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Respostas e adaptações 
neuromusculares e esqueléticas 
 
Não existe exercício sem movimento e não há movimento sem contração muscular. 
Ou seja, exercício é a contração muscular em si. Para que o movimento ocorra, vários 
sistemas do organismo atuam em conjunto para que as células musculares possam 
produzir e usar a energia necessária para contração e produção de força. A expressão 
da força humana depende não somente de fatores inerentes aos músculos, mas 
também de fatores neurais e psicológicos. 
 
Quando pensamos em atletas é fácil entender como a força é fundamental, mas não 
só para esse grupo essa valência física é importante. A força é necessária para a 
execução adequada dos movimentos do dia a dia e para a manutenção de boa 
postura. No envelhecimento, a perda da força é um dos principais fatores físicos que 
levam à perda de autonomia. 
 
Assim, o entendimento dos mecanismos de contração muscular e desenvolvimento da 
força é indispensável para o sucesso de um programa de treinamento de resistência, 
tanto para o desempenho esportivo, como para a saúde e reabilitação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Objetivo 
 
Ao final desta unidade, você deverá ser capaz de: 
• Avaliar as possíveis causas da fadiga e dor muscular em 
diferentes tipos de exercício. 
• Reconhecer os mecanismos da contração muscular e do 
desenvolvimento da força a partir do treinamento de resistência. 
• Empregar o conhecimento dos mecanismos que levam a 
adaptações esqueléticas e musculares na prescrição de exercício. 
 
 
 
 
Conteúdo Programático 
 
Esta unidade está organizada de acordo com os seguintes temas: 
• Tema 1 - Tipos de fibras musculares, contração muscular, fadiga 
e dor muscular 
• Tema 2 - Controle neural da contração muscular 
• Tema 3 - Mecanismos de desenvolvimento da força 
• Tema 3 - Adaptações esqueléticas e musculares ao treinamento 
 
 
 
Não importa a idade, sexo ou modalidade praticada por um atleta, pois a força sempre 
será necessária. Seja para realizar as atividades diárias, para evitar lesões ou obter 
melhores resultados esportivos, as adaptações neuromusculares e esqueléticas 
sempre serão bem-vindas. Para saber mais sobre o assunto, leia: Adaptação do 
músculo esquelético ao exercício físico: considerações moleculares e energéticas. 
 
 
https://www.scielo.br/j/rbme/a/nrVqz5ncsFTpzBrnvwhYfng/
https://www.scielo.br/j/rbme/a/nrVqz5ncsFTpzBrnvwhYfng/
 
Tema 1 
Tipos de fibras musculares, contração muscular, 
fadiga e dor muscular 
 
Quais os princípios da contração muscular? 
 
Fibras musculares 
 
As fibras musculares, células cilíndricas que formam o músculo, podem ser divididas 
em dois grupos de acordo com suas características contráteis e suas características 
metabólicas. 
 
As fibras de contração lenta (Tipo I) geram 
energia predominantemente pelo sistema 
aeróbico (fibras oxidativas) e possuem como 
características maior quantidade e tamanho de 
mitocôndrias, velocidade de encurtamento lenta 
e capacidade glicolítica pouco desenvolvida. 
Essas características tornam esse tipo de fibra 
mais resistente à fadiga, sendo bastante 
eficiente para atividades de longa duração. 
 
Já as fibras de contração rápida (Tipo II) 
possuem alto potencial anaeróbico para 
produção de energia (fibras glicolíticas) e têm 
como características alta capacidade de 
transmissão de potencial de ação, liberação e 
captação rápidas de Ca2+ e alta taxa de renovação das pontes cruzadas. A ativação 
dessas fibras de contração rápida predomina em atividades de alta intensidade, 
quando contrações musculares vigorosas são realizadas com energia proveniente 
basicamente do metabolismo anaeróbico. 
 
 Todas as fibras musculares têm capacidade de produzir energia tanto por 
processo anaeróbico (glicolítico) como aeróbico (oxidativo). A diferença 
metabólica entre os tipos de fibras se dá pelo predomínio de um ou outro. 
 
Todas as fibras musculares têm capacidade de produzir energia tanto por processo 
anaeróbico (glicolítico) como aeróbico (oxidativo). A diferença metabólica entre os 
tipos de fibras se dá pelo predomínio de um ou outro. 
 
As fibras do tipo II são subdivididas em: IIa, IIb e IIx. 
 
 
 
 
Fibras IIa Fibra tipo IIb Fibra do tipo IIx 
Possuem boa capacidade 
de geração de energia 
também por via aeróbica, 
sendo chamadas de fibras 
oxidativas glicolíticas 
rápidas. 
 
Possui maior potencial 
anaeróbico e baixa 
capacidade oxidativa, 
podendo ser considerada 
como a “verdadeira” fibra 
glicolítica rápida. 
 
Possui 
características 
intermediárias 
entre as fibras IIa 
e IIb. 
 
 Para ver mais informações sobre as características dos diferentes tipos de 
fibras musculares, acesse a Biblioteca Virtual – Minha Biblioteca e consulte a 
Tabela 18.2 da página 382 do livro: MCARDLE, W. D.; KATCH, F. I.; KATCH, 
V. L. Fisiologia do exercício: nutrição, energia e desempenho humano. 8. ed. 
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. ISBN: 9788527730167. 
 
 
 Todos os músculos do corpo são formados tanto por fibras de contração 
lenta como por fibras de contração rápida como se fossem um mosaico. A 
proporção de cada tipo de fibra muscular irá variar não apenas de uma 
pessoa para outra, mas também de um músculo para outro em um mesmo 
indivíduo. 
 
A maior proporção de fibras musculares de contração lenta é encontrada nos 
músculos responsáveis pela sustentação postural, como os eretores da espinha. 
 
 
 
 
A genética tem papel importante na variação do tipo de fibra muscular entre as 
pessoas, mas é importante ter em mente que o treinamento pode gerar algumas 
mudanças. 
 
A distribuição de fibras musculares de acordo com suas propriedades contráteis 
(lentas ou rápidas) é determinada pela genética e não pode ser alterada. Entretanto, 
diversas evidências mostram que o treinamento pode mudar as características 
metabólicas da fibra, como maior concentração de enzimas e armazenamento de 
substrato. Assim, o treinamento pode aumentar o potencial oxidativo das fibras do tipo 
II. 
 
 Poderíamos dizer então que, considerando o tipo de fibra muscular 
predominante, quem nasce para ser velocista pode se tornar um maratonista, 
mas quem nasce para ser um maratonista jamais será um velocista? 
 
Contração muscular 
 
A contratilidade é uma das características do músculo e refere-se à capacidade que 
ele tem de se encurtar em resposta a um estímulo. É esse encurtamento do músculo, 
ao qual chamamos de contração muscular, que gera força. Quando a força gerada 
atua sobre um objeto ela é denominada tensão muscular, enquanto a força que o 
objeto exerce sobre o músculo é chamada de carga. 
 
 A carga e a tensão muscular são forças em oposição. 
 
 
Toda contração de um músculo esquelético acontece em resposta a um sinal vindo do 
sistema nervoso, que resulta na produção de tensão dentro do músculo, mas nem 
todas as contrações são iguais. 
 
Quando a contração do músculo produz movimento ela é chamada de contração 
dinâmica. Se essa contração dinâmica produzir tensão (força) durante o encurtamento 
ela é chamada de contração concêntrica. Já se a produção de tensão se der durante o 
alongamento será chamada de contração excêntrica. 
 
 As contrações concêntricas resultam em trabalho externo positivo e são 
responsáveis pela aceleração do movimento, enquanto as contrações 
excêntricas resultam em trabalho negativo e são responsáveis principalmente 
pela desaceleração do movimento. 
 
 
 
 
 Você sabia que uma contração excêntrica consegue produzir mais força do 
que uma concêntrica e ainda tem um custo energético menor? Para saber 
mais a respeito, consulte a Minha Biblioteca e leia: PLOWMAN, S. A.; 
SMITH, D. D. Fisiologia do exercício para saúde, aptidão e desempenho. 2. 
ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010, p. 497. ISBN 9788527724838. 
 
Outro tipo de contração dinâmica é a contração isocinética. Nela, ao contrário dos 
outros dois tipos, a velocidade de contração é mantida constante. Já a contração 
muscular que não resulta em movimento é chamadade isométrica ou estática, tendo 
como importância a fixação ou a estabilização. 
 
Apesar desta classificação dos tipos de contração muscular, é importante deixar claro 
que na maioria das atividades ocorre mais de um tipo de contração para se ter um 
movimento harmonioso e coordenado. Isto é, quando um indivíduo corre e faz um 
salto, chuta uma bola ou lança um objeto, vários músculos executam diferentes tipos 
de contração durante o movimento para viabilizá-lo. 
 
 
 
 
Fadiga 
 
Quando ocorre uma incapacidade de se manter o nível de potência ou força durante 
repetidas contrações em uma atividade, dizemos que ocorreu fadiga. Isso ocorre, por 
exemplo, quando uma pessoa não consegue manter a velocidade de sua corrida ou 
precisa até parar. Ou quando um atleta de vôlei não consegue sacar com a mesma 
potência no final de uma partida. São várias as causas da fadiga e para algumas delas 
ainda não há consenso estabelecido. 
 
Alguns autores consideram que a fadiga se inicia no SNC, chamada de fadiga central, 
quando haveria uma diminuição na quantidade de unidades motoras envolvidas na 
atividade ou uma redução da frequência de disparos das unidades motoras. 
Entretanto, a maioria das evidências aponta para a predominância de causas 
periféricas de fadiga (fadiga periférica), quando fatores neurais, mecânicos ou 
energéticos no músculo podem prejudicar, ou até mesmo impedir, a produção de 
força. 
 
“ 
Não há mais dúvida de que existe algum envolvimento do sistema nervoso central 
(SNC) na maioria dos tipos de fadiga. Quando os músculos de um indivíduo 
parecem estar quase exauridos, o encorajamento verbal, gritos, a execução de uma 
música ou mesmo a eletroestimulação direta do músculo podem aumentar a força 
da contração muscular. Não foram ainda completamente esclarecidos os 
mecanismos subjacentes ao papel do SNC na causa, na percepção e mesmo na 
superação da fadiga. A menos que estejam altamente motivados, quase todos os 
atletas terminam o exercício antes que seus músculos estejam fisiologicamente 
exauridos. 
 
KENNEY; WILMORE; COSTILL, 2020, p. 148 
” 
 
Vale ressaltar que nenhum fator (central ou periférico) explica sozinho todos os 
aspectos e tipos de fadiga, já que diferentes fatores podem atuar de forma sinérgica 
para causá-la. 
 
Para saber mais sobre os fatores envolvidos na fadiga, acesse a Minha Biblioteca e 
leia KENNEY, W. L.; WILMORE, J. H.; COSTILL, D. L. Fisiologia do esporte e do 
exercício. 7. ed. Barueri: Manole, 2020, p. 141-140. ISBN 9786555760910. 
 
Dor muscular 
 
 
Outro fator que pode comprometer o desempenho é a dor muscular. Tanto a dor 
aguda como a dor muscular de início tardio (DMIT) podem atrapalhar a manutenção 
de um programa de exercícios, prejudicando tanto a performance de atletas como a 
adesão e a continuidade em uma atividade por parte dos iniciantes. 
 
A dor aguda é aquela que ocorre durante ou imediatamente após uma sessão de 
exercício. Já a DMIT tem seu pico um dia ou dois após a sessão de exercício e pode 
persistir por três a quatro dias. 
 
Acúmulo de metabólitos, como H+ e edema tecidual causado por desvio de líquido do 
plasma para os tecidos são as principais causas de dor muscular aguda, que é 
percebida como enrijecimento, dolorido e sensibilidade do músculo. 
 
A DMIT pode ter como causa um ou mais fatores associados, como: 
 
• Lacerações do tecido ou dano dos componentes contráteis. 
• Mudança de pressão osmótica com retenção de líquido. 
• Espasmos. 
• Estiramento excessivo com laceração de tecido conjuntivo. 
• Inflamação aguda. 
• Mudança dos mecanismos celulares para regulação de cálcio. 
 
As causas exatas da dor muscular ainda não são totalmente esclarecidas, porém 
sabemos que o grau de desconforto e de perda da força dependem em grande parte 
da intensidade, da duração e do tipo de movimento realizado na atividade. Estudos 
também demostram que a contração excêntrica induz DMIT mais intensa do que as 
contrações concêntricas ou isométricas. 
 
A DMIT é provocada por uma série de eventos celulares adaptativos, basicamente 
uma resposta inflamatória a uma atividade para a qual não se estava acostumado ou 
suficientemente preparado. 
 
 Para ver mais detalhes sobre dor muscular, acesse a Minha Biblioteca e leia 
MCARDLE, W. D.; KATCH, F. I.; KATCH, V. L. Fisiologia do exercício: 
nutrição, energia e desempenho humano. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2016, p. 547-551. ISBN 9788527730167. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tema 2 
Controle neural da contração muscular 
 
Como ocorre o controle neural da contração muscular? 
 
Quando você vê seu ônibus partindo e resolve correr para alcançá-lo, como os 
músculos das suas pernas coordenam os movimentos, enquanto sustentam o peso do 
corpo e o impulsionam para a frente durante a corrida? Para que tarefas como essa, 
ações do dia a dia e movimentos esportivos sejam executados é necessária uma 
integração sensitivo-motora, ou seja, um funcionamento em conjunto das divisões 
sensitiva e motora do sistema nervoso. Uma das características do músculo é a 
irritabilidade, que diz respeito à sua capacidade de receber estímulos e responder a 
eles e isso ocorre via sistema nervoso. 
 
 
 
 
 Toda contração de um músculo esquelético acontece em resposta a um sinal 
que vem do sistema nervoso. 
 
Agora veremos como isso acontece. A célula nervosa que inerva as fibras musculares 
é chamada de motoneurônio alfa. O conjunto de um motoneurônio alfa e todas as 
fibras musculares inervadas por ele é chamado de unidade motora. 
 
 
 
 
“ 
As diferenças individuais nas razões fibras musculares/unidades motoras contribui, 
provavelmente, de maneira significativa para a variação no desempenho esportivo 
em termos de habilidade. 
 
(MCARDLE; KATCH; KATCH, 2016, p. 397) 
 
” 
 
O espaço entre um motoneurônio alfa e uma fibra muscular é chamado de junção 
neuromuscular (JNM) (ou placa motora terminal) e é neste local que ocorre a 
comunicação entre sistema nervoso e sistema muscular via neurotransmissores, 
principalmente acetilcolina (ACh). Quando um impulso chega na JNM a ACh é 
liberada, transformando assim um impulso nervoso basicamente elétrico em um 
estímulo químico. 
 
 A enzima colinesterase degrada ACh na fenda sináptica torna possível a 
repolarização da membrana pós-sináptica, de forma que o processo possa 
se repetir com a chegada de um novo impulso. 
 
Essa liberação de ACh modifica a permeabilidade da membrana, de forma que os íons 
de sódio penetrem no neurônio. Se essa modificação na entrada de sódio alcançar o 
limiar de excitação, um potencial de ação será gerado e uma onda de despolarização 
irá percorrer toda a fibra muscular. A mudança de carga elétrica leva à liberação de 
grande quantidade de íons cálcio (Ca2+). 
 
A tropomiosina é, então, retirada dos sítios ativos pela troponina e pelo cálcio e assim 
a miosina poderá se acoplar a esses sítios de ligação nas moléculas de actina. 
Ocorrerá em seguida mudança na conformação das pontes cruzadas, havendo desse 
modo o deslizamento que levará à contração muscular. 
 
Quando um motoneurônio é estimulado, todas as fibras musculares dessa unidade 
motora se contraem em toda a sua plenitude ou não se contraem de forma alguma. 
Essa característica é conhecida como princípio de tudo-ou-nada. 
 
O que faz um músculo produzir mais ou menos força é a quantidade de unidades 
motoras ativadas e a frequência de estímulos que chegam a elas. Quando há 
necessidade de pouca força, por exemplo, apenas poucas unidades motoras são 
recrutadas. 
 
 
Uma unidade motora contém apenas um tipo específico de fibra muscular. Assim, de 
acordo com as características de contração, de tensão e de resistência à fadiga as 
unidades motoras podem ser classificadas em: 
 
Tipo I Tipo IIa Tipo IIx 
Contração lenta, força 
baixa e resistência à fadiga. 
 
Contração rápida, força 
moderada e resistência à 
fadiga. 
 
Contração rápida, 
alta força e fadiga 
rápida. 
 
De acordo com as características do movimento a serrealizado, serão ativados 
diferentes tipos de unidades motoras. A ordem de recrutamento das unidades motoras 
(princípio do recrutamento ordenado) está ligada ao tamanho de seu motoneurônio, 
sendo as unidades motoras com motoneurônios menores recrutadas primeiro. 
 
Assim, as unidades motoras do tipo I, que possuem motoneurônios menores, são as 
primeiras unidades recrutadas em um movimento gradativo. Em seguida, as unidades 
motoras do tipo II são recrutadas à medida que aumenta a necessidade de força para 
a realização do movimento. 
 
A integração sensório-motora também pode envolver vias reflexas para uma resposta 
mais rápida. O reflexo é uma resposta programada com antecipação, ou seja, só 
existe uma ação possível. Nesse tipo de resposta o impulso não é transmitido pela 
medula espinal até o cérebro antes de a ação ocorrer, tornando-a a mais rápida de 
todas. 
 
 Horas e mais horas (até milhares de horas!) de repetição de uma 
determinada tarefa motora delineia os movimentos neuromusculares, que se 
tornam automáticos. Por isso, é de extrema importância orientação e 
supervisão profissional no aprendizado e no aprimoramento de gestos 
esportivos e na execução de exercícios físicos. Não importa se um 
movimento é simples ou complexo, pois, se ele for praticado de forma 
incorreta, esse padrão inadequado será aprendido e incorporado. 
 
Ação muscular reflexa também pode ser desencadeada por receptores sensoriais bem 
especializados chamados proprioceptores, que são altamente sensíveis a 
estiramento, tensão e pressão. 
 
Os fusos musculares (presentes no músculo) respondem ao estiramento do músculo 
promovendo uma contração muscular mais vigorosa a partir de uma resposta reflexa 
com o intuito de contrabalançar o estiramento. 
 
 
Já os órgãos tendinosos de Golgi (OTG ou GTO), que ficam próximos à junção do 
músculo com o tendão, transmitem sinais para a medula espinal a fim de desencadear 
inibição reflexa (relaxamento quando há alta tensão muscular). Na prática, o OTG 
protege músculo e tecido conjuntivo de lesões causadas por sobrecarga ou movimento 
repentino ao qual não se está acostumado. 
 
 
 
 
 
 
Tema 3 
Mecanismos de desenvolvimento da força 
 
Quais os mecanismos de desenvolvimento da força? 
 
A maioria das pessoas acredita que existe uma relação direta de causa e efeito entre o 
volume (tamanho) e a força muscular, ou seja, quanto mais volume de músculo, mais 
força se tem. 
 
 
 
Realmente existe importante relação entre o volume e a força e isso pode ser 
observado em situações como a dos praticantes de treino de força que possuem maior 
massa muscular (hipertrofia) ou quando alguém tem um braço engessado e depois 
tem menos força nesse membro e ele também está mais fino (atrofia). Porém, é 
importante entender que a força muscular envolve muitos outros fatores, além do 
volume. 
 
 O ganho de volume (massa) muscular é de extrema importância quando o 
assunto é força, mas os mecanismos associados ao ganho de força são bem 
mais complexos. 
 
Podemos separar os mecanismos de desenvolvimento da força em neurais e 
musculares. 
 
Componentes neurais 
 
Os componentes neurais são de extrema importância, principalmente para os 
iniciantes, e são responsáveis por ganho de força na ausência de hipertrofia. Ao 
contrário do que se pode pensar, a força não é uma aptidão exclusivamente muscular 
e sim uma aptidão do sistema motor como um todo. 
 
 
Assim, o ganho de força pode ser alcançado sem que ocorra mudança estrutural do 
músculo, mas jamais ocorrerá sem que ocorram adaptações nervosas. Os fatores 
neurais estão relacionados a aprendizado, a coordenação e à capacidade de 
recrutamento de fibras. Fica clara assim a sua importância no início de um programa 
de treinamento ou quando um novo gesto motor começa a ser aprendido. 
 
Já reparou que um iniciante na academia vai aumentando a sua carga na 
musculação rapidamente de um treino para o outro? 
 
Isso se deve às adaptações neurais, ou seja, esse aumento de força se dá por conta 
do aprendizado do movimento novo, da coordenação para executá-lo bem e do 
recrutamento mais eficiente das fibras musculares necessárias para aquele 
movimento. 
 
As adaptações neurais que atuam no desenvolvimento da força incluem maior 
habilidade de recrutamento de unidades motoras e melhor sincronia do disparo dessas 
unidades. Alguns estudos ainda sugerem que o treinamento de força poderia reduzir 
impulsos inibitórios, como o executado pelo órgão tendinoso de Golgi, permitindo que 
o músculo atinja níveis maiores de produção de força. Outro fator neural sugerido que 
poderia contribuir para o desenvolvimento de força é a diminuição da coativação de 
músculos antagonistas. 
 
 Para se aprofundar no tema leia o artigo: A contribuição dos fatores neurais 
em fases iniciais do treinamento de força muscular: uma revisão bibliográfica 
(MAIOR; ALVES, 2003). 
 
Componentes musculares 
 
Já os mecanismos de desenvolvimento da força relacionados ao músculo estão 
ligados ao seu crescimento, ou seja, hipertrofia. Essa hipertrofia pode ser aguda 
(temporária) ou crônica. 
 
Hipertrofia aguda Hipertrofia crônica 
Ocorre durante ou imediatamente 
após o exercício devido ao acúmulo 
de líquido (edema). É aquele 
“inchaço” pós-musculação que 
muitos gostam de fotografar. No 
entanto, esse volume é temporário, 
pois ocorrerá retorno do sangue 
algumas horas pós o exercício. 
Se dá por mudanças estruturais que 
são resultado de um treinamento de 
força em longo prazo. O aumento 
do volume das fibras musculares 
pode ocorrer por aumento de 
miofibrilas, de filamentos de actina 
e miosina, de sarcoplasma e/ou de 
tecido conjuntivo. 
 
 
 Alguns estudos sugerem que parte do aumento muscular deve-se à 
hiperplasia, que é o aumento do número de fibras musculares e não apenas 
 
ao aumento do diâmetro das fibras já existentes (hipertrofia). Entretanto, 
apenas treinamentos de força com intensidade muito alta poderiam resultar 
em hiperplasia da fibra muscular e mesmo assim sua participação no 
aumento do volume muscular não passaria de 10%. 
 
No início de um treinamento (até por volta da 20ª semana) teremos uma influência 
predominante dos fatores neurais no desenvolvimento de força. Conforme o 
treinamento avança, o aumento do tamanho das fibras musculares passará a 
predominar no processo de ganho de força. 
 
 
 
Contribuição das Adaptações Neurais e Musculares para os Ganhos de Força. 
 
Fatores neurais e fatores musculares são determinantes da força e podem ser 
modificados pelo treinamento. No entanto, devemos ter ciência de que existem outras 
variáveis que irão interferir na manifestação da força como: fatores mecânicos do 
exercício (tipo de alavanca usada no movimento, de pegada, de equipamento etc.), 
idade, sexo, nutrição, estado psicoemocional, nível de aquecimento e conhecimento 
do esforço a ser feito. 
 
 
 
 
Tema 4 
Adaptações esqueléticas e musculares ao 
treinamento 
 
Quais as principais adaptações do músculo ao 
treinamento? 
 
 
O treinamento de resistência (também chamado de treino resistido ou de força) é o 
principal mecanismo para se alcançar adaptações que incrementam a força. O treino 
de resistência compreende um programa de exercícios com uso de carga, em que a 
aplicação de força contra essa carga irá gerar adaptações neuromusculares que 
promovem não apenas o desenvolvimento de força muscular, mas também de 
potência, hipertrofia e endurance (resistência) muscular. 
 
 De forma simplificada podemos dizer que, em relação ao músculo, a força é 
a capacidade de gerar tensão; a potência é a capacidade de gerar tensão 
com velocidade, em um único ou em múltiplos eventos explosivos; o 
endurance é a capacidade de se manter gerando tensão por um longo 
período e a hipertrofia é o aumento do tamanho do músculo. 
 
 Durante muito tempo o treinamento de força foi considerado adequado 
apenas para atletas de determinadas modalidades, como algumas lutas e 
certas provas de atletismo. Ah, e apenaspara homens. 
 
Por volta da década de 1960-1970 as pesquisas começaram a mostrar que o 
treinamento de força trazia benefícios para a maioria dos esportes, tanto 
para homens como para mulheres. 
 
Já mais recentemente, no início da década de 1990, finalmente passou a ser 
reconhecida a importância do treinamento de força não só para a 
performance esportiva, mas também para saúde e reabilitação. 
 
Cabe destacar que o sistema neuromuscular responde muito bem a repetidos 
estímulos, como acontece com o treinamento. Em três meses já é possível perceber 
melhorias em função das adaptações alcançadas. 
 
 Fatores genéticos, atividade física, ativação neural, nutrição, ação hormonal 
e fatores ambientais interagem entre si no desenvolvimento e na 
manutenção da massa muscular. 
 
As fibras irão se adaptar às cargas impostas, tendo como principais mudanças o 
aumento da força e do tamanho do músculo. Um músculo se fortalece quando é 
treinado próximo de sua atual capacidade máxima de gerar força. 
 
 Diferentes equipamentos podem ser usados para oferecer uma sobrecarga 
muscular efetiva e certas abordagens são mais adequadas para o emprego 
mais preciso da sobrecarga. Entretanto, o nível de tensão aplicada no 
músculo é o mais importante no desenvolvimento da força. 
 
O quanto um músculo se torna mais resistente, mais forte, mais potente e maior, 
depende do programa de treinamento adotado. E a velocidade com que as 
adaptações ocorrerão será influenciada por diversos fatores, como pelo repouso e 
nutrição adequados e varia não só de indivíduo para indivíduo, como também de um 
grupo muscular para outro no mesmo indivíduo. 
 
Nas primeiras semanas de treino de resistência já é possível ter ganhos de força, 
porém com pouca ou nenhuma mudança da massa muscular, o que indica que fatores 
neurais são os principais responsáveis pelo desenvolvimento da força nos estágios 
iniciais do treinamento, como vimos anteriormente. 
 
O ganho inicial de força de uma pessoa tem muito a ver com o aprendizado de como 
gerar força de modo mais efetivo, ou seja, está relacionado a fatores neurais. Outro 
aspecto interessante relacionado ao papel dos fatores neurais na geração de força é o 
quanto uma pessoa consegue usar da força que ela realmente tem. Em geral, as 
pessoas não conseguem expressar sua capacidade máxima da força e isso muito tem 
a ver com questões relacionadas a fatores neurais e psicológicos. 
 
Com a manutenção do treinamento resistido, além de adaptações neurais, irão 
começar a ocorrer adaptações referentes a fatores musculares. Ocorrerá aumento: 
 
• Da quantidade de proteína contrátil. 
• Do tamanho e número de miofibrilas em cada fibra. 
• Da área de sessão transversa da fibra. 
• Na quantidade de tecido conjuntivo adjacente às fibras musculares. 
• De fortalecimento ósseo. 
 
O espessamento e fortalecimento do tecido conjuntivo do músculo colabora para a 
integridade estrutural e funcional de tendões e ligamentos. A carga imposta aos ossos 
pelo treinamento gera estímulos osteogênicos levando à calcificação e fortalecimento 
deles, com consequente aumento de sua densidade. Portanto, o treino resistido é 
 
essencial para o desenvolvimento e manutenção de um esqueleto saudável e para 
reabilitação óssea. 
 
O aumento do tamanho do músculo se deve à maior síntese proteica estimulada pelo 
treinamento de força, aliado a um bom perfil hormonal e nutrição adequada. Essa 
maior síntese de proteína ocorre em resposta a repetidas lesões de fibras musculares 
causadas por treino com sobrecarga, com posterior supercompensação durante o 
repouso para produzir efeito anabólico. 
 
A quantidade de carga, ou seja, de estresse que o músculo recebe, é o maior 
responsável pelo tipo de adaptação gerada. Quando o músculo é submetido a uma 
carga quase máxima isso favorecerá o aumento da força. Já o uso de cargas mais 
leves, porém com mais repetições, desenvolverá mais a endurance desse músculo. 
Além dessas alterações estruturais também serão geradas adaptações metabólicas, 
que irão aumentar a capacidade muscular de gerar energia a partir do metabolismo 
anaeróbico. 
 
O treinamento de resistência faz aumentar as reservas de fosfocreatina e de 
glicogênio, substratos usados no metabolismo anaeróbico, e também a quantidade de 
enzimas que favorecem a geração de ATP pelos sistemas ATP-CP e glicolítico. 
 
Já o treinamento aeróbico gera pouca ou nenhuma adaptação em relação à força, 
potência muscular e hipertrofia, mas promove alterações estruturais e metabólicas das 
fibras musculares, que facilitam a produção de grandes quantidades de ATP via 
metabolismo aeróbico. O incremento da quantidade e função das mitocôndrias e 
aumento do número e da densidade de capilares são adaptações musculares 
resultantes de treinamento aeróbico. Além disso, o treino de endurance aumenta o 
tamanho das fibras musculares de contração lenta e existem evidências científicas de 
que também é possível transformar fibras glicolíticas rápidas em fibras oxidativas 
glicolíticas rápidas com esse tipo de treinamento. 
 
 Você sabe o que é treinamento concorrente ou concomitante? Esses 
termos são usados para caracterizar o treinamento das variáveis força e 
endurance em uma mesma sessão de treinamento ou em sessões realizadas 
no mesmo dia em turnos diferentes. Para se aprofundar no assunto leia os 
artigos científicos a seguir. 
 
 
 
 
 
Encerramento 
 
 
Quais os princípios da contração muscular? 
 
O encurtamento das fibras musculares (contração) gera tensão (força) de diferentes 
formas de acordo com as características contráteis e metabólicas de cada tipo de 
fibra. Existem diferentes tipos de contração muscular e elas podem ser prejudicadas 
por diferentes fatores que levam a fadiga e dor. 
 
Como ocorre o controle neural da contração muscular? 
 
Estímulos internos e externos geram influxos sensoriais até o sistema nervoso, que 
responde com impulsos que chegarão até o músculo resultando em contração de 
acordo com a demanda. 
 
Quais os mecanismos de desenvolvimento da força? 
 
Mecanismos neurais e musculares atuam em conjunto, promovendo ganho de força a 
partir de treinamento. 
 
Quais as principais adaptações do músculo ao 
treinamento? 
 
Enquanto o treino resistido irá gerar ganho de força, hipertrofia e incremento do 
metabolismo muscular anaeróbico, os treinos de endurance levarão a adaptações 
estruturais e metabólicas das fibras, que facilitam a produção de grandes quantidades 
de ATP via metabolismo aeróbico. 
 
Resumo da Unidade 
 
Todas as fibras musculares têm capacidade de produzir energia, tanto por 
processo anaeróbico como aeróbico. Porém, haverá predomínio de um deles 
influenciando a velocidade de contração da fibra, tornando cada uma delas mais 
adequada para certos tipos de atividade. 
 
A contração do músculo esquelético, ocasionada por seu encurtamento, será 
responsável pela geração de força. Estímulos internos e externos geram influxos 
sensoriais até o sistema nervoso, que responde com impulsos que chegarão até o 
músculo resultando em contração de acordo com a demanda. Diferentes 
contrações poderão ser geradas com (dinâmica) ou sem (estática) movimento e 
terão sua aplicação específica, mas na maioria das atividades mais de um tipo de 
contração acontece para que haja movimento harmonioso e coordenado. 
 
 
Fadiga e dor muscular são condições limitantes do exercício e devem ser evitadas. 
O desenvolvimento da força depende de fatores neurais e musculares. Os fatores 
neurais estão relacionados a aprendizado, a coordenação e à capacidade de 
recrutamento de fibras. Já as adaptações referentes a fatores musculares 
correspondem ao aumento da quantidade de proteína contrátil, aumento do 
tamanho e número de miofibrilas em cada fibra, aumento da área de sessão 
transversa da fibra, aumento na quantidade de tecido conjuntivo adjacente às 
fibras musculares e fortalecimento ósseo. 
 
Treinamento de resistência promove ganho de força e hipertrofia a partir de 
repetidas exposiçõesdo músculo à sobrecarga, que causam lesões no tecido 
muscular, estimulando respostas adaptativas. O ganho inicial de força está ligado 
ao aprendizado de como gerar força de modo mais efetivo, ou seja, está 
relacionado a fatores neurais. Já o aumento da força e volume muscular, 
fortalecimento de tendões, ligamentos e ossos e as adaptações do metabolismo 
anaeróbico serão alcançadas com o avançar de treinamento de resistência. Já o 
treinamento aeróbico promoverá alterações estruturais e metabólicas de fibras 
musculares, que facilitam a produção de grandes quantidades de energia via 
metabolismo aeróbico. 
 
Referências 
 
ANDRADE, M. S.; LIRA, C. A. B. Fisiologia do exercício. Barueri: Manole, 2016. ISBN 
9788520461815.  
 
HALL, J. E.; HALL, M. E. Guyton & Hall - Tratado de Fisiologia Médica. 14. ed. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2021. ISBN 9788595158696. 
 
KENNEY, W. L.; WILMORE, J. H.; COSTILL, D. L. Fisiologia do esporte e do exercício. 
7. ed. Barueri: Manole, 2020. ISBN 9786555760910. 
 
MCARDLE, W. D.; KATCH, F. I.; KATCH, V. L. Fisiologia do exercício: nutrição, 
energia e desempenho humano. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 
1043p. ISBN 9788527730167. 
 
PLOWMAN, S. A.; SMITH, D. L. Fisiologia do Exercício - Para Saúde, Aptidão e 
Desempenho. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. ISBN 9788527724838. 
 
POWERS, S. K. Fisiologia do exercício: teoria e aplicação ao condicionamento e ao 
desempenho. 9. ed. Barueri: Manole, 2017. ISBN 9788520455104. 
 
 
 
Para aprofundar e aprimorar os seus conhecimentos sobre os assuntos abordados 
nessa unidade, não deixe de consultar as referências bibliográficas básicas e 
complementares disponíveis no plano de ensino publicado na página inicial da 
disciplina.

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