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ABORTO ENZOÓTICO DAS OVELHAS O aborto enzoótico das ovelhas (AEO), causado por C. abortus (antes conhecido como linhagem ovina de C. psittaci), é primariamente uma doença de rebanhos com manejo intensivo. A doença é economicamente significativa na maioria dos países de criação de ovinos. Embora abortos associados a C. abortus sejam bem-documentados em ovinos, também têm sido relatados em outras espécies domésticas, incluindo bovinos, suínos e caprinos. Infecções por clamídia em bovinos e caprinos com freqüência originam-se de ovinos. A fonte de infecção para suínos está menos claramente definida (Schiller et al., 1997). Epidemiologia A infecção geralmente é introduzida em um rebanho livre quando ovelhas de reposição infectadas abortam. Grande número de clamídias é eliminado junto com a placenta e secreções uterinas de ovelhas afetadas. Os microrganismos podem permanecer viáveis no meio ambiente por vários dias a baixas temperaturas. A infecção ocorre por ingestão. A influência de carneiros infectados na disseminação venérea é incerta (Appleyard et al., 1985). As ovelhas infectadas no final da gestação geralmente não abortam, mas podem abortar na gestação seguinte. Infecções no início da gestação podem resultar em abortos. Ovelhas jovens podem contrair infecção durante o período neonatal e abortar durante a gestação seguinte. Como resultado, a maioria dos surtos dramáticos de AEO freqüentemente ocorre no ano seguinte à introdução da infecção no rebanho. Sinais clínicos O aborto enzoótico de ovelhas é caracterizado por abortos durante o final da gestação ou pelo nascimento prematuro de cordeiros fracos. Os cordeiros abortados estão bem-desenvolvidos e não têm alterações. Necrose dos cotilédones e edema do tecido intercotiledonário adjacente nas placentas afetadas estão freqüentemente presentes com um exsudato uterino de cor rósea. As ovelhas que abortaram raramente mostram evidências de doença clínica, e sua subseqüente fertilidade em geral não está comprometida. Embora até 30% dos animais em um rebanho completamente comprometido possam abortar, uma taxa de 5 a 10% é mais comum em rebanhos onde a doença é endêmica. Diagnóstico • Cordeiros abortados bem-preservados e evidência de placentite necrótica são sugestivos de AEO. • Grande número de CEs pode ser demonstrado em esfregaços de placenta usando-se procedimentos de coloração adequados. • Kits de diagnóstico comerciais estão disponíveis para detecção de antígenos clamidiais nas amostras. • É possível o isolamento das clamídias em linhagens celulares adequadas ou em saco vitelino de ovos embrionados. • Técnicas de reação em cadeia da polimerase estão disponíveis e podem ser realizados usando-se iniciadores (primers) espécie-específicos para distinguir C. abortus de C. pecorum. • Diversos testes sorológicos podem ser usados para detecção de anticorpos clamidiais, como teste de fixação do complemento, ELISA e imunofluorescência indireta. O uso de antígenos recombinantes específicos para C. abortus pode melhorar a especificidade desses testes sorológicos (Rodolakis et al., 1998). Tratamento e controle Medidas de controle para AEO têm sido abrangentemente revisadas (Aitken et al., 1990). • As clamídias são suscetíveis a vários antibióticos, que podem ser usados durante um surto. A administração de oxitetracilcina de longa ação para ovelhas prenhes em contato com doentes tem mostrado aumento do número de cordeiros nascidos vivos. Contudo, o tratamento com antibióticos não elimina a infecção, e as ovelhas tratadas podem eliminar clamídias durante o parto. • A transmissão da infecção em um rebanho afetado pode ser reduzida pelo isolamento, durante duas a três semanas, de todas as ovelhas que abortaram, removendo e destruindo todas as placentas, limpando por completo as áreas onde ocorreram os abortos e administrando oxitetraciclina de longa ação em ovelhas que ainda não pariram. • Deve-se decidir entre vacinar ou tentar erradicar a doença por seleção. Uma vacina viva atenuada está disponível e deve ser administrada a ovelhas antes do cruzamento. Uma vacina inativada também está disponível e pode ser usada em animais prenhes. • A infecção por Chlamydophila abortus é séria e potencialmente perigosa para mulheres grávidas, as quais devem evitar contato com ovelhas durante a época de partos (Johnson et al., 1985; Buxton, 1986).