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Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro AP3 – Álgebra Linear II – 2023/1 Gabarito Questão 1 (1,5 ponto) Determine os valores de a, b, c ∈ R para que seja autoadjunto o operador linear L : R3 −→ R3 tal que L(1, 0, 0) = (91, 14a−15, 20 + 3a), L(0, 1, 0) = (3b+ 5c, 92, 3b+ 5c) e L(0, 0, 1) = (6b+ 5, 11a+ 24, 93). Solução: A matriz de L na base canônica (base ortonormal) é [L] = 91 3b+ 5c 6b+ 5 14a− 15 92 11a+ 24 20 + 3a 3b+ 5c 93 . L é autoadjunto ⇐⇒ [L] = [L]t ⇐⇒ 14a− 15 = 3b+ 5c 6b+ 5 = 20 + 3a 3b+ 5c = 11a+ 24 ⇐⇒ 14a− 15 = 11a+ 24 6b+ 5 = 20 + 3a 3b+ 5c = 11a+ 24 ⇐⇒ 3a = 39 6b+ 5 = 20 + 3a 3b+ 5c = 11a+ 24 ⇐⇒ a = 13 6b = −5 + 20 + 3.(13) = 54 5c = 11.(13) + 24− 3b ⇐⇒ a = 13 b = 9 5c = 140 ⇐⇒ a = 13 b = 9 c = 28 Questão 2 (2,0 pontos) Seja A ∈M3(R) com autovalores λ1 = 2 e λ2 = −31 tal que E(λ1 = 2) = {(x, y, z) ∈ R3 ; x− 7y + 15z = 0,−3x+ 22y − 49z = 0 e 13x− 118y + 303z = 0} E(λ2 = −31) = {(x, y, z) ∈ R3 ; 102x− 84y − 6z = 0}. Determine bases para os autoespaços e dê as multiplicidades geométricas dos seus autovalores. A é diagonalizável? Justifique a sua resposta. Solução: – Cálculo da base de E(λ1 = 2): Reduzindo por linhas à forma em escada a matriz associada ao sistema linear homogêneo que define E(λ1 = 2), obtemos: 1 −7 15 −3 22 −49 13 −118 303 L2 ← L2 + 3L1 L3 ← L3 − 13L1∼ 1 −7 15 0 1 −4 0 −27 108 L1 ← L1 + 7L2 L3 ← L3 + 27L2∼ 1 0 −13 0 1 −4 0 0 0 Logo, x− 13z = 0 e y − 4z = 0. Assim, E(λ1 = 2) = {(x, y, z) ∈ R3; x− 7y + 15z = 0,−3x+ 22y − 49z = 0, 13x− 118y + 303z = 0} = { (x, y, z) ∈ R3 ; x− 13z = 0 e y − 4z = 0} = { (x, y, z) ∈ R3 ; x = 13z e y = 4z} = { (13z, 4z, z) ; z ∈ R} = { z(13, 4, 1) ; z ∈ R} = [(13, 4, 1)]. Portanto, {(13, 4, 1)} é uma base de E(λ1 = 2) e a multiplicidade geométrica de λ1 = 2 é 1. 1 – Cálculo da base de E(λ2 = −31): Temos que E(λ2 = −31) = {(x, y, z) ∈ R3 ; 102x− 84y − 6z = 0} = {(x, y, z) ∈ R3 ; 6z = 102x− 84y} = {(x, y, z) ∈ R3 ; z = 17x− 14y} = {(x, y, 17x− 14y) ; x, y ∈ R} = {(x, 0, 17x) + (0, y,−14y) ; x, y ∈ R} = {x(1, 0, 17) + y(0, 1,−14) ; x, y ∈ R} = [(1, 0, 17), (0, 1,−14)] Portanto, {(1, 0, 17), (0, 1,−14)} é uma base de E(λ2 = −31) e a multiplicidade geométrica de λ2 = −31 é 2. Pelos cálculos do item (a), vemos que existe uma base do R3 formada por autovetores de A, a saber {(13, 4, 1), (1, 0, 17), (0, 1,−14)}, equivalentemente, a soma das multiplicidades geométricas dos autovalores é 1 + 2 = 3 = dimR3, logo A é diagonalizável. Questão 3 (3,0 pontos) Seja A = [ 12 4 4 6 ] . Determine uma base do R2 formada por autovetores de A, indicando os autovalores. Identifique a cônica dada pela forma matricial abaixo, obtendo uma equação reduzida à forma canônica por meio de uma rotação. (x, y) [ 12 4 4 6 ] [ x y ] + (112 √ 5 , 28 √ 5) [ x y ] + 1190 = 0. Solução: Seja A = [ 12 4 4 6 ] . Temos λI2 − A = [ λ− 12 −4 −4 λ− 6 ] e p(λ) = det(λI2 − A) = det [ λ− 12 −4 −4 λ− 6 ] = λ2 − 6λ− 12λ+ 72− 16 = λ2 − 18λ+ 56 = (λ− 4)(λ− 14). Logo, os autovalores de A são 4 e 14. – Cálculo dos autovetores associados a λ1 = 4: Devemos resolver o sistema linear homogêneo cuja matriz associada é (4)I2 − A. Reduzindo por linhas à forma em escada, obtemos: (4)I2 − A = [ −8 −4 −4 −2 ] L1←(−1) 1 8 L1∼ [ 1 1 2 −4 −2 ] L2←L2+4L1∼ [ 1 1 2 0 0 ] . Assim, x+ 1 2 y = 0 ⇔ 2x+ y = 0 ⇔ y = −2x e E(λ1 = 4) = {(x, y) ∈ R2; y = −2x} = {(x,−2x) ; x ∈ R} = {x (1,−2) ; x ∈ R}. Logo, fazendo x = 1 obtemos que w = (1,−2) é autovetor associado a λ1 = 4. – Cálculo dos autovetores associados a λ2 = 14: Devemos resolver o sistema linear homogêneo cuja matriz associada é (14)I2 − A. Reduzindo por linhas à forma em escada, obtemos: 2 (14)I2 − A = [ 2 −4 −4 8 ] L1← 1 2 L1∼ [ 1 −2 −4 8 ] . L2←L2+4L1∼ [ 1 −2 0 0 ] . Assim, x− 2y = 0⇔ x = 2y e E(λ2 = 14) = {(x, y) ∈ R2;x = 2y} = {(2y, y) ; y ∈ R} = {y (2, 1) ; y ∈ R}. Logo, fazendo y = 1, obtemos que v = (2, 1) é autovetor associado a λ2 = 14. Portanto, {v = (1,−2)︸ ︷︷ ︸ λ1=4 , w = (2, 1)︸ ︷︷ ︸ λ2=14 } é uma base do R2 formada por autovetores de A. Usando os cálculos e notações do item anterior, - 6 � � � � � � � � � � �� @ @ @ @ @ @ @ @ @ @ @@ x v y � � � �� @ @ @ @R w λ2 = 14λ1 = 4 Vemos que devemos girar v de π 2 no sentido anti-horário para fazê-lo coincidir com w. Portanto, β = { u1 = v ‖v‖ = ( 1√ 5 ,− 2√ 5 ) , u2 = w ‖w‖ = ( 2√ 5 , 1√ 5 )} é uma base ortonormal de au- tovetores, associados aos autovalores λ1 = 4 e λ2 = 14, tal que a matriz de mudança de base, da base β para a base canônica, é dada por P = [ u1 u2 ] = [ 1√ 5 2√ 5 − 2√ 5 1√ 5 ] com det(P ) = 1 (é a rotação utilizada) e cuja correspondente matriz diagonal é D = [ λ1 0 0 λ2 ] = [ 4 0 0 14 ] . Como [ x y ] = P [ x1 y1 ] e P tAP = [ 4 0 0 14 ] , obtemos: (x1, y1) [ 4 0 0 14 ] [ x1 y1 ] + (112 √ 5, 28 √ 5) [ 1√ 5 2√ 5 − 2√ 5 1√ 5 ] ︸ ︷︷ ︸ faça essa conta primeiro [ x1 y1 ] + 1190 = 0 ⇐⇒ 4x2 1 + 14y2 1 + (56, 252) [ x1 y1 ] + 1190 = 0 ⇐⇒ 4x2 1 + 14y2 1 + 56x1 + 252y1 + 1190 = 0 ⇐⇒ ( 4x2 1 + 56x1 ) + ( 14y2 1 + 252y1 ) + 1190 = 0 ⇐⇒ 4 ( x2 1 + 2.7x1 + 72 ) + 14 ( y2 1 + 2.9y1 + 92 ) − 196− 1134 + 1190 = 0 ⇐⇒ 4(x1 + 7)2 + 14(y1 + 9)2 = 140 ⇐⇒ (x1+7)2 35 + (y1+9)2 10 = 1, que é uma equação reduzida na forma canônica de uma elipse. 3 Questão 4 (1,5 ponto) Determine a matriz C que representa, na base canônica do R2, a transformação linear obtida pela reflexão em relação a reta y = x seguida de uma rotação de 11π 6 radianos no sentido anti-horário. Solução: Sejam [T ] e [R], respectivamente, as matrizes de T e R na base canônica do R2, onde T corresponde à reflexão sobre a reta y = x e R à rotação de 11π 6 radianos no sentido anti-horário. Assim [T ] = [ 0 1 1 0 ] e [R] = cos 11π 6 − sen 11π 6 sen 11π 6 cos 11π 6 = √ 3 2 1 2 −1 2 √ 3 2 Segue que [C] = [R ◦ T ] = [R] [T ] = √ 3 2 1 2 −1 2 √ 3 2 0 1 1 0 = 1 2 √ 3 2 √ 3 2 −1 2 . Questão 5 (2,0 pontos) Seja T : R2 −→ R2 a reflexão com respeito à reta 9x− 4y = 0. Dê exemplo de uma base do R2 formada por autovetores de T , indicando os respectivos au- tovalores. Determine uma matriz inverśıvel P que diagonaliza T , sua correspondente matriz diagonal D e a matriz A que representa T na base canônica do R2. Solução: Temos que – u1 = (4, 9) pertence à reta, então T (4, 9) = (4, 9), logo u1 = (4, 9) é autovetor de T associado ao autovalor λ1 = 1. – u2 = (9,−4) é ortogonal à reta, então T (9,−4) = −(9,−4), logo u2 = (9,−4) é autovetor de T associado ao autovalor λ2 = −1. Portanto, β = {u1 = (4, 9)︸ ︷︷ ︸ λ1=1 , u2 = (9,−4)︸ ︷︷ ︸ λ2=−1 } é uma base do R2 formada por autovetores de T . Uma matriz inverśıvel P que diagonaliza T é a matriz de mudança de base, da base β (obtida no item (a)) para a base canônica, dada por P = [ u1 u2 ] = [ 4 9 9 −4 ] . A sua correspondente matriz diagonal é D = [ λ1 0 0 λ2 ] = [ 1 0 0 −1 ] . A inversa de P é P−1 = − 1 97 [ −4 −9 −9 4 ] = 4 97 9 97 9 97 − 4 97 . Temos que 4 A = PDP−1 = [ 4 9 9 −4 ] [ 1 0 0 −1 ] 4 97 9 97 9 97 − 4 97 = 4 9 9 −4 4 97 9 97 − 9 97 4 97 = −65 97 72 97 72 97 65 97 . 5