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Disciplina: Dinâmica de Máquinas Prof.: Erb Ferreira Lins Código: TE-04191 Carga horária semestral: 34 h Universidade Federal do Pará Instituto de Tecnologia Faculdade de Engenharia Mecânica Dinâmica de Máquinas - UFPA (Aula 02) 2 Capítulo 2: Cinemática de uma partícula 2.1. Cinemática retilínea: Movimento uniforme 2.2. Cinemática retilínea: Movimento não uniforme 2.3. Movimento curvilíneo geral 2.4. Movimento curvilíneo: componentes retangulares 2.5. Movimento curvilíneo: componentes normal e tangencial 2.6. Movimento curvilíneo: componentes cilíndricas 2.7. Análise do movimento absoluto dependente de duas partículas Movimento Retilíneo Uniforme 3 ▪A Cinemática de uma partícula é caracterizada ao se especificar, em qualquer instante, posição, velocidade e aceleração ▪A trajetória em linha reta de uma partícula será definida utilizando-se um único eixo de coordenada 𝑠 ▪Nesse caso, 𝑠 é positivo, visto que o eixo de coordenada é positivo à direita da origem. Da mesma maneira, ele é negativo se a partícula for posicionada à esquerda de O. Movimento Retilíneo Uniforme 4 Deslocamento ▪O deslocamento de uma partícula é definido como a variação na sua posição. ▪Deslocamento é uma grandeza vetorial; distância é uma grandeza escalar Movimento Retilíneo Uniforme 5 Velocidade ▪ Se uma partícula se move com um deslocamento ∆s durante o intervalo de tempo ∆t, a velocidade média da partícula durante esse intervalo de tempo é 𝑣𝑚𝑒𝑑 = Δ𝑠 Δ𝑡 ▪ A velocidade instantânea é definida como 𝑣 = 𝑑𝑠 𝑑𝑡 ▪ Já a velocidade escalar média é a razão entre a distância total percorrida e o tempo 𝑣𝑠𝑚 = 𝑠𝑇 Δ𝑡 Movimento Retilíneo Uniforme 6 Aceleração ▪ Se uma partícula tem uma variação de velocidade Δ𝑣 durante o intervalo de tempo ∆t, a aceleração média da partícula durante esse intervalo de tempo é 𝑎𝑚𝑒𝑑 = Δ𝑣 Δ𝑡 ▪ A aceleração instantânea é definida como 𝑎 = 𝑑𝑣 𝑑𝑡 ▪ A relação abaixo pode ser obtida pela 𝑎𝑑𝑠 = 𝑣𝑑𝑣 Movimento Retilíneo Não Uniforme 7 ▪Nesse caso, a aceleração varia ao longo do tempo. ▪Quando uma partícula tem um movimento irregular ou variável, uma série de funções será necessária para especificar o movimento em diferentes intervalos ou gráficos descrevendo o comportamento de duas variáveis Exemplo 8 ▪Uma partícula move-se ao longo de uma trajetória horizontal com uma velocidade (𝑚/𝑠) 𝑣 = 3𝑡2 − 6𝑡 ▪de onde 𝑡 é dado em 𝑠. Se ela está localizada inicialmente na origem O, determine a distância percorrida em 3,5 s, a velocidade média e a velocidade escalar média durante o intervalo de tempo Exemplo 9 ▪𝑣 = 3𝑡2 − 6𝑡 ▪𝑠 = 𝑡3 − 3𝑡2 ▪𝑑 = 4 + 4 + 6,125 = 14,1𝑚 ▪𝑣𝑚𝑒𝑑 = 6,125 3,5 = 1,75𝑚/𝑠 ▪𝑣𝑠𝑚 = 14,125 4,5 = 4,0𝑚/𝑠 Exercício 10 ▪o gráfico 𝑣 − 𝑠 descrevendo o movimento de uma motocicleta é mostrado na Figura. Determine o tempo necessário para a motocicleta alcançar a posição 𝑠 = 120 𝑚. Movimento Curvilíneo Geral 11 Movimento curvilíneo: ▪Ocorre quando uma partícula se move ao longo de uma trajetória curva. ▪Visto que essa trajetória é frequentemente descrita em 3 dimensões, a análise vetorial será usada para formular a posição, a velocidade e a aceleração da partícula ▪Revisão de análise vetorial: apêndice B do Hibbeler (Dinâmica) Movimento Curvilíneo Geral 12 Posição ▪ Considere uma partícula localizada sobre uma curva espacial definida pela trajetória 𝑠(𝑡). A posição da partícula, medida a partir de um ponto fixo 𝑂, será designada pelo vetor posição 𝐫 ≡ 𝐫 𝑡 . ▪ Tanto a intensidade quanto a direção deste vetor podem variar ao longo da curva ▪ Deslocamento: variação na posição da partícula. É determinado pela subtração vetorial Δ𝐫 = 𝐫′ − 𝐫 Movimento Curvilíneo Geral 13 Velocidade ▪Velocidade média 𝐯𝑚𝑒𝑑 = Δ𝐫 Δ𝑡 ▪Velocidade Instantânea • É sempre tangente a curva 𝐯 = 𝑑𝐫 𝑑𝑡 ▪Velocidade Escalar 𝑣 = 𝐯 = 𝑑𝑠 𝑑𝑡 Movimento Curvilíneo Geral 14 Aceleração ▪Aceleração Média 𝐚𝑚𝑒𝑑 = Δ𝐯 Δ𝑡 • Sendo Δ𝐯 = 𝐯′ − 𝐯 • Trace os dois vetores velocidade a partir do mesmo ponto 𝑂. A curva obtida é chamada hodógrafa Movimento Curvilíneo Geral 15 Aceleração ▪Aceleração Instantânea 𝐚 = 𝑑𝐯 𝑑𝑡 = 𝑑2𝐫 𝑑𝑡2 ▪Tangente a hodógrafa ▪Normalmente não é tangente ao movimento ▪Aponta para o lado côncavo (interno de uma curva) Movimento curvilíneo: componentes retangulares 16 ▪Ocasionalmente, o movimento de uma partícula pode ser mais bem descrito ao longo de uma trajetória que pode ser expressa em termos de suas coordenadas 𝑥, 𝑦, 𝑧. Movimento curvilíneo: componentes retangulares 17 Posicão ▪Se a partícula está em um ponto (𝑥, 𝑦, 𝑧) sobre a trajetória curva, então sua posição é dada por: 𝐫 = 𝑥𝐢 + 𝑦𝐣 + 𝑧𝐤 ▪As coordenadas são funções do tempo ▪𝑥 = 𝑥 𝑡 , 𝑦 = 𝑦 𝑡 , 𝑧 = 𝑧 𝑡 ▪A direção do vetor 𝐫 é o vetor unitário 𝐮𝑟 = 𝐫 𝑟 Movimento curvilíneo: componentes retangulares 18 Velocidade ▪Pode ser obtida derivando o vetor posição em relação ao tempo 𝐯 = 𝑑𝐫 𝑑t = 𝑣𝑥𝐢 + 𝑣𝑦𝐣 + 𝑣𝑧𝐤 ▪As velocidades em cada direção podem ser obtidas a partir das posições 𝑣𝑥 = ሶ𝑥 𝑡 , 𝑣𝑦 = ሶ𝑦 𝑡 , 𝑣𝑧 = ሶ𝑧 𝑡 Movimento curvilíneo: componentes retangulares 19 Aceleração 𝐚 = 𝑑𝐯 𝑑𝑡 = 𝑎𝑥𝐢 + 𝑎𝑦𝐣 + 𝑎𝑧𝐤 ▪As velocidades em cada direção podem ser obtidas a partir das posições 𝑎𝑥 = ሶ𝑣𝑥 𝑡 , 𝑎𝑦 = ሶ𝑣𝑦 𝑡 , 𝑎𝑧 = ሶ𝑣𝑧 𝑡 Exercício 20 ▪Em qualquer instante de tempo, a posição horizontal do balão meteorológico é definida por 𝑥 = (9𝑡) 𝑚, onde 𝑡 é dado em segundos. Se a equação da trajetória é 𝑦 = 𝑥2/30 sendo 𝑥 dado em metros, determine a intensidade e a direção da velocidade e da aceleração quando 𝑡 = 2𝑠. Exercício 21 ▪A posição de uma partícula (em metros) é dada por 𝐫 = 3𝑡3 − 2𝑡 𝐢 − 4𝑡1/2 + 𝑡 𝐣 + 3𝑡2 − 2 𝐤 ▪Sendo 𝑡 medido em segundos. Determine a intensidade da velocidade e aceleração da partícula quando 𝑡 = 2𝑠. • Resp: 36𝑚/𝑠; 36,5𝑚/𝑠² Exercício 22 ▪Uma caixa desce deslizando encosta abaixo, como descrito pela equação 𝑦 = (0,05𝑥2) 𝑚, onde 𝑥 é dado em metros. Se a caixa tem componentes 𝑥 de velocidade e aceleração com 𝑣𝑥 = −3𝑚/𝑠 e 𝑎𝑥 = −1,5 𝑚/𝑠² em 𝑥 = 5 𝑚, determine as componentes 𝑦 da velocidade e aceleração da caixa neste instante. • Resp: 1,5𝑚/𝑠; 0,15𝑚/𝑠² Exercício 23 ▪As cavilhas A e B estão restritas a moverem-se nas fendas elípticas devido ao movimento da fenda da barra. Se esta se desloca com uma velocidade escalar constante de 10 m/s, determine a intensidade da velocidade e da aceleração da cavilha A quando 𝑥 = 1𝑚. • Resp: 10,4𝑚/𝑠; 38,5𝑚/𝑠² Movimento curvilíneo: componentes normal e tangencial 24 ▪Quando a trajetória ao longo da qual uma partícula se move é conhecida, costuma ser conveniente descrever o movimento utilizando-se eixos de coordenadas 𝑛 e 𝑡 os quais atuam normal e tangente à trajetória, respectivamente, e no instante considerado tem sua origem localizada na partícula. Movimento curvilíneo: componentes normal e tangencial 25 Movimento plano ▪ Considere a partícula mostrada na Figura, que se move em um plano ao longo de uma curva fixa tal que em dado instante ela está na posição 𝑠, medida a partir do ponto 𝑂. ▪ A única escolha para o eixo normal pode ser feita observando-se que geometricamente a curva é construída a partir de uma série de segmentos do arco diferenciais 𝑑𝑠. ▪ O plano que contém os eixos 𝑛 e 𝑡 é referido como o plano osculador, e nesse caso ele é fixo no plano do movimento Movimento curvilíneo: componentes normal e tangencial 26 Velocidade ▪A velocidade da partícula 𝐯 tem uma direção que é sempre tangente à trajetória. ▪A intensidade é determinada pela derivada da posição escalar 𝑣 = ሶ𝑠 𝐯 = 𝑣𝐮𝑡 Movimento curvilíneo: componentes normal e tangencial 27 Aceleração▪A aceleração da partícula é a taxa de variação temporal da velocidade. Assim, 𝐚 = ሶ𝐯 = ሶ𝑣𝐮𝑡 + 𝑣 ሶ𝐮𝑡 ▪Para determinar ሶ𝐮𝑡, observe a variação desta velocidade ao longo da trajetória. ሶ𝐮𝑡 = 𝑣 𝜌 𝐮𝑠 Movimento curvilíneo: componentes normal e tangencial 28 Aceleração ▪Utilizando as componentes calculados se obtém 𝐚 = 𝑎𝑡𝐮𝑡 + 𝑎𝑛𝐮𝑛 ▪Sendo 𝑎𝑡 = ሶ𝑣, e 𝑎𝑡𝑑𝑠 = 𝑣𝑑𝑣. 𝑎𝑛 = 𝑣2 𝜌 ▪A intensidade da aceleração será 𝑎 = 𝑎𝑛 2 + 𝑎𝑡 2 Movimento curvilíneo: componentes normal e tangencial 29 Aceleração ▪Casos especiais: • Movimento ao longo de uma linha reta: 𝜌 → ∞, 𝑎𝑛 = 0 • Velocidade escalar constante ao longo de uma curva: 𝑎𝑡 = 0, 𝑎𝑛 = 𝑣2/𝜌 é a aceleração centrípeta. Exercício 30 ▪O trem passa o ponto A com uma velocidade escalar de 30 𝑚/𝑠 e começa a reduzir sua velocidade escalar a uma taxa constante de −0,25 𝑚/𝑠2 . Determine a intensidade da aceleração do trem quando ele chega ao ponto B. ▪R: 0,31m/s² Movimento tridimensional 31 ▪No plano osculador, nenhum movimento ocorre na direção 𝐮𝑏. ▪Se quaisquer duas direções são conhecidas, então pode ser determinada a terceira por 𝐮𝑏 = 𝐮𝑡 × 𝐮𝑛 ▪ Lembre, entretanto, que 𝐮𝑛, está sempre do lado côncavo da curva. Movimento curvilíneo: componentes cilíndricas 32 ▪Às vezes, o movimento da partícula está restrito a uma trajetória que é mais bem descrita utilizando-se coordenadas cilíndricas. Se o movimento é restrito ao plano, então coordenadas polares são usadas. Movimento curvilíneo: componentes cilíndricas 33 Coordenadas polares ▪ Podemos especificar a posição da partícula utilizando uma coordenada radial 𝑟, que se estende para fora a partir da origem fixa 𝑂 até a partícula, e a coordenada transversal 𝜃, que é o ângulo no sentido anti-horário entre uma linha de referência fixa e o eixo 𝑟. Posição ▪𝐫 = 𝑟𝐮𝑟 Movimento curvilíneo: componentes cilíndricas 34 Velocidade ▪ A variação temporal de 𝐮𝑟 é, então, Δ𝐮𝑟. Para ângulos Δ𝜃 pequenos esse vetor tem uma intensidade 𝐮𝑟 ≈ 1 Δ𝜃 e age na direção 𝐮𝜃. Portanto, Δ𝐮𝑟 ≈ Δ𝜃𝐮𝜃, e assim ሶ𝐮𝑟 = ሶ𝜃𝐮𝜃 Movimento curvilíneo: componentes cilíndricas 35 Velocidade ▪A velocidade pode ser escrita na forma de componentes como: 𝑣 = 𝑣𝑟𝐮𝑟 + 𝑣𝜃𝐮𝜃 ▪𝑣𝑟 = ሶ𝑟 (taxa de aumento do vetor 𝐫) ▪𝑣𝜃 = 𝑟 ሶ𝜃 (velocidade tangencial) Movimento curvilíneo: componentes cilíndricas 36 Aceleração ▪Calculamos a partira da derivada de 𝐯 ▪𝐚 = ሶ𝐯 = ሷ𝑟𝐮𝑟 + ሶ𝑟 ሶ𝐮𝑟 + ሶ𝑟 ሶ𝜃𝐮𝜃 + 𝑟 ሷ𝜃𝐮𝜃 + 𝑟 ሶ𝜃 ሶ𝐮𝜃 𝐚 = 𝑎𝑟𝐮𝑟 + 𝑎𝜃𝐮𝜃 ▪Com 𝑎𝑟 = ሷ𝑟 − 𝑟 ሶ𝜃2 𝑎𝜃 = 𝑟 ሷ𝜃 + 2 ሶ𝑟 ሶ𝜃 Movimento curvilíneo: componentes cilíndricas 37 Coordenadas cilíndricas ▪As derivadas temporais deste vetor são zero, e, portanto, a posição, velocidade e aceleração da partícula podem ser escritas em termos das suas coordenadas cilíndricas, como a seguir: 𝐫𝑝 = 𝑟𝐮𝑟 + 𝑧𝐮𝑧 𝐯 = ሶ𝑟𝐮𝑟 + 𝑟 ሶ𝜃𝐮𝜃 + ሶ𝑧𝐮𝑧 ▪𝐚 = ሷ𝑟 − 𝑟 ሶ𝜃2 𝐮𝑟 + 𝑟 ሷ𝜃 + 2 ሶ𝑟 ሶ𝜃 𝐮𝜃 + ሷ𝑧𝐮𝑧 Exercício 38 ▪O movimento do pino 𝑃 é restringido pela fenda curva da lemniscata em OB e pela fenda do braço em OA. Se OA gira no sentido anti-horário com uma velocidade angular de ሶ𝜃 = 3𝑟𝑎𝑑/𝑠, determina a intensidade da velocidade e aceleração do pino em 𝜃 = 30𝑜. ▪R: 8,5m/s; 88m/s² Análise do movimento absoluto dependente de duas partículas 39 ▪Em alguns problemas, o movimento de uma partícula dependerá do movimento de outra partícula ▪Geralmente quando as partículas estão ligadas por uma corda ▪Por exemplo, o movimento do bloco A vai causar um movimento correspondente no bloco B. Análise do movimento absoluto dependente de duas partículas 40 ▪Seja o comprimento total da corda 𝑙𝑇, temos 𝑠𝐴 + 𝑙𝐶𝐷 + 𝑠𝐵 = 𝑙𝑇 ▪Derivando esta 𝑑𝑠𝐴 𝑑𝑡 + 𝑑𝑠𝐵 𝑑𝑡 = 0 ▪Ou 𝑣𝐴 = −𝑣𝐵 ▪E 𝑎𝐴 = −𝑎𝐵 Análise do movimento absoluto dependente de duas partículas 41 ▪Para casos mais complicados, a análise pode ser estendida de acordo com a geometria dos deslocamentos. 𝑠𝐴 + ℎ + 2𝑠𝐵 = 𝑙𝑇 ▪Derivando ሶ𝑠𝐴 = −2 ሶ𝑠𝐵 E ሷ𝑠𝐴 = −2 ሷ𝑠𝐵 Análise do movimento absoluto dependente de duas partículas 42 ▪Para casos mais complicados, a análise pode ser estendida de acordo com a geometria dos deslocamento. 𝑠𝐴 + ℎ + 2(ℎ − 𝑠𝐵) = 𝑙𝑇 ▪Derivando ሶ𝑠𝐴 = 2 ሶ𝑠𝐵 ▪E ሷ𝑠𝐴 = 2 ሷ𝑠𝐵 Exercício 43 ▪Determine a velocidade escalar do cilindro A se a corda é puxada na direção do motor 𝑀 com uma taxa constante de 10𝑚/𝑠 ▪R: 10/3 m/s Exercício 44 ▪O movimento do anel em A é controlado por um motor em B de tal maneira que quando o anel está em 𝑠𝐴 = 3𝑚 ele está se deslocando para cima a 2 𝑚/𝑠 e desacelerando a razão de 1 𝑚/𝑠2. Determine a velocidade e aceleração de um ponto sobre o cabo no instante quando ele é puxado na direção do motor B. ▪R: 1,2 m/s; 1,1m/s²