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7 1. CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL Obs.: O Código Tributário Nacional foi recepcionado como lei ordinária, mas com força (status) de lei complementar. Portanto, o CTN é formalmente uma lei ordinária, mas materialmente é uma lei complementar. Dessa forma, para alterá-lo será necessária lei complementar para as questões relativas às normas gerais de direito tributário. Não sendo normas gerais, poderá ser alterado por lei ordinária. DISPOSIÇÃO PRELIMINAR Art. 1º Esta Lei regula, com fundamento na Emenda Constitucional n. 18, de 1º de dezembro de 1965 (atualmente, leia-se: arts. 145 a 162, CF), o sistema tributário nacional e estabelece, com fundamento no artigo 5º, inciso XV, alínea b, da Constituição Federal (atualmente, leia-se: arts. 24, §§ 1º a 4º e 146, CF) as NORMAS GERAIS de direito tributário aplicáveis à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, sem prejuízo da respectiva legislação complementar, supletiva ou regulamentar. LIVRO PRIMEIRO SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL TÍTULO I Disposições Gerais Art. 2º O sistema tributário nacional é regido pelo disposto na Emenda Constitucional n. 18, de 1º de dezembro de 1965 (atualmente, leia-se: arts. 145 a 162, CF), em leis complementares, em resoluções do Senado Federal e, nos limites das respectivas competências, em leis federais, nas Constituições e em leis estaduais, e em leis municipais. Obs.: Pela redação do dispositivo, não constam as medidas provisórias (surgidas com o advento da CF/88), embora tais atos inegavelmente são incluídos no sistema tributário nacional, por terem força de lei, e por serem utilizados muitas vezes para tratar de matéria tributária. Lembre-se de que não há qualquer vedação constitucional á utilização de medidas provisórias para tratar de matéria tributária. Art. 3º TRIBUTO é toda prestação pecuniária COMPULSÓRIA, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente VINCULADA. TRIBUTO Conceito - Prestação pecuniária, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir; - Prestação compulsória; - Prestação que não constitui sanção por ato ilícito; - Prestação instituída em lei; - Prestação cobrada por atividade vinculada. Obs.: Tributo é receita DERIVADA Classificações - Vinculado É aquele cujo fato gerador vincula-se a alguma contraprestação por parte do Estado. Ex.: Taxas, Contribuições de Melhoria e Contribuições Previdenciárias - Não Vinculado É aquele cujo fato gerador não se vincula a nenhuma contraprestação por parte do Estado. Ex.: Impostos 8 - De Arrecadação Vinculada É aquele cuja arrecadação deve ser utilizada no fim que justificou sua criação. Ex.: Empréstimos Compulsórios, Contribuições Especiais e custas e emolumentos - De Arrecadação Não Vinculada É aquele cuja arrecadação pode ser livremente utilizada para as despesas gerais da Administração Pública, atendidos os preceitos orçamentários. Ex.: Impostos, Taxas e Contribuições de Melhoria - Fiscal É aquele cuja finalidade principal é arrecadar recursos para cobrir as despesas públicas. É a regra geral dos tributos. Ex.: IR, IGF, IPTU, ICMS, IPVA, ITBI, ITCMD, ISS, Contribuições de Melhoria e Empréstimos Compulsórios - Extrafiscal É aquele cuja finalidade principal não é arrecadatória. A finalidade pode ser: econômica - proteção da indústria nacional, controle da balança comercial, controle da inflação, taxa de juros, câmbio; ou social - desestímulo à manutenção de propriedades improdutivas. Ex.: II, IE, IOF, IPI (cigarros), ITR e CIDE - Parafiscal É aquele cuja arrecadação não é destinada aos entes políticos da Federação - União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Destinam-se à manutenção de órgãos autônomos fiscalizadores de algumas profissões ou do interesse de categorias econômicas específicas. Ex.: OAB, CRM, Sesi, Sesc etc. - Direto É aquele em que o contribuinte de direito é também o contribuinte de fato, ou seja, a pessoa física ou jurídica que a norma legal define como sujeito passivo da obrigação é a mesma que arca com o ônus de recolher o valor devido ao fisco. Ex.: IR, ITR e IPTU - Indireto É aquele em que o contribuinte de direito recolhe o valor aos cofres públicos, mas transfere o ônus econômico para outra pessoa, chamado contribuinte de fato. Ex.: ICMS, ISS, IPI e IOF - Real É aquele graduado unicamente em função do aspecto econômico da operação, independentemente das condições pessoas de cada contribuinte. Ex.: IPVA, IPTU, ITR, ITCMD e IPI - Pessoal É aquele graduado em função das condições pessoais de cada contribuinte. Ex.: IR - Proporcional É aquele em que a carga tributária é repartida de maneira paritária entre as várias classes de renda da sociedade. Ex.: ITCMD - Progressivo É aquele em que a carga tributária é maior para as classes de renda mais alta. Ex.: IR e IPTU - Regressico É aquele em que a carga tributária é maior para as classes de renda mais baixa. 9 Ex.: ICMS - In Natura É aquele em que não faz referência a pagamento em pecúnia, mas em bens. Não é admitido no Brasil! - In Labore É aquele em que não faz referência a pagamento em pecúnia, mas em serviços. Não é admitido no Brasil! Tributos x Multas - Tributos Prestação que não constitui sanção por ato ilícito; Obrigação de pagamento surge sempre em virtude da verificação, no mundo dos fatos (fato gerador) da situação hipoteticamente prevista em lei; Não podem apresentar qualquer indício de confisco; Têm por objetivo principal arrecadar recursos para o Estado. - Multas Sanção por ato ilícito; Pode decorrer do inadimplemento da obrigação principal ou da obrigação acessória; Possui limites de confisco bem mais elevados do que os fixados para os tributos; Visam a coibir e punir atos ilícitos. Art. 4º A NATUREZA JURÍDICA ESPECÍFICA do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo IRRELEVANTES para qualificá-la: I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei; II - a destinação legal do produto da sua arrecadação. Obs.: A regra do inciso II NÃO SE APLICA aos empréstimos compulsórios e às contribuições especiais, tributos finalísticos, sendo a destinação da arrecadação critério de validação constitucional dessas duas espécies tributárias. Art. 5º Os TRIBUTOS são impostos, taxas e contribuições de melhoria. (Teoria Tripartite) Espécies Tributárias Teoria Tripartite (CTN) - Impostos - Taxas - Contribuições de Melhoria Teoria Pentapartite (CF/88 e Doutrina Majoritária) Adotada! - Impostos - Taxas - Contribuições de Melhoria - Empréstimos Compulsórios - Contribuições Especiais 10 TÍTULO II Competência Tributária CAPÍTULO I Disposições Gerais Art. 6º A atribuição constitucional de competência tributária compreende a competência legislativa plena, ressalvadas as limitações contidas na Constituição Federal, nas Constituições dos Estados e nas Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios, e observado o disposto nesta Lei. Parágrafo único. Os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em parte, a outras pessoas jurídicas de direito público pertencerá à competência legislativa daquela a que tenham sido atribuídos. Art. 7º A competência tributária é INDELEGÁVEL, SALVO atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da Constituição. § 1º A atribuição compreende as garantias e os privilégios processuais que competem à pessoa jurídica de direito público que a conferir. § 2º A atribuição pode ser REVOGADA, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa jurídica de direito público que a tenha conferido. § 3º NÃO CONSTITUI delegaçãode competência o cometimento, a pessoas de direito privado, do encargo ou da função de arrecadar tributos. Art. 8º O não-exercício da competência tributária NÃO A DEFERE a pessoa jurídica de direito público diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído. #NÃOCONFUNDA: COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA CAPACIDADE ATIVA TRIBUTÁRIA Aptidão para criar tributos Aptidão para cobrar tributos Situada no plano constitucional Situada no plano de lei infraconstitucional Anterior a instituição do tributo Decorre da lei que institui o tributo Indelegável Delegável Imprescritível Prescritível CAPÍTULO II Limitações da Competência Tributária SEÇÃO I Disposições Gerais Art. 9º É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - instituir ou majorar tributos sem que a lei o estabeleça, ressalvado, quanto à majoração, o disposto nos artigos 21, 26 e 65; (PRINCÍPIO DA LEGALIDADE) As citadas exceções ao princípio da legalidade (arts. 21, 26 e 65) não estão em total conformidade com a CF, haja vista permitirem a majoração das bases de cálculo do II, IE e IOF, por meio de ato do Poder Executivo, o que não foi permitido no art. 153, § 1º, da CF. O referido dispositivo constitucional admitiu apenas a alteração das respectivas alíquotas atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei. II - cobrar imposto sobre o patrimônio e a renda com base em lei posterior à data inicial do exercício financeiro a que corresponda; (PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE) 11 Não cabe o estudo do princípio da anterioridade por meio deste dispositivo do CTN, pois atualmente a CF ampliou significativamente a extensão do aludido princípio (art. 150, III, b, CF), prevendo sua aplicação aos tributos em geral, salvo algumas exceções. Ademais, por força da EC 42/03 -se o princípio da anterioridade cumulativamente com o denominado princípio da anterioridade nonagesimal ou noventena, o qual guarda também determinadas exceções. III - estabelecer limitações ao tráfego, no território nacional, de pessoas ou mercadorias, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais; (PRINCÍPIO DA LIBERDADE DE TRÁFEGO) IV - cobrar imposto sobre: a) o patrimônio, a renda ou os serviços uns dos outros; b) templos de qualquer culto; c) o patrimônio, a renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, observados os requisitos fixados na Seção II deste Capítulo; d) papel destinado exclusivamente à impressão de jornais, periódicos e livros. § 1º O disposto no inciso IV não exclui a atribuição, por lei, às entidades nele referidas, da condição de responsáveis pelos tributos que lhes caiba reter na fonte, e não as dispensa da prática de atos, previstos em lei, assecuratórios do cumprimento de obrigações tributárias por terceiros. § 2º O disposto na alínea a do inciso IV aplica-se, exclusivamente, aos serviços próprios das pessoas jurídicas de direito público a que se refere este artigo, e inerentes aos seus objetivos. Art. 10. É vedado à União instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional, ou que importe distinção ou preferência em favor de determinado Estado ou Município. O art. 10 do CTN foi reproduzido no art. 151, I, da CF/88, sendo que neste foi admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do País. Art. 11. É vedado aos estados, ao distrito federal e aos municípios estabelecer diferença tributária entre bens de qualquer natureza, em razão da sua procedência ou do seu destino. O art. 11, teve sua redação consta quase que literalmente no art. 152, da CF/88, sendo que neste foi vedada razão de sua procedência ou destino. SEÇÃO II Disposições Especiais Art. 12. O disposto na alínea a do inciso IV do artigo 9º, observado o disposto nos seus §§ 1º e 2º, é extensivo às autarquias criadas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, tão-somente no que se refere ao patrimônio, à renda ou aos serviços vinculados às suas finalidades essenciais, ou delas decorrentes. Art. 13. O disposto na alínea a do inciso IV do artigo 9º não se aplica aos serviços públicos concedidos, cujo tratamento tributário é estabelecido pelo poder concedente, no que se refere aos tributos de sua competência, ressalvado o que dispõe o parágrafo único. Parágrafo único. Mediante lei especial e tendo em vista o interesse comum, a União pode instituir isenção de tributos federais, estaduais e municipais para os serviços públicos que conceder, observado o disposto no § 1º do artigo 9º. Trata-se de inconstitucional permissão para instituição de isenção heterônoma, encontrando óbice no art. 151, III, da CF: Art. 151. É vedado à União: (...) III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. 12 Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas: I - não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais; III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão. § 1º Na falta de cumprimento do disposto neste artigo, ou no § 1º do artigo 9º, a autoridade competente pode suspender a aplicação do benefício. § 2º Os serviços a que se refere a alínea c do inciso IV do artigo 9º são exclusivamente, os diretamente relacionados com os objetivos institucionais das entidades de que trata este artigo, previstos nos respectivos estatutos ou atos constitutivos. Art. 15. Somente a União, nos seguintes casos excepcionais, pode instituir EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS: I - guerra externa, ou sua iminência; II - calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com os recursos orçamentários disponíveis; III - conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo. Obs.: Inciso não recepcionado pela CF! Parágrafo único. A lei fixará obrigatoriamente o prazo do empréstimo e as condições de seu resgate, observando, no que for aplicável, o disposto nesta Lei. TÍTULO III Impostos CAPÍTULO I Disposições Gerais Art. 16. IMPOSTO é o tributo cuja obrigação tem por FATO GERADOR uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. - Tributo NÃO VINCULADO: o fato gerador é uma situação INDEPENDENTE de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. A obrigação de pagar impostos decorre de fatos do contribuinte. Ex.: a pessoa que possui um imóvel urbano está obrigada a pagar IPTU, independentemente de qualquer prestação estatal específica a ela relativa. - Tributo de ARRECADAÇÃO NÃO VINCULADA: a receita decorrente dos impostos não pode ser vinculada a órgão, fundo ou despesas, ressalvadas as hipóteses constitucionalmente previstas. Art. 17. Os impostos componentes do sistema tributário nacional são exclusivamente os que constam deste Título, com as competências e limitações nele previstas. Obs.: O art. 17 é inaplicável atualmente porque há outros impostos previstos na CF/88 que não foram incluídos no CTN. Ex.: IPVA, de competência dos Estados e do Distrito Federal. Art. 18. Compete: I - à União, instituir, nos Territórios Federais, os impostos atribuídos aos Estados e, se aqueles não forem divididos em Municípios, cumulativamente, os atribuídos a estes; II - ao Distrito Federal e aos Estados não divididos em Municípios, instituir, cumulativamente, os impostos atribuídos aos Estados e aos Municípios. Trata-se da competência residual, hoje prevista no art. 147, da CF. Em relação ao inciso II, o art. 147 da CF mencionaapenas que cabe ao Distrito Federal instituir, cumulativamente, os impostos municipais: 13 Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos municipais. COMPETÊNCIA CUMULATIVA UNIÃO Territórios divididos em municípios Impostos Estaduais Territórios NÃO divididos em municípios Impostos Estaduais e Municipais DF Impostos Estaduais e Municipais CAPÍTULO II Impostos sobre o Comércio Exterior SEÇÃO I Impostos sobre a Importação Art. 19. O imposto, de competência da UNIÃO, sobre a importação de produtos estrangeiros tem como FATO GERADOR a entrada destes no território nacional. Art. 20. A BASE DE CÁLCULO do imposto é: I - quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada pela lei tributária; II - quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da importação, em uma venda em condições de livre concorrência, para entrega no porto ou lugar de entrada do produto no País; III - quando se trate de produto apreendido ou abandonado, levado a leilão, o preço da arrematação. Art. 21. O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos em lei, ALTERAR AS ALÍQUOTAS ou as bases de cálculo do imposto, a fim de ajustá-lo aos objetivos da política cambial e do comércio exterior. Obs.: A previsão do art. 21, conferindo ao Poder Executivo a possibilidade de alterar as bases de cálculo do II não foi recepcionada pela atual CF, já que no seu art. 153, § 1º, admite-se apenas a alteração das alíquotas do referido imposto, dentro das condições e limites legalmente estabelecidos. Art. 22. CONTRIBUINTE do imposto é: I - o importador ou quem a lei a ele equiparar; II - o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados. IMPOSTO SOBRE IMPORTAÇÃO II Fato Gerador - Entrada de produtos estrangeiros no território nacional Base de Cálculo - Alíquota específica Unidade de medida - Alíquota ad valorem Preço normal - Produto apreendido ou abandonado levado a leilão Valor da arrematação Contribuinte - Importador ou quem a lei a ele equiparar - Arrematante de produtos apreendidos ou abandonados 14 SEÇÃO II Imposto sobre a Exportação Art. 23. O imposto, de competência da UNIÃO, sobre a exportação, para o estrangeiro, de produtos nacionais ou nacionalizados tem como FATO GERADOR a saída destes do território nacional. Art. 24. A BASE DE CÁLCULO do imposto é: I - quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada pela lei tributária; II - quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da exportação, em uma venda em condições de livre concorrência. Parágrafo único. Para os efeitos do inciso II, considera-se a entrega como efetuada no porto ou lugar da saída do produto, deduzidos os tributos diretamente incidentes sobre a operação de exportação e, nas vendas efetuadas a prazo superior aos correntes no mercado internacional o custo do financiamento. Art. 25. A lei pode adotar como base de cálculo a parcela do valor ou do preço, referidos no artigo anterior, excedente de valor básico, fixado de acordo com os critérios e dentro dos limites por ela estabelecidos. Art. 26. O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos em lei, ALTERAR AS ALÍQUOTAS ou as bases de cálculo do imposto, a fim de ajustá-los aos objetivos da política cambial e do comércio exterior. Obs.: A previsão do art. 26, conferindo ao Poder Executivo a possibilidade de alterar as bases de cálculo do II não foi recepcionada pela atual CF, já que no seu art. 153, § 1º, admite-se apenas a alteração das alíquotas do referido imposto, dentro das condições e limites legalmente estabelecidos. Art. 27. CONTRIBUINTE do imposto é o exportador ou quem a lei a ele equiparar. Art. 28. A receita líquida do imposto destina-se à formação de reservas monetárias, na forma da lei. Obs.: A previsão do art. 28, que vincula a receita do IE à formação de reservas monetárias, na forma da lei, não foi recepcionada pela atual CF. Tal previsão encontrava amparo na EC 18/65, da CF/46. Atualmente, o art. 167, IV, da CF/88, veda a vinculação da receita de impostos a órgão, fundo ou despesa. IMPOSTO SOBRE EXPORTAÇÃO IE Fato Gerador - Saída de produtos nacionais ou nacionalizados do território nacional Base de Cálculo - Alíquota específica Unidade de medida - Alíquota ad valorem Preço normal Contribuinte - Importador ou quem a lei a ele equiparar CAPÍTULO III Impostos sobre o Patrimônio e a Renda SEÇÃO I Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural Art. 29. O imposto, de competência da UNIÃO, sobre a propriedade territorial rural tem como FATO GERADOR a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, como definido na lei civil, localização fora da zona urbana do Município. Art. 30. A BASE DO CÁLCULO do imposto é o valor fundiário. 15 Art. 31. CONTRIBUINTE do imposto é o proprietário do imóvel, o titular de seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título. IMPOSTO SOBRE PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Fato Gerador - A propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, como definido na lei civil, localização fora da zona urbana do Município Base de Cálculo - Valor fundiário Contribuinte - Proprietário do imóvel - Titular do domínio útil ou - Possuidor do imóvel a qualquer título SEÇÃO II Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana Art. 32. O imposto, de competência dos MUNICÍPIOS, sobre a propriedade predial e territorial urbana tem como FATO GERADOR a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do Município. § 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se como ZONA URBANA a definida em lei municipal; observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo menos 2 (dois) dos incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público: I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais; II - abastecimento de água; III - sistema de esgotos sanitários; IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar; V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado. - Súmula nº 626, STJ: A incidência do IPTU sobre imóvel situado em área considerada pela lei local como urbanizável ou de expansão urbana não está condicionada à existência dos melhoramentos elencados no art. 32, § 2º A lei municipal pode considerar urbanas as áreas urbanizáveis, ou de expansão urbana, constantes de loteamentos aprovados pelos órgãos competentes, destinados à habitação, à indústria ou ao comércio, mesmo que localizados fora das zonas definidas nos termos do parágrafo anterior. Art. 33. A BASE DO CÁLCULO do imposto é o valor venal do imóvel. Parágrafo único. Na determinação da base de cálculo, NÃO SE CONSIDERA o valor dos bens móveis mantidos, em caráter permanente ou temporário, no imóvel, para efeito de sua utilização, exploração, aformoseamento ou comodidade. Art. 34. CONTRIBUINTE do imposto é o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título. 16 IMPOSTO SOBRE PROPRIEDADE PREDIAL E TERRITORIAL URBANA IPTU Fato Gerador - A propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localização na zona urbana do Município Base de Cálculo - Valor venal do imóvel Contribuinte - Proprietário do imóvel - Titular do domínio útil ou - Possuidor do imóvel a qualquer título SEÇÃO III Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis e de Direitos a eles Relativos Art. 35. O imposto,de competência dos Estados, sobre a transmissão de bens imóveis e de direitos a eles relativos tem como fato gerador: I - a transmissão, a qualquer título, da propriedade ou do domínio útil de bens imóveis por natureza ou por acessão física, como definidos na lei civil; II - a transmissão, a qualquer título, de direitos reais sobre imóveis, exceto os direitos reais de garantia; III - a cessão de direitos relativos às transmissões referidas nos incisos I e II. Parágrafo único. Nas transmissões causa mortis, ocorrem tantos fatos geradores distintos quantos sejam os herdeiros ou legatários. Art. 36. Ressalvado o disposto no artigo seguinte, o imposto não incide sobre a transmissão dos bens ou direitos referidos no artigo anterior: I - quando efetuada para sua incorporação ao patrimônio de pessoa jurídica em pagamento de capital nela subscrito; II - quando decorrente da incorporação ou da fusão de uma pessoa jurídica por outra ou com outra. Parágrafo único. O imposto não incide sobre a transmissão aos mesmos alienantes, dos bens e direitos adquiridos na forma do inciso I deste artigo, em decorrência da sua desincorporação do patrimônio da pessoa jurídica a que foram conferidos. Art. 37. O disposto no artigo anterior não se aplica quando a pessoa jurídica adquirente tenha como atividade preponderante a venda ou locação de propriedade imobiliária ou a cessão de direitos relativos à sua aquisição. § 1º Considera-se caracterizada a atividade preponderante referida neste artigo quando mais de 50% (cinqüenta por cento) da receita operacional da pessoa jurídica adquirente, nos 2 (dois) anos anteriores e nos 2 (dois) anos subseqüentes à aquisição, decorrer de transações mencionadas neste artigo. § 2º Se a pessoa jurídica adquirente iniciar suas atividades após a aquisição, ou menos de 2 (dois) anos antes dela, apurar-se-á a preponderância referida no parágrafo anterior levando em conta os 3 (três) primeiros anos seguintes à data da aquisição. § 3º Verificada a preponderância referida neste artigo, tornar-se-á devido o imposto, nos termos da lei vigente à data da aquisição, sobre o valor do bem ou direito nessa data. § 4º O disposto neste artigo não se aplica à transmissão de bens ou direitos, quando realizada em conjunto com a da totalidade do patrimônio da pessoa jurídica alienante. Art. 38. A base de cálculo do imposto é o valor venal dos bens ou direitos transmitidos. 17 Art. 39. A alíquota do imposto não excederá os limites fixados em resolução do Senado Federal, que distinguirá, para efeito de aplicação de alíquota mais baixa, as transmissões que atendam à política nacional de habitação. Art. 40. O montante do imposto é dedutível do devido à União, a título do imposto de que trata o artigo 43, sobre o provento decorrente da mesma transmissão. Art. 41. O imposto compete ao Estado da situação do imóvel transmitido, ou sobre que versarem os direitos cedidos, mesmo que a mutação patrimonial decorra de sucessão aberta no estrangeiro. Art. 42. Contribuinte do imposto é qualquer das partes na operação tributada, como dispuser a lei. Com o advento da CF, a tributação das transmissões cabe não apenas aos Estados, mas também aos Municípios. A atual Carta Magna ampliou a competência, alcançando quaisquer bens e direitos, móveis ou imóveis (o CTN só previu a transmissão de bens imóveis e os direitos a eles relativos). Atualmente, a competência ficou assim distribuída: - Estados e Distrito Federal: Imposto sobre a transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens ou direitos (ITCMD); - Municípios e Distrito Federal: ou acessão física e de direitos a eles relativos (ITBI); SEÇÃO IV Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza Art. 43. O imposto, de competência da UNIÃO, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como FATO GERADOR a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica: I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos; II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior. § 1o A incidência do imposto INDEPENDE da denominação da receita ou do rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção. § 2o Na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei estabelecerá as condições e o momento em que se dará sua disponibilidade, para fins de incidência do imposto referido neste artigo. Art. 44. A BASE DE CÁLCULO do imposto é o montante, real, arbitrado ou presumido, da renda ou dos proventos tributáveis. Art. 45. CONTRIBUINTE do imposto é o titular da disponibilidade a que se refere o artigo 43, sem prejuízo de atribuir a lei essa condição ao possuidor, a qualquer título, dos bens produtores de renda ou dos proventos tributáveis. Parágrafo único. A lei pode atribuir à fonte pagadora da renda ou dos proventos tributáveis a condição de responsável pelo imposto cuja retenção e recolhimento lhe caibam. 18 IMPOSTO DE RENDA IR Fato Gerador - Aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de: Renda Proventos de qualquer natureza Base de Cálculo - Montante, real, arbitrado ou presumido Contribuinte - Titular da disponibilidade - Possuidor, a qualquer título, dos bens produtores de renda ou dos proventos (se a lei atribuir essa condição) SÚMULAS SOBRE IMPOSTO DE RENDA IR STF STJ - Súmula nº 93, STF: Não está isenta do impôsto de - Súmula nº 585, STF: Não incide o imposto de renda sobre a remessa de divisas para pagamento de serviços prestados no exterior, por empresa que não opera no - Súmula nº 586, STF: Incide imposto de renda sobre os juros remetidos para o exterior, com base em - Súmula nº 587, STF: Incide imposto de renda sobre o pagamento de serviços técnicos contratados no - Súmula nº 125, STJ: gozadas por necessidade do serviço não está sujeito a - Súmula nº 136, STJ: -prêmio não gozada por necessidade do serviço não está sujeito - Súmula nº 215, STJ: adesão a programa de incentivo à demissão voluntária não está sujeita à incidência do imposto de - Súmula nº 262, STJ: Incide o imposto de renda sobre o resultado das aplicações financeiras realizadas - Súmula nº 386, STJ: São isentas de imposto de renda as indenizações de férias proporcionais e o respectivo adicional - Súmula nº 447, STJ: são partes legítimas na ação de restituição de imposto - Súmula nº 463, STJ: Incide imposto de renda sobre os valores percebidos a título de indenização por horas extraordinárias trabalhadas, ainda que decorrentes de - Súmula nº 498, STJ: Não incide imposto de renda - Súmula nº 556, STJ: indevida a incidência de imposto de renda sobre o valor da complementação de aposentadoria pago por entidade de previdência privada e em relação ao resgate de contribuições recolhidas para referidas entidades patrocinadoras no período de 1º/1/1989 a 31/12/1995, em razão da isenção concedida pelo art. 6º, VII, b, da Lei n. 19 7.713/1988, na redação anterior à que lhe foi dada pela - Súmula nº 590, STJ: a atrair a incidência do imposto de renda, em caso de liquidação de entidade de previdência privada, a quantia que couber a cada participante, por rateio do patrimônio, superior ao valor das respectivas contribuições à entidade em liquidação, devidamente - Súmula nº 598, STJ: desnecessária a apresentação de laudo médico oficial para o reconhecimento judicial da isenção do imposto de renda, desde que o magistrado entenda suficientemente demonstrada a - Súmula nº 627, STJ: concessão ou à manutenção da isenção do imposto de renda, não se lhe exigindo a demonstração da contemporaneidade dos sintomas da doença nem da JURISPRUDÊNCIA EM TESES Nº 28 DO STJ - IMPOSTO DE RENDA 1) As verbas concedidas ao empregado, por mera liberalidade do empregador,quando da rescisão unilateral de seu contrato de trabalho sujeitam-se à incidência do imposto de renda. (Recurso Repetitivo - Tema 139) 2) Incide imposto de renda sobre os valores recebidos a título de antecipação dos direitos à Aposentadoria Complementar Móvel Vitalícia ACMV, pois tais valores decorrem de renúncia de direito trabalhista de natureza remuneratória, configurando acréscimo patrimonial. 3) Por força da isenção concedida pelo art. 6º, VII, b, da Lei n. 7.713/88, na redação anterior à que lhe foi dada pela Lei n. 9.250/95, é indevida a cobrança de imposto de renda sobre o valor da complementação de aposentadoria e o do resgate de contribuições correspondentes a recolhimentos para entidade de previdência privada ocorridos no período de 01/01/1989 a 31/12/1995. Súmula 556-STJ: É indevida a incidência de imposto de renda sobre o valor da complementação de aposentadoria pago por entidade de previdência privada e em relação ao resgate de contribuições recolhidas para referidas entidades patrocinadoras no período de 1º/1/1989 a 31/12/1995, em razão da isenção concedida pelo art. 6º, VII, b, da Lei nº 7.713/1988, na redação anterior à que lhe foi dada pela Lei nº 9.250/1995. 4) Não incide imposto de renda sobre os juros de mora percebidos na situação de rescisão do contrato de trabalho decorrente da perda do emprego, independentemente da natureza da verba principal. 5) São isentas de imposto de renda as indenizações de férias proporcionais e o respectivo adicional. (Súmula n. 386/STJ) 6) A restituição do imposto de renda incidente sobre a complementação de aposentadoria, sob o regime da Lei n. 7.713/88, exige apenas a comprovação do recolhimento da contribuição para a entidade de previdência complementar, cabendo à Fazenda Nacional fazer prova sobre a tributação dos valores. 7) Incide imposto de renda sobre os valores recebidos a título de complementação temporária de aposentadoria. 20 8) Não incide imposto de renda sobre a indenização por danos morais. (Súmula n. 498/ STJ) (Recurso Repetitivo - Tema 370) O fato gerador do IR é a aquisição de disponibilidade econômica ou jurídica decorrente de acréscimo patrimonial (art. 43 do CTN). O STJ entende que as verbas recebidas a título de indenização por danos morais não representam acréscimo patrimonial. 9) Não incide imposto de renda sobre os valores recebidos a título de licença-prêmio não gozada, verba de natureza indenizatória que não implica acréscimo patrimonial. 10) Incide imposto de renda sobre os juros de mora decorrentes de verbas previdenciárias pagas a destempo, exceto se o principal era verba isenta de recolhimento da exação. SUPERADA! Não incide imposto de renda sobre os juros de mora devidos pelo atraso no pagamento de remuneração por exercício de emprego, cargo ou função. STF. Plenário. RE 855091/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 13/3/2021 (Repercussão Geral Tema 808) (Info 1009). 11) Não incide imposto de renda sobre a verba paga a título de indenização por rompimento do contrato de trabalho no período de estabilidade provisória. 12) Não incide imposto de renda sobre os proventos de aposentadoria e pensão dos anistiados políticos, nos termos da Lei n. 10.559/2002. 13) A indenização recebida pela adesão a programa de incentivo à demissão voluntária não está sujeita à incidência do imposto de renda. (Súmula n. 215/STJ) 14) A isenção do imposto de renda decorrente de doença grave pode ser deferida independentemente de laudo pericial oficial, bastando a existência de provas suficientes nos autos. Súmula 598-STJ: É desnecessária a apresentação de laudo médico oficial para o reconhecimento judicial da isenção do Imposto de Renda, desde que o magistrado entenda suficientemente demonstrada a doença grave por outros meios de prova. 15) O termo inicial da isenção do imposto de renda prevista no art. 6º da Lei n. 7.713/88 deve ser fixado na data em que a moléstia grave foi comprovada através de diagnóstico médico, e não a partir da emissão do laudo oficial. 16) É taxativo o rol de moléstias graves previstas no art. 6º, XIV, da Lei n. 7.713/88 que dá direito à isenção do imposto de renda sobre os proventos decorrentes de aposentadoria ou reforma. 17) A isenção do imposto de renda sobre a aposentadoria ou reforma concedida aos portadores de moléstias graves, nos termos do art. 6º, inciso XIV, da Lei n. 7.713/88, não exige do contribuinte a demonstração da contemporaneidade dos sintomas, nem a indicação de validade do laudo pericial, ou a comprovação de recidiva da enfermidade, para o gozo do benefício isencional. Súmula 627-STJ: O contribuinte faz jus à concessão ou à manutenção da isenção do imposto de renda, não se lhe exigindo a demonstração da contemporaneidade dos sintomas da doença nem da recidiva da enfermidade. JURISPRUDÊNCIA SOBRE IMPOSTO DE RENDA IR - Incide imposto de renda sobre juros de mora? REGRA: sim. Isso porque os juros de mora possuem natureza de lucros cessantes e, como vimos acima, incide imposto de renda sobre lucros cessantes. EXCEÇÃO 1: não incide IR sobre juros de mora relacionados com o pagamento em atraso de verbas alimentares. Os juros de mora decorrentes do pagamento em atraso de verbas alimentares a pessoas físicas escapam à regra geral da incidência do Imposto de Renda, posto que, excepcionalmente, configuram indenização por danos 21 emergentes. EXCEÇÃO 2: não incide IR sobre juros de mora se a verba principal é isenta ou fora do campo de incidência do IR. Escapam à regra geral de incidência do Imposto de Renda sobre juros de mora aqueles cuja verba principal seja isenta ou fora do campo de incidência do IR. STJ. 1ª Seção. REsp 1470443-PR, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 25/08/2021 (Recurso Repetitivo Tema 878) (Info 706). - Pessoa com deficiência pode ser enquadrada como dependente, mesmo que seja apta a trabalhar, mas desde que não receba remuneração que exceda as deduções legalmente autorizadas. Na apuração do imposto sobre a renda de pessoa física, a pessoa com deficiência que supere o limite etário e seja capacitada para o trabalho pode ser considerada como dependente quando a sua remuneração não exceder as deduções autorizadas por lei. STF. Plenário. ADI 5583/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 14/5/2021 (Info 1017). - Verba recebida a título de plantão médico está sujeita ao pagamento de imposto de renda. Incide Imposto de Renda sobre verba paga como contraprestação de plantões médicos. Tais pagamentos são habituais, comutativos e de caráter eminentemente retributivo, de modo que não podem ser considerados de natureza indenizatória. Vale ressaltar que o pagamento do IR é devido mesmo que a lei estadual preveja esse plantão médico como sendo verba de caráter indenizatório. STJ. 2ª Turma. RMS 52051-AP, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 11/05/2021 (Info 696). - Estados são titulares do IR sobre rendimentos pagos diretamente por suas autarquias e fundações. É dos Estados e Distrito Federal a titularidade do que arrecadado, considerado Imposto de Renda, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por si, autarquias e fundações que instituírem e mantiverem. STF. Plenário. RE 607886/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 4/5/2021 (Repercussão Geral Tema 364) (Info 1017). - Imposto de Renda não incide sobre juros de mora por atraso no pagamento de verbas salariais. Não incide imposto de renda sobre os juros de mora devidos pelo atraso no pagamento de remuneração por exercício de emprego, cargo ou função. STF. Plenário. RE 855091/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 13/3/2021 (Repercussão Geral Tema 808) (Info 1009). - Fato gerador de IRRF em remessa ao exterior se dá no vencimento ou pagamento da dívida, o que ocorrer primeiro. O momento do fato gerador do Imposto de Renda Retido na Fonte - IRRF a ser recolhido pela sociedade empresária brasileira, emrazão de pagamento feito a pessoa jurídica domiciliada no exterior, se dá no vencimento ou pagamento da dívida, o que ocorrer primeiro. STJ. 1ª Turma. REsp 1864227-SP, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 18/08/2020 (Info 678). - Não tendo participado do fato gerador do tributo, a declaração conjunta de imposto de renda não torna o cônjuge corresponsável pela dívida tributária dos rendimentos percebidos pelo outro. Não tendo participado do fato gerador do tributo, a declaração conjunta de imposto de renda não torna o cônjuge corresponsável pela dívida tributária dos rendimentos percebidos pelo outro. Exemplo hipotético: João e Carla são casados. Eles fizeram uma declaração conjunta do imposto de renda. Ocorre que não se declarou que Carla recebeu R$ 10 mil por serviços prestados para uma determinada empresa. Houve, portanto, omissão de rendimentos recebidos. Ao detectar a omissão, a Receita Federal fez lançamento de auto de infração contra Carla e João. Não poderia ter feito contra João. O fato gerador (renda auferida com os serviços prestados) foi praticado apenas pela mulher. Logo, o marido não pode ser considerado como solidariamente obrigado. STJ. 1ª Turma. REsp 1.273.396-DF, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 05/12/2019 (Info 662). 22 - A isenção de quota condominial do síndico não configura renda para fins de incidência do Imposto de Renda de Pessoa Física. O imposto de renda tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de renda ou de proventos de qualquer natureza. Renda, para fins de incidência tributária, pressupõe acréscimo patrimonial ao longo de determinado período, ou seja, riqueza nova agregada ao patrimônio do contribuinte. A quota condominial é a obrigação mensal imposta a todos os condôminos para cobrir gastos necessários à manutenção de um condomínio. Trata-se, portanto, de uma despesa, um encargo que é suportado pelos condôminos. Assim, a dispensa do pagamento das taxas condominiais concedida ao síndico pelo trabalho por ele exercido não pode ser considerada como pró-labore, rendimento nem tampouco como acréscimo patrimonial. Logo, não está sujeita à incidência do imposto de renda, sob pena, inclusive, de violar o princípio da capacidade contributiva. Quando o síndico deixa de pagar a quota condominial não há uma alteração entre o patrimônio preexistente e o novo. Não há o ingresso de riqueza nova em seu patrimônio que justifique a inclusão do valor correspondente à sua quota condominial como ganho patrimonial na apuração anual de rendimentos tributáveis. STJ. 1ª Turma. REsp 1.606.234-RJ, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 05/12/2019 (Info 662). - Incide o IRPF sobre o valor do abono de permanência e esse entendimento não está sujeito à modulação de efeitos. O entendimento firmado no Recurso Especial repetitivo 1.192.556/PE, no sentido de que incide Imposto de Renda sobre o Abono de Permanência, deve ser aplicado sem modulação temporal de seus efeitos. STJ. 1ª Seção. EREsp 1.596.978-RJ, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 14/08/2019 (Info 658). - Incide imposto de renda sobre o adicional de 1/3 (um terço) de férias gozadas. Incide imposto de renda sobre o adicional de 1/3 (um terço) de férias gozadas. Essa verba tem natureza remuneratória (e não indenizatória) e configura acréscimo patrimonial. STJ. 1ª Seção. REsp 1.459.779-MA, Rel. para acórdão Min. Benedito Gonçalves, julgado em 22/04/2015 (recurso repetitivo) (Info 573). CAPÍTULO IV Impostos sobre a Produção e a Circulação SEÇÃO I Imposto sobre Produtos Industrializados Art. 46. O imposto, de competência da União, sobre produtos industrializados tem como fato gerador: I - o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira; II - a sua saída dos estabelecimentos a que se refere o parágrafo único do artigo 51; III - a sua arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a leilão. Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se industrializado o produto que tenha sido submetido a qualquer operação que lhe modifique a natureza ou a finalidade, ou o aperfeiçoe para o consumo. Art. 47. A base de cálculo do imposto é: I - no caso do inciso I do artigo anterior, o preço normal, como definido no inciso II do artigo 20, acrescido do montante: a) do imposto sobre a importação; b) das taxas exigidas para entrada do produto no País; c) dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele exigíveis; II - no caso do inciso II do artigo anterior: a) o valor da operação de que decorrer a saída da mercadoria; b) na falta do valor a que se refere a alínea anterior, o preço corrente da mercadoria, ou sua similar, no mercado atacadista da praça do remetente; III - no caso do inciso III do artigo anterior, o preço da arrematação. 23 Art. 48. O imposto é seletivo em função da essencialidade dos produtos. Art. 49. O imposto é não-cumulativo, dispondo a lei de forma que o montante devido resulte da diferença a maior, em determinado período, entre o imposto referente aos produtos saídos do estabelecimento e o pago relativamente aos produtos nele entrados. Parágrafo único. O saldo verificado, em determinado período, em favor do contribuinte transfere-se para o período ou períodos seguintes. Art. 50. Os produtos sujeitos ao imposto, quando remetidos de um para outro Estado, ou do ou para o Distrito Federal, serão acompanhados de nota fiscal de modelo especial, emitida em séries próprias e contendo, além dos elementos necessários ao controle fiscal, os dados indispensáveis à elaboração da estatística do comércio por cabotagem e demais vias internas. Art. 51. Contribuinte do imposto é: I - o importador ou quem a lei a ele equiparar; II - o industrial ou quem a lei a ele equiparar; III - o comerciante de produtos sujeitos ao imposto, que os forneça aos contribuintes definidos no inciso anterior; IV - o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados, levados a leilão. Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se contribuinte autônomo qualquer estabelecimento de importador, industrial, comerciante ou arrematante. SÚMULAS SOBRE IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI STF STJ - Súmula Vinculante nº 58: Inexiste direito a crédito presumido de IPI relativamente à entrada de insumos isentos, sujeitos à alíquota zero ou não tributáveis, o que não contraria - Súmula nº 591, STF: A imunidade ou a isenção tributária do comprador não se estende ao produtor, contribuinte do imposto sobre produtos - Súmula nº 411, STJ: devida a correção monetária ao creditamento do IPI quando há oposição ao seu aproveitamento decorrente de resistência ilegítima do - Súmula nº 494, STJ: ressarcimento do crédito presumido do IPI relativo às exportações incide mesmo quando as matérias-primas ou os insumos sejam adquiridos de pessoa física ou - Súmula nº 495, STJ: do ativo permanente da empresa não gera direito a JURISPRUDÊNCIA EM TESES Nº 118 DO STJ - IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS - I 1) O fato gerador do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, incidente sobre mercadoria importada, é o desembaraço aduaneiro (art. 46, I, do Código Tributário Nacional - CTN), sendo irrelevante se o bem é adquirido a título de compra e venda ou de arrendamento, incidindo o tributo sobre a base de cálculo proporcional nos casos de ingresso do bem em caráter temporário no território nacional, nos termos do art. 79 da Lei n. 9.430/1996. 2) Os produtos importados estão sujeitos a uma nova incidência do IPI quando de sua saída do estabelecimento importador na operação de revenda, mesmo que não tenham sofrido industrialização no Brasil. (Recurso Repetitivo - Tema 912) No mesmo sentido: 24 É constitucional a incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI no desembaraço aduaneiro de bem industrializado e na saída do estabelecimento importadorpara comercialização no mercado interno. STF. Plenário. RE 946648/SC, Rel. para acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado em 28/08/2020 (Repercussão Geral - Tema 906). 3) Não incide o IPI sobre alimentos e outras preparações utilizadas na alimentação de cães e gatos quando acondicionados e comercializados em embalagens com peso superior a 10 kg (dez quilos). 4) Não incide Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI nos serviços de composição e de impressão gráfica. 5) Combustíveis, lubrificantes e energia elétrica, embora consumidos durante o processo de industrialização, não podem ser considerados como matéria-prima, insumos ou produtos intermediários, para o fim de inclusão no cálculo do crédito presumido de IPI. 6) Não incide Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI sobre a venda de produtos, na hipótese em que ocorre roubo ou furto de mercadoria, antes da entrega ao comprador, porquanto não configurado o fator gerador, com a efetivação da operação mercantil. 7) A ficção jurídica prevista no art. 11 da Lei n. 9.779/1999 não alcança situação reveladora de isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI que a antecedeu. (Recurso Repetitivo - Tema 159) 8) Não se admite interpretação extensiva do art. 11 da Lei n. 9.779/1999 para permitir o creditamento, após a sua vigência, dos produtos finais não tributados, pois o benefício somente foi reconhecido pela lei para os produtos finais isentos ou sujeitos ao regime de alíquota zero. 9) É legítima a aplicação das alíquotas previstas na Resolução da Comissão de Incentivo à Exportação - CIEX 02/1979, para fins de cálculo do crédito-prêmio do IPI. 10) Em se tratando de ressarcimento de crédito-prêmio de IPI, a liquidação da sentença se dará por artigos, oportunidade em que a parte deverá apresentar toda a documentação suficiente à comprovação da efetiva operação de exportação, bem como do ingresso de divisas no País, sem o que não se habilita à fruição do benefício, mesmo estando ele reconhecido na sentença. JURISPRUDÊNCIA SOBRE IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI - É constitucional a taxação de IPI sobre recipientes de água mineral. Os produtos destinados ao acondicionamento de bens essenciais não precisam necessariamente ter as mesmas alíquotas dos produtos embalados. Assim, não fere o princípio da seletividade a taxação dos recipientes de água mineral, ainda que a água ali acondicionada seja considerada produto essencial. ional a fixação de alíquotas de IPI superiores a zero sobre garrafões, garrafas e STF. Plenário. RE 606314/PE, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 11/5/2021 (Repercussão Geral Tema 501) (Info 1016). - O direito ao crédito presumido de IPI só surge na data de exportação e não na data de aquisição dos insumos. A Lei nº 9.363/96 pretendeu desonerar as exportações e elegeu como critério material para a fruição de referido benefício fiscal exportar mercadorias nacionais. Assim, o critério temporal para a incidência da norma só pode ser a data da exportação, que se verifica no momento do registro junto ao SISCOMEX (Sistema Integrado de Comércio Exterior) e embarque da mercadoria. STJ. 1ª Turma. REsp 1168001-RS, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 17/11/2020 (Info 684). 25 - Havendo mero deslocamento para outro estabelecimento ou para outra localidade, permanecendo o produto sob o domínio do contribuinte, NÃO HAVERÁ incidência do IPI. O art. 46, II, do CTN prevê o seguinte: Art. 46. O imposto, de competência da União, sobre produtos industrializados tem como fato gerador: II - a sua saída dos estabelecimentos a que se refere o parágrafo único do artigo 51; A saída do estabelecimento a que refere o art. 46, II, do CTN, que caracteriza o aspecto temporal da hipótese de incidência, pressupõe, logicamente, a mudança de titularidade do produto industrializado. Havendo mero deslocamento para outro estabelecimento ou para outra localidade, permanecendo o produto sob o domínio do contribuinte, não haverá incidência do IPI. STJ. 1ª Turma. REsp 1.402.138-RS, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 12/05/2020 (Info 672). - Incide o IPI em importação de veículos automotores por pessoa natural. Incide o IPI em importação de veículos automotores por pessoa natural, ainda que não desempenhe atividade empresarial, e o faça para uso próprio. STF. Plenário. RE 723651/PR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 3 e 4/2/2016 (repercussão geral) (Info 813). Incide IPI sobre veículo importado para uso próprio, haja vista que tal cobrança não viola o princípio da não cumulatividade nem configura bitributação. STJ. 1ª Seção. REsp 1396488/SC, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 25/09/2019 (recurso repetitivo - Tema 695). - Incide IPI sobre veículo importado para uso próprio, haja vista que tal cobrança não viola o princípio da não cumulatividade nem configura bitributação. Incide o IPI em importação de veículos automotores por pessoa natural, ainda que não desempenhe atividade empresarial, e o faça para uso próprio. STF. Plenário. RE 723651/PR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 3 e 4/2/2016 (repercussão geral Tema 643) (Info 574). Incide IPI sobre veículo importado para uso próprio, haja vista que tal cobrança não viola o princípio da não cumulatividade nem configura bitributação. STJ. 1ª Seção. REsp 1.396.488-SC, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 25/09/2019 (recurso repetitivo revisão do Tema 695) (Info 657). - Não deve incidir IPI sobre a venda de produtos, na hipótese de roubo ou furto da mercadoria antes da sua entrega ao comprador. Na hipótese em que ocorrer roubo/furto da mercadoria após a sua saída do estabelecimento do fabricante não se configura o evento ensejador de incidência do IPI. Não deve incidir IPI sobre a venda de produtos, na hipótese de roubo ou furto da mercadoria, antes da sua entrega ao comprador. Isso porque, neste caso, como não foi concluída a operação mercantil, não ficou configurado o fato gerador. STJ. 1ª Seção. EREsp 734.403-RS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 14/11/2018 (Info 638). - Produtos importados estão sujeitos à nova incidência de IPI na operação de revenda. Os produtos importados estão sujeitos a uma nova incidência do IPI quando de sua saída do estabelecimento importador na operação de revenda, mesmo que não tenham sofrido industrialização no Brasil. STJ. Corte Especial. EREsp 1.403.532-SC, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Rel. para o acórdão Min. Mauro Campbell Marques, Corte Especial, julgado em 14/10/2015 (recurso repetitivo) (Info 574). SEÇÃO IV Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, e sobre Operações Relativas a Títulos e Valores Mobiliários Art. 63. O imposto, de competência da União, sobre operações de crédito, câmbio e seguro, e sobre operações relativas a títulos e valores mobiliários tem como fato gerador: I - quanto às operações de crédito, a sua efetivação pela entrega total ou parcial do montante ou do valor que constitua o objeto da obrigação, ou sua colocação à disposição do interessado; 26 II - quanto às operações de câmbio, a sua efetivação pela entrega de moeda nacional ou estrangeira, ou de documento que a represente, ou sua colocação à disposição do interessado em montante equivalente à moeda estrangeira ou nacional entregue ou posta à disposição por este; III - quanto às operações de seguro, a sua efetivação pela emissão da apólice ou do documento equivalente, ou recebimento do prêmio, na forma da lei aplicável; IV - quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários, a emissão, transmissão, pagamento ou resgate destes, na forma da lei aplicável. Parágrafo único. A incidência definida no inciso I exclui a definida no inciso IV, e reciprocamente, quanto à emissão, ao pagamento ou resgate do título representativo de uma mesma operação de crédito. Art. 64. A base de cálculo do imposto é: I - quanto às operações de crédito, o montante da obrigação, compreendendoo principal e os juros; II - quanto às operações de câmbio, o respectivo montante em moeda nacional, recebido, entregue ou posto à disposição; III - quanto às operações de seguro, o montante do prêmio; IV - quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários: a) na emissão, o valor nominal mais o ágio, se houver; b) na transmissão, o preço ou o valor nominal, ou o valor da cotação em Bolsa, como determinar a lei; c) no pagamento ou resgate, o preço. Art. 65. O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de ajustá-lo aos objetivos da política monetária. Art. 66. Contribuinte do imposto é qualquer das partes na operação tributada, como dispuser a lei. Art. 67. A receita líquida do imposto destina-se a formação de reservas monetárias, na forma da lei. SEÇÃO V Imposto sobre Serviços de Transportes e Comunicações Art. 68. O imposto, de competência da União, sobre serviços de transportes e comunicações tem como fato gerador: I - a prestação do serviço de transporte, por qualquer via, de pessoas, bens, mercadorias ou valores, salvo quando o trajeto se contenha inteiramente no território de um mesmo Município; II - a prestação do serviço de comunicações, assim se entendendo a transmissão e o recebimento, por qualquer processo, de mensagens escritas, faladas ou visuais, salvo quando os pontos de transmissão e de recebimento se situem no território de um mesmo Município e a mensagem em curso não possa ser captada fora desse território. Art. 69. A base de cálculo do imposto é o preço do serviço. Art. 70. Contribuinte do imposto é o prestador do serviço. CAPÍTULO V Impostos Especiais SEÇÃO I Imposto sobre Operações Relativas a Combustíveis, Lubrificantes, Energia Elétrica e Minerais do País Art. 74. O imposto, de competência da União, sobre operações relativas a combustíveis, lubrificantes, energia elétrica e minerais do País tem como fato gerador: I - a produção, como definida no artigo 46 e seu parágrafo único; 27 II - a importação, como definida no artigo 19; III - a circulação, como definida no artigo 52; IV - a distribuição, assim entendida a colocação do produto no estabelecimento consumidor ou em local de venda ao público; V - o consumo, assim entendida a venda do produto ao público. § 1º Para os efeitos deste imposto a energia elétrica considera-se produto industrializado. § 2º O imposto incide, uma só vez sobre uma das operações previstas em cada inciso deste artigo, como dispuser a lei, e exclui quaisquer outros tributos, sejam quais forem sua natureza ou competência, incidentes sobre aquelas operações. Art. 75. A lei observará o disposto neste Título relativamente: I - ao imposto sobre produtos industrializados, quando a incidência seja sobre a produção ou sobre o consumo; II - ao imposto sobre a importação, quando a incidência seja sobre essa operação; III - ao imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias, quando a incidência seja sobre a distribuição. SEÇÃO II Impostos Extraordinários Art. 76. Na iminência ou no caso de guerra externa, a União pode instituir, temporariamente, impostos extraordinários compreendidos ou não entre os referidos nesta Lei, suprimidos, gradativamente, no prazo máximo de cinco anos, contados da celebração da paz. TÍTULO IV Taxas Art. 77. As TAXAS cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como FATO GERADOR o exercício regular do poder de polícia (taxa de polícia), ou a utilização, EFETIVA ou POTENCIAL, de serviço público ESPECÍFICO e DIVISÍVEL, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição (taxa de serviço). - Tributo VINCULADO/CONTRAPRESTACIONAL: o fato gerador dessa espécie tributária está relacionado a uma prestação estatal específica ao contribuinte, seja por meio de serviços públicos ou pelo exercício do poder de polícia. TAXA DE POLÍCIA TAXA DE SERVIÇO O poder de polícia deve ser efetivamente realizado, não se admitindo poder de polícia "potencial", podendo o exercício da atividade ser constatada pela existência de órgão administrativo de fiscalização, dotado de estrutura e pessoal competente para tanto. O servico pode ser efetiva ou potencialmente utilizado pelo contribuinte, podendo a taxa ser cobrada a partir do momento que o serviço é colocado à disposicao do sujeito passivo. Parágrafo único. A taxa NÃO PODE TER base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a impôsto NEM SER calculada em função do capital das emprêsas. - Súmula Vinculante nº 29: constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e Art. 78. Considera-se PODER DE POLÍCIA atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de intêresse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. 28 Parágrafo único. Considera-se REGULAR o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder. JURISPRUDÊNCIA EM TESES Nº 82 DO STJ PODER DE POLÍCIA 1) A administração pública possui interesse de agir para tutelar em juízo atos em que ela poderia atuar com base em seu poder de polícia, em razão da inafastabilidade do controle jurisdicional. 2) O prazo prescricional para as ações administrativas punitivas desenvolvidas por Estados e Municípios, quando não existir legislação local específica, é quinquenal, conforme previsto no art. 1º do Decreto n. 20.910/32, sendo inaplicáveis as disposições contidas na Lei n. 9.873/99, cuja incidência limita-se à Administração Pública Federal Direta e Indireta. 3) Prescreve em cinco anos, contados do término do processo administrativo, a pretensão da Administração Pública de promover a execução da multa por infração ambiental. (Súmula n. 467/STJ) (Recurso Repetitivo - Tema 324) 4) A prerrogativa de fiscalizar as atividades nocivas ao meio ambiente concede ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA interesse jurídico suficiente para exercer seu poder de polícia administrativa, ainda que o bem esteja situado dentro de área cuja competência para o licenciamento seja do município ou do estado. 5) Ante a omissão do órgão estadual na fiscalização, mesmo que outorgante da licença ambiental, o IBAMA pode exercer o seu poder de polícia administrativa, já que não se confunde a competência para licenciar com a competência para fiscalizar. 6) O Programa de Proteção e Defesa do Consumidor - PROCON detém poder de polícia para impor sanções administrativas relacionadas à transgressão dos preceitos ditados pelo Código de Defesa do Consumidor - art. 57 da Lei n. 8.078/90. 7) O PROCON tem competência para aplicar multa à Caixa Econômica Federal - CEF por infração às normas do Código de Defesa do Consumidor, independentemente da atuação do Banco Central do Brasil. 8) A atividade fiscalizatória exercida pelos conselhos profissionais, decorrente da delegação do poder de polícia, está inserida no âmbito do direito administrativo, não podendo ser considerada relação de trabalho e, por consequência, não está incluída na esfera de competência da Justiça Trabalhista. 9) Não é possível a aplicação de sanções pecuniárias por sociedade de economia mista, facultado o exercício do poder depolícia fiscalizatório. Esse entendimento encontra-se aparentemente superado por essa decisão do STF: É constitucional a delegação do poder de polícia, por meio de lei, a pessoas jurídicas de direito privado integrantes da Administração Pública indireta de capital social majoritariamente público que prestem exclusivamente serviço público de atuação própria do Estado e em regime não concorrencial. STF. Plenário. RE 633782/MG, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 23/10/2020 (Repercussão Geral Tema 532). 10) É legítima a cobrança da taxa de localização, fiscalização e funcionamento quando notório o exercício do poder de polícia pelo aparato administrativo do ente municipal, sendo dispensável a comprovação do exercício efetivo de fiscalização. 11) Quando as balanças de aferição de peso estiverem relacionadas intrinsecamente ao serviço prestado pelas empresas ao consumidor, incidirá a Taxa de Serviços Metrológicos, decorrente do poder de polícia do Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial - Inmetro em fiscalizar a regularidade desses equipamentos. 29 12) É legitima a cobrança da Taxa de Fiscalização dos Mercados de Títulos e Valores Mobiliários decorrente do poder de polícia atribuído à Comissão de Valores Mobiliários - CVM, visto que os efeitos da Lei n. 7.940/89 são de aplicação imediata e se prolongam enquanto perdurar o enquadramento da empresa na categoria de beneficiária de incentivos fiscais. 13) Os valores cobrados a título de contribuição para o Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades de Fiscalização - FUNDAF têm natureza jurídica de taxa, tendo em vista que o seu pagamento é compulsório e decorre do exercício regular de poder de polícia. Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se: I - utilizados pelo contribuinte: a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título; b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento; II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de utilidade, ou de necessidades públicas; III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários. Art. 80. Para efeito de instituição e cobrança de taxas, consideram-se compreendidas no âmbito das atribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, aquelas que, segundo a Constituição Federal, as Constituições dos Estados, as Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios e a legislação com elas compatível, competem a cada uma dessas pessoas de direito público. TAXA TARIFA/PREÇO PÚBLICO Natureza Jurídica Tributária Negocial Regime Jurídico Direito Público Direito Privado Instrumento Lei Contrato Autonomia de vontade Não há - Prescindível Há - Imprescindível Caráter Compulsório/Obrigatório Facultativo/Contratual Incidência Não depende da utilização do serviço Depende da utilização do serviço Pessoa Jurídica Cobradora Pessoa jurídica de direito público Pessoa jurídica de direito público e Pessoa jurídica de direito privado Fundamento p/ Cobrança É o princípio da retributividade É a manutenção do equilíbrio econômico e financeiro dos contratos Receita Derivada Originária Visa Cobrar o preço do serviço Lucro Inadimplmento Não dá ensejo à interrupção da prestação dos servicos Em regra, dá ensejo à interrupção da prestação dos servicos Rescisão Não admite Admite Exemplo Taxas de lixo domiciliar Tarifas de água, esgoto, luz etc 30 SÚMULAS SOBRE TAXA - Súmula Vinculante nº 12: A cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas viola o disposto no art. - Súmula Vinculante nº 19: EXCLUSIVAMENTE em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis não viola o art. 145, II, da #NÃOCONFUNDA: Lixo em imóvel (particular): TAXA Lixo em logradouro (público): IMPOSTO - Súmula Vinculante nº 29: constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e - Súmula Vinculante nº 41: rviço de iluminação pública não pode - Súmula nº 595, STF: inconstitucional a taxa municipal de conservação de estradas de rodagem cuja base de - Súmula nº 667, STF: Viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa judiciária calculada sem limite - Súmula nº 665, STF: constitucional a Taxa de Fiscalização dos Mercados de Títulos e Valores Mobiliários - Súmula nº 670, STF: O serviço de iluminação pública não pode JURISPRUDÊNCIA SOBRE TAXA - É admissível o cálculo das custas judiciais com base no valor da causa, considerando que se respeita a correlação com o custo da atividade prestada, e desde que haja a definição de valores mínimo e máximo. É legítima a cobrança das custas judiciais e das taxas judiciárias tendo por parâmetro o valor da causa, desde que fixados valores mínimos e máximos. A fixação desses valores mínimos e máximos deve ser feita para se atender ao entendimento sumulado do STF: Súmula 667-STF: Viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa judiciária calculada sem limite sobre o valor da causa. STF. Plenário. ADI 5688/PB, Rel. Min. Edson Fachin, redator do acórdão Min. Dias Toffoli, julgado em 22/10/2021 (Info 1035). - Princípio da legalidade tributária e lei que delega a fixação do valor da taxa para ato infralegal, desde que respeitados os parâmetros máximos. Não viola a legalidade tributária a lei que, prescrevendo o teto, possibilita o ato normativo infralegal fixar o valor de taxa em proporção razoável com os custos da atuação estatal, valor esse que não pode ser atualizado por ato do próprio conselho de fiscalização em percentual superior aos índices de correção monetária legalmente previstos. STF. Plenário. RE 838284/SC, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 19/10/2016 (repercussão geral) (Info 842 e 844). - É constitucional a instituição de taxa pela qual observada equivalência razoável entre o valor exigido do contribuinte e os custos referentes ao exercício do poder de polícia, nos termos do art. 145, II, da CF/88. É constitucional a Taxa de Registro de Contratos devida pelo exercício regular do poder de polícia ao Detran/PR, prevista no § 1º do art. 3º da Lei nº 20.437/2020, do Paraná, observada a equivalência razoável entre o valor exigido do contribuinte e os custos referentes ao exercício do poder de polícia. 31 STF. Plenário. ADI 6737/PR, Rel. Min. Carmem Lúcia, julgado em 7/6/2021 (Info 1020). - É inconstitucional a criação de taxa de combate a incêndios. A atividade desenvolvida pelo Estado no âmbito da segurança pública é mantida ante impostos, sendo imprópria a substituição, para tal fim, de taxa. STF. Plenário. ADI 4411, Rel. Marco Aurélio, julgado em 18/08/2020 (Info 992 clipping). - Inconstitucionalidade de taxa de combate a sinistros instituída por lei municipal. É inconstitucional taxa de combate a sinistros instituída por lei municipal. A prevenção e o combate a incêndios são atividades desenvolvidas pelo Corpo de Bombeiros, sendo consideradas atividades de segurança pública, nos termos do art. 144, V e § 5º da CF/88. A segurança pública é atividade essencial do Estado e, por isso, é sustentada por meio de impostos (e não por taxa). Desse modo, não é possível que, a pretexto de prevenir sinistro relativo a incêndio, o Município venha a se substituir ao Estado, com a criação de tributo sob o rótulo de taxa. -se, no campo da atividade precípua, pela unidade da Federação, e, porque serviço essencial, tem como a viabilizá-la a arrecadação STF. Plenário. RE 643247/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 1º/8/2017 (repercussão geral) (Info 871). - É inconstitucional lei estadualque cria taxa de fiscalização da exploração de recursos hídricos na qual o valor cobrado é muito superior em relação ao custo da atividade estatal relacionada. O STF declarou a inconstitucionalidade de Lei do Estado do Amapá, que instituiu a Taxa de Controle, Acompanhamento e Fiscalização das Atividades de Exploração e Aproveitamento de Recursos Hídricos (TFRH). A Corte entendeu que o valor cobrado é muito superior em relação ao custo da atividade estatal relacionada (fiscalização das empresas que exploram recursos hídricos). Logo, não há proporcionalidade entre o custo da atividade estatal e o valor que será pago pelos particulares pela taxa. Isso viola as características da taxa, que é um tributo orientado pelo princípio da retributividade e que possui caráter contraprestacional e sinalagmático. Além disso, a lei previa que apenas 30% dos valores arrecadados com a taxa seriam utilizados em atividades relacionadas com a política de recursos hídricos e os 70% restantes iriam para a conta única do Tesouro Estadual. Isso demonstra o caráter arrecadatório desta taxa. Por fim, ao onerar excessivamente as empresas que exploram recursos hídricos, a referida taxa adquiriu feições verdadeiramente confiscatórias, dificultando, ou mesmo inviabilizando, o desenvolvimento da atividade econômica. Houve, portanto, violação ao que prevê o art. 150, IV, da CF/88, que proíbe que os tributos sejam utilizados com efeito de confisco. STF. Plenário. ADI 6211/AP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 4/12/2019 (Info 962). - Estados podem instituir taxa de polícia por expedição de atestados de idoneidade para porte de arma de fogo. Os Estados possuem competência para dispor sobre instituição de taxas de polícia cobradas em função de atividades tais como: - fiscalização e vistoria em estabelecimentos comerciais abertos ao público (casas noturnas, restaurantes, cinemas, shows); - expedição de alvarás para o funcionamento de estabelecimentos de que fabriquem, transportem ou comercializem armas de fogo, munição, explosivos, inflamáveis ou produtos químicos; - expedição de atestados de idoneidade para porte de arma de fogo, tráfego de explosivos, trânsito de armas em hipóteses determinadas; e - atividades diversas com impacto na ordem social, no intuito de verificar o atendimento de condições de segurança e emitir as correspondentes autorizações essenciais ao funcionamento de tais estabelecimentos. STF. Plenário. ADI 3770, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 13/09/2019. 32 - Isenção da taxa de registro de arma de fogo não se aplica para policiais rodoviários federais aposentados. A isenção do recolhimento da taxa para emissão, renovação, transferência e expedição de segunda via de certificado de registro de arma de fogo particular prevista no art. 11, § 2º, da Lei nº 10.826/2003 não se estende aos policiais rodoviários federais aposentados. STJ. 1ª Turma. REsp 1.530.017-PR, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 21/09/2017 (Info 612). - Base de cálculo da taxa municipal de fiscalização e funcionamento. As taxas municipais de fiscalização e funcionamento não podem ter como base de cálculo o número de empregados ou ramo de atividade exercida pelo contribuinte. STF. 2ª Turma. ARE 990914/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 20/6/2017 (Info 870). A taxa de fiscalização e funcionamento pode ter como base de cálculo a área de fiscalização, na medida em que traduz o custo da atividade estatal de fiscalização. Quando a Constituição se refere às taxas, o faz no sentido de que o tributo não incida sobre a prestação, mas em razão da prestação de serviço pelo Estado. A área ocupada pelo estabelecimento comercial revela-se apta a refletir o custo aproximado da atividade estatal de fiscalização. STF. 1ª Turma. RE 856185 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 04/08/2015. - Pedágio possui natureza jurídica de tarifa. O pedágio cobrado pela efetiva utilização de rodovias NÃO tem natureza tributária, mas de preço público, consequentemente, não está sujeito ao princípio da legalidade estrita. STF. Plenário. ADI 800/RS, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 11/6/2014 (Info 750). TÍTULO V Contribuição de Melhoria Art. 81. A CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra VALORIZAÇÃO IMOBILIÁRIA, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. Art. 82. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos mínimos: I - publicação prévia dos seguintes elementos: a) memorial descritivo do projeto; b) orçamento do custo da obra; c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição; d) delimitação da zona beneficiada; e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona ou para cada uma das áreas diferenciadas, nela contidas; II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos interessados, de qualquer dos elementos referidos no inciso anterior; III - regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da impugnação a que se refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial. § 1º A contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio da parcela do custo da obra a que se refere a alínea c, do inciso I, pelos imóveis situados na zona beneficiada em função dos respectivos fatores individuais de valorização. § 2º Por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte deverá ser notificado do montante da contribuição, da forma e dos prazos de seu pagamento e dos elementos que integram o respectivo cálculo. 33 LIVRO SEGUNDO NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO TÍTULO I Legislação Tributária CAPÍTULO I Disposições Gerais SEÇÃO I Disposição Preliminar Art. 96. A expressão "LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA" compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA - Leis; - Tratados; - Convenções internacionais; - Decretos; e - Normas complementares que versem (no todo ou em parte) sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. Obs.: O conceito de legislação tributária é muito maior do que o conceito de lei tributária. SEÇÃO II Leis, Tratados e Convenções Internacionais e Decretos Art. 97. SOMENTE a LEI pode estabelecer: (ROL TAXATIVO) I - a instituição de tributos, ou a sua extinção; II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; O art. 57 foi revogado pelo Dec-Lei 406/68. III - a definição do fato gerador da obrigação tributária PRINCIPAL, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo; O art. 52 foi revogado pelo Dec-Lei 406/68. IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; O art. 57 foi revogado pelo Dec-Lei 406/68. Obs.1: A fixação da alíquota e de sua base de cálculo formam os elementos quantitativos do tributo, isto é, o quanto será pago de tributo. Obs.2: A CF não excepcionou a ALTERAÇÃO da BASE DE CÁLCULO do II, IE, IPI e IOF do princípio da legalidade, mas apenas as ALÍQUOTAS, desde que atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei. V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas; VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades. § 1º EQUIPARA-SE à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso. § 2º NÃO CONSTITUImajoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo. EQUIPARA-SE à majoração: - modificação da base de cálculo que torne o tributo mais oneroso NÃO EQUIPARA-SE à majoração: - atualização do valor monetário da base de cálculo 34 SOMENTE LEI - instituição/extinção de tributos; - majoração/redução de tributos Exceção: II, IE, IPI e IOF (alíquotas); - fato gerador da obrigação principal e sujeito passivo; - fixação: base de cálculo e alíquotas; - cominação de penalidades; - hipóteses de exclusão, suspensão e extinção do crédito tributário; - hipóteses de dispensa ou redução de penalidades. Art. 98. Os TRATADOS e as CONVENÇÕES INTERNACIONAIS revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha. Obs.: Tal dispositivo legal deve ser interpretado no sentido de que os tratados internacionais prevaleçam sobre a legislação tributária interna sem, no entanto, revogá-la. #ATENÇÃO: Exceção às isenções heterônomas (art. 151, III, CF): É a possibilidade de o tratado internacional conceder isenções de tributos estaduais e municipais. No direito internacional apenas a República Federativa do Brasil tem competência para firmar tratados (art. 52, § 2º, CF), dela não dispondo a União, os Estados-membros ou os Municípios. O Presidente da República não subscreve tratados como Chefe de Governo, mas como Chefe de Estado, o que descaracteriza a existência de uma isenção heterônoma, vedada pelo art. 151, III, da CF (STF RE 229026 RS). Art. 99. O conteúdo e o alcance dos DECRETOS restringem-se aos das leis em função das quais sejam expedidos, determinados com observância das regras de interpretação estabelecidas nesta Lei. SEÇÃO III Normas Complementares Art. 100. São NORMAS COMPLEMENTARES das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos decretos: I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas; II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa; III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas; IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. Obs.: No que concerne ao ICMS, alguns convênios têm previsão constitucional, sendo, portanto, normas primárias, de hierarquia legal, não podendo ser classificados como atos meramente complementares. Portanto, são passíveis de serem questionados por ação direta de inconstitucionalidade. Parágrafo único. A observância das normas referidas neste artigo EXCLUI a imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da BASE DE CÁLCULO do tributo. Obs.1: Trata-se de casos em que a norma complementar, editada em desconformidade com determinada lei tributária, foi estritamente observada pelo sujeito passivo. Posteriormente, a alteração desta norma complementar pela administração não permite a aplicação de penalidades, cobrança de juros de mora e nem mesmo atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo. Obs.2: A obrigação de pagar tributo permanece intocável. 35 Observância das normas complementares EXCLUI - imposição de penalidades; - cobrança de juros de mora; e - atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo. CAPÍTULO II Vigência da Legislação Tributária Art. 101. A vigência, NO ESPAÇO e NO TEMPO, da legislação tributária rege-se pelas disposições legais aplicáveis às normas jurídicas em geral (LINDB), RESSALVADO o previsto neste Capítulo. Art. 102. A legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios vigora, no País, fora dos respectivos territórios, nos limites em que lhe reconheçam extraterritorialidade os convênios de que participem, ou do que disponham esta ou outras leis de normas gerais expedidas pela União. VIGÊNCIA ESPACIAL Regra: - Princípio da Territorialidade, as normas expedidas por um ente só têm vigência dentro do seu respectivo território, não sendo aplicáveis aos fatos ocorridos nos territórios dos demais entes. Exceções: - Casos de Extraterritorialidade: a) nos limites em que reconhecida nos convênios de que participem os Municípios, os Estados e o Distrito Federal; b) nos limites do que disponham o próprio CTN ou outras normas expedidas pela União. Art. 103. Salvo disposição em contrário, ENTRAM EM VIGOR: I - os atos administrativos a que se refere o inciso I (atos normativos) do artigo 100, na data da sua publicação; II - as decisões a que se refere o inciso II (decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa) do artigo 100, quanto a seus efeitos normativos, 30 (trinta) dias após a data da sua publicação; III - os convênios a que se refere o inciso IV do artigo 100, na data neles prevista. INÍCIO DA VIGÊNCIA NO TEMPO Atos normativos administrativos (atos administrativos) Data da sua publicação (salvo disposição em contrário) Decisões de jurisdição administrativa, caso se atribua eficácia normativo 30 dias após a data da sua publicação (salvo disposição em contrário) Convênios entre U/E/DF/M Data neles prevista (salvo disposição em contrário) Art. 104. ENTRAM EM VIGOR no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua publicação os dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda: I - que instituem ou majoram tais impostos; II - que definem novas hipóteses de incidência; III - que extinguem ou reduzem ISENÇÕES, SALVO se a lei dispuser de maneira mais favorável ao contribuinte, e observado o disposto no artigo 178. Art. 178 - A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, observado o disposto no inciso III do art. 104. 36 - O art. 104 do CTN foi elaborado à luz da Emenda Constitucional 18/65, não se confundindo com o princípio da -se de regra especial de vigência para leis relativas apenas aos impostos sobre o patrimônio ou a renda; para outros, os incisos I e II não se compatibilizam com a CF/88, não tendo sido recepcionados por esta. De todo modo, é importante fazer as distinções entre o art. 104 e o princípio da anterioridade anual: - Art. 104, CTN Aplica-se apenas aos impostos sobre patrimônio ou renda Refere-se à entrada em vigor da lei - Art. 150, III, b, CF Aplica-se aos tributos em geral Refere-se à eficácia da lei CAPÍTULO III Aplicação da Legislação Tributária Art. 105. A legislação tributária aplica-se IMEDIATAMENTE aos fatos geradores FUTUROS e aos PENDENTES, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja completa nos termos do artigo 116. Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato PRETÉRITO: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, EXCLUÍDA a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II - tratando-se de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de defini-lo como infração; b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, DESDE QUE não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. RETROATIVIDADE DA LEI TRIBUTÁRIA Qualquer caso - lei expresamente interpretativa. Obs.: Exclui aplicação de penalidades resultantes da interpretação. Ato não definitivamante julgado - deixe de defini-lo como infração; - deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; - comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. CAPÍTULO IV Interpretação e Integração da Legislação TributáriaArt. 107. A legislação tributária será INTERPRETADA conforme o disposto neste Capítulo. Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária UTILIZARÁ SUCESSIVAMENTE, na ordem indicada (ordem hierárquica): I - a analogia; II - os princípios gerais de direito tributário; III - os princípios gerais de direito público; IV - a eqüidade. § 1º O emprego da analogia NÃO PODERÁ RESULTAR na exigência de tributo não previsto em lei. 37 § 2º O emprego da eqüidade NÃO PODERÁ RESULTAR na dispensa do pagamento de tributo devido. INTEGRAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA (ORDEM SUCESSIVA) - Analogia (não resulta tributo não previsto em lei); - Princíos gerais de direito tributário; - Princípios gerais de direito público; - Equidade (não dispensa tributo devido). Art. 109. Os princípios gerais de direito PRIVADO utilizam-se para pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas NÃO para definição dos respectivos efeitos tributários. Art. 110. A lei tributária NÃO PODE ALTERAR a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias. Art. 111. Interpreta-se LITERALMENTE a legislação tributária que disponha sobre: I - suspensão ou exclusão do crédito tributário; Obs.: Não abrange a EXTINÇÃO! II - outorga de isenção; Obs.: Não abrange a ANISTIA! III - dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias. Obs.: Não abrange as obrigações tributárias PRINCIPAIS! INTERPRETA-SE LITERALMENTE (não há que se falar em interpretação extensiva) - supensão ou exclusão do crédito tributário; - outorga de isenção; - dispensa do cumprimento de obrigações acessórias. Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da maneira MAIS FAVORÁVEL AO ACUSADO, em caso de dúvida quanto: I - à capitulação legal do fato; II - à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos; III - à autoria, imputabilidade, ou punibilidade; IV - à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação. TÍTULO II Obrigação Tributária CAPÍTULO I Disposições Gerais Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. § 1º A OBRIGAÇÃO PRINCIPAL SURGE com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e EXTINGUE-SE juntamente com o crédito dela decorrente. 38 § 2º A OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. § 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, CONVERTE-SE em obrigação principal relativamente à PENALIDADE PECUNIÁRIA. - Estados-membros, mesmo gozando de imunidade tributária recíproca, devem cumprir as obrigações tributárias acessórias. os outros obrigações relacionadas à cobrança de impostos, mas não veda a imposição de obrigações acessórias. As obrigações acessórias sejam instituídas por meio de atos infralegais. STF. Plenário. ACO 1098, Rel. Roberto Barroso, julgado em 11/05/2020 (Info 980). OBRIGAÇÃO PRINCIPAL OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA Natureza Patrimonial Não patrimonial Modalidade - De dar - Prestacional (dinheiro/intuito pecunia) - De fazer (ex.: escriturar livros fiscais; entregar declaração tributária) - De não fazer (ex.: não rasurar escritura fiscal; não receber mercadorias desacompanhadas dos documentos fiscais) Objeto Pagamento de tributo; ou Pagamento de penalidade pecuniária - multas (em dinheiro) Prestações positivas ou negativas de interesse da arrecadação ou da fiscalização do fisco Prevista Na lei (legalidade estrita) Na legislação tributária (decretos, portarias etc) Inobservância Converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária CAPÍTULO II Fato Gerador HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA FATO GERADOR É o momento abstrato, previsto em lei, hábil a deflagrar a relação jurídico-tributária É a materialização da hipótese de incidência, e define a natureza jurídica do tributo + a lei a ser aplicada na cobrança do tributo Obrigação tributária: hipótese de incidência + fato gerador Art. 114. Fato gerador da obrigação PRINCIPAL é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência. Obs.: Segundo a doutrina, o dispositivo refere-se a HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA. Art. 115. Fato gerador da obrigação ACESSÓRIA é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal. Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos: I - tratando-se de situação de fato, desde o momento em que o se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios; 39 II - tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável. Ocorrência do Fato Gerador e Existência de seus feitos (salvo disposição de lei em contrário) Situação DE FATO Desde o momento em que o se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios. Situação JURÍDICA Desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável. Parágrafo único. A autoridade administrativa PODERÁ DESCONSIDERAR atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária. ELISÃO FISCAL ELUSÃO FISCAL OU ELISÃO INEFICAZ EVASÃO FISCAL É a conduta consistente na prática de ato ou celebração de negócio legalmente enquadrado em hipótese visada pelo sujeito passivo, importando isenção, não incidência, incidência menos onerosa do tributo. A elisão é verificada, no mais das vezes, em momento anterior àquele em que normalmente se verificaria o fato gerador. Trata-se de planejamento tributário, que encontra guarida no ordenamento jurídico, visto que ninguém pode ser obrigado a praticar negócio de maneira mais onerosa. É a conduta em que o contribuinte simula determinado negócio jurídico com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador. Trata-se de um ardil caracterizado primordialmente pelo que a doutrina denomina de abuso das formas, pois o sujeito passivo adota uma forma jurídica atípica, a rigor lícita, com escopo de escapar artificiosamente da tributação. É uma conduta ilícita em que o contribuinte, normalmente após a ocorrência do fato gerador, pratica atos que visam a evitar o conhecimento do nascimento da obrigação tributária pela autoridade fiscal. Aqui o fato gerador ocorre, mas o contribuinte o esconde do Fisco, na ânsia de fugir à tributação. Ato lícito Ato simulado Ato ilícito Em regra, ocorre antes do fato gerador Ocorre antes ou depois do fato gerador Em regra, ocorre depois do fato gerador Ex.: planejamento tributário, no que concerne ao aproveitamento de créditos de PIS/COFINS. Ex.: alguém realiza, de fato, uma doação (ITCMD estadual), mas o contribuinte confere ao negócio forma jurídica de uma compra e venda (ITBI municipal) por saber que alíquota deste (municipal) é menor do que a daquele (estadual). Ex.: escrituração de notas fiscais por valor inferior ao da operação de circulação de mercadorias ou de prestação de serviços. Art. 117. Para os efeitos do inciso II doartigo anterior e salvo disposição de lei em contrário, os atos ou negócios jurídicos CONDICIONAIS reputam-se perfeitos e acabados: I - sendo SUSPENSIVA a condição, desde o momento de seu implemento; II - sendo RESOLUTÓRIA a condição, desde o momento da prática do ato ou da celebração do negócio. CONDIÇÃO SUSPENSIVA É aquela em que a eficácia do negócio jurídico fica suspensa enquanto a condição não se verificar. Neste caso, os efeitos tributários ocorrem apenas com o implemento da condição. Ex.: carro. O fato gerador do imposto incidente sobre a doação ocorrerá apenas com o implemento da condição, e não na data da celebração do negócio condicional. 40 CONDIÇÃO RESOLUTÓRIA É aquela em que o implemento da condição desfaz os efeitos do negócio jurídico. Neste caso, contudo, os efeitos tributários independem da condição, pois o fato gerador ocorre desde o momento da celebração do negócio, ou seja, em momento anterior. Ex.: separe de sua esposa. O fato gerador do imposto sobre a doação não depende da separação, mas sim da doação, ou seja, ocorre com a celebração do negócio jurídico. Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada ABSTRAINDO-SE: I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos; PRINCÍPIO DO PECUNIA NON OLET: A expressão significa dizer que o dinheiro não tem cheiro, consistindo em princípio de Direito Tributário. Significa que, embora o tributo só decorra de atividade lícita, não quer dizer que atividade tida por ilícita não possa ser tributada. Isso porque a ocorrência do fato gerador independe da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelo contribuinte (art. 118, I, do CTN). Ex.: A hipótese do traficante que pratica atividade ilícita e com ela aufira renda e, portanto, está obrigado por lei a declarar a renda e pagar Imposto de Renda. Ocorre que auferir renda não é ilícito e sim a forma como ela é auferida. Portanto, quem auferir renda deverá pagar imposto de renda, tornando-se irrelevante para o surgimento da obrigação tributária a forma como tal renda foi auferida. II - dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos. CAPÍTULO III Sujeito Ativo Art. 119. SUJEITO ATIVO da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência para exigir o seu cumprimento. - Súmula nº 396, STJ: tem legitimidade ativa para a cobrança da - Súmula nº 447, STJ: são partes legítimas na ação de restituição de imposto de - O sujeito ativo do ICMS-importação é o Estado-membro no qual está domiciliado ou estabelecido o destinatário legal da operação que deu causa à circulação da mercadoria. O sujeito ativo da obrigação tributária de ICMS incidente sobre mercadoria importada é o Estado-membro no qual está domiciliado ou estabelecido o destinatário legal da operação que deu causa à circulação da mercadoria, com a transferência de domínio. STF. Plenário. ARE 665134, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 27/04/2020 (Repercussão Geral Tema 520) (Info 978). Art. 120. Salvo disposição de lei em contrário, a pessoa jurídica de direito público, que se constituir pelo DESMEMBRAMENTO TERRITORIAL de outra, subroga-se nos direitos desta, cuja legislação tributária aplicará até que entre em vigor a sua própria. CAPÍTULO IV Sujeito Passivo SEÇÃO I Disposições Gerais Art. 121. Sujeito passivo da obrigação PRINCIPAL é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. 41 Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se: I - CONTRIBUINTE, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador; II - RESPONSÁVEL, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei. Art. 122. Sujeito passivo da obrigação ACESSÓRIA é a pessoa obrigada às prestações que constituam o seu objeto. Art. 123. SALVO DISPOSIÇÕES DE LEI EM CONTRÁRIO, as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, NÃO PODEM SER OPOSTAS à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes. Obs.: Esse artigo deixa bem claro que, mesmo que um eventual contrato preveja que o locatário tem a responsabilidade pelo pagamento dos tributos por ventura devidos, ele não tem oponibilidade perante o fisco, ou seja, a responsabilidade é sempre do proprietário (locador). - Súmula nº 614, STJ: não possui legitimidade ativa para discutir a relação jurídico-tributária de SUJEITO PASSIVO Obrigação Principal Contribuinte Relação pessoal e direta com fato gerador Responsável Obrigação decorrente da lei Obrigação Acessória Obrigado a fazer/deixar de fazer algo SEÇÃO II Solidariedade Art. 124. São SOLIDARIAMENTE obrigadas: I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal; II - as pessoas expressamente designadas por lei. Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo NÃO COMPORTA BENEFÍCIO DE ORDEM. Solidariedade NATURAL OU DE FATO - ocorre entre pessoas com interesse comum no fato gerador da obrigação principal Solidariedade LEGAL OU DE DIREITO - ocorre sob determinação da lei, que indica quais os responsáveis Art. 125. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os efeitos da solidariedade: I - o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais; II - a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, SALVO se outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo; III - a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica aos demais. EFEITOS DA SOLIDARIEDADE Pagamento efetuado por um - Aproveita aos demais Isenção ou Remissão - Exonera todos Exceção: outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo a solidariedade quanto aos demais pelo saldo Interrupção da prescrição em favor ou contra um - Favorece ou prejudica aos demais 42 SEÇÃO III Capacidade Tributária Art. 126. A capacidade tributária PASSIVA INDEPENDE: I - da capacidade civil das pessoas NATURAIS; Ex.: Uma criança de 2 anos pode ser contribuinte do IPTU, caso seja proprietária de um bem imóvel. II - de achar-se a pessoa NATURAL sujeita a medidas que importem privação ou limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negócios; III - de estar a pessoa JURÍDICA regularmente constituída, bastando que configure uma unidade econômica ou profissional. SEÇÃO IV Domicílio Tributário Art. 127. NA FALTA DE ELEIÇÃO, pelo contribuinte ou responsável, de domicílio tributário, na forma da legislação aplicável, considera-se como tal: I - quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta ou desconhecida, o centro habitual de sua atividade; II - quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas individuais, o lugar da sua sede, ou, em relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento; III - quanto às pessoas jurídicas de direito público, qualquer de suas repartições no território da entidade tributante. § 1º Quando não couber a aplicação das regras fixadas em qualquer dos incisos deste artigo, considerar-se-á como domicílio tributário do contribuinte ou responsável o lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação. § 2º A autoridade administrativa PODE RECUSAR o domicílio eleito, quando impossibilite ou dificulte a arrecadação ou a fiscalização do tributo, aplicando-se então a regra do parágrafo anterior (situação dos bens ou ocorrência dos atos ou fatos). DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO Regra - Eleição pelo contribuinte ou responsável Se não eleger Pessoas naturais - residência habitual -residência incerta/desconhecida: centro habitual de sua atividade PJ de direito privado ou Firma individual - lugar da sua sede ou - em relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento PJ de direito público - qualquer de suas repartições no território da entidade tributante Se não couber as hipóteses dos incisos do art. 127 OU Quando a autoridade recuse o domicílio de eleição - Lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação CAPÍTULO V Responsabilidade Tributária SEÇÃO I Disposição Geral Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso a RESPONSABILIDADE pelo crédito tributário a TERCEIRA PESSOA, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação. 43 - Súmula nº 399, STJ: estabelecer SEÇÃO II Responsabilidade dos Sucessores Art. 129. O disposto nesta Seção aplica-se por igual aos créditos tributários definitivamente constituídos ou em curso de constituição à data dos atos nela referidos, e aos constituídos posteriormente aos mesmos atos, DESDE QUE relativos a obrigações tributárias surgidas até a referida data. Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de BENS IMÓVEIS, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos respectivos ADQUIRENTES, SALVO quando conste do título a prova de sua quitação. Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o respectivo preço. NÃO ocorrerá a responsabilidade tributária do adquirente: - Quando constar no título de transferência da propriedade a prova da quitação dos tributos - No caso de arrematação em hasta pública - Alienante do imóvel continua responsável pelos débitos tributários cujo fato gerador ocorreram antes da alienação. O alienante possui legitimidade passiva para figurar em ação de execução fiscal de débitos constituídos em momento anterior à alienação voluntária de imóvel. Ex.: Em 01/01/2015, data do fato gerador do IPTU, João era proprietário de um imóvel; alguns meses mais tarde ele aliena para terceiro; Município poderá ajuizar execução fiscal contra João cobrando IPTU do ano de 2015. STJ. 2ª Turma. AgInt no AREsp 942.940-RJ, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 15/8/2017 (Info 610). Art. 131. São PESSOALMENTE responsáveis: I - o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos; Obs.: Trata-se apenas de bens móveis, tendo em vista que a responsabilidade dos bens imóveis já foi tratada no art. 130 (doutrina majoritária). II - o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação, LIMITADA esta responsabilidade ao montante do quinhão do legado ou da meação; III - o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão. RESPONSABILIDADE PESSOAL Adquirente ou remitente - Tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos Sucessor a qualquer título e cônjuge meeiro - Tributos devidos pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação Espólio - Tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que RESULTAR de fusão, transformação ou incorporação de outra ou em outra é RESPONSÁVEL pelos tributos devidos até à data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas. - Súmula nº 554, STJ: não apenas os tributos devidos pela sucedida, mas também as multas moratórias ou punitivas referentes a fatos 44 Parágrafo único. O disposto neste artigo APLICA-SE aos casos de extinção de pessoas jurídicas de direito privado, quando a exploração da respectiva atividade seja continuada por qualquer sócio remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual. Até à data do ato de fusão, transformação ou incorporação - pessoa jurídica sucessora é responsável Após à data do ato de fusão, transformação ou incorporação - pessoa jurídica sucessora é contribuinte Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, RESPONDE pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato: I - INTEGRALMENTE, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade; II - SUBSIDIARIAMENTE com o alienante, se este prosseguir na exploração OU iniciar dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão. Adquirente de fundo de comércio ou estabelecimento Se continuar a exploração Torna-se Responsável Integralmente - se o alienante cessar exploração Subsidiariamente - se o alienante continuar atividade comercial ou - iniciar nova atividade dentro dos próximos 6 meses § 1o O disposto no caput deste artigo NÃO SE APLICA na hipótese de alienação judicial: I - em processo de falência; II - de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação judicial. § 2o NÃO SE APLICA o disposto no § 1o deste artigo quando o adquirente for: I - sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade controlada pelo devedor falido ou em recuperação judicial; II - parente, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau, consangüíneo ou afim, do devedor falido ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios; ou III - identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial com o objetivo de fraudar a sucessão tributária. NÃO há responsabilidade do adquirinte (Exceção) - Alienação ocorrida em processo de falência - Alienação em decorrência de plano de recuperação judicial SALVO, se o adquirinte for: Sócio da falida; Parente dos sócios; Agente do falido ou do devedor em recuperação judicial. § 3o Em processo da falência, o produto da alienação judicial de empresa, filial ou unidade produtiva isolada permanecerá em conta de depósito à disposição do juízo de falência pelo prazo de 1 (um) ano, contado da data de alienação, SOMENTE podendo ser utilizado para o pagamento de créditos extraconcursais ou de créditos que preferem ao tributário. - Imunidade tributária recíproca e dívidas tributárias decorrentes de sucessão. A antiga RFFSA era uma sociedade de economia mista federal, que foi extinta, e a União tornou-se sua sucessora legal nos direitos e obrigações. io pois se tratava de entidade exploradora de atividade econômica. 45 Os débitos tributários que a RFFSA possuía foram transferidos para a União e devem ser pagos, não podendo este ente invocar a imunidade tributária recíproca. O STF concluiu que a imunidade tributária recíproca não afasta a responsabilidade tributária por sucessão, na hipótese em que o sujeito passivo era contribuinte regular do tributo devido. STF. 1ª Turma. RE 599.176/PR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgado em 5/6/2014 (Info 749). - Ente desapropriante não responde por tributos anteriores à desapropriação. O ente desapropriante não responde por tributos incidentes sobre o imóvel desapropriado nas hipóteses em que o período de ocorrência dos fatos geradores é anterior ao ato de aquisição originária da propriedade. STJ. 2ª Turma. REsp 1.668.058-ES, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 8/6/2017 (Info 606). SEÇÃO III Responsabilidade de Terceiros Art. 134. Nos casos de IMPOSSIBILIDADEde exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, respondem SOLIDARIAMENTE com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis: I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores; II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados; III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes; IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio; V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário; VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício; VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas. Parágrafo único. O disposto neste artigo SÓ SE APLICA, em matéria de penalidades, às de caráter MORATÓRIO. Art. 135. São PESSOALMENTE responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos: I - as pessoas referidas no artigo anterior; II - os mandatários, prepostos e empregados; III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado. - Súmula nº 430, STJ: não gera, por si só, a responsabilidade solidária do sócio- Art. 134 CTN Art. 135 CTN Responsabilidade Subsidiária (embora o CTN fale em Solidária) #CUIDADO Responsabilidade Pessoal Depende da insolvência do contribuinte Independe da insolvência do contribuinte Responsabilidade por transferência Responsabilidade por substituição O responsável incorre em omissão, ausente o excesso de poder e a infração à lei, contrato social ou estatuto O responsável age com excesso de poder ou infração à lei, contrato social ou estatuto - É inconstitucional lei estadual que verse sobre a responsabilidade de terceiros por infrações de forma diversa das regras gerais estabelecidas pelo CTN. É formalmente inconstitucional norma estadual que atribui ao contabilista a responsabilidade solidária, quanto ao pagamento de impostos e de penalidades pecuniárias, no caso de suas ações ou omissões concorrerem para a prática de infração à legislação tributária. de forma diversa STF. Plenário. ADI 6284/GO, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 14/9/2021 (Info 1029). 46 - É inconstitucional a lei estadual que preveja que o administrador, o advogado, o economista e outros profissionais teriam responsabilidade solidária em relação às obrigações tributárias de seus clientes. É inconstitucional lei estadual que disciplina a responsabilidade de terceiros por infrações de forma diversa da matriz geral estabelecida pelo Código Tributário Nacional (CTN). Há, neste caso, uma inconstitucionalidade formal. Ao ampliar as hipóteses de responsabilidade de terceiros por infrações, prevista pelos arts. 134 e 135 do CTN, ou tratar sobre o tema de maneira diferente, a lei estadual invade competência do legislador complementar federal Caso concreto: é inconstitucional lei estadual que atribui responsabilidade tributária solidária por infrações a toda pessoa que concorra ou intervenha, ativa ou passivamente, no cumprimento da obrigação tributária, especialmente a advogado, economista e correspondente fiscal. STF. Plenário. ADI 4845/MT, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 13/2/2020 (Info 966). - Não tendo participado do fato gerador do tributo, a declaração conjunta de imposto de renda não torna o cônjuge corresponsável pela dívida tributária dos rendimentos percebidos pelo outro. Não tendo participado do fato gerador do tributo, a declaração conjunta de imposto de renda não torna o cônjuge corresponsável pela dívida tributária dos rendimentos percebidos pelo outro. Exemplo hipotético: João e Carla são casados. Eles fizeram uma declaração conjunta do imposto de renda. Ocorre que não se declarou que Carla recebeu R$ 10 mil por serviços prestados para uma determinada empresa. Houve, portanto, omissão de rendimentos recebidos. Ao detectar a omissão, a Receita Federal fez lançamento de auto de infração contra Carla e João. Não poderia ter feito contra João. O fato gerador (renda auferida com os serviços prestados) foi praticado apenas pela mulher. Logo, o marido não pode ser considerado como solidariamente obrigado. STJ. 1ª Turma. REsp 1.273.396-DF, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 05/12/2019 (Info 662). SEÇÃO IV Responsabilidade por Infrações Art. 136. SALVO disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tributária INDEPENDE da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato. Obs.: A responsabilidade por infrações da legislação tributária é, em regra, OBJETIVA (independe de dolo ou culpa). Art. 137. A responsabilidade é PESSOAL ao agente: I - quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou contravenções, SALVO quando praticadas no exercício regular de administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito; II - quanto às infrações em cuja definição o dolo específico do agente seja elementar; III - quanto às infrações que decorram direta e exclusivamente de dolo específico: a) das pessoas referidas no artigo 134, contra aquelas por quem respondem; b) dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus mandantes, preponentes ou empregadores; c) dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado, contra estas. Art. 138. A responsabilidade é EXCLUÍDA pela DENÚNCIA ESPONTÂNEA da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. Parágrafo único. NÃO SE CONSIDERA ESPONTÂNEA a denúncia apresentada APÓS O INÍCIO de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. - Súmula nº 360, STJ: não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente 47 - Ausência de denúncia espontânea em caso de depósito judicial integral dos tributos devidos. O depósito judicial integral do débito tributário e dos respectivos juros de mora, mesmo antes de qualquer procedimento do Fisco tendente à sua exigência, não configura denúncia espontânea (art. 138 do CTN). O depósito judicial integral não trouxe qualquer vantagem ou redução de custos para a Administração Tributária. Não houve a chamada "relação de troca entre custo de conformidade e custo administrativo" a atrair caracterização da denúncia espontânea (art. 138 do CTN). Obs: para que a denúncia espontânea seja eficaz e afaste a incidência da multa, é necessário o preenchimento de três requisitos: a) "denúncia" (confissão) da infração; b) pagamento integral do tributo devido com os respectivos juros moratórios; e c) espontaneidade (confissão e pagamento devem ocorrer antes do início de qualquer procedimento fiscalizatório por parte do Fisco relacionado com aquela determinada infração). STJ. 1ª Seção. EREsp 1.131.090-RJ, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 28/10/2015 (Info 576). TÍTULO III Crédito Tributário CAPÍTULO I Disposições Gerais Art. 139. O crédito tributário decorre da obrigação PRINCIPAL e tem a mesma natureza desta. Art. 140. As circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou seus efeitos, ou as garantias ou os privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua exigibilidade NÃO AFETAM a obrigação tributária que lhe deu origem. Obs.: A obrigação tributária possui autonomia perante o crédito tributário! Art. 141. O crédito tributário regularmente constituído somente se modifica ou extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos nesta Lei, fora dos quais não podem ser dispensadas, sobpena de responsabilidade funcional na forma da lei, a sua efetivação ou as respectivas garantias. CAPÍTULO II Constituição de Crédito Tributário SEÇÃO I Lançamento Art. 142. Compete PRIVATIVAMENTE à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo LANÇAMENTO, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável (an debeatur), calcular o montante do tributo devido (quantum debeatur), identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é VINCULADA E OBRIGATÓRIA, sob pena de responsabilidade funcional. LANÇAMENTO É o procedimento administrativo tendende a: - verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente; - determinar a matéria tributável; - calcular o montante do tributo devido; - identificar o sujeito passivo; e - propor a aplicação da penalidade cabível (sendo o caso). 48 Obs.: Segudo a tese adotada pelo legislador brasileiro, segue-se o entendimento segundo o qual o lançamento possui natureza jurídica mista, sendo: - CONSTITUTIVO do crédito tributário; e - DECLARATÓRIO da obrigação tributária. Art. 143. Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário esteja expresso em moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua conversão em moeda nacional ao câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação. Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, AINDA QUE posteriormente modificada ou revogada. § 1º Aplica-se ao lançamento a legislação que, POSTERIORMENTE à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, EXCETO, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros. § 2º O disposto neste artigo NÃO SE APLICA aos impostos lançados por períodos certos de tempo, desde que a respectiva lei fixe expressamente a data em que o fato gerador se considera ocorrido. Art. 145. O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode ser ALTERADO em virtude de: I - impugnação do sujeito passivo; II - recurso de ofício; III - iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no artigo 149 (lançamento de ofício). ALTERAÇÃO de lançamento notificado - impugnação do sujeito passivo; - recurso de ofício; - iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no art. 149. Art. 146. A modificação introduzida, de ofício ou em conseqüência de decisão administrativa ou judicial, nos critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento somente pode ser efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução. SEÇÃO II Modalidades de Lançamento Art. 147. O lançamento é efetuado com base na DECLARAÇÃO do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação. (LANÇAMENTO POR DECLARAÇÃO OU MISTO) § 1º A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado o lançamento. § 2º Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu exame serão retificados de ofício pela autoridade administrativa a que competir a revisão daquela. - Súmula nº 436, STJ: o crédito tributário, dispensada 49 Art. 148. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em consideração, o valor ou o preço de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos, a autoridade lançadora, mediante processo regular, arbitrará aquele valor ou preço, sempre que sejam omissos ou não mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado, ressalvada, em caso de contestação, avaliação contraditória, administrativa ou judicial. Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto DE OFÍCIO pela autoridade administrativa nos seguintes casos: (LANÇAMENTO DE OFÍCIO OU DIRETO) I - quando a lei assim o determine; II - quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma da legislação tributária; III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração nos termos do inciso anterior, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido de esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o preste satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade; IV - quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória; V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada, no exercício da atividade a que se refere o artigo seguinte; VI - quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária; VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação; VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião do lançamento anterior; IX - quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional da autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade especial. Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública. Art. 150. O lançamento POR HOMOLOGAÇÃO, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. - Súmula nº 360, STJ: não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por § 1º O PAGAMENTO ANTECIPADO pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob condição RESOLUTÓRIA da ulterior homologação ao lançamento. § 2º Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à homologação, praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à extinção total ou parcial do crédito. § 3º Os atos a que se refere o parágrafo anterior serão, porém, considerados na apuração do saldo porventura devido e, sendo o caso, na imposição de penalidade, ou sua graduação. § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, SALVO se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. - O prazo decadencial para o lançamento suplementar de tributo sujeito a homologação recolhido a menor em face de creditamento indevido é de 5 anos contados do fato gerador, conforme a regra prevista no art. 150, § 4º, do CTN. Na hipótese de lançamento suplementar de ICMS, em decorrência de dimensionamento incorreto do crédito tributário pelo sujeito passivo (creditamento a maior e diferencial de alíquotas), deve ser aplicado o prazo decadencial do art. 150, § 4º, CTN, e não o art. 173, I, para o Fisco constituir o crédito: 50 Art. 150 (...) § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamenteextinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. STJ. 2ª Turma. AREsp 1471958-RS, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em 18/05/2021 (Info 698). LANÇAMENTO (MODALIDADES) Por Declaração ou Misto (art. 147, CTN) Efetivado pela autoridade administrativa a partir de informações imprescindíveis, declaradas pelo sujeito passivo ou por terceiro. Equilíbrio entre a participação do sujeito passivo e a atividade do sujeito ativo. Ex.: ITCMD Grau médio de participação do fisco De Ofício ou Direto (art. 149, CTN) Efetivado diretamante pela autoridade administrativa, independentemente de informação ou ato relevante do sujeito passivo ou terceiro. O sujeito passivo não participa da atividade. Ex.: IPVA e IPTU Grau máximo de participação do fisco Por Homologação ou Autolançamento (art. 150, CTN) O sujeito passivo antecipa o pagamento sem prévia análise da autoridade administrativa. A homologação pela autoridade administrativa pode ser expressa (autoridade edita ato formal de concordância) ou tácita (autoridade deixa escoar o prazo legal para a homologação expressa) mais comum, pelo decurso do tempo. O sujeito passivo realizar quase todos os atos que compõem a atividade. Ex.: ICMS e IPI Grau mínimo de participação do fisco SÚMULAS SOBRE CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO - Súmula nº 436, STJ: tributário, dispensada - Súmula nº 555, STJ: para o Fisco constituir o crédito tributário conta-se exclusivamente na forma do art. 173, I, do CTN, nos casos em que a legislação atribui ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade - Súmula nº 612, STJ: do crédito tributário; exaurida a instância administrativa com o decurso do prazo para a impugnação ou com a notificação de seu julgamento definitivo e esgotado o prazo concedido pela Administração para o pagamento voluntário, inicia-se CAPÍTULO III Suspensão do Crédito Tributário SEÇÃO I Disposições Gerais Art. 151. SUSPENDEM a exigibilidade do crédito tributário: (ROL TAXATIVO) I - a moratória; II - o depósito do seu montante integral; - Súmula nº 112, STJ: somente suspende a exigibilidade do crédito tributário se for integral e em 51 - Não é possível a suspensão da exigibilidade do crédito TRIBUTÁRIO mediante a apresentação de fiança bancária. A fiança bancária não é equiparável ao depósito integral do débito exequendo para fins de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, ante a taxatividade do art. 151 do CTN e o teor do Enunciado Sumular n. 112 desta Corte. STJ. REsp nº 1.156.668/DF, julgado em 24/11/2010. #NÃOCONFUNDA: - É cabível a suspensão da exigibilidade do crédito NÃO TRIBUTÁRIO mediante a apresentação de fiança bancária ou de seguro garantia judicial, desde que em valor não inferior ao do débito constante da inicial, acrescido de 30%. É cabível a suspensão da exigibilidade do crédito não tributário a partir da apresentação da fiança bancária ou do seguro garantia judicial, desde que em valor não inferior ao do débito constante da inicial, acrescido de trinta por cento. STJ. 1ª Turma. REsp 1.381.254-PR, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 25/06/2019 (Info 652). III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo; - Reclamação administrativa incapaz de suspender a exigibilidade do crédito tributário. A reclamação administrativa interposta contra ato de exclusão do contribuinte do parcelamento NÃO é capaz de suspender a exigibilidade do crédito tributário, sendo inaplicável o disposto no art. 151, III, do CTN. Isso porque as reclamações e recursos previstos nesse dispositivo legal são aqueles que discutem o próprio lançamento tributário, ou seja, a exigibilidade do crédito tributário. Sendo a reclamação proposta contra o ato que exclui o contribuinte do parcelamento, essa reclamação está questionando a exclusão em si (e não o lançamento tributário). Logo, não suspende a exigibilidade do crédito. STJ. 2ª Turma. REsp 1.372.368-PR, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 5/5/2015 (Info 561). IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança. V - a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial; - Revogada a medida liminar que suspendia a exigibilidade do crédito tributário, volta a correr o prazo prescricional. A revogação de liminar que suspendeu a exigibilidade do crédito tributário ocasiona a retomada do lapso prescricional para o Fisco, desde que inexistente qualquer outra medida constante do art. 151 do CTN ou recurso especial / extraordinário dotado de efeito suspensivo. STJ. 1ª Seção. EAREsp 407940-RS, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 10/5/2017 (Info 605). VI - o parcelamento. Parágrafo único. O disposto neste artigo NÃO DISPENSA o cumprimento das obrigações acessórias DEPENDENTES da obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou dela conseqüentes. CAUSAS DE SUSPENSÃO: BIZU: "DEMORE LIMPAR" - depósito do montante integral - moratória - reclamações e recursos - liminar em MS ou ação judicial - parcelamento SÚMULAS SOBRE SUSPENSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO STF STJ - Súmula Vinculante nº 28: inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda - Súmula nº 112, STJ: somente suspende a exigibilidade do crédito tributário se for integral e em 52 SEÇÃO II Moratória Art. 152. A MORATÓRIA somente pode ser concedida: I - em CARÁTER GERAL: a) pela pessoa jurídica de direito público competente para instituir o tributo a que se refira; (moratória autônoma) b) pela União, quanto a tributos de competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, quando simultaneamente concedida quanto aos tributos de competência federal e às obrigações de direito privado; (moratória heterônoma) II - em CARÁTER INDIVIDUAL, por despacho da autoridade administrativa, desde que autorizada por lei nas condições do inciso anterior. Parágrafo único. A lei concessiva de moratória pode circunscrever expressamente a sua aplicabilidade à determinada região do território da pessoa jurídica de direito público que a expedir, ou a determinada classe ou categoria de sujeitos passivos. Art. 153. A lei que conceda moratória em caráter geral ou autorize sua concessão em caráter individual especificará, sem prejuízo de outros requisitos: I - o prazo de duração do favor; II - as condições da concessão do favor em caráter individual; III - sendo caso: a) os tributos a que se aplica; b) o número de prestações e seus vencimentos, dentro do prazo a que se refere o inciso I, podendo atribuir a fixação de uns e de outros à autoridade administrativa, para cada caso de concessão em caráter individual; c) as garantias que devem ser fornecidas pelo beneficiado no caso de concessão em caráter individual. Art. 154. Salvo disposição de lei em contrário, a moratória somente abrange os créditos definitivamente constituídos à data da lei ou do despacho que a conceder, ou cujo lançamento já tenha sido iniciado àquela data por ato regularmente notificado ao sujeito passivo. Parágrafo único. A moratória não aproveita aos casos de dolo, fraude ou simulação do sujeito passivo ou do terceiro em benefício daquele. Art. 155. A concessão da moratória em caráter individual NÃO GERA DIREITO ADQUIRIDO e será revogado de ofício, sempre que se apure que o beneficiado não satisfazia ou deixou de satisfazer as condições ou não cumprira ou deixou de cumprir os requisitos para a concessão do favor, cobrando-se o crédito acrescido de juros de mora: I - COM imposição da penalidade cabível, nos casos de dolo ou simulação do beneficiado, ou de terceiro em benefício daquele; II - SEM imposição de penalidade, nos demais casos. Parágrafo único. No caso do inciso I deste artigo, o tempo decorrido entre a concessão damoratória e sua revogação não se computa para efeito da prescrição do direito à cobrança do crédito; no caso do inciso II deste artigo, a revogação só pode ocorrer antes de prescrito o referido direito. Art. 155-A. O PARCELAMENTO será concedido na forma e condição estabelecidas em LEI ESPECÍFICA. - Os requisitos para o parcelamento devem ser fixados em lei específica e atos infralegais não poderão impor condições não previstas nesta lei. As condições para a concessão de parcelamento tributário devem estrita observância ao princípio da legalidade e não há autorização para que atos infralegais tratem de condições não previstas na lei de regência do benefício. STJ. 1ª Turma. REsp 1739641-RS, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 21/06/2018 (Info 629). 53 § 1o Salvo disposição de lei em contrário, o parcelamento do crédito tributário NÃO EXCLUI a incidência de juros e multas. § 2o Aplicam-se, SUBSIDIARIAMENTE, ao parcelamento as disposições desta Lei, relativas à moratória. § 3o Lei específica disporá sobre as condições de parcelamento dos créditos tributários do devedor em recuperação judicial. § 4o A inexistência da lei específica a que se refere o § 3o deste artigo importa na aplicação das leis gerais de parcelamento do ente da Federação ao devedor em recuperação judicial, não podendo, neste caso, ser o prazo de parcelamento inferior ao concedido pela lei federal específica. CAPÍTULO IV Extinção do Crédito Tributário SEÇÃO I Modalidades de Extinção Art. 156. EXTINGUEM o crédito tributário: (ROL TAXATIVO) I - o pagamento; II - a compensação; III - a transação; IV - a remissão; V - a prescrição e a decadência; VI - a conversão de depósito em renda; VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º; VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164; IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória; X - a decisão judicial passada em julgado. XI - a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei. Dação em pagamento: é o ato pelo qual o devedor quita uma dívida vencida entregando ao credor uma prestação diferente daquela que era a prevista inicialmente. No âmbito tributário, a forma inicialmente prevista para o cumprimento da dívida tributária é o pagamento por meio de "moeda corrente, cheque ou vale postal" (art. 162, I, do CTN). O inciso XI do art. 156 autoriza que esta quitação seja feita por meio da entrega, pelo devedor, de um bem imóvel que sirva para saldar a dívida. Assim, em vez de pagar com "dinheiro", o devedor tributário quita o débito transferindo um bem imóvel seu para o Poder Público. Nisso consiste a dação em pagamento. Bens imóveis: Repare que o CTN somente autoriza a dação em pagamento por meio de bens Imóveis. Não há, no âmbito tributário, dação em pagamento com bens móveis. Isso porque prevalece na doutrina e na jurisprudência que o rol do art. 156 do CTN é taxativo. Parágrafo único. A lei disporá quanto aos efeitos da extinção total ou parcial do crédito sobre a ulterior verificação da irregularidade da sua constituição, observado o disposto nos artigos 144 e 149. SEÇÃO II Pagamento Art. 157. A imposição de penalidade NÃO ILIDE o pagamento integral do crédito tributário. Art. 158. O pagamento de um crédito NÃO IMPORTA em presunção de pagamento: I - quando parcial, das prestações em que se decomponha; II - quando total, de outros créditos referentes ao mesmo ou a outros tributos. 54 Art. 159. Quando a legislação tributária não dispuser a respeito, o pagamento é efetuado na repartição competente do DOMICÍLIO DO SUJEITO PASSIVO. Art. 160. Quando a legislação tributária não fixar o tempo do pagamento, o vencimento do crédito ocorre trinta dias depois da data em que se considera o sujeito passivo notificado do lançamento. Parágrafo único. A legislação tributária pode conceder desconto pela antecipação do pagamento, nas condições que estabeleça. Art. 161. O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, seja qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da imposição das penalidades cabíveis e da aplicação de quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei ou em lei tributária. § 1º Se a lei não dispuser de modo diverso, os juros de mora são calculados à taxa de um por cento ao mês. § 2º O disposto neste artigo não se aplica na pendência de consulta formulada pelo devedor dentro do prazo legal para pagamento do crédito. Art. 162. O pagamento é efetuado: I - em moeda corrente, cheque ou vale postal; II - nos casos previstos em lei, em estampilha, em papel selado, ou por processo mecânico. § 1º A legislação tributária pode determinar as garantias exigidas para o pagamento por cheque ou vale postal, desde que não o torne impossível ou mais oneroso que o pagamento em moeda corrente. § 2º O crédito pago por cheque somente se considera extinto com o resgate deste pelo sacado. § 3º O crédito pagável em estampilha considera-se extinto com a inutilização regular daquela, ressalvado o disposto no artigo 150. § 4º A perda ou destruição da estampilha, ou o erro no pagamento por esta modalidade, não dão direito a restituição, salvo nos casos expressamente previstos na legislação tributária, ou naquelas em que o erro seja imputável à autoridade administrativa. § 5º O pagamento em papel selado ou por processo mecânico equipara-se ao pagamento em estampilha. Art. 163. Existindo simultaneamente dois ou mais débitos vencidos do mesmo sujeito passivo para com a mesma pessoa jurídica de direito público, relativos ao mesmo ou a diferentes tributos ou provenientes de penalidade pecuniária ou juros de mora, a autoridade administrativa competente para receber o pagamento determinará a respectiva imputação, obedecidas as seguintes regras, na ordem em que enumeradas: I - em primeiro lugar, aos débitos por obrigação própria, e em segundo lugar aos decorrentes de responsabilidade tributária; II - primeiramente, às contribuições de melhoria, depois às taxas e por fim aos impostos; III - na ordem crescente dos prazos de prescrição; IV - na ordem decrescente dos montantes. Art. 164. A importância de crédito tributário pode ser consignada judicialmente pelo sujeito passivo, nos casos: I - de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de outro tributo ou de penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória; II - de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências administrativas sem fundamento legal; 55 III - de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico sobre um mesmo fato gerador. § 1º A consignação só pode versar sobre o crédito que o consignante se propõe pagar. § 2º Julgada procedente a consignação, o pagamento se reputa efetuado e a importância consignada é convertida em renda; julgada improcedente a consignação no todo ou em parte, cobra-se o crédito acrescido de juros de mora, sem prejuízo das penalidades cabíveis. SEÇÃO III Pagamento Indevido Art. 165. O sujeito passivo tem direito, INDEPENDENTEMENTE de prévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no § 4º do artigo 162, nos seguintes casos: I - cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido; II - erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao pagamento; III - reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória. Art. 166. A restituição de tributos que comportem,por sua natureza, transferência do respectivo encargo financeiro somente será feita a quem prove haver assumido o referido encargo, ou, no caso de tê-lo transferido a terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebê-la. - Não se aplica o art. 166 do CTN para o caso de empresa que está pedindo o ICMS cobrado indevidamente quando ela apenas transferiu as mercadorias para outra filial. Não é possível exigir da empresa contribuinte do ICMS, a satisfação da condição estabelecida no art. 166 do CTN para repetir o tributo que lhe foi indevidamente cobrado pelo Estado de origem, em razão de transferência de mercadorias para filial sediada em outra Unidade da Federação. STJ. 1ª Turma. AREsp 581679-RS, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 04/12/2018 (Info 641). Art. 167. A restituição total ou parcial do tributo dá lugar à restituição, na mesma proporção, dos juros de mora e das penalidades pecuniárias, salvo as referentes a infrações de caráter formal não prejudicadas pela causa da restituição. Parágrafo único. A restituição vence juros não capitalizáveis, a partir do trânsito em julgado da decisão definitiva que a determinar. - Súmula nº 162, STJ: correção monetária incide a partir do pagamento indevido - Súmula nº 188, STJ: juros moratórios, na repetição do indébito tributário, são devidos a partir do trânsito em julgado da sentença Correção monetária - pagamento indevido Juros moratórios - trânsito em julgado da sentença Art. 168. O direito de pleitear a restituição EXTINGUE-SE com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados: I - nas hipótese dos incisos I e II do artigo 165, da data da extinção do crédito tributário; II - na hipótese do inciso III do artigo 165, da data em que se tornar definitiva a decisão administrativa ou passar em julgado a decisão judicial que tenha reformado, anulado, revogado ou rescindido a decisão condenatória. 56 - Súmula nº 625, STJ: não interrompe o prazo prescricional para a ação de repetição de indébito tributário de que trata o art. 168 do CTN nem o da execução de Art. 169. PRESCREVE em dois anos a ação anulatória da decisão administrativa que denegar a restituição. Parágrafo único. O prazo de prescrição é INTERROMPIDO pelo início da ação judicial, recomeçando o seu curso, por metade, a partir da data da intimação validamente feita ao representante judicial da Fazenda Pública interessada. SÚMULAS SOBRE REPETIÇÃO DE INDÉBITO STF STJ - Súmula nº 546, STF: pago indevidamente, quando reconhecido por decisão, que o contribuinte "de jure" não recuperou do - Súmula nº 162, STJ: tributário, a correção monetária incide a partir do pagamento indevido - Súmula nº 188, STJ: juros moratórios, na repetição do indébito tributário, são devidos a partir do trânsito em julgado da sentença - Súmula nº 523, STJ: A taxa de juros de mora incidente na repetição de indébito de tributos estaduais deve corresponder à utilizada para cobrança do tributo pago em atraso, sendo legítima a incidência da taxa Selic, em ambas as hipóteses, quando prevista na legislação local, vedada sua cumulação com quaisquer - Súmula nº 625, STJ: compensação ou de restituição não interrompe o prazo prescricional para a ação de repetição de indébito tributário de que trata o art. 168 do CTN nem o da SEÇÃO IV Demais Modalidades de Extinção Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a COMPENSAÇÃO de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. Parágrafo único. Sendo vincendo o crédito do sujeito passivo, a lei determinará, para os efeitos deste artigo, a apuração do seu montante, não podendo, porém, cominar redução maior que a correspondente ao juro de 1% (um por cento) ao mês pelo tempo a decorrer entre a data da compensação e a do vencimento. - Não é possível novo pedido de compensação de débito objeto de pedido anterior não homologado. Não é possível que o contribuinte reitere declaração de compensação, com base em débito que já foi objeto de compensação anterior não homologada, ainda que a compensação se encontre pendente. Fundamento para essa conclusão: O sido objeto de compensação não homologada, ainda que a compensação se encontre pendente de decisão STJ. 2ª Turma. REsp 1570571-PB, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 15/06/2021 (Info 701). 57 - Comprovação necessária para o MS impetrado objetivando a declaração do direito à compensação tributária. Tratando-se de Mandado de Segurança impetrado com vistas a declarar o direito à compensação tributária, em virtude do reconhecimento da ilegalidade ou inconstitucionalidade da exigência da exação, independentemente da apuração dos respectivos valores, é suficiente, para esse efeito, a comprovação de que o impetrante ocupa a posição de credor tributário, visto que os comprovantes de recolhimento indevido serão exigidos posteriormente, na esfera administrativa, quando o procedimento de compensação for submetido à verificação pelo Fisco. De outro lado, tratando-se de Mandado de Segurança com vistas a obter juízo específico sobre as parcelas a serem compensadas, com efetiva investigação da liquidez e certeza dos créditos, ou, ainda, na hipótese em que os efeitos da sentença supõem a efetiva homologação da compensação a ser realizada, o crédito do contribuinte depende de quantificação, de modo que a inexistência de comprovação cabal dos valores indevidamente recolhidos representa a ausência de prova pré-constituída indispensável à propositura da ação. STJ. 1ª Seção. REsp 1715256-SP, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 13/02/2019 (recurso repetitivo) (Info 643). Art. 170-A. É VEDADA a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial. - Art. 170-A do CTN. O disposto no art. 170-A do CTN, que exige o trânsito em julgado para fins de compensação de crédito tributário, somente se aplica às demandas ajuizadas após a vigência da LC 104/2001, a qual acrescentou o referido artigo ao CTN. STJ. 1ª Turma. AgRg no REsp 1240038-PR, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 8/4/2014 (Info 541). SÚMULAS SOBRE COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA - Súmula nº 212, STJ: não pode ser deferida em ação cautelar ou por - Súmula nº 213, STJ: ação adequada para a declaração do direito à - Súmula nº 460, STJ: incabível o mandado de segurança para convalidar a compensação tributária realizada #NÃOCONFUNDA: - convalidar a compensação tributária: não cabe - declarar o direito a compensação tributária: cabe - Súmula nº 461, STJ: O contribuinte pode optar por receber, por meio de precatório ou por compensação, o - Súmula nº 464, STJ: A regra de imputação de pagamentos estabelecida no art. 354 do Código Civil não se aplica às hipóteses de compensação tributária Art. 171. A lei pode facultar, nas condições que estabeleça, aos sujeitos ativo e passivo da obrigação tributária celebrar TRANSAÇÃO que, mediante concessões mútuas, importe em determinação de litígio e conseqüente extinção de crédito tributário. Parágrafo único. A lei indicará a autoridade competente para autorizar a transação em cada caso. 58 Art. 172. A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despacho fundamentado, REMISSÃO total ou parcial do crédito tributário, atendendo: I - à situação econômica do sujeito passivo; II - ao erro ou ignorância excusáveis do sujeito passivo, quanto a matéria de fato; III - à diminuta importância do crédito tributário; IV - a considerações de eqüidade, em relação com as características pessoais ou materiais do caso; V - a condições peculiares a determinada região do território da entidade tributante. Parágrafo único. O despacho referido neste artigonão gera direito adquirido, aplicando-se, quando cabível, o disposto no artigo 155. ISENÇÃO ANISTIA REMISSÃO Exige lei Exige lei Exige lei Dispensa legal de tributos Dispensa legal de penalidades Dispensa legal de tributos e penalidades Atinge fatos geradores futuros Atinge fatos geradores passados Atinge fatos geradores passados Exclusão do crédito (que não está constituído) Exclusão do crédito (que não está constituído) Extinção do crédito já constituído. Por esse motivo, fala-se em perdão O crédito pode ter sido constituído pelo lançamento ou declaração do sujeito passivo Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário EXTINGUE-SE após 5 (cinco) anos, contados: (DECADÊNCIA) I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; - Súmula nº 555, STJ: constituir o crédito tributário conta-se exclusivamente na forma do art. 173, I, do CTN, nos casos em que a legislação atribui ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade - Constituição do crédito tributário com base em confissão de dívida. Não é possível a constituição de crédito tributário com base em documento de confissão de dívida tributária apresentado, para fins de parcelamento, após o prazo decadencial previsto no art. 173, I, do CTN. STJ. 1ª Seção. REsp 1355947 SP, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 12/6/2013 (recurso repetitivo)(Info 522). - Se o contribuinte faz uma doação e não a declara para fins de ITCMD, o fisco estadual deverá fazer o lançamento de ofício do tributo, iniciando-se o prazo decadencial para isso no primeiro dia do ano seguinte àquele em que ocorreu o fato gerador. No caso do Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação ITCMD, referente a doação não oportunamente declarada pelo contribuinte ao fisco estadual, a contagem do prazo decadencial tem início no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, observado o fato gerador, em conformidade com os arts. 144 e 173, I, ambos do CTN. STJ. 1ª Seção. REsp 1841798/MG, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 20/04/2021 (Recurso Repetitivo Tema 1048) (Info 694). II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue-se DEFINITIVAMENTE com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento. 59 Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário PRESCREVE em cinco anos, contados da data da sua constituição definitiva. (PRESCRIÇÃO) Parágrafo único. A prescrição se INTERROMPE: I pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal; II - pelo protesto judicial; III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito pelo devedor. - Súmula nº 653, STJ: O pedido de parcelamento fiscal, ainda que indeferido, interrompe o prazo prescricional, pois caracteriza confissão extrajudicial do débito - O trânsito em julgado da anulação ou da reforma de acórdão favorável a contribuinte marca o início do prazo prescricional para o Fisco cobrar o crédito tributário. O simples ajuizamento de ação declaratória de inexigibilidade tributária não é suficiente para impedir a cobrança judicial do tributo que a Fazenda Pública entende devido. A sentença de procedência na ação declaratória de inexigibilidade tributária, por si só, também não é suficiente para impedir a cobrança do tributo. Por falta de previsão legal, a sentença favorável ao sujeito passivo impugnada por apelação da Fazenda Pública não suspende a exigibilidade do crédito tributário. Isso porque a apelação, neste caso, é um recurso dotado de efeito suspensivo. Por outro lado, se a Fazenda Pública recorre e o Tribunal prolata acórdão confirmando a sentença favorável ao contribuinte, esta decisão produz efeitos desde logo, infirmando a certeza do correspondente crédito inscrito em dívida ativa e, por conseguinte, impedindo o ajuizamento da execução fiscal. Por fim, se o Fisco conseguir anular ou reformar esse acórdão do Tribunal de 2ª instância, ele volta a ter a possibilidade de cobrar o tributo. Depois de anulado ou reformado o aludido acórdão e, não ocorrendo nenhuma causa de suspensão de exigibilidade (art. 151 do CTN), o Fisco estará autorizado a fazer a cobrança do crédito tributário. Logo, com o trânsito em julgado desta decisão que anulou ou reformou o acórdão inicia-se a contagem da prescrição para o ajuizamento da execução fiscal. STJ. 1ª Turma. AREsp 1280342-RS, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 15/10/2019 (Info 660). - Parcelamento de ofício não interfere no curso do prazo prescricional. O parcelamento de ofício da dívida tributária não configura causa interruptiva da contagem da prescrição, uma vez que o contribuinte não anuiu. STJ. 1ª Seção. REsp 1.658.517-PA, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 14/11/2018 (recurso repetitivo) (Info 638). - Termo inicial do prazo prescricional em caso de IPTU. O termo inicial do prazo prescricional da cobrança judicial do Imposto Predial e Territorial Urbano - IPTU - inicia- se no dia seguinte à data estipulada para o vencimento da exação. STJ. 1ª Seção. REsp 1.658.517-PA, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 14/11/2018 (recurso repetitivo) (Info 638). - Termo inicial do prazo prescricional para cobrança de IPVA. O Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) é lançado de ofício no início de cada exercício e constituído definitivamente com a cientificação do contribuinte para o recolhimento da exação, a qual pode ser realizada por qualquer meio idôneo, como o envio de carnê ou a publicação de calendário de pagamento, com instruções para a sua efetivação. A notificação do contribuinte para o recolhimento do IPVA perfectibiliza a constituição definitiva do crédito tributário, iniciando-se o prazo prescricional para a execução fiscal no dia seguinte à data estipulada para o vencimento da exação. STJ. 1ª Seção. REsp 1.320.825-RJ, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 10/8/2016 (recurso repetitivo) (Info 588). 60 SÚMULAS SOBRE PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA STF STJ - Súmula Vinculante nº 8: inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decreto-Lei 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/1991, que - Súmula nº 106, STJ: para o seu exercício, a demora na citação, por motivos inerentes ao mecanismo da justiça, não justifica o - Súmula nº 555, STJ: do débito, o prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário conta-se exclusivamente na forma do art. 173, I, do CTN, nos casos em que a legislação atribui ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade - Súmula nº 622, STJ: infração faz cessar a contagem da decadência para a constituição do crédito tributário; exaurida a instância administrativa com o decurso do prazo para a impugnação ou com a notificação de seu julgamento definitivo e esgotado o prazo concedido pela Administração para o pagamento voluntário, inicia-se o CAPÍTULO V Exclusão de Crédito Tributário SEÇÃO I Disposições Gerais Art. 175. EXCLUEM o crédito tributário: I - a isenção; II - a anistia. ISENÇÃO ANISTIA Implica a exclusão ou dispensa do tributo Implica a exclusão ou dispensa da multa Alcança somente fatos geradores ocorridos após a lei A lei de isenção é para frente Alcança somente fatos geradores ocorridos antes da lei A lei de anistia é para trás Parágrafo único. A exclusão do crédito tributário NÃO DISPENSA o cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujocrédito seja excluído, ou dela conseqüente. Obs.: O Principio da Gravitação Jurídica (o acessório segue o princial) NÃO APLICA-SE em âmbito tributário! SEÇÃO II Isenção Art. 176. A ISENÇÃO, ainda quando prevista em contrato, é SEMPRE decorrente de LEI que especifique as condições e requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a que se aplica e, sendo caso, o prazo de sua duração. Parágrafo único. A isenção pode ser RESTRITA a determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela peculiares. (ISENÇÃO GEOGRÁFICA) 61 ISENÇÃO SEMPRE decorre de LEI que especifique: - condições e requisitos exigidos para a sua concessão; - tributos a que se aplica; - prazo de sua duração (sendo o caso). - Haverá isenção tributária na compra do veículo adquirido por pessoa com deficiência mesmo que o automóvel vá ser dirigido por outra terceira pessoa. A peculiaridade de que o veículo seja conduzido por terceira pessoa não constitui óbice razoável ao gozo da isenção fiscal, de sorte que, preponderando o princípio da proteção aos deficientes (físicos ou mentais), ante os desfavores sociais de que tais pessoas são vítimas, deve ser superado o alcance da norma em prol das ações afirmativas, já que incumbe ao Estado soberano assegurar por si ou por seus delegatários o cumprimento do postulado do acesso adequado às pessoas portadoras de deficiência. STJ. 1ª Turma. AgRg no AREsp 137112/SP, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 13/05/2019. Art. 177. SALVO disposição de lei em contrário, a isenção NÃO É EXTENSIVA: I - às taxas e às contribuições de melhoria; II - aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão. ISENÇÃO NÃO é extensiva, em regra: - taxas; - contribuições de melhoria; - tributos instituídos posteriormente à sua concessão. Art. 178 - A isenção, SALVO se concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, pode ser REVOGADA OU MODIFICADA por lei, a qualquer tempo, observado o disposto no inciso III do art. 104. - Súmula nº 544, STF: não podem ser livremente #NÃOCONFUNDA: Isenção por prazo certo: Direito adquirido no prazo estipulado Isenção sem prazo certo: Pode ser revogada ou modificada por lei a qualquer tempo Art. 179. A isenção, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade administrativa, em requerimento com o qual o interessado faça prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei ou contrato para sua concessão. § 1º Tratando-se de tributo lançado por período certo de tempo, o despacho referido neste artigo será renovado antes da expiração de cada período, cessando automaticamente os seus efeitos a partir do primeiro dia do período para o qual o interessado deixar de promover a continuidade do reconhecimento da isenção. § 2º O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-se, quando cabível, o disposto no artigo 155. 62 #NÃCONFUNDA: IMUNIDADE ISENÇÃO Prevista na CF Prevista na LEI Limita a competência tributária (antes do fato gerador) Dispensa o pagamento (depois do fato gerador) Interpretação ampliativa Interpretação literal (art. 111, II, CTN) Em regra, alcança SÓ IMPOSTOS Alcança TODOS OS TRIBUTOS Exclui a competência tributária É decorrência da competência tributária Irrevogável (cláusulas pétreas) Revogável à qualquer tempo, em regra Tende à perenidade Tende à temporariedade SÚMULAS SOBRE ISENÇÕES - Súmula nº 554, STF: não podem ser livremente - Súmula nº 581, STF: legitimou-se com o advento do Decreto-lei nº 666, de 2-7- SEÇÃO III Anistia Art. 180. A ANISTIA abrange exclusivamente as infrações cometidas ANTERIORMENTE à vigência da lei que a concede, NÃO SE APLICANDO: I - aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos que, mesmo sem essa qualificação, sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou por terceiro em benefício daquele; II - SALVO disposição em contrário, às infrações resultantes de conluio entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas. Art. 181. A anistia pode ser concedida: I - em caráter geral; II - limitadamente: a) às infrações da legislação relativa a determinado tributo; b) às infrações punidas com penalidades pecuniárias até determinado montante, conjugadas ou não com penalidades de outra natureza; c) a determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela peculiares; d) sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei que a conceder, ou cuja fixação seja atribuída pela mesma lei à autoridade administrativa. Art. 182. A anistia, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade administrativa, em requerimento com a qual o interessado faça prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei para sua concessão. Parágrafo único. O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-se, quando cabível, o disposto no artigo 155. 63 CRÉDITO TRIBUTÁRIO SUSPENSÃO (art. 151, CTN) EXTINÇÃO (art. 156, CTN) EXCLUSÃO (art. 175, CTN) - Moratória; - Depósito do montante integral - Reclamações e recursos - Liminar em Mandado de Segurança - Liminar ou tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial - Parcelamento - Pagamento - Compensação - Transação - Remissão - Prescrição e decadência - Conversão de depósito em renda - Pagamento antecipado e pagamento por homologação - Consignação em pagamento - Decisão administrativa irreformável - Decisão judicial transitada em julgado - Dação em pagamento de bens imóveis - Isenção - Anistia Interpreta-se LITERALMENTE Interpreta-se LITERALMENTE CAPÍTULO VI Garantias e Privilégios do Crédito Tributário SEÇÃO I Disposições Gerais Art. 183. A enumeração das garantias atribuídas neste Capítulo ao crédito tributário NÃO EXCLUI outras que sejam expressamente previstas em lei, em função da natureza ou das características do tributo a que se refiram. Parágrafo único. A natureza das garantias atribuídas ao crédito tributário NÃO ALTERA a natureza deste nem a da obrigação tributária a que corresponda. Art. 184. Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens, que sejam previstos em lei, responde pelo pagamento do crédito tributário a TOTALIDADE dos bens e das rendas, de qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive os gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula, EXCETUADOS unicamente os bens e rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis. Art. 185. PRESUME-SE fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa. Parágrafo único. O disposto neste artigo NÃO SE APLICA na hipótese de terem sido reservados, pelo devedor, bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita. 64 Art. 185-A. Na hipótese de o devedor tributário, devidamente citado, não pagar nem apresentar bens à penhora no prazo legal e não forem encontrados bens penhoráveis, o juiz determinará a INDISPONIBILIDADE de seus bens e direitos, comunicando a decisão, preferencialmente por meio eletrônico, aos órgãos e entidades que promovem registros de transferência de bens, especialmente ao registro público de imóveis e às autoridades supervisoras do mercado bancário e do mercado de capitais, a fim de que, no âmbito de suas atribuições, façam cumprir a ordem judicial. - Súmula nº 560, STJ: -A do CTN, pressupõe o exaurimento das diligências na busca por bens penhoráveis, o qual fica caracterizado quandoinfrutíferos o pedido de constrição sobre ativos financeiros e a expedição de ofícios aos registros públicos do § 1o A indisponibilidade de que trata o caput deste artigo limitar-se-á ao valor total exigível, devendo o juiz determinar o imediato levantamento da indisponibilidade dos bens ou valores que excederem esse limite. § 2o Os órgãos e entidades aos quais se fizer a comunicação de que trata o caput deste artigo enviarão imediatamente ao juízo a relação discriminada dos bens e direitos cuja indisponibilidade houverem promovido. SEÇÃO II Preferências Art. 186. O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo de sua constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente de trabalho. Parágrafo único. Na falência: I o crédito tributário não prefere aos créditos extraconcursais ou às importâncias passíveis de restituição, nos termos da lei falimentar, nem aos créditos com garantia real, no limite do valor do bem gravado; II a lei poderá estabelecer limites e condições para a preferência dos créditos decorrentes da legislação do trabalho; e III a multa tributária prefere apenas aos créditos subordinados. Art. 187. A cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou arrolamento. Parágrafo único. O concurso de preferência somente se verifica entre pessoas jurídicas de direito público, na seguinte ordem: I - União; II - Estados, Distrito Federal e Territórios, conjuntamente e pró rata; III - Municípios, conjuntamente e pró rata. - O concurso de preferência entre pessoas jurídicas de direito público previsto no parágrafo único do art. 187 do CTN e o parágrafo único do art. 29 da LEF não é compatível com a CF/88. O concurso de preferência entre os entes federados na cobrança judicial dos créditos tributários e não tributários, previsto no parágrafo único do art. 187 da Lei nº 5.172/66 (Código Tributário Nacional) e no parágrafo único do art. 29 da Lei nº 6.830/80 (Lei de Execuções Fiscais), não foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988. A Súmula 563 do STF foi cancelada. O entendimento contido na Súmula 497 do STJ está superado. STF. Plenário. ADPF 357/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 24/6/2021 (Info 1023). Art. 188. São extraconcursais os créditos tributários decorrentes de fatos geradores ocorridos no curso do processo de falência. (Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005) § 1º Contestado o crédito tributário, o juiz remeterá as partes ao processo competente, mandando reservar bens suficientes à extinção total do crédito e seus acrescidos, se a massa não puder efetuar a garantia da instância por outra forma, ouvido, quanto à natureza e valor dos bens reservados, o representante da Fazenda Pública interessada. 65 § 2º O disposto neste artigo aplica-se aos processos de concordata. Art. 189. São pagos preferencialmente a quaisquer créditos habilitados em inventário ou arrolamento, ou a outros encargos do monte, os créditos tributários vencidos ou vincendos, a cargo do de cujus ou de seu espólio, exigíveis no decurso do processo de inventário ou arrolamento. Parágrafo único. Contestado o crédito tributário, proceder-se-á na forma do disposto no § 1º do artigo anterior. Art. 190. São pagos preferencialmente a quaisquer outros os créditos tributários vencidos ou vincendos, a cargo de pessoas jurídicas de direito privado em liquidação judicial ou voluntária, exigíveis no decurso da liquidação. Art. 191. A extinção das obrigações do falido requer prova de quitação de todos os tributos. Art. 191-A. A concessão de recuperação judicial depende da apresentação da prova de quitação de todos os tributos, observado o disposto nos arts. 151, 205 e 206 desta Lei. Art. 192. Nenhuma sentença de julgamento de partilha ou adjudicação será proferida sem prova da quitação de todos os tributos relativos aos bens do espólio, ou às suas rendas. Art. 193. Salvo quando expressamente autorizado por lei, nenhum departamento da administração pública da União, dos Estados, do Distrito Federal, ou dos Municípios, ou sua autarquia, celebrará contrato ou aceitará proposta em concorrência pública sem que o contratante ou proponente faça prova da quitação de todos os tributos devidos à Fazenda Pública interessada, relativos à atividade em cujo exercício contrata ou concorre. TÍTULO IV Administração Tributária CAPÍTULO I Fiscalização Art. 194. A legislação tributária, observado o disposto nesta Lei, regulará, em caráter geral, ou especificamente em função da natureza do tributo de que se tratar, a competência e os poderes das autoridades administrativas em matéria de fiscalização da sua aplicação. Parágrafo único. A legislação a que se refere este artigo APLICA-SE às pessoas naturais ou jurídicas, contribuintes ou não, inclusive às que gozem de imunidade tributária ou de isenção de caráter pessoal. Art. 195. Para os efeitos da legislação tributária, NÃO TÊM APLICAÇÃO quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibi-los. Parágrafo único. Os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e os comprovantes dos lançamentos neles efetuados serão conservados até que ocorra a PRESCRIÇÃO dos créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram. - Súmula nº 439, STF: limitado 66 Art. 196. A autoridade administrativa que proceder ou presidir a quaisquer diligências de fiscalização lavrará os termos necessários para que se documente o início do procedimento, na forma da legislação aplicável, que fixará prazo máximo para a conclusão daquelas. Parágrafo único. Os termos a que se refere este artigo serão lavrados, sempre que possível, em um dos livros fiscais exibidos; quando lavrados em separado deles se entregará, à pessoa sujeita à fiscalização, cópia autenticada pela autoridade a que se refere este artigo. Art. 197. Mediante intimação escrita, são OBRIGADOS a prestar à autoridade administrativa todas as informações de que disponham com relação aos bens, negócios ou atividades de terceiros: I - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício; II - os bancos, casas bancárias, Caixas Econômicas e demais instituições financeiras; III - as empresas de administração de bens; IV - os corretores, leiloeiros e despachantes oficiais; V - os inventariantes; VI - os síndicos, comissários e liquidatários; VII - quaisquer outras entidades ou pessoas que a lei designe, em razão de seu cargo, ofício, função, ministério, atividade ou profissão. Parágrafo único. A obrigação prevista neste artigo NÃO ABRANGE a prestação de informações quanto a fatos sobre os quais o informante esteja legalmente obrigado a observar segredo em razão de cargo, ofício, função, ministério, atividade ou profissão. Art. 198. Sem prejuízo do disposto na legislação criminal, é VEDADA a divulgação, por parte da Fazenda Pública ou de seus servidores, de informação obtida em razão do ofício sobre a situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou de terceiros e sobre a natureza e o estado de seus negócios ou atividades. § 1o EXCETUAM-SE do disposto neste artigo, além dos casos previstos no art. 199, os seguintes: I requisição de autoridade judiciária no interesse da justiça; II solicitações de autoridade administrativa no interesse da Administração Pública, desde que seja comprovada a instauração regular de processo administrativo, no órgão ou na entidade respectiva, com o objetivo de investigar o sujeito passivo a que se refere a informação, por prática de infração administrativa. § 2o O intercâmbio de informação sigilosa, no âmbito da Administração Pública, será realizado medianteprocesso regularmente instaurado, e a entrega será feita pessoalmente à autoridade solicitante, mediante recibo, que formalize a transferência e assegure a preservação do sigilo. § 3o NÃO É VEDADA a divulgação de informações relativas a: I representações fiscais para fins penais; II inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública; III parcelamento ou moratória; e (LC nº 187/2021) IV - incentivo, renúncia, benefício ou imunidade de natureza tributária cujo beneficiário seja pessoa jurídica. (LC nº 187/2021) Art. 199. A Fazenda Pública da União e as dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios prestar-se-ão mutuamente assistência para a fiscalização dos tributos respectivos e permuta de informações, na forma estabelecida, em caráter geral ou específico, por lei ou convênio. Parágrafo único. A Fazenda Pública da União, na forma estabelecida em tratados, acordos ou convênios, poderá permutar informações com Estados estrangeiros no interesse da arrecadação e da fiscalização de tributos. 67 Art. 200. As autoridades administrativas federais poderão REQUISITAR O AUXÍLIO da força pública federal, estadual ou municipal, e reciprocamente, quando vítimas de embaraço ou desacato no exercício de suas funções, ou quando necessário à efetivação dê medida prevista na legislação tributária, AINDA QUE NÃO SE CONFIGURE fato definido em lei como crime ou contravenção. CAPÍTULO II Dívida Ativa Art. 201. Constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito dessa natureza, regularmente inscrita na repartição administrativa competente, depois de esgotado o prazo fixado, para pagamento, pela lei ou por decisão final proferida em processo regular. Parágrafo único. A fluência de juros de mora NÃO EXCLUI, para os efeitos deste artigo, a liquidez do crédito. Art. 202. O termo de inscrição da dívida ativa, autenticado pela autoridade competente, indicará obrigatoriamente: I - o nome do devedor e, sendo caso, o dos co-responsáveis, bem como, sempre que possível, o domicílio ou a residência de um e de outros; II - a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos; III - a origem e natureza do crédito, mencionada especificamente a disposição da lei em que seja fundado; IV - a data em que foi inscrita; V - sendo caso, o número do processo administrativo de que se originar o crédito. Parágrafo único. A certidão conterá, além dos requisitos deste artigo, a indicação do livro e da folha da inscrição. Art. 203. A omissão de quaisquer dos requisitos previstos no artigo anterior, ou o erro a eles relativo, são CAUSAS DE NULIDADE da inscrição e do processo de cobrança dela decorrente, mas a nulidade poderá ser SANADA até a decisão de primeira instância, mediante substituição da certidão nula, devolvido ao sujeito passivo, acusado ou interessado o prazo para defesa, que somente poderá versar sobre a parte modificada. Art. 204. A dívida regularmente inscrita goza da presunção de certeza e liquidez e tem o efeito de prova pré- constituída. Parágrafo único. A presunção a que se refere este artigo é relativa e pode ser ilidida por prova inequívoca, a cargo do sujeito passivo ou do terceiro a que aproveite. - Impossibilidade de sanções políticas. O Estado não pode adotar sanções políticas para constranger o contribuinte ao pagamento de tributos em atraso. STJ. 1ª Turma. RMS 53.989-SE, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 17/04/2018 (Info 626). CAPÍTULO III Certidões Negativas Art. 205. A lei poderá exigir que a prova da quitação de determinado tributo, quando exigível, seja feita por certidão negativa, expedida à vista de requerimento do interessado, que contenha todas as informações necessárias à identificação de sua pessoa, domicílio fiscal e ramo de negócio ou atividade e indique o período a que se refere o pedido. Parágrafo único. A certidão negativa será sempre expedida nos termos em que tenha sido requerida e será fornecida dentro de 10 (dez) dias da data da entrada do requerimento na repartição. Art. 206. Tem os mesmos efeitos previstos no artigo anterior a certidão de que conste a existência de créditos não vencidos, em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora, ou cuja exigibilidade esteja suspensa. 68 CERTIDÃO POSITIVA COM EFEITO DE NEGATIVA - Créditos não vencidos; - Execução que tenha penhora; - Créditos com exigibilidade suspensa. Art. 207. Independentemente de disposição legal permissiva, será DISPENSADA a prova de quitação de tributos, ou o seu suprimento, quando se tratar de prática de ato indispensável para evitar a caducidade de direito, respondendo, porém, todos os participantes no ato pelo tributo porventura devido, juros de mora e penalidades cabíveis, exceto as relativas a infrações cuja responsabilidade seja pessoal ao infrator. Art. 208. A CERTIDÃO NEGATIVA expedida com dolo ou fraude, que contenha erro contra a Fazenda Pública, responsabiliza PESSOALMENTE o funcionário que a expedir, pelo crédito tributário e juros de mora acrescidos. Parágrafo único. O disposto neste artigo NÃO EXCLUI a responsabilidade criminal e funcional que no caso couber. SÚMULAS SOBRE CERTIDÕES NEGATIVAS STF STJ - Súmula nº 70, STF: inadmissível a interdição de estabelecimento como meio coercitivo para cobrança - Súmula nº 323, STF: inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de - Súmula nº 547, STF: Não é lícito à autoridade proibir que o contribuinte em débito adquira estampilhas, despache mercadorias nas alfândegas e - Súmula nº 127, STJ: ilegal condicionar a renovação da licença de veículo ao pagamento de multa, da qual o - Súmula nº 446, STJ: tributário pelo contribuinte, é legítima a recusa de expedição de certidão negativa ou positiva com efeito Disposições Finais e Transitórias Art. 209. A expressão "Fazenda Pública", quando empregada nesta Lei sem qualificação, abrange a Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Art. 210. Os prazos fixados nesta Lei ou legislação tributária serão contínuos, excluindo-se na sua contagem o dia de início e incluindo-se o de vencimento. Parágrafo único. Os prazos só se iniciam ou vencem em dia de expediente normal na repartição em que corra o processo ou deva ser praticado o ato. Art. 211. Incumbe ao Conselho Técnico de Economia e Finanças, do Ministério da Fazenda, prestar assistência técnica aos governos estaduais e municipais, com o objetivo de assegurar a uniforme aplicação da presente Lei. Art. 212. Os Poderes Executivos federal, estaduais e municipais expedirão, por decreto, dentro de 90 (noventa) dias da entrada em vigor desta Lei, a consolidação, em texto único, da legislação vigente, relativa a cada um dos tributos, repetindo-se esta providência até o dia 31 de janeiro de cada ano. 69 Art. 213. Os Estados pertencentes a uma mesma região geo-econômica celebrarão entre si convênios para o estabelecimento de alíquota uniforme para o imposto a que se refere o artigo 52. Parágrafo único. Os Municípios de um mesmo Estado procederão igualmente, no que se refere à fixação da alíquota de que trata o artigo 60. Art. 214. O Poder Executivo promoverá a realização de convênios com os Estados, para excluir ou limitar a incidência do imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias, no caso de exportação para o exterior. Art. 215. A lei estadual pode autorizar o Poder Executivo a reajustar, no exercício de 1967, a alíquota de imposto a que se refere o artigo 52, dentro de limites e segundo critérios por ela estabelecidos. Art. 216. O Poder Executivo proporá as medidas legislativas adequadas a possibilitar, sem compressão dos investimentos previstos na proposta orçamentária de 1967, o cumprimento do disposto no artigo 21 da Emenda Constitucional nº 18, de 1965. Art. 217. As disposições desta Lei, notadamente as dos arts 17, 74,§ 2º e 77, parágrafo único, bem como a do art. 54 da Lei 5.025, de 10 de junho de 1966, não excluem a incidência e a exigibilidade: I - da "contribuição sindical", denominação que passa a ter o imposto sindical de que tratam os arts 578 e seguintes, da Consolidação das Leis do Trabalho, sem prejuízo do disposto no art. 16 da Lei 4.589, de 11 de dezembro de 1964; II - das denominadas "quotas de previdência" a que aludem os arts 71 e 74 da Lei 3.807, de 26 de agosto de 1960 com as alterações determinadas pelo art. 34 da Lei 4.863, de 29 de novembro de 1965, que integram a contribuição da União para a previdência social, de que trata o art. 157, item XVI, da Constituição Federal; III - da contribuição destinada a constituir o "Fundo de Assistência" e "Previdência do Trabalhador Rural", de que trata o art. 158 da Lei 4.214, de 2 de março de 1963; IV - da contribuição destinada ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, criada pelo art. 2º da Lei 5.107, de 13 de setembro de 1966; V - das contribuições enumeradas no § 2º do art. 34 da Lei 4.863, de 29 de novembro de 1965, com as alterações decorrentes do disposto nos arts 22 e 23 da Lei 5.107, de 13 de setembro de 1966, e outras de fins sociais criadas por lei. Art. 218. Esta Lei entrará em vigor, em todo o território nacional, no dia 1º de janeiro de 1967, revogadas as disposições em contrário, especialmente a Lei n. 854, de 10 de outubro de 1949. JURISPRUDÊNCIA EM TESES Nº 70 DO STJ - DIREITO TRIBUTÁRIO - PARTE GERAL 1) Aplica-se a taxa SELIC - Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, a partir de 1º/1/1996, na atualização monetária do indébito tributário, não podendo ser cumulada com qualquer outro índice, seja de juros ou atualização monetária. (Recurso Repetitivo - Tema 145) 2) Os depósitos judiciais e extrajudiciais referentes a tributos federais efetuados a partir da vigência da Lei n. 9.703/98 são atualizados pela taxa SELIC. 3) A decisão que reconhece a imunidade tributária possui natureza declaratória e produz efeitos retroativos ao momento em que preenchidos os requisitos legais para a concessão do benefício. 4) A revisão do lançamento tributário pode ser exercida nas hipóteses do art. 149 do CTN, desde que observado o prazo decadencial para a constituição do crédito tributário. 70 5) A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do fisco. (Tese julgada pelo rito do art. 543-C do CPC/73 - Tema 96) (Súmula n. 436/STJ) 6) A notificação do contribuinte do auto de infração constitui definitivamente o crédito tributário e dá início ao cômputo do prazo prescricional para a sua cobrança, não havendo que se falar em prazo decadencial. 7) A prescrição quinquenal para a cobrança dos tributos sujeitos a lançamento de ofício é contada da data de sua constituição definitiva, ou seja, quando já não caiba recurso administrativo ou findo o prazo para sua interposição. 8) A confissão espontânea da dívida e seu parcelamento não têm o condão de restabelecer a exigibilidade do crédito tributário extinto pela decadência ou prescrição. 9) Na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade da sucessora abrange não apenas os tributos devidos pela sucedida, mas também as multas moratórias ou punitivas referentes a fatos geradores ocorridos até a data da sucessão. (Tese julgada pelo rito do art. 543-C do CPC/73 - Tema 382) (Súmula n. 554/STJ) 10) O arrolamento de bens previsto no art. 64 da Lei n. 9.532/97 viabiliza o acompanhamento da evolução patrimonial do sujeito passivo da obrigação tributária e não impede a livre disposição do patrimônio do contribuinte. 11) A suspensão da exigibilidade do crédito tributário não implica o cancelamento do arrolamento de bens previsto nos § § 8º e 9º do art. 64 da Lei n. 9.532/97. 12) É incabível o mandado de segurança para convalidar a compensação tributária realizada pelo contribuinte. (Tese julgada pelo rito do art. 543-C do CPC/73 - Tema 258) (Súmula n. 460/STJ) 13) A compensação mediante o aproveitamento de tributo objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, nos termos do art. 170-A do CTN, não exige o trânsito em julgado da respectiva decisão judicial para as ações ajuizadas antes de 10/01/2001. 14) O disposto no art. 170-A do CTN aplica-se também a indébitos tributários decorrentes de vício de inconstitucionalidade. (Recurso Repetitivo - Tema 346) 15) A compensação de débitos tributários com precatórios vencidos, não pagos e adquiridos de terceiro, só é possível, à luz do art. 170 do CTN, quando houver lei específica autorizadora. 16) A extinção do crédito tributário por meio de compensação está sujeita à condição resolutória da sua homologação. 71 SÚMULAS SOBRE DIREITO TRIBUTÁRIO SEPARADAS POR ASSUNTO Princípio da Anterioridade Tributária - Súmula Vinculante nº 50: obrigação tributária não se sujeita Imunidades Tributárias - Súmula Vinculante nº 52: Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c, da Constituição Federal, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades - Súmula nº 730, STF: assistência social sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, c, da Constituição, somente alcança as entidades fechadas de previdência social privada se não houver - Súmula Vinculante nº 57: CF/88 aplica-se à importação e comercialização, no mercado interno, do livro eletrônico (e-book) e dos suportes exclusivamente utilizados para fixá-los, como leitores de livros eletrônicos (e-readers), ainda que possuam funcionalidades - Súmula nº 657, STF: d, da CF abrange os filmes e papéis fotográficos - Súmula nº 75, STF: compreende o impôsto de transmissão - Súmula nº 336, STF: de financiamento, não se estende à compra e venda entre particulares, embora - Súmula nº 591, STF: não se - Súmula nº 612, STJ: O certificado de entidade beneficente de assistência social (CEBAS), no prazo de sua validade, possui natureza declaratória para fins tributários, retroagindo seus efeitos à data em que demonstrado o cumprimento dos requisitos estabelecidos por lei complementar para a fruição da imunidade. Competências Tributárias - Súmula nº 69, STF: A Constituição estadual não pode estabelecer limite para o Constituição do crédito tributário - Súmula nº 436, STJ: débito fi scal constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência - Súmula nº 555, STJ: decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário conta-se exclusivamente na forma do art. 173, I, do CTN, nos casos em que a legislação atribui ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da - Súmula nº 612, STJ: decadência para a constituição do crédito tributário; exaurida a instância administrativa com o decurso do prazo para a impugnação ou com a notificação de 72 seu julgamento definitivo e esgotado o prazo concedido pela Administração para o pagamento voluntário, inicia-se o prazo prescricional para a cobrança judicial. Suspensão do Crédito Tributário - Súmula Vinculante nº 28: como requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a - Súmula nº 112, STJ: somente suspende a exigibilidade do crédito Denúncia Espontânea - Súmula nº 360, STJ: tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destemp Compensação Tributária - Súmula nº 212, STJ: - Súmula nº 213, STJ: mandado de segurança constitui ação adequada para a declaração do direito à - Súmula nº 460, STJ: É incabível o mandado de segurança para convalidar a - Súmula nº 461, STJ: O contribuinte pode optar por receber, por meio de precatório ou por compensação, o indébito tributário certificado por sentença - Súmula nº464, STJ: A regra de imputação de pagamentos estabelecida no art. 354 do Código Civil não se aplica às hipóteses de compensação tributária Prescrição e Decadência - Súmula Vinculante nº 8: do Decreto-Lei 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/1991, que tratam da - Súmula nº 106, STJ: cio, a demora na citação, por motivos inerentes ao mecanismo da justiça, não justifica o Repetição de Indébito - Súmula nº 546, STF: Cabe a restituição do tributo pago indevidamente, quando reconhecido por decisão, que o contribuinte "de jure" não recuperou do - Súmula nº 162, STJ: - Súmula nº 188, STJ: - Súmula nº 523, STJ: A taxa de juros de mora incidente na repetição de indébito de tributos estaduais deve corresponder à utilizada para cobrança do tributo pago em atraso, sendo legítima a incidência da taxa Selic, em ambas as hipóteses, quando - Súmula nº 625, STJ: não interrompe o prazo prescricional para a ação de repetição de indébito tributário 73 de que trata o art. 168 do CTN nem o da execução de título judicial contra a Fazenda Pública. Responsabilidade Tributária - Súmula nº 430, STJ: não gera, por si só, a responsabilidade solidária do sócio- Responsabilidade Solidária de Sócio- Gerente - Súmula nº 435, STJ: Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio- - Súmula nº 554, STJ: dade da sucessora abrange não apenas os tributos devidos pela sucedida, mas também as multas moratórias ou punitivas referentes a fatos geradores ocorridos até a data Isenções - Súmula nº 554, STF: - Súmula nº 581, STF: para efeito de isenção tributária, legitimou-se com o advento do Decreto-lei nº 666, de 2-7-1969. Coisa Julgada - Súmula nº 239, STF: determinado exercício não faz coisa julgada em relação aos posteriores. Certidão Negativa - Súmula nº 70, STF: e estabelecimento como meio - Súmula nº 323, STF: - Súmula nº 547, STF: te em débito adquira estampilhas, despache mercadorias nas alfândegas e exerça suas - Súmula nº 127, STJ: - Súmula nº 446, STJ: é legítima a recusa de expedição de certidão negativa ou positiva com efeito de negativa. REFINS - Súmula nº 355, STJ: programa de - Súmula nº 437, STJ: a quinhentos mil reais para opção pelo Refis pressupõe a homologação expressa do comitê gesto SIMPLES - Súmula nº 425, STJ: - Súmula nº 448, STJ: elo Simples de estabelecimentos dedicados às atividades de creche, pré-escola e ensino fundamental é admitida somente a partir IR - Súmula nº 93, STF: Não está isenta do impôsto de renda a atividade profissional 74 - Súmula nº 585, STF: Não incide o imposto de renda sobre a remessa de divisas para pagamento de serviços prestados no exterior, por empresa que não opera no - Súmula nº 586, STF: Incide imposto de renda sobre os juros remetidos para o - Súmula nº 587, STF: Incide imposto de renda sobre o pagamento de serviços - Súmula nº 125, STJ: por necessidade do - Súmula nº 136, STJ: -premio não gozada por - Súmula nº 215, STJ: pela adesão a programa de - Súmula nº 262, STJ: - Súmula nº 386, STJ: - Súmula nº 447, STJ: de restituição de imposto de renda retido na fonte proposta por seu - Súmula nº 463, STJ: de indenização por horas extraordinárias trabalhadas, ainda que decorrentes de - Súmula nº 498, STJ: indenização por danos - Súmula nº 556, STJ: da complementação de aposentadoria pago por entidade de previdência privada e em relação ao resgate de contribuições recolhidas para referidas entidades patrocinadoras no período de 1º/1/1989 a 31/12/1995, em razão da isenção concedida pelo art. 6º, VII, b, da Lei n. 7.713/1988, na redação anterior à que lhe foi - Súmula nº 590, STJ: l a atrair a incidência do imposto de renda, em caso de liquidação de entidade de previdência privada, a quantia que couber a cada participante, por rateio do patrimônio, superior ao valor das respectivas contribuições à entidade em liquidação, devidamente atualizadas e - Súmula nº 598, STJ: o reconhecimento judicial da isenção do imposto de renda, desde que o magistrado entenda suficientemente demonstrada a doença grave por outros m 75 - Súmula nº 627, STJ: isenção do imposto de renda, não se lhe exigindo a demonstração da IPI - Súmula Vinculante nº 58: Inexiste direito a crédito presumido de IPI relativamente à entrada de insumos isentos, sujeitos à alíquota zero ou não tributáveis, o que não contraria o princípio da não cumulatividade. - Súmula nº 591, STF: A imunidade ou a isenção tributária do comprador não se - Súmula nº 411, STJ: quando há oposição ao seu aproveitamento decorrente de resistência ilegítima do - Súmula nº 494, STJ: do IPI relativo às exportações incide mesmo quando as matérias-primas ou os insumos sejam adquiridos de pessoa física ou jurídica não contribuinte do PIS/P - Súmula nº 495, STJ: IOF - Súmula nº 664, STF: É inconstitucional o inciso V do art. 1º da Lei 8.033/90, que instituiu a incidência do imposto nas operações de crédito, câmbio e seguros - IOF - Súmula nº 185, STJ: ITR - Súmula nº 139, STJ: Fazenda Nacional propor execução ICMS - Súmula Vinculante nº 32: O ICMS não incide sobre alienação de salvados de - Súmula Vinculante nº 48: Na entrada de mercadoria importada do exterior, é - Súmula nº 573, STF: Não constitui fato gerador do imposto de circulação de mercadorias a saída física de máquinas, utensílios e implementos a título de comodato - Súmula nº 574, STF: Sem lei estadual que a estabeleça, é ilegítima a cobrança do imposto de circulação de mercadorias sobre o fornecimento de alimentação e - Súmula nº 661, STF: Na entrada de mercadoria importada do exterior, é legítima - Súmula nº 662, STF: É legítima a incidência do ICMS na comercialização de - Súmula nº 95, STJ: 76 - Súmula nº 129, STJ: do ICMS quando realiza a exportação do produto e não ao estocar a materia- - Súmula nº 135, STJ: - Súmula nº 155, STJ: - Súmula nº 163, STJ: de serviços em bares, restaurantes e estabelecimentos similares constitui fato - Súmula nº 166, STJ: o gerador do ICMS o simples deslocamento - Súmula nº 198, STJ: - Súmula nº 237, STJ: es com cartão de crédito, os encargos relativos - Súmula nº 334, STJ: - Súmula nº 350, STJ: de habilitação de telefone - Súmula nº 391, STJ: - Súmula nº 395, STJ: nte da - Súmula nº 431, STJ: - Súmula nº 432, STJ: pagar ICMS sobre mercadorias adquiridas como insumos em operações - Súmula nº 433, STJ: -elaborado, para fins de incidência de ICMS, é aquele que preenche cumulativamente os três requisitos do art. 1º da Lei - Súmula nº 457, STJ: - Súmula nº 509, STJ: -fé aproveitar os créditos de ICMS decorrentes de nota fiscal posteriormente declarada inidônea, quando 77 - Súmula nº 649, STJ: "Não incide ICMS sobre o serviço de transporte interestadual de mercadorias destinadas ao exterior." IPVA - Súmula nº 585, STJ: -proprietário, prevista no art. 134 do Código de Trânsito Brasileiro _ CTB, não abrange o IPVA incidente sobre ITCMD - Súmula nº 112, STF: O impôsto de transmissão causa mortis é devido pela - Súmula nº 113, STF: O impôsto de transmissão causa mortis é calculado sôbre - Súmula nº 114, STF: O impôsto de transmissão causa mortis não é exigível antes - Súmula nº 115, STF: Sôbre os honorários do advogado contratado pelo inventariante, com a homologação do juiz, não incide o impôsto de transmissão causa mortis - Súmula nº 331, STF: É legítima a incidência do impôsto de transmissão causa mortis - Súmula nº 590, STF: Calcula-se o imposto de transmissão causa mortis sobre o saldo credor da promessade compra e venda de imóvel, no momento da abertura IPTU - Súmula Vinculante º 52: ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, "c", da Constituição Federal, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades - Súmula nº 539, STF: É constitucional a lei do Município que reduz o impôsto predial urbano sôbre imóvel ocupado pela residência do proprietário, que não - Súmula nº 583, STF: Promitente-Comprador de imóvel residencial transcrito em - Súmula nº 589, STF: É inconstitucional a fixação de adicional progressivo do imposto predial e territorial urbano em função do número de imóveis do - Súmula nº 668, STF: É inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes da Emenda Constitucional 29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se destinada a assegurar o cumprimento da função social da - Súmula nº 169, STJ: - Súmula nº 397, STJ: envio d 78 - Súmula nº 399, STJ: - Súmula nº 614, STJ: relação jurídico-tributária de IPTU e de taxas referentes ao imóvel alugado nem para - Súmula nº 626, STJ: considerada pela lei local como urbanizável ou de expansão urbana não está condicionada à existência dos melhoramentos elencados no art. 32, § ISS - Súmula Vinculante º 31: Serviços de Qualquer Natureza - Súmula nº 588, STF: O imposto sobre serviços não incide sobre os depósitos, as - Súmula nº 663, STF: Os §§ 1º e 3º do art. 9º do Dl. 406/68 foram recebidos pela - Súmula nº 156, STJ: mposição grafica, personalizada e sob encomenda, ainda que envolva fornecimento de mercadorias, - Súmula nº 167, STJ: construção civil, preparado no trajeto ate a obra em betoneiras acopladas a caminhões, e prestação de serviço, sujeitando- - Súmula nº 274, STJ: médica, incluindo-se neles as refeições, os medicamentos e as diárias hospitala - Súmula nº 424, STJ: - Súmula nº 524, STJ: a taxa de agenciamento quando o serviço prestado por sociedade empresária de trabalho temporário for de intermediação, devendo, entretanto, englobar também os valores dos salários e encargos sociais dos trabalhadores por ela contratados nas hipóteses de fornecimento ITBI - Súmula nº 75, STF: Sendo vendedora uma autarquia, a sua imunidade fiscal não compreende o impôsto de transmissão inter vivos - Súmula nº 110, STF: O impôsto de transmissão inter vivos não incide sôbre a construção, ou parte dela, realizada pelo adquirente, mas sôbre o que tiver sido - Súmula nº 470, STF: O impôsto de transmissão inter vivos não incide sôbre a construção, ou parte dela, realizada, inequivocamente, pelo promitente comprador, 79 - Súmula nº 656, STF: É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o imposto de transmissão inter vivos de bens imóveis - ITBI com TAXAS - Súmula Vinculante nº 12: A cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas viola - Súmula Vinculante nº 19: exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis não viola o art. 145, II, da Constituição Federal - Súmula Vinculante nº 29: constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra - Súmula Vinculante nº 41: não pode ser - Súmula nº 595, STF: inconstitucional a taxa municipal de conservação de estradas de rodagem cuja base de cálculo seja idêntica a do imposto territorial - Súmula nº 667, STF: Viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa - Súmula nº 665, STF: constitucional a Taxa de Fiscalização dos Mercados de Títulos e - Súmula nº 670, STF: O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado Contribuições - Súmula Vinculante nº 40: - Súmula nº 659, STF: sobre as operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, - Súmula nº 732, STF: ição do salário- educação, seja sob a Carta de 1969, seja sob a Constituição Federal de 1988, e no - Súmula nº 77, STJ: A Caixa Economica federal e parte ilegitima para figurar no polo passivo das ações relativas as contribuições - Súmula nº 351, STJ: A alíquota de contribuição para o Seguro de Acidente do Trabalho (SAT) é aferida pelo grau de risco desenvolvido em cada empresa, individualizada pelo seu CNPJ, ou pelo grau de risco da atividade preponderante - Súmula nº 423, STJ: A Contribuição para Financiamento da Seguridade Social Cofins incide sobre as receitas provenientes das operações de locação de bens 80 - Súmula nº 458, STJ: A contribuição previdenciária incide sobre a comissão paga - Súmula nº 499, STJ: As empresas prestadoras de serviços estão sujeitas às - Súmula nº 508, STJ: A isenção da Cofins concedida pelo art. 6º, II, da LC n. 70/1991 às sociedades civis de prestação de serviços profissionais foi revogada pelo - Súmula nº 584, STJ: As sociedades corretoras de seguros, que não se confundem com as sociedades de valores mobiliários ou com os agentes autônomos de seguro privado, estão fora do rol de entidades constantes do art. 22, § 1º, da Lei n. 8.212/1991, não se sujeitando à majoração da alíquota da Cofins prevista no art. 18 Fiscalização Tributária - Súmula nº 439, STF: GATT - Súmula nº 575, STF: signatário do GATT, ou membro da ALALC, estende-se a isenção do imposto de circulação de mercadorias concedida a similar nacional. - Súmula nº 20, STJ: A mercadoria importada de pais signatario do GATT e isenta do ICM, quando contemplado com esse favor Liberação Alfandegária - Súmula nº 262, STF: DRAWBACK - Súmula nº 569, STJ: Na importação, é indevida a exigência de nova certidão negativa de débito no desembaraço aduaneiro, se já apresentada a comprovação da quitação de tributos federais quando da concessão do benefício relativo ao