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Módulo Controle da Incidência Tributária SEMINÁRIO III - SISTEMA, COMPETÊNCIA E PRINCÍPIOS Questões 1) Que é sistema? Há diferença entre sistema e ordenamento jurídico? Pode-se dizer que o direito positivo se caracteriza como um sistema? Que se entende por “sistema constitucional tributário”? Sistema é um conjunto de elementos conectados entre si e organizados em torno de componentes centrais, formando, assim, um todo unificado. Esses componentes centrais são elementos essenciais dos sistemas e são conhecidos como princípios. Segundo Paulo Ayres Barreto, sistema teria as seguintes características: “Haveria traços e requisitos comuns pertinentes a todo o sistema, independentemente do campo possível de sua atuação. O qualitativo que associa ao signo sistema (econômico, político, social e jurídico) deve, necessariamente, na conformação de seu ambiente sistêmico interno, guardar compatibilidade com esses trações e requisitos gerais identificados com a teoria geral dos sistemas” O direito positivo é um sistema normativo prescritivo que utiliza a racionalidade humana com propósitos diretos e é expresso em linguagem técnica. A ciência do direito, por sua vez, é a disciplina que analisa o direito positivo, sendo também um sistema normativo, mas de natureza declarativa ou teórica. Por conta dessa característica, a ciência do direito precisa de uma hipótese-limite sobre a qual possa construir suas estruturas. Na prática, ela fundamenta a Constituição e não permite questionamentos sobre fatos anteriores a ela. Paulo de Barros Carvalho descreve a Constituição como "o espaço principal das diretrizes que informam a organização do Estado, limitando-se a delinear as características predominantes das várias instituições que a legislação comum posteriormente desenvolve, conferindo-lhes forma final.”1 Por isso, a ordem jurídica é considerada um sistema constitucional. 1 CARVALHO, Paulo de Barros. Curso De Direito Tributário. 30ª ed. São Paulo: Saraiva Educação. 2019. Módulo Controle da Incidência Tributária Nesse contexto, o direito tributário é uma subclasse dentro desse sistema constitucional. O subsistema constitucional tributário é, portanto, um conjunto integrado de normas que tratam de questões tributárias no âmbito constitucional. Esse subsistema regula os poderes do Estado, estabelece tributos e prescreve medidas que garantem os direitos dos contribuintes frente às autoridades estatais, entre outros aspectos. Segundo Paulo de Barros Carvalho (2019):2 “Empreende, na trama normativa, uma construção harmoniosa e conciliadora, que visa a atingir o valor supremo da certeza, pela segurança das relações jurídicas que se estabelecem entre Administração e administrados. E, ao fazê-lo, enuncia normas que são verdadeiros princípios, tal o poder aglutinante de que são portadoras, permeando, penetrando e influenciando um número inominável de outras regras que lhe são subordinadas.” Isso significa que o subsistema constitucional tributário tem a finalidade de estabelecer os princípios que nortearão o direito tributário e fornecerá diretrizes gerais para a tributação, atuando como um equilíbrio entre o poder do Estado e os direitos do contribuinte. 2) Que é princípio, como é e para que serve? Há diferença entre regras e princípios? No caso de conflito, qual deve prevalecer? E no caso de conflito entre princípios, qual critério deve informar a solução? (Vide anexos I, II e III). Os princípios são preceitos carregados de valor que, devido ao seu papel estrutural, exercem influência sobre todo o ordenamento jurídico. Eles estabelecem critérios objetivos para a interpretação dos valores que protegem, independentemente da forma que adotam. (CARVALHO, 2019). Embora os princípios possam ser incorporados ao direito positivo, eles não devem ser confundidos com regras. Enquanto as regras têm aplicação automática e abrangente, os princípios podem não se aplicar de forma tão direta. 2 CARVALHO, Paulo de Barros. Curso De Direito Tributário. 30ª ed. São Paulo: Saraiva Educação. 2019. Módulo Controle da Incidência Tributária Além disso, as regras não possuem o mesmo peso valorativo e importância que os princípios. Outra diferença crucial é que, quando há conflito entre duas regras, a análise deve considerar a especificidade e o critério temporal para determinar qual delas prevalecerá, afastando a que não se aplicar. Já os princípios devem ser ponderados e equilibrados, levando em consideração a relevância e o valor de cada um para o caso específico, sem que um princípio seja completamente excluído do sistema, pois ele pode prevalecer em outra situação (SCHOUERI, 2019).3 É importante observar que, quando uma regra entra em conflito com um princípio, o princípio constitucional deve prevalecer. Caso contrário, a norma que conflite com o princípio pode ser declarada inconstitucional. Isso se aplica, por exemplo, aos princípios da legalidade, anterioridade, irretroatividade, isonomia, e da proibição ao confisco. 3) Identificar, nas situações a seguir, se algum princípio foi desrespeitado e, em caso afirmativo, indicar (i) qual, (ii) o dispositivo normativo e (iii) em qual modalidade opera (valor e/ou limite objetivo). Justificar: a) instituição e regulamentação de dever instrumental por meio de instrução normativa (Vide anexo IV); Não. Talvez fosse possível argumentar a violação do princípio da legalidade. Contudo, apenas a criação e regulamentação de dever instrumental por meio de IN, por si só, não viola tal princípio. b) estipulação de graus de risco da atividade laborativa (para o SAT) por meio de decreto (Vide anexos V e VI); Não. Os próprios anexos à este seminário demonstram que não há nenhuma ilegalidade estipular grau de risco por meio de decreto. Isto porque, cada empresa poderá possui atividades preponderantes que possuem graus de riscos diferentes e portanto, estipular via decreto não excede os limites do 3 SCHOUERI, Luís Eduardo. Direito Tributário. 9ª ed. São Paulo: Saraiva Educação. 2019. Módulo Controle da Incidência Tributária poder regulamentar do Executivo. c) multas sancionatórias na percentagem de 75% (Vide anexos VII e VIII); Inicialmente entendo que há violação ao princípio não-confisco, razoabilidade e da capacidade contributiva. Entretanto, de acordo com os julgados apresentados nos anexos a multa possui limitação até o valor do tributo devido. Portanto, somente seria ilegal a aplicação de multa em percentual que supere o valor do tributo devido. Posicionamento do qual discordo. d) imposto de importação com alíquota de 150%; Por se tratar de um tributo extrafiscal, cujo objetivo é proteger o equilibrio economico, não há ilegalidade. Inclusive, trata-se de uma exceção ao principio do não-confisco. e) lei municipal ou distrital que institui responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa; O art. 128 do CTN4, prevê: “Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a êste em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação.” Diante disso, entendo que não há irregularidade. f) elaboração, pelo CONFAZ, de lista de produtos semielaborados sujeitos à incidência do ICMS (Vide anexo IX); O tema se trata de matéria reservada a Lei Complementar e por meio da lei complementar o legislador outorgou ao CONFAZ essa responsabilidade. Inclusive, no 4 BRASIL. Lei n. 5.172: Código Tributário Nacional. Diário Oficial da União: Brasília/DF. 1966. Módulo Controle da Incidência Tributária anexo em questão, o STF reconhece a constitucionalidade da leique atribui essa responsabilidade. Portanto, não há qualquer irregularidade. g) penhora, em execução fiscal, de automóvel de pequeno valor utilizado para transportar portador de necessidades especiais (Vide anexo X). Sim. No caso de penhora de automóvel de pequeno valor utilizado para transportar portador de necessidades especiais, entendo que há violação ao princípio da dignidade da pessoa humana. Embora não conste no rol de bens impenhoráveis, há de se destacar que o bem é indispensável para que a pessoa viva de forma digna. h) quebra do sigilo bancário em favor da fiscalização (Vide anexos XI e XII). Entendo que tal ação fere o princípio da privacidade. Contudo, em que pese meu entendimento, o STF já decidiu pela constitucionalidade da obtenção pela administração publica de informações diretamente com a instituição financeira para fins de apuração de créditos tributários. i) a imposição da desistência das discussões judiciais e administrativas para adesão a parcelamento de débitos; Entendo que há violação ao princípio do contraditório e ampla defesa. Contudo, o entendimento da jurispruidência e que a adesão ao parcelamento, presume-se reconhecimento do débito, e se o contribuinte opta por discutir o débito, vai em contradição ao pagamento das parcelas. j) desconsideração de negócio jurídico realizado pelo contribuinte mediante planejamento tributário em razão de ausência de propósito negocial nos atos praticados pelo contribuinte. O entendimento majoritário é de que não há violação aos princípios, pois qualquer negócio jurídico deve perseguir uma finalidade econômica, respeitando a função social do contrato, com o objetivo principal de otimizar os negócios da empresa. Contudo, há também o entendimento de que a economia de tributos, por si só, constitui Módulo Controle da Incidência Tributária um propósito negocial legítimo, e que a desconsideração dessa prática violaria os princípios da livre iniciativa e da legalidade. 4) Que é, como é e para que serve a competência tributária? Quais as características da competência tributária? Qual a diferença entre competência tributária e capacidade tributária? Analisar a facultatividade do seu exercício relativamente à Lei de Responsabilidade Fiscal (LC n. 101/005), que veda a transferência voluntária de receitas a entes que tenham deixado de instituir algum tributo de sua competência. (Vide anexo XIII) A competência tributária refere-se ao poder de criar, modificar e extinguir tributos, que é concedido pela Constituição Federal aos entes federativos com o objetivo de financiar o setor público. Segundo Paulo de Barros Carvalho, essa competência é "a capacidade de legislar e criar normas jurídicas sobre tributos" (2019). Essa competência é política, não pode ser delegada, renunciada ou transferida, e não possui um prazo definido para sua execução. Embora a competência tributária possa ser vista como facultativa, há um debate sobre a exigência expressa na Lei de Responsabilidade Fiscal, especificamente no artigo 11, que estipula que todos os tributos atribuídos a um ente tributante devem ser instituídos, sob pena de sanções, como a não recepção de repasses voluntários de outros entes. Esse aspecto levanta a questão de se a competência é realmente facultativa se há penalidades para seu não cumprimento. É necessária esclarecer que a lei não pode sobrepor-se à Constituição Federal, que não obriga os entes políticos a instituírem todos os tributos que lhes são atribuídos pela competência. O Supremo Tribunal Federal (STF) já se posicionou e considerou que tal restrição não constitui uma violação da Constituição. 5) Que é competência tributária? Em 20 de Dezembro de 2023 tivemos a promulgação da Emenda Constitucional 132 alterando, de forma significativa, o 5 Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da Federação. Parágrafo único. É vedada a realização de transferências voluntárias para o ente que não observe o disposto no caput, no que se refere aos impostos. Módulo Controle da Incidência Tributária Sistema Tributário Nacional. Dentre essas alterações, nota-se um novo arranjo na distribuição das competências tributárias atribuídas aos Estados, aos Municípios e ao Distrito Federal pelo poder originário da Constituição Federal de 1988 com a unificação do ICMS e do ISS, que corporificar-se-á com a instituição da regra-matriz de incidência do imposto sobre bens e serviços (IBS)6, cuja gestão administrativa incumbirá ao Comitê Gestor do IBS7. Em sua opinião essa emenda constitucional viola os Princípios do Pacto Federativo e do Federalismo Fiscal? O fato de a Emenda trazer regras8 sobre o repasse do produto da arrecadação desse imposto único para os Estados, Municípios e Distrito Federal, altera sua conclusão à resposta anterior? Conforme exposto na questão anterior, a competência tributária refere-se ao poder de criar, modificar e extinguir tributos, que é concedido pela Constituição Federal aos entes federativos com o objetivo de financiar o setor público. Segundo Paulo de Barros Carvalho, essa competência é "a capacidade de legislar e criar normas jurídicas sobre tributos" (2019). Inicialmente, cabe esclarecer que o Pacto Federativo nada mais é que o conjunto de dispositivos que definem a forma de Estado, bem como os campos de atuação dos entes federados. Aqui, estamos diante de uma autonomia dos entes. O Federalismo Fiscal refere-se a parte que atribui competência para arrecadação a cada ente, bem como a repartição das receitas. Do meu ponto de vista, na prática, ainda não sabemos como essa alteração ocorrerá. Contudo, destaca-se que a autonomia dos entes federativos não se resume a 6 Art. 156-A. Lei complementar instituirá imposto sobre bens e serviços de competência compartilhada entre Estados, Distrito Federal e Municípios. 7 Art. 156-B. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios exercerão de forma integrada, exclusivamente por meio do Comitê Gestor do Imposto sobre Bens e Serviços, nos termos e limites estabelecidos nesta Constituição e em lei complementar, as seguintes competências administrativas relativas ao imposto de que trata o art. 156-A: 8 Art. 156-A. (...) § 5º Lei complementar disporá sobre: I - as regras para a distribuição do produto da arrecadação do imposto, disciplinando, entre outros aspectos: a) a sua forma de cálculo; b) o tratamento em relação às operações em que o imposto não seja recolhido tempestivamente; c) as regras de distribuição aplicáveis aos regimes favorecidos, específicos e diferenciados de tributação previstos nesta Constituição; Módulo Controle da Incidência Tributária transferência de recursos pela União mas a capacidade desses entes de instituir e gerir seus próprios tributos. Dessa forma, a extinção do ISS e ICMS para instituição do IBS poderá ser visto como uma supressão de competência dos Estados e Municípios, e isso viola os mencionados princípios. Além disso, instituir a competência concentrada na União, poderá fazer com que os Estados e Municípios tenha a capacidade de administração de seus tributos reduzida, o que também configura uma violação ao federalismo. Portanto, no meu entendimento, a EC pode sim violar os Princípios do Pacto Federativo e do Federalismo Fiscal, e conforme acima exposto, a simples determinação de repasse da arrecadação pela união, não configura autonomia e portanto, não altera a conclusão da resposta anterior. 6) A Emenda Constitucional n. 132/2023 alterou o caput do art. 149-A, mantendo a redação do seu parágrafo único, que passou a dispor o seguinte: “Art. 149-A. Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, parao custeio, a expansão e a melhoria do serviço de iluminação pública e de sistemas de monitoramento para segurança e preservação de logradouros públicos, observado o disposto no art. 150, I e III. Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica”. Com fundamento nesse dispositivo, a Prefeitura de Itumambé instituiu o seguinte tributo: Prefeitura Municipal de Itumambé, Decreto Municipal 02 de 04/01/2024 (DOM 05/01/2024) Art. 1º Fica instituída contribuição para o custeio a expansão e a melhoria do serviço de iluminação pública e de sistemas de monitoramento para segurança e preservação de logradouros públicos que tem como fato gerador a prestação do serviço de energia elétrica pelo Município. Art. 2º A base de cálculo é o valor da fatura de consumo de energia elétrica. § 1º A alíquota é de 0,5%. § 2º Os contribuintes que morarem na região central pagarão 50% a mais do valor devido. Art. 3º Contribuinte é o consumidor de energia elétrica. Módulo Controle da Incidência Tributária Art. 4º Compete à Secretaria de Finanças fiscalizar o abatimento realizado pela concessionária. Art. 5º A importância devida a título dessa contribuição deve ser paga até o último dia do mês subsequente da verificação do consumo e recolhida pela concessionária de energia elétrica juntamente com a fatura mensal de consumo, ficando a concessionária responsável pelo abatimento do montante recolhido da fatura municipal. Parágrafo único. O não-pagamento da contribuição, ou o não repasse, implica multa de 150 UFIRs. Art. 6º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, devendo produzir todos os seus efeitos a partir do dia 05/01/2024. (...). Pergunta-se: a) O sistema constitucional tributário brasileiro admite alterações na faixa de competência tributária das pessoas políticas? Há alguma vedação à ampliação da competência tributária municipal por meio de emenda constitucional? Em caso afirmativo, qual(is)? A alteração da competência tributária só é permitida por meio de Emenda Constitucional. O princípio da Federação não pode ser alterado por legislações infraconstitucionais, uma vez que a competência tributária é atribuída pela Constituição. Portanto, um ente político não pode, por meio de lei ordinária, transferir ou delegar sua competência tributária a outro ente, pois a Constituição é a fonte que confere essas competências. A competência tributária é irrenunciável, a sua não utilização não resulta na perda da competência, uma vez que o exercício é facultativo. A questão em debate é se uma Emenda Constitucional pode transferir a competência tributária de uma unidade federativa para outra — por exemplo, de Estados e Distrito Federal para a União — sem infringir os princípios da Federação. No entanto, a Constituição de 1988 não especifica limites diretos para emendas constitucionais que alterem a competência tributária. Módulo Controle da Incidência Tributária Esses argumentos sustentam a visão de que a alteração da competência tributária por meio de emenda constitucional não violaria princípios constitucionais, pois, se a Constituição concede competências tributárias a determinados entes federativos, ela também pode, através de emenda, modificar essas competências. b) Os Municípios podem, na criação de tal contribuição, com fundamento no art. 149-A da CF, utilizar uma das materialidades que lhes foram atribuídas constitucionalmente para a instituição de impostos? E das materialidades atribuídas aos Estados, Distrito Federal e União por ocasião da repartição constitucional das competências para instituição de impostos? Há vedação constitucional quanto à materialidade eleita: “consumir energia”? Justifique (Vide anexo XIV). Os municípios não tem a autoridade para criar novos impostos além dos já previstos na legislação. Os municípios devem se limitar às categorias de impostos estabelecidas e não podem ultrapassar sua competência, sob pena de violar o sistema federativo e violação à ilegalidade. No que tange à tributação sobre energia elétrica, o §3º do artigo 155 da Constituição Federal especifica que, com exceção dos impostos mencionados no inciso II do caput deste artigo e nos artigos 153, I e II, nenhum outro imposto pode incidir sobre operações relacionadas à energia elétrica, serviços de telecomunicações, produtos derivados do petróleo, combustíveis e minerais. Entretanto, um tributo que se qualifica como contribuição, e não como imposto, pode ser considerado constitucional mesmo em relação a esses temas. c) Quais princípios tributários não foram observados pela Prefeitura de Itumambé ao instituir esse tributo? A Prefeitura pode escolher quais princípios tributários quer aplicar e afastar os outros? A prefeitura violou os seguintes princípios: Legalidade: Instituiu tributos por decreto quando deveria ter feito por Lei. Anterioridade Nonagesimal: Implementou o tributo de forma imediata, sem respeitar o prazo mínimo de noventa dias. Módulo Controle da Incidência Tributária Não-Confisco: Aplicou uma multa exorbitante e desproporcional, violando o princípio de que tributos não devem ter caráter confiscatório. Capacidade Contributiva e Isonomia: O §2º do artigo 2º prevê tratamento desigual, o que é incompatível com a equidade tributária. O ente federativo não pode optar por um princípio em detrimento de outro. d) A alteração do prazo de pagamento deve respeitar o princípio da anterioridade? Em qual o critério da Regra-Matriz de Incidência figura o prazo para pagamento do tributo? (Vide anexos XV, XVI e XVII). Não. A Súmula Vinculante nº 50 estabelece que "Norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade." Além disso, os anexos indicados sustentam no mesmo sentido. O prazo para pagamento do tributo está incluído no critério temporal da Receita de Multas e Impostos (RMIT), conforme estipulado no artigo 5º do decreto correspondente.