Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

Nutrição
Animal
U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D O P A R A N Á
Lorenna Nicole Araújo Santos¹, Eduarda Lorena Fernandes¹, Heloísa Lara
Silva¹, Laiane da Silva Lima¹, Renata Bacila M. S. Souza², Alex Maiorka³,
Ananda Portella Félix³, Chayane da Rocha³, Simone Gisele de Oliveira³.
¹ Mestranda em Ciências Veterinárias - UFPR
² Doutoranda em Ciências Veterinárias - UFPR
³ Professor do departamento de Zootecnia - UFPR
AUTORES:
Lorenna Nicole Araújo Santos
lorenna.araujo@ufpr.br
Eduarda Lorena Fernandes
eduardalorenafernandes@gmail.com
Heloísa Lara Silva
heloisalara@ufpr.br
Laiane da Silva Lima
laianesilva@ufpr.br
Renata Bacila M. S. Souza
renata.bacila@ufpr.br
Alex Maiorka
amaiorka@ufpr.br
Ananda Portella Félix
apfelix@ufpr.br
Chayane da Rocha
chayane.rocha@ufpr.br
Simone Gisele de Oliveira
sgoliveira@ufpr.br
É permita a reprodução e divulgação desde que citada a fonte
Nutrição Animal
Sumário
1. INTRODUÇÃO 08
1.1 Resumo de particularidades anatômicas e fisiológicas do sistema
 gastrointestinal ........................................................................................................................
1.2 Pirâmide alimentar para a maioria dos animais onívoros ...........................................
1.3 Conceito s ..................................................................................................................................
1.4 Classificação digestiva ...........................................................................................................
2. FISIOLOGIA DA DIGESTÃO 13
2.1 Consumo ................................................................................................................................... 
2.2 Centro da fome e saciedade ................................................................................................
2.3 Regulação do consumo .........................................................................................................
2.4 Sistema digestório ..................................................................................................................
2.5 Processo de digestão e a bsorção ......................................................................................
2.5.1 Apreensão ............................................................................................................................
2.5.2 Mastigação ...........................................................................................................................
2.5.3 Saliva ......................................................................................................................................
2.5.4 Estômago ..............................................................................................................................
2.5.5 Principais enzimas estomacais ........................................................................................
2.5.6 Fígado, pâncreas e duodeno ............................................................................................
2.5.7 Superfície interna do intestino .........................................................................................
2.5.8 Movimentos intestinais ......................................................................................................
2.5.9 Suco biliar ..............................................................................................................................
2.6 Capacida de do trato digestório ...........................................................................................
2.7 Sistema digestório das aves .................................................................................................
2.8 Sistema digestório dos suínos .............................................................................................
2.9 Sistema digestório do cã o .....................................................................................................
2.10 Sistema diges tório dos equinos ........................................................................................
2.11 Sistema digestó rio dos peixes ...........................................................................................
2.12 Sistema digestório dos ruminantes .................................................................................
2.12.1 Fatores que tornam o rúmen e retículo uma câmara de fermentação ..............
2.12.1 Fatores que determinam a densidade de microrganismos no rúmen ...............
3. PROTEÍNAS 27
3.2 Funções das proteínas ..........................................................................................................
08
10
10
11
13
13
14
14
14
14
15
15
17
17
17
19
20
20
20
21
22
22
22
23
23
25
25
27
Sumário
3.3 Proteína simples ......................................................................................................................
3.4 Proteínas conjugadas .............................................................................................................
3.5 Derivados de proteínas ..........................................................................................................
3.6 Proteínas desnaturadas .........................................................................................................
3.7 Estrutura das proteínas ..........................................................................................................
3.8 Aminoácidos ..............................................................................................................................
3.8.1 Aminoácidos essenciais ......................................................................................................
3.8.2 Aminoácidos não essenciais .............................................................................................
3.8.3 Aminoácidos limitantes ......................................................................................................
3.9 Digestão e absorção ...............................................................................................................
3.10 Metabolismo ...........................................................................................................................
3.10.1 Degradação de aminoácidos ..........................................................................................
3.10.2 Biossíntese de aminoácidos ...........................................................................................
3.11 Aminação ................................................................................................................................
3.12 Transaminação ......................................................................................................................
3.13 Desaminação .........................................................................................................................
3.14 Descarboxilação ....................................................................................................................
3.15 Proteína ideal .........................................................................................................................
3.16 Proteína na dieta de ruminantes ......................................................................................
3.16.1 Proteína by pass .................................................................................................................
3.17 Deficiência de aminoácidos ................................................................................................
3.18 Desbalanço de aminoácidos ..............................................................................................3.19 Avaliação da qualidade da proteína .................................................................................
3.20 Determinação do teor de proteína ..................................................................................
3.21 Valor biológico das proteínas ............................................................................................
4. CARBOIDRATOS 
4.1 Funções .....................................................................................................................................
4.2 Classificação dos carboidratos ............................................................................................
4.3 Amido .........................................................................................................................................
4.3.1 Amilose ...................................................................................................................................
4.3.2 Amilopectina .........................................................................................................................
4.3.3 Amido ......................................................................................................................................
27
27
28
28
28
29
30
30
30
31
31
34
34
34
34
35
35
35
35
36
36
37
37
37
37
39
39
40
40
41
41
39
Sumário
4.3.4 Gelatinização do amido ......................................................................................................
4.3.5 Retrogradação do amido ...................................................................................................
4.3.6 Classificação do amido de acordo com a digestão .....................................................
4.3.7 Amido resistente ..................................................................................................................
4.4 Polissacarídeo não amiláceo (fibra) ....................................................................................
4.4.1 Função ....................................................................................................................................
4.4.2 Classificação da fibra de acordo com a solubilidade em água ................................
4.5 Digestão e efeitos fisiológicos dos carboidratos ............................................................
4.5.1 Carboidratos para ruminantes ........................................................................................
4.5.2 Digestibilidade do amido ...................................................................................................
4.5.3 Metabolismo da glicose .....................................................................................................
5. LIPÍDIOS 
5.1 Funções no organismo ..........................................................................................................
5.2 Funções na dieta .....................................................................................................................
5.3 Classificação dos lipídios .......................................................................................................
5.4 Ácidos graxos ...........................................................................................................................
5.4.1 Isômeros geométricos ........................................................................................................
5.4.2 Classificação dos ácidos graxos .......................................................................................
5.4.3 Ácido graxo poli-insaturado ..............................................................................................
5.5 Lipídios na nutrição animal ...................................................................................................
5.6 Digestão de lipídios .................................................................................................................
5.7 Lipídios na dieta de ruminantes ..........................................................................................
5.8 Metabolismo .............................................................................................................................
5.9 Alimentos funcionais ..............................................................................................................
6. VITAMINAS
6.1 Vitaminas lipossolúveis ..........................................................................................................
6.2 Vitaminas hidrossolúveis .......................................................................................................
6.3 Estabilidade vitamínica ..........................................................................................................
6.4 Premix ........................................................................................................................................
41
42
42
42
43
43
43
43
44
46
48
50
50
50
51
51
51
52
52
53
55
55
56
58
60
64
65
50
58
Sumário
7. MINERAIS
7.1 Macrominerais ...............................................................................................................................
7.1.1 Equilíbrio catio aniônico ...........................................................................................................
7.1.2 Relação Na+K+Cl ........................................................................................................................
7.2 Microminerais ................................................................................................................................
7.3 Premix Mineral ...............................................................................................................................
7.4 Mistura mineral - sal mineral .....................................................................................................
7.5 Minerais complexados .................................................................................................................
7.6 Suplementação ..............................................................................................................................
7.6.1 O que são minerais orgânicos? ..............................................................................................
7.6.2 Definição de suplementos minerais .....................................................................................
8. INGREDIENTES
8.1 Pirâmide alimentar .......................................................................................................................
8.2 Principais preocupações com os ingredientes .....................................................................
8.3 Fracionamento dos alimentos ...................................................................................................
8.4 Volumosos ......................................................................................................................................
8.5 Energético (grãos de cereais) .....................................................................................................
8.6 Energético (grãos de oleaginosas) ............................................................................................
8.7 Óleos de origem vegetal .............................................................................................................
8.8 Proteicos de origem vegetal .......................................................................................................
8.9 Óleo de origem animal ................................................................................................................
8.10 Proteicos de origem animal .....................................................................................................
8.11 Produtos lácteos .........................................................................................................................8.12 Outras alternativas .....................................................................................................................
9. ADITIVOS
9.1 Requisitos gerais (IN 13/2004) ...................................................................................................
9.2 Categoria de aditivos ....................................................................................................................
9.3 Classificação ...................................................................................................................................
9.4 Considerações finais ....................................................................................................................
69
71
71
72
74
74
75
75
75
75
78
78
80
80
80
83
83
84
85
85
88
88
90
90
90
95
68
78
90
Sumário
10. PROCESSAMENTO DE RAÇÕES
10.1 Formulação ..................................................................................................................................
10.2 Recepção ......................................................................................................................................
10.3 Armazenamento dos ingredientes .........................................................................................
10.4 Moagem ou pré moagem .........................................................................................................
10.5 Dosagem .......................................................................................................................................
10.6 Mistura ..........................................................................................................................................
10.7 Peletizadora .................................................................................................................................
10.8 Resfriamento ...............................................................................................................................
10.9 Remoagem ...................................................................................................................................
10.10 Extrusão ......................................................................................................................................
10.11 Secagem .....................................................................................................................................
10.12 Recobrimento ...........................................................................................................................
10.13 Embalagem ................................................................................................................................
10.14 Implicações ................................................................................................................................
11. FORMULAÇÃO DE RAÇÕES
11.1 Consultar as exigências nutricionais .....................................................................................
11.2 Critérios para a formulação .....................................................................................................
11.3 Cálculo pelo quadrado de Pearson .......................................................................................
11.4 Formulando com mais de dois ingredientes .......................................................................
11.5 Formulando pelo método algébrico ......................................................................................
12. BROMATOLOGIA
12.1 Categorias dos nutrientes ........................................................................................................
12.2 Categorias de alimentos ...........................................................................................................
12.3 Importância da bromatologia ..................................................................................................
12.4 Métodos de análises ..................................................................................................................
12.5 Amostragem ................................................................................................................................
12.6 Identificação .................................................................................................................................
12.7 Estocagem ....................................................................................................................................
98
98
98
98
99
100
100
100
100
100
100
101
101
101
103
103
103
105
106
108
109
109
110
110
111
111
97
103
108
Sumário
12.8 Pré-secagem ................................................................................................................................
12.9 Moagem ........................................................................................................................................
12.10 Análises .......................................................................................................................................
12.11 Método de Weende .................................................................................................................
12.12 Método de Van Soest ..............................................................................................................
12.13 Análise por método físico - NIRS ..........................................................................................
12.14 Energia dos alimentos ............................................................................................................
12.15 Digestibilidade dos alimentos ...............................................................................................
111
111
112
113
114
116
116
117
1.Introdução
1.1 Resumo de particularidades anatômicas e fisiológicas do sistema
gastrointestinal:
Herbívoros não ruminantes:
Grandes herbívoros, como os equinos, possuem o cólon bem
desenvolvido. Essa adaptação anatômica é devido à digestão
celulolítica. Dessa forma, o órgão tem como função ser a primeira
câmara de fermentação (KONING e LIEBICH, 2004).
Equinos têm o comportamento de ingerir pequenas
quantidades de alimento distribuídas ao longo do dia. Ao
confiná-lo ou fornecer grandes quantidades de alimento
em um curto período de tempo, pode-se induzir a flexura
pélvica, causando cólica.
Ainda, pequenos herbívoros (coelhos, por exemplo) geralmente
possuem o ceco bem desenvolvido.
Cecotrofos (cecotrofia): coelhos produzem cecotrofos, e
se alimentam destes diretamente do ânus para maior
aproveitamento nutricional da dieta. Os cecotrofos são
ricos em ácidos graxos de cadeia curta, vitaminas e
aminoácidos.
Herbívoros ruminantes:
Figura 1: Steven e Humes
(1995)
Figura 2: Steven e Humes
(1995)
Figura 3: Steven e Humes
(1995)
Animais ruminantes possuem diversas particularidades. Dentre elas 
há o estômago pluricavitário, composto por quatro
compartimentos: retículo, rúmen, omaso e abomaso. 
08
Onívoro:
Apesar do suíno e do humano serem considerados onívoros, o trato digestório
dos suínos é mais adaptado para o consumo de alimentos in natura.
Imagem: Pinterest
Figura 4: Steven e Humes
(1995)
Figura 5: Steven e Humes
(1995)
Os frangos são animais onívoros, e
possuem um estômago mecânico
(moela) e um químico (pró-ventrículo),
que auxiliam no melhor aproveitamento
dos nutrientes.
Figura 6: Steven e Humes
(1995)
Carnívoros:
Animais carnívoros, como os cães e gatos, possuem o trato digestório curto, estômago
relativamente grande, e tendem a ingerir pouca fibra.
Figura 7: Steven e Humes
(1995)
Figura 8: Steven e Humes
(1995)
Embora cães e gatos sejam
classificados como carnívoros, há
certas diferenças entre eles, devido a
seu histórico evolutivo. Cães são
classificados como carnívoros
oportunistas ou não-estritos, tendo
em vista sua melhor adaptação com
dietas onívoras. E os gatos são
classificados como carnívoros estritos.
Cão Gato
09
1.2 Pirâmide alimentarpara a maioria dos animais onívoros:
A base da pirâmide alimentar é constituída por grãos, principalmente o milho, que são
fontes de amido. A utilização de outros de grãos, como o arroz, pode ter um custo
elevado devido à competição com a alimentação humana. Em segundo lugar
encontram-se as fontes proteicas. Como fontes de proteína são utilizadas,
principalmente, a soja e farinhas de origem animal, como a farinha de vísceras. Os óleos
e gorduras estão em terceiro lugar. E, por último, estão os aditivos, vitaminas e minerais.
Carboidrato
Proteína
Lipídios
Aditivos, vitaminas e minerais
1.3 Conceitos:
Nutrição: conjunto de processos físicos, químicos e biológicos, mediante os quais o
organismo utiliza o alimento para reparar os tecidos gastos, manter sua fisiologia,
promover crescimento e produção. Ciência que estuda a manutenção da vida e as
substâncias capazes de cumprir este fim.
Alimentação: é o ato de fornecer o alimento ao animal para saciar a fome. Estudo
dos alimentos e dos padrões de exigências nutritivas dos animais, a fim de alimentá-
los de forma econômica e eficiente. O animal somente está alimentado se, além de
nutrido, está saciado de sede e de fome.
Nutriente: componente do alimento, substância química com estrutura definida
que auxilia no processo de manutenção da vida e da produção. O conceito atual é
mais amplo, pois inclui outras substâncias que não são componentes dos alimentos,
como vitaminas sintéticas, sais inorgânicos quimicamente puros e aminoácidos
sintéticos. Nem sempre o nutriente está contido no alimento.
Nutriente essencial:
São aqueles exigidos pelo animal e que não são
sintetizados pelo organismo, ou, se
sintetizados, a velocidade de síntese não é
suficiente para atender as necessidades diárias.
Nutriente não-essencial:
São aqueles igualmente exigidos pelo animal,
mas que são sintetizados pelo organismo em
quantidades suficientes para atender as
necessidades diárias.
Figura 9: Pirâmide alimentar
10
Alimento: toda substância que contém um ou mais nutrientes (geralmente um
grupo), que tem a propriedade de fornecer o nutriente ou saciar a sensação de
fome e de sede do animal. Não possui fórmula química definida.
Dieta: refere-se aos alimentos que compõem uma ração. Não indica,
necessariamente, alimentação equilibrada. 
Ração: total de alimento consumido por um indivíduo em 24 horas.
Concentrado: mistura de ingredientes de reconhecido valor biológico, que, ao ser
adicionado a outros ingredientes determinados, transforma a mistura final em uma
ração balanceada nutricionalmente.
1.4 Classificação digestiva:
A digestão de animais carnívoros é principalmente enzimática, como em cães e gatos.
Em animais onívoros, como os suínos e frangos, embora se alimentem tanto de
produtos de origem animal como vegetal, a digestão principal é enzimática. Já em
animais herbívoros há diferença entre ruminantes e não ruminantes:
Ruminantes: a fermentação microbiana ocorre em uma região especializada
antes da digestão enzimática (fermentação cranial), como ocorre em bovinos,
ovinos e caprinos;
Não Ruminantes: a fermentação microbiana ocorre depois da digestão
enzimática (fermentação caudal), como em equinos e coelhos.
11
ANOTAÇÕES 
2. Fisiologia da Digestão
2.1 Consumo:
Teorias de regulação do consumo:
1) Glicostática: esta teoria sugere que o animal sentirá fome ou estará saciado de
acordo com o nível de glicose no sangue. Por exemplo: quando o nível de glicose está
baixo, ocorre a ativação da fome. 
2) Aminostática: depende do teor e quais são os aminoácidos circulantes. Por
exemplo, o triptofano, precursor da serotonina, ativará a saciedade.
Termogênese: além dos aminoácidos circulantes e da termogênese, a proteína
contribui para a saciedade, reduzindo a taxa de esvaziamento gástrico e
estimulando a produção de colecistoquinina. 
3) Lipostática: o lipídio é a fração nutricional de maior densidade energética.
Energostática (química): os animais consomem até ingerir a energia
necessária. É a principal teoria do consumo, e a mais geral. A palatabilidade
pode interferir nessa teoria, pois o animal pode estar saciado e continuar
comendo, dificultando a mensuração da fome e da saciedade. 
4) Teoria física: o volume do alimento no estômago/rúmen ativa a saciedade no
hipotálamo. 
Todas as teorias atuam juntas, mas depende do animal e do alimento.
5) Fatores extrínsecos: fatores externos, como competição por alimento e estresse,
podem afetar a regulação do consumo.
2.2 Centro da fome e saciedade:
Sistema nervoso (hipotálamo): a área lateral e o núcleo dorsomedial controlam a
fome. O núcleo ventromedial e núcleo paraventricular controlam a saciedade e a área
anterior controla a temperatura corporal.
Figura 10: www.sistemanervoso.com/images/anatomia/cerb_01
13
2.3 Regulação do consumo:
O primeiro a sinalizar o centro da saciedade é o eixo trato digestório hipotálamo,
através do hormônio grelina. Depois que os nutrientes chegam ao fígado, ocorre a
oxidação, e o nervo vago ativa o centro da saciedade no hipotálamo, a médio prazo. 
A longo prazo, quando em balanço energético positivo, ocorre o acúmulo de tecido
adiposo, e, através da leptina, estímulo da saciedade.
2.4 Sistema digestório:
O sistema gastrointestinal é a via de entrada de alimento e, também, onde ocorrem os
processos de digestão e a absorção seletiva de nutrientes. Esta função demanda alto
aporte nutricional, utilizando em torno de 23-36% do total de energia e entre 23-38% de
toda a proteína absorvida pelo organismo.
A principal função do sistema gastrointestinal é selecionar o fluxo de entrada e saída de
nutrientes e transformar moléculas complexas (proteínas, lipídios e carboidratos) em
simples. Este processo ocorre através da ingestão, digestão, absorção, secreção e
excreção.
Figura 11: Adaptado de Vander, Sherman & Luciano (2002), enquanto disponível em: http://www.biocourse.com
2.5 Processo de digestão e absorção:
2.5.1 Apreensão:
Equinos: lábios móveis e sensíveis que em pastejo são retraídos, o que permite que
os dentes incisivos cortem o alimento pela base.
Bovinos e ovinos: a língua é o principal órgão de apreensão. Ela se curva ao redor
das ervas, que são puxadas entre os incisivos inferiores e arrancadas por brusco
movimento da cabeça.
Suínos: o alimento é levado à boca pela ação do lábio inferior.
Aves: o alimento é levado à boca por meio de bicadas.
Peixes: varia com o tamanho e anatomia do animal e seu hábito alimentar.
14
Boca superior
Peixes carnívoros
Ex.: Traíra
Boca terminal
Planctófagos, herbívoros,
frugívoros e onívoros
Ex.: Tilápia
Boca inferior
Peixes iliófagos
Ex.: Cascudo
2.5.2 Mastigação:
A mastigação pode ser definida como o fracionamento dos alimentos, para deixá-los
com maior superfície de contato. Além dos dentes, a língua também é um importante
órgão, que auxilia no deslocamento do alimento de um lado para o outro, juntamente
com presença de saliva. Essa exceção ocorre nas aves, que não exercem a mastigação, 
este processo mecânico é realizado pela moela.
2.5.3 Saliva:
A saliva (muco) tem como função umedecer e lubrificar os alimentos, iniciando a
formação do bolo alimentar com certa homogeneização que, quando atinge
determinada consistência, é transportada para região mais posterior da faringe, onde
ocorre a deglutição.
Foto: G1 - Globo Foto: Engepesca Foto: Projeto Douradinho
Glândulas salivares Papilas da língua
Figura 12: Koning e Liebich, 2016. Figura 13: Adaptado de Vieira, 2010.
15
Espécie Número de papilas
Coelho 17.000
Suíno 15.000
Bezerro 25.000
Pato 200
Galinha 24
Gato 473
Cachorro 1.706
Homem 9.000
Número de papilas gustativas
Rastros branquiais
Funções:
Filtrar alimentos
Proteger as brânquias
Prevenir o refluxo dos alimentos
Auxiliar na deglutição
Em peixes planctófagos, há maior número de
rastros branquiais. Além disso, são
posicionados mais próximos um do outro. Nos
peixes carnívoros são encontrados em menor
número e são mais afastados.
Figura 14: http://zootecniae10.blogspot.com/2011/07/tilapias.html 
16
Cél.G gastrina Cél. G gastrina
2.5.5 Principais enzimas estomacais:
Pepsinogênio: é secretado pelas células principais, como pró-enzima que é ativada
pela ação ácida e convertida em pepsina. Está envolvido na hidrólise de moléculas
proteicas.
Lipase gástrica: envolvida no desdobramento de gorduras.
2.5.6 Fígado, pâncreas e duodeno:
2.5.4 Estômago:
O estômago é um órgão oco que funciona como reservatório. É nele que ocorrem as
secreções ácidas. A região proximal na extremidade esofágica tem a função de
armazenamento, retendo o alimento. No estômago ocorre a secreção de ácidos (HCl) e
enzimas. O HCl, secretado pelas células parietais, funciona como antisséptico estomacal
e ativador enzimático.
Controle da 
secreção gástrica
Fase cefálica
(30-40% da secreção)
Fase gástrica
(50-60% da secreção)
Fase intestinal
(10% da secreção)
Odor, sabor, visão do
alimento, horário de
alimentação
Estímulos mecânicos
(alimentos no estômago)
Entrada do quimo no
duodeno (pH ácido,
proteína, lipídios)
Nervo vago (ACh) Reflexo local (ACh) Enteroglucagon;
Secretina;
Colecistoquinina
A colecistoquinina (CCK) estimula a secreção de
bicarbonado pelo pâncreas para neutralizar o pH,
possibilitando, assim, a atuação das enzimas
pancreáticas no duodeno.
Pâncreas
Vesícula biliar
Fígado
Figura 15: O Autor, 2024 17
Enzimas pancreáticas: o suco pancreático chega próximo ao pH alcalino e é
enviado ao duodeno pelos ductos pancreáticos (com exceção dos ovinos, onde são
lançados na vesícula biliar). Todas as proteases são produzidas na forma inativa, e
para sua ativação, a enteroquinase hidrolisa o tripsinogênio, ativando a tripsina, que 
ativa as outras proteases. 
A exopeptidase digere de fora para dentro, e a endopeptidase do meio para
fora.
Lipase digere proteínas emulsificadas, desdobrando lipídios até formação de
glicerol + ácido graxo.
Amilase realiza o desdobramento do amido até formação de maltose.
Enteroquinase
Tripsinogênio Tripsina
Tripsina
Quimotripsinogênio
Pró-elastase
Pró-Carboxipeptidase A
Pró-Carboxipeptidase B
Quimotripsina
Elastase
Carboxipeptidase A
Carboxipeptidase B
Endopeptidases
Exopeptidases
Tripsina = Arg, Lys
Quimotripsina = Tyr, Phe, Trp, Leu
Elastase = Ala, Gly, Ser
Carboxipeptidase A = Val, Leu, ILE, Ala
Carboxipeptidase B = Arg, Lys
18
As vilosidades e microvilosidades do intestino delgado aumentam a superfície de
absorção. Elas estão em contato com o alimento, produzindo enzimas na borda em
escova para finalizar a digestão. Além disso, os músculos presentes na camada
muscular auxiliam no processo de movimentar o alimento pelo trato gastrointestinal.
Dessa forma, o músculo longitudinal atua nos movimentos de propulsão da digesta, e o
circular nos movimentos de mistura da digesta.
2.5.7 Superfície interna do intestino:
Tecido epitelial
Figura 17: http://www.biocourse.com/mhhe/bcc/domains/quad/topic.xsp?id=000270
Figura 16: O Autor, 2024
Células absortivas
Células caliciformes
Capilares sanguíneos
Vaso linfático
Lúmen
19
http://www.biocourse.com/mhhe/bcc/domains/quad/topic.xsp?id=000270
2.5.8 Movimentos intestinais
Funções:
Deslocar o bolo alimentar de um ponto para outro;
Misturar as enzimas produzidas na borda em escova com os alimentos;
Aproximar os alimentos desdobrados à parede intestinal para que ocorra a absorção.
2.5.9 Suco biliar:
O suco biliar é produzido pelo fígado e armazenado pela vesícula biliar. Os equinos,
como exceção, não possuem vesícula biliar e, por isso, a secreção é constante. Assim, 
deve-se evitar a oferta de alimentos com grande quantidade de gordura a estes
animais. O suco biliar é composto por pigmentos biliares, sais biliares, colesterol,
lecitina, e seu pH é próximo ao alcalino. Ele é lançado no duodeno através do ducto
biliar. 
Pigmentos biliares: biliverdina e bilirubinas (responsáveis pela coloração das
fezes).
Sais biliares: utilizados na emulsificação das gorduras, reabsorvidos pela circulação
entero-hepática e lançados no fígado para reutilização.
OBS.: animais jovens possuem circulação entero-hepática imatura e por isso
não utilizam eficientemente a gordura nos primeiros dias de vida.
Animal
Comprimento intestinal:
comprimento do corpo
Cão 6:1
Gato 4:1
Porco 14:1
Cavalo 12:1
2.6 Capacidade do trato digestório:
 
20
Adaptado de Swenson e Reece 1993
Capacidade do trato gastrointestinal
Animal Parte do trato Capacidade relativa
(%)
Capacidade absoluta
(L)
Cavalo
Estômago
Intestino delgado
Ceco
Cólon maior
Cólon menor e reto
8,5
30,2
15,9
38,4
7,0
17,96
63,82
33,54
81,25
14,77
Bovino
Compartimento poligástrico
Intestino delgado
Ceco
Cólon e reto
70,8
18,5
2,8
7,9
252,5
66,0
9,9
28,0
Caprino 
e Ovino
Compartimento poligástrico
Intestino delgado
Ceco
Cólon e reto
66,9
20,4
2,3
10,4
29,6
9,0
1,0
4,6
2.7 Sistema digestório das aves:
 O trato digestório das aves é curto para que possam voar. Assim, possuem o papo e a
moela para aumentar o tempo de passagem do alimento.
Figura 18: adaptado de www.poultryhub.org/anatomy-and-physiology/body-systems/digestive-system
Esôfago
RinsDivertículo de
Meckel
Vesícula biliar
Fígado
Papo
Proventrículo
Moela
Pâncreas
Duodeno Jejuno Íleo
Cólon
Cloaca
Ceco
21
2.8 Sistema digestório dos suínos:
2.9 Sistema digestório do cão:
2.10 Sistema digestório dos equinos:
Figura 19: adaptado de Holman, 2017
Figura 20: Koning e Liebich, 2016
Figura 21: http://amazonacarioca.blogspot.com/2014/04/nutricao-seu-cavalo-come-o-necessario.html
Estômago
Duodeno Jejuno Íleo
Ceco
Cólon
Fezes
22
2.11 Sistema digestório dos peixes:
2.12 Sistema digestório dos ruminantes:
Figura 23: www.educaplay.com/printablegame/3432178-sistema_digestivo_da_vaca.html
Figura 22: https://pt.slideshare.net/annasmaciel/biologia-os-peixes-completo
E = esôfago
L = fígado
G = vesícula biliar
P = pâncreas
PA = cecos
23
Rúmen: 
 Líquido ruminal microrganismos 
Fungo Bactéria Protozoário
Digestão dos carboidratos estruturais e não estruturais
Caracterização do ambiente ruminal:
Movimentos de contração e distensão;
Responsável pela ruminação;
Responsável pela mistura de alimento recém ingerido com o alimento ingerido
há mais tempo, resultando na hidratação e colonização das novas partículas.
Anaerobiose:
Condição para
que ocorra a
fermentação
O no rúmen é
reduzido a H O
Poucas bactérias
são capazes de
crescer sob
condições
aeróbicas
pH
Depende do
substrato
(alimento) e
frequência de
alimentação
Queda após
alimentação 
Temperatura:
39 a 40°C
Volume ruminal
Ovinos: 5,3 L ou
13% do PV
Bovinos: 48 L ou
15-21% PV
Composição dos
gases:
CO = 60-70%
CH = 30-40%
N = <7%
H = <0,2%
O = <0,6%
Animais ruminantes necessitam da ingestão de fibras, cuja fermentação pelos
microrganismos fornece ácidos graxos de cadeia curta, que são as principais fontes de
energia para estes animais. Além disso, é importante o fornecimento de nitrogênio para
as bactérias. 
Contudo, deve-se limitar o fornecimento de plantas velhas, que são altamente
lignificadas, pois a lignina não é fermentada pelas bactérias. Atenção, também, com o
fornecimento de lipídeos, em excesso podem ser tóxicos para microrganismos, pois os
ácidos graxos não possuem o pH ideal para as bactérias.
2
2
2
2
2
2
4
24
2.12.1 Fatores que tornam o rúmen e retículo uma câmara de fermentação:
Alta porcentagem do conteúdo em líquidos;
Alta capacidade tamponante (pH se mantém entre 5 a 7);
Constante chegada de substrato pela ingestão dos alimentos;
Constante eliminação dos produtos da decomposição microbiana;
Ambiente anaeróbico;
Alta densidade de bactérias;
Alta densidade de protozoários;
Temperatura propícia ao desenvolvimento microbiano;
Perfeita simbiose entre o hospedeiro e os agentes microbianos.
2.12.1 Fatores que determinam a densidade de microrganismos no rúmen:
Teor de nitrogênio e energia do alimento;
Qualidade dos alimentos;
Regime alimentar - frequência e quantidade;
Estado de saúde do animal.
Condições do rúmen
25
ANOTAÇÕES 
3. Proteínas
3.1 Proteínas:
As proteínas são compostos orgânicosde alto peso molecular, encontrados em todas
as células, que participam de inúmeras reações químicas vitais do metabolismo
animal. Formam a parte estrutural dos tecidos moles do corpo, como os músculos,
tecido conjuntivo, pele, pelo e penas.
Compostos à base de C, H, O e N, e em alguns casos pode conter S, Fe e P;
Polímeros complexos de aminoácidos;
A ligação entre dois aminoácidos é chamada de ligação peptídica (COOH de um
aminoácido + NH de outro aminoácido).
3.2 Funções das proteínas:
Estrutural: membrana celular, tecidos musculares e de suporte (pele, pelos, unhas);
Transporte (hemoglobina);
Hormônios;
Enzimas;
Anticorpos;
Energia;
Reserva (restrito, pois o excesso de aminoácidos não são armazenados).
3.3 Proteína simples:
O resultado da hidrólise é apenas aminoácido. Como, por exemplo, as albuminas,
globulinas, glutelinas e prolaminas.
3.4 Proteínas conjugadas:
As proteínas conjugadas são proteínas simples, combinadas com alguma substância
não proteica ("grupo prostético"). Como, por exemplo, as nucleoproteínas,
glicoproteínas, fosfoproteínas e lipoproteínas.
C N C+CCH3
H
NH2
O
OH
Alanina
H
H
C
H
C
O
OH
H
Glicina
H O2
CH3
H
NH2
C
O
N
H
CH2 C
OH
O
Alanilglicina
2
Os aminoácidos compõem as proteínas através da ligação peptídica do grupo
carboxílico com o grupo amino, e toda ligação irá liberar H O metabólica.2
27
3.5 Derivados de proteínas:
Formados a partir de proteínas simples e conjugadas. Como, por exemplo, os
peptídeos.
3.6 Proteínas desnaturadas:
São mais suscetíveis às proteases, o que as torna mais digestíveis. Porém, proteínas
funcionais, como as imunoglobulinas, não devem ser desnaturadas para que não
ocorra a perda da sua função.
3.7 Estrutura das proteínas:
Primária: sequência de aminoácidos na cadeia polipeptídica. Forma linear de
sequência de aminoácidos aberta, eletricamente carregadas, que, ao interagir com
outros aminoácidos, começa a se dobrar.
Secundária: envelopamento de partes da cadeia polipeptídica. Para formarem a
alfa hélice, os átomos hidrofílicos se ligam, formando pontes de hidrogênio entre
os aminoácidos e a água. Porém, a maioria são hidrofóbicos, formando a estrutura
terciária.
Terciária: é o envelopamento da cadeia polipeptídica como um todo. Ocorrem
ligações entre os átomos dos radicais dos aminoácidos da molécula. Nessa
estrutura há muitos aminoácidos hidrofóbicos, que formarão um novelo e
permanecerão no interior da estrutura protegidos.
Quaternária: associação de mais de uma cadeia polipeptídica. São estruturas
mais complexas, estabilizadas e unidas por pontes dissulfeto. É formada quando a
quantidade de aminoácidos hidrofóbicos constitui mais de 30% da cadeia
polipeptídica. 
Figura 24: escolaeducacao.com.br/estrutura-das-proteinas/
28
3.8 Aminoácidos:
Aminoácidos são unidades base das proteínas. São moléculas que contêm nitrogênio,
resultado da hidrólise das proteínas. Podem ter configuração D ou L:
Aminoácidos que compõem as proteínas são todos L;
Aminoácidos D são transformados em L por transaminação.
Estrutura do aminoácido
Grupo carboxilaGrupo amino
Grupo amina = básico
Grupo carboxila = ácido
O grupo R é a cadeia que irá diferenciar os aminoácidos, que variam em estrutura,
tamanho, carga elétrica, solubilidade, etc.
Aminoácidos formadores de proteínas
Tirosina
Asparagina
Glutamina
Aspartato
Glutamato
Arginina
Lisina
Histidina
Triptofano
Metionina
Tyr
Asn
Gln
Asp
Glu
Arg
Lys
His
Trp
Met
Glicina
Alanina
Leucina
Valina
Isoleucina
Prolina
Fenilalanina
Serina
Treonina
Cisteina
Gly
Ala
Leu
Val
Ile
Pro
Phe
Ser
Thr
Cys
Aminoácidos Intermediários
Cistina Cis
Oxi-Lisina OH-Lis
Oxi-Prolina OH-Pro
Figura 25: adaptada Wikipedia
29
3.8.1 Aminoácidos essenciais:
Aminoácidos essenciais são aqueles que não são sintetizados em quantidades
suficientes para atender as exigências dos animais, e, obrigatoriamente, precisam
estar presentes nas dietas:
Histidina
Isoleucina
Lisina
Leucina 
Metionina
Arginina
Fenilalanina
Triptofano
Treonina
Valina
Taurina (para felinos)
3.8.2 Aminoácidos não essenciais:
Os aminoácidos não essenciais são sintetizados em quantidades suficientes para
atender as exigências dos animais:
Alanina
Ácido aspártico
Asparagina
Ácido glutâmico
Cisteína
3.8.3 Aminoácidos limitantes:
São exigidos pelos animais em quantidades que os ingredientes da dieta não
conseguem suprir, necessitando, assim, de suplementação com aminoácidos
sintéticos. Para qualquer animal, sempre existirá ao menos um aminoácido limitante.
Por exemplo, a metionina é aminoácido limitante para as aves, ligada à queratina para
o empenamento; a lisina é limitante para suínos, ligada à deposição de músculo; e a
metionina é limitante para cães e gatos.
Pode haver mais de um aminoácido limitante.
Treonina e triptofano tendem a ser o 3º e 4º limitantes.
Há 3 formas de suprir essas exigências:
1) Adicionar aminoácido sintético;
2) Aumentar o teor de proteína;
3) Encontrar ingredientes que supram a exigência do aminoácido.
Para definir a quantidade a ser incluída, utiliza-se de variáveis como, por exemplo,
ganho de peso e número de posturas, até atingir o considerado ponto ótimo.
H I L L M A Fe Tri Tre Va + Taurina
Glicina
Glutamina
Prolina
Serina
Tirosina
30
3.9 Digestão e absorção:
3 etapas:
1) Fase gástrica: HCl (pH<2,0) pepsinogênio pepsina
Remoção de 46 aminoácidos por autoativação
Representa em média 20% do total digerido
2) Fase pancreática
3) Fase intestinal: digestão final de dipeptídeos e oligopeptídeos
Enzimas: ribonuclease, desoxirribonuclease, enteropeptidase, aminopeptidase,
dipeptidases
Enzima Origem Precursor Ação Produto
Pepsina Mucosa gástrica Pepsinogênio Endopeptidase Polipeptídeos
Quimosina Mucosa gástrica Quimosinogênio Endopeptidase Polipeptídeos
Tripsina Pâncreas Tripsinogênio Endopeptidase Peptídeos
Elastase Pâncreas Pró-elastase Endopeptidase Peptídeos
Quimotripsina Pâncreas Quimotripsinogênio Endopeptidase Peptídeos
Carboxipeptidase A Pâncreas Pró-carboxipeptidase A Exopeptidase
Peptídeos,
aminoácidos
Carboxipeptidase B Pâncreas Pró-carboxipeptidase B Exopeptidase
Peptídeos,
aminoácidos
Enzimas proteolíticas do sistema digestório
Adaptado de Cunningham, 1999
3.10 Metabolismo:
Parte da proteína é absorvida como aminoácido e o que
não é absorvido (excesso) segue para o intestino grosso e,
então, ocorre a fermentação. Quando fermentadas por
microrganismos proteolíticos, as proteínas não digeridas
produzem substâncias tóxicas como amônia, aminas
biogênicas, fenóis e indóis.
Dos aminoácidos absorvidos, parte seguirá para a síntese
proteica no fígado, mas, caso haja alguma deficiência de
aminoácido, a síntese não ocorre. O excesso vai sofrer
degradação, o que pode virar esqueleto carbônico, que
vira energia ou NH que tem que ser excretado na urina.
Proteína na alimentação
Aminoácidos
Pool de aminoácidos
Digestão
Absorção
Fezes
4
31
Idade
Taxa de crescimento animal
Fígado Músculo
Aminoácidos
 absorvidos
Circulação sistêmica
Filhotes requerem maior quantidade de proteína, para o crescimento.
Intestino
Ureia
57%
Proteínas hepáticas
14%
Proteínas plasmáticas
6%
Aminoácidos
 plasmáticos
Oxidação 
ou liberação
Estoque 
intracelular 
de aminoácidos
Proteína 
muscular
Degradação 
proteica
Síntese
proteica
Figura 26: O autor, 2024
Figura 27: Adaptado de Owens et al. (1993).
32
Origem e destino dos aminoácidos
Amoniotelítico Amônia
Ureia
Ácido úrico
Ureolíticos
Uricotélico
Aminoácidos em excesso: existem 3 formas de excreção dos produtos finais do
metabolismo proteico.
Proteína corporal
Aminoácidos
Adaptado de Murray et al., 1990
1 - 2%
Degradação das
proteínas
Reutilização para
síntese de novas
proteínas
75 - 80%
Catabolismo
20 - 25%
33
Animal mg N/kg /dia
Homem 62
Suíno 163
Cão 210
Gato 360
mg N/kg /dia
0,75
0,75
Animais que utilizam as proteínas como principal fontede energia são menos eficientes
em armazenar aminoácidos no fígado, pois o que chega é degradado. Como, por
exemplo, os carnívoros, o que explica a maior exigência de proteína.
3.10.1 Degradação de aminoácidos:
Ocorre em caso de jejum (em que nutrientes energéticos são insuficientes) ou excesso
de aminoácidos, devido à sua limitada capacidade de armazenamento. Parte dos
aminoácidos que chegam no fígado sofrem desaminação (remoção do grupo amino) e
entram na via de metabolismo dos carboidratos.
Desaminação corpos cetônicos e glicose = energia
3.10.2 Biossíntese de aminoácidos:
Ocorre quando o organismo dispõe de grupos amino (degradação de outros
aminoácidos), cadeias de carbono (intermediárias do metabolismo de carboidratos) e
enzimas específicas.
3.11 Aminação:
A aminação consiste em colocar o grupamento amino em um grupamento existente.
3.12 Transaminação:
Transferência do grupamento amino.
34
Hendriks et al., 1997
3.13 Desaminação:
É a reação que resulta na perda de amônia, em que ocorre a transformação de um
aminoácido em seu cetoácido. Pode ser oxidado e utilizado como fonte de energia, 
usado para a síntese de glicose ou convertido em gordura.
3.14 Descarboxilação:
É a reação em que ocorre a perda da carboxila, resultando em substâncias importantes
como a serotonina, histamina (tecido nervoso), ácido para amino-butírico (cérebro) e 
taurina (bile).
3.15 Proteína ideal:
Mistura de aminoácidos com total disponibilidade na digestão e no metabolismo, cuja
composição é idêntica às exigências para manutenção e produção do animal. Constitui-
se na relação entre a lisina e os demais aminoácidos para que garantam o melhor
desempenho animal, o que tem substituído o conceito de proteína total. 
Por que a lisina?
Primeiro aminoácido limitante para suínos e segundo para aves;
Análise relativamente simples;
Envolvida somente com a deposição de proteína;
Vasta informação sobre exigências em aves e suínos.
 Ex.: 100% de lisina, 80% de metionina e 120% de arginina
 1% de lisina 100% de metionina
 X 80% de metionina 
 X = 0,8% de metionina 
3.16 Proteína na dieta de ruminantes:
A proteína fornecida na dieta é intensamente modificada pela microbiota ruminal,
alterando o perfil de aminoácidos da dieta. 
Nitrogênio não proteico
Amônia
Síntese 
microbiana
Peptídeos, aminoácidos e
amônia
Proteína degradável no
rúmen (PDR)
Proteína bruta
Proteína não degradável no
rúmen (PNDR)
Digestão intestinal
Proteases, peptidases e deaminases
(microrganismos ruminais
35
 O nível máximo de ureia recomendado é de 40 g/100 kg de peso vivo/dia
NH produzido e absorvido em grande quantidade é tóxico ao animal3
Intoxicação por ureia
3.16.1 Proteína by pass:
A proteína by pass é uma proteína de baixa taxa de degradação ruminal, o que permite
passagem de maior quantidade de proteína intacta para o intestino delgado, ou seja, 
a proteína que resistiu aos microrganismos do rúmen. Considerando que a proteína
sintetizada pelos microrganismos é de boa qualidade, essa prática só torna-se
interessante se a fonte de proteína by pass utilizada for de qualidade superior do que
a proteína microbiana. 
3.17 Deficiência de aminoácidos:
Aumento da síntese de gordura;
Redução da resposta imune;
Crescimento reduzido;
Redução da eficiência alimentar;
Reprodução ineficiente;
Problemas com aparência: pelos, pele, penas, etc.
Excesso de NH ( pH)
Utilizada pelos microrganismos
Ureia
NH Fígado
Alcalose
Urease
3
3
Contudo, ruminantes possuem a capacidade de aproveitar fontes de nitrogênio de
origem não proteica (NH ) e transformá-las em fontes proteicas. Como, por exemplo, a
ureia, uma das principais fontes de nitrogênio não proteico (NNP). A produção da
enzima urease pelos microrganismos do rúmen converte a ureia em amônia. A
população microbiana responsável pela degradação da fibra tem como principal fonte
de nitrogênio a NH .
Vantagens da ureia: alta disponibilidade e baixo custo, alta concentração de
nitrogênio, e praticidade na utilização.
Desvantagens da ureia: risco de intoxicação se ingerida em excesso.
3
3
36
3.18 Desbalanço de aminoácidos:
Mudança na proporção entre os aminoácidos, deprime o consumo alimentar e o
crescimento;
Adição ou retirada de um ou mais aminoácidos;
Pode ser revertido pela adição dos aminoácidos limitantes ou a retirada dos
aminoácidos adicionados. 
3.19 Avaliação da qualidade da proteína:
Concentração total de proteínas (Kjeldahl);
Conteúdo de aminoácidos;
Avaliação biológica (balanço de aminoácidos);
Conteúdo de aminoácidos plasmáticos;
Disponibilidade dos aminoácidos;
Curva de resposta.
3.20 Determinação do teor de proteína:
 Determinação do conteúdo de nitrogênio da amostra
 Método Kjeldahl:
1) Digestão;
2) Destilação;
3) Titulação.
Proteína bruta (PB%) = N (%) x 6,25
 Esta fórmula baseia-se em um conteúdo de nitrogênio de 16% na proteína total
3.21 Valor biológico das proteínas:
Porcentagem do nitrogênio digerido e absorvido que é retido pelo organismo animal
para manutenção e crescimento.
VB = NI - [(NF - NF metabólico) + (NU - NU metabólico)] x 100
NI - (NF - NF metabólico)
Onde: 
NI = nitrogênio ingerido
NF = nitrogênio fecal
NU = nitrogênio urinário
Quanto maior o valor, maior é o valor biológico.
37
ANOTAÇÕES 
Aldo-açúcares Ceto-Açúcares
Trioses Glicerose Diidroxiacetona
Tetroses Eritrose Eritrulose
Pentoses Ribose Ribulose
Hexoses Glicose, Galactose, Manose Frutose
São hidratos de carbono, formados por carbono, hidrogênio e oxigênio, sendo as
moléculas orgânicas mais abundantes na natureza, principalmente na matéria vegetal.
Possuem grupos funcionais: aldeído e acetona. 
Como regra geral, há o dobro de hidrogênio para um oxigênio, na maioria dos
carboidratos. Além disso, existem os carboidratos compostos, que contêm outros
elementos, como fósforo (P), nitrogênio (N) e enxofre (S).
4.1 Funções:
Energética (principal);
Formação de gorduras de reserva e da lactose;
Economia de proteínas;
Componente da membrana celular;
Motilidade e funcionalidade intestinal.
4.2 Classificação dos carboidratos:
Monossacarídeos: possuem uma única unidade, são moléculas mais simples.
Resultados da glicose, galactose, frutose.
4. Carboidratos
39
Dissacarídeos: possuem 2 monômeros, como a maltose, sacarose, lactose e a
celobiose.
Maltose = glicose + glicose
Sacarose = glicose + frutose
Lactose = glicose + galactose
Celobiose = glicose + glicose
Oligossacarídeos: 3 a 8-10 monossacarídeos. Como, por exemplo, maltotriose e
rafinose. São carboidratos de cadeia média. Alguns não são digeríveis e podem ser
considerados fibras.
Polissacarídeo: mais de 8-10 unidades de monossacarídeos. São carboidratos de
cadeia longa, compostos estruturais ou de reserva. Ex.: amido, celulose, glicogênio,
hemicelulose, pectina.
4.3 Amido
O amido é a principal fonte de energia quando considerados custo e benefício. Cereais,
como milho e sorgo são os que concentram maior quantidade de amido, e,
consequentemente, são muito digestíveis, sendo importantes ingredientes para a
nutrição de monogástricos.
O grânulo de amido é formado por duas moléculas de polissacarídeos distintos: 
amilose e amilopectina.
4.3.1 Amilose: 
A amilose possui como unidade monomérica a glicose, com uma cadeia linear, curta e
sem ramificações. Ela constitui de 20-30% do grânulo de amido.
Ligação alfa-1,4
Ligação glicosídica-covalente
40
4.3.2 Amilopectina:
A amilopectina possui uma cadeia ramificada, mais longa, constituída de glicose, que
compõe 70% do grânulo de amido.
Ligação alfa-1,4 e alfa-1,6
4.3.3 Amido:
Nos vegetais, o grânulo de amido cresce a partir do ponto central, chamado de hilo,
sendo a maior parte constituído pela amilopectina, a base do amido, enquanto que a
amilose tende a ficar entre as cadeias de amilopectina.
 A amilose é menos digestível, pois se encontra na
forma de alfa hélice, estabilizada por pontesde
hidrogênio. Por conter ramificações e pelo seu
tamanho, a amilopectina tende a demorar,
impedindo que a estrutura de moléculas se feche,
portanto, sendo mais digestível. Contudo, crua ela
não é 100% digestível, pois também tenta se
estabilizar.
O calor é capaz de desestabilizar as pontes de
hidrogênio, realizando a gelatinização do amido,
fazendo a amilose e amilopectina se abrirem e se
tornem mais digestíveis.
4.3.4 Gelatinização do amido:
O amido se expande através do aquecimento e da umidade, causando a abertura das
moléculas de amilopectina e amilose, através do rompimento das pontes de
hidrogênio e a absorção da água do meio. É um processo importante para aumentar a
digestão do amido.
Figura 28: Adaptados de PARKER & RING (2001).
Figura 29: umaquimicairresistivel.blogspot.com/2011/06/indigestibilidade-do-amido.html
41
4.3.5 Retrogradação do amido:
Quando o amido resfria, tende a voltar para o estado cristalino com as moléculas
restabilizadas. A amilose retrograda mais rápido por não ter ramificações e ser curta.
Não é um processo natural ao amido e o fechamento da molécula é de modo aleatório,
o que a torna indigestível. 
4.3.6 Classificação do amido de acordo com a digestão:
Amido rapidamente digestível: amido amorfo e disperso, encontrado em
grandes quantidades em alimentos cozidos. É o amido convertido em glicose em 20
minutos de digestão enzimática (37°C). É mais fácil de ser digerido mas pode
aumentar a resposta glicêmica.
Amido lentamente digestível: amido cru ou parcialmente gelatinizado, convertido
a glicose após 100-120 minutos de digestão enzimática (37°C). Possui maior teor de
amilose.
Amido resistente: amido não digerido no intestino, não hidrolisado após 120
minutos de ação enzimática, que não vira glicose (amido retrogradado).
Todas as fontes de amido possuem as três frações, o que define sua digestibilidade é a
proporção de cada. Quando cru, todas as fontes terão amido lentamente digestível.
4.3.7 Amido resistente:
 Amido resistente tipo 1 (AR1): amido fisicamente inacessível (dentro do grão),
protegido por parede celular ou proteínas. Tamanho e composição impedem ou
retardam a ação das enzimas digestíveis.
AR1 = gli amostra íntegra - gli amostra moída
Amido resistente tipo 2 (AR2): grânulos de amido resistente, estrutura cristalina,
impermeável a moléculas grandes. Pode ser resolvido por aquecimento
(gelatinização).
AR2 = gli amostra crua - gli amostra cozida
Amido resistente tipo 3 (AR3): amido retrogradado.
AR3 = amido resistente a moagem + cocção
Amido resistente tipo 4 (AR4): amido com mudança na estrutura química,
sintetizado no laboratório, recebe combinação de outras moléculas, como fosfato.
42
4.4 Polissacarídeo não amiláceo (fibra)
São polissacarídeos e substâncias associadas à parede celular das plantas, resistentes a
ação de enzimas digestivas de animais complexos (Van Soest, 1994).
4.4.1 Função
 Monogástricos:
Redução no consumo do alimento;
Redução na digestibilidade;
Diluição de calorias;
Aumenta a motilidade intestinal;
Substrato para fermentação pela microbiota do intestino grosso.
 Ruminantes:
Fonte de energia;
Saúde ruminal;
Desenvolvimento da microbiota.
4.4.2 Classificação da fibra de acordo com a solubilidade em água:
Fibra insolúvel: aumenta o volume fecal e estimula o peristaltismo, com baixa
fermentabilidade.
Fibra solúvel: aumenta a saciedade ao formar um gel no trato digestório,
reduzindo o esvaziamento gástrico e mantendo o alimento por mais tempo no
estômago. Também reduz o índice glicêmico. Apresenta alta fermentabilidade.
4.5 Digestão e efeitos fisiológicos dos
carboidratos
Carboidratos são fontes de energia e os produtos da sua digestão se diferem quando
empregados por não ruminantes ou ruminantes.
Não ruminantes
Amido
Glicose
Ruminantes
CHO estruturais e 
não estruturaiis
Ácidos graxos de 
cadeia curta
43
4.5.1 Carboidratos para ruminantes:
Padrão de fermentação dos carboidratos:
1) Sacarose: imediata
2) Pectina: rápida
3) Amido: velocidade intermediária (depende da fonte)
4) Celulose e hemicelulose: lenta
Fatores que afetam a proporção de AGCC no rúmen:
Dieta: variação na composição dos carboidratos. Carboidratos estruturais
aumentam a relação acetato:propionato, e carboidratos não estruturais
diminuem a relação.
Relação forragem:concentrado.
Ingredientes: tipo de volumoso utilizado.
Alimento
Rúmen
Degradação
Massa microbiana AGCC
Passagem Absorção Passagem
44
Adaptado de Dijkstra et al. (2003)
Relação
volumoso:
concentrado
Proporção molar
Acético Propiônico Butírico
100:0 71,4 16,0 7,9
75:25 68,2 18,1 8,0
50:50 65,3 18,4 10,4
40:60 59,8 25,9 10,2
20:80 53,6 30,6 10,7
Rúmen
Parede do
rúmen
Sangue
portal
Fígado
Sangue
periférico
Acetato Acetato Acetato Acetato Acetato
Propionato Propionato Propionato Glicose Glicose
Butirato
Beta-OH
Butirato
Beta-OH
Butirato
Beta-OH
Butirato
Beta-OH
Butirato
Church (1993)
Proporção de AGCC no rúmen de vacas lactantes alimentadas com diferentes
relações forragem:concentrado
Utilização dos AGCC pelos ruminantes 
45
Fatores que afetam a degradabilidade da fibra:
Espécie forrageira: associação dos componentes da parede celular;
Idade da planta: lignificação da parede celular (diminui degradação);
Nível de concentrado: presença de carboidratos de fácil fermentação. Causa
redução no pH ruminal, prejudicando o desenvolvimento e ação dos
microrganismos celulolíticos (sensíveis à queda do pH);
Nível de ingestão: aumenta a ingestão e diminui o tempo gasto na mastigação;
Presença de compostos nitrogenados: necessário para síntese de proteína
microbiana;
Deficiência de minerais: P, S e Co = metabolismo dos microrganismos.
Degradação da parede celular no sistema gastrointestinal de ruminantes:
Celulose = 70% rúmen e 30% intestino grosso;
Hemicelulose: 70-75% rúmen e 25-30% intestino grosso;
Pectina: 100% no rúmen.
4.5.2 Digestibilidade do amido:
Variável de acordo com:
Fonte;
Tamanho do grânulo;
Processamento;
Relação amilose:amilopectina.
A digestão do amido é a mais simples, feita pela alfa amilase pancreática. Todos os
animais a produzem, até mesmo os carnívoros, mesmo que em pequena quantidade. O
que os carnívoros não produzem é a amilase salivar, porém é um fator desprezível, visto
que a ação é apenas na boca.
A alfa amilase atua exclusivamente hidrolisando as ligações alfa 1-4 que forma a
maltose, maltotriose, alfa-dextrinas. Na borda em escova são produzidas enzimas como
a maltase, que atua sobre a maltose e maltotriose, e a alfa dextrinase, que hidrolisa a
ligação alfa 1-6. Para digerir a sacarose, a borda em escova produz sacarase, e para
digerir a lactose a enzima lactase.
A absorção é feita por transporte ativo (sódio dependente), por co-transportadores, os
GLUT. Frutose é por transporte passivo. 
Processamento sobre a digestibilidade do amido
Xue et al. (1996) 46
Amilose vs amilopectina: aparecimento de amido no ceco de suínos
Xue et al. (1996)
Efeito do tamanho do grânulo de amido e da porcentagem 
de amilose sobre a digestibilidade
Xue et al. (1996)
Digestibilidade do amido no intestino delgado de aves
Noy & Sklan (1995)
47
4.5.3 Metabolismo da glicose:
 
Atividade da amilase pancreática
Meyer et al. (1991)
Glicogênio
Glicose
Reserva
Ribose 5-Fosfato NADH Piruvato
Oxidação via Ciclo das
 Pentoses Fosfato Oxidação via Glicólise
48
ANOTAÇÕES 
5. Lipídios
São biomoléculas insolúveis em água e solúveis apenas em solventes orgânicos, como
éter, clorofórmio, benzeno.
5.1 Funções no organismo:
Reserva energética (tecido adiposo);
Membrana celular;
Isolamento térmico e impermeabilizante;
Proteção de órgãos vitais;
Impulso de transmissão nervosa (bainha de mielina);
Antioxidante e imunomodulador (vitaminas A e E);
Fontes de ácidos graxos essenciais;
Hormonal (esteróides);
Digestiva (bile);
Sensação de saciedade (teoria lipostática).
5.2 Funções na dieta:
Elevam a densidade energética - 9Kcal EB;
Baixo incremento calórico;
Melhoram a aparência da ração;
Aumento da palatabilidade;
Auxilia na manutenção deequipamentos;
Marmorização da carne.
5.3 Classificação dos lipídios:
 Óleo ou gordura:
Óleo: lipídio líquido em temperatura ambiente.
Gordura: lipídio sólido, que predomina ácidos graxos saturados.
 Saturado ou insaturado:
Saturado: são compostos por ligações simples, ligações coesa, geralmente de
origem animal.
Insaturado: compostos por duas ou mais ligações. São líquidos porque dividem a
força, geralmente de origem vegetal. Os insaturados são mais digestíveis por serem
mais maleáveis e por serem mais fáceis de emulsificar.
 Simples ou composto:
Simples: Por hidrólise total originam somente ácidos graxos (AG) e álcool.
Composto: Apresentam outros grupos além de álcool e ácidos graxos, como
fosfolipídios (gorduras contendo ácido fosfórico e nitrogênio), glicolipídios (gorduras
contendo CHO) e lipoproteínas (lipídios ligados com proteínas).
50
5.4 Ácidos graxos:
A estrutura básica dos ácidos graxos é uma cadeia de 2 a 24 carbonos com um grupo
carboxila (COOH) na extremidade.
Ácidos graxos saturados Ácidos graxos insaturados
Acético
Butírico
Capróico
Caprílico
Cáprico
Láurico
Mirístico
Palmítico
Esteárico
Palmitoleico
Oléico
Linoléico
Linolênico
Araquidônico
Figura 30: https://escolaeducacao.com.br/acidos-graxos/
5.4.2 Classificação dos ácidos graxos:
Conforme o tamanho da cadeia, os ácidos graxos podem ser classificados em:
Cadeia curta: 6 ou menos carbonos. Exemplo: ácido butírico.
Cadeia média: 8 a 10 carbonos. Exemplo: ácido cáprico.
Cadeia longa: 12 carbonos ou mais. Exemplo: ácido esteárico.
Os ácidos graxos podem estar na sua forma livre ou esterificada (formando ligações
éster com o glicerol) como os glicerídeos.
Os triglicerídeos são 3 ácidos graxos ligados a um glicerol (álcool).
5.4.1 Isômeros geométricos:
O formato CIS é simples, mas ao bombear hidrogênio a conformação se torna TRANS, o
que era líquido vira sólido e muda o CH (o objetivo é tornar um óleo líquido em sólido,
como por exemplo, a margarina). O problema da conformação TRANS é que o
organismo não reconhece, não possui função biológica, e consequentemente acaba
acumulando no corpo.
3
51
5.4.3 Ácido graxo poli-insaturado:
Os ácidos graxos poli-insaturados pertencem ao grupo de ácidos graxos de cadeia
longa, por exemplo, ácido linolênico, ácido linoleico, ácido araquidônico e eicosanóides,
os quais controlam funções importantes, como a pressão arterial, cicatrização,
imunidade e coagulação, pertencendo aos ômegas 3 e 6.
Ômega 6: precursor é o ácido linoleico
Ômega 3: precursor é o alfa linolênico
Ômega 6
Ácido linoleico
Ácido araquidônicco
Ação pró-inflamatória
Ômega 3
Ácido linolênico
Eicosapentaenóico 
Docosahexaenóico
Ação anti-inflamatória
Δ Dessaturases
Elongases
Cicloxigenases
Lipoxigenases
Deve existir um equilíbrio entre ômega 6 e ômega 3, pois ambos competem pela
mesma enzima, sendo possível um inibir o outro, causando desequilíbrio. A relação
deve ser 5-10 de ômega 6 para 1 de ômega 3.
5.5 Lipídios na nutrição animal:
A maior parte dos lipídios na dieta estão na forma de triglicerídeos. Os lipídios possuem
alta densidade energética, 2,25 vezes mais energia do que os carboidratos e as
proteínas, pois há maior número de moléculas de hidrogênio liberando mais energia na
oxidação.
Formas de fornecimento: semente de oleaginosas, óleos vegetais, gordura de
origem animal, gordura inerte ou protegida (sais de cálcio).
Limites de inclusão na dieta: Para não ruminantes, cerca de 10% da dieta (varia
de acordo com o custo e a espécie), e para ruminantes até 6%.
52
Estômago
Lipase gástrica
Hidrólise TAG
AG e diacilgliceróis
Glóbulos de gordura
Duodeno
Sais biliares
Gotículas de gordura
emulsificada
Lipase e co-lipase
Jejuno
Sais biliares
Lipase e co-lipase
Micelas
AG, glicerol
A digestão começa no estômago, pela lipase gástrica, com ajuda do HCl, diluindo os
glóbulos de gordura. Após isso, o duodeno irá liberar os sais biliares e emulsificar.
No jejuno encontra-se as micelas, que serão absorvidas, e assim, dentro da célula ela
monta os triglicerídeos novamente, que irão se juntar com as apoproteínas, formando
os quilomícrons.
Dukes (1993)
5.6 Digestão de lipídios:
53
Tipos de
lipoproteínas
Densidade
g/mL
Proteína (%) Lipídios (%)
Quilomícrons 0,92-0,96 1,7 98-99
Densidade muito
baixa (VLDL)
0,95-1,00 10 90-93
Densidade baixa
(LDL)
1,00-1,06 25 79-89
Densidade alta
(HDL)
1,06-1,21 50 43-67
Tipos de Lipoproteínas
Lehniger (1986)
Estrutura da Lipoproteína
Quilomícron: proteína de transporte que sai das células de absorção e vai para o
sistema linfático e o fígado;
VLDL: transporta os triglicerídeos do fígado para o tecido adiposo;
LDL: transporta os triglicerídeos do fígado para os tecidos periféricos;
HDL: junta os triglicerídeos parados nas veias e artérias e transporta para o fígado
para realizar a beta oxidação.
Figura 31: https://drasuzanavieira.med.br/2016/09/21/o-bom-o-mau-colesterol-e-os-triglicerides/
54
5.7 Lipídios na dieta de ruminantes:
Em ruminantes não ocorre digestão de lipídios no rúmen, não ocorre a oxidação, e
portanto não produzem energia no rúmen. Para evitar a acidificação do rúmen, as
bactérias realizam biohidrogenação dos ácidos graxos, tornando-os mais saturados.
5.8 Metabolismo:
O metabolismo dos ácidos graxos resume-se a síntese e a degradação, as quais
acontecem em compartimentos separados.
Catabolismo: no período em jejum é utilizado primeiro o estoque de glicogênio, e
posteriormente ocorre a mobilização dos lipídios por lipólise. 
 
CH 3 C CoA 
O
Beta oxidação
1 mol de Acetil CoA = 12 ATP
1 mol de ácido graxo (24C) = 144 ATP
Figura 32: Nelson e Cox, 2013
55
1º Estágio
Remoção oxidativa
Unidades de 2 C na
forma de Acetil CoA
2º Estágio
Acetil CoA
Ciclo de
Krebs
CO2Elétrons
NADH , FADH2 2
Cadeia 
respiratória
ATP
3º Estágio
5.9 Alimentos funcionais:
Fornecem nutrientes para o metabolismo e possuem propriedades benéficas à saúde
humana.
Ácidos graxos poliinsaturados (PUFA): Ômega-3.
Ácido linoléico conjugado (CLA): Mistura de isômeros geométricos e posicionais
do ácido linoléico (C18:2), que contém duas duplas ligações conjugadas.
Esses alimentos funcionais podem contribuir para a redução da incidência de doenças
cardiovasculares, e para a prevenção de tumores e da osteoporose.
trans-10, cis-12 C18:2 = diminui teor de gordura do leite
cis-9, trans-11 C18:2 = diminui Incidência de tumores
56
ANOTAÇÕES 
6. Vitaminas
São moléculas orgânicas, necessárias em quantidades mínimas para atuar como
enzimas, precursoras enzimáticas ou co-enzimas em numerosos processos metabólicos
do organismo. Dessa forma, as necessidades de vitaminas podem ser avaliadas através
dos índices zootécnicos, imunidade, bem-estar e características da carcaça.
Respostas significativas do sistema imune ocorrem apenas quando as vitaminas são
suplementadas em níveis pelo menos dez vezes superiores aos do NRC (1994) ou duas
a três vezes maiores do que os utilizados comercialmente (LEESON, 2007).
As vitaminas são divididas em dois grupos: vitaminas lipossolúveis e vitaminas
hidrossolúveis
Vitaminas lipossolúveis: são as vitaminas solúveis em lipídios, ou seja, dependem
do teor de gordura para ser absorvida. São necessárias em maiores quantidades, e
são mais fáceis de serem armazenadas no fígado, ficando mais tempo no
organismo.
Vitaminas hidrossolúveis: são vitaminas solúveis em água, e por consequência a
perda é maior, através do suor, urina e saliva. São necessárias em menores
quantidades.
6.1 Vitaminas lipossolúveis:
Funções gerais: desenvolvimento, manutenção dos tecidos, qualidade da carne, e
imunidade.
Vitamina A
Funções:
Mecanismo da visão: cones interagem com dois pigmentos visuais, a Rodopsina e a
Iodopsina, e a formação destes é dependente de vitamina A.
Proteção dos epitélios: estimula a síntese de glicoproteínas e mucopolissacarídeos,
os quais impedem a queratinização dos epitélios de diversos tecidos.
Síntese de hormônios: possui ação reguladora sobre a síntese de tiroxina,
glicocorticóides e hormônios das glândulasgerminativas importantes na regulação
do metabolismo.
Sinais de carência:
Cegueira noturna;
Queratinização dos epitélios;
Ressecamento do globo ocular;
Distúrbios no desenvolvimento das glândulas germinativas (degeneração do
epitélio);
Diminuição da absorção.
Os precursores da vitamina A são os carotenos (principalmente beta-caroteno) de
origem vegetal, e sua forma ativa é o retinol. Carnívoros estritos não sintetizam vitamina
A a partir dos carotenóides de origem vegetal. 
58
Alfa tocoferol:
Forma biologicamente ativa em funções fisiológicas;
Evita a formação de produtos secundários da oxidação;
Maior absorção intestinal;
Maior deposição nos tecidos;
Protege e auxilia a manutenção da membrana célula;
Oxidado lentamente;
Antioxidante: integridade da membrana;
Aumenta a atividade de macrófagos: imunidade;
Hipófise: liberação de FSH, ACTH e LH;
Qualidade da carne.
 Características: 
Luz, oxigênio e calor diminuem o conteúdo de vitamina E;
Atua em sinergismo com a vitamina C, beta-caroteno e selênio. E em antagonismo
com o ferro, o qual reduz a disponibilidade de vitamina E no organismo.
Sinais de carência:
Diminuição da atividade imune;
Degeneração do epitélio seminífero.
Vitamina E
Vitamina D
Funções:
Metabolismo de Ca e P: síntese de proteína transportadora de Ca e interação com
paratormônio;
Manutenção dos ossos.
Sinais de carência:
Deformação óssea;
Osteomalácia;
Diminuição de postura e aumento da mortalidade embrionária em aves.
É sintetizado pela radiação ultravioleta, sendo o precursor o ergosterol (origem vegetal).
Contudo, carnívoros como os cães e gatos, não sintetizam através da luz, tendo que
fornecer a forma ativa (D3), que passam por duas hidroxilações no fígado e no rim (1,25
Di-hidroxicolecalciferol).
UV
Ergosterol
Ergocalciferol (D2)
7 Dehidrocolesterol
 Colecalciferol (D3)
59
Vitamina Função Sinais de carência
B1 - Tiamina
Metabolismo dos carboidratos
(descarboxilação oxidativa do
ácido pirúvico).
Não há formação de Acetil-
CoA;
Acúmulo de ácido pirúvico
e ácido acético;
Excesso de CHO não
transformado em gordura;
Crescimento diminuído;
Distúrbios nervosos e
cardiovasculares;
Síndrome da morte súbita.
Vitamina K
Formas:
K1 (filoquinona, fitonadiona): principalmente nos vegetais;
K2 (menaquinona): sintetizada por bactérias no trato intestinal;
K3 (menadiona): composto sintético que pode ser convertido em K2 no trato
intestinal.
Estabilidade:
Moderadamente estáveis ao calor e agentes redutores;
Sensíveis à ácidos, meios alcalinos, luz e agentes oxidantes.
Funções:
Coagulação sanguínea.
Sinais de carência:
Tempo de coagulação aumentado;
Hemorragias: petéquias na pele, músculos e órgãos.
 6.2 Vitaminas hidrossolúveis:
Vitaminas do complexo B atuam como co-fatores do metabolismo energético de
carboidratos, lipídios e proteínas.
Vitamina do complexo B
60
Vitamina Função Sinais de carência
B2 -
Riboflavina
Atua como duas
coenzimas;
FMN - Flavina adenina
mononucleotídeo;
FAD - flavina adenina
dinoucleotídeo;
Importante no
metabolismo de CHO,
lipídios e proteínas. 
Responsáveis pelo
transporte de H resultante
da transformação do
succinato em fumarato;
Necessária para síntese
dos hormônios adrenais.
Crescimento diminuído;
Paralisia das patas;
Dermatites;
Falhas reprodutivas.
Vitamina Função Sinais de carência
B6 - Piridoxina
Atua como coenzima;
Transaminases:
metabolismo de
aminoácidos;
Transaminação de
aminoácidos (degradação
e biosíntese de
aminoácido);
Descarboxilases: formação
de aminas biogênicas.
Crescimento diminuído;
Formação de crostas e
inflamação nos olhos;
Dermatites;
Demielinização dos nervos
periféricos.
Vitamina Função Sinais de carência
B5 - ácido
pantotênico
Síntese de coenzima A.
Crescimento diminuído;
Degeneração do SNC;
Dermatites.
61
Vitamina Função Sinais de carência
B8 - Biotina
Encontrada nas células na
forma de coenzima
carboxibiotina;
Formação dos ácidos
graxos de cadeia longa;
Carboxilação do ácido
pirúvico.
Crescimento diminuído;
Perose em aves;
Dermatite;
Pododermatite nas aves.
Vitamina Função Sinais de carência
B9 - ácido
fólico
Atua no transporte de
elementos
monocarbonados
hidroximetílico, formílico e
metílico, resultante da
degradação de purinas,
histidina, glicina, colina e
serina.
Crescimento diminuído;
Perose e mau
empenamento em aves;
Anemia;
Perda de pelos;
Dermatite, rachaduras
entre os cascos em suínos.
Vitamina Função Sinais de carência
B12 -
cianocobalamina
Atua em conjunto com a
metilmalonil CoA
isomerase.
Bovinos e ovinos: anorexia,
perda de peso, pele
escamosa, pelagem áspera
e crescimento diminuído;
Suínos: crescimento
diminuído, incordenação
de movimento e perda de
apetite;
Aves: crescimento
diminuído, diminuição da
postura e eclodibilidade,
perose e degeneração
gordurosa do fígado.
62
Vitamina Função Sinais de carência
Niacina
Forma o grupo ativo de
duas coenzimas que
atuam na transferência
de H (NAD e NADP);
Metabolismo de
carboidratos, proteínas e
lipídios.
Crescimento diminuído;
Dermatite;
Demência;
Perose (aves);
Pele áspera, seca e
descamação.
Vitamina C e Colina
Vitamina Função Sinais de carência
Vitamina C -
Ácido ascórbico
Atua na transmissão de
Fe da transferritina para
a ferritina (estocagem);
Atua na hidroxilação da
prolina e lisina em
hidroxiprolina e
hidroxilisina, síntese do
colágeno, formação da
matriz óssea, dentes e
elementos intercelulares;
Estimula a ação
fagocitária dos
leucócitos;
Recicla a vitamina E.
Inflamação e hemorragia
nas gengivas e músculos,
fraturas ósseas;
Em humanos: (escorbuto)
gengivas inchadas,
sangrentas, úlceras,
amolecimento dos dentes
e fragilidade capilar.
Colina
Importante doador ao
organismo do grupo
metil;
Catalisador metabólico
que forma parte dos
componentes
estruturais dos tecidos
do organismo;
Precursor da Acetil
Colina.
Crescimento diminuído;
Fígado adiposo;
Hemorragia renal
(fosfolipídios envolvidos na
formação estrutural da
célula);
Perose em aves.
63
Sumário da estabilidade das vitaminas
pH
Vitamina Calor Oxigênio Luz < 7 7 > 7
A S S S S R R
D S R S R R S
E S S S R R R
K R R S S R S
C S S S R S S
B1 S S R R S S
B2 R R S R R S
Biotina R R R R R R
Ácido fólico R R S S S R
Niacina R R R R R R
Ácido pantotênico S R R S R S
 6.3 Estabilidade vitamínica:
 
Legenda: 
R = resistente
S = sensível
Modificado por Killet (1988)
64
 6.4 Premix:
É uma mistura uniforme de um ou mais microingredientes com um veículo, que tem por
objetivo facilitar a dispersão uniforme destes em uma mistura contendo ingredientes
em maiores quantidades. Permitindo o uso mais eficiente de tempo e trabalho no
momento da preparação da ração.
Vitaminas Exigência Fonte Concentração g fonte/kg g fonte/t
Vit. A 10.000 UI VitA 500 500.000 UI/g 0,02 20,00
Vit. D 2.000 UI VitD 500 500.000 UI/g 0,004 4,00
Vit. E 20 UI Tocoferol50 500 UI/g 0,040 40,00
Vit. K 1,7 mg Menadiona
52 520 mg/g 0,003 3,27
Vit. B1 1,5 mg B1 98 980 mg/g 0,001 1,53
Vit. B2 4,5 mg B2 82 820 mg/g 0,005 5,49
Vit. B6 2,4 mg B6 98 980 mg/g 0,002 2,45
Vit. B12 0,012 mg B12 1 10 mg/g 0,0012 1,20
Niacina 35 mg
Ác. Nicot
100
1000 mg/g 0,035 35,00
Ác. Pantot. 10 mg
D-Pant Ca
50
450 mg/g 0,002 22,00
Biotina 0,07 mg Biotina 2 20 mg/g 0,0035 3,50
Folacina 0,74 mg Ác. Fol 80 800 mg/g 0,0009 0,92
Colina 250 mg
Clor. Col
70
700 mg/g 0,357 357,00
A
65
Subtotal 496,36
Veículo (casca de arroz moída + fubá de milho) 2.503,64
Total 3.000,00
AExigência/kg ração (Adaptado de Rostagno, 2000)
Cálculo:
Ex.: Vitamina A - Exigência = 10.000 UI e Fonte = 500.000 UI/g de produto
 1 g 500.000 UI vitamina A
 X 10.000 UI
 X = 0,02 g/kg de premix
66
ANOTAÇÕES 
7. Minerais
Minerais são substâncias de origem inorgânica e natural, que ocorrem na natureza no
estado sólido, com uma composição química definida e uma estrutura interna de
átomos na forma de arranjo geométrico.
São divididosem dois grupos:
Macrominerais (>100 mg/dia): Ca, P, Na, Cl, K, Mg e S.
Microminerais (<100 mg/dia): Fe, Cu, Co, Zn, Mn, I, Se, Cr.
Função dos minerais:
Função Energética: transferência de energia ligada ao metabolismo celular (P);
Função Plástica: constituintes fundamentais do protoplasma, estruturas e
tecido ósseo (Ca, P e Mg);
Papel Funcional: constituição das enzimas, das vitaminas e de hormônios. Fazem o
papel de transportadores;
Função Dinâmica: controle da pressão osmótica (Ca); equilíbrio ácido base (K, Na e
Cl); condicionamento da permeabilidade celular (Ca e Mg); controle da excitabilidade
neuromuscular (Na, K, Ca e Mg).
Cinética do aparecimento da deficiência mineral
Figura 33: old.cnpgc.embrapa.br/publicacoes/doc/doc112/020mecanismos.html
68
Mineral Função Fonte Carência
Cálcio
Funções Plásticas:
formação do tecido ósseo;
Funções Dinâmicas:
controle da pressão
osmótica,
condicionamento da
permeabilidade celular,
controle da excitabilidade
neuromuscular e
regulação hormonal.
Farinha de carne e
ossos (exceção para
ruminantes);
Farinha de ossos
calcinada e autoclavada;
Calcário calcítico (36%
Ca);
Calcário dolomítico
(24% Ca e 12 % Mg);
Farinha de ostras.
Crescimento diminuído;
Raquitismo;
Osteoporose;
Osteomalacia, tetania
(febre do leite) e
infertilidade;
Aves: casca dos ovos
finas, queda na
produção, morte de
embriões.
Fósforo
Construção do esqueleto e
crescimento dos órgãos e
músculos;
Componente dos
fosfolipídios, ácidos
nucléicos, fosfoproteínas e
compostos energéticos;
Essencial ao metabolismo
e desenvolvimento da
microbiota ruminal;
Importante na reprodução
(DNA e RNA).
Fosfato bicálcico;
Farinha de carne e
ossos;
Fosfato de rocha. 
Diminuição do apetite
com depressão da
microbiota intestinal;
Raquitismo,
osteoporose,
osteomalacia;
Infertilidade e queda na
produção.
Sódio
Participa na regulação da
pressão osmótica;
Constituinte dos líquidos
extracelulares (sangue);
Participa no processo da
excitabilidade
neuromuscular;
Regulação do equilíbrio
ácido-base.
Sal comum (NaCl);
Farinha de peixe;
Bicarbonato de Na
(NaHCO ).
Canibalismo;
Crescimento lento,
apatia, pelagem áspera;
Diminuição na produção
do leite e ovos, ingestão
de solo, lamber suor de
outros animais;
Herbívoros: mais sujeitos
a carência. 
7.1 Macrominerais
3
69
Mineral Função Fonte Carência
Cloro
Participa na formação do
HCl do estômago;
Importante no processo
osmótico;
Regulação do equilíbrio
ácido-base.
Sal Comum (NaCl);
Encontrado em quase
todos os alimentos.
Geralmente associado a
deficiência de sódio.
Potássio
Ativador de enzimas;
Manutenção da pressão
osmótica;
Regulação do equilíbrio
ácido-base.
Cloreto de potássio;
Farelo de trigo;
Farinha de carne;
Farelo de soja;
Melaço.
Devido aos alimentos
serem ricos em potássio,
dificilmente ocorre.
Magnésio
Componente essencial da
estrutura óssea;
Ativador de enzimas (onde
houver atuação do ATP);
Participa no equilíbrio
iônico da excitabilidade
neuromuscular.
Calcário dolomítico;
Óxido de Magnésio e
Cloreto de Magnésio;
Farinha de carne e
ossos;
Farinha de peixe.
Sinais neuromusculares
(incoordenação, tetania);
Baixa eclosão e
produção de ovos.
Enxofre
Participa na formação do
sulfato de condroitina
(formação de cartilagens,
matriz óssea, tendões e
parede dos vasos
sanguíneos);
Síntese da heparina
(anticoagulante);
Síntese de
mucopolíssacarídeos;
Formação de proteína
bacteriana- NNP (10N/1S) -
aminoácidos sulfurados.
Sulfatos.
Confunde-se com outras
deficiências ou
processos infecciosos.
70
7.1.1 Equilíbrio catio aniônico:
Influencia o funcionamento neuro-muscular, osteoarticular, função respiratória,
renal e cardiovascular.
Em felinos, o seu desbalanceamento pode resultar em doenças do trato urinário
inferior (urolitíases).
Composição da dieta + metabolismo dos nutrientes = efeitos sobre a geração
de ácidos e bases no organismo.
7.1.2 Relação Na+K+Cl:
 Balanço eletrolítico:
Os eletrólitos usados para o cálculo da manutenção do equilíbrio ácido-base em aves e
suínos são: Sódio (Na+), Potássio (K+), Cloro (Cl-).
Da inter-relação entre Na+, K+ e Cl-, surgiu o “número de MONGIN”, cujo valor expressa
a quantidade e a relação entre estes eletrólitos.
O valor calculado por esta fórmula, de 250 mEq/kg ou 25 mEq/100g de ração para
frangos de corte é considerado ideal.
Número de Mongin = (mEqNa + mEqK ) - mEqCl = mEq/kg
Fórmula:
Concentração na dieta (%) X 10000 = mEq/kg
mEq
Sódio: 0,20 X 10000 = 86,99 mEq Na
 22,99
Potássio: 0,80 X 10000 = 204,60 mEq K
 39,10
Cloro: 0,20 X 10000 = 56,42 mEq Cl
 35,45
+ + -
Cátions
Ânions
K , Na , Ca ,Mg + + 2+ 2+ pH
Cl , PO , SO- 3-
4 4
2- pH
71
Mineral Função Fonte Carência
Ferro
Constituição da
hemoglobina (60% do Fe
do organismo);
Papel fundamental na
hematopoiese;
Realização de processos
oxidativos;
Componente enzimático.
Farinha de carne. Anemia.
Zinco
Síntese proteica;
Catalisador de várias
enzimas;
Sistema imune;
Calcificação dos ossos,
pelagem e formação da
casca do ovo.
Grãos e farelos de
cereais;
Farinha de ossos;
Óxido de Zinco. 
Diminuição da
imunidade;
Paraqueratose;
Redução do consumo de
alimentos e diminuição
no crescimento;
Anomalias nos ossos e
ovos.
Cobre
Hematopoiese;
Participa de diversas
reações de oxidação no
organismo;
Ativação enzimática;
Mineralização dos ossos e
síntese de colágeno e
elastina;
Promotor de crescimento.
Farinha de carne.
Anemia;
Despigmentação dos
pelos e da lã;
Problemas intestinais e
com fertilidade.
Iodo
Componente essencial dos
hormônios da tireóide (T3
e T4);
Essencial ao crescimento e
desenvolvimento;
Controlar a intensidade do
metabolismo;
Estimula o
desenvolvimento e a
maturação do esqueleto.
Iodato de cálcio e
iodato de potássio.
Diminuição da produção
dos hormônios
tireóideos;
Bócio;
Redução do
metabolismo basal;
Crescimento retardado.
7.2 Microminerais
72
Mineral Função Fonte Carência
Selênio
Sistema antioxidante –
integridade celular;
Resposta Imune.
Selenito de sódio e
selenato de sódio
(apresentam maior
disponibilidade quando
associado a
antioxidantes);
Selênio-Metionina.
Distrofia muscular
nutricional (doença do
músculo branco);
Degenerações
oxidativas;
Comprometimento do
desenvolvimento.
Cromo
Fator de tolerância a
glicose;
Melhora a utilização da
glicose – síntese proteica;
Reduz o estresse do
animal.
Cloreto de cromo;
Picolinato de Cromo e
Cromo - Ácido
Nicotínico 
Estresse pré-abate (baixa
qualidade de carcaça);
Deficiência imunológica.
Manganês
Ativador enzimático;
Formação do tecido ósseo
e cartilaginoso;
Metabolismo energético
(lipídios e carboidratos).
Óxido de manganês.
Problemas de casca e
ovos pequenos;
Baixa qualidade de
sêmen;
Comprometimento do
desenvolvimento.
Cobalto
Síntese da vitamina B12
(ruminantes → microbiota
ruminal);
Síntese das cobalaminas;
Atividade de diversos
sistemas enzimáticos.
Sulfato de cobalto.
Apatia;
Perda de apetite, pelos
arrepiados;
Perda de peso.
73
7.3 Premix Mineral: 
É uma mistura uniforme de um ou mais micro ingredientes com um veículo, que tem por
objetivo facilitar a dispersão uniforme destes em uma mistura contendo ingredientes em
maior quantidade, permitindo o uso mais eficiente de tempo e trabalho no momento da
preparação da ração. O Premix pode conter apenas micro minerais, chamado de Premix
Mineral ou apenas vitaminas, sendo chamado de Premix Vitamínico.
7.4 Mistura mineral - sal mineral
O sal comum (NaCl), por ser palatável, é bem aceito;
Importante veículo para ingestão de outros minerais, sendo então incorporado na
proporção de 33% a 66% da mistura total;
O NaCl também limita o consumo do suplemento mineral: animal lambe o sal até
satisfazer as necessidades de sódio, quando então perde o apetite pela mistura
oferecida no cocho;
Bovinos adultos de corte, geralmente, consomem de 20 a 50g de sal comum/dia.
74
Mineral Exigência Fonte Concentração g fonte/kg g fonte/t
Cobre 8,5 mg/kg CuSO₄5H₂O 250 mg/g 0,034 34,00
Ferro 50 mg/kg FeSO₄H₂O 300 mg/g 0,166 166,00
Iodo1 mg/kg KIO₃ 590 mg/g 0,001 1,69
Manganês 70 mg/kg MnSO₄5H₂O 227 mg/g 0,308 308.37
Selênio 0,25 mg/kg Na₂SeO₃ 450 mg/g 0,0005 0,555
Zinco 60 mg/kg ZnO 730 mg/g 0,082 82,19
Subtotal 592,805
Veículo (casca de arroz moída + fubá de milho) 1.407,195
Total 2.000,00
A Exigência/kg ração (Adaptado de Rostagno, 2000)
A
7.5 Minerais co mplexados
 Interações e interferências na absorção:
Problemas que ocorrem com as fontes minerais se dão em função de possíveis perdas
devido às interações que ocorrem no intestino. Portanto, o aumento de fontes não
complexadas na dieta não resultaria em aumento linear na disponibilidade dos
mesmos. As alterações podem ocorrer por meio de:
Preciptados insolúveis;
Competição por carreador;
Interação com outros componentes dos alimentos.
7.6 Suplementação
Mineral: relativo ou pertencente aos minerais, feito de matéria inorgânica.
Orgânico: substância que após combustão origina CO , H O e calor.
7.6.1 O que são minerais orgânicos?
Metais de transição com elétrons desemparelhados que são complexados a “ligantes”
por reação de doação de elétrons. Os ligantes podem ser aminoácidos, peptídeos ou
polissacarídeos.
7.6.2 Definição de suplementos minerais:
Complexo metal aminoácido: produto resultante da reação entre um sal solúvel
do metal com um aminoácido, nem sempre é formado por ligações covalentes,
podendo apresentar menor estabilidade molecular.
Entidade química específica;
Ligação 1:1 entre um aminoácido e um metal;
Aminoácidos não específicos, mas com perfil conhecido.
Quelato metal aminoácido: um metal quelatado é formado como uma estrutura
em anel. É produzido pela atração entre cargas positivas de alguns cátions e um ou
mais sítios de elevada atividade eletronegativa presentes nos aminoácidos e
precursores conhecidos como ligantes.
Não são considerados entidades químicas específicas;
1:1, 1:2, 1:3 ligações metal - aminoácidos;
Aminoácidos não específicos;
Peso molecular máximo de 800.
Correlações entre minerais e interferências na absorção
Interações chaves:
Zn Cu
Fe Zn, Cu, Mn
Ca Zn, Cu, P
2 2
75
Minerais inorgânicos Minerais quelatados
Estômago (ionização) Jejuno (absorção)
Duodeno (absorção)
Atravessam a célula da mucosa e
passam diretamente para o plasma
Ligação com proteínas
A separação do aminoácido quelante
dá-se no local de utilização do elemento
mineral
Incorporação pela membrana das
células da mucosa intestinal
Perdas pela reação com colóides
insolúveis ou competição pelos sítios de
absorção
Diferenças na solubilização e absorção
Minerais inorgânicos X minerais complexados
Absorção comprometida pela estrutura
química.
Maior absorção devido à tecnologia de
ligação.
Competição entre minerais inorgânicos
leva a redução na absorção.
Sem interação ou competição com
outros minerais.
Grandes quantidades de minerais
inorgânicos excretados, levando a
danos ambientais.
Devido à menor inclusão e à maior
absorção existe menor excreção (menor
dano ao meio-ambiente).
Grandes quantidades necessárias para
melhorar desempenho.
Menor quantidade necessária para
atingir alto desempenho.
76
ANOTAÇÕES 
8.2 Principais preocupações com os ingredientes:
Dentre as preocupações sobre a qualidade dos ingredientes de origem vegetal, a
presença de micotoxinas, o teor de fibra e fatores antiqualitativos são as principais.
Presença de micotoxinas: a presença de micotoxinas é um dos maiores e mais
perigosos problemas encontrados. Micotoxinas são metabólitos secundários dos
fungos, liberados quando em situações de estresse, como por exemplo, variação de
temperatura. A umidade dos ingredientes vegetais é essencial para controlar os
fungos, sendo 14% de umidade o limite máximo aceito.
Micotoxinas Ocorrência em alimentos Efeitos tóxicos ao organismo
Aflatoxinas (B1,
B2, G1, G2)
Amêndoas, milho, trigo, arroz,
algodão, nozes, leite, ovos, queijo.
Hepatotoxicidade, hiperplasia de
ductos biliares, hemorragia renal do
TGI, carcinogênese (carcinogênese no
fígado).
Aflatoxina M1 Leite. Semelhante à aflatoxina B1.
Citrinina Trigo, cevada, milho e arroz.
Nefrotoxicidade (necrose tubular do
rim), nefropatia porcina.
8. Ingredientes
8.1 Pirâmide alimentar:
40-80%
20-40%
1-15%
2-5% Aditivos, vitaminas e minerais 
Lipídios
Proteínas
Carboidratos
Micotoxinas, alimentos nos quais são encontradas e
efeitos tóxicos ao organismo
78
Ácido
ciclopiazônico
Milho, amendoins, queijo.
Necrose muscular, hemorragia
intestinal e edema, lesões orais.
Ocratoxina A
Trigo, cevada, milho e aveia, queijo,
carne suína, café, frutos secos,
vinho.
Nefrotoxicidade (necrose tubular do
rim), nefropatia porcina, danos ao
fígado, enterite, teratogênese,
carcinogênese, imunossupressão.
Patulina Maçãs.
Edema cerebral, hemorragia pulmonar,
danos capilares no fígado, baço e rins,
paralisia dos nervos motores,
convulsões.
Tricotecenos Milho, trigo, cevada, aveia.
Pertubações digestivas (diarreia, recusa
do alimento), hemorragias (estômago,
coração, intestino, pulmões, bexiga,
rins), lesões orais, dermatite,
leucopenia.
Fumonisinas Milho e derivados, chá preto.
Leucoencefalomalácia e edema
pulmonar, carcinogênese. 
Alcalóides do
ergot
Trigo e centeio.
Ergotismo (síndrome nervosa e
grangenal).
Teor de fibra: o teor de fibra deve ser controlado, pois seu excesso atrapalha a
digestão em animais monogástricos não herbívoros. 
Fatores antiqualitativos: algumas substâncias de origem vegetal atrapalham a
digestão, como o tanino presente no sorgo, o qual reduz a digestão ao formar
complexo com alguns nutrientes. Além disso, existe o gossipol, presente no caroço
de algodão, o qual reduz a absorção de ferro, e os inibidores de proteases
presentes na soja crua.
Os ingredientes de origem animal, como as farinhas, têm problemas com a
padronização, o que ocasiona grande variação na composição. Além disso, há
problemas com o risco de contaminação, tendo em vista que a proteína é altamente
perecível e possui muita umidade, gerando microrganismos patogênicos. O resíduo
após o abate deve virar farinha dentro de 24 horas. Outro problema que pode ocorrer,
é a diminuição da digestibilidade de aminoácidos quando ocorre o super
processamento do ingrediente.
79
Fibrosos Energéticos Proteicos
% PB < 20 > 20
% FB > 18 < 18 < 18
% FDN > 35 < 35 < 35
-
-
-
8.3 Fracionamento dos alimentos
Água Matéria seca
Matéria 
mineral
Matéria
orgânica
CarboidratoProteínasLipídiosVitaminas
Alimento
Ingredientes de origem vegetal
8.4 Volumosos:
Alfafa: utilizado na forma de feno na criação de equinos, para produção de leite, na
alimentação de coelhos e chinchilas. Algumas fábricas de ração possuem linhas
especiais para produção de peletes de feno.
 Características nutricionais: 
Florescimento completo: 15% PB; 30% FB; 3% EE; 9% MM.
Feno: 14% PB; 30% FB; 1,5% EE; 8% MM.
8.5 Energético (grãos de cereais):
Milho: o mais importante cereal produzido no mundo, principal fonte de energia.
Sua composição química varia conforme o tipo de semente, qualidade do
fertilizante, condições climáticas e armazenagem.
80
Fração % grão Amido Lipídios Proteínas Minerais Açúcares
Fibras ou
conteúdo
celular
% da parte (base seca)
Endosperma 82 98 15,4 74 17,9 28,9
Gérmen 11 1,3 82,6 26 78,4 69,3 12
Pericarpo 5 0,6 1,3 2,6 2,9 1,2 54
Ponta 2 0,1 0,8 0,9 1,0 0,8 7,0
Mesocarpo
Células Tubulares
Casca
Farelo
Testa
Células Cruzadas
Epiderme
Pericarpo
Gérmem
Plúmula
Scutellum
Radícula
Endosperma
Endosperma Farináceo
Endosperma Vítreo
Endosperma com
grânulos de amido
Camada celular
Aleurona
Tampa
Percentagem do Constituinte Total Indicado nas Estruturas
Físicas Específicas do Grão de Milho
Tipos de milho e as relativas proporções do endosperma farináceo e vítreo
Brasil
Estruturas físicas do milho
Adaptado de Watson (2005)
Figura 34: Paes, 2006. 
Figura 35: Adaptado de Paes, 2006. 
81
Principais co-produtos do milho:
Canjica de milho (milho desgerminado): milho integral após a remoção do
gérmen e do tegumento - 6% PB; 2% FB; 1% EE; 2% MM.
Farelode gérmen de milho: gérmen, tegumento e pequenas partículas
amiláceas após processamento industrial - 9% PB; 6,5% FB; 8% EE; 4,5% MM.
Farelo de gérmen desengordurado de milho (solvente): gérmen de milho
integral após extração do óleo - 10% PB; 8% FB; 0,5% EE; 6% MM.
Farelo de glúten de milho 21: parte fibrosa do grão de milho que fica após
extração da maior parte do amido, do glúten e do gérmen - 21% PB; 9% FB; 2%
EE; 9% MM.
Glúten de milho 60: após a remoção da maior parte do amido, gérmen e
porções fibrosas pelo método de processamento úmido - 60% PB; 2% FB; 1% EE;
4% MM.
Aveia: aveia branca e aveia preta, são alimentos energéticos, muito utilizados para
equinos. Quando utilizado da maneira laminada, deve-se ter cuidado devido a
possíveis quadros de cólica. Contudo, por ser um alimento com menos energia e
mais fibra do que o milho, é mais seguro para evitar cólicas.
Características nutricionais: 11% PB; 8,5% FB; 3% EE; 2,5% MM.
Trigo: principal fonte de energia da dieta na Europa. Para a alimentação animal é
utilizado apenas o trigo desqualificado. O trigo contém pentosanas (arabinoxilanos),
que causam problemas de viscosidade na digesta.
Características e seus co-produtos:
Grão de trigo moído: 15% PB; 4% FB; 1% EE; 2% MM.
Farelo de trigo: pericarpo, gérmen e camadas após processamento - 14% PB,
11% FB; 3% EE; 6% MM.
Triguilho: grãos pouco desenvolvidos, mal granados, densidade menor que
740kg/m³ - 12% PB; 6% FB; 1% EE; 4% MM.
Triticale: híbrido de trigo e centeio, possui alto teor proteico e fibra bruta mais
elevada do que o milho e o sorgo. Alguns cultivares contém inibidores de tripsina, o
que limita o uso em rações para monogástricos. Contém alto teor de PNAs.
Características nutricionais: 14% PB; 6%FB; 1% EE; 4% MM.
Sorgo: cereal com crescente área plantada no mundo. Apresenta 90 a 95% do valor
nutritivo do milho, e é destinado principalmente para produção animal. Contudo, há
presença de compostos fenólicos, que afetam cor, aparência e qualidade nutricional,
como por exemplo, o tanino, compostos polifenólicos solúveis em água, com
capacidade de formar complexos proteínas e carboidratos, fator antinutricional
principalmente para monogástricos, que causa efeitos na produção, reduzindo a
capacidade de digestão e absorção, ganho de peso e a eficiência alimentar. Na
nutrição animal deve-se utilizar variedades de sorgo baixo tanino.
Características nutricionais: 7% PB; 3% FB; 2% EE; 1,5% MM.
82
Cevada: muito cultivado para produção de cerveja e destilados.
Características nutricionais: 11,5% PB; 7,5% EE; 2,5% FB.
 Contém PNAs.
Arroz: produzido para consumo humano, e para a alimentação animal são
utilizados lotes que foram desclassificados ou produções excedentes. Mais utilizado
para cães e gatos.
Co-produtos:
Farelo de arroz: produto do polimento no beneficiamento do grão sem casca
(pericarpo, gérmen, quirera fina e restos da casca). Susceptível a rancidez
oxidativa (gordura poliinsaturada). - 11% PB; 13% FB; 12% EE; 12% MM.
Farelo desengordurado de arroz (solvente): farelo de arroz após remoção
do óleo -15% PB; 12% FB; 1%, EE; 12% MM; Ácido fítico ↑.
Quirera de arroz: produto originado do processo de seleção para consumo
humano - 8%PB; 1% FB; 1,5% MM.
Casca de arroz (moída): utilizada como veículo de aditivos e suplementos -
44% FB; 20% MM.
8.6 Energético (grãos de oleaginosas)
Soja grãos 
Canola grão
Caroço de algodão
Amendoim grão 
Girassol grão
8.7 Óleos de origem vegetal
1) Óleo bruto: é o óleo obtido por processos de extração que não sofre nenhum tipo de
tratamento;
2) Óleo degomado: é o óleo obtido por processos de extração e degomagem;
3) Óleo semi-refinado: é o óleo obtido por processos de extração e neutralização;
4) Óleo refinado: é o óleo obtido por processos de extração e refino.
Óleo de soja degomado: produto obtido do óleo cru, consiste na centrifugação do
óleo de soja para separá-lo em óleo degomado e matéria insaponificada.
Óleo ácido de soja: produto secundário na indústria de óleo, convertido em ácido
graxo de soja após um tratamento de ácido sulfúrico na solução aquosa quente.
Níveis elevados de ácidos graxos livres (50%), matéria insaponificável e ácidos graxos
oxidados. Rico em carotenóides.
83
8.8 Proteicos de origem vegetal:
Soja: fonte proteica (36 a 42%) e fonte energética (18 a 22% EE) - 34% PB no grão e
48% de PB no farelo; 0,3-20% EE; 3-40% FB; 0,32% Ca; 0,6% P; baixo teor de
metionina e cisteína, mas alto teor de lisina, vitamina D e E, potássio e
microminerais. Contudo, a soja crua possui fatores antiqualitativos, como os
inibidores de proteases e lectinas, que são os mais graves, no qual a lectina destrói
os ápices das vilosidades. Além disso, os inibidores de proteases inibem a tripsina e
a quimotripsina. O processamento de tostagem, extrusão e micronização tendem a
desnaturar os fatores antiqualitativos.
Canola: o farelo de canola, co-produto da extração do óleo, tem alto teor de ácido
linoléico (50%). 
Composição química: 36% PB (baixo teor de lisina e alto teor de aminoácidos
sulfurados); 1,5% EE; 15% FB; 0,65% Ca; 0,8% P. Contudo, a canola possui fatores
antinutricionais, como ácido erúcido (5%), tanino (3%), glucosinolatos (20μg/g), ácido
fítico (0,6%). Uso máximo 10% para aves e suínos.
Algodão: caroço e farelo de algodão, usado para alimentação de bovinos. Possui
fatores antinutricionais, como o gossipol e o ácido ciclopropenóico.
Principais co-produtos do algodão:
Farelo de algodão: caroço descortiçado do algodão. 38 a 42% PB; 16% FB;
0,6% EE.
Caroço de algodão (sem óleo) após moagem fina: 26% PB; 25% FB; 0,4% EE.
Casca de algodão (moída): 3% PB; 42% FB.
Amendoim: Fonte de óleo (216 a 317 kg de óleo/ton); fonte proteica (até 50% PB,
mas de baixo valor biológico). Possui fatores antinutricionais, como inibidor de
tripsina, goitrogêneos, saponinas, e micotoxinas (Aspergillus flavus e Aspergillus
parasiticus).
Principais co-produtos do amendoim:
Farelo de amendoim: 32% PB; 22% FB; 1,5% EE; 8%MM.
Farelo de amendoim sem casca: 48% PB; 10% FB; 7% MM.
Girassol: comercializado na forma natural ou extração de óleo. Alto teor de ácidos
graxos poli-insaturados e alto teor de vitamina E. - 36 a 40% PB; 16 a 20% FB; 0,5%
EE, alto teor de aminoácidos sulfurados. Possui fatores limitantes, os compostos
fenólicos e PNAs.
Principais co-produtos do girassol:
Farelo de girassol: sementes descascadas após extração do óleo e moagem fina.
Farelo de girassol com casca: sementes após extração do óleo e moagem fina.
84
Ingredientes de origem animal
8.9 Óleo de origem animal
Fonte energética mais barata que os óleos vegetais. Os lipídios são fontes de energia
(9.400 kcal), vitaminas lipossolúveis e ácidos graxos essenciais (linoleico). Quando
oxidados, os lipídios formam produtos que afetam desfavoravelmente suas funções.
Óleo de vísceras: também conhecido como óleo de aves. Produto resultante da
centrifugação de toda gordura proveniente da rosca percoladora e prensa de
vísceras.
Óleo de peixes: fonte de ácidos graxos ômega 3.
Sebo bovino.
 
8.10 Proteicos de origem animal
Resíduos resultantes do abate que não serão destinados a alimentação humana. São 
utilizados na fabricação de rações e outros destinos, como farmacêuticos, vestuários,
tintas, etc. Podem apresentar alto valor nutricional (PB, EE, minerais, B12), mas com
composição muito variável.
Processamento (recuperação a seco):
Restos do abate;
Classificados e moídos;
Levados aos digestores;
Cocção sob pressão (20-30 min a 133ºC);
Despressurização do equipamento, drenagem do excesso de líquido;
Prensado ou centrifugado (retirar o excesso de gordura);
Moagem e ensaque;
Ensacado, armazenado em ambiente seco e arejado.
Armazenagem:
Umidade e teor de gordura (1-2 meses) = 8% umidade;
Antioxidante (3-5 meses).
Umidade:
Maior que 8%: decomposição microbiana e acidificação;
Menor que 3%: produto queimado, menor valor biológico.
Contaminação bacteriana:
Salmonella e outros MO não resistem a T° > 100°C.
85
Reinfestação:
Construções e equipamentos;
Contato entre as matérias-primase produto acabado;
Roedores;
Aeração;
Embalagem imprópria.
Acidez:
Rancidez hidrolítica: AG livres = acidez elevada;
Umidade elevada;
Lipase produzida pelas bactérias.
Índice de Peróxidos
Rancidez oxidativa;
Luz, umidade, temperatura, oxigênio e metais;
Ácidos Graxos - peróxidos;
Peróxidos destroem as vitaminas lipossolúveis;
↓ aceitabilidade (odor, sabor, aumentam distúrbios digestivos).
Farinha de carne e ossos:
Farinha de carne e ossos 35-40%: não deve conter cascos, chifres, pelos,
conteúdo estomacal, sangue, materiais estranhos.
Farinha de carne e ossos 45%: não deve conter cascos, chifres, pelos,
conteúdo estomacal, sangue, materiais estranhos.
Farinha de carne 55%: produzida a partir de resíduos de tecido animal.
Farinha de osso autoclavado: teor de proteína bruta de baixa qualidade, contém
resíduos de tecido e gordura. Não é recomendável para nutrição animal.
Farinha de osso calcinado: obtida por processo de calcinagem (500-600°C), não
possui matéria orgânica.
Farinha de peixe: partes não comestíveis de peixes rejeitados do consumo
humano. A farinha brasileira possui de 52-55% de PB, alto teor de lisina, metionina,
treonina e triptofano, fonte de ômega 3. Contudo, é altamente perecível.
Farinha de sangue: farinha de alto teor proteico e lisina, mas baixo teor de
isoleucina. Possui baixa palatabilidade e digestibilidade, o que causa problemas de
crescimento e empenamento de aves.
86
Características Nutricionais
UM % PB % EE % MM % Ca % P % Acidez Peróxido
Farinha de
penas e
vísceras
8,0 62,0 7,0 17,0 6,0 1,1 3,0 10,0
Farinha de
pena
hidrolisada
10,0 80,0 2,0 4,0 - - 2,0 10,0
Farinha de
vísceras de
aves
8,0 55,0 10,0 15,0 5,0 1,5 3,0 10,0
Farinha de
resíduo de
incubatório
8,0 25,0 10,0 60,0 20,0 0,5 3,0 10,0
Farinha de
carne e
frango
8,0 58,0 9,0 20,0 8,0 2,0 6,0 10,0
Farinha de co-produtos de aves:
Co-produtos:
Farinha de pena hidrolizada: composta basicamente de queratina
(aminoácido sulfurado).
Farinha de vísceras: permitida a inclusão de cabeça e pés (exceto penas).
Farinha de penas e vísceras: penas não decompostas e vísceras de aves
abatidas. Permitido inclusões limitadas de carcaças, sangue e gordura.
Farinha de resíduo de incubatório: cocção sob pressão dos resíduos da
incubação de ovos - casca de ovos não eclodidos.
Farinha de carne de frango: cocção da carne, resíduos de carne
mecanicamente separada e vísceras de aves. Permitida a inclusão de cabeças e
pés. Alto valor agregado.
Características nutricionais
Butolo, 2002
87
8.11 Produtos lácteos:
Utilizados extensivamente na alimentação animal, utilizados para desmame precoce de
bezerros e fases pré-iniciais de suínos.
Principais co-produtos do leite:
Leite desnatado em pó: produzido a partir do leite integral, processo de
retirada de gordura e desidratação - 32% PB; 8% MM e 48% lactose.
Soro desidratado: resultante da desidratação do soro do queijo - 10% PB; 10%
MM; 7% lactose.
Lactose: extraída do soro do queijo, usado para aleitamento auxiliar em suínos,
equinos e cães - 0,5% PB; 0,5% MM; 98% lactose.
8.12 Outras alternativas: 
Beterraba: fonte de fibra moderadamente fermentável. Proporciona efeitos
benéficos promovendo a funcionalidade intestinal. Utilizada principalmente na
alimentação de cães e gatos - 7% PB; 0,3% EE; 22% FB.
Citrus: sobras do processamento, possui odor agradável devido à óleos essenciais.
Principal co-produto é o farelo de polpa cítrica, que são cascas e resíduos da parte
interna - 5% PB; 14% FB; 1,5% EE; 8% MM.
Mandioca: o principal co-produto é a farinha de mandioca integral, produto seco
obtido do processamento da raiz, com 2% PB; 5% FB; 3.040 Kcal/kg de EM; 2% MM.
Apresentam glicosídeos cianogênicos (tóxicos), eliminados por dissolução em água
ou volatilização.
Leveduras: produto de destilaria, fonte de proteína e vitaminas do complexo B com
presença de mananoligossacarídeos (parede celular). A levedura desidratada é
obtida da "sangria do leite" de levedura no processo de fermentação etanólica, após
termólise e secagem.
Características nutricionais: 33% PB; 1,5% FB; 0,5% EE; 5,5% MM.
Figura 36: adaptado de Trouw Nutrition. 
88
ANOTAÇÕES 
9. Aditivos
Aditivos destinados à alimentação animal: "Substâncias ou microrganismos adicionados
intencionalmente, que normalmente não se consomem com alimento, tenham ou não valor
nutritivo, que afetem ou melhorem as características do alimento ou produtos animais"
(Normativa N° 13 de 30 novembro de 2004).
Histórico:
Década de 40: antibióticos começaram a ser utilizados como promotores de
crescimento em rações para animais.
Década de 60: começaram a revelar-se os riscos da utilização dos antibióticos:
resistência bacteriana.
Julho de 1999: a União Europeia bane a maioria dos antibióticos como aditivos.
1 de Janeiro de 2006: antibióticos foram proibidos na União Europeia.
9.1 Requisitos gerais (IN 13/2004):
Ser indispensável à adequada tecnologia de fabricação do produto; 
Influir positivamente nas características do produto destinado à alimentação animal,
de produtividade dos animais ou dos produtos de origem animal;
Ser utilizado na quantidade estritamente necessária à obtenção do efeito desejado,
respeitando a concentração máxima que vier a ser fixada;
Ser previamente autorizado e registrado pela autoridade competente do MAPA.
9.2 Categoria de aditivos:
Tecnológicos: substância adicionada ao produto destinada à alimentação animal
com fins tecnológicos. São os que alteram características da ração.
Sensoriais: substância adicionada ao produto para melhorar ou modificar as
propriedades organolépticas ou as características visuais dos produtos.
Nutricionais: substância utilizada para manter as propriedades nutricionais do
produto.
Zootécnicos: substância para melhoria do desempenho dos animais.
Anticoccidianos: substância destinada a eliminar ou inibir protozoários.
9.3 Classificação:
Tecnológicos: adsorventes; aglomerantes; antioxidantes; antiumectantes;
conservadores; emulsificantes; estabilizantes; umectantes.
Sensoriais: corantes; aromatizantes; intensificador de sabor.
Nutricionais: vitaminas, oligoelementos; aminoácidos.
Zootécnicos: digestivo; regulador de microbiota; melhorador de desempenho.
Anticoccidianos: ionóforos.
90
a) Adsorventes: substâncias capazes de fixar moléculas. Esses compostos não devem
ser absorvidos no trato gastrointestinal (TGI) e têm a habilidade de se ligar fisicamente
com substâncias químicas, como a aflatoxina, impedindo sua absorção. Os adsorventes
conhecidos no mercado são aluminossilicatos de cálcio e sódio hidratados, bentonitas e
zeólitas. Agentes sequestrantes de micotoxinas.
b) Aglomerantes: substâncias que possibilitam às partículas individuais de um
alimento a aderir-se uma as outras. Exemplos: bentonitas (argilas em pó);
carboxymetilcelulose; ligninsulfonatos; casca de arroz moída.
c) Antioxidantes: substâncias que prolongam o período de conservação dos alimentos
e das matérias-primas para alimentos, protegendo-os contra a deterioração causada
pela oxidação.
Mecanismos de ação: doação de H e elétrons. Os antioxidantes devem ser
adicionados aos alimentos o mais rápido possível para inibir o início da oxidação.
Estes aditivos não podem reverter o processo de oxidação, contudo, podem
retardar um processo oxidativo de maiores consequências.
Antioxidantes naturais: vitamina E e ácido ascórbico. Não se usa os antioxidantes
naturais por causa do preço, mas como exemplo são os tocoferóis (uva), chá verde e
extrato de alecrim (polifenóis). Além disso, rendem pouco, tendo que usar 5 vezes
mais, porém não tem limitação de ppm.
Antioxidantes sintéticos: BHT, BHA e etoxiquim (derivados do petróleo). De
acordo com a lei, só pode ter até 150ppm de BHA e BHT, devido a um potencial
risco cancerígeno, quando em concentrações muito elevadas na dieta. São 150ppm
total, não só do adicionado. Etoxiquim é até 75ppm, devido ao maior potencial
cancerígeno, sendo seu uso permitido na nutrição animal, mas proibido para
humanos. 
d) Antiumectantes: substâncias capazes de reduzir as características higroscópicasdos alimentos. Ex: aluminossilicatos.
e) Conservantes: substâncias que protegem os alimentos contra a deterioração
causada por microrganismos. Ex: propionato de amônio.
f) Emulsificantes: substâncias que possibilitam a formação ou a manutenção de uma
mistura homogênea de duas ou mais fases não miscíveis nos alimentos.
g) Estabilizantes: substâncias que possibilitam a manutenção do estado físico dos
alimentos.
h) Espessantes: substâncias que aumentam a viscosidade dos alimentos.
Aditivos tecnológicos
91
Aditivos sensoriais
a) Corantes: substâncias que conferem ou intensificam a cor dos alimentos.
Carotenos: compostos que apresentam atividade da vitamina A (pró-vitamina A).
São sintetizados pelos tecidos vegetais e apresentam diferentes cores (amarelo,
rosa e vermelho).
Xantofilas: são os pigmentos naturais de maior interesse e estão amplamente
distribuídas na natureza em grande número de compostos. Apresentam certa
atividade de vitamina A, porém bem menor que a encontrada nos carotenos.
b) Aromatizantes: substâncias que intensificam o aroma dos alimentos, sintetizados
em laboratório.
c) Palatabilizantes: produto natural obtido mediante processos físicos, químicos,
enzimáticos ou microbiólogicos apropriados a partir de materiais de origem vegetal ou
animal, ou de substâncias definidas quimicamente, cuja adição aos alimentos aumenta
sua palatabilidade e aceitabilidade.
a) Vitaminas, provitaminas e substâncias quimicamente definidas de efeitos
similares.
b) Oligoelementos ou compostos de oligoelementos, minerais complexados.
c) Aminoácidos e seus sais análogos.
d) Ureia e seus derivados.
a) Digestivo: substâncias que facilitam a digestão dos alimentos.
Enzimas: substâncias orgânicas produzidas pelas células, capazes de catalisar
reações químicas, podendo sintetizar ou degradar substratos químicos. São
proteínas e, portanto, consistem em cadeias de aminoácidos unidas por ligações
peptídicas.
Aditivos nutricionais
Aditivos zootécnicos
92
Enzima Substrato Efeito
Xilanase Arabinoxilanos Redução da viscosidade da digesta.
Glucanases Beta glucanos
Redução da viscosidade da digesta. 
⇓ umidade da cama.
Pectinases Pectinas Redução da viscosidade da digesta.
Celulases Celulose
Degradação da celulose e liberação de
nutrientes.
Proteases Proteínas
Suplementação das enzimas
endógenas. Degradação
mais eficiente de proteína.
Amilases Amido
Suplementação das enzimas
endógenas. Degradação
mais eficiente do amido.
Fitase Ácido fítico
Melhor utilização do fósforo dos
vegetais. Remoção do
ácido fítico.
Galactosidases Galactosídios Remoção de galactosídios.
Lipases Lipídios e ácidos graxos
Melhora a utilização de gorduras
animais e vegetais.
Adaptado de Cleophas et al. (1995).
93
b) Equilibradores de microbiota do trato digestório: microrganismos ou outras
substâncias definidas quimicamente que têm um efeito positivo sobre a microbiota do
trato digestório.
Probióticos: suplementos alimentares à base de microrganismos vivos que afetam
beneficamente o animal hospedeiro, melhorando o balanço microbiano intestinal.
Cepas de microrganismos vivos (viáveis) que agem como auxiliares na recomposição
da microbiota do trato digestório dos animais, diminuindo o número de
microrganismos com potencial patogênicos ou indesejáveis.
Principais bactérias utilizadas: Bacillus subtilis; Lactobacillus; Bifidobacterium; 
Bacillus toyo; Streptococcus.
Prebióticos: ingredientes que não são digeridos pelas enzimas do hospedeiro, mas
que são fermentados pela microbiota do trato digestório originando substâncias
que estimulam seletivamente o crescimento e/ou atividade de bactérias com
potencial benéfico e inibem a colonização de bactérias com potencial patogênico.
Exemplo: mananoligosacarídeos, frutoligosacarídeos.
Simbióticos: probiótico + prebiótico.
Acidificantes: ácidos orgânicos ou inorgânicos que reduzem o pH do trato
digestório, com o objetivo de facilitar a digestão e reduzir a proliferação de
microrganismos indesejáveis.
c) Melhoradores de desempenho: Substâncias definidas quimicamente que
melhoram os parâmetros de produtividade.
Agente antimicrobiano: composto químico que mata ou inibe o crescimento de
microrganismos, podendo ser natural ou sintético. São princípios ativos derivados
de substâncias bacterianas, utilizados em doses reduzidas, que não sejam
recomendados para a terapêutica humana ou animal. Também são biodegradáveis,
sem ação mutagênica para bactérias, sem acumular resíduos no organismo animal
ou humano. Inibem ou destroem microrganismos agindo junto às mucosas,
aumentando a capacidade digestiva e absortiva.
Figura 37: O autor, Souza, 2024
94
Aditivos proibidos: avoparcina; clorofenicol e nitrofuranos; arsenicais e
antimoniais; penicilina, tetraciclinas, sulfonamidas sistêmicas; olaquidox; carbadox.
Portaria N° 97 de 28 de julho de 2008: "Será permitida a inclusão de apenas um
aditivo antimicrobiano e um aditivo anticoccidiano na composição básica dos
produtos, salvo as associações previamente aprovadas pelo MAPA".
Previnem o desenvolvimento de protozoários do gênero Eimeria (maxima, acervulina,
tenella) que parasitam o intestino de aves criadas em condições de piso.
a) Ionóforos: Nicarbazina, Amprólio, Monensina, Salinomicina, Lasalocida – Produzidos
pelas bactérias Actinomices e alguns Streptomyces spp. Moléculas hidrofóbicas que se
misturam na membrana citoplasmática, permitindo a difusão passiva de compostos
ionizados para dentro ou fora da célula (gram negativas).
9.4 Considerações finais:
Aditivo é um grande desafio aos pesquisadores.
Condições ao uso dos aditivos: 
Intensidade de produção;
Forma de utilização;
Uso combinado de aditivos;
Período de carência;
Não deixarem resíduos nos produtos animais;
Serem biodegradáveis;
Relação custo: benefício.
Aditivos são utilizados como estratégia nutricional, não para corrigir falhas do programa
nutricional e manejo.
Ferramentas como aditivos podem ser úteis para alcançar melhores resultados
zootécnicos. Porém, sua utilização depende da relação Custo:Benefício e de sua
viabilidade legal nos distintos mercados consumidores dos produtos finais.
Aditivos anticoccidianos
95
ANOTAÇÕES 
10. Processamento de
rações
Formulação
Recepção dos
ingredientes
Armazenagem dos
ingredientes
Moagem
Dosagem
Mistura
Ração farelada
Remoagem
Extrusão
Secagem
Recobrimento com
óleo
Resfriamento
Resfriamento
Recobrimento com
palatabilizante
Ração peletizada
Ração extrusada
Peletização
97
10.1 Formulação: 
Depende do ingrediente, custo, localização, etc. Formulado em % ou em kg/t.
10.2 Recepção:
Necessita de funcionário treinado para verificar a qualidade. É realizada uma
amostragem da matéria prima, representando toda a carga através de uma sonda,
que coleta de diferentes profundidades. Também é realizado a análise do aspecto
físico do ingrediente, o qual é enviado ao laboratório, e realizada análise química, para
detectar por exemplo, presença de micotoxinas e Salmonella. 
10.3 Armazenamento dos ingredientes:
O armazenamento dos ingredientes pode ser feito em silos, armazéns, depósitos,
tambores, dependendo da matéria prima. Ingredientes a granel, como por exemplo o
milho, são armazenados em silos. As farinhas de origem animal são transportadas em
bigbag e armazenadas em depósitos, e aditivos como premix são transportados em
sacos. Ingredientes liquídos, como os óleos, são armazenados em tambores.
Deve-se utilizar das boas práticas de fabricação, e utilizar os ingredientes que estão a
mais tempo primeiro - PEPS (primeiro que entra primeiro que sai).
10.4 Moagem ou pré moagem:
É realizado apenas nos grãos. O tamanho dos grãos é de extrema importância para o
processamento, a redução da partícula, melhorando o processamento de mistura,
extrusão e peletização, além de aumentar a digestibilidade.
Tamanho das partículas: moinho de rolo X moinho de martelo:
Moinho de rolo: partículas médias/grandes; maior uniformidade de
partículas (menor DPG).
Moinho de martelo: partículas pequenas/grandes; menor uniformidadede
partículas (maior DPG).
Dependendo da espécie animal, são requeridos diferentes tamanhos de partícula. Por
exemplo, suínos possuem o sistema digestório longo, portanto as partículas devem
ser finas. Já as aves possuem o sistema digestório curto, devendo as partículas ser
relativamente grossas.
Granulometria: estudo da distribuição do tamanho das partículas de um
alimento apresentado na forma farelada caracterizada conforme tamanho e
uniformidade das partículas: 
Diâmetro geométrico médio: DGM.
Desvio-padrão geométrico: DPG.
98
Partículas menores Partículas maiores
Melhora homogeneização da ração
Promove o antiperistaltismo na moela de aves.
(degradação mais lenta)
Mais facilmente envolvidas pelo suco gástrico
(maior ação das enzimas digestivas)
Aumenta rendimento de moinhos, menor
desgaste, menor gasto de energia elétrica
Aves Suínos
Maior granulometria Menor granulometria
Estimular a contração da moela e o
antiperistaltismo
Aumentar a superfície de contato das enzimas
Aumenta o tempo de retenção da digesta
Tamanho de partícula não altera a taxa de
passagem
Aumentar a digestibilidade Aumentar a digestibilidade
Maior DGM Menor DGM
10.5 Dosagem:
A dosagem dos ingredientes é de acordo com a fórmula da ração. O controle
automático da vazão dos ingredientes dos silos dosadores é realizado por software. Há
dois tipos de dosagem, a de microingredientes e de macroingredientes, separado em
duas áreas.
Ex.: 60% de milho
 100 kg de ração 60 kg de milho
 2000 kg (2t) de ração X
 X = 1200 kg de milho para 2 toneladas de ração
99
10.6 Mistura:
Há dois tipos: a pré mistura, para microingredientes, e a mistura, para macro e
microingredientes da pré mistura. Os aditivos são misturados primeiro na pré-mistura,
por causa da homogeneização dos ingredientes.
Após a mistura, se tem a ração do tipo farelada.
Ração peletizada
10.7 Peletizadora:
Mistura da ração farelada com vapor d'água. Através do condicionador, irá ocorrer a
hidratação da ração juntamente com o vapor, que tem a função de aquecer e hidratar
(15% de umidade) a 60-80°C, por 30-50 segundos. Após o condicionador, passa por
uma prensa.
Vantagem: a principal vantagem é aumentar o consumo de ração (principalmente
de aves); melhorar desempenho produtivo da ave e diminuir energia de
manutenção (energia que a ave gasta para manter seus exercícios); aumentar
eficiência alimentar; reduzir o desperdício de ração; reduzir problemas respiratórios.
Desvantagens: maior gordura na carcaça; problemas metabólicos; dificuldade para
andar.
Em rações peletizadas pode reduzir a densidade energética economizando na fórmula.
10.8 Resfriamento:
Tem o objetivo de reduzir o excesso de umidade, calor e temperatura. Não se pode
embalar a ração se estiver na temperatura ambiente + 10°C.
Ração extrusada
10.9 Remoagem: 
Feito para uma moagem mais fina, para melhor cocção. Utiliza-se peneira de 0,6-1mm.
10.10 Extrusão:
Feito através de dois compartimentos, de fluxo contínuo:
Condicionador: tem como função misturar os ingredientes com o vapor e água
líquida, e fazer uma hidratação mais profunda. A umidade é de 20-75%, a 80-95°C,
por 1-2 minutos. É o local em que inicia a gelatinização do amido.
Canhão: nesse compartimento ocorre alta pressão, através do atrito da massa
entre a rosca sem fim e a parede. Temperatura de 110-180°C, em 30-60 segundos.
É onde finaliza o processo de cozimento. Ao sair do canhão, ocorre a
despressurização (expansão) da massa, formando os poros e caracterizando a
crocância. Na saída do canhão se tem o sistema de corte através da matriz, no qual
se dá o formato da ração. Os extrusados saem com em torno de 18 a 25% de
umidade.
10.11 Secagem:
Circulação de ar quente, a 60-150°C, a uma velocidade de 65 m/min. Diminui-se a
umidade de 18-25% para 5-10%, conservando o alimento.
100
10.12 Recobrimento:
Etapa em que ocorre o engorduramento e a aplicação de palatabilizante no extrusado
em tambor giratório. Após o recobrimento o alimento é resfriado e embalado.
O óleo é colocado após a extrusão pois pode prejudicar a hidratação das partículas no
condicionador, e reduzir o atrito e a cocção no canhão da extrusora. Adicionar o óleo
depois melhora o acabamento, palatabilidade e cheiro.
10.13 Embalagem:
Sistemas automáticos ou manual;
Qualidade da selagem;
Qualidade de laminação;
Residual de solventes (colagem do pacote);
Resistência do material (pacote grandes).
10.14 Implicações:
Tamanho de partículas influencia o consumo e digestão dos alimentos por
proporcionar alterações morfológicas, nas secreções digestivas e no tempo de
permanência da dieta no trato gastrointestinal.
A peletização e a extrusão podem aumentar o aproveitamento dos nutrientes da
dieta desde que bem conduzidos.
Os efeitos proporcionados pela peletização são dependentes da concentração de
finos.
101
ANOTAÇÕES 
Na prática, a formulação é feita em função do volume de ração: 100%/ 1 ton
11.1 Consultar as exigências nutricionais
NRC – National Research Council (USA);
AFRC – Agricultural and Food Research Council (Inglesa);
INRA – (França);
Normas e Padrões de Alimentação Animal (Brasil);
Tabelas Brasileiras para Aves e Suínos (Brasil);
Manuais de linhagens.
11.2 Critérios para a formulação:
1) Espécie;
2) Estádio fisiológico;
3) Disponibilidade de matérias-primas;
4) Custo.
11.3 Cálculo pelo quadrado de Pearson:
Método mais comumente utilizado para cálculos de rações manualmente, devido à sua
simplicidade. Calcula-se a ração levando em consideração o valor relativo (percentual)
de um determinado nutriente ou valor energético de um alimento.
Estabelece as proporções entre dois alimentos, de forma a obter um valor intermediário
ao teor do nutriente ou energia dos dois alimentos selecionados.
 Importante:
Somente podem ser usados dois alimentos ou dois grupos de alimentos
previamente misturados;
Usar de preferência um alimento proteico e outro energético;
É necessário que o teor do nutriente ou energia escolhido para a mistura esteja
compreendido entre os teores dos dois alimentos;
Os dados à esquerda e no centro do quadrado devem ser sempre em percentagem
ou na mesma unidade;
A diferença efetuada no sentido das diagonais deve ser sempre em valor absoluto,
ou seja, subtrair o menor do maior.
11. Formulação de rações
103
37 100%
30 X
 X = 81,08% de milho
37 100%
7 X
 X = 18,92% de soja
100 kg de milho 8 kg de PB
 81,08% X
 X = 6,48 kg de PB
100 kg de soja 45kg de PB
 18,92% X
 X = 8,52 kg de PB
15% de PB
(exigência nutricional)
Exemplo: ração com 2 ingredientes para uma fêmea suína em terminação.
Energético
Milho = 8% PB
Proteico
Farelo de soja = 45% PB
45 - 15 = 30
15 - 8 = 7
30 + 7 = 37 (total de 100%)
Prova real:
6,48 + 8,52 = 15% de PB
104
Ingrediente Quantidade (kg) PB%
Farelo de trigo 10 16
Farinha de carne e ossos 5 50
Milho 66,71 9
Farelo de soja 17,29 45
Premix 0,2 -
Sal 0,8 -
Total fixo 16 4,1
Exigências 100 17,89
Déficit 84 13,79
11.4 Formulando com mais de dois ingredientes:
1) Calcular o espaço disponível para o milho e soja
100 kg - 10 kg - 5 kg - 0,2 kg - 0,8 kg = 84 kg (déficit)
Total fixo = 100 - 84 = 16kg
2) Quanto de proteína falta para ser suprida (déficit de PB) - prova real
a) Farelo de trigo: 100 kg 16% PB
 10 kg X
 X = 1,6% PB
b) Farinha de carne: 100 kg 50% PB
 5 kg X
 X = 2,5% PB
1,6 + 2,5 = 4,1
17,89 - 4,1 = 13,79 PB
105
3) Ajustar o déficit de PB para 100%
13,79 84 kg
 X 100 kg
 X = 16,42 kg PB
4) Quadrado de Pearson:
16,42% de PB
Milho 9% PB
Soja 45% PB
45 - 16,42= 28,59
16,42 - 9 = 7,41
28,59 + 7,41 = 36
36 84 kg 36 84 kg
28,59 X 7,41 X
 X = 66,71 kg de milho X = 17,29 kg de farelo de soja
11.5 Formulando pelo método algébrico:
a) utilizando os valores do exercício anterior
b) 100 kg de ração, contendo 15% PB, 
Milho 8% PB
Soja 46% de OB
 m = milho e s = soja
 m + s = 84
 0,09 X m + 0,45 X s = 13,79
 + -0,09 X m - 0,09 X s = -7,56 
PB 9
 100 
0,36 s = 6,23
s = 6,23 = 17,31% de soja
 0,36
m + 17,31 = 84
m = 84 - 17,31 = 66,69% de milho
106
ANOTAÇÕES 
Bromatologia é o estudo da composição química dos alimentos.
 12.1 Categorias dos nutrientes:
12. Bromatologia
Água
Carboidratos
Proteínas
Lipídios
Minerais
Vitaminas
Contidos na matéria seca do alimento
Energia: não é um nutriente, é uma propriedade deles
Fracionamento dos alimentos
Água Matéria seca
Matéria 
mineral
Matéria
orgânica
CarboidratoProteínasLipídiosVitaminas
Alimento
108
Fibrosos Energéticos Proteicos
% PB < 20 > 20
% FB > 18 < 18 < 18
% FDN > 35 < 35 < 35
-
-
-
12.2 Categorias de alimentos
Pastos cultivados e nativos;
Forragens secas: leguminosas e gramíneas, palhadas e cascas;
Fenos: leguminosas e gramíneas;
Silagens: milho, sorgo, leguminosas e gramíneas;
Alimentos energéticos: grãos de cereais, co-produtos;
Alimentos proteicos: animais ou vegetais;
Suplementos minerais e vitamínicos;
Aditivos: antibióticos, corantes, hormônios.
12.3 Importância da bromatologia
Avaliação das características físico-químicas dos alimentos utilizados na nutrição animal.
Quantificação dos nutrientes presentes nos ingredientes;
Controle de qualidade de matéria-prima;
Formulação de dietas de acordo com as exigências dos animais;
Determinação de fatores antinutricionais;
Avaliação do potencial nutricional de novos ingredientes;
109
Fluxograma para realização das análises
Amostragem
Identificação das amostras
Estocagem
Pré-secagem (amostras úmidas)
Moagem
Estocagem
Análise
12.4 Métodos de análises:
12.5 Amostragem:
Ponto de partida para se obter análise da composição real do alimento. A coleta deve
ser representativa do material a ser analisado.
IMPORTANTE:
A análise química do material não irá corrigir os erros de uma amostragem realizada de
forma incorreta. Os resultados do laboratório irão representar a composição de todo o
lote onde a amostra foi retirada.
Inicialmente, deve-se verificar o nível de umidade da amostra: amostras com mais de
20% de umidade, deve-se realizar a pré-secagem, pois a água pode deteriorar ou alterar
a amostra, e posteriormente realizar a moagem (peneira de 1mm). Amostras com
menos de 20% de umidade deve-se realizar a moagem diretamente.
Como fazer a amostragem? Método depende do material e de que forma o mesmo
está adicionado.
110
Amostras de produtos ensacados: obtenção das amostras por meio de um
calador simples. Selecionar aleatoriamente 10% dos sacos de um lote.
Amostras de produtos a granel: o método mais utilizado é da amostragem por
sonda. Partículas mais leves tendem a permanecer na parte superior da carroceria.
Amostras de silagem: observar possíveis contaminações nas paredes dos silos.
Retirar sub-amostras de vários pontos da carreta na retirada da forragem do silo.
Em silos fechados deve-se realizar sub-amostras ao longo do silo utilizando-se
sondas próprias. Observar teor de umidade e acondicionamento até envio para
análise.
Amostras de feno: o número de amostras é igual a raiz quadrada do número de
fardos do lote. Exemplo: 30 fardos de um lote de 900 fardos. Coletar de diferentes
pontos do local de armazenamento. As amostras devem ser colhidas do interior do
fardo.
Amostras de pastagens e campos para produção de feno: coleta da parte
aérea pelo método quadrado, utilizando um quadrado de ferro de 1x1 m, atirando-o
de forma aleatória na área, e assim, corta-se todas as plantas com a base radicular
dentro do quadrado.
Amostras de capineiras (capins, cana ou leguminosas): colher as amostras
após a forragem ter passado por um triturador.
12.6 Identificação:
Deve conter os dados considerados importantes para a análise, como material, data da
coleta, responsável pela amostra. Além disso, a forma de identificação deve garantir sua
persistência na embalagem.
12.7 Estocagem:
Deve garantir a conservação das características originais da amostra, evitando
contaminações. As amostras com maior umidade devem ser congeladas.
12.8 Pré-secagem:
Material de alta umidade deve passar por processo de pré-secagem. A estufa deve ser
ventilada por 48-72 horas.
Deve-se ter cuidado com a temperatura de secagem, pois temperaturas acima de 60°C
podem causar alterações na composição da amostra (reação de Maillard).
12.9 Moagem:
Moagem grosseira: realizada em material com grande tamanho de partícula,
utilizando peneiras de maior diâmetro (5 mm). Prepara o material para moagem
mais fina.
Moagem fina: considerada moagem final, utilizando peneiras de menor diâmetro
(1 a 2 mm). Prepara o material para iniciar as análises químicas (maior
homogeneização).
Cuidados: facas do moinho devem estar bem afiadas e moinho limpo. No momento
da moagem, moinho não deve sofrer aquecimento.
111
Métodos químicos Métodos físico-químicos
Método de Weende ou proximal:
Matéria seca (MS)
Matéria mineral (MM)
Proteína bruta (PB)
Fibra bruta (FB)
Extrato etéreo (EE)
Extrativos não nitrogenados (ENN)
NIRS ou infra-vermelho
Espectrofotometria
Eletroforese capilar
Cromatografia gasosa
Cromatografia líquida
Método de Van Soest:
Fibra em detergente neutro (FDN)
Fibra em detergente ácido (FDA)
Lignina
12.10 Análises:
Análise de alimentos
112
Análise proximal
(Weende)
Componente químico Análise de Van Soest
Proteína
N não proteico
Lipídios
Pigmentos
Açúcares
Ácidos orgânicos
Pectinas
Hemiceluloses
Lignina solúvel em álcali
Lignina insolúvel em álcali
N ligado a fibra
Celulose
Minerais insolúveis em
detergente
Minerais solúveis em
detergente
Proteína bruta
Extrato etéreo
Extrativos não
nitrogenados
Fibra bruta
Cinzas
Solúveis em
detergente neutro
Lignina
FDA FDN
12.11 Método de Weende:
a) Matéria seca (MS): toda parte seca do alimento, determinado em estufa com
ventilação forçada.
Matéria seca + umidade = 100%
Matéria seca = 100% - umidade
Há dois tipos de análise de matéria seca:
Matéria seca a 60°C - primeira MS: materiais com alto teor de umidade
(>25%). Possibilita o processamento (moagem) para efetuar a análise. Retira
aproximadamente 90% da umidade do material, utilizando estufa a 60°C
(máximo) por 48-72 horas.
 Cálculo para determinação da MS a 60°C: 
MS = pesagem após secagem X 100
 peso inicial
Exemplo: peso inicial da amostra = 500 g, peso final (após secagem) = 100g
 MS = 100 x 100 = 20% de MS ou 80% de umidade
 500
Matéria seca a 105°C - segunda MS: realizada em materiais com baixo teor de
umidade (<25%), e materiais que passaram pela pré-secagem a 60°C. Efetuada
em estufa a 105°C por 12 horas, utilizada para correção dos nutrientes no
alimento.
 Cálculo para determinação da MS a 105°C é o mesmo para MS a 60°C.
A matéria seca dilui os nutrientes, alterando a concentração. Exemplo em um
alimento úmido, com 8% de PB: 
8% de PB 18% MS 
 X 100% MS
 X = 44% de PB
Cálculo da matéria seca total: valor final de MS do alimento, considera os
valores da primeira (60°C) e segunda (105°C).
 MSt = MS (60°C) X MS (105°C)
 100
b) Proteína bruta (PB): feita através do método de Kjeldahl, o qual determina
através do nitrogênio total. Considera que as proteínas possuem 16% de nitrogênio.
Em 100g PB tem 16g de N, em 1g N tem 6,25g de PB, sendo esse o fator geral na
transformação de nitrogênio para PB. 
 PB = N x 6,25
Determinação da PB:
1) Digestão → Destruição da matéria orgânica com H SO + catalisador.2) Destilação → Liberação do N contido na amostra na forma de amônia.
3) Titulação com solução ácida e observar viragem (verde → vermelho).
Limitações do método: considera todo o nitrogênio presente no material como
proteico, como por exemplo amônia, nitratos, N ligado a fibra, além disso, considera
sempre proteína com 16% de nitrogênio.
2 4
113
c) Extrato etéreo (EE): determina o quanto de lipídio tem na amostra.
Método de Soxleth: extração da gordura com solvente orgânico (éter ou
clorofórmio) por 6 a 8 horas.
Limitações do método: material extraído não representa apenas gordura, outros
compostos solúveis em solvente orgânico são extraídos, como ceras, vitaminas
lipossolúveis e pigmentos (forragens).
EE = balão vazio - balão com amostra
d) Fibra bruta (FB): representa a fração fibrosa dos alimentos (hemicelulose + celulose
+ lignina). O objetivo da análise é solubilizar o conteúdo celular da amostra.
Determinação da FB:
1) Digestão com solução ácida por 30 minutos.
2) Digestão com solução básica por mais 30 minutos.
3) Material restante é considerado FB.
Limitação do método: hemicelulose e lignina são parcialmente solúveis em
soluções básicas, o que subestima o valor de FB.
e) Matéria mineral (MM): resultado da queima da amostra em mufla (forno) a 600º C
por 4 horas. MM = MS - MO, sendo MO a porção do alimento que fornece energia para
o metabolismo animal.
Limitação do método: análise não é precisa, representando o somatório de todos
os minerais.
f) Extrativos não nitrogenados (ENN): representa os carboidratos solúveis (açúcares
e amido). Obtido por diferença a partir das outras análises. 
ENN = 100 - (PB + FB + EE + MM)
Limitações: concentra todos os problemas observados nas análises anteriores.
Hemicelulose e lignina solubilizadas pela FB são computadas como ENN, podendo
ocasionar dados de digestibilidade inferiores para ENN em relação à FB.
12.12 Método de Van Soest:
Análise desenvolvida para tentar corrigir os erros analíticos da FB, especialmente em
alimentos fibrosos.
 Divisão da amostra em conteúdo celular e parede celular
Fibra em detergente neutro
Fibra em detergente ácido
Lignina
Carboidratos não fibrosos: CNF = 100 – (PB + FDN + EE + MM)
114
a) Fibra em detergente neutro: fração potencialmente digestível, mas de degradação
lenta. Análise solubiliza o conteúdo celular da amostra + pectina.
FDN = hemicelulose + celulose + lignina
Amostra Hemicelulose + celulose + lignina 
Limitações do método: não solubiliza amido e nitrogênio ligado a fibra, e não
solubiliza todos os minerais, superestimando o valor de FDN. 
b) Fibra em detergente ácido: fração de menor digestibilidade do alimento. Análise
solubiliza o conteúdo celular e a hemicelulose da amostra. Processo baseado na
insolubilidade da celulose e lignina em solução de pH ácido.
FDA = celulose + lignina
Amostra Celulose + lignina
Solução pH neutro/1 hora
Filtragem
Conteúdo celular + pectina
Conteúdo celular + hemicelulose
Solução pH neutro/1 hora
Filtragem
Limitações do método: não solubiliza amido, pectina e nitrogênio ligado a fibra, e
não solubiliza todos os minerais, superestimando o valor de FDA.
c) Lignina: composto fenólico, ou seja, não é carboidrato, o qual compromete a
digestão de outros compostos, como a celulose e a hemicelulose. A análise deve ser
realizada sequencial à FDA, e irá solubilizar celulose ou lignina, dependendo do método
utilizado.
Método do permanganato: solubiliza lignina
Amostra submetida à FDA Celulose
Método do H SO (Klason): solubiliza celulose
Amostra submetida à FDA Lignina
Lignina
2 4
Celulose
115
12.13 Análise por método físico - NIRS:
Espectrofotometria de Refletância no Infravermelho Proximal. Possibilita determinar de
forma ampla a composição do alimento, baseados nos princípios de absorbância e
refletância da luz infravermelha (IV). Os nutrientes absorvem e refletem de forma
distinta a luz IV emitida pelo equipamento.
 Procedimento:
Leitura da amostra e emissão da radiação IV pelo equipamento;
Programa analisa picos de absorbância e refletância;
Comparação com picos conhecidos previamente (calibração);
Emissão dos resultados de composição da amostra.
 Vantagens:
Análise rápida;
Baixo custo (depois de calibrado);
Não usa reagentes (depois de calibrado);
Apresenta maior segurança na condução da análise.
 Desvantagens:
Alto custo do equipamento;
Necessita de calibração.
12.14 Energia dos alimentos:
Energia não é um nutriente, mas sim o resultado da oxidação destes. A análise é
determinada pela bomba calorimétrica, a qual realiza a oxidação total da amostra.
EB = energia bruta
ED = energia digestível
EM = energia metabolizável
EL = energia líquida
Fracionamento de energia
EB ED EM EL
Fezes Urina 
Gases
Incremento calórico
82% 60-88%
116
Energia liberada pela oxidação dos nutrientes:
1g de proteína = 5,2 kcal
1g de carboidrato = 4,2 kcal
1g de lipídio = 9 kcal
12.15 Digestibilidade dos alimentos
Fração do alimento consumido que é aproveitada pelo animal.
Digestibilidade = Consumido - Excretado X 100
 Consumido
Digestibilidade da MS = MS consumida (kg) - MS excretada (kg) X 100
 MS consumida (kg)
Digestibilidade dos nutrientes = Nutriente consumido (kg) - Nutriente excretado (kg) X 100
 Nutriente consumido (kg)
Digestibilidade aparente: baseada na diferença entre a quantidade de matéria seca
ou nutriente ingerido e respectiva concentração nas fezes.
Digestibilidade verdadeira: considera no cálculo a matéria metabólica fecal (perdas
endógenas, descamações, microrganismos). Especialmente importante no caso da
digestibilidade de PB e EE.
Digestibilidade verdadeira sempre será maior que digestibilidade aparente.
Exemplo de cálculo da digestibilidade da PB:
Dados: 
Alimento oferecido = 8 kg de MS com 20% de PB
Sobras = 2 kg de MS com 12% de PB
Fezes = 3 kg de MS com 10% de PB
Valor de proteína endógena = 70 g
Calcular coeficiente de digestibilidade aparente e verdadeira
Consumo = oferecido - sobras (8 X 0,2 = 1,6) - (2 X 0,12 = 0,24) = 1,36 kg PB
Fezes = 3 X 0,1 = 0,3 kg de PB
Descontando proteína endógena = 0,3 - 0,07 = 0,23 kg PB
Digestibilidade aparente da PB = 1,36 - 0,3 X 100 = 77,94%
 1,36
Digestibilidade verdadeira da PB = 1,36 - 0,23 X 100 = 83,09%
 1,36
117
ANOTAÇÕES

Mais conteúdos dessa disciplina