Criação de novos privilégios: voto censitário (exclusão de camponeses, artesãos, operários e mulheres) Luís XVI se alia aos reis da Áustria e da Prússia e tenta fugir Assembleia declara “a pátria em perigo” e o povo se arma para defender o país O rei é capturado e o exército francês vence o exército estrangeiro Representantes da alta burguesia: grandes comerciantes, industriais e banqueiros Julgamento e condenação de Luís XVI Execução de Luís XVI Aumento da tensão entre jacobinos e girondinos Aumento da repressão: Período do Terror Golpe dos girondinos e da planície Prisão e execução de Robespierre e de líderes jacobinos Nova Constituição: manutenção da República, voto censitário e governo do Diretório Resistência por parte dos jacobinos e monarquistas Conspiração dos Iguais, liderada por Graco Babeuf Aumento da repressão e execução dos revoltosos Ascensão de Napoleão Bonaparte e Golpe de 18 Brumário 23 Nova Constituição: mantém a República, mas dá enormes poderes a Napoleão Consulado (1799-1804) Governo de Napoleão ECONOMIA Melhoras para os camponeses, para os trabalhadores urbanos e para a burguesia; Legalização das terras dos camponeses; drenagem de pântanos; construção de estradas e pontes; Criação do Banco da França; Aceleração do processo de industrialização. EDUCAÇÃO E DIREITO Criação de escolas de ensino fundamental; formação de professores; Código Civil (Código Napoleônico); abolição definitiva dos privilégios do clero e da nobreza; direito à propriedade privada; separação do Estado e da Igreja; igualdade jurídica a todos; proibição de sindicatos e greves; submissão das mulheres aos maridos. Prisão de adversários e censura à imprensa Autopromoção de Napoleão Guerras expansionistas Anexação de novos territórios Tensão com a Inglaterra → Derrota da França na Batalha de Trafalgar Império (1804-1815) Bloqueio Continental (1806): resistência espanhola e transferência da corte portuguesa para o Brasil 1812: Maior extensão do Império francês Reações ao militarismo napoleônico e Congresso de Viena 24 Críticas internas: milhares de mortes; fim do ideal de liberdade da Revolução Francesa; censura; autopromoção Reação dos povos dominados e ineficácia do Bloqueio Continental Ataque à Rússia e derrota → fim da invencibilidade do exército napoleônico União da Inglaterra, Áustria, Prússia e Rússia contra a França Congresso de Viena: princípio da legitimidade e política de equilíbrio europeu Nova coligação militar liderada pela Inglaterra, Batalha de Waterloo e prisão definitiva de Napoleão Fuga de Napoleão da Ilha de Elba e Governo dos Cem Dias Vitória sobre Napoleão, ocupação de Paris, exílio de Napoleão na Ilha de Elba e restituição do trono francês a Luís XVIII Unidade 2 Rebeliões na América portuguesa Formação dos Estados Unidos Independência do Haiti e América espanhola Chegada da Família Real e a emancipação política do Brasil 25 Rebeliões na América portuguesa 26 Revolta de Beckman (1684) Grão-Pará e Maranhão Atividades: extração de riquezas da floresta e produção de açúcar Mão de obra predominante: indígenas escravizados Problema inicial: proibição da escravização de indígenas Criação da Companhia de Comércio do Maranhão Demandas dos colonos não atendidas Revolta dos colonos contra a Companhia, os jesuítas e o governador local Líder: Manuel Beckman Repressão dos rebeldes, mas extinção da Companhia de Comércio do Maranhão e liberação da escravização de indígenas Guerra dos Emboabas (1707-1709) Região atualmente pertencente a Minas Gerais Descoberta de ouro onde hoje se localiza a cidade de Sabará (MG) Grande fluxo de pessoas de Portugal, Rio de Janeiro, Bahia, São Paulo e outros pontos do território colonial, além de africanos escravizados Conflitos entre os paulistas (emboabas) e os forasteiros Os paulistas são proibidos de entrar na região das minas e reagem com armas Manoel Nunes é aclamado governador de todas as Minas pelos emboabas Vitória dos emboabas e consequências político-administrativas Maior controle da região pela metrópole Novo governador para o Rio de Janeiro; criação da Capitania de São Paulo e das Minas de ouro; e elevação de povoados a vilas 27 Guerra dos Mascates (1710-1711) Olinda e Recife Contexto: queda do preço do açúcar brasileiro no mercado europeu Empobrecimento dos senhores de engenho de Olinda e endividamento com os comerciantes de Recife A riqueza dos comerciantes de Recife era incompatível com a ausência de poder político O poder político estava concentrado nas mãos dos senhores de Olinda, através do controle da Câmara Municipal Comerciantes de Recife pedem ao rei a elevação de seu povoado a vila, para terem sua própria Câmara Municipal O rei de Portugal atende o pedido dos comerciantes de Recife, que se apressam em construir um pelourinho Os senhores de Olinda se armam, invadem Recife e destroem o pelourinho O rei manda reprimir a revolta em favor dos recifenses, mantendo a elevação do povoado a vila e transformando-a na capital de Pernambuco Revolta de Vila Rica (1720) Região atualmente pertencente a Minas Gerais Contexto: criação da Intendência das Minas para aumentar o controle da Coroa sobre a extração mineral Impostos diversos: sobre homens livres e escravizados, tecidos, ferramentas, gêneros agrícolas e ouro – o quinto (20% de todo ouro extraído) Maior opressão fiscal = maior reação (contrabando) Criação das Casas de Fundição Aumento do preço dos alimentos e insatisfação e revolta das pessoas Exigências dos rebeldes: redução no preço dos alimentos e anulação do decreto que criava as casas de Fundição Repressão violenta: Felipe dos Santos e Pascoal Guimarães foram presos; Felipe dos Santos foi executado e seu corpo foi esquartejado e espalhado nas estradas Consequências político-administrativas: separação de Minas Gerais e São Paulo, com a criação da capitania de Minas Gerais Contribuição da mineração de ouro e diamantes para as mudanças ocorridas na colônia portuguesa na América: 28 Ocupação e povoamento de áreas no interior do território Florescimento da vida urbana = nascimentos de vilas e cidades Mudança da capital de Salvador para o Rio de Janeiro Crescimento do mercado interno Conjuração Mineira (1789) Os conjurados defendiam a independência de Minas Gerais; a proclamação de uma república com capital em São João del-Rei; e a criação, em Vila Rica, de uma universidade e de uma Casa da Moeda para controlar a emissão de dinheiro. 29 Apenas Tiradentes foi condenado à morte e teve seu corpo esquartejado → punição exemplar Denúncia da conjuração; suspensão da derrama e repressão dos conjurados Diversidade das aspirações dos conjurados: ideais iluministas; objetivos diretos (fim dos impostos); divergências sobre a escravidão 1760: as jazidas mineiras começam a se esgotar Homens locais, em sua maioria ricos, começam a se reunir para planejar uma rebelião contra a coroa 1788: anúncio de uma derrama e instauração de um clima de revolta Empobrecimento da população de Minas Gerais e aumento do medo e da insegurança Continuidade da cobrança de impostos e proibições de outras atividades econômicas Conjuração Baiana (1798) 30 Formação étnica de Salvador: 60 mil habitantes, dos quais 40 mil eram afrodescendentes Contexto socioeconômico: insatisfação da maior parte da população Crescimento da população e do comércio, enriquecendo senhores de terras e grandes comerciantes Fim do domínio português na Bahia; proclamação de uma república em que todos tivessem igualdade de tratamento; a abertura do porto de Salvador para o livre-comércio; a diminuição dos impostos e o aumento dos soldos e da oferta de alimentos; fim do preconceito contra os negros Crescimento das agitações nas ruas de Salvador População pobre: artesãos, soldados, trabalhadores escravizados e libertos Intelectuais que pregavam ideias de liberdade, igualdade e fraternidade 12 de agosto de 1798: panfletos são afixados exigindo a revolução Péssimas condições de vida para a maior parte da população (altos preços de produtos básicos e impostos abusivos) Forte racismo contra a os afrodescendentes Homens ricos interessados em romper com Portugal Temor das autoridades dos dois lados do Atlântico (Revolução Americana, Revolução Francesa e lutas por liberdade no Haiti Forte repressão: quatro líderes afrodescendentes e pobres foram executados Formação dos Estados Unidos Colonização inglesa na América Muito pelo contrário, na maior parte das vezes, essa população acabou sendo exterminada por doenças ou por conflitos armados. Apesar da diversidade da população originária da Europa, os colonos da América do Norte não fizeram nenhum esforço significativo para integrar a população indígena. 31 Primeira tentativa inglesa 1585: a rainha Elizabeth I dá permissão a Sir Walter Raleigh para iniciar a colonização Segunda tentativa Sir Raleigh funda Virgínia, um povoado na costa leste da América Fracasso por causa da fome, das doenças e da resistência indígena Início do século XVII: concessão a duas companhias de comércio Promessa de terras férteis e novas oportunidades de vida Degredados; aventureiros; pobres; camponeses; sem-terra; grupos religiosos protestantes ingleses Europeus de diferentes origens Formação das Treze Colônias Comércio triangular 32 Treze Colônias Colônias do sul Plantation Colônias do centro-norte Policultura Importações da Inglaterra Mão de obra: colonos, depois, africanos escravizados Pequena propriedade Produção de manufaturas Comércio triangular Usando navios próprios, os colonos do Norte conseguiam melaço nas Antilhas e o transformavam em rum. Trocavam rum, armas e tecidos por pessoas escravizadas na costa ocidental da África. Levavam os escravizados para serem vendidos nas fazendas das Antilhas e de lá voltavam com mais melaço de cana para transformar em rum. Relações entre a Inglaterra e as Treze Colônias 33 Século XVII A Inglaterra não interfere nos assuntos internos das colônias Século XVIII Mudança de política: opressão colonial Concorrência das mercadorias norte- -americanas às inglesas Guerras que drenaram recursos da Inglaterra Lei do Açúcar (1764) Lei do Selo (1765) Lei do Chá (1773) Leis intoleráveis Reação: protestos que não foram ouvidos pelas autoridades inglesas Reação: os colonos queimaram maços de selos e criaram a campanha “Sem representação não pode haver tributação” Reação: os colonos se disfarçaram de índios Mohawk e invadiram três navios ingleses, atirando chá ao mar (Festa do Chá) Reação: os colonos organizaram o Primeiro Congresso Continental da Filadélfia e redigiram um protesto contra as Leis Intoleráveis. Esse processo culmina na independência Processo de independência 34 Primeiro Congresso Continental da Filadélfia (1174) Governo inglês destrói um depósito de armas dos colonos Batalhas de Lexington e de Concord (1775) Segundo Congresso Continental da Filadélfia (1776) O Congresso declara a separação e nomeia George Washington comandante das tropas norte-americanas Declaração de Independência (4 de julho de 1776), inspirada nas ideias de John Locke Continua a guerra contra os ingleses (jaquetas vermelhas) Os norte-americanos conseguem o apoio da França, da Espanha e das Províncias Unidas (1777) Com o Tratado de Paris, a Inglaterra reconhece a independência (1783) A Constituição dos Estados Unidos 35 1787 – A Constituição fica pronta Poderes divididos em Executivo, Legislativo e Judiciário República federalista e presidencialista Os novos estados, antigas colônias, têm autonomia para criar leis próprias, organizar forças militares e pedir empréstimos no exterior O Executivo é eleito indiretamente O Legislativo é dividido em duas câmaras: Câmara dos Representantes e Senado A Suprema Corte é o órgão máximo do Judiciário Cidadania limitada Os indígenas não foram considerados cidadãos Os negros escravizados continuaram na mesma situação As mulheres foram excluídas do direito de voto A cidadania era válida apenas para os homens brancos, adultos e que possuíssem certo nível de renda Independências: Haiti e América espanhola Independência e formação do Haiti 36 Formação do Haiti As terras onde hoje é o Haiti faziam parte da ilha de Hispaniola, onde Colombo aportou em 1492 Na segunda metade do século XVII, a parte ocidental da ilha, rebatizada então de São Domingos, foi ocupada pelos franceses Montagem de plantations para produzir gêneros tropicais (fumo, algodão, açúcar, rum) São Domingos se torna a colônia francesa mais rica: dois terços do comércio exterior francês Composição étnica: 7% de brancos; 87% de negros Composição socioeconômica: a elite branca vivia luxuosamente, enquanto os negros eram vítimas de maus-tratos, doenças e/ou fome, sendo alto o índice de mortalidade entre eles 37 Independência do Haiti 1791: grande levante de escravos por melhores condições de trabalho e de vida França: jacobinos no poder – abolição da escravidão nas colônias Toussaint L’Ouverture passa a liderar o movimento Toussaint L’Ouverture ascende ao poder (1794-1802) na parte ocidental da ilha e, depois, conquista a parte espanhola, abolindo a escravidão Forte oposição a Toussaint L’Ouverture Napoleão Bonaparte ascende ao poder na França, revoga o decreto que aboliu a escravidão, invade a ilha de São Domingos, captura L’Ouverture e o executa na França As lutas pela independência continuam sob o comando do ex-escravo Jean-Jacques Dessalines Dessalines vence o exército francês Proclama a independência e nomeia o país com o nome de Haiti O Haiti se torna o primeiro país da América a abolir a escravidão e o segundo que se torna independente A França só reconhece a independência do Haiti mediante vultosa indenização As lutas vitoriosas dos negros escravizados espalham por toda América o “haitianismo” América espanhola Composição étnica da América espanhola em 1810 Grupos sociais na América espanhola Crise do Império espanhol e fatores para as independências 38 Fatores internos (acirramento da pressão colonial) Monopólios sobre um número crescente de produtos Fatores externos Retomada da cobrança de impostos, antes arrendada a contratadores privados Extinção do sistema de porto único e aumento do controle do comércio, favorecendo a Espanha Insatisfação constante da população pobre e oprimida Napoleão Bonaparte invade a Espanha, prende o rei e entrona José Bonaparte Aos olhos dos criollos, a Espanha fica sem um rei legítimo Os criollos formam Juntas Governativas Negros: 1 milhão Brancos: 4 milhões Mestiços: 5 milhões Indígenas: 8 milhões Chapetones: colonos nascidos na Espanha, que ocupavam os principais cargos na colônia Criollos: descendentes de espanhóis nascidos na América, com poucos direitos políticos Indígenas, mestiços e afrodescendentes: sem direitos políticos ou civis Guerras de Independência na América espanhola 39 39 Simon Bolívar Desejava formar uma confederação republicana entre estados independentes. Prometeu liberdade a escravizados que se juntassem a seu exército Proclamou a independência da Grã-Colômbia, tornando-se presidente dela. A Grã-Colômbia se dividiu, dando origem a Colômbia, Venezuela e Equador. Ajuda a consolidar a independência do Peru, em 1824, e a da Bolívia, em 1825. Primeira fase (1810-1814): criollos formam exércitos e vencem os realistas. A Espanha está ocupada por Napoleão Bonaparte Segunda fase (1814-1825): Napoleão é derrotado e Fernando VII volta ao poder, enviando uma grande expedição para combater os movimentos pela independência José de San Martín Lutou contra as tropas de Napoleão na Espanha, quando morava lá. Volta para a região do Prata em 1812 e luta contra os espanhóis. Promove a independência das Províncias Unidas do Rio da Prata, em 1816. Consolida a independência do Chile, em 1818. Colabora com a independência do Peru, em 1821. Independência do México Na América espanhola, o projeto de independência que venceu foi o das elites criollas; por isso, a concentração de terras em mãos de poucos e as enormes diferenças sociais entre ricos e pobres se mantiveram inalteradas. 40 1810: Exército de camponeses liderados por Miguel Hidalgo e José María Morelos se subleva Exigem a independência com a divisão de terras entre os pobres Formam um exército com 80 mil pessoas e conquistam algumas cidades Proclamam o fim da escravidão negra e dos tributos indígenas O líder da repressão, Agustín de Iturbide, toma o poder e proclama a independência (1821) Em 1822, após um golpe, Iturbide torna-se imperador A elite criolla e o exército derrubam Iturbide e proclamam a República Padre Hidalgo é fuzilado Chapetones e criollos se unem e reprimem duramente o movimento A chegada da Família Real e a emancipação política do Brasil 41 Bloqueio continental Desobediência do Bloqueio por D. João Vinda da Família Real portuguesa para o Brasil com a proteção da Inglaterra Invasão de Portugal pelas tropas de Napoleão Deslocamento do eixo político e econômico do Império português para o Brasil Interiorização da metrópole Aliança entre D. João e sua corte com as elites de São Paulo e do Rio de Janeiro, através de casamentos, atividades comerciais e concessão de cargos públicos, levando ao enraizamento da corte portuguesa no Brasil. Abertura dos portos Fim do exclusivo comercial metropolitano e liberdade para comerciar com outros países. Tratado de Comércio e Navegação com a Inglaterra (1810) 42 Pressão inglesa Em troca da proteção contra Napoleão Bonaparte, D. João prometeu vantagens comerciais à Inglaterra. Imposto de 15% para mercadorias inglesas; 16% para as portuguesas; e 24% para as de outras nações O Brasil foi inundado com mercadorias que chegavam aos portos brasileiros, como tecidos, caixões mortuários, ferragens, louças, pentes, além de produtos desnecessários, como carteiras para notas (no Brasil só havia moedas). Golpe fatal na possível indústria brasileira Quando chegou ao Rio de Janeiro, D. João autorizou a criação de indústrias no Brasil, mas o Tratado de 1810 tornou ainda mais pesadas as dificuldades com falta de capital e capacidade de concorrência com os produtos ingleses. Administração joanina 43 1808 Imprensa Régia, que publicou o primeiro jornal no Brasil, a Gazeta do Rio de Janeiro Banco do Brasil, primeiro banco brasileiro Real Horto, atual Jardim Botânico 1810 Academia Militar e da Marinha Real Biblioteca, atual Biblioteca Nacional 1813 Real Teatro de São João 1816 Academia Imperial de Belas-Artes, atual Escola de Belas-Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro 1818 Museu Real, atual Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro Durante toda a estadia de D. João no Brasil, o Rio de Janeiro recebeu uma série de melhorias, como a ampliação da área da cidade, a abertura de vias públicas e outros melhoramentos urbanos 1815 D. João elevou o Brasil a Reino Unido a Portugal e Algarves Insurreição Pernambucana (1817) Motivos de insatisfação da população 44 Insatisfação com os impostos pagos para o Rio de Janeiro Controle dos portugueses sobre o comércio varejista Preferência dada aos portugueses quando havia promoção entre militares Crise agrícola de 1816 com aumento do preço dos alimentos e fome nas cidades Eclosão Os pernambucanos expulsam o governador e proclamam uma república separada do Rio de Janeiro e de Portugal Difusão Paraibanos, potiguares e cearenses tomam o poder em suas províncias e passam a se autogovernar Ações Criação de uma nova bandeira Governo provisório formado por pessoas de diferentes grupos sociais Buscam, sem sucesso, o apoio da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos Abolição de vários impostos Aumento do salário dos soldados Liberdade de imprensa e tolerância religiosa Discordavam sobre o fim da escravidão Repressão Após 74 dias o movimento foi reprimido com a ajuda de comerciantes portugueses e proprietários de terras Reestabelecimento da ordem social e étnica Punições segundo o modelo do Antigo Regime: enforcamento Revolução Liberal do Porto (1820) e emancipação política do Brasil (1822) A emancipação política do Brasil foi liderada pela elite do Centro-Sul (sobretudo São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais), interessada em manter a liberdade de comércio, ampliar a autonomia administrativa e conservar seus privilégios. Isto ajuda a explicar por que o projeto de independência vitorioso manteve a monarquia, a escravidão e as restrições ao exercício da cidadania. 45 Insatisfação dos portugueses do reino Reclamações contra o absolutismo, a perda do monopólio comercial brasileiro e a ocupação militar inglesa Eclosão da Revolução Liberal do Porto ou Vintismo Situação no Brasil Divisão em dois grupos: um queria um império independente governado por D. Pedro I; outro queira que o Brasil continuasse integrado ao Império português, mas com mais autonomia D. João volta para Portugal, mas deixa seu filho, D. Pedro, como príncipe regente do Brasil Convocam Cortes Constituintes e exigem o retorno de D. João e da Família Real Exigem uma monarquia constitucional Desejam a volta das condições comerciais com o Brasil de antes da abertura dos portos Movimento para convencer D. Pedro a ficar Pressão dos portugueses do reino para o retorno de D. Pedro “Cumpra-se” “Grito do Ipiranga” Unidade 3 O reinado de D. Pedro I: uma cidadania limitada Regências: a unidade ameaçada Segundo Reinado: política, economia e guerra Abolição, imigração e indigenismo no Império 46 Reinado de D. Pedro I: uma cidadania limitada Lutas pela independência Na época, a independência não foi aceita no país todo. Em várias províncias brasileiras o povo pegou em armas para combater militares fiéis a Portugal. 47 Bahia Piauí Ceará Maranhão Grão-Pará Província Cisplatina Reconhecimento e preço da independência 48 Estados Unidos Primeiro país a reconhecer a independência do Brasil Doutrina Monroe: “A América para os americanos” Portugal Reconheceu a soberania do Brasil em 1825, mediante indenização Valor da indenização: 2 milhões de libras esterlinas Contra a interferência da Europa O governo brasileiro pediu empréstimo à Inglaterra Inglaterra Reconheceu a soberania do Brasil em 1827 Exigiu a renovação do Tratado de Comércio e Navegação por mais 15 anos Exigiu a extinção do tráfico de africanos escravizados no prazo de três anos A Constituição do Império 49 Maio de 1823: uma Assembleia Constituinte se reúne para elaborar a Constituição Apresentação do projeto constitucional que limitava o poder do Imperador D. Pedro I não concorda com o projeto Divergências entre o Imperador e os deputados Noite da Agonia D. Pedro I dissolve a Assembleia Constituinte Os principais relatores do projeto são presos e expulsos do país D. Pedro nomeia e designa ao Conselho de Estado a incumbência de elaborar a nova Constituição No dia 25 de março de 1824, a primeira Constituição do país é outorgada pelo Imperador Confederação do Equador 50 A república é apoiada pelos revolucionários de Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará, recebendo o nome de Confederação do Equador Grupos sociais participantes: Proprietários rurais Comerciantes Homens e mulheres livres e pobres Escravizados Conflitos internos ao movimento: D. Pedro I faz um empréstimo de um milhão de libras com banqueiros britânicos e organiza poderosas forças militares A confederação do Equador é derrotada e vários líderes rebeldes são condenados à morte Os rebeldes resistem por dois meses contra poderosas tropas do Imperador Divergências sobre o fim da escravidão Temor dos proprietários rurais Críticas ao autoritarismo de D. Pedro I nos jornais Crise econômico-financeira no Nordeste D. Pedro I demite o presidente da província de Pernambuco Altas constantes nos preços dos alimentos e aluguéis que castigavam a população pobre queda no preço internacional do açúcar, fumo e algodão altos impostos cobrados pelo governo central Eclode a revolta em Pernambuco Ações: Rompimento com o Império Proclamação de uma República Formação de uma Junta Governativa Críticas ao governo de D. Pedro I 51 Autoritarismo Incompetência para resolver a crise econômico-financeira Empréstimos constantes a bancos estrangeiros gerando inflação Aumento dos preços dos alimentos e aluguéis Falência do Banco do Brasil Guerra para resolver a Questão Cisplatina Muita atenção dada ao problema da sucessão do trono português Assassinato de Líbero Badaró Noite das Garrafadas Troca de ministérios Pressão popular nas ruas Abdicação em 7 de abril de 1831 Pedro de Alcântara, com 5 anos de idade, fica como sucessor Início das Regências Regências: a unidade ameaçada O período regencial foi relativamente curto: durou de 1831 a 1840. Apesar disso, foi também um dos períodos mais agitados da nossa história. Naqueles nove anos ocorreram intensas disputas políticas, entre o “centro” e as províncias, e revoltas sociais armadas, de norte a sul do país. Esses episódios ameaçaram a unidade nacional e, ao mesmo tempo, foram decisivos na formação do Estado brasileiro. Grupos políticos das Regências Nome e apelido do grupo político O que defendiam Líderes RESTAURADORES ou caramurus A volta de D. Pedro I ao poder. Eram contrários a reformas sociais. Vicente Ferreira de Paula MODERADOS ou chimangos A manutenção dos privilégios das elites provinciais e a Monarquia Constitucional. Padre Diogo Antônio Feijó e Bernardo Pereira de Vasconcelos EXALTADOS ou farroupilhas Defendiam o federalismo (a garantia de autonomia política e econômica para as províncias); parte deles era favorável à República. Cipriano Barata e Borges da Fonseca Regências: um período movimentado 52 Regência provisória (1831) Regência Trina Permanente (1831-1834) Regência Una Feijó (1834-1837) Regência Una de Araújo Lima (1837-1840) 53 Regência Trina Permanente Figura de destaque: Diogo Antônio Feijó Período de intensos conflitos políticos no Parlamento, na imprensa e de manifestações populares Regência Una de Feijó Representante dos Moderados Cabanagem, Farroupilha, Malês Criação da Guarda Nacional e concessão da patente de coronel aos fazendeiros mais ricos Necessidade de recursos, mas oposição na Câmara Regência Una de Araújo Lima Regresso: interesses dos cafeicultores do Vale do Paraíba e dos grandes comerciantes do Rio de Janeiro Garantir a unidade do Império e a ordem escravista Lei Interpretativa do Ato Adicional: retirava autonomia das províncias e dava maior poder ao governo central Ato Adicional de 1834: maior autonomia para as províncias e instituição da Regência Una Renuncia em 1837 por dificuldades de governar e conter as tensões sociais Cabanagem, Farroupilha, Sabinada, Balaiada Rebeliões regenciais 54 • Agitações de rua, revoltas escravas e rebeliões republicanas. • Manifestações relacionadas ao alto custo de vida nas cidades brasileiras, ao escravismo e ao autoritarismo dos regentes. • Pobres e ricos, peões e fazendeiros, indígenas, mestiços, negros e brancos se uniram para combater o governo central. • Enquanto as elites provinciais lutavam pela autonomia das províncias, os oprimidos batalhavam por liberdade e uma vida melhor. Cabanagem Farrapos Malês 55 Local Salvador (1835) Revolta escrava: a mais importante já ocorrida no Brasil Aspirações A libertação dos escravos e a garantia de liberdade de culto Os principais líderes eram malês e 70% dos rebeldes eram de etnia nagô Lutaram durante uma madrugada com espadas, facas e lanças Centenas de africanos foram enviados para a África e outros tantos, expulsos da Bahia A revolta foi brutalmente reprimida Local Grão-Pará (1835-1840) Contexto População majoritariamente pobre; 15% de brancos e 85% de índios, negros e mestiços Aspirações dos cabanos Terras para plantar e o fim da escravidão Aspirações dos fazendeiros: escolher os presidentes da província Tomam o poder e proclamaram uma república em agosto de 1835 Repressão brutal: o governo matou cerca de 40% da população Divergências entre os líderes e inferioridade bélica Local RS e SC (1835-1845) Contexto Região produtora de charque para o mercado interno Reclamações O governo não favorecia as atividades econômicas locais Revoltam-se em 1835 e, em 1836, proclamam a República Rio- -Grandense Em 1839 conquista SC e proclamam a República Juliana Tratado do Poncho Verde: “paz honrosa” (1845) Em 1842, o governo envia 12 mil homens para combater os farroupilhas Sabinada Balaiada Com o fim das rebeliões regenciais e a ascensão do café no Vale do Paraíba, o governo central foi se firmando no poder e garantindo a unidade do imenso Império brasileiro. 56 Local Bahia (1837-1838) Motivações Imposição de governantes e temor de serem convocados a lutar contra os farroupilhas Militares se unem ao Dr. Sabino, que conclamava o povo a lutar pela República Tomam o forte de São Pedro, em Salvador, e proclamam a República até a maioridade de Pedro de Alcântara Prometem liberdade aos escravos que lutassem com eles e perdem apoio dos proprietários de escravos envolvidos Repressão brutal: 1,2 mil mortos, 3 mil presos e os líderes sobreviventes foram expulsos da Bahia São derrotados pelas forças governamentais com ajuda de senhores de engenho do Recôncavo baiano Local Maranhão e Piauí (1838-1841) Contexto Desigualdade social e péssimas condições de vida para a maior parte da população Composição Revolta popular, formada por desempregados, vaqueiros, quilombolas e indígenas Bandos populares atacam fazendas, atemorizando os proprietários Exigem a substituição do presidente da província, a expulsão dos comerciantes portugueses e o fim da escravidão Repressão violenta: cerca de 11 mil balaios foram assassinados Liberais e conservadores, antes em disputa, se unem para ajudar na repressão ao movimento Segundo Reinado: política, economia e guerra Liberais Conservadores Desejavam manter a ordem estabelecida, a monarquia, o escravismo, garantir seus privilégios e manter a maioria da população excluída da política 57 Centralização política Governo forte Disputas entre liberais e conservadores nas urnas, no Parlamento e nas ruas Lançam a campanha pela maioridade de Pedro de Alcântara para tirar os conservadores do poder A campanha ganha adeptos inclusive entre os conservadores como forma de “salvar a nação” Julho de 1840 D. Pedro II foi aclamado imperador do Brasil com 15 anos de idade Poder Moderador Nomeia e demite os presidentes de província Dissolve a Câmara dos Deputados Nomeia os senadores Perdoa sentenças de réus condenados pelo Judiciário Indica o presidente do Conselho de Ministros Escolhe o Ministério Acima dos partidos: manipula e promove um rodízio entre eles Descentralização política Autonomia das províncias Revolução Praieira Fundação do Partido da Praia Conservadores sobem ao poder e demitem 40 funcionários ligados aos praieiros Funcionários se recusam a entregar os cargos e reagem pelas armas Exigências do Manifesto ao Mundo: 1 – O voto livre e universal do povo brasileiro. 2 – A plena liberdade de imprensa. 3 – O trabalho como garantia de vida para o cidadão brasileiro. 4 – O comércio a retalho só para cidadãos brasileiros. 5 – A extinção do Poder Moderador. 58 Contexto pernambucano Concentração de poder nas mãos de poucas famílias Domínio do comércio a varejo por comerciantes portugueses Composição social: senhores de engenho, comerciantes, militares, trabalhadores temporários, pequenos lavradores, rendeiros e desempregados A luta começa em Olinda e se estende à Paraíba. Um de seus líderes tenta conquistar Recife Disputa pelo poder político local entre as oligarquias provinciais Expressou também a insatisfação da população livre pobre Apesar de algumas vitórias, foi derrotada pelo Império Economia no Segundo Reinado O café se torna o principal produto de exportação brasileiro no Segundo Império. Litoral do Rio de Janeiro → Vale do Paraíba → Zona da Mata e Oeste paulista. Além do café, o Brasil exportava outros gêneros, como açúcar, algodão, cacau, tabaco, couros, peles e borracha. Havia também uma produção variada destinada ao mercado interno. Modernização no Segundo Reinado 59 Indústrias e ferrovias Riqueza vinda do café Tarifa Alves Branco (1844) Lei Eusébio de Queiroz (1850) Indústrias (de tecidos, chapéus, cervejas), companhia de iluminação a gás, várias companhias de seguro e de navegação a vapor, bancos e empresas de mineração e de transportes urbanos. Ferrovia da baía de Guanabara a Petrópolis; Estrada de Ferro D. Pedro II (futura Central do Brasil); Estrada de Ferro Recife-São Francisco; Santos-Jundiaí; Paulista; Mogiana; Sorocabana. Fim do tráfico internacional de africanos escravizados Pressão inglesa Após lucrar por séculos com o tráfico atlântico, a Inglaterra se posicionou contra esse comércio: Líder da Revolução Industrial, tinha interesse em ampliar o mercado para os seus produtos. Com o fim do tráfico, o dinheiro que os proprietários brasileiros gastariam na compra de escravizados poderia ser investido na aquisição de manufaturados. Parte da população e dos políticos ingleses havia aderido às ideias iluministas e opunha-se à escravidão. 60 1827: a Inglaterra exige o fim do tráfico como condição para reconhecer a independência do Brasil 1831: lei brasileira declara ilegal o comércio de africanos para o Brasil A lei de 1831 se torna “letra morta” 1844: A Inglaterra exige a renovação do acordo de 1827 D. Pedro II se recusa a renovar o acordo 1845: a Inglaterra declara o Bill Aberdeen 1850: Lei Eusébio de Queiroz 1850: Lei de Terras Aumento do tráfico interprovincial de escravos Racismo e políticas de branqueamento da população brasileira Guerra do Paraguai (1864-1870) Interesses em jogo 61 Controle dos rios Paraná, Paraguai, Uruguai e da Prata Interesse pelas terras férteis e de pastagens Liderança política na região platina Brasil: queria garantir a livre navegação nos rios da bacia platina, pôr fim aos conflitos por terra e gado nas fronteiras com o Paraguai e depor o ditador paraguaio Francisco Solano López Argentina: desejava consolidar o Estado nacional argentino impedindo suas províncias de Entre Rios e Corrientes de separarem-se e formarem países independentes, valendo-se do apoio paraguaio Paraguai: governado por Solano López, desejava tornar- -se uma potência regional e conquistar uma saída para o mar, para comerciar com o exterior com maior facilidade Consequências para o Paraguai: perda da maior parte das indústrias; parte do território; e mais de 200 mil pessoas. Manteve a independência. Consequências para o Brasil: incorporou territórios; garantiu a ligação fluvial com o Mato Grosso; manteve a liderança na região platina; entre 23 mil e 100 mil mortos; aumento da dívida externa e crise financeira. Abolição, imigração e indigenismo no Império 62 MOVIMENTO ABOLICIONISTA Ganha força na segunda metade do século XIX Luta na imprensa Passeatas e comícios Compra de cartas de alforria O movimento ganha forças com o fim da Guerra do Paraguai Abolição da escravidão Pressão inglesa Resistência dos escravizados Movimento abolicionista RESISTÊNCIA DOS ESCRAVIZADOS Desobediência Fuga e formação de quilombos Levantes urbanos Busca de liberdade para prática de suas culturas e religiões Inúmeras revoltas no século XIX: mais de 20 na Bahia Ano Nome ou origem da lei Conteúdo da lei Lei X Realidade 1831 Lei criada para atender a exigência da Inglaterra para reconhecer a independência do Brasil Declarava ilegal o comércio de africanos para o Brasil Não teve efeitos, pois, após um breve momentos inicial, o tráfico cresceu em vez de diminuir. 1850 Lei Eusébio de Queiroz Proibia definitivamente a entrada de escravizados no Brasil De fato não entraram mais escravizados vindos da África, mas houve um aumento significativo do tráfico interprovincial. 1871 Lei do Ventre Livre Definia que os filhos de escravos nascidos a partir daquela data seriam considerados livres Foi elaborada segundo os interesses dos proprietários de escravos, pois a lei previa que os escravos poderiam ficar sob a autoridade do senhor até os 21 anos de idade. 1885 Lei dos Sexagenários Declarava que os escravos a partir de 60 anos eram livres A lei previa que os escravos deveriam trabalhar por mais três anos. Mesmo que eles conseguissem sobreviver, não conseguiriam arrumar emprego com aquela idade. 1889 Lei Áurea Declarou extinta a escravidão no Brasil De fato foi aplicada, mas os ex-escravos foram deixados em uma situação muito precária. As leis e a realidade 63 A vida difícil dos recém-libertos Para amenizar a luta diária pela sobrevivência, organizavam- -se em centros religiosos, clubes esportivos e grupos de lazer 64 Recém-libertos sem terra, sem instrução, sem dinheiro e sem apoio do governo Alguns negociaram sua permanência nas fazendas em troca de modestos salários ou do direito de ter uma roça Alguns migraram para as cidades Alguns poucos ascenderam socialmente Foram obrigados a aceitar os piores serviços, os mais baixos salários e a convivência com o racismo Imigração europeia SISTEMA DE PARCERIA Cada família era responsável por um certo número de pés de café e por uma roça de subsistência; o lucro obtido com a colheita era repartido entre o imigrante e o dono da fazenda. SISTEMA DE COLONATO Os colonos recebiam um salário anual pelo trabalho no cafezal e a permissão para plantar milho, mandioca e feijão e criar animais para consumo próprio ou para venda. Muitos colonos não aguentaram a dureza do trabalho e o tratamento dispensado pelos fazendeiros, retornando à sua terra natal. 65 MOTIVAÇÕES BRASILEIRAS Necessidade de mão de obra Políticas de branqueamento MOTIVAÇÕES DOS MIGRANTES Busca de trabalho, terra própria e novas oportunidades de vida Italianos Trabalharam, majoritariamente, nos cafezais das províncias de São Paulo e do Rio de Janeiro Portugueses e espanhóis Foram para as grandes cidades (Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador) trabalhar como comerciantes, artesãos ou operários Italianos, alemães e eslavos Para proteger as fronteiras, D. Pedro II ofereceu lotes de terras no Sul, que foram ocupados por pessoas desses países Romantismo Estreia com Suspiros poéticos e saudades, de Gonçalves de Magalhães, em 1836. Busca afirmar a independência e a nacionalidade brasileira: tom ufanista, exaltação da natureza, valorização de personagens indígenas. Iracema, personagem da obra de mesmo nome do escritor romântico José de Alencar, em uma versão do pintor Antônio Parreiras, 1909. 66 Unidade 4 Imperialismo, industrialização e resistência Estados Unidos e América Latina no século XIX 67 Segunda fase da Revolução Industrial Imperialismo, industrialização e resistência Todo esse avanço tecnológico foi causa e efeito do desenvolvimento do capitalismo. Resultou da aplicação de capital em pesquisa científica e, ao mesmo tempo, provocou um enorme acúmulo de capitais em países da Europa, nos Estados Unidos e no Japão. 68 Transportes • Locomotivas e barcos a vapor • Ferrovias • Automóveis (1890) Comunicações • Telégrafo (1836) • Telefone (1876) Desenvolvimento do capitalismo Aceleração industrial Descoberta de novas tecnologias aplicadas na indústria, nos transportes e nas comunicações 1856: descoberta do processo de fabricação do aço Aplicação na indústria de armas, construção civil e fabricação de máquinas 1870: invenção do dínamo Permitiu a transmissão de corrente elétrica a longas distâncias 1879: lâmpada elétrica Permitiu o uso residencial da eletricidade Década de 1870: invenção e aperfeiçoamento do motor de combustão interna Permitiu o aproveitamento do petróleo e seus derivados como fonte de energia Concentração de capital e imperialismo Influência nos governos de seus países Incentivo dos governos 69 Grande poder aos bancos Empresas Bancos Concorrência Concentração de capital Imperialismo oportunidades de investimentos para seus capitais mercados produtores de matérias-primas mercados consumidores de manufaturados ouro e diamante (África) terras e mão de obra barata Concorrência Guerra de preços Concentração de capital Trustes Cartéis Holdings Grandes grupos econômicos Teorias racistas 70 Darwinismo social Raças superiores × Raças inferiores Necessidade de civilizar as raças inferiores Fardo do homem branco Teoria segundo a qual apenas as raças superiores sobrevivem e triunfam Erro 1: Não existem raças humanas, apenas a raça humana da qual fazem parte todas as etnias Erro 2: Não há nenhuma etnia superior à outra Justificativa para a dominação imperialista “Missão civilizadora” a partir da qual se cometeram vários crimes contra a humanidade Imperialismo na África Portugal Manteve a maior parte dos territórios conquistados nos séculos XV e XVI Alemanha Chegou tardiamente na corrida pela África, mas conquistou a África do Sudoeste Alemão e a África Oriental Alemã Espanha Conservou o Marrocos espanhol 71 Feitorias no litoral Ataques e pressão diplomática Colônias, protetorados, domínios ou áreas de influência Franceses na Argélia Conquistam terras e assumem o governo Os nativos são obrigados a trabalhar nas plantações Belgas na bacia do Congo Com uso da força e da diplomacia o Congo se torna propriedade do rei Leopoldo II Extração de uma enorme fortuna em borracha e marfim Desorganização do modo de vida nativo Uma das dominações mais cruéis da história da humanidade Ingleses na África A Inglaterra liderou a corrida pela África Egito e Sudão Uganda, África Oriental e Rodésia Resistência africana 72 Séculos XV e XVIII A presença dos europeus se restringiu ao litoral Os europeus fundam estabelecimentos permanentes em pontos estratégicos do litoral para fazer comércio com os africanos A partir do século XIX Não querem mais apenas fazer comércio Os europeus querem conquistar as terras africanas e submeter seus povos Os africanos reagem de formas diversas Se opunham à perda de soberania, à exploração econômica e à imposição de hábitos ou modos de administração europeus Revoltas diversas Rebelião Ashanti (1890 a 1900) São derrotados pelo poderio bélico inglês, mas demonstram que não aceitam a submissão Conferência de Berlim Tensões geradas pela corrida imperialista levaram as potências a se reunirem na Conferência de Berlim, em 1885, para evitar conflitos bélicos entre elas. A reunião serviu para combinar regras e condições favoráveis à ocupação da África. A partilha da África ocorreu nos anos que se seguiram à Conferência de Berlim. Em 1880, os europeus ocupavam 10% do continente e, em 1900, já ocupavam 90% dele. 73 Conferência de Berlim O novo mapa fixava fronteiras artificiais, misturando culturas e línguas diferentes e separando povos que tinham grande identidade cultural, o que contribuiu para a eclosão de guerras entre os próprios africanos. Algumas delas se prolongaram até os nossos dias. 74 Partilha da Ásia Entre os dominadores da Ásia não havia apenas países europeus, mas também os Estados Unidos e o Japão, que conquistaram territórios na Ásia e na Oceania. 75 • Os britânicos chegam à Índia no século XVII e começam a deslocar comerciantes locais • Por volta de 1750: se apossam da Índia, tornando-a um protetorado inglês Britânicos na Índia • Conduzem a falência das tecelagens indianas, transformando a Índia em consumidora de tecidos ingleses • A Índia torna-se produtora de algodão para alimentar as fábricas inglesas • Revolta dos Sipaios (1857) • A Inglaterra esmaga a revolta e assume diretamente o governo da Índia. Britânicos na China • Os ingleses introduzem o ópio na China para enfraquecer sua economia e sua política • A balança comercial chinesa se torna desfavorável em relação à Europa pela primeira vez em torno de 1820 • O governo chinês solicita ao inglês encerrar o comércio de ópio do país e não recebe resposta • Guerra do Ópio (1839-1842) • Vitória inglesa • Tratado de Nanquim: dominação quase total dos ingleses sobre o comércio chinês e abertura a outros países Estados Unidos e América Latina no século XX Marcha para o Oeste 76 Partido Republicano X Partido Democrata Economia em crescimento: tecelagem, fiação e transporte. Incentivo à imigração. Corrida do ouro e Destino Manifesto Lei de povoamento Acordos, guerra e ouro A Guerra Civil norte-americana Abolição da escravidão Ku Klux Klan Estados Confederados da América Guerra de Secessão (1861-1865) Centro-Norte: trabalho livre e pequena propriedade Sul: trabalho escravo e grande propriedade escravista 77 Guerra Civil nos Estados Unidos 78 Prosperidade e intervencionismo 79 Reconstrução do país após a Guerra Civil Elevação de impostos e incentivo a imigração europeia Exploração de recursos naturais Final do século XIX: potência industrial mundial Concentração de riqueza Imperialismo estadunidense 80 Imperialismo estadunidense América Latina e Filipinas Doutrina Monroe Big Stick Diplomacia do dólar Pan- -Americanismo Canal do Panamá image1.png image2.png image3.png image4.png image5.png image6.jpg image7.png image8.jpg image9.jpg image10.jpg image11.jpg image12.jpg image13.emf image14.jpg image15.jpg image16.jpg image17.jpg image18.jpg image19.jpg image20.jpg image21.jpg image22.jpg image23.jpg image24.jpg image25.jpg image26.jpg image27.jpg image28.jpg image29.jpg image30.jpg image31.png image32.png image33.jpg image34.png image35.png image36.png HIS1_V9.pptx 1 ÍNDICE Unidade 1 3 Unidade 2 31 Unidade 3 56 Unidade 4 88 2 Unidade 1 A Proclamação da República A Primeira República A Era Vargas Movimentos sociais: negros, indígenas e mulheres 3 O processo que conduziu à República Na segunda metade do século XIX, um processo histórico importante foi o que conduziu à implantação da República no Brasil. 4 Crise da Monarquia Proclamação da República Questão militar Questão religiosa A Lei Áurea aumentou a insatisfação dos fazendeiros do Vale do Paraíba e do Nordeste com a Monarquia. Militares se aproximam de ideias republicanas. Em 15 de novembro de 1889, Deodoro da Fonseca e seus soldados demitiram o governo monárquico e iniciaram a República no Brasil. 5 Crise da Monarquia e implantação da República Os dois primeiros presidentes do Brasil foram militares e governaram entre 1889 e 1894, por isso esse período é conhecido como República da Espada. 6 Governo Deodoro da Fonseca Constituição de 1891 Reforma e crise financeira (encilhamento) Executivo, Legislativo e Judiciário Federalismo e separação entre Igreja e Estado Voto universal masculino (exceto analfabetos, soldados e clero) 7 Governo Floriano Peixoto Revolução Federalista: Guerra civil motivada pela disputa entre o Partido Republicano Rio- -Grandense e o Partido Federalista. Causou a morte de milhares de pessoas e só terminou em 1895, com a vitória do Partido Republicano Rio-Grandense. Segunda Revolta da Armada: Militares da Marinha bombardearam o Rio de Janeiro com tiros de canhão, para exigir a renúncia do presidente. Floriano Peixoto, porém, conseguiu dinheiro com os cafeicultores paulistas, comprou navios no exterior e, com o apoio dos soldados do Exército, venceu a revolta liderada pela Marinha. A Primeira República 8 Oligarquias no Poder Coronelismo Política dos governadores Economia: Café Borracha Cacau Proteção ao café (Convênio de Taubaté) Café com política (SP, MG, RS, RJ, BA, PE) Indústria e operários Entre 1907 e 1920, o número de empresas cresceu por volta de quatro vezes e o de operários quase duplicou. Os motivos do crescimento são: A região Sudeste, sobretudo São Paulo, recebeu os maiores investimentos, liderando a corrida industrial no país. a) capitais nacionais (acumulados com as exportações agrícolas, sobretudo de café); b) disponibilidade de matéria-prima; c) grande oferta de mão de obra barata; d) um sistema de transportes ligado aos portos. 9 Modernização e urbanização de São Paulo Os processos de industrialização e modernização ocorreram ao mesmo tempo em várias cidades. Em São Paulo, com o boom da economia cafeeira, a cidade ganhou uma extensa rede ferroviária, comercial e financeira. Dois marcos decisivos nesse processo são: 10 Light: constituição da empresa responsável pelo serviço de transporte e distribuição de energia elétrica. Bondes elétricos: aumento da velocidade, diminuição no tempo de transporte e melhoria na higiene pública. Imigrantes Industrialização e urbanização estão diretamente relacionadas à imigração. São Paulo recebeu 57,7% do total de imigrantes. Autoridades e fazendeiros deram preferência aos europeus. Tentativa de branqueamento da população brasileira. 11 Contestações 12 Guerra de Canudos Antônio Conselheiro José Maria Sertanejos reprimidos. Vilas destruídas e camponeses mortos. Repressão e destruição de Canudos. Autonomia, religiosidade de Conselheiro e recusa no pagamento de impostos. Guerra do Contestado Tensão entre coronéis, indígenas e posseiros. Camponeses expulsos de suas terras. Camponeses seguem o beato José Maria. Modernização do Rio de Janeiro 13 Belle Époque Avanços tecnológicos Luz elétrica, cinematógrafo, aparelhos raio X etc. Reformas urbanas Lei da Vacina Obrigatória Demolição de casas e casebres Conflitos nas ruas Revolta da Vacina Tenentismo 14 O primeiro 5 de julho “Salvar a honra do exército” Moralizar a política do país O segundo 5 de julho Isidoro Dias Lopes e Miguel Costa Deposição do presidente Arthur Bernardes Coluna Prestes Guerra de movimento Luta contra o governo Voto secreto Obrigatoriedade do ensino primário e melhoria do ensino público Percorreu 25 mil km através de 12 estados brasileiros Queimavam registros de cobrança de impostos 15 Os anos 1930 Eleições de 1930 Washington Luís indica Júlio Prestes para a presidência Aliança liberal Getúlio Vargas Voto secreto Incentivo à indústria nacional Leis trabalhistas Anistia aos “tenentes” rebelados Vitória de Júlio Prestes Assassinato de João Pessoa Deposição de Washington Luís Getúlio Vargas assume a presidência 16 O primeiro Governo Vargas A Era Vargas 17 Governo Provisório (1930-1934) Fortalecimento do Estado e de Getúlio Vargas Nomeação de interventores Oposição paulista Reação à intervenção de Vargas Frente Única Paulista (FUP) Morte de MMDC Revolução Constitucionalista Derrota paulista O governo convocou uma Assembleia Constituinte que, em 16 de julho de 1934, votou e aprovou a terceira Constituição do Brasil. 18 Constituição de 1934 Voto Secreto Voto Feminino Justiça eleitoral Direitos trabalhistas Ensino primário gratuito e obrigatório O governo constitucional de Vargas (1934-1937) Grande Depressão (1929-1933): falências, desemprego e inflação Eleito pelo voto indireto Ação Integralista Brasileira Fascismo Plínio Salgado Governo autoritário Partido único Censura, etc. Aliança Nacional Libertadora Comunismo Luís Carlos Prestes Não pagamento da dívida externa brasileira Nacionalização das empresas estrangeiras Reforma agrária 19 O Estado Novo (1937-1945) 20 Ditadura Plano Cohen. Trabalhismo Concessão de benefícios, propagandear e conseguir alcançar os sentimentos de gratidão e retribuição nos trabalhadores. A propaganda varguista Propaganda para promover Vargas. Golpe. Eleições suspensas, proibição de greves, extinção dos partidos políticos etc. Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP). Uso do rádio. Hora do Brasil. Economia: indústria e agricultura Durante o governo Vargas, a indústria assumiu a posição de liderança que antes cabia à agricultura. 21 Industrialização (por substituição de importações) Companhia Siderúrgica Nacional Companhia Vale do Rio Doce Companhia Hidrelétrica do São Francisco Conselho Nacional do Petróleo Fim do Estado Novo 22 Participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial Críticas ao governo Vargas (Manifesto dos Mineiros, UNE) Queremismo Militares forçam a renúncia de Vargas Movimentos sociais: negros, indígenas e mulheres Os negros no pós-Abolição Além de lutarem por emprego, moradia e salário, os libertos tinham de enfrentar o racismo e a violência policial, que os impediam de circular livremente pelas ruas ou de praticar suas religiões. Mundo do trabalho 23 Muitas vezes, recebiam o mesmo tratamento do período da escravidão Mudavam para a cidade em busca de uma vida melhor Desemprego Ocupavam terras abandonadas O Treze de Maio (1888), A Pátria (1889), O Exemplo (1892), O Baluarte (1903), A Pérola (1911), O Menelick (1915), O Alfinete (1918), O Kosmos (1922) e O Clarim da Alvorada (1924). 24 Imprensa negra Jornais da comunidade negra Denúncia do racismo, da falta de oportunidade e da violência Sugestão de comportamento e estímulo à autoestima Valorização da associação e participação política 25 Frente Negra Brasileira Luta contra o racismo Curso de alfabetização para adultos Cerca de 600 mil filiados em diferentes regiões do país Combate ao preconceito 26 Teatro Experimental do Negro Protesto pela ausência de negros no palco Valorização do negro Luta pela educação do negro Os indígenas na República Nos anos 1930 e 1940, uma onda de nacionalismo atravessou o continente americano e levou a uma revalorização da figura do indígena em vários países, entre os quais o México e o Brasil. 27 Marechal Cândido Rondon Integração total do indígena Atração, pacificação e civilização Serviço de Proteção ao Índio (SPI) Lei n° 5.484, de 1928 Tutela do Estado Classificação: Nômades (incapazes legalmente) Aldeados (incapazes legalmente) Incorporados aos centros agrícolas Reunidos em povoações indígenas 28 A luta das mulheres A partir do advento da República, as mulheres passaram a reivindicar o acesso pleno à educação, indispensável à autossuficiência econômica, e o direito de votar e de serem eleitas, indispensável à cidadania plena. 29 Myrthes Campos Bertha Lutz Nísia Floresta Leolinda Daltro (Partido Republicano Feminino – 1910) Pílula, minissaia e calça saint-tropez 30 Anos 1960 Revolução sexual Betty Friedan e Simone de Beauvoir Luta feminista Salários e direitos iguais aos dos homens Vagas no funcionalismo público e na universidade Unidade 2 Primeira Guerra Mundial Revolução Russa Grande Depressão Fascismo e nazismo Segunda Guerra Mundial 31 Primeira Guerra Mundial (1914-1918) Conflito mundial e total (os alvos não eram apenas militares, mas também civis). 32 Formação de blocos militares rivais Rivalidades imperialistas Tríplice Aliança Alemanha Tríplice Entente Grã-Bretanha França Rússia Império Austro-Húngaro Itália As fases da guerra 33 Guerra de movimento Intenso movimento de tropas Avanço alemão e contra-ataque francês Guerra de trincheiras Frente Ocidental estacionada Sem grandes vitórias 640 km de trincheiras Outros acontecimentos importantes 34 Itália muda de lado Em 1915, a Itália rompe com a Alemanha e passa a guerrear ao lado da Tríplice Entente. Novos aliados britânicos Romênia, Grécia, Estados Unidos, Brasil. Novos aliados alemães Bulgária e Império Turco-Otomano. Rússia sai da guerra Por conta da Revolução Russa, o país assina tratado de paz com a Alemanha e deixa o conflito. Nova guerra de movimento Alemanha ataca Frente Ocidental novamente, mas sofre derrota. Rendição alemã A monarquia alemã é derrubada e o novo governo assina um pedido de rendição em 1918. O fim, o saldo e os desdobramentos da guerra 35 Uso de tecnologia bélica Aviões, canhões, tanques e gases venenosos. Aumento do número de mortos. Saldo de mortes 9,2 milhões de mortos. 20 milhões de mutilados. Tratado de Versalhes Alemanha obrigada a devolver territórios. Ceder colônias aos vencedores. Pagamento de indenização bilionária. Restrições ao tamanho do exército e da posse de certos armamentos. Milhares de órfãos e refugiados. Redistribuição das forças internacionais Europa depois da Primeira Guerra Mundial (1919) Fonte: DUBY, Georges. Atlas historique mondial. Paris: Larousse, 2001. p. 90-91. Europa antes da Primeira Guerra Mundial (1914) Fonte: DUBY, Georges. Atlas historique mondial. Paris: Larousse, 2001. p. 88. Reorganização das fronteiras europeias. Estados Unidos se tornam uma potência global. 36 Partilha da Palestina proposta pela ONU (1947) Fonte: FERREIRA, Graça Maria de Lemos. Atlas geográfico: espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2000. p. 62. A Questão Palestina 37 Interesses britânicos e franceses no Oriente Médio ainda durante a Primeira Guerra Mundial. Compromisso britânico pela criação de um Estado judaico na Palestina. Com a perseguição aos judeus na Alemanha nazista, muitos deles se mudaram para a Palestina. O aumento da população judaica gerou conflitos com a população árabe que lá vivia. Plano da ONU para a partilha da Palestina em dois Estados: um judeu e outro árabe. O Estado de Israel foi fundado em 1948. Vários conflitos ocorreram desde então e a paz ainda não chegou à região. A Revolução Russa A Rússia czarista Monarquia absolutista Poder concentrado no czar Dinastia Romanov Rebeliões camponesas Rebelião Pugatchev (1773-1775) Antecedentes 38 Modernização e indústria Greves operárias. 39 Migração do campo para a cidade. Industrialização: exploração de petróleo, produção e aço e construção de ferrovias. Condições de trabalho precárias. Doutrina marxista Socialismo No século XIX, Karl Marx e Friedrich Engels criaram uma corrente dentro do socialismo, à qual nomearam de socialismo científico. 40 O capital e Manifesto do Partido Comunista Transformação da sociedade: repartição da riqueza Oposição ao liberalismo Sociedade sem classes Maior igualdade social Socialismo na Rússia Bolcheviques × Mencheviques 41 Rebelião popular de 1905 Sovietes Guerras 42 Pobreza da população Reivindicações de operários e suas famílias Domingo sangrento O processo revolucionário 43 Primeira Guerra Mundial Protestos Derrubada do czar Governo provisório Libertação de presos políticos Liberdade de imprensa Vladimir Lênin Fim do governo provisório Retirada da Rússia da guerra Repartição das terras Guarda vermelha O governo Lênin Guerra civil Confisco de terras da família real Igualdade de direitos entre homens e mulheres Estatização da economia Saída da Rússia da Primeira Guerra Mundial NEP (Nova Política Econômica) Exército Branco × Exército Vermelho Comunismo de guerra, confisco da produção agrícola Vitória bolchevique Incentivo ao comércio Entrada de capitais estrangeiros Recuperação da agricultura 44 A Formação da URSS Em dezembro de 1922, um grande congresso reunindo os diferentes povos que habitavam o território russo fundou a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). 45 Grande Depressão (1929) 46 Grande Depressão Quebra da Bolsa de Valores de Nova York Concentração de riquezas Superprodução agrícola Concorrência europeia Baixos salários Endividamento dos produtores rurais Consequências da Grande Depressão: desemprego e falta de esperança. Esses fatores favoreceram o surgimento de políticos e partidos autoritários. Acusavam as democracias liberais pelos problemas. Esse cenário favoreceu o estabelecimento de regimes políticos como o fascismo italiano e o nazismo alemão. A ascensão dos fascismos 47 Os regimes fascistas apresentam algumas características políticas comuns: 48 O indivíduo deve sempre se submeter aos interesses da coletividade. Qualquer ação é legítima contra um inimigo, mesmo que ultrapasse limites morais, jurídicos ou religiosos, incluindo o uso da violência. Rejeição à democracia, ao socialismo e ao liberalismo. Líderes políticos sempre do sexo masculino, que fazem discursos mobilizadores e têm apoio incondicional dos seus seguidores. Outros povos podem ser dominados, mesmo que vá contra leis humanas ou divinas. Os dois principais regimes fascistas surgidos na Europa naquele período foram o fascismo (Itália) e o nazismo (Alemanha). 49 Fascismo (Itália) Antecedentes: Fim da Primeira Guerra Mundial e desemprego. Recursos: polícia secreta; perseguição aos opositores; fechamento dos demais partidos; censura e propaganda. Houve ainda o Tratado de Latrão, que determinou a concessão do território do Vaticano à Igreja Católica, conquistando seu apoio ao regime. Líder: Benito Mussolini. Nazismo (Alemanha) Antecedentes: Tratado de Versalhes e reflexos econômicos da Grande Depressão. Recursos: polícia secreta; perseguição aos judeus e opositores; fechamento de sindicatos, jornais e demais partidos políticos; censura e propaganda. Líder: Adolf Hitler. Segunda Guerra Mundial (1939-1945) – antecedentes 50 Consequências do fim da Primeira Guerra Mundial Itália: - insatisfação com os resultados do conflito; - postura expansionista; - conquista da Etiópia. Japão: - intensa industrialização; - postura imperialista; - invasão de parte da China. Alemanha: - volta da militarização; - ocupação de territórios estrangeiros; - as duas políticas contrariavam as determinações do Tratado de Versalhes. Incapacidade da Liga das Nações em manter a paz na Europa; formação do Eixo Roma-Berlim-Tóquio. A deflagração oficial da Segunda Guerra Mundial ocorreu após uma sucessão de invasões territoriais e infrações de tratados políticos estabelecidos: 51 Março de 1938 Alemanha, Inglaterra e França reuniram seus líderes na Conferência de Munique. A região dos Sudetos, na Tchecoslováquia, foi cedida para ocupação alemã como política de apaziguamento. 1939 A Tchecoslováquia foi totalmente ocupada pela Alemanha, desrespeitando o acordo de Munique. 1939 Hitler, líder alemão, assinou com Stálin, líder soviético, um pacto de não agressão e secretamente acertaram a ocupação e divisão da Polônia. Setembro de 1939 Alemães ocuparam o oeste da Polônia e os soviéticos ficaram com o leste. A Inglaterra reagiu às invasões declarando oficialmente guerra à Alemanha. Nos primeiros anos da Segunda Guerra Mundial aconteceram várias ofensivas nazistas, resistência de seus adversários e adesão de outros países ao combate: 52 Ofensiva nazista (1940) Guerra- -relâmpago: invasão de cinco países em cinco dias Resistência inglesa (1940) Batalha entre as forças aéreas inglesas e alemãs em Londres Resistência soviética (1941-1943) Alemanha quebrou o pacto de não agressão Invasão da Dinamarca, Noruega, Holanda, Bélgica e França Os ingleses detiveram os nazistas Soviéticos: tática da terra arrasada Batalha de Stalingrado: vitória dos soviéticos e recuo nazista Guerra no Oriente e participação do Brasil (1941-1942) Estados Unidos (Aliados) e Japão (Eixo) em guerra Ataque a Pearl Harbor (1941) Brasil definiu apoio aos Estados Unidos e declarou guerra ao Eixo (1942) Os anos finais da Segunda Guerra Mundial foram marcados por avanços dos Aliados e recuo do Eixo: 53 A partir de 1943, o exército soviético iniciou marcha rumo a Berlim. Os Estados Unidos derrotaram o Japão em 1942, o que lhes permitiu iniciar o contra-ataque no restante da Ásia e no norte da África. Do norte da África, parte dos Aliados chegaram até a Itália, e em 1945 capturaram Mussolini. Em 1944, os Aliados ingleses e americanos desembarcaram na Normandia (nordeste da França) e tomaram Paris dos nazistas. Berlim estava cercada tanto por soviéticos quanto pelo grupo anglo-americano dos Aliados. Em 1945, a Alemanha assinou sua rendição e o conflito foi encerrado na Europa. Bombas sobre o Japão (1945) Resistência do Japão em relação aos Estados Unidos; Estratégia dos pilotos kamikazes; Estados Unidos decidiram acelerar a rendição japonesa. Em agosto de 1945, duas bombas atômicas foram lançadas em território japonês. Uma delas atingiu Hiroshima e a outra Nagasaki. 54 55 O Holocausto Após o fim da guerra, em novembro de 1945, o tribunal de Nuremberg começou o julgamento dos dirigentes nazistas. Um dos graves crimes cometidos foi o extermínio sistemático de milhões de pessoas. Desde 1942, os nazistas aprisionaram em campos de extermínio judeus e outros grupos como ciganos, soviéticos, religiosos opositores do regime, homossexuais e deficientes físicos. Essas atrocidades eram tratadas como boatos e só foram confirmadas após o fim do conflito. Estima-se que mais de 6 milhões de pessoas morreram nesse sistema de extermínio nomeado como Holocausto. Unidade 3 • A Guerra Fria • Revoluções socialistas: China e Cuba • Nacionalismos africano e asiático • Brasil: uma experiência democrática (1945 a 1964) • Ditaduras na América Latina 56 A Guerra Fria 57 • Final da Segunda Guerra Mundial (1945) até o desmembramento da União Soviética (1991). • Conflito permanente entre os Estados Unidos e a URSS. Os dois lados: • evitavam o confronto militar direto; • usaram a propaganda, a espionagem e a violência. Conferência de Yalta 58 Churchill (Inglaterra), Roosevelt (Estados Unidos) e Stalin (URSS) reuniram-se para discutir os rumos do mundo: Os países ocidentais cederam uma parte da Polônia para a URSS e permitiram o aumento da influência soviética nos países do Leste Europeu libertados do domínio nazista. Essas medidas foram tomadas sem que os países afetados fossem ouvidos. Conferência de Potsdam Aliados reuniram-se novamente e tomaram uma série de medidas: destruição de todos os símbolos, livros e monumentos nazistas (desnazificação); criação do Tribunal de Nuremberg; divisão da Alemanha (e da capital Berlim) em quatro setores de ocupação. 59 Organização das Nações Unidas 60 Principais objetivos Manutenção da paz e da segurança Promoção de relações amistosas entre as nações Cooperação internacional para resolução de problemas Respeito aos direitos humanos Principais órgãos Conselho de Segurança Conselho Econômico e Social Assembleia Geral Secretariado Um mundo bipolarizado Winston Churchill: “cortina de ferro” 61 Cruzada contra o comunismo Doutrina Truman Capitalistas × comunistas Plano Marshall Concessão de tecnologia Programa Possibilitou rápida recuperação econômica de países como Inglaterra, Alemanha Oriental e França Resultados 62 Ajuda econômica aos países capitalistas da Europa Empréstimos a longo prazo e juros reduzidos Investimentos volumosos Fortaleceu a liderança mundial dos Estados Unidos Estimulou exportações estadunidenses para a Europa Diminuiu a força do comunismo no continente europeu O Muro de Berlim 63 Alemanha Ocidental (capitalista) × Alemanha Oriental (comunista) Divisão da cidade de Berlim: Berlim Ocidental x Berlim Oriental Bloqueio de Berlim Comecon A Guerra da Coreia Ocupação estadunidense e soviética Zona desmilitarizada República Popular Democrática da Coreia do Norte (socialista) República Popular Democrática da Coreia do Sul (capitalista) Tensão na fronteira: Armistício de Panmunjon 64 Corrida armamentista e espacial 65 Bomba atômica Bomba de hidrogênio Altos investimentos em armas nucleares Satélites artificiais (Sputnik 1 e Sputnik 2) Yuri Gagarin e Neil Armstrong China Considerada matriz cultural do Extremo Oriente Tratado de Nanquim Dinastia Qing (1641-1911) Território influenciado por potências como Inglaterra, França, Alemanha, Japão e Estados Unidos Revoluções socialistas: China e Cuba 66 Subordinação ao Ocidente 67 Dominação e resistência Notáveis e mandarins Camponeses: maioria da população, pagavam impostos e sustentavam a Corte, as elites e os estrangeiros Revolta dos Boxers Proclamação da República 68 Partido Nacional do Povo (Kuomintang) • Nacionalistas • Sociedades secretas • Textos críticos ao império • Atos de rebeldia Fim do império e instauração da República (1911) • Senhores da Guerra • Fome e revoltas 69 A guerra contra o Japão Japão ataca a China O governo de Mao Tsé-tung Estatização de grandes empresas Nacionalistas e comunistas contra o Japão Fim da guerra com o Japão Exército Popular de Libertação (EPL) República Popular da China China Nacionalista Distribuição de terras aos camponeses Industrialização Direitos iguais entre mulheres e homens Grande Salto para a Frente Desenvolvimento da China Comunas Populares Fome, desemprego, morte Tensões e rompimento com a URSS Revolução Cubana Concentração da riqueza em mãos de poucas famílias População vivendo de forma precária Ditaduras corruptas e violentas Golpe de Fulgencio Batista Fidel Castro, Che Guevara e Camilo Cienfuegos: revolução 70 Fidel Castro no poder Crise dos Mísseis 71 Reforma agrária com distribuição de terras Redução no valor dos aluguéis residenciais, dos medicamentos e nas tarifas telefônicas e de eletricidade Nacionalização de bancos e empresas Nacionalismos africano e asiático 72 Razões das independências: A força de movimentos como o pan- -africanismo e a negritude Luta dos próprios africanos e dos asiáticos pela independência de seus países Enfraquecimento das potências colonialistas europeias após a Segunda Guerra Mundial Índia 73 Mohandas Gandhi Resistência pacífica Desobediência civil e não violência União entre hindus e muçulmanos República da Índia República do Paquistão Paquistão Oriental: Bangladesh Joia mais preciosa da Coroa Britânica (grandes lucros) África 74 Pan- -africanismo Movimento político-ideológico Negritude Movimento político-literário Transformar a situação de todos os africanos e seus descendentes Libertar os negros da pobreza e da opressão Raça como fator capaz de unir e conferir identidade aos diversos povos negros Marcus Garvey: “África para os africanos” Léopold Senghor e Aimé Césaire Valorização das culturas negras Africanos e seus descendentes tinham um patrimônio cultural comum Busca por uma vida melhor e independente Revista Présence Africaine 75 Congo Administração Belga: autoritária e racista Angola, Moçambique e Guiné-Bissau Países dominados por Portugal A Revolução dos Cravos Altos gastos com a guerra na África Explorado por companhias internacionais Falta de liberdade de expressão, de representação Abako: associação do baixo congo Movimento Nacional Congolês Greves e manifestações de rua Independência em 1960 Intensa exploração Trabalho em troca de roupas e comida Centro de Estudos Africanos MPLA: Movimento Popular para Libertação de Angola Frelimo: Frente para a Libertação de Moçambique PAIGC: Partido Africano para a Independência da Guiné e de Cabo Verde Morte de milhares de jovens soldados Descontentamento popular Revolução dos Cravos Jovens oficiais das Forças Armadas Amplo apoio popular Fim da ditadura salazarista Reconhecimento das independências africanas África do Sul • Descendentes de europeus (minoria da população) • Leis segregacionistas (1911) • Apartheid • Congresso Nacional Africano (CNA) • Nelson Mandela • Massacre de Soweto • 1990: fim do apartheid • 1994: Eleição de Nelson Mandela 76 Brasil: uma experiência democrática (1945 a 1964) No período de 1945 a 1964, o Brasil viveu uma experiência democrática, marcada pela disputa entre dois projetos políticos: 77 Projeto nacionalista Líder: Getúlio Vargas; Grande intervenção do Estado na economia; Movimentação de capital estrangeiro no Brasil controlada pelo Estado; Posição de independência em relação aos EUA. Projeto liberal Líder: Carlos Lacerda (UDN); Interferência mínima do Estado na economia; Livre movimentação do capital estrangeiro no país, sem regulação estatal; Alinhamento total aos EUA, incluindo combate ao comunismo. Eurico Gaspar Dutra foi eleito presidente em 1945. Seu mandato (1946-1950) foi simultâneo ao início da Guerra Fria. Dutra alinhou-se aos EUA. Ainda em seu governo, houve a votação e aprovação de uma nova Constituição para o Brasil: Governo Dutra 78 Constituição (1946) Amplas liberdades de pensamento, expressão e associação Grande autonomia a cada um dos três poderes Definição do Brasil como uma República federativa presidencialista Direito ao voto garantido para ambos os sexos (exceto analfabetos) Direito à greve (exceto serviços “essenciais”) O candidato Getúlio Vargas foi eleito, dando início ao seu segundo mandato como presidente no Brasil: As eleições de 1950 79 Nacionalismo Exploração e refino do petróleo no Brasil Trabalhismo Greves por aumento de salário A morte de Vargas (1954) Atentado a Carlos Lacerda Campanha “O petróleo é nosso” Aumento de 100% do salário mínimo Ministro do Trabalho: João Goulart Pressão política – “mar de lama” Aeronáutica lançou manifesto por renúncia Suicídio e carta- -testamento Criação da Petrobras Em 1955, Juscelino Kubitschek de Oliveira foi eleito presidente e João Goulart, vice-presidente; União Democrática Nacional (UDN) questionava o resultado das eleições e organizou golpe de Estado; As tentativas golpistas foram frustradas pelo general Lott, que assegurou a posse de JK com a segurança de soldados. O governo de Kubitschek foi marcado por uma política econômica chamada de desenvolvimentismo, conduzida por um Plano de Metas, para cinco grandes frentes de atuação: Lott garante a posse de JK 80 Energia Transporte Indústria Alimentação Educação 81 Brasília, indústria e desigualdades Mudança da capital do país para a cidade de Brasília; Grande projeto arquitetônico que levou 3 anos para ser executado; Chamada de meta-síntese. Indústria no governo JK Desigualdade social e regional Otimismo e geração de empregos Concentração na região Centro-Sul Migração de outras regiões Inflação Empossado como presidente em 1961 e tendo o adversário político João Goulart como vice, Jânio Quadros teve um mandato breve e polêmico: Governo Jânio Quadros 82 Restrição dos gastos do governo - Controle da inflação e renegociação da dívida externa; - Medida impopular. Política externa O presidente negou- -se a manter o alinhamento com os EUA e buscou relações mais estreitas com a China e a URSS, além de condecorar o líder cubano Che Guevara. Pressão política Após o episódio com Che Guevara, Jânio Quadros passou a sofrer pressão política, especialmente do grupo ligado a Carlos Lacerda. Renunciou em agosto de 1961. Após a renúncia de Jânio Quadros, o vice-presidente eleito, João Goulart, assumiu o governo do país. Governo João Goulart e o golpe civil-militar de 1964 83 Oposição Comício pelas Reformas de Base Goulart pressionado tanto por apoiadores quanto opositores das Reformas Golpe civil-militar Agrária, administrativa, bancária, tributária, eleitoral e educacional Reformas de Base UDN, empresários e militares e EUA contra a posse de Jango Líderes sindicais, movimentos estudantis e alguns governadores a favor da posse Solução: parlamentarismo proposto em plebiscito Contrários: empresários, alto clero, altos oficiais militares, grandes jornais e alguns institutos mantidos por empresários brasileiros e estadunidenses 80% da população votou a favor do presidencialismo Favoráveis: movimentos sociais organizados Marcha da Família com Deus pela Liberdade 31 de março de 1964: Tropas nas ruas e Congresso Nacional anunciou o cargo de presidente como vago; golpe civil-militar Ditaduras na América Latina Brasil 84 Regime Militar Livrar o país do comunismo O Governo Castelo Branco Líderes sindicas presos O Governo endurece Ato Institucional nº 2 (AI-2) ‐ Extinguiu todos os partidos políticos ‐ Aliança Renovadora Nacional (ARENA) ‐ Movimento Democrático Nacional (MDB) Restabelecer a hierarquia e a ordem Deposição de João Goulart Perseguição aos opositores Ato Institucional nº 1 (AI-1) ‐ Suspensão de direitos políticos por dez anos ‐ Autorização para cassar mandatos ‐ Eleições indiretas para presidente A linha dura no poder Funcionário públicos demitidos Políticos cassados Economia ‐ Cortou gastos ‐ Contraiu empréstimos dos Estados Unidos ‐ Comprimiu os salários dos trabalhadores ‐ Eliminou a estabilidade de emprego e criou o FGTS Ato Institucional nº 3 (AI-3) Ato Institucional nº 4 (AI-4) Lei de Imprensa Lei de Segurança Nacional Ascenção de Costa e Silva Grupos de resistência democrática Passeata dos Cem Mil Ato Institucional nº 5 (AI-5) ‐ Fechar o Congresso Nacional ‐ Fazer leis e ordenar a intervenção nos estados e municípios ‐ Cassar políticos eleitos pelo povo ‐ Decretar estado de sítio ‐ Suspender o direito de habeas corpus Brasil 85 Governo Médici (1969-1974) Governo Geisel (1974-1979) Abertura lenta, gradativa e segura O mais repressivo da história brasileira Torturas sistemáticas Luta armada Propaganda de massa “Milagre econômico” Assassinato de Vladimir Herzog Extinção do AI-5 Lei de Anistia Chile e Argentina 86 Chile O governo de Salvador Allende Socialismo Reforma agrária Nacionalização de empresas privadas Alfabetização em massa A ditadura do General Pinochet Terror de Estado Neoliberalismo 1980: Constituição outorgada Argentina Peronismo Golpe de estado: Jorge Rafael Videla Desindustrialização Violência e repressão militar Centro especializados em torturas Mães da Praça de Maio Unidade 4 Redemocratização no Brasil Fim da Guerra Fria Globalização 87 Brasil contemporâneo 88 Governo João Figueiredo (1979-1985) Crise econômica e intensificação da resistência ao Regime Militar. Governo José Sarney (1985-1990) Vice de Tancredo Neves assume. Abertura lenta e gradativa do regime (fim do bipartidarismo, eleições diretas para governador). Movimento Diretas Já, pelo voto direto para presidente. Tancredo Neves, da oposição, venceu a eleição para presidente, mas faleceu antes de assumir. Estabelece voto direto para presidente, estende o direito de voto aos analfabetos, promete nova constituição. Plano Cruzado (nova moeda, congelamento dos preços, reajuste automático de salário, criação do seguro-desemprego). Com o descongelamento dos preços, inflação volta a subir. Greves. • Garantias trabalhistas. • Movimento negro conquistou a definição de racismo como crime inafiançável e imprescritível. • Povos indígenas conquistaram o direito às terras tradicionalmente ocupadas. • Garantia da liberdade de expressão e proibição da censura. • Possibilidade de proposição de novas leis por iniciativa popular. 89 Constituição Federal de 1988 • República federativa e presidencialista. • Eleições diretas. • Mandato presidencial de 4 anos. • Voto obrigatório (maiores de 18 e menores de 70 anos). • Voto facultativo (jovens entre 16 e 17 e maiores de 70 anos). 90 Governo Collor Plano Collor (bloqueio de contas bancárias, congelamento de preços, demissão de funcionários públicos, aumento de impostos, elevação da taxa de juros, privatização, eliminação de impostos sobre importados). Governo Itamar Franco Vice de Collor assume. Queda da inflação, diminuição do consumo, falências e aumento do desemprego levaram à recessão. Denúncia de corrupção (caso PC). Governo conciliador. Impeachment. Denúncia de corrupção (Escândalo dos Anões do Orçamento). Plano Real (nova moeda, aumentos de impostos e cortes no orçamento). Diminuição da inflação, aumento do poder de compra e do consumo. Governos Fernando Henrique Cardoso 91 1º mandato Manutenção da estabilidade econômica. 2º mandato Juros altos e privatizações para atrair capital estrangeiro. Diminuição do investimento produção nacional, demissões, aumento do desemprego. Aceleração do programa de privatizações. Oposição de governadores, partidos políticos e movimentos sociais. Avanços na Educação, na Saúde e no controle dos gastos públicos. Aprovação da reeleição para cargos de presidente, governador e prefeito. Denúncia de corrupção (acusação de compra de votos para a aprovação da reeleição). Governos Lula 92 1º mandato Criação de ministérios voltados a temas sociais. 2º mandato Crescimento da economia: programa de investimentos em obras públicas, controle da inflação e saldos positivos na balança comercial. Aumento considerável de empregos formais. Programa Fome Zero: composto de políticas estruturais (reforma agrária) e específicas (melhoria da merenda escolar, Bolsa Família). Política externa: G20, Brics, aumentos de parceiros comerciais. Continuidade nos avanços na Educação: escolarização e bolsas em universidades. Denúncia de corrupção (mensalão). Diminuição dos índices de pobreza. Governos Dilma Rousseff 93 1º mandato Crise econômica. 2º mandato Dificuldade em aprovar pacote fiscal no Congresso. Aprofundamento da crise econômica. Medidas para melhorar a economia: aumentos de investimentos em obras públicas, desoneração de parte do setor produtivo, queda na taxa de juros, diversificação de parceiros comerciais, concessão de infraestrutura. Impeachment. Michel Temer, vice-presidente, assume. Manifestações de 2013. Denúncia de corrupção (Petrobras). Fim da Guerra Fria e Globalização Mikhail Gorbachev assumiu o comando da União Soviética em 1985, no ápice de uma crise arrastada pelos últimos governantes. Governo Gorbachev 94 Crise na URSS Crescentes gastos com forças policiais Gastos com a corrida armamentista Baixa produtividade da pecuária Baixa produtividade na agricultura Baixo investimento em tecnologia Ineficiência da burocracia soviética Durante seu governo, Gorbachev iniciou dois movimentos de reforma na União Soviética: 95 Economia: Perestroika (reestruturação) Cortes nos gastos com os conflitos militares no Afeganistão; Política: Glasnost (transparência) Libertação dos presos políticos; Demissão de funcionários corruptos; Fim da censura à imprensa; Liberação do direito de greve; Substituição do sistema de partido único pelo pluripartidarismo. Estímulo à renovação tecnológica e competitividade entre empresas; Fim do monopólio estatal sobre alguns setores do mercado; Permissão para a abertura de lojas comerciais; Autorização para entrada de empresas estrangeiras no país. As reformas iniciadas por Gorbachev não se desenvolveram da forma esperada; Um dos fatores do insucesso foi a dificuldade de transição entre um sistema econômico comunista para um sistema capitalista; Outro fator relevante era a pressão sofrida pelo governante tanto por políticos da velha guarda soviética quanto pelos parlamentares desejosos de mudanças. A extinção da URSS e a formação da CEI 96 Em 1991, Gorbachev sofreu um golpe de Estado. Apesar de sua rápida volta como líder, a continuidade da URSS era insustentável. No mesmo ano, foi criada a Comunidade dos Estados Independentes (CEI), integrada inicialmente pela Federação Russa, Belarus e Ucrânia. A URSS estava oficialmente extinta. Derrubada do Muro de Berlim. Globalização 97 Características Internacionalização da produção Mercado de trabalho Revolução Técnico-Científico- -Informacional provocou a extinção de alguns postos de trabalho Protestos Alvos: empresas transnacionais, dirigentes de países ricos, FMI e OMC Circulação de informações Mercado de trabalho exige mais instrução e qualificação Novas funções ligadas à tecnologia Prejuízos para países em desenvolvimento Destruição de empregos Aprofundamento das desigualdades sociais, internamente nas nações e entre elas Aumento crescente da circulação de capitais Aumento extraordinário do comércio mundial Economia instável, sujeita às oscilações de vários capitais Exigências do FMI prejudicam países em desenvolvimento Um mundo multipolarizado Fim da URSS: expectativa de ordem mundial unipolar no século XXI, regida pelos Estados Unidos, a superpotência do século XX; Nos primeiros anos do século XXI, com o fortalecimento do Japão, da China e da União Europeia, a ordem mundial se tornou multipolarizada. O mundo contemporâneo é marcado por vários conflitos como a desigualdade social, acidentes ambientais, terrorismo, tráfico de drogas, preconceitos e várias guerras espalhadas pelo globo. 98 As principais razões para os protestos desigualdade social e econômica; desemprego e a falta de uma política para a juventude; opressão à mulher e censura; ditadores corruptos que se perpetuavam no poder por meio da violência. Levantes populares na África e no Oriente Médio 99 2010: protestos no norte da África e no Oriente Médio, apoiados por potências ocidentais. 2011: A morte de Mohamed Bouazizi gera uma série de revoltas na Tunísia, Líbia e Iêmen. Os levantes contaram com a tecnologia de telefones móveis, redes sociais e televisão durante as ações. Outros países que passaram pelo movimento foram: Bahrein, Kuwait, Omã, Jordânia, Argélia, Marrocos e Síria. Desafios do mundo contemporâneo 100 1. Desigualdade social, especialmente em países em desenvolvimento. 2. Cerca de 1 bilhão de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza. 3. Violência, o que envolve tráfico de drogas, terrorismo e segurança pública. 4. Uso de tecnologias e produtos em massa sem o conhecimento de seus efeitos. 5. Perda de credibilidade do Conselho de Segurança da ONU, cuja missão principal é evitar conflitos. 6. Questão ambiental: qualidade de vida e desastres ecológicos. image1.png image2.png image3.png image4.png image5.png image6.png image7.png image8.png image9.png image10.png image11.png image12.png image13.png image14.png image15.png image16.png image17.png image18.png HIS2_V8.pptx ÍNDICE Apresentação 1 3 Apresentação 2 13 Apresentação 3 23 Apresentação 4 33 Apresentação 5 43 Apresentação 6 53 Apresentação 7 63 Apresentação 8 73 Apresentação 1 Intelectuais europeus e o Iluminismo A questão do Iluminismo e da ilustração Nascimento do Iluminismo Pensadores iluministas Iluminismo e religião Iluminismo e política Repercussão social das ideias iluministas 3 O nascimento do Iluminismo Essa ideia de “iluminação” foi inspirada pela filosofia antiga, sobretudo por Platão. 4 Movimento intelectual que ocorreu na Europa, no século XVIII. Filósofos iluministas pretendiam tornar a sociedade europeia mais racional. O Iluminismo influenciou movimentos sociais pelo mundo. Entre os movimentos que influenciou, estão a Revolução Americana, a Revolução Francesa, a Conjuração Mineira e a Conjuração Baiana. Revolução científica Ocorrida no século XVII, marcou uma nova forma de compreender o mundo. Nesse período se estabeleceu o método científico – observação rigorosa e sistemática da natureza. Pensadores da época 5 Francis Bacon (1561-1626) A esse pensador interessavam a renovação do conhecimento e a fundação de uma nova forma de ciência. Galileu Galilei (1564-1642) Considerado um dos precursores do método científico. René Descartes (1596-1650) Defendia o método racional de pensamento e o uso da reflexão e da dúvida para chegar à verdade. Entre os séculos XVII e XVIII, destacaram-se entre os pensadores ingleses a necessidade da tolerância e o uso da razão como instrumento fundamental do conhecimento humano. 6 John Locke (1632 -1704) Um dos pioneiros do liberalismo. Isaac Newton (1643 -1727) Afirmava que a ciência deveria descobrir leis universais e demonstrá-las por meio da razão. Defendia a liberdade de consciência, a tolerância religiosa e a separação entre a Igreja e o Estado. Os filósofos iluministas Profundamente influenciados pelos avanços da ciência, aplicaram os métodos desenvolvidos no século XVII em suas análises. 7 Montesquieu (1689-1755) Principal obra: O Espírito das Leis, de 1748. Defendeu a separação entre religião e polícia e a divisão do poder do Estado em: Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário. Voltaire (1694-1778) Publicou Cartas Inglesas, em 1734. Defendeu a liberdade de expressão e criticou o Absolutismo e o controle que a Igreja exercia sobre a vida das pessoas. Em geral, os filósofos iluministas defendiam: A extinção da ignorância e da superstição. O uso da razão para conquistar a liberdade. A tolerância e a liberdade religiosa e política. A liberdade de consciência e de expressão. A condenação das injustiças e dos privilégios. 8 Jean-‑Jacques Rousseau (1712-1778) Publicou Do Contrato Social, em 1762. Defendia que os cidadãos deveriam abrir mão de seus direitos individuais em favor da comunidade, a fim de ser garantida a liberdade em uma sociedade civil. Denis Diderot (1713-1784) Com o filósofo francês D'Alembert, organizou a Enciclopédia, obra que contou com a participação de diversos pensadores e que abordava temas relacionados à Filosofia, às Ciências, às Artes, à Política, à Economia e à Geografia. Iluminismo e religião Para Voltaire e outros filósofos, a religião era culpada pelos males da sociedade francesa. Assim, a razão deveria substituir a superstição cristã. 9 Religião Alvo de críticas pelos filósofos iluministas. Crítica à superstição, ao fanatismo e à intolerância religiosa. Crítica ao dogma, conjunto de princípios autorizados pela Igreja. Deísmo Grande parte dos filósofos iluministas acreditava em uma força divina. Para os deístas, a divindade era um ser onisciente presente na natureza, mas que não interferia na vida dos homens. Iluminismo e política 10 Poder absoluto também foi alvo de críticas dos pensadores iluministas. Contestava-se o despotismo, regime em que o governante possui poder absoluto. A maior preocupação era encontrar uma maneira de controlar o poder excessivo dos governantes. Montesquieu e os Três Poderes Poder Executivo (executa e administra as leis) Poder Legislativo (faz as leis) Poder Judiciário (julga aqueles que desrespeitam as leis) Despotismo esclarecido 11 Adotado por alguns monarcas europeus durante o século XVIII. Caracteriza-se pela mistura de práticas absolutistas e ideias iluministas. Os monarcas realizaram reformas na política, na economia e na sociedade. Esses monarcas ficaram conhecidos como déspotas esclarecidos. Entre as reformas, consta o combate à corrupção e aos privilégios da nobreza e do clero. As influências do Iluminismo O pensamento ocidental foi, em grande parte, formado com base nas ideias dos pensadores iluministas. 12 Ciência Um dos objetivos da ciência passou a ser a promoção de melhorias práticas para as pessoas. Economia Os iluministas contribuíram para a formulação do pensamento liberal. Política A forma representativa de governo, baseada na vontade popular, é adotada em muitos países. Apresentação 2 Revoluções europeias As revoluções inglesas e os princípios do liberalismo A Revolução Gloriosa (1688) Revolução Francesa e seus desdobramentos Contexto político, econômico e social francês na época da Revolução Francesa Desenvolvimento político da Revolução Francesa O processo revolucionário A Era Napoleônica 13 O fim do absolutismo inglês 14 Em países como França, Inglaterra e Espanha, o poder do rei era quase absoluto. Absolutismo: uma das marcas da Europa do século XVII. Acreditava-se que o poder dos reis era concedido por Deus. Na Inglaterra, as Revoluções Puritana (1640) e Gloriosa (1688) marcam o fim do absolutismo. As Revoluções Inglesas Carlos II, assume a Coroa inglesa. Durante seu governo, ele busca fortalecer seu poder. Morte do rei Carlos II. A Coroa é assumida por seu irmão Jaime II, mantendo práticas absolutistas. O Parlamento depõe Jaime II e entrega o trono a seu genro, Guilherme de Orange. O novo rei assume um compromisso de respeitar a Declaração de Direitos inglesa. Revolução Gloriosa 15 1660 1685 1688 1689 Revolução Puritana Insatisfeitos com o poder absoluto do rei Carlos II, diversos seguimentos da sociedade inglesa formam um exército para combater as forças reais. Em 1640, o rei, derrotado, é condenado à morte. Princípios do liberalismo O ponto principal do liberalismo é a defesa da liberdade individual, isto é, a ideia de que cada ser humano é um indivíduo que possui, por natureza, o direito de ser livre. Os liberais defendem a redução do Estado e criticam sua interferência na economia, afirmando que os mercados têm condições de se autorregularem. 16 O livre consentimento Na política, o ideal de que a população só deve ser governada por pessoas que ela escolhe. A livre concorrência Na economia, o ideal de que o mercado deve ser baseado na liberdade de compra e venda. A França do século XVIII Sociedade francesa 17 Primeiro Estado: composto por membros da Igreja Católica. Segundo Estado: formado por grandes proprietários de terra e pela burguesia que possuía títulos de nobreza. Terceiro Estado: composto por segmentos diversos. Este estado sustentava os demais grupos por meio do pagamento de impostos. No século XVIII, a França passava por grave crise econômica. Secas e inundações afetavam a produção de alimentos. Camponeses faziam protestos no campo e, em Paris, trabalhadores urbanos entravam em greve. O rei Luís XVI convocou uma Assembleia dos Estados Gerais, formada por representantes dos três estados. O início da revolução 18 C Para buscar soluções para a crise, o rei Luís XVI convoca a Assembleia dos Estados Gerais. A Assembleia dos Estados Gerais era formada por representantes dos três estados. Cada estado tinha direito a um voto, mas o Terceiro Estado exigia a contagem de votos por pessoa. Diante da recusa da nobreza e do clero, representantes do Terceiro Estado se autoproclamam Assembleia Nacional Constituinte. Notícias de que o rei dissolveria a Assembleia levou populares a tomar a Bastilha, em 14 de julho de 1789. 19 O fim do absolutismo francês Constituição Francesa proclamada pela Assembleia Nacional Constituinte em 1791. Com a Constituição, foi instituída a Monarquia Constitucional – o rei reina, mas não governa. Em sua primeira sessão, em 1792, a Convenção extingue a Monarquia e institui a República. Tentativa de fuga do rei e de sua família para articular uma reação contra o movimento na França. O Conselho Executivo Provisório assume o governo, dissolvendo a Assembleia Legislativa e convocando novas eleições. Formação da Convenção Nacional, formada pelos jacobinos, pelos girondinos e pelos pântanos. O Terror Jacobino 20 O rei e a rainha são condenados à morte. No exterior, forma-se uma colisão entre vários países contra o movimento na França. Criação do Comitê de Salvação Nacional e do Tribunal Revolucionário pelos jacobinos, em 1793. Na França, articulam-se movimentos contrarrevolucionários. Terror Jacobino: período entre setembro de 1793 e julho de 1794. Fim da Revolução 21 Girondinos e outros setores articularam um golpe contra os jacobinos em julho de 1794. Em 1795, foi elaborada uma nova Constituição. Medidas adotadas pelos jacobinos foram anuladas, como o fim da escravidão nas colônias francesas. Poder Executivo passa a ser controlado pelo Diretório, órgão composto por cinco pessoas eleitas. Napoleão Bonaparte assumiu uma das vagas do Diretório em outubro de 1799. Período Napoleônico 1799 1805 1814 1815 Golpe de Estado por Napoleão Bonaparte. Napoleão é proclamado imperador dos franceses. Primeira derrota de Napoleão por um colisão internacional. Segunda derrota de Napoleão na Batalha de Waterloo. 22 Período Napoleônico (1799-1814) Criação do primeiro banco francês. Promoção de obras públicas. Código Civil (1804). Bloqueio Continental contra a Inglaterra. Apresentação 3 Revolução Industrial Revolução Industrial e seus impactos na produção e circulação de povos, produtos e culturas Artesanato e manufatura A Inglaterra no século XVIII Condições de vida dos trabalhadores Sistema capitalista de produção Indústria e mudanças socioeconômicas 23 Tipos de produção 24 Artesanato - Principal forma de produção de objetos até meados do século XVIII. - O artesão e seus aprendizes executavam todas as etapas de produção do objeto. - Realizada em pequenas oficinas, às vezes montadas na casa do artesão. Manufatura - A partir do século XV, começou a substituir o artesanato. ‑ Surgiram os primeiros locais destinados à produção dos objetos. - O proprietário fornecia ferramenta e contratava trabalhadores. - Divisão de tarefas entre os trabalhadores. Desde o século XVI, a burguesia inglesa vinha acumulando capitais. Nas cidades, havia grande oferta de mão de obra devido ao cercamento de terras comunais. A Inglaterra no século XVIII 25 No começo do século XVIII, a Inglaterra já era uma das nações mais influentes do mundo. As colônias na África, América e Ásia forneciam-lhe matéria-prima e serviam como mercados consumidores. Além de território rico em jazidas de ferro e de carvão, a nação possuía a maior frota naval do mundo. Revolução Industrial Fatos que marcaram a Revolução Industrial 26 Transformações na sociedade inglesa da segunda metade do século XVIII. Entre as transformações, houve o crescimento das cidades, o surgimento do operariado e a invenção de novas máquinas. Novas relações de trabalho 27 Artesãos tornam-se assalariados, vendendo sua força de trabalho para os capitalistas. Os capitalistas são os donos dos meios de produção e detentores dos lucros obtidos. O novo meio de produção requeria submissão dos trabalhadores à rotina das fábricas. A divisão do trabalho, somada à mecanização da produção, aumentou o lucro dos capitalistas. Essa transformação ocorreu paulatinamente. No século XIX, ainda havia muita produção doméstica artesanal. A vida social dos operários Os operários geralmente acordavam bem cedo para trabalhar. Nas fábricas, eles operavam as máquinas e produziam grandes quantidades de produtos. Eles chegavam a trabalhar até 16 horas por dia e não tinham direito a férias. 28 Moradia Os operários viviam em bairros insalubres, próximos às fábricas, e em casas precárias. Operários Entre quatro trabalhadores da indústria têxtil em 1830, duas eram crianças. Aumento da mortalidade entre crianças. Vida nas fábricas Em muitas fábricas, os trabalhadores só paravam para jantar. As demais refeições eram feitas durante o serviço. As cidades fabris Durante o século XIX, a industrialização favoreceu o crescimento urbano e o surgimento de cidades industriais na Inglaterra. 29 Característica das cidades inglesas Poluição causada pelas fumaças das chaminés. Canal fluvial: de onde chegavam matérias-primas e partiam os produtos industrializados. Iluminação pública a gás. As locomotivas, conhecidas como “cavalos a vapor”, eram um símbolo da industrialização. Proletários e burgueses Enquanto os trabalhadores da classe operária enfrentavam péssimas condições de vida, os donos das fábricas viviam em residências luxuosas e confortáveis, situadas em bairros distantes das fábricas. 30 Proletário Novo grupo social que surgiu com a Revolução Industrial. Burguês Tornou-se o grupo mais poderoso e influente da sociedade. Pessoa que não possuía os meios de produção e vendia sua força de trabalho por um salário. Detém todo o lucro da produção. Alternativas de organização social 31 Socialismo científico Idealizado por Karl Marx e Friedrich Engels. Positivismo Idealizado por Augusto Comte. Anarquismo Defendia o fim da propriedade privada e que os trabalhadores transformassem a sociedade. A propriedade privada tinha uma função importante para a organização do trabalho. Um de seus principais pensadores foi Pierre-Joseph Proudhon. A autoridade não devia emanar do governo, mas da própria sociedade. A luta dos trabalhadores 32 Divulgação de ideias Por meio de jornais e panfletos, criticava-se a exploração do trabalho nas fábricas. Greves e motins Muitos operários realizaram greves e motins em protesto às condições de trabalho. Por exemplo, o movimento ludista no século XIX. Organização sindical Os operários fabris se organizaram e formaram associações como forma de resistir à exploração capitalista. Conquista dos trabalhadores A partir da década de 1830, eles conquistaram seus primeiros direitos trabalhistas, como redução da jornada de trabalho e o direito à pausa para as refeições. Apresentação 4 As experiências revolucionárias europeias e as independências latino-americanas Independências na América espanhola Aspectos da crise do sistema colonial espanhol Contexto político das colônias espanholas Processos de independência da América do Sul Bolivarismo A revolução dos escravizados em São Domingos e seus múltiplos significados e desdobramentos Os caminhos até a independência do Brasil Na América portuguesa Processo da independência 33 A Independência do Haiti 34 São Domingos São Domingos, parte de uma ilha localizada no Caribe. Encontrava-se sob o Domínio da França desde 1697. Tornou-se a principal colônia francesa, produzindo grande quantidade de açúcar. No século XVIII, uma elite de 5 mil pessoas controlava 465 mil escravizados. Revolução Haitiana Inspirada pelos ideais iluministas. Movimento que expulsou os franceses de São Domingos durou mais de dez anos. Esse movimento iniciou-se em 1791, liderado por Toussaint L’Ouverture. Em 1801, L’Ouverture foi preso, e o movimento passou para a liderança de Dessalines. A Revolução prosseguiu até 1803, ano em que os franceses foram expulsos da ilha. A crise do sistema colonial 35 35 A autoridade do governo espanhol sobre suas colônias na América foi se tornando cada vez menor. Colonos conseguiam comercializar com outros Estados europeus. Apesar do aumento de sua riqueza, a elite colonial não possuía grande poder político. A circulação de mercadorias entre as colônias proporcionou mais lucro para os comerciantes. Reforma dos Bourbons Reis da dinastia dos Bourbons realizaram reformas que objetivavam reforçar o controle sobre as colônias, ao longo do século XVIII. Invasões napoleônicas 36 Na Europa: Em 1807, tropas napoleônicas invadem a Espanha e depõem o rei espanhol. Na América: O argumento de que, em virtude da ausência do rei, a soberania deveria retornar aos povos dominados. José Bonaparte, irmão de Napoleão, passa a governar o país. Em 1810, a Espanha entra em guerra contra a França por sua independência. A elite criolla depôs as autoridades nomeadas pelo governo espanhol e assumiu o poder. Em 1810, rompem as revoltas emancipatórias. América independente Os processos de independência ganharam força quando as elites coloniais interessaram-se pela separação política da Espanha. Isso ocorreu quando o Estado espanhol se mostrou mais fraco e decadente. Fonte: IstoÉ Brasil, 500 anos. São Paulo: Três, 1998. p. 33. 37 A emancipação na América do Sul Vice-reino do Rio da Prata correspondia aos territórios dos atuais Paraguai, Uruguai, Argentina e parte da Bolívia. 38 Em 1810, irrompem as primeiras insurreições pela independência da Venezuela, do Chile e do Vice-reino do Rio da Prata. San Martín, nascido na Argentina em 1778, liderou os movimentos pela independência na Argentina e colaborou para a libertação do Chile e do Peru. Ao norte do continente, Simón Bolívar liderou a independência da Grã-Colômbia. Pan-americanismo Objetivos do Pan-americanismo 39 Atualmente conhecida como bolivarismo Política idealizada por Simón Bolívar União dos países americanos contra o Absolutismo europeu. Manutenção da paz continental entre os participantes europeus. Em 1819, Bolívar organiza a República da Grã-Colômbia. Essa confederação durou até 1830. A Corte no Brasil 40 1808 Em Salvador, o príncipe regente D. João VI assina o decreto de abertura dos portos. Desembarque da família real portuguesa no Rio de Janeiro. 1810 Assinatura do Tratado de Navegação e Comércio e do Tratado de Amizade e Aliança. 1815 Portugal elevou o Brasil à condição de Reino Unido a Portugal e Algarves. A Revolução do Porto 41 Em 1820, ocorreu a chamada Revolução do Porto, liderada por militares e comerciantes. Tentativa de resolver questões fundamentais para a estruturação política e econômica de Portugal. Organização da Junta Provisória, que convocou as Cortes de Lisboa. Objetivo das Cortes de Lisboa Elaboração de uma Nova Constituição Exigência do retorno de D. João VI a Portugal Restabelecimento do monopólio português sobre o Brasil A Independência do Brasil As impossibilidades de acordo entre os brasileiros e Portugal levou D. Pedro a declarar independência do Brasil em 7 de setembro de 1822. 42 42 D. João VI retorna a Portugal em 1821 e deixa como príncipe regente D. Pedro. No entanto, as Cortes de Lisboa também exigiam a volta de D. Pedro a Portugal. Em 9 de janeiro de 1822, D. Pedro declara sua permanência no Brasil. Esse dia ficou conhecido como o Dia do Fico. Partido brasileiro Grupo reunido para combater as Cortes de Lisboa. Partido português Grupo cujos interesses estavam ligados aos de Portugal. Apresentação 5 A Independência dos Estados Unidos da América Revolução na América do Norte Diferenciação entre as colônias inglesas do Norte e Sul da América Processo de independência das Treze Colônias Independência dos Estados Unidos da América 43 Os ingleses na América 44 Os ingleses fracassaram em suas primeiras tentativas de colonização inglesa na América, no século XVI. Imigraram pessoas de origem variada, incluindo desde famílias burguesas até camponeses miseráveis. Além de ingleses, chegaram às colônias inglesas irlandeses, escoceses, franceses e alemães. No século XVII, a organização da imigração para a América se deu por meio de companhias de comércio. Treze Colônias inglesas Grande faixa localizada no litoral leste da América do Norte. Comumente dividida em colônias do Norte, do Centro e do Sul. 45 Colônias do Norte - Colonizadas por pessoas que fugiam de perseguições religiosas na Europa. Colônias do Centro - Organizadas em pequenas e médias propriedades, onde se praticava a agricultura e se criavam animais. - Muitos colonos viviam da exploração de madeira e de pele e da importação de produtos. Colônias do Sul - Caracterizavam-se pela presença de grandes propriedades agrícolas, onde se cultivavam o algodão e o tabaco. - Utilizava-se a mão de obra escravizada. - Colonos cultivavam produtos agrícolas em pequenas propriedades rurais. A Guerra dos Sete Anos 46 Envolveu vários Estados europeus e também suas áreas coloniais na América e na Ásia. Inglaterra aliou-se à Prússia para enfrentar as forças francesas, austríacas, suecas e russas. Disputas por áreas coloniais na América e na Ásia, entre Inglaterra e França, refletiram entre os colonos ingleses e franceses na América. Tratado de Paris (1793): os ingleses receberam o Canadá francês e a Flórida espanhola. Consequência da Guerra dos Sete Anos Inglaterra, apesar de vitoriosa, encontrava-se em grave situação financeira. Para aumentar as receitas e pagar as dívidas, o Parlamento britânico aumentou o controle sobre as colônias. Leis promulgadas pela Inglaterra que afetavam as colônias americanas: 47 Lei do Açúcar (Sugar Act), de 1764. Lei da Moeda (Money Act), de 1764. Lei do Selo (Stamp Act), de 1765. Os colonos protestam Com a promulgação de leis inglesas, os colonos promoveram protestos em várias cidades, entre elas Boston, em Massachusetts. 48 O Massacre de Boston Ocorrido em março de 1770. Nesse massacre houve cinco mortos e vários feridos. Manifestantes contra as leis foram alvejados por soldados britânicos. A Festa do Chá de Boston 49 Em 1773, aprovação de lei pelo governo britânico que beneficiava a Companhia das Índias Orientais. Nessa lei, a Companhia era isenta do imposto sobre o chá exportado e garantia-lhe o monopólio sobre o comércio desse produto na América. Em protesto, colonos de Boston, disfarçados de indígenas, invadiram os primeiros navios carregados de chá e lançaram sua carga na água. Primeiro Congresso Continental 50 Leis Intoleráveis Reação britânica às manifestações dos colonos. Interdição do porto de Boston até que os colonos indenizassem os prejuízos causados na Festa do Chá. Intervenção em Massachusetts, que foi convertida em colônia real. Restrição do direito de reunião entre os colonos. Primeiro Congresso Continental Realizada em março de 1774, na Filadélfia, Pensilvânia. Participaram representantes de todas as colônias, exceto da Geórgia. Decidiu-se a criação de uma Associação Continental e a proibição da exportação de produtos americanos para a Inglaterra. 51 Segundo Congresso Continental Em 1775, líderes das Treze Colônias reuniram-se novamente na Filadélfia. O objetivo era decidir sua posição política perante a Inglaterra. Essa declaração ficou pronta em julho de 1776. Foi decidido que os colonos declarariam sua independência em relação à Inglaterra. George Washington foi nomeado comandante das tropas americanas e escolhido para elaborar a Declaração de Independência das Treze Colônias. A Declaração de Independência 52 Determinava que as colônias passariam a ser estados livres e independentes da Inglaterra. Cada uma delas teria autonomia para aprovar suas próprias leis. Governo que não respeitasse os direitos do cidadão poderia ser deposto e substituído. Declaração não considerava cidadãos os escravizados, as mulheres e os estrangeiros. Apresentação 6 Primeiro Reinado da regência às contestações Relações entre Brasil e Europa no século XIX Processo de independência do Brasil Brasil: Primeiro Reinado Divisão dos poderes com a Constituição de 1824 Abdicação de D. Pedro I O Período Regencial e as contestações ao poder central A Regência (1831-1840) Golpe da maioridade 53 As guerras de independência 54 Tropas brasileiras e portuguesas se enfrentaram nas guerras de independência. A independência do Brasil não foi aceita passivamente pelos portugueses. Essas guerras ocorreram entre 1822 e 1823. Brasil compra armas e contrata mercenários de outros países para assegurar sua independência. A Coroação de D. Pedro 55 Em 12 de outubro de 1822, D. Pedro foi proclamado Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil. O imperador pertencia à Casa de Bragança, família real portuguesa. Independente de Portugal, o Brasil necessitava de leis, instituições, sistemas de ensino e órgãos administrativos. Cinquenta dias depois, ele foi coroado imperador do Brasil com o título de D. Pedro I. Assembleia Constituinte 56 Em maio de 1823, no Rio de Janeiro, houve a reunião dos representantes eleitos da Assembleia Constituinte. O objetivo dessa reunião era elaborar a primeira Constituição Brasileira. Os representantes pertenciam a grupos sociais pertencentes à elite. O projeto de Constituição foi escrito em alguns meses e tinha um caráter antiabsolutista. Contrário ao projeto de Constituição, o imperador dissolveu a Assembleia em novembro de 1823. D. Pedro I promulgou uma Constituição em março de 1824. A Constituição de 1824 Os quatro poderes estabelecidos na Constituição de 1824. 57 Promulgada em 25 de março de 1824. Era composta de 179 artigos. Recebeu influências dos ideais iluministas. Estabeleceu a divisão do Estado em quatro poderes. Poder Moderador (exercido somente pelo imperador) Poder Legislativo (responsável pela elaboração das leis) Poder Judiciário (encarregado da interpretação e aplicação das leis) Poder Executivo (encarregado da administração do Império) A abdicação de D. Pedro I Por todo o Brasil aconteceram revoltas e manifestações populares contrárias ao imperador. Abdicação de D. Pedro I em favor de seu filho ocorreu em 7 de abril de 1831. 58 Fatores que contribuíram para que o governo de D. Pedro I entrasse em crise Crise econômica. Centralização do poder político nas mãos do imperador. Receio de reunificação de Brasil com Portugal. Imposição da Constituição. O período regencial As tendências políticas durante o período regencial: 59 Restauradores Portugueses que desejavam o retorno de D. Pedro I. Liberais moderados Apoiavam a manutenção do sistema monárquico com limites ao poder imperial. Liberais radicais Desejavam reformas políticas mais amplas. Alguns apoiavam a substituição da Monarquia pela República. Eram favoráveis à centralização do poder do imperador. Em 1831, o príncipe herdeiro D. Pedro tinha apenas cinco anos. Até que ele atingisse a maioridade, o Império seria governado por regentes nomeados por deputados e senadores. Isso desencadeou intensas disputas entre grupos políticos distintos. Rebeliões na província Período regencial foi marcado por grande número de guerras civis. Essas guerras quase colocaram em risco a integridade do território brasileiro. 60 Motivos das revoltas Disputas políticas internas das províncias. Desigualdade social. Manutenção da escravidão. As revoltas do período regencial 61 61 Levante dos Malês (Salvador, 1835) Organizado por escravizados e libertos malês, adeptos do islamismo. Cabanagem (Belém, 1835-1840) Revolta popular motivada pelas precárias condições de vida. Luta pela liberdade e melhor condição de vida. Em 1840, haviam sido contabilizado 30 mil mortos. Marcada pela tomada da cidade de Belém. Revolução Farroupilha (Sul do Brasil,1835-1845) Descontentamento do estancieiros do Rio Grande do Sul em relação ao poder central. Exército rebelde depõe o governador e assume o controle da província. Golpe da Maioridade 62 Grupos viram as revoltas provinciais como um sinal de que era preciso antecipar a maioridade de D. Pedro. O debate sobre a maioridade começou na Assembleia, mas logo ganhou as ruas. Em julho de 1840, a Assembleia Geral declarou que Pedro de Alcântara, aos 14 anos de idade, já era maior de idade. Esse processo ficaria conhecido como Golpe da Maioridade. Apresentação 7 Brasil: Segundo Reinado, construção da identidade nacional O Brasil do Segundo Reinado: política e economia A Lei de Terras e seus desdobramentos na política do Segundo Reinado Territórios e fronteiras: a Guerra do Paraguai O café Modernização e suas contradições Fronteiras em disputa O Exército brasileiro A crise do Império A produção do imaginário nacional brasileiro: cultura popular, representações visuais, letras e o Romantismo no Brasil 63 O Segundo Reinado 64 64 D. Pedro II foi coroado imperador com apenas 14 anos. Ele governou entre 1840 e 1889. Seu governo foi marcado pela alternância de partidos. D. Pedro II também utilizava do Poder Moderador para dissolver uma Câmara ou Ministério e convocar novas eleições. Partidos políticos Partido Liberal Partido Conservador O café Principal produto cultivado no Brasil durante o Segundo Reinado. Além do café, produziam-se cana-de-açúcar, algodão, tabaco etc. Boa parte da produção cafeeira era exportada. Fonte: ARRUDA, José Jobson de A. Atlas histórico básico. São Paulo: Ática, 1999. p. 43. 65 Modernização e suas contradições 66 Estradas de ferro Introduzido no país com o objetivo de escoar a produção agrícola do interior para a costa. Reformas urbanas Rio de Janeiro, cidade apresentada como uma vitrine do progresso. Sua construção foi investida por fazendeiros e políticos. 1854 - Primeira estrada de ferro construída no Brasil, localizada no Rio de Janeiro. 1867 - Inauguração da São Paulo Railway, mais conhecida como Santos-Jundiaí. 1872 - Início do funcionamento da Jundiaí-Campinas. Houve melhorias em outras províncias, porém foram poucas as mudanças. A modernização não favorecia os bairros ricos e pobres igualmente. Os pobres eram obrigados a viver em cortiços superlotados e insalubres. No centro do Rio de Janeiro havia muitos cortiços. Guerra do Paraguai 67 Considerado o maior conflito da história da América do Sul. A Guerra do Paraguai estendeu-se de 1864 a 1870. Envolveu o Brasil, a Argentina e o Uruguai (Tríplice Aliança) e o Paraguai. Uma das motivações para o conflito foi a questão mal resolvida sobre a demarcação de fronteiras da América do Sul. O Exército brasileiro 68 Antes da Guerra do Paraguai As Forças Armadas brasileiras eram compostas de cerca de 18 mil militares despreparados e sem armamentos. Durante a Guerra do Paraguai Criação da força especial Voluntários da Pátria. Essa força chegou a receber 55 mil homens de diferentes origens sociais. Recrutamento de cerca de 60 mil homens da Guarda Nacional. 1866 - Aprovação de lei que concedia liberdade aos escravizados dispostos a lutar na guerra. Mulheres também participaram da guerra. Lei de Terra e Imigração 69 Imigração Pensada como alternativa para a mão de obra escrava. Lei de Terra Lei visava impedir que libertos, imigrantes e pobres se instalassem em terras devolutas. Teorias racistas estimulavam o desejo de imigração europeia. Objetivo da imigração era fornecer trabalhadores para as fazendas brasileiras. Além disso, promover o branqueamento da população do país. Oficializou o latifúndio e proibiu a venda de terras a prazo. Estabeleceu que somente após dois anos residindo no país o imigrante poderia comprar terras. Muitos indígenas perderam o direito que tinham sobre as terras em que viviam. O imaginário nacional 70 Literatura Pintura Destacavam-se temas religiosos e históricos. Alguns pintores receberam patrocínio do governo para estudar na Europa. Música A música erudita não foi a única expressão musical durante o Segundo Reinado. Diferentes ritmos e danças, como o frevo e o maxixe, ganharam espaço nas ruas e salões. Grande parte da literatura do Segundo Reinado apresentava o ideal de construção e de exaltação da pátria. Exploração de temas ligados à natureza, ao índio e também às denúncias sociais. A crise no Império 71 Segunda metade do século XIX, o Brasil era uma Monarquia centralizada e escravista. No entanto, o crescimento das cidades diversificou a sociedade brasileira. A mentalidade das pessoas também foi, aos poucos, se transformando. Movimentos que se manifestavam timidamente em épocas anteriores ganharam força no Segundo Reinado. Os militares também ansiavam por maior participação política, após o fim da Guerra do Paraguai. 72 A abolição da escravidão A partir da década de 1870, pessoas de diferentes grupos sociais brasileiros passaram a questionar a prática da escravidão. Desse movimento participaram tanto republicanos como monarquistas. Seus membros eram profissionais liberais, além de estudantes, comerciantes, imigrantes europeus, escravizados e libertos. Os abolicionistas acreditavam que a escravidão contrariava o direito de liberdade e igualdade perante a lei. Além disso, eles acreditavam que a sociedade não poderia se desenvolver plenamente enquanto houvesse escravizados. Apresentação 8 O mundo no século XIX Nacionalismo, revoluções e as novas nações europeias Uma nova ordem econômica: as demandas do capitalismo industrial e o lugar das economias africanas e asiáticas nas dinâmicas globais O imperialismo europeu e a partilha da África e da Ásia Pensamento e cultura no século XIX: darwinismo e racismo Segunda Revolução Industrial Exploração da África As intenções Divisão arbitrária Colônias da Europa Resistência africana 73 A Segunda Revolução Industrial Segunda metade do século XIX O crescimento industrial foi impulsionado por inovações tecnológicas. Essas inovações aumentaram as opções de fontes de energia e de matérias-primas. 74 Novas tecnologias Aço Motores de combustão interna Geradores de energia elétrica A nova fase do capitalismo 75 Primeira Revolução Industrial - Livre concorrência. - As indústrias eram pequenas e médias. - Geralmente a direção das indústrias era familiar. - Seu crescimento decorria do reinvestimento dos próprios lucros. Segunda Revolução Industrial - Surgimento de grandes empresas. - Investimentos provenientes de bancos e de grandes lucros. - Divisão da empresa em ações. Unificação italiana e alemã 76 Alemanha Segunda metade do século XIX, o território da atual Alemanha estava dividido em diversos Estados independentes. Itália As lutas pela unificação iniciaram-se em 1848. A Alemanha só se unificaria em 1871. A unificação dos Estados foi motivada por forte sentimento nacionalista das populações germânicas. O processo de unificação foi liderado por Otto von Bismarck, primeiro-ministro da Prússia. Nessa época, a Península encontrava-se dividida em vários Estados. Quatro dos pequenos Estados italianos estavam sob o domínio da Áustria. Em 1859, o reino Piemonte-Sardenha venceu uma guerra travada contra a Áustria. Giuseppe Garibaldi lutava pela unificação no Sul da Itália. Em 1861, a Itália se unificou, aderindo à Monarquia. A unificação ocorreu após a guerra franco-prussiana. O imperialismo 77 O imperialismo foi um processo iniciado nas últimas décadas do século XIX. Expansão das potências capitalistas europeias sobre os territórios da África, da Ásia e da Oceania. A origem do imperialismo encontrava-se nas transformações do mundo capitalista durante a Segunda Revolução Industrial. Expansão da industrialização gerou crises de superprodução. A saída para a crise era, para muitos, a conquista de territórios coloniais. A África dividida Conferência de Berlim Convocada pelo chanceler alemão Otto von Bismarck. Ocorreu entre novembro de 1884 e fevereiro de 1885 na Alemanha. Contou com a participação de 15 países, sendo 13 europeus, os Estados Unidos e o Império Otomano. Fonte: SOUZA, Marina de Mello e. África e Brasil africano. São Paulo: Ática, 2006. p. 158. 78 Fonte: BARRACLOUGH, Geoffrey (Ed.). Atlas da história do mundo. São Paulo: Folha da Manhã, 1995. p. 240-241. Imperialismo na Ásia e na Oceania As potências imperialistas visavam vender seus produtos e comprar, a preços baixos, a matéria-prima utilizada em suas indústrias. 79 Imperialismo japonês 80 Até o século XIX, a economia japonesa era baseada na agricultura e a maioria do país vivia na área rural. Investiu na construção de navios e ferrovias, ampliou o acesso à educação e financiou a formação de um exército japonês. O Japão estabeleceu seu domínio sobre a Manchúria, a Coreia, Formosa (Taiwan) e sobre partes do território chinês. Meiji assinou acordos econômicos com a Inglaterra e a França e deu início à industrialização do país. A relação entre o Japão e os demais países era restrita até que, em 1868, subiu ao poder o imperador o imperador Meiji. Resistências ao imperialismo Resistência africana O processo de colonização do século XIX, de modo geral, foi marcado pela violência e dominação de povos africanos. Os africanos, no entanto, não aceitaram passivamente a invasão de seus territórios. Exemplos de movimentos de resistência Resistência asiática Chineses e indianos lutavam pela expulsão dos europeus, pelo respeito da cultura nativa e pela retomada do poder pelos chefes locais. Exemplos de movimentos de resistência 81 81 Resistência nandi Resistência zulu Resistência etíope Guerras do ópio Revoltas dos cipaios Racismo e pretexto civilizatório 82 Teorias evolutivas O naturalista inglês Charles Darwin publicou A origem das espécies, em 1859. Darwinismo social Alguns pensadores do final do século XIX deturparam as ideias de Darwin e aplicaram ao estudo das sociedades humanas. Diferenças como resultado das seleções naturais ao ambiente. Nessa obra, ele defende que todas as formas de vida têm uma origem comum. A humanidade seria formada por diferentes raças e os europeus pertenceriam à raça branca, a mais evoluída. A industrialização na Europa seria a prova da superioridade dos europeus sobre outros povos. image1.png image2.png image3.png image4.png image5.png image6.png image7.png image8.png image9.png HIS2_V9.pptx ÍNDICE Apresentação 1 3 Apresentação 2 13 Apresentação 3 23 Apresentação 4 33 Apresentação 5 43 Apresentação 6 53 Apresentação 7 63 Apresentação 8 73 Apresentação 1 O nascimento da República no Brasil e seus desdobramentos O processo que conduziu à República Os militares no poder3 A República oligárquica (1894-1930) Contestações e dinâmicas da vida cultural no Brasil entre 1900 e 1930 3 3 A insatisfação das elites Avanço das ideias republicanas estava ligado à insatisfação da elite econômica e política com a Monarquia. A elite imperial era formada por grupos distintos, que apresentavam semelhanças e diferenças entre si. 4 Elite imperial brasileira Grandes proprietários de terra Empresários Grandes comerciantes As disputas pelo poder político Diante disso, Exército se alia aos republicanos derrubando a Monarquia e proclamando a República em 15 de novembro de 1889. 5 5 Nas últimas décadas do século XIX, as oligarquias cafeeiras e militares estavam descontentes com o regime monárquico. Guerra do Paraguai: os militares saíram do conflito fortalecidos e desejosos de maior participação política. A relação entre o imperador e a Igreja, ficou fortemente abalada após a Questão Religiosa. Crescimento do grupo republicano a partir da década de 1870. Com a abolição da escravidão, a Monarquia perde apoio entre os escravistas. Os militares no poder 6 Após tomarem o poder, os militares expulsaram D. Pedro II do Brasil. Organizaram um governo provisório presidido por Deodoro da Fonseca e, em seguida, convocaram uma Assembleia Constituinte. O objetivo era promulgar uma nova Constituição, que ficou pronta em 1891. Em 1891, Deodoro da Fonseca foi eleito indiretamente para a Presidência da República e Floriano Peixoto, para a vice-Presidência. A Constituição republicana 7 Províncias passaram a ser chamadas de estado e o país, Estados Unidos do Brasil. Divisão do poder em Executivo, Legislativo e Judiciário. Mandato do presidente fixado em quatro anos. Eleições diretas, voto não secreto. Separação entre Estado e a Igreja. Governo dos marechais 8 Marechal Deodoro da Fonseca Eleito indiretamente pelo Congresso Nacional em 1891. Marechal Floriano Peixoto Assumiu a presidência após a renúncia de Deodoro da Fonseca e permaneceu até 1895. Crise econômica: encilhamento. Crise política: aprovação de leis que limitavam o poder do presidente. Em resposta, Deodoro fecha o Congresso e declara Estado de sítio. Isolado, renuncia em novembro de 1891. Seu governo foi marcado por grandes revoltas. República oligárquica Primeiro presidente civil foi Prudente de Moraes, eleito em 1894. 9 Política dos governadores Idealizada por Campos Salles. Presidente apoiava os governos dos estados, que apoiavam a presidência. Alianças entre o presidente e as elites regionais. Alternância entre os partidos republicanos paulista e mineiro. Vantagens para os governadores Seus apoiadores ganhavam ministérios, recebiam ajuda econômica e liberdade para instituírem impostos. Vantagens para o presidente Os governadores defenderiam as políticas federais e garantiriam a eleição de deputados com orientação política do governo. Coronelismo 10 Aliança entre os governadores e os coronéis. Os coronéis usavam seu poder sobre a população para garantir os votos que desejavam. Além da dominação econômica, os coronéis ofereciam pequenos favores aos eleitores. Essa prática foi denominada clientelismo. Para o funcionamento do coronelismo, era fundamental a participação dos cabos eleitorais. Com o voto aberto, os eleitores eram coagidos a votar nos candidatos apoiados pelos coronéis. Movimentos na Primeira República 11 Canudos - Comunidade fundada na Bahia em 1893. - Foi destruída após três expedições do Exército. Revolta da Chibata - Início do século XX, os marinheiros ainda sofriam castigos físicos. - Levante organizado em 1910 pelos marinheiros. Contestado - Comunidade localizada entre os estados do Paraná e Santa Catarina. - Movimento ocorreu entre 1912 e 1916. Houve 20 mil mortes. Greve de 1917 Revolta da Vacina - Greve promovida por trabalhadores em luta por melhores condições de vida. - Espalhou-se por diversas cidades brasileiras. - Revolta promovida contra a Lei da Vacina Obrigatória de 1904. Semana de Arte Moderna 12 Reuniu representantes das artes visuais, músicos, escritores e intelectuais. Realizada no Teatro Municipal de São Paulo, entre 13 e 17 de fevereiro de 1922. Objetivo era propor novas formas de expressão artística e cultural. Além disso, rompia-se com os antigos conceitos de Arte do século XIX. Apresentação 2 A era Vargas O período varguista e suas contradições A emergência da vida urbana e a segregação espacial O trabalhismo e seu protagonismo político Golpe de Estado Integralismo A Coluna Prestes O tenentismo antes de 1930 1930: um marco na história do Brasil O primeiro governo Vargas A Constituição de 1934 O governo constitucional de Vargas O Estado Novo 13 A sociedade urbana 14 Sociedade urbana formada por industriais, comerciantes, profissionais liberais, militares e operários. A nascente burguesia brasileira estava descontente com a política econômica do governo federal. Os industriais exigiam medidas que protegessem a indústria brasileira e dificultassem a importação de produtos estrangeiros. Os diferentes grupos que compunham a sociedade brasileira passaram a lutar por maior representação política. Além disso, lutavam pelo direito de participar das decisões econômicas. Tenentismo e a Coluna Prestes 15 Movimento tenentista Série de levantes ocorridos entre 1922 e 1924, no Brasil. Realizados por jovens oficiais do Exército, os tenentes. Os tenentes tinham por objetivo destituir o poder oligárquico. Coluna Prestes Revolta ocorrida no Rio de Janeiro, em julho 1922. Em 1924, tenentes de São Paulo se reuniram no Paraná a outro grupo de tenentes liderados por Luís Carlos Prestes. Em três anos, a Coluna Prestes percorreu mais de 25 km do território brasileiro. Os 18 do Forte A Revolução de 1930 Por meio de um golpe de Estado, Getúlio Vargas assumiu a presidência do Brasil. Esse golpe marcou o fim da hegemonia política das oligarquias cafeeiras no país. 16 Vargas no poder Iniciou um processo de centralização política. Passou a controlar os poderes Executivo e Legislativo. Suspendeu a Constituição de 1891. Fechou o Congresso Nacional. Substituiu os governadores por interventores federais. A Revolução Constitucionalista de 1932 17 A relação era tensa entre o Governo Provisório e os políticos paulistas. As forças oligárquicas destituídas do poder se reorganizaram, formando a Frente Única Paulista. Em 9 de julho de 1932, teve início o movimento revoltoso. Tensão ocorrida porque os paulistas não aceitavam os interventores indicados por Vargas. Reivindicava-se a elaboração de uma nova Constituição. Constituição de 1934 Assembleia Constituinte iniciou os trabalhos em 1933. Em julho de 1934, foi promulgada a terceira Constituição brasileira. 18 Aspectos da Constituição de 1934 Salário-mínimo Nacionalização do subsolo brasileiro Ensino primário obrigatório Jornada de trabalho de oito horas. Voto direto e o voto das mulheres, excluindo soldados e analfabetos Integralismo e comunismo 19 Aliança Nacional Libertadora (ANL) Organização política formada pelos comunistas em 1935. Ação Integralista Brasileira (AIB) Fundada em 1932 pelo escritor e jornalista Plínio Salgado. Defendia a formação de um governo popular. Partido atraiu sindicatos e a classe média urbana. Governo decretou a ilegalidade da organização. Organização de caráter conservador, de orientação cristã e influência fascista. Princípios estavam reunidos no lema "Deus, pátria e família". O Estado Novo 20 Golpe político aplicado por Vargas com o apoio dos militares e políticos influentes. Esse golpe ocorreu em 10 de novembro de 1937. A justificativa era combater a "ameaça" comunista. Impacto político Fechamento do Senado e da Câmara dos Deputados. Controle social Repressão. Suspensão dos direitos constitucionais. Extinção dos partidos políticos. Nova Constituição. Censura aos meios de comunicação. Criação do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), em 1939. Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) 21 Criada em 1943, foi como benefício oferecido pelo Estado aos trabalhadores. Garantiu direitos como salário-mínimo, férias remuneradas. Estabeleceu jornada de trabalho de oito horas e pagamento de horas extras e descanso semanal. Além disso, apresentou leis específicas para mulheres e jovens trabalhadores. A economia do Estado Novo 22 Intervenção do governo na indústria, no comércio e na agricultura. Além disso, controlou a produção de minérios e de fontes de energia. Criou o Conselho Nacional do Petróleo e da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). O governo incentivou o cultivo de produtos diversificados. Apresentação 3 Guerra e revolução A Belle Époque e os problemas sociais Imperialismo Rivalidade entre as potências A Primeira Guerra Mundial e suas fases O processo revolucionário na Rússia Queda do czar e emergência do socialismo 23 Belle Époque 24 Período entre os séculos XIX e XX. Marcado por grande avanço vivenciado pelos Estados Unidos e alguns países europeus. Democratização do lazer e do acesso à informação. Avanço no campo das ciências e da cultura. Invenção do cinema e a difusão da imprensa. Criação de vacinas que colaboraram com o aumento da expectativa de vida. Problemas sociais 25 Apesar dessa atmosfera de prosperidade da Belle Époque, a Europa enfrentava problemas sociais e econômicos. Nações como Itália, Espanha, Portugal e Alemanha enfrentavam dificuldades no campo. Pessoas abandonavam sua terra natal em busca de uma vida melhor. Na Europa Oriental, a economia era basicamente rural. Nas fábricas europeias, os operários não possuíam direitos trabalhistas. Rivalidades entre potências Divergência resultantes de disputas de fronteiras na Europa e por colônias na África e na Ásia. Ressentimentos nacionais. Interesses expansionistas de nações entravam em choque. 26 Nacionalismo e ódio - Estimulado tanto por governos quanto pela imprensa. - Cartazes e panfletos ridicularizavam outros povos. Paz Armada - Busca por equilíbrio entre as grandes nações europeias. - Investimentos na indústria bélica. - Instituição do serviço militar obrigatório. A política de alianças - As potências se agruparam em alianças. - Bloco das Potências Centrais (Tríplice Aliança). - Bloco dos Aliados da Entente (Tríplice Entente). - Ascensão do pan-germanismo e do pan-eslavismo. A Primeira Guerra Mundial 27 27 Embora tenha começado como um conflito europeu, a Grande Guerra assumiu contornos mundiais. Império Austro-Húngaro declara guerra à Sérvia em 1914, um mês após o assassinato do príncipe. O sistema de alianças acaba funcionando como um sistema em cadeia. Estopim foi o assassinato do príncipe herdeiro do Império Austro-Húngaro Francisco Ferdinando. Primeira fase Denominada Fase de movimento. Segunda fase Conhecida como Guerra de Posição (1915-1916). Terceira fase Entre 1917 e 1918. Movimentação das tropas alemãs na Frente Ocidental. O conflito foi marcado pelas trincheiras. Saída da Rússia e entrada dos EUA. Fim da Grande Guerra 28 Saída da Rússia O novo governo assina o tratado de paz com a Alemanha em 1918. Os revolucionários tomam o poder na Rússia em 1917. EUA na guerra Participação decisiva para o conflito. Envio de tropas e recursos financeiros para a Europa. Ataque alemães aos navios mercantes estadunidense. 1917 Revoltas populares e deserções em várias regiões da Europa. 1918 As Potências Centrais assinam um armistício em 11 de novembro de 1918. 1919 Países aliados e a Alemanha assinam o Tratado de Versalhes. A Rússia Czarista 29 Meados do século XIX - A Rússia era agrária. - Mais de 80% da população vivia no campo. - Possuía sistema de governo autocrático, com o poder concentrado no czar. Final do século XIX - Início da industrialização na Rússia. - Plano de modernização econômica acarretou no aumento de impostos. Início do século XX - Criação de partidos de oposição à autocracia do czar Nicolau II, como o Partido Operário Social-Democrata Russo (POSDR). - Em 1903, esse partido se divide entre bolcheviques (maioria) e mencheviques (minoria). - Camponeses deixavam o campo e se dirigiam às cidades. O Domingo Sangrento 30 Entre 1904 e 1905, derrotas militares da Rússia em guerra com o Japão abalaram a já fragilizada base do governo czarista. Essas derrotas pioraram as condições de vida da maioria da população pobre e miserável. Revoltas populares e greves foram duramente reprimidas por tropas imperiais. 22 de janeiro de 1905 Trabalhadores organizam uma manifestação pacífica. Tropas do governo reprimem o movimento, matando e ferindo diversas pessoas. Após isso, criam-se os sovietes. O fim da Rússia czarista A fim de controlar as insatisfações, o czar: criou a Duma, Parlamento formado por deputados eleitos, legalizou os sindicatos de trabalhadores. 31 Reformas importantes Regularização da jornada de oito horas e garantia do direito de liberdade de imprensa e de organização política. 1917 Czar mantém a Rússia na guerra. Rigoroso inverno assola a Rússia. Ocorrem revoltas populares. O czar abdica. Governo Provisório Mais tarde sob o comando de Alexander Kerenski. Inicialmente sob o comando do príncipe Georgy Lvov. Bolcheviques no poder Com a permanência da Rússia na Grande Guerra, os bolcheviques organizaram a oposição contra o governo provisório. Lênin e Trotsky eram os principais líderes bolcheviques que articularam a insurreição, que teve início em 24 de outubro. 32 O governo bolchevique Criação do Conselho de Comissário do Povo, Adoção do partido único. Em 1922, foi criada a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Criação de Tribunais revolucionários, confisco dos bens da Igreja e fim do ensino religioso nas escolas. Estatização da terra, das indústrias, da marinha mercante e dos bancos. Apresentação 4 Regimes totalitários, desdobramentos e a emergência dos Direitos Humanos A crise capitalista de 1929 A emergência do fascismo e do nazismo A Segunda Guerra Mundial Holocausto O pós-Guerra A Declaração Universal dos Direitos Humanos 33 A ascensão dos Estados Unidos Após a Primeira Guerra Mundial, os EUA atravessaram uma época de grande prosperidade econômica. 34 34 Crescimento econômico e industrial. Melhoria na qualidade de vida dos cidadãos. Abertura de estradas, construção de moradias. Crescimento de cidades. Aumento no consumo de produtos. American way of life Ruptura com a mentalidade dos anos anteriores. Difusão de novas maneiras de pensar e de agir. 35 Indústrias continuavam produzindo e gerando estoques, desencadeando uma crise de superprodução. A recuperação da indústria e da agricultura europeia tornou a Europa menos dependente dos produtos estadunidense. Em meados da década de 1920, a economia estadunidense começou a entrar em recessão. A crise do sistema capitalista Além disso, a queda dos salários pagos aos trabalhadores diminui o dinamismo do mercado interno. O consumo caiu acompanhando a diminuição do poder de compra. Quebra da Bolsa de Valores de Nova York Estopim para a crise econômica, conhecida como a Grande Depressão, que afetou os Estados Unidos e vários países do mundo. O fascismo na Itália Ascensão do Fascismo 36 Idealizado por Benito Mussolini, que fundou em 1921 o Partido Fascista. No fascismo era marcante o nacionalismo com tendências xenófobas e racistas. Além da militarização da sociedade e da adoção do corporativismo. Mussolini organizou e liderou, em 1922, uma passeata fascista em Roma. Após a Marcha sobre Roma, o rei italiano concedeu o cargo de primeiro‐ministro a Mussolini. Mussolini aboliu o Poder Legislativo e os demais partidos, concentrando o poder do Estado em seu partido. Nazismo na Alemanha 37 República de Weimar Abdicação do kaiser alemão após a Primeira Guerra Mundial. Foi instituído um governo republicano, que elaborou uma Constituição federalista. O presidente eleito escolhia um chanceler, ou primeiro-ministro. Ascensão do Nazismo Nos anos de 1920, a Alemanha enfrentava problemas econômicos e sociais. Nessa situação, foi fundado o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, ou Partido Nazista, sob a liderança de Adolf Hitler. Em 1933, Hitler foi nomeado primeiro-ministro da Alemanha e, em 1934, com a morte do presidente alemão, assumiu o comando do país. O entreguerras Países se juntaram em blocos segundo afinidades ideológicas e políticas. Democracia liberal: Inglaterra, França e Estados Unidos. Países capitalistas com regimes autoritários: Itália, Alemanha, Espanha, Grécia, Polônia e Turquia. União Soviética, isolada politicamente na Europa, formava um terceiro bloco. 38 Outra causa eram os acordos assinados após a Primeira Guerra que criaram alguns países. Muitas fronteiras haviam sido definidas sem levar em consideração os grupos étnicos da região. Tensão na Europa, na década de 1930. Uma das causas era a crise econômica. Expansão nazifascista 39 Invasão da Etiópia pela Itália em 1935 e, em seguida, da Albânia. Em 1938, tropas alemãs ocuparam e anexaram a Áustria e regiões da Tchecoslováquia. Diante disso, a França e a Inglaterra declaram guerra contra a Alemanha. Em 1º de setembro de 1939, invadiram a Polônia. A Segunda Guerra Mundial 40 40 Em 1940, a Itália e o Japão entram na guerra ao lado dos alemães. Em resposta ao ataque japonês à base de Pearl Harbor em dezembro de 1941, os EUA entram na guerra. Em 1943 os alemães sofreram uma dura derrota na União Soviética. Soldados alemães iniciam a invasão da União Soviética em 1941. Os alemães, porém, tiveram de recuar com o inverno e a contraofensiva russa. Meses após a rendição da Alemanha em 1945, os EUA lançam duas bombas atômicas no Japão, encerrando a guerra no Pacífico. No ano seguinte, soldados ingleses e estadunidense desembarcam no norte da França em direção à Alemanha. O Holocausto Genocídio cometido pelos nazistas contra os judeus, ciganos e demais minorias consideradas "inferiores". 41 41 Leis de Nuremberg (1935) Definiram a "pureza racial" dos alemães. Campos de concentração Em 1939, os judeus passaram a ser enviados a campos de concentração. Judeus segregados em áreas específicas (guetos). Além disso, os judeus tiveram seus bens confiscados. Uso obrigatório da “estrela de Davi” pelos judeus. Nos campos de concentração, os prisioneiros passavam por uma triagem. As pessoas consideradas aptas eram enviadas a trabalhos forçados. O pós-guerra Após o término da guerra, boa parte dos países envolvidos estava em escombros. Os mortos chegavam a 15 milhões de militares e 35 milhões de civis. 42 Conferência de Potsdam Alemanha deveria pagar indenizações aos vencedores e seria dividia em quatro zonas de influência. Organização das Nações Unidas (ONU) Criada em 24 de outubro de 1945, durante a Conferência de São Francisco, nos EUA. Cada zona ficaria sob o controle de um país: Inglaterra, França, Estados Unidos e União Soviética. A cidade de Berlim também seria repartida em quatro zonas. Objetivava zelar pelo respeito aos direitos humanos e pelo desenvolvimento e a igualdade. Em dezembro de 1948, a ONU lança a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Apresentação 5 O Brasil de JK e os anos 1960 O Brasil nas décadas de 1940 e 1950 Urbanização e seus desdobramentos Democracia Nacionalismo Desenvolvimentismo Modernização 43 Fim do Estado Novo O fim da Segunda Guerra estimulou pressões para a instauração de um regime democrático. Compelido a ceder, Getúlio Vargas renunciou à presidência em 1945. 44 Governo de Eurico Gaspar Dutra (1946 a 1951) Realização de fortes investimentos estatais nos setores produtivos e financeiros. Sua política econômica acarretou no aumento da inflação e do desemprego e na queda do poder aquisitivo do trabalhador. Favorecimento à entrada de capital estrangeiro, além de estimular a importação. Entrega à iniciativa privada a tarefa de comandar o desenvolvimento do país. O Retorno de Getúlio Vargas 45 45 A partir de 1952, militares passaram a perseguir nacionalistas. Com a adoção de medidas nacionalistas, Vargas perde o apoio das Forças Armadas. A crise política leva ao suicídio de Vargas em 24 de agosto de 1954. Durante seu governo, agravaram-se as disputas entre nacionalistas e liberais. Getúlio Vargas candidatou-se às eleições em 1950, tornando-se presidente em 1951. Para os nacionalistas, as reservas e refinarias de petróleo, usinas hidrelétricas e suas redes de distribuição pertenciam ao Estado. Os liberais acreditavam que empresas estrangeiras deveriam ter o direito de explorar o setor energético brasileiro. JK no poder 46 Com a morte de Getúlio, o vice-presidente Café Filho assumiu a presidência. Em 1955, Juscelino Kubitschek vence as eleições, e João Goulart torna-se vice-presidente. Grupos militares articularam um golpe para impedir a posse. No entanto, militares de altos cargos públicos impediram que o golpe ocorresse. Estabeleceu-se um Estado de Sítio que garantiu a posse de Juscelino e João Goulart em janeiro de 1956. O desenvolvimentismo Política adotada por JK, o qual afirmava que em seu governo o Brasil cresceria "50 anos em 5". O Governo de JK 47 Aumento da dívida externa brasileira Período de crise marcado pela alta inflação e desemprego Plano de Metas: grandes investimentos em áreas importantes para a modernização do país, como o setor industrial, energético e de transportes. Aumento da produção industrial. Entrada das multinacionais no Brasil. Modernidade 48 No governo JK, as indústrias automobilísticas estrangeiras instalaram-se no Brasil. O país registrou crescimento de 80% em sua produção industrial. Muitas casas antigas foram substituídas por prédios de apartamentos, e os bondes elétricos, por ônibus. Os avanços ficaram concentrados na região Sudeste. Construção de Brasília Inauguração de Brasília ocorreu em 21 de abril de 1960. Projeto que deu origem à cidade foi projetado por Lúcio Costa e Oscar Niemeyer. A nova capital, Brasília, foi instalada no Planalto Central. O governo de Jânio Quadros 49 Vitória de Jânio Quadros, candidato apoiado pela UDN, nas eleições de 1960. O presidente adotou uma linha independente, não alinhada aos Estados Unidos, e retomou acordos diplomáticos com a URSS e a China. Jânio passou a enfrentar críticas de seus antigos aliados. Em 25 de agosto de 1961, ele renunciou à presidência. Em seu governo, instauraram-se inquéritos a fim de investigar todos os níveis da administração pública e as ações do governo anterior. A política adotada por Jânio Quadros foi conservadora e repleta de medidas polêmicas. João Goulart na presidência 50 Com a renúncia de Jânio Quadros, assumiria João Goulart. Tal fato era visto pelos militares como uma brecha para a infiltração de ideias socialistas. Quando Jânio Quadros renunciou, Jango estava em uma visita à República Popular da China e foi proibido de voltar ao país. Jango havia sido ministro do Trabalho no último governo de Getúlio Vargas e era defensor da política varguista. Leonel Brizola promoveu uma mobilização conhecida como Campanha da Legalidade. O governo Jango Jango aceitou assumir a presidência em um sistema parlamentarista e tomou a presidência em 1961. Em 1963, após uma campanha massiva a população optou pela volta do presidencialismo. 51 Plano Trienal Visava combater a inflação negociando a dívida externa, controlando as despesas públicas e congelando os salários. Essas medidas provocaram a reação da população. Reformas de Base Na área social, propunha a reforma agrária. No plano político, dava direito de voto aos analfabetos e militares de baixo escalão. Na economia, as medidas propunham a estatização de empresas que ofereciam serviços públicos, de frigoríferos e da indústria farmacêutica. Controlaria as remessas de lucros das empresas estrangeiras. O Golpe de 1964 52 As Reformas de Base provocaram a reação das elites. A maior delas foi a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, em 19 de março de 1964. As manifestações civis encorajaram os militares que não acreditavam na solução dos conflitos pela via democrática. Aliadas à classe média, as elites organizaram várias manifestações contra o governo. Assim, em 1º de abril de 1964, os militares deflagraram um golpe de Estado e tomaram o poder. João Goulart foi deposto e refugiou-se no Uruguai. Apresentação 6 Guerra Fria A Guerra Fria: confrontos de dois modelos políticos A Revolução Chinesa e as tensões entre China e Rússia A Revolução Cubana e as tensões entre Estados Unidos da América e Cuba 53 53 O prenúncio da Guerra Fria 54 Doutrina Truman Em 1947, Harry Truman oficializou uma orientação política para conter a influência do comunismo em outros países. Plano Marshall Lançado em 1947 e idealizado por George Marshall. Nessa política, os EUA assumiriam a posição de líder dos países capitalistas ocidentais. Previa a ajuda econômica para a reconstrução dos países europeus arrasados pela guerra. As grandes potências europeias haviam perdido sua hegemonia para os Estados Unidos, após 1945. Por outro lado, a URSS passava por um rápido processo de industrialização. Nesse contexto, iniciou-se uma disputa ideológica, política e econômica por áreas de influência entre os EUA e a URSS. A Otan e o Pacto de Varsóvia 55 Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) Pacto de Varsóvia Assinado por países socialistas do leste europeu, sob a liderança da URSS. Firmado para funcionar como escudo militar do Ocidente capitalista. Criada em 1949. Fazia parte dessa aliança a maioria dos países da Europa Ocidental. Em 1955, a Alemanha Ocidental se vinculou à OTAN. Previa o apoio mútuo entre os países socialistas em caso de conflitos armados. Participaram, além da URSS, a Polônia, Alemanha Oriental, Tchecoslováquia, Hungria, Romênia e Bulgária. Capitalismo × Socialismo 56 Países capitalistas - Leis devem assegurar o direito à propriedade privada dos bens e garantir aos cidadãos a possibilidade de escolher os produtos que desejam comprar. Países socialistas - Os meios de produção devem ser compartilhados. - O Estado deve evitar intervenção na economia. - Os capitalistas procuram promover o consumismo. - Nas atividades, os trabalhadores devem servir à coletividade e ao Estado. - Planificação da economia pelo Estado. - Existência de um partido único: o Partido Comunista (PC). A corrida espacial EUA e a URSS investiram no desenvolvimento de tecnologia espacial. Tornou-se possível lançar mísseis nucleares a longa distância. Com os satélites orbitando o globo, era possível monitorar diversas áreas do planeta. 57 A corrida tecnológica 58 No contexto da Guerra Fria, a URSS e os Estados Unidos promoveram a corrida bélica. Essa corrida era caracterizada pela capacidade de produzir armas cada vez mais destrutivas. Em 1946, os Estados Unidos iniciaram um série de testes atômicos. Em 1949, os soviéticos testaram a sua primeira bomba nuclear. Além das bombas atômicas, foram criadas bombas de hidrogênio, ainda mais destrutivas. O Pesadelo Nuclear Em 1961, o presidente estadunidense John Kennedy incentivou a construção de abrigos antinucleares. As pessoas dominadas pelo terror de uma possível guerra nuclear construíram muito desses abrigos. A Revolução Chinesa 59 59 Em 1921, foi fundado o Partido Comunista da China (PCC), liderado por Mao Tsé-Tung. Inicialmente o partido PCC e o Kuomintang uniram-se para impedir a volta da Monarquia no país. Porém, em 1925, os dois partidos passaram a lutar por projetos diversos. A disputa entre os dois partidos provocaram uma guerra civil. Em 1949, o Exército Vermelho venceu as forças governamentais e conquistou Pequim. Mao Tsé-Tung proclamou então a República Popular da China. 60 A Revolução Cubana Na década de 1950, a estrutura social e econômica de Cuba era controlada por uma elite latifundiária. A partir de então, na região de Sierra Maestra organizou-se um movimento revolucionário, o qual o exército do presidente não pôde conter. Assim, com a ajuda da população, esses guerrilheiros tomaram a capital Havana em 1º de abril de 1959. Nessa época, governava Fulgêncio Batista, ao qual muitos expressavam insatisfação. Entre essas pessoas, destacou-se o advogado Fidel Castro. No final de 1956, Fidel Castro planejou o desembarque de revolucionários em Santiago de Cuba. A crise dos mísseis 61 Em 1962, os EUA e outros países da América decretaram um bloqueio econômico a Cuba. Fidel Castro intensificou as relações comerciais e diplomáticas com a URSS. No início da década de 1960, a URSS instalou uma base de lançamento de mísseis nucleares em Cuba. Os EUA responderam mobilizando forças militares em torno de Cuba. A crise foi superada com um acordo entre os EUA e a URSS. Em abril de 1961, Fidel Castro declarou o início do regime socialista em Cuba. Os movimentos de contestação A contracultura foi uma série de movimentos de contestação realizados por jovens de classe média urbana de países capitalistas. 62 Luta pela igualdade civil entre brancos e negros nos EUA. Principais líderes foram Martin Luther King e Malcolm X. Movimento negro Movimento artístico surgido em Londres, no final da década de 1950. Os artistas se valiam da ironia para criticar a sociedade de consumo. Pop Art Opunha-se aos valores morais dominantes nas sociedades ocidentais. Aderiu ao vegetarianismo e defendia a liberdade sexual. Movimento hippie Apresentação 7 Ditaduras: Brasil e América A ditadura civil-militar e os processos de resistência As experiências ditatoriais na América Latina Movimentos de resistência Guerrilhas Operação Condor 63 As ditaduras na América Latina 64 Entre os anos de 1950 e 1980, diversos países da América Latina tiveram governos de caráter autoritário. Esses governos foram instalados com o apoio de grupos ligados à elite oligárquica e parte da classe média. Contexto mundial era marcado pela Guerra Fria. Reprimiam-se manifestações e cerceavam a liberdade de expressão e a participação social na política. A ditadura na Argentina e no Paraguai 65 Argentina Golpe militar ocorreu em 1966, liderado pelo general Juan Carlos Onganía. Paraguai Os militares permaneceram no poder até 1973. No entanto, os militares retornam em 1976, instaurando uma das ditaduras mais repressivas. Foram executadas cerca de 30 mil pessoas. Os militares deixaram o poder em 1986. Ditadura ocorreu sob o mandato do general Alfredo Stroessner. Stroessner governou o país entre 1954 e 1989. Fazia-se promessa de progresso e modernização da infraestrutura do país. Seu governo incentivava a repressão aos opositores A ditadura no Uruguai e na Bolívia 66 Uruguai Bolívia Na década de 1960, guerrilheiros ligados a Che Guevara instalaram-se na Bolívia. O golpe militar contou com o apoio dos militares brasileiros. Em 1973, tomaram o poder por meio de um golpe, apoiado pelo próprio presidente. A democracia foi restabelecida somente em 1985. Seu objetivo era tomar o poder e expandir as ideias socialistas na região. Em 1971, foi empreendido um golpe pelo general Hugo Banzer Suárez. A ditadura durou até 1982. A ditadura no Chile 67 Desde 1970, o presidente do Chile era Salvador Allende. Em seu governo, foram adotadas medidas nacionalistas. Parte da sociedade e grupos militares passaram a apoiar movimentos grevistas de oposição a Allende. Em 11 de setembro de 1973, Salvador Allende foi deposto pelos militares chilenos. Uma Junta Militar, chefiada pelo general Augusto Pinochet, assumiu o governo e cancelou as nacionalizações feitas por Allende. Em 1987, um plebiscito aprovou a saída de Pinochet. Em 1989, foi eleito o presidente do Chile. Os movimentos de resistência na América 68 Ao longo dos regimes ditatoriais, diversos movimentos de resistência foram organizados na América Latina. Também na Argentina, surgiram as Mães da Praça de Maio (Madres de Plaza de Mayo). Grupo formado inicialmente por quatorze mulheres. Um de seus lemas era: "Todos os desaparecidos são nossos filhos“. As lutas armadas tiveram inspiração nos movimentos de guerrilhas. No campo artístico, surgiram movimentos musicais, como a nueva canción no Chile e na Argentina, a partir da década de 1960. Ditadura Militar no Brasil 69 Na manhã de 1º de abril de 1964, tropas do Exército se movimentam nas principais cidades. O objetivo era a deposição de João Goulart com a justificativa de garantir a ordem interna no país. Os militares contavam com o apoio de parte da sociedade brasileira. Os militares garantiram o controle social por meio do autoritarismo e da repressão policial. Os militares contavam com o apoio de parte da sociedade brasileira. Após o golpe, a cúpula das Forças Armadas assumiu as funções de governo. O regime militar brasileiro Após o golpe, foram realizadas medidas autoritárias a fim de controlar a população. 70 Atos Institucionais 17 Atos Institucionais foram promulgados. Suspensão de direitos civis. Eleições indiretas para presidente e governadores. Todos os partidos foram extintos, outros dois foram criados: a Arena e o MDB. AI-5 Concedeu plenos poderes ao presidente. Fechou o Congresso Nacional e as Câmaras de Vereadores. Os cidadãos perderam totalmente seus direitos. Presidente podia cassar mandatos e nomear interventores. Movimentos de resistência 71 Cinema e teatro No cinema e no teatro, diretores fizeram críticas sociais e políticas em seus filmes e peças. Guerrilhas Focos de resistência popular armada começaram a se formar tanto em áreas urbanas como em áreas rurais. Movimento Estudantil Canções de protesto Tropicalismo Na Música Popular Brasileira (MPB), vários músicos passaram a compor músicas que contestavam a ditadura. Trouxe questionamentos sobre a cultura brasileira, como a identidade nacional e o comportamento conservador da sociedade. Representado principalmente pela União Nacional dos Estudantes (UNE), o Movimento Estudantil desempenhou importante papel na luta contra a ditadura no Brasil. A Operação Condor 72 Foi uma organização que reuniu aparelhos repressivos dos governos militares de diversos países americanos. Essa aliança foi formalizada em 1975, em Montevidéu, Uruguai. Integrou os serviços de informação e repressão dos países envolvidos. Entre os países, estavam a Argentina, o Brasil, a Bolívia, o Chile e o Paraguai. Além disso, perseguiu os inimigos políticos que se encontravam no exterior. Apresentação 8 Mundo contemporâneo O processo de redemocratização Os protagonismos da sociedade civil e as alterações da sociedade brasileira O fim da Guerra Fria e o processo de globalização O Brasil e suas relações internacionais na era da globalização A Constituição de 1988 e a emancipação das cidadanias (analfabetos, indígenas, negros, jovens etc.) A história recente do Brasil: transformações políticas, econômicas, sociais e culturais de 1989 aos dias atuais 73 O fim da Guerra Fria 74 As reformas de Gorbatchev Em 1985, Mikhail Gorbatchev tornou-se o dirigente da URSS. Sua tarefa era superar a estagnação econômica e flexibilizar o sistema político soviético. A extinção da União Soviética Em agosto de 1991, tentou-se um golpe para afastar Gorbatchev do poder. Em dezembro, os presidentes da Rússia, Ucrânia e Bielorrússia assinaram o Acordo de Minsk. Assim, ele implantou as reformas perestroika e glasnost. Nesse acordo, criava-se a Comunidade dos Estados Independentes (CEI). A nova ordem mundial 75 Em 1991, chegou ao fim a divisão do mundo em dois blocos opostos. Os EUA emergiram como maior superpotência econômica e militar do planeta. Apesar disso, os EUA vêm perdendo seu poder de influência, mesmo entre seus aliados. Novos blocos de países ganharam força, especialmente os blocos econômicos. Por outro lado, não se afastou o perigo de um conflito nuclear. Conflitos recentes no mundo A configuração do mundo multipolar não eliminou as enormes desigualdades sociais e econômicas entre os países. Nas últimas décadas, vêm ocorrendo conflitos étnicos e religiosos e também pela autonomia política. 76 Alguns conflitos que marcaram as últimas décadas Guerra nos Balcãs Guerra do Golfo “Guerra contra o terror” Guerra do Kosovo Guerra entre Irã e Iraque Problemas do mundo contemporâneo A expansão da globalização tem causado profundos impactos na vida econômica, social e política em âmbito mundial. A característica seletiva dos benefícios da globalização exclui grandes áreas geográficas e contingentes populacionais. 77 Problemas que afetam a população mundial Crime organizado Aids Racismo e Xenofobia Migrações internacionais A redemocratização no Brasil Depois de 21 anos com o regime militar, o primeiro presidente civil foi eleito por meio de eleições indiretas. Tancredo Neves morreu às vésperas da posse e foi substituído pelo vice-presidente José Sarney (1985-1990). 78 Governo Sarney - Lançamento do Plano Cruzado. - Aumento da inflação e da crise econômica. - Foi instalada uma Assembleia Constituinte para a promulgação de nova Constituição. Constituição de 1988 ‑ Conhecida como "Carta Cidadã", foi promulgada em 5 de outubro de 1988. ‑ Garante os direitos civis e restituiu muitos direitos que foram suprimidos no regime militar. Governo Collor de Mello 79 As primeiras eleições livres e diretas ocorreram em 1989, com a vitória de Fernando Collor de Melo. Apesar das promessas de campanha, a inflação não foi controlada. Collor implantou políticas neoliberais no país. Quando Collor assumiu a presidência, a inflação estava em torno de 84%. Denúncias de corrupção levaram o presidente ao impeachment. Em seu lugar, assumiu o vice-presidente Itamar Franco. O Plano Real e o governo FHC Como principal medida de seu governo, Itamar Franco adotou a implantação do Plano Real. Fernando Henrique Cardoso sucedeu Itamar Franco e foi presidente em dois mandatos, entre 1995 e 2002. 80 Plano Real Coordenado por Fernando Henrique Cardoso, então ministro da Fazenda. Visava estabilizar a economia, adotando aumento de impostos e redução dos gastos públicos. Lançamento de uma nova moeda, o real. Governo FHC Manteve a inflação sob controle Política bem-sucedida na área da saúde Privatização de empresas estatais Abertura ao capital estrangeiro O Brasil nos anos 2000 Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito presidente em 2002, tornando-se o primeiro líder sindical a assumir esse cargo. Apesar das denúncias de corrupção, Lula foi reeleito em 2005 e foi substituído por Dilma Rousseff na presidência. 81 Governo Lula O país obteve crescimento no comércio externo e uma balança comercial favorável. Foi implantado o Bolsa Família. Aumento real do salário mínimo. Criou programas como Luz para todos, o Brasil alfabetizado, ProUni, entre outros. Governo Dilma Rousseff Ampliou programas econômicos e sociais e incentivou obras públicas. Implantou programas de auxílio à pesquisa, como o Ciência sem Fronteiras. Manifestações contra o governo 82 Durante o governo Lula, o Brasil se destacou pelo crescimento econômico. O desemprego também caiu de forma acentuada e houve a redução da pobreza. A renda dos mais ricos aumentou 10%, enquanto a dos mais pobres cresceu 68%. As primeiras manifestações aconteceram em junho de 2013. Ao final do primeiro mandato de Dilma, manifestações questionavam o seu governo. Lula conseguiu eleger sua candidata Dilma Rousseff, que se reelegeu em 2014. Havia setores que protestavam contra os altos gastos do governo aplicados nas grandes obras. Esse cenário possibilitou o processo de impeachment em 2016. No lugar de Dilma, assumiu o vice-‑presidente Michel Temer. image1.png image2.png image3.png image4.png image5.jpeg