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XII FATECLOG GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS NO AGRONEGÓCIO: DESAFIOS E OPORTUNIDADES NO CONTEXTO ATUAL FATEC MOGI DAS CRUZES MOGI DAS CRUZES/SP - BRASIL 18 E 19 DE JUNHO DE 2021 ISSN 2357-9684 A GESTÃO DA QUALIDADE NA MELHORIA DA PRODUTIVIDADE EMPRESARIAL JOSÉ IRAN DOS SANTOS (FATEC LINS) iransao@yahoo.com.br REINALDO BELTRÃO (FATEC LINS) reinaldojunior86@yahoo.com EDUARDO TERAÓKA TOFOLI (FATEC LINS) eduardo.tofoli@fatec.sp.gov.br RESUMO Com a alta competitividade no mercado, na qual os clientes estão cada vez mais exigentes, tem levado as empresas a buscarem inovações e soluções a fim de reduzir custos, aprimorar processos, garantir a qualidade e agilidade, objetivando gerar vantagem competitiva perante os concorrentes. As ferramentas utilizadas para o aumento da produtividade buscam melhorar o processo produtivo, trazendo essas melhorias através de mudanças na disposição dos elementos integrantes do processo. Portanto o presente trabalho tem como objetivo, verificar a importância da gestão da qualidade na melhoria da produtividade empresarial. Para atingir esse objetivo, foi realizado uma pesquisa bibliográfica, através de livros e artigos científicos, para melhorar o embasamento teórico e depois foi realizado um estudo de caso em uma empresa do ramo de fabricação de latas. Com a realização da pesquisa foi possível verificar que a empresa obteve um aumento no volume de produção, uma redução com o desperdício, redução com perdas de embalagens e uma diminuição com as reclamações dos colaboradores quanto a postura da atividade (Ergonomia). PALAVRAS-CHAVE: Qualidade. Processo Produtivo. Produtividade. Melhoria de Processo. A B S T R A C T The high competitiveness in the market, which customers are increasingly demanding, has led companies to look for solutions and innovations in order to reduce costs, improve processes, assure quality and agility, aiming to generate competitive advantage over competitors. The tools used to increase productivity seek to improve the production process, bringing these improvements through changes in the layout of the elements of the process. Therefore the present work aims to verify the importance of quality management in improving business productivity. In order to achieve this goal, a literature research was carried out, through books and scientific articles, to improve the theoretical basis and then a case study was carried out in a company of the manufacture of cans. With the accomplishment of the research it was possible to verify that the company acquires an increase in the volume of production, a reduction with the waste, losses of packaging reduction and a decrease with the employees' complaints regarding to the posture of the activity (Ergonomics). Keywords: Automation. Productive Process. Process Improvement . 1. INTRODUÇÃO XII FATECLOG - GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS NO AGRONEGÓCIO: DESAFIOS E OPORTUNIDADES NO CONTEXTO ATUAL FATEC MOGI DAS CRUZES MOGI DAS CRUZES/SP - BRASIL 18 E 19 DE JUNHO DE 2021 XII FATECLOG GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS NO AGRONEGÓCIO: DESAFIOS E OPORTUNIDADES NO CONTEXTO ATUAL FATEC MOGI DAS CRUZES MOGI DAS CRUZES/SP - BRASIL 18 E 19 DE JUNHO DE 2021 ISSN 2357-9684 As atividades ligadas à qualidade assumiram diferentes características ao longo do tempo, e com as transformações no cenário das organizações, a maior preocupação das empresas é como competir com grandes e repentinas mudanças no mercado. O aumento da produtividade é muito maior que o simples aumento dos níveis de produção, devendo estar totalmente integrado ao conceito de qualidade total, oferecendo à organização industrial possibilidade de alcançar ganhos em todos os aspectos de suas operações. Slack, Chambers e Johnston, (2002) dizem que algumas empresas utilizam técnicas na tentativa de reduzir custos e consequentemente seus preços de venda. Já outras, investem em programas relacionados à qualidade, investimentos tecnológicos e outras técnicas propostas para se atingir o objetivo desejado. O aumento da produtividade deve ser buscado, então, através do aumento da qualidade dos produtos ao longo de todo seu ciclo de vida, começando desde a decisão pela introdução de um novo produto ou processo. Assim, pode-se dizer que: “Administração da qualidade total (TQM) talvez seja a abordagem mais significativa com relação ao aprimoramento da gestão de operação. Deve haver poucos, se houver, gerentes em qualquer economia desenvolvida que não tenha ouvido falar de TQM” e de seu impacto na prevenção de erros (SLACK, CHAMBERS E JOHNSTON, 2002, p. 625). Pensando nisso, pode-se dizer que, na verdade, as empresas devem ofertar produtos e serviços que atendam às necessidades e expectativas do mercado, que sejam úteis, que cubram custos, que garantam lucros e que tenham preços competitivos. Para que isso aconteça, às empresas precisam conhecer muito bem o mercado que querem atender ou atendem (nicho de mercado), verificar a melhor estratégia de atuação, recursos e tecnologia necessárias para a obtenção de produtos, aquisição e controle de matérias-primas, conhecer a atuação dos concorrentes, a utilização correta da informação que quando bem utilizada e organizada representa o meio de integrar as diversas funções, processos e setores e outros tantos conhecimentos necessários para obter o sucesso desejado. A empresa que trabalha com qualidade, consequentemente possui uma melhor produtividade. Sabendo disso, o objetivo desse trabalho será de verificar a importância da gestão da qualidade na melhoria da produtividade empresarial. Para atingir esse objetivo foi realizado uma pesquisa bibliográfica, através de livros, artigos e artigos científicos, assim como, uma pesquisa-ação em uma empresa de embalagem metálicas, localizada na cidade de Lins - SP O tema Qualidade e Produtividade nas empresas é uma preocupação crescente em todas as empresas que buscam ser altamente competitivas em mercados cada vez mais globalizados. 2. GESTÃO DA PRODUÇÃO E SUA MELHORIA Segundo Martins e Laugeni (2002), todas as atividades desenvolvidas por uma empresa visando atender seus objetivos de curto, médio e longo prazo se interrelacionam, na maioria das vezes de forma complexa. Diante disso, como tais atividades transformam insumos e matérias-primas em produtos acabados e/ou serviços, demandam recursos que, por sua vez devem agregar valor ao produto final, isso constitui um dos principais objetivos da Administração da Pode-se dizer então que administrar produção significa lidar com meios de produção, obtendo deles funcionalidade que permita conseguir bens com qualidade assegurada e o montante correspondente aos recursos usados (MOREIRA, 2004). XII FATECLOG - GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS NO AGRONEGÓCIO: DESAFIOS E OPORTUNIDADES NO CONTEXTO ATUAL FATEC MOGI DAS CRUZES MOGI DAS CRUZES/SP - BRASIL 18 E 19 DE JUNHO DE 2021 XII FATECLOG GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS NO AGRONEGÓCIO: DESAFIOS E OPORTUNIDADES NO CONTEXTO ATUAL FATEC MOGI DAS CRUZES MOGI DAS CRUZES/SP - BRASIL 18 E 19 DE JUNHO DE 2021 ISSN 2357-9684 Como a concorrência no mercado é acirrada a produção precisa estar sempre atenta a novas técnicas e melhorar a forma de produzir, e que tudo esteja planejado e controlado, a produção necessita estar sempre melhorando, e medindo a forma de desempenho mesmo com a sua classificação de produção ou qualidade sendo boa, ruim ou indiferente a medida do desempenho é definida como o grau em que a produção atende as necessidades do mercado (MOREIRA, 2004). Mesmo quando uma operação produtiva é projetada e suas atividades planejadas e controladas, o ciclo da produção não está acabado. Todas as operações, não importa quão bem gerenciadas, são capazes de melhoramentos (SLACK, CHAMBERS e JOHSTON, 2002). Antes que o processo produtivo e suas operações possam ser melhorados, todos precisamsaber o quão bom ele já é. A urgência, direção e prioridades de melhoramento serão determinadas parcialmente pela identificação de seu atual desempenho das operações do processo produtivo. Todas as operações produtivas, portanto, precisam de alguma forma de medidas de desempenho, como um pré-requisito para o melhoramento. 2.1 Produtividade A produtividade é considerada uma sincronia de estratégias das empresas com o mercado, desta forma (MOREIRA 2012, p. 606), define que “um crescimento da produtividade implica um melhor aproveitamento de funcionário, máquinas, da energia e dos combustíveis consumidos, da matéria-prima, e assim por diante”. A administração da produção/operações tem sofrido transformações imensas com as mudanças mercadológicas, alcance de metas estratégicas e competitivas das organizações. As empresas precisam constantemente aprimorar produtividade, qualidade e eficiência, que exige uma boa estrutura, comunicação fácil e ambiente de valorização do ser humano (GONÇALVES; MIRANDA e NEVES, 2012). A produtividade é assunto importante para gerentes e supervisores, em qualquer nível da organização. O aumento na produtividade fornece os meios para a redução de custos, aumento nos lucros, segurança no trabalho e maiores salários. Quase sempre os aumentos na produtividade requerem mudanças na tecnologia, na qualidade ou na forma de organização do trabalho, ou em todas em conjunto. Desta forma, as empresas além de satisfazerem seus consumidores, devem também ser melhores que seus concorrentes. E uma das maneiras de serem melhores é a utilização da gestão da qualidade nos processos. 3. GESTÃO DA QUALIDADE A palavra qualidade tem sua origem do latim qualitate, e o conceito varia de acordo com a percepção de cada indivíduo assim como o conceito de justiça, liberdade, de modo que, se perguntássemos para dez pessoas o que para elas significa qualidade, é possível que cada uma delas dê uma definição diferente, tornando assim um conceito subjetivo (PALADINI, 2004). É importante salientar que o interesse pela qualidade no ramo empresarial, teve sua origem no Japão por meados dos anos 50, onde seus produtos eram tidos como de má qualidade, e hoje são referência no mundo inteiro como produtos de qualidade. Considerada um dos pontos determinantes para o sucesso das organizações. Desta forma, justifica-se a relevância da análise proposta neste trabalho, que busca medir a qualidade e mostrar a sua importância, o que, sem dúvida, irá refletir-se na produtividade empresarial. Pode-se considerar, também, que estudos sobre a Qualidade e a XII FATECLOG - GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS NO AGRONEGÓCIO: DESAFIOS E OPORTUNIDADES NO CONTEXTO ATUAL FATEC MOGI DAS CRUZES MOGI DAS CRUZES/SP - BRASIL 18 E 19 DE JUNHO DE 2021 XII FATECLOG GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS NO AGRONEGÓCIO: DESAFIOS E OPORTUNIDADES NO CONTEXTO ATUAL FATEC MOGI DAS CRUZES MOGI DAS CRUZES/SP - BRASIL 18 E 19 DE JUNHO DE 2021 ISSN 2357-9684 produtividade nas empresas ainda são relativamente escassos no Brasil, apesar dos trabalhos pioneiros já desenvolvidos sobre o tema. 3.1 A qualidade na produção A Gestão da Qualidade significa um modo de organização das empresas para garantir produtos e serviços com qualidade, que envolvem alta conformação às especificações, aparência atrativa do produto, respostas rápidas às mudanças de especificações, baixas taxas de defeitos, tempo curto de manufatura e aspectos tecnológicos tais como: tecnologia básica de processo, tecnologia dos materiais, tecnologia envolvida no processo de manuseio e tecnologia de produção (BERGAMO, 2000). A gestão da qualidade auxilia o setor operacional a administrar redução de perdas e custos de operação, estrangulamentos das linhas de produção, aprimoramento de métodos e testes de inspeção, otimização do tempo de produção, definição de manutenções preventivas, eliminação de retrabalhos e outras tomadas de decisão necessárias para concretizar a gestão (COLTRO, 1996). Esses tipos básicos de processos são oficinas de trabalho, produção contínua e produção por lote. A programação adequada e o controle do fluxo de trabalho são necessários tanto nas organizações de fabricação quanto de serviços (GONÇALVES; MIRANDA; NEVES, 2012). 4. METODOLOGIA Para a realização desse trabalho, os autores se preocuparam em utilizar uma metodologia correta que os auxiliassem para o atingimento do objetivo do mesmo. Pois, segundo Yin (2005), a importância da utilização da metodologia cientifica para responder as questões de uma pesquisa consiste no fato dela aumentar as chances das respostas encontradas serem precisas e não visadas. Gil (2002) ressalta que a metodologia científica consiste em uma série de atividades sistemáticas e racionais para se buscar, de maneira confiável, soluções para determinado problema. Ressaltam, ainda, que não há ciência sem o emprego deste tipo de modelo. Porém, com base nos estudos realizados, para alcançar o objetivo deste artigo, foi realizado um estudo bibliográfico em livros, artigos científicos, revistas e internet, com o intuito de coletar dados sobre o tema. De acordo com Santos e Candeloro (2006, p. 70) a “metodologia de pesquisa bibliográfica consiste na busca de elementos para a sua investigação, em materiais impressos ou editados eletronicamente”. Santos e Candeloro (2006) salienta que a técnica de pesquisa, no âmbito da metodologia, é um dispositivo auxiliar na investigação, em especial empírica, ou seja, nas pesquisas que o acadêmico precisa coletar dados é sempre uma atividade subsequente á escolha do método de abordagem e de procedimento de um tema de pesquisa a ser investigado, mas que requer também rigor e sistematicidade na concepção dos instrumentos e, sobretudo no tratamento do material que foi coletado. Além da realização do estudo bibliográfico, foi realizado uma pesquisa-ação em uma empresa de embalagem metálicas, localizada na cidade de Lins – SP, onde foi verificado a importância da gestão da qualidade na melhoria da produtividade empresarial. Uma definição tal como: “pesquisa-ação é um termo que se aplica a projetos em que os práticos buscam efetuar transformações em suas próprias práticas” (BROWN; DOWLING, 2001, p. 152). XII FATECLOG - GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS NO AGRONEGÓCIO: DESAFIOS E OPORTUNIDADES NO CONTEXTO ATUAL FATEC MOGI DAS CRUZES MOGI DAS CRUZES/SP - BRASIL 18 E 19 DE JUNHO DE 2021 XII FATECLOG GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS NO AGRONEGÓCIO: DESAFIOS E OPORTUNIDADES NO CONTEXTO ATUAL FATEC MOGI DAS CRUZES MOGI DAS CRUZES/SP - BRASIL 18 E 19 DE JUNHO DE 2021 ISSN 2357-9684 A pesquisa-ação exige uma estrutura de relação entre os pesquisadores e pessoas envolvidas no estudo da realidade do tipo participativo/coletivo. A participação dos pesquisadores é explicitada dentro do processo do conhecer com os cuidados necessários para que haja reciprocidade/complementariedade por parte das pessoas e grupos implicados, que têm algo a dizer e a fazer. Não se trata de um simples levantamento de dados (BROWN; DOWLING, 2001) Este método tem como característica sua intensidade, leva em consideração principal a compreensão, como um todo do assunto investigado. Por questão de sigilo, o nome da empresa pesquisada não será mencionado, passando-se a denominá-la somente como Empresa X. 5. PESQUISA-AÇÃO 5.1 A empresa Com mais de seis décadas de história, a empresa X é uma das líderes globais da indústria de alimentos e conta com mais de 200 mil colaboradores no mundo. A companhia é presente em vários países, com plataformas de produção ou escritórios comerciais, possui um diversificado portfólio de produtos, com dezenas de marcas reconhecidas em todo o mundo. A empresa X também atua em setores relacionados com o seu core business como couros, biodiesel,colágeno, sabonetes, glicerina e envoltórios para embutidos, bem como possui negócios de gestão de resíduos, embalagens metálicas e transportes, que apoiam a sua operação, também é a maior processadora de proteína animal do mundo, mas ela está sob o “guarda-chuva” da empresa de investimentos da família que administra. 5.2 O problema O ramo de produtos de embalagens flexíveis e de produtos enlatados, vem se destacando no mercado interno e exportação de forma crescente. O setor emprega hoje 230 colaboradores, com a capacidade mensal de 1,5 toneladas por mês. A tecnologia empregada nessa fábrica é de última geração, destacando-se como a mais moderna do grupo X. Líder mundial em processamento de carne bovina, ovina e de aves e uma das maiores exportadoras mundial de proteína animal. Vende para mais de 150 países. A empresa X é detentora de grandes marcas exportadas para terceiros, que ao todo reúnem mais de mil tipos de carne enlatada como salsicha, almôndega, fiambre, bifes em cubo. O maior desafio da empresa é manter o produto competitivo no mercado, principalmente com a entrada de embalagens de outros materiais com custo menor do que o aço. Atualmente a empresa X também vem alavancando novos produtos destinados à exportação com marca própria em diversos países como Europa, América do Norte e África. Para melhor entender o trabalho realizado na empresa pesquisada, localizado em Lins, será necessário descrever o processo de produção de alimentos industrializados, desde o recebimento da matéria-prima, até a entrega do produto acabado para a área de expedição. 5.2.1 Etapas do processo de envasamento de alimentos A empresa X possui o seguinte processo: XII FATECLOG - GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS NO AGRONEGÓCIO: DESAFIOS E OPORTUNIDADES NO CONTEXTO ATUAL FATEC MOGI DAS CRUZES MOGI DAS CRUZES/SP - BRASIL 18 E 19 DE JUNHO DE 2021 XII FATECLOG GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS NO AGRONEGÓCIO: DESAFIOS E OPORTUNIDADES NO CONTEXTO ATUAL FATEC MOGI DAS CRUZES MOGI DAS CRUZES/SP - BRASIL 18 E 19 DE JUNHO DE 2021 ISSN 2357-9684 a) recebimento de matéria-prima: ao receber a matéria-prima no setor, o produto tem que estar com o Serviço de Inspeção Federal (SIF) e garantia da qualidade. Sem eles, o produto não poderá ser descarregado. A matéria-prima tem que estar resfriada com uma temperatura em média de 7 °C, e a congelada com 0°C; b) estocagem de Carne: após o recebimento da matéria-prima resfriada a mesma é estocada na câmera fria com uma temperatura de 1° à 4°C, á congelada com uma temperatura abaixo de 0°C, tendo capacidade de armazenagem de 270 toneladas por câmera; c) moagem: este setor recebe a matéria-prima, que é cubada (cortado em forma de cubos de 4 a 5 cm) ou moída, conforme o padrão onde é consultado na ficha técnica, na qual é visto o produto que irá ser feito no dia; d) cozimento: a carne é colocada no cozinhador com uma temperatura de 98° C , levando um tempo de 8 minutos, onde depois é envasado, passa pela pesagem, para conferir o rendimento entre a carne crua e a carne cozida; e) envase: depois de feito o cozimento, a matéria-prima passa por uma esteira com um detector de metal para ser envasada e em seguida revisada e processada; f) esterilização: essa etapa é considerada o ponto mais crítico de todo o processo, através da esterilização é possível garantir que o produto tenha seus nutrientes preservados e ao mesmo tempo combater as bactérias e microrganismos. O processo de esterilização se inicia após todos os cestos contendo os produtos serem guardados na autoclave, são geradas as identidades referentes nos cestos e consequentemente um apontamento que é enviado para a autoclave onde é iniciado o processo de esterilização, que se divide em três etapas; f1) subida: nessa etapa é adicionado água (nível já estabelecido), vapor (faz aquecimento da água), ar comprimido (para gerar pressão interna), todos esses procedimentos já são feitos automaticamente através de um programa para atingir a temperatura necessária para a esterilização; f2) esterilização: após atingir temperatura e pressão estabelecida através de uma receita (geralmente com temperatura de 121,5 ºC e pressão de 2.20 bar) o produto fica por um determinado período de tempo que pode variar de 17 até 300 minutos com temperatura e pressão e determinadas pelo setor de pesquisa e desenvolvimento durante o processo de esterilização são feitas verificações periódicas quanto a temperatura e pressão. O nível de fluxo de água também são essências nessa etapa; f3) resfriamento: na última etapa do processo de esterilização, onde é feito o resfriamento do produto através do trocador de calor, que é abastecido com água de temperatura ambiente (que vem de duas torres de resfriamento, após chegar a temperatura de 31 ºC, o processo é finalizado automaticamente; g) rotulagem: depois de o produto passar pela secagem e incubação (onde aguarda resultados de análises microbiológicas e físico-químicas), os produtos chegam até o setor de rotulagem, a onde são novamente revisados, encaixotados e palatizados; sempre seguindo as normas da garantia da qualidade; h) estocagem de produtos acabados: nesse setor o produto fica aguardando drive e mapeamento; para ser carregado na data programada pelo cliente. i) expedição: setor onde são feitos os carregamentos do produto final, esses carregamentos são feitos de uma instrução que é liberada pelo Planejamento e Controle da Produção (PCP), que especifica a data do carregamento, a data de XII FATECLOG - GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS NO AGRONEGÓCIO: DESAFIOS E OPORTUNIDADES NO CONTEXTO ATUAL FATEC MOGI DAS CRUZES MOGI DAS CRUZES/SP - BRASIL 18 E 19 DE JUNHO DE 2021 XII FATECLOG GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS NO AGRONEGÓCIO: DESAFIOS E OPORTUNIDADES NO CONTEXTO ATUAL FATEC MOGI DAS CRUZES MOGI DAS CRUZES/SP - BRASIL 18 E 19 DE JUNHO DE 2021 ISSN 2357-9684 entrega e a qualidade de caixas ou palhetes por container. Na análise do processo, foi possível identificar alguns problemas que poderiam ser solucionados. O trabalho teve início quando, através dessa análise para otimizar a produção detectou que a linha1, onde processa o envasamento de carne estava com sua produção diária bem abaixo das outras linhas, e então foi possível perceber a necessidade de uma otimização no seu processo, pois ainda era feito manualmente. A principal finalidade desse projeto focou-se em aprimorar o abastecimento do produto, que atualmente é feita manualmente através de canecas para realizar o enchimento das esteiras, gerando: a) fadiga aos colaboradores; b) queda de ritmo; c) baixa produtividade; d) absenteísmo. Nesta linha trabalham 14 colaboradores ao total, sendo 8 no início (onde está o foco principal do problema a ser solucionado), e 6 colaboradores no final do processo. Figura 1 - Linha de Produção da empresa X, 2018(início da linha). Fonte: Elaborado pelos autores (2018). Conforme a figura, em uma produção de 7.500 unidades essa postura realizada pelo funcionário se repete aproximadamente 2.500 vezes dia por pessoa, sendo (05 por minuto), em uma jornada de 8 x 48, onde são usados 8 colaboradores com serviço manuais para desenvolver o processo de colocação do produto sobre a esteira da linha 5.3 Etapas do projeto Para a elaboração de um bom projeto é preciso muito conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas necessárias ao desenvolvimento das atividades do mesmo, além de um bom gerenciamento para evitar trabalhos repetidos e custos elevados para empresa. Na elaboração do projeto e para ter um melhor controle e maior garantia de sucesso, que ele foi dividido em fases, definindo em cada uma delas as técnicas e pessoas que estarão envolvidas para sua execução. A Concepção é a primeira fase, o início do projeto, onde se cria uma ideia, um rascunho paraaquilo que se deseja, seja para criar ou melhorar algo que já existe. É nessa fase que se define os objetivos e metas, analisando os recursos disponíveis e necessários, tendo uma base da viabilidade do projeto para elaboração de uma proposta para desenvolvê-lo. A segunda fase é o Planejamento. Uma das principais fases, onde se dá início ao planejamento para implantação do projeto. Nessa fase é realizada a base do projeto, as etapas XII FATECLOG - GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS NO AGRONEGÓCIO: DESAFIOS E OPORTUNIDADES NO CONTEXTO ATUAL FATEC MOGI DAS CRUZES MOGI DAS CRUZES/SP - BRASIL 18 E 19 DE JUNHO DE 2021 XII FATECLOG GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS NO AGRONEGÓCIO: DESAFIOS E OPORTUNIDADES NO CONTEXTO ATUAL FATEC MOGI DAS CRUZES MOGI DAS CRUZES/SP - BRASIL 18 E 19 DE JUNHO DE 2021 ISSN 2357-9684 que devem seguir, determinando como fase, quem deve fazer, quando deve ser feito, para que o projeto possa ser executado corretamente, analisando os custos e cronograma e a qualidade de cada envolvido no projeto. A terceira fase é onde se pões em prática o que se foi planejado. A Execução do Projeto é uma das fases mais críticas, pois é onde tudo planejado vira realidade. Para uma boa execução também é necessário que as fases anteriores do projeto tenham sido bem elaboradas, causando menos problemas e necessidade de refazer algo. É uma fase que precisa ser bem acompanhada pelo gerente do projeto e seus patrocinadores para avaliação e se necessária realização de alterações não percebidas antes. 5.3.1 Etapa 1 – Início do projeto O Controle e Gerenciamento do projeto é responsável por controlar a execução do projeto para evitar falhas e que tudo saia diferente do planejado. Nessa fase é muito importante a comunicação entre o gerente e todos os integrantes do projeto, mostrando o desempenho e através de relatórios mostrarem as atividades realizadas e as que precisam ser feitas. O controle e gerenciamento ocorrem em todas as fases do projeto porém com maior ênfase na execução e fechamento. O Fluxograma é uma ferramenta fundamental para se conhecer o processo como um todo, e para isso, ele precisa ser bem feito, ser ao mesmo tempo completo e sucinto para que todos entendam, desde os diretores até os operadores. Figura 2 – Fluxograma das etapas Fonte: Elaborado pelos autores (2018). Para dar início ao projeto, a empresa seguiu as seguintes etapas, descritas abaixo: a) reunião com Engenheiros de Produção, Manutenção e Supervisores: Reunião foi realizada para apresentar a criação do projeto. Onde teve a preocupação de mostrar que, aplicada as mudanças, haveria um aumento de produtividade, redução nos custos e um melhor desempenho do colaborador. E ainda, decisões sobre as instalações necessárias como: esteira automática, parte elétrica e instalação de um injetor de água com ar comprimido para melhorar o fluxo do produto nas calhas de distribuição; b) projeto de Layout e Instalação: disponibilidade para a instalação da esteira e o elevador para conduzir o produto até a calha de distribuição; XII FATECLOG - GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS NO AGRONEGÓCIO: DESAFIOS E OPORTUNIDADES NO CONTEXTO ATUAL FATEC MOGI DAS CRUZES MOGI DAS CRUZES/SP - BRASIL 18 E 19 DE JUNHO DE 2021 XII FATECLOG GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS NO AGRONEGÓCIO: DESAFIOS E OPORTUNIDADES NO CONTEXTO ATUAL FATEC MOGI DAS CRUZES MOGI DAS CRUZES/SP - BRASIL 18 E 19 DE JUNHO DE 2021 ISSN 2357-9684 c) teste: teste da linha montada e ajustes necessários para iniciar o projeto. O primeiro teste não foi satisfatório, foi necessário ajuste nas canaletas e esteiras com instalação de um injetor de água com ar comprimido para melhorar o fluxo do produto; d) treinamento dos Colaboradores: realização de palestras teóricas e práticas; e) teste: realização do teste final já com os colaboradores; f) análise de resultados ou Feedback do projeto: onde foi constatado que as melhorias realizadas foram positivas. Após o término da etapa 1, a empresa deu sequência e passou a segunda etapa. 5.3.2 Etapa 2 – Aplicação do projeto na linha de produção Foi utilizado como principal mudança para melhorar o processo, uma máquina que estava parada por falta de desinteresse da empresa para fazê-la funcionar e de mão-de-obra qualificada que pudesse fazer com que ela rodasse. Figura 3 - Instalação da Esteira e o início das Calhas na linha de Produção da empresa X, 2018(início da linha e o meio) Fonte: Elaborado pelos autores (2018). Imagem do início da linha já automatizada, exercendo a função de levar o produto para as calhas. Juntamente com o analista de produção e o supervisor de produção, foi detectado uma oportunidade para fazer uma melhoria, onde foi feito e conseguiu mais rapidez, redução no desperdício, aumentando a produtividade e a qualidade e melhorando a ergonomia dos trabalhadores e reduzindo o absenteísmo do mesmo e por fim, reduzindo a quantidade de colaboradores na linha de produção passando de 14 colaboradores para 10 no seu total. O produto é colocado na esteira onde é acoplado a um elevador que leva para o segundo andar, onde fica as calhas para envasamento do produto em embalagens metálicas. Antes da mudança os colaboradores que levavam o produto direto para o segundo andar nas mãos e eram necessários 6 colaboradores para isso, hoje somente dois para fazer este serviço. 5.4 Comparações dos resultados Conforme citado anteriormente neste trabalho, o foco do modelo proposto é gerar um caminho, uma referência, no desenvolvimento de redução de custos, aumento na produtividade e reduzir perca do produto. XII FATECLOG - GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS NO AGRONEGÓCIO: DESAFIOS E OPORTUNIDADES NO CONTEXTO ATUAL FATEC MOGI DAS CRUZES MOGI DAS CRUZES/SP - BRASIL 18 E 19 DE JUNHO DE 2021 XII FATECLOG GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS NO AGRONEGÓCIO: DESAFIOS E OPORTUNIDADES NO CONTEXTO ATUAL FATEC MOGI DAS CRUZES MOGI DAS CRUZES/SP - BRASIL 18 E 19 DE JUNHO DE 2021 ISSN 2357-9684 Desta forma, ao se pensar na melhoria de um produto acabado, pode-se utilizar referências do modelo de desenvolvimento do processo, para simplificar a linguagem de projetos de melhoria contínua. Utilizando o conhecimento adquirido ao se analisar o processo de desenvolvimento de produto. Segue abaixo as tabelas com as melhorias. 5.5 Resultados finais Tabela 1 - Linha de Produção Manual da empresa X, 2018(produção atual) Peso por pacote (kg) Velocidade da Linha por Minuto Volume da Linha por Hora Perca de Varredura por Turno Meta Diária por Turno Quantidade de Colaboradores na Linha 2 Kg 15 Unidades 1.800 Kg 33,770 Kg 7.500 Unidades 14 Fonte: Elaborado pelos autores (2018). A tabela 1 – Linha de Produção Manual, mostra a produtividade da linha de produção antes das mudanças, mostrando que se produzia 15 unidades por minutos, totalizando 1.800 kg de produto por hora produzida tendo uma perca de 33,770 kg de matéria- prima durante a produção com um alcance de 7.500 unidade produzidas no final do turno utilizando 14 colaboradores para o processo. Tabela 2 - Linha de Produção Automatizada da empresa X, 2018(melhoria feita) Peso por pacote (kg) Velocidade da Linha por Minuto Volume da Linha por Hora Perca de Varredura por Turno Meta Diária por Turno Quantidade de Colaboradores na Linha 2 Kg 17 Unidades 2.040 Kg 13,500 Kg 8.500 Unidades 10 Fonte: Elaborado pelos autores (2018). A tabela 2 – Linha de Produção Automática, mostra a produtividade da linha de produção depois das mudanças realizadas, mostrando que passou a produzir 17 unidades por minutos, totalizando 2.040kg de produto por hora produzida, diminuindo perca da matéria- prima no processo de 33,770kg para 13,500kg com um alcance de 8.500 unidade produzidas no final do turno, utilizando 10 colaboradores e não mais 14. 5.5.1 Melhorias alcançadas Novas ferramentas de trabalho emergem daadoção de tecnologias, provocando mudanças no cenário das organizações. A cultura organizacional passa a ter de considerar a volatilidade nos processos produtivos. Em muitos casos, os operadores encaram a aquisição de novas ferramentas, ou qualquer outro tipo de mudança como um fator negativo. Nestes casos, é necessário um projeto de implantação para aceitação de novos métodos, demonstrando as vantagens para a gerência (qualidade e produtividade) e para os operadores (agilidade e facilidade). Para a Empresa X, devido às mudanças implantadas os resultados alcançados podem ser qualificados como satisfatórios, tendo em vista que, além das economias propiciadas pela redução do tempo e da mão-de-obra necessária para a fabricação dos equipamentos, o XII FATECLOG - GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS NO AGRONEGÓCIO: DESAFIOS E OPORTUNIDADES NO CONTEXTO ATUAL FATEC MOGI DAS CRUZES MOGI DAS CRUZES/SP - BRASIL 18 E 19 DE JUNHO DE 2021 XII FATECLOG GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS NO AGRONEGÓCIO: DESAFIOS E OPORTUNIDADES NO CONTEXTO ATUAL FATEC MOGI DAS CRUZES MOGI DAS CRUZES/SP - BRASIL 18 E 19 DE JUNHO DE 2021 ISSN 2357-9684 aumento da produtividade e consequentemente da capacidade de produção da empresa. Devido aos resultados positivos oferecidos pela implantação de novas ferramentas, a Empresa mostra o interesse de implantação de novas melhorias, à procura da redução dos custos de produção (consequência da redução do tempo de produção) e do aumento da qualidade e da produtividade. Para a situação atual da empresa, a melhoria de processo será implantada para o estudo do layout da nova sede e para a introdução de novos produtos na linha de produção. Segue abaixo análises das melhorias alcançadas: a) investimento zero. Pois os recursos utilizados já tinham na empresa; b) aumento no volume de produção em 13%; c) redução com o desperdício de varredura em 64%; d) redução com perdas de embalagens; e) eliminar as reclamações dos colaboradores quanto a postura da atividade (Ergonomia); f) reduzir os atestados desse posto de trabalho relacionado a dores lombar e coluna. 5.5.2 Melhorias alcançadas na produtividade pela implementação da melhoria da qualidade Neste trabalho foi apresentado um pouco sobre o processo de melhoria contínua, destacando suas origens, pensadores e particularidades. Deu-se destaque a importância de ter- se uma visão de melhorar continuamente e que esta deve estar presente na cultura da empresa, sendo aplicável a todos os seus níveis, garantindo produtos e serviços de boa qualidade e aumentando a competitividade da empresa frente a seus concorrentes. Durante o trabalho, foram mostrados modos de se atingir melhorias e garantir que este processo seja cíclico, em um processo de contínuo aperfeiçoamento. Para tanto, foram apresentadas ferramentas e métodos que orientam as organizações a alcançar um patamar superior em seus processos. Um projeto de produção está diretamente relacionado ao processo de melhoria da qualidade. Estes métodos visam à eliminação de desperdícios através da aplicação de algumas ferramentas e a padronização de processos, sendo feitas novas intervenções sempre que os resultados se mostrarem fora da área de controle. Porém, o principal método utilizado foi o Ciclo PDCA (Planejar, Executar, Verificar e Agir), base para um processo orientado para a melhoria contínua. Em cada etapa do Ciclo PDCA, alguns passos devem ser seguidos a fim de se identificar um problema, criar ações para minimizá-lo ou eliminá-lo, verificar os resultados e padronizar os processos melhorados. Para cada uma dessas etapas, existem ferramentas que auxiliam sua execução, as chamadas ferramentas da qualidade. Estas ferramentas foram apresentadas e divididas em dois grupos: as ferramentas de controle e as ferramentas de planejamento. Ao término da revisão bibliográfica, foi feita uma análise do processo de melhoria contínua com uso do método PDCA aplicada em um projeto de produção. Apesar de o caso apresentado não ter sido desenvolvido seguindo fielmente os passos definidos pelo Ciclo PDCA, ao término deste, notou-se que o método acabou sendo usado de forma intuitiva, sendo que o caso pôde ser apresentado seguindo as etapas do ciclo. Deste modo, fica evidenciado o quanto o PDCA é representativo em projetos de melhoria, sendo aplicado mesmo que intuitivamente, em situações diversas. XII FATECLOG - GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS NO AGRONEGÓCIO: DESAFIOS E OPORTUNIDADES NO CONTEXTO ATUAL FATEC MOGI DAS CRUZES MOGI DAS CRUZES/SP - BRASIL 18 E 19 DE JUNHO DE 2021 XII FATECLOG GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS NO AGRONEGÓCIO: DESAFIOS E OPORTUNIDADES NO CONTEXTO ATUAL FATEC MOGI DAS CRUZES MOGI DAS CRUZES/SP - BRASIL 18 E 19 DE JUNHO DE 2021 ISSN 2357-9684 As ferramentas e métodos da qualidade presentes no caso foram alocados de acordo com a etapa do ciclo em que são utilizados. Apesar de nem todas as ferramentas da qualidade terem sido aplicadas ao caso, este mostrou o quanto elas podem ser úteis para um projeto de melhoria contínua. Por fim, o caso mostra como o ciclo PDCA orienta a obtenção de resultados de melhoria de forma contínua, auxiliado pelas ferramentas da qualidade 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir da realização deste trabalho foi verificado a importância do processo de melhoria aplicado na produção com a otimização do processo produtivo. Como pode ser observado, foi possível reduzir o custo de produção, através da redução da diminuição de colaboradores e perca de matéria-prima com a otimização da linha de produção, possibilitando ainda benefícios para a empresa no que se refere a melhoria de fluxo de produção, redução do desperdício de tempo e deslocamentos, fatores importantes para a competitividade das empresas nos dias atuais. Enfim, a resposta em termos de competência para alcançar as metas foi satisfatória para a presente aplicação, podendo ainda ser melhorada. Assim, é sugerida a continuidade da aplicação da metodologia e do acompanhamento dos resultados, visando gerar conhecimento ao grupo de trabalho formado para posterior expansão para às equipes e demais linhas de produção. Isto permitirá à unidade industrial aumentar sua competitividade, contribuindo com as premissas de expansão contínua da empresa. Este trabalho limitou-se a aplicar metodologia para resolução de problemas em uma linha de produção. Deve ser considerado que, para cada máquina, é necessário realizar passo a passo a metodologia. As ações não podem ser simplesmente replicadas, pois é preciso conhecer e explorar as causas de paradas em cada equipamento e definir um plano de ação específico para cada caso. Outras análises também foram consideradas, como melhorias nos aspectos ergonômicos dos operadores e ganhos de qualidade. Em relação à ergonomia, os próprios operadores apontaram melhora, pois com menos paradas o operador trabalha de forma mais tranquila, sem necessidade de movimentar-se muito, principalmente para recolher embalagens descartadas após paradas e reinícios de produção. Na visão da qualidade, as vantagens dizem respeito a não retenção de produtos para reanálises ou retrabalhos. No entanto, sugere-se à empresa realizar a mensuração destas informações para avaliar os impactos nas operações diárias ou em outros indicadores. Os resultados apresentados no caso mostram como por meio da aplicação de métodos e ferramentas simples, pode-se atingir a melhoria de processos. O caso mostrou também, que mesmo após um processo ser melhorado e atingir um novo patamar, são identificadas novas oportunidades de melhorias, e a realização destas e das que virão posteriormente, caracteriza esse processo como um processo de melhoria contínua, que deve ser seguido. Assim, a gestão da qualidade se mostra essencial para a melhoria da produtividade empresarial. Ela podeser atingida por meio da aplicação de métodos simples e de grande eficácia, que necessitam de conhecimento técnico e que gerarão resultados positivos, atingindo assim, o objetivo desse trabalho. Porém, a melhoria contínua só se torna sustentável quando há o envolvimento e comprometimento de todos da organização. Sendo assim, é essencial que haja uma cultura organizacional forte e focada em garantir a melhoria contínua. Esta é uma dificuldade bastante presente nas organizações que buscam melhorar continuamente, inclusive na empresa do caso apresentado. A criação e manutenção de uma cultura forte, focada na melhoria XII FATECLOG - GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS NO AGRONEGÓCIO: DESAFIOS E OPORTUNIDADES NO CONTEXTO ATUAL FATEC MOGI DAS CRUZES MOGI DAS CRUZES/SP - BRASIL 18 E 19 DE JUNHO DE 2021 XII FATECLOG GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS NO AGRONEGÓCIO: DESAFIOS E OPORTUNIDADES NO CONTEXTO ATUAL FATEC MOGI DAS CRUZES MOGI DAS CRUZES/SP - BRASIL 18 E 19 DE JUNHO DE 2021 ISSN 2357-9684 contínua de todos os seus processos e em todos os seus níveis, pode ser um tema a ser estudado em próximos trabalhos. REFERÊNCIAS BÉRGAMO FILHO, V. ISO 9000 em serviços: um passo para a qualidade total. São Paulo: Makron Books, 1999. BROWN, A.; DOWLING, P. Doing research/reading research: a Doing research/reading research mode of interrogation for teaching. Londres: Routledge Falmer, 2001. CAMPOS, V. F.TQC: controle da qualidade total: no estilo japonês. 8. ed. Nova Lima: INDG Tecnologia e Serviços, 2004. COLTRO, A. 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