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AVALIAÇÃO FUNCIONAL, COMPORTAMENTAL E ESTIMULAÇÃO SENSÓRIO MOTORA EM NEONATAL Fábio Crozara - Mestrado no programa saúde da crianças e do adolescente CIPED/Unicamp - Fisioterapeuta com especialização em Fisioterapia aplicada ao neonato e lactente pela FCM/Unicamp - Coordenador de pós graduação em fisioterapia hospitalar em instituições nacionais e internacional - Preceptor do Centro Universitário UniMetrocamp Campinas / SP - Membro da Associação de medicina intensiva brasileira (AMIB) - Membro da Associação brasileira de fisioterapia (Assobrafir) No mundo, estima-se que 2,5 milhões de recém- nascidos (RN) morrem anualmente, cerca 7.000 mortes ao dia, responsáveis por aproximadamente 47% dos óbitos de crianças abaixo de 5 anos de idade em 2018. A asfixia perinatal contribui com 30-35% das mortes neonatais, o que representa, em nível global, ao redor de 1 milhão de óbitos por ano. As mortes neonatais são predominantes na primeira semana de vida, em grande parte relacionadas à assistência materna antes e durante o trabalho de parto e parto No Brasil, 35.293 crianças foram a óbito no primeiro ano de vida em 2019 e, destes, 52% (18.402) ocorreram na primeira semana de vida. Dentre os 18.402 óbitos, em 3.775 (20%) RN a causa do óbito esteve associada à asfixia perinatal. Particularidades anatômicas e fisiológicas em pediatria e neonatologia Aspectos Anatômicos Boletim Apgar Vídeo 2Vídeo 1 Boletim de Silverman- Andersen • 1-3 - desconforto respiratório leve • 3-6 - desconforto respiratório moderado • >=7 – desconforto respiratório grave Fisioterapia Face, Legs, Activity, Cry, Consolability - (FLACC) • Avalia os padrões de face, pernas, atividade, choro (> 2=>dor). Sistema de Codificação da Atividade Facial Neonatal (NFCS) Sistema de Codificação da Atividade Facial Neonatal (NFCS)Pontuaçãomáxima8 ptos, dor>3. BIIP (Behavioral Indicators of Infant Pain) Perfil de Dor do RNPT (PIPP) www.pccmjournal.org February 2023 • Volume 24 • Number 2 Grafito 7 e 8. Curva pressão – volume dinâmica para a complacência total • Loop de fluxo – volume ? • Loop de pressão – volume ? • Índice de estresse ? • Complacência e resistência dinâmica ? • Capacidade residual funcional ? • Energia mecânica ? • Manometria esofágica e pressão transpulmonar ? • Atividade elétrica do diafragma ? Oxigenioterapia É recomendado que a prescrição da suplementação de O2 seja guiada por parâmetros fisiológicos e clínicos. Hipoxemia Hiperoxemia Issued: August 2022 Expires: August 2024 Cânula nasal de baixo fluxo Máscara Facial Máscara de Venture Cânula Nasal de Alto Fluxo Interfaces VNI / Helmet VNI / Full-Face ou Máscara Oronasal NeoBar ET tube Holder Monitoração não invasiva Oximetria de Pulso AVALIAÇÃO DA MECÂNICA RESPIRATÓRIA - Complacência Robert & Todres, 2009 Prova de Titulo • Se formos calcular a complacência estática (mL/cmH²O) e dinâmica (mL/cmH²O) respectivamente de um paciente de 5 anos com volume corrente exalado: 100 mL, Pressão platô (Pplatô): 10cmH²O, pressão de pico inspiratório (PIP): 15 cmH²O, pressão expiratória positiva final (PEEP): 5 cmH²O o valor obtido será: RN 30 semanas gestacionais RN 16 dias Covid + AVALIAÇÃO DA MECÂNICA RESPIRATÓRIA - Resistência Robert & Todres, 2009 Prova de Titulo • Calcule a resistência estimada das vias aéreas para um paciente cujo pico de pressão é 25 cmH²O e cuja pressão de platô é 10 cmH²O. O fluxo ajustado no ventilador é de 60 L/min. RN 16 dias – Covid + Parâmetros de controle: fluxo inspiratório • Fluxo inspiratório: velocidade com que o ar entra na via aérea, gerada a partir de um gradiente pressórico. • O fluxo é um parâmetro de controle e , assim como o VC , é determinante para o tempo inspiratório. O fluxo ajustado, assim como o padrão de onda, influencia na PVA A carga elástica (Pplatô ou Palveolar) não se altera. Parâmetros de controle: frequência respiratória Parâmetros de controle: frequência respiratória Constância de Tempo Prova de Titulo • Um Rn internado na UTIN e sob suporte ventilatório apresenta complacência de 0,003 L/cmH²O e resistência de via aérea de 30 cmH²O/L/s, medida pelo ventilador mecânico. Com base nestes dados, qual seria o valor do tempo inspiratório adequado para esvaziar 99% do volume pulmonar. Cirurgia Cardíaca Transposição de Grandes Vasos + Ventrículo Único Cirurgia Cardíaca Transposição de Grandes Vasos + Ventrículo Único Cirurgia Cardíaca Transposição de Grandes Vasos + Ventrículo Único 24 - Horas Pós OP Inteligência Artificial Identificar padrões e fazer previsão Conjunto de algoritmos simulando o cérebro humano a aprender e otimizar previsão Machine Learning Deep Learning Capacidade que soluções tecnológicas tem em simular competências semelhantes as humana Modalidade Assistida/Espontânea Interação Pva / Pmus Pressão da Via Aérea Pressão Muscular Padrão Ouro para Interação Intensidade Duração Fase do ciclo Cateter Esofágico Aumento do Esforço - Aumento da PL ∆ PL = ∆ PVA - ∆ Pes Impacto no Parênquima P-SILI Piora da Lesão Pulmonar Secundária ao Aumento do Esforço Monitoração a Beira Leito Intensidade do Esforço Medidas de Oclusão Índice Assincronia >10% “Cluster “ de IEE Numero /Tempo VM > 8 Dias Mortalidade Cérebro Humano • 100 bilhões de neurônios que podem se conectar com até 100.000 outros neurônios • Treina para aprender coisas novas e reconhecer padrão • Aprendizado por reforço Neurônio Humano / Artificial Identificação de Padrão Luis Blanch et al, 2015 Identificação de Padrão Inspiração – Fluxo positivo no mínimo de 12 L/min Backward stepping ponto aonde o mudança no slope do fluxo Expiração – Fluxo negativo no mínimo 5 L/min por no mínimo 25 ms Backward stepping ponto aonde a curva de fluxo atingiu zero ou fluxo permanece constante por no mínimo 10 ms Modelo Matemático para Identificação do Ciclo Respiratório Curva de Pressão e Fluxo da VA Identificação de Padrão Modelo Matemático para Identificação do Ciclo Respiratório Curva de Pressão da VA e EMG do Diafragma Estudos com ML – Interação Paciente Ventilador N.L Loo et al, 2018 Desenvolvimento de Modelo para Monitorar Assincronia Perspectiva Futura • ML - Estimar a Pmus 023 ML - Estimar a Pmus Visualização da Pmus Estimada – Display do Ventilador ML - Algoritmo Proprietário Desenvolvimento Input dos Dados (Fluxo, Pressão e Volume) RecurrentNeural Network (Long Short Term Memory) Treino do Modelo (Pmus Gabarito para Reajuste dos Pesos) Verificação do Modelo Real vs. Estimada Dados simulados Verificação do Erro Tempo (Inicio, Pico e Término) e Intensidade TIMPEL – ENLIGHT 1800 • Tomógrafo por impedância elétrica (TIE); • Dispositivo não invasivo; • Livre de radiação; • Fornece informações regionais da ventilação pulmonar; • Posicionamento dos eletrodos ao redor do tórax. TECNOLOGIA • Corrente elétrica; • Informações da ventilação e perfusão pulmonar; • Possível monitorização continua por não ter radiação; • Tomada de decisões clínicas de maneira RÁPIDA e ASSERTIVA; • Agilizando e individualizando o tratamento. PRINCÍPIOS • (AR) pouco condutivo eletricamente; • 2 Cintas (32 eletrodos); • Variações cíclicas de volume pulmonar que geram sinal pletismográfico; • Percorre os eletrodos 50 vezes / segundo; • Gerando imagem dinâmica em tempo real da distribuição de volume corrente; • Variação impendância / Variação de volume ( ESTIMATIVA CONFIÁVEL); • Escala de cores :AZUL ESCURO → áreas menos ventiladas BRANCO → áreas mais ventiladas TELA DE VENTILAÇÃO MAPA DE VENTILAÇÃO: Quantifica a distribuição regional da ventilação; Possibilita identificação de assimetrias; Cálculo da relação A/P e R/L a cada ciclo. IMAGEM DINÂMICA: Tempo real da distribuição de volume corrente; PARÂMETROS VENTILATÓRIOS E PLETISMOGRAFIA PARÂMETROS VENTILATÓRIOS: Captados pelo sensor de fluxo; Driving pressure Pressão de platô alveolar Auto PEEP Complacência (Captados em modalidades controladas) PLESTISMOGRAFIA: VENTILAÇÃO → (variação do volume corrente); Amplitude da onda (entrada e saída de ar); AERAÇÃO → Corresponde a linha de base; Medida da Capacidade residual funcional; TITULAÇÃO DA PEEP PERFUSÃO PULMONAR TENDÊNCIAS THERAPEUTIC HYPOTHERMIA NAVA USO DE “NEURALLY ADJUSTED VENTILATORY ASSIST” (NAVA) EM NEONATOLOGIA Assincronia Ventilação de Alta Frequência Oscilatória Relato de Caso Conhecemos a Anatomia e Fisiologia suficiente para tratar uma criança ou um neonato ? Circulação Fetal SUPREMENTO ADEQUADO DE O2 Circulação fetal EXERCÍCIOS TERAPÊUTICOS EM NEONATOLOGIA Classificação do RN • Gestação a termo: 37 e 42 semanas (259-293 d) • Capurro: calcula a IG ao nascimento • Nascimento prematuro: - 37s ( - 259 d) • Idade Corrigida: idade Pós-natal menos o número de semanas que faltou para completar 40s de IG . Idade cronológica – (40 – IG) Idade cronológica 4 meses / semanas / 16 semanas Idade Gestacional 32 semanas 16 semanas – (40-32) 08 semanas / meses/ 2 meses PREMATURIDADE • O desenvolvimento global do bebê prematuro é diferente do desenvolvimento da criança á termo. Classificação relacionando Peso e Idade Gestacional • PIG: abaixo do percentil 10; • AIG: entre os percentis 10 e 90; • GIG: acima do percentil 90. Exemplo 01: RN, 31 semanas e 4 dias, peso 1510g. Classificação relacionando Peso e Idade Gestacional • PIG: abaixo do percentil 10; • AIG: entre os percentis 10 e 90; • GIG: acima do percentil 90. Exemplo 02: RN, 40 semanas, peso 1800g. Classificação relacionando Peso e Idade Gestacional • PIG: abaixo do percentil 10; • AIG: entre os percentis 10 e 90; • GIG: acima do percentil 90. Exemplo 02: RN, 40 semanas, peso 3200g. DESENVOLVIMENTO DO SNC • Terceiro Trimestre de Gestação - período critico para o crescimento e desenvolvimento cerebral • 6-8 semanas de gestação - tamanho do cérebro aumenta mais que 1/3 • 34-40 semanas - aumento exponencial na substância cinzenta e na mielinização da substância branca, o volume cortical aumenta 50% e o cerebelo aumenta 25% DESENVOLVIMENTO DO SNC Desenvolvimento das Vias Motoras • Sistema Subcorticoespinhal: 24-34 semanas de idade gestacional. Responsável : manutenção da postura ereta contra a gravidade e do fortalecimento do tono flexor passivo dos membros. • Sistema Corticoespinhal: início com 32 semanas de idade gestacional prosseguindo até 12 anos. Responsável pelo controle da postura ereta; relaxamento do tono flexor dos membros. Desenvolvimento das Vias Motoras PREMATURIDADE: Problemas Relacionados • Problemas Neurológicos da Prematuridade PREMATURIDADE: Hemorragia Peri- Intraventricular PREMATURIDADE: Problemas Relacionados • Mais frequente no RNPT com idade gestacional inferior a 28 semanas • O sangramento pode ficar restrito à matriz germinativa ou romper a parede do ventrículo lateral subjacente, inundando de sangue. HEMORRAGIA PERIVENTRICULAR- INTRAVENTRICULAR PROGNÓSTICO • SEQUELAS MOTORAS: Hemiparesia ou dupla hemiparesia (Hemiparesia espástica com comprometimento mais acentuado em MMII). SEQUELAS COGNITIVAS: Comprometimento da integração das aferências visuais e auditivas. Recomendações práticas para mobilização precoce em crianças gravemente doentes Choong K, Canci F, Clark H, Hopkins RO, Kudchadkar SR, Lati J, et al. Practice recommendations for early mobilization in critically ill children. J Pediatr Intensive Care. 2018;7(1):14- 26. Seja instituída como parte de um pacote de cuidados de reabilitação “ABCDEFGH”: A - Atenção para Analgesia / evitar superdosagem / permitir despertar B – Ensaios espontâneos de respiração C – Escolha de sedação e analgesia D – Prevenção de delirium, vigilância e manutenção E – Mobilização precoce e exercício F – Envolvimento familiar e capacitação G – Boa nutrição H – Humanismo Intervenção precoce • Algumas pesquisas mostraram que essas crianças chegam a ser manipuladas 134 vezes em apenas 24 horas, demonstrando que a manipulação excessiva e inadequada gera uma descontinuidade no ciclo de sono e vigília. Avaliação comportamental • Comportamentos de retraimento: indicam que o neonato está muito estressado e as estimulações excessivas devem ser gradativamente retiradas. • Alguns do comportamento são: regurgitar, nausear, soluçar, movimentos peristálticos, retração dos lábios, arqueamento do tronco, espirrar bocejar e franzir a testa. Avaliação comportamental • Comportamentos de aproximação: indicam que o neonato está recebendo uma quantidade de estímulo adequada. • Alguns desses comportamentos são: extensão da língua, mão a face, emissão de sons agradáveis, mãos juntas, pés juntos, abertura e fechamento da boca, reflexo de procura e fixar-se visual ou auditivamente. “...É uma maneira completamente nova de se pensar, observar e interpretar o que o paciente esta fazendo e, então, ajustar o que existe de técnicas disponíveis para ver e sentir o que é necessário. Nós não ensinamos movimentos, nós os tornamos possível...” Bobath 1981 Facilitação • Promove um melhor ajuste de postura e do movimento por meio de respostas ativas dentro da sequência dos movimentos • Promove melhor movimento Facilitação Suas mãos • Facilitam ou assistem o bebê através de movimentos • Guiam o bebê (elas nunca devem empurrar, puxar ou forçar o bebê) Considerações Importantes • RN com Ig menor que 35 semanas ao nascimento • RN clinicamente estável • Peso > que 1100grs, com curva de peso ascendente • Considerar gasto energético de Rns com DBP • Adaptar flexão do quadril no RN com DRGE, realizar em decúbito elevado de 45º • Verificar anemia, plaquetopneia, osteopenia • Realizar 1h e 30m depois da mamada • Tempo máximo de 30m com posicionamento • Respeitar sinais de stress Estímulo tátil Estímulo tátil Estímulo visual Estímulo visual Técnicas fisioterapêuticas sensório-motoras Dissociação do tronco • O Rn dever ser posicionado em decúbito lateral e sua cervical deve ser retificada, com flexão do tronco e dos MMII. • As mãos do terapeuta devem ser dispostas uma sobre o ombro e a outra sobre o quadril. • Devem ser realizados movimentos simultâneos de cintura escapular e pélvica. Técnicas fisioterapêuticas sensório-motoras Dissociação de Tronco Local para o exercício: • Incubadora, berço, colo do terapeuta, tablado, colchonete Objetivo: • Relaxamento do tronco, MMSS, MMII • Estimular o rolar • Estimular a mobilização dos membros Técnicas fisioterapêuticas sensório-motoras Alcance alternado • O RN deve ser posicionado em decúbito dorsal, sua cervical deve ser retificada e o quadril fletido. • O terapeuta deve envolver os braços e cotovelos da criança com as mãos e, suavemente, realiza movimentos para frente e para trás. Alcance Alternado Local para o exercício: • Incubadora, berço, colo do terapeuta, tablado, colchonete Objetivo: • Relaxamento do tronco e cintura escapular Alcance Alternado Objetivos funcionais: • Estimular movimentos alternados de MMSS e sensibilidade tátil das mãos • Preparar para o alcance Técnicas fisioterapêuticas sensório-motoras Sentir a cabeça e as mãos • O RN deve ser posicionado em decúbito dorsal, a cervical deve ser retificada e o tronco e os MMII flexionados. • O terapeuta deve segurar uma das mãos da criança levando-a até o alto da cabeça, fazendo quea palma da mão deslize suavemente sobre a face. Mãos na Cabeça Local para o exercício: • Incubadora, berço, colo do terapeuta, tablado, colchonete Objetivo: • Relaxamento e alongamento dos MMSS Mãos na Cabeça Objetivos funcionais: • Estimular o bebê a olhar na linha média • Promover o reconhecimento do próprio corpo Técnicas fisioterapêuticas sensório-motoras Chutes alternados • O RN deve ser posicionado em decúbito dorsal, sua cervical deve ser retificada e o tronco flexionado. • O terapeuta deve envolver as coxas com as suas mãos, realizando movimentos de chutes alternados, como se o bebê estivesse alcançando o céu com os pés. Chutes Alternados Objetivo: • Relaxamento do tronco inferior e quadril Objetivos funcionais: • Preparar os MMII para a realização de chutes alternados Local para o exercício: • Incubadora, berço, colo do terapeuta, tablado, colchonete Técnicas fisioterapêuticas sensório-motoras Colocação plantar • O RN deve ser posicionado em decúbito lateral com o dorso voltado para o terapeuta, e sua cervical deve ser retificada. • As mãos do terapeuta devem ser colocadas na linha média e disposta uma sobre o tronco e outra sobre a perna supralateral do bebê. Técnicas fisioterapêuticas sensório-motoras Colocação Plantar Objetivos funcionais: • Estimula a dorsiflexão, corrige o “pé do prematuro” • Prepara os pés para sustentar o peso e ficar em pé Técnicas fisioterapêuticas sensório-motoras Rolando o quadril • O RN deve ser posicionado em decúbito dorsal, com a cabeça na linha média. • As mãos do terapeuta devem ser dispostas envolvendo as laterais do quadril e coxa Técnicas fisioterapêuticas sensório-motoras Rolar o Quadril Atividade realizada: • Movimentos de rotação do quadril, mantendo-o ligeiramente elevado Local para o exercício: • Incubadora, berço, colo do terapeuta, tablado, colchonete Objetivo: • Relaxamento do tronco e MMII • Estimular a flexão cervical, do tronco e MMII Técnicas fisioterapêuticas sensório-motoras Rolando com as mãos nos joelhos • O RN deve ser posicionado em decúbito dorsal, com a cabeça na linha média. • As mãos do terapeuta devem ser dispostas ao redor da pelve e das coxas. Técnicas fisioterapêuticas sensório-motoras Rolar com as mãos no joelho Objetivos: • Alongar os músculos extensores de tronco • Ativar os músculos flexores da cervical e tronco (abdominais) • Promover a flexão do quadril e joelhos • Estimular a protusão de ombros • Focalizar e seguir com os olhos e cabeça • Promover feedback sensorial na posição de lado e reações de endireitamento lateral Rolar com as mãos no joelho Objetivos funcionais: • Favorecer o alcance das mãos nos joelhos para exploração do corpo • Promover a exploração visual do corpo • Facilitar o rolar independente de supino para lateral • Favorecer o ajuste e adaptação dos sistemas sensoriais Rolar com as mãos sob o quadril Rolar com as mãos sob o quadril Objetivos • Relaxar e alongar os músculos do tronco superior • Estimular a flexão cervical, do tronco e MMII Técnicas fisioterapêuticas sensório-motoras Rolando de ventral para lateral • O RN deve ser posicionado em decúbito ventral, transversalmente ao terapeuta, com os MMSS elevados. • Sustentar o ombro com uma das mãos e, com a outra, rolar a pelve para dorsal, elevando-se aproximadamente 45º. Técnicas fisioterapêuticas sensório-motoras Rolar de ventral para lateral Objetivos: • Fortalecer os músculos do pescoço e tronco • Estimular a dissociação dos MMII Rolar de ventral para lateral Objetivos funcionais: • Estimular o aprendizado dos chutes alternados, rolar e engatinhar Rolar de lateral para ventral Objetivos: • Alongar os músculos do tronco e quadril infra lateral Rolar de lateral para ventral Objetivos funcionais: • Promover a dissociação dos MMII • Promover a mobilidade dos MMII • Estimular a colocação das mãos na linha média Técnicas fisioterapêuticas sensório-motoras Cócoras • O RN deve ser posicionado na vertical, com o dorso em contato com o tórax e abdôme do fisioterapeuta, que deve estar sentado e recostado a 45°. • Segurar o RN sobre os artelhos e calcanhares, fletindo os MMII levemente abduzidos, em posição de cócoras. Cócoras Objetivos: • Estimular a flexão cervical, de tronco e MMII • Proporcionar estímulos proprioceptivos aos pés Cócoras Objetivos funcionais: • Encorajar o início do controle de cabeça e tronco Após atendimento Alongamentos Atividade realizada • Segurar os ombros do bebê e, lentamente, realizar movimentos rotacionais e para baixo. ALONGAMENTOS Objetivo: • Relaxamento do tronco e cintura escapular Alongamentos Atividade realizada • Apoiar a cabeça do bebê, relaxando-a sobre uma de suas mãos. Afastar os ombros do bebê para baixo, lentamente, deslizando a escápula pelo gradil costal POSICIONAMENTO TERAPÊUTICO POSICIONAMENTO TERAPÊUTICO EM FLEXÃO PREVINE A DESORGANIZAÇÃO E MOVIMENTOS EM EXTENSÃO E REDUZ O ESTRESSE Corff, 1995; Taquino, 1994; Blackburn, 1998 POSICIONAMENTO TERAPÊUTICO Objetivos: • Promover regulação do estado neurocomportamental e auto- regulação • Promover suporte postural e movimento • Promover experiência sensório motora adequada • Promover alinhamento biomecânico • Otimizar o desenvolvimento músculo-esquelético POSICIONAMENTO TERAPÊUTICO Princípios: • promover contenção e adaptação suave ao ambiente extra-uterino • promover a flexão • promover o comportamento na linha média • manter alinhamento articular • prevenir assimetrias posturais POSICIONAMENTO TERAPÊUTICO Benefícios • melhora da função pulmonar • previne alterações articulares e musculares • promove a organização de padrões de movimentos • promove estímulos proprioceptivos e táteis • melhora a consciência corporal • promove sensação de segurança • desenvolve o tono flexor normal Decúbito dorsal As vantagens do decúbito dorsal • Promover melhor visualização do Rn e maior acesso para se realizar procedimentos terapêuticos, principalmente os de emergência; • Facilitar o posicionamento do cateter umbilical e do tubo do ventilador; • Favorecer a simetria e o alinhamento axial Decúbito lateral As vantagens do decúbito lateral • Evitar a hiperextensão do pescoço e tronco; • Promover a auto-organização e a simetria; • Melhorar as respostas flexoras dos membros e da linha média; • Favorecer a atividade visual e a coordenação visual motora; • Promover estabilidade postural; • Melhorar o esvaziamento gástrico (DLD) • Permitir o contato entre as mãos e o levar a mão à boca Decúbito ventral ou prono As vantagens do decúbito ventral ou prono • Promover a estabilidade da caixa torácica • Melhorar a função dos músculos respiratórios; • Proporcionar melhor sono • Promover a organização e diminuir a irritabilidade (choro) • Menor FC e padrão respiratório mais estável. Rev Bras Ter Intensiva. 2021;33(1):12-30 Humanização Estimulação unimodal • A estimulação unimodal inclui intervenções de ESM que fornecem apenas um tipo de estimulação sensorial a recém-nascidos e lactentes, em conformidade com a hierarquia do desenvolvimento fisiológico dos subsistemas sensoriais como tátil→vestibular→ paladar→olfatório→auditivo→visual Estimulação tátil • Recomendação: a estimulação tátil é recomendada para reduzir o estresse, avaliado pelos níveis urinários de cortisol e aplicada pela utilização da intervenção de toque humano suave (THS); reduz a intensidade da dor, conforme avaliação pela Neonatal Infant Pain Scale (NIPS); altera a frequência cardíaca (FC) e a respiratória (FR) associadas com estímulos dolorosos, pelo uso da intervenção de toque terapêutico (TT) e melhora o sono, conforme avaliação pela Anderson Behavioral State Scale (ABSS). Estimulação vestibular • Recomendação: alguns métodos de posicionamento funcional, que podem também ser utilizados para estimulação vestibular(por exemplo: redes, frequentemente utilizadas em UTIs brasileiras), não apresentaram o grau de evidência científica necessária para inclusão em estimulação unimodal e, portanto, foram incluídos entre os métodos de ESM multimodal. Estimulação auditiva • Recomendação: a estimulação auditiva é recomendada para aumentar a saturação de oxigênio (SpO2) e reduzir a FC por meio da exposição a canções de ninar cantadas pelos pais; aumentar a SpO2 por meio de exposição a canções de ninar ou alguma cantada/gravada pela mãe; diminuir as respostas fisiológicas de FC e comportamentais (estado de sono-vigília e expressões faciais de dor) durante e após estímulo doloroso; • Os autores não encontraram diferenças significantes entre a intervenção (canções de ninar), placebo e grupos controle em termos de respostas fisiológicas e comportamentais. Estimulação olfatória • Recomendação: a estimulação olfatória é recomendada para prevenir apneia com uso de estimulação com fragrância de baunilha e reduzir a dor com utilização do odor de leite materno. A estimulação olfatória não é recomendada para diminuir o gasto energético em repouso com utilização de fragrância de baunilha, e um odor não familiar (baunilha) teve efeito calmante observável em recém-nascidos a termos submetidos a procedimento doloroso. Estimulação gustatória • Recomendação: estimulação gustatória com uso de saturação sensorial, leite materno, sucção assistida, e soluções doces (glicose, sucralose e dextrose) são recomendadas para diminuição da dor. Quando se compararam estímulos com soluções doces (glicose, sucralose e dextrose) e com placebo, as primeiras apresentaram diminuição da dor; apenas um estudo comparou a sucralose oral e teve efeito analgésico maior. Estimulação visual • Recomendação: a estimulação visual foi incluída na ESM multimodal em razão da ausência de evidência científica que cumprisse os critérios de inclusão dessas recomendações na estimulação unimodal. Estimulação multimodal • A estimulação multimodal inclui intervenções de ESM que combinam dois ou mais tipos de estímulo sensorial, como estimulação tátil- cinestésica, massagem terapêutica, controle pele a pele e estimulação multissensorial. Estimulação tátil-cinestésica • Recomendação: a estimulação tátil-cinestésica é recomendada para melhorar o ganho de peso e reduzir o tempo de hospitalização, aumentar a atividade parassimpática durante o sono, melhorar a força muscular e mineralização óssea, otimizar o desempenho do comportamento motor, baixar os níveis de bilirrubina, favorecer a maturação da atividade elétrica cerebral, favorecer padrões motores mais maduros e comportamentos mais regulados e organizados, melhorar o componente motor e encurtar o tempo de hospitalização, melhorar a deposição de gordura em recém-nascidos pré-termo e contribuir para fortalecimento do sistema imunológico e ganho de peso. Massagem terapêutica • Recomendação: a ESM utilizando massagem terapêutica é recomendada para melhorar o ganho de peso, aumentar a frequência de episódios de defecação, diminuir os níveis transcutâneos de bilirrubina, reduzir os escores de dor e aumentar o estado de alerta após a massagem. Contato pele a pele • Recomendação: a ESM com utilização de contato pele a pele é recomendada para recém-nascidos sob ventilação mecânica, reduz a dor durante procedimentos dolorosos, alivia o estresse, controla a temperatura corpórea, associa-se com menores níveis salivares de cortisol em recém-nascidos, melhora a eficácia da amamentação no seio ou ganho de peso e diminui custo da internação. • Um estudo não demonstrou uma diminuição nos níveis salivares de cortisol em recém-nascidos pré-termo; outras investigações não produziram evidência significante em termos de ganho médio diário de peso. Estimulação multissensorial • A estimulação multissensorial combina diferentes tipos de estímulos que não precisam, necessariamente, ser oferecidos ao mesmo tempo. • Seus benefícios dependem da maturidade do sistema nervoso central e dos subsistemas sensoriais de recém-nascidos. • Recomendação: a estimulação multissensorial é recomendada para melhorar o escore neuro motor e a maturação do tônus muscular em recém-nascidos pré-termo pela aplicação do protocolo de “estímulo auditório, tátil, visual e vestibular – ATVV”, melhora a organização comportamental, eleva a frequência de comportamentos orais, aumenta o tempo em estado de alerta, melhora a interação materno- infantil com ATVV e aumenta o ganho pôndero-estatural. Exercícios/mobilização • Os exercícios/mobilização (passiva ou ativa assistida) podem ser iniciados para recém-nascidos pré-termo clinicamente estáveis com elevado risco de doença osteometabólica e IG inferior a 32 semanas e/ou peso ao nascer inferior a 1.000g. • Recomendação: a ESM com utilização de mobilizações realizadas por fisioterapeutas é recomendada para aumentar peso, estatura e comprimento tibial, ampliar a circunferência do braço, aumentar os marcadores de formação óssea e diminuir os marcadores de reabsorção óssea. Rev Bras Ter Intensiva. 2021;33(1):12-30 fabiocrozfsdown@gmail.com Fabio Crozara