Prévia do material em texto
Síndrome Coronariana Aguda Introdução → 15 a 30% das dores torácicas são síndrome coronariana aguda → Menos de 50% dos pacientes com infarto vão ter algum tipo de alteração no marcador de necrose miocárdica na hora que chegar no pronto atendimento → 3% dos pacientes são liberados erroneamente em grandes centros → Até 11% dos pacientes são mandados embora: chegam com dor no peito, porém a contagem de enzima cardíaca está normal – deveria internar e estratificar → Exame físico na maioria das vezes é basicamente inexpressivo. Placa Aterosclerótica → A síndrome coronariana aguda inicia quando a placa se rompe → placa instável expõe o tecido subendotelial → gera uma cascata de coagulação → trombo no local → Síndrome coronariana por espasmo: muito comum em usuário de cocaína → quanto mais a placa vai obstruindo o vaso, menor é a reserva de fluxo e menor é a capacidade desse paciente ter um esforço físico → podendo acontecer em mais de 95% de obstrução e o paciente começar a ter sintoma inclusive ao repouso → Desequilíbrio entre oferta e consumo: o paciente com anemia ou sepse, nas quais vão aumentar demais o consumo de O2 no miocárdio, se houver uma placa que não permite com que seja aumentado esse fluxo não vai permitir a passagem do sangue Angina → Angina estável: desconforto retroesternal que piora ao esforço e melhora ao repouso → Angina instável: desconforto retroesternal presente durante o esforço e repouso Infarto Agudo do Miocárdio com Supra do Segmento ST → Há o supradesnivelamento de ST em relação a linha de base → Geralmente a artéria está totalmente ocluída com um trombo e vai, para o miocárdio que é irrigado pela coronária → Quanto mais rápido atendimento, melhor é o resultado e menor a morbimortalidade Infarto Agudo do Miocárdio sem Supra do Segmento ST → Não há o supradesnivelamento de ST em relação a linha de base → Evidência de lesão miocárdica através de marcadores positivos → Pode ter algumas alterações isquêmicas no ECG, onda T e infradesnivelamento do segmento ST também, como também pode ser normal e ter lesão miocárdica → O vaso pode estar subocluido, tem um pouco de passagem de sangue para o seguimento distal, porém ela está sendo insuficiente para manter o miocárdio normal. → Em casos de infarto sem supra de ST, alivia a dor do paciente com medicação para planejar como será a cirurgia Angina Instável → É a definição do sintoma sem lesão do miocárdio propriamente dito, ou seja, não vai ter alteração dos marcadores de necrose miocárdica → É uma urgência/emergência → Se o paciente, com dor no peito, tiver um eletrocardiograma e valores das enzimas cardíacas não pode liberá-lo, pois ele vai infartar em breve Anatomia → Infarto transmural: supradesnivelamento ST, compromete toda a circulação da espessura do miocárdio → Infarto subendocárdico ou não transmural: infarto sem supra, afeta mais o seguimento distal da coronária que nesse caso é a parte mais interna do coração → Coronária direita: pelo lado direito passa no sulco atrioventricular → emite ramos para o ventrículo direito → chega até a parede inferior do ventrículo esquerdo posteriormente → Coronária esquerda: se divide em dois ramos, descendente anterior ou interventricular anterior → passa no sulco interventricular → emitir ramos para o septo e diagonais para o ventrículo esquerdo → Circunflexa: caminho oposto da coronária direita → no sulco atrioventricular → as vezes é ela que chega na parede inferior ECG e Anatomia → Dependendo do segmento que aparecer a alteração eletrocardiográfica, sabe-se a parede que está sendo comprometida (as vezes até qual artéria) → Parede lateral: artéria circunflexa ou diagonal → Parede anterior: artéria descendente anterior com seus ramos diagonais → Parede inferior: artéria coronária direita e artéria coronária esquerda Infarto Anterior → V1-V5 → Com supradesnivelamento do segmento ST de V1-V5 Infarto Lateral → DI, V5 e V6 → Pode passar desapercebido pois é um supradesnivelamento do segmento ST pequeno, já que não há uma visibilidade tão boa da parede lateral (eletrodos de V1 até V6 vão estar na frente) → Suspeita de ser na parede lateral: coloca- se os eletrodos V7, V8 e V9 – V8 na ponta da escápula, um pouco para o lado V9 e V7 Infarto Inferior → VII, VIII mais acentuado e aVF → O infarto pode estar acontecendo no ventrículo direito, o que muda totalmente o manejo Infarto de Ventrículo Direito → Utilizar as derivações para a direita – colocar os eletrodos de V1 a V6 na mesma posição: V4R, V5R, V6R com supradesnivelamento do segmento ST → Pensar em infarto inferior junto com VD → Quadro clinico: hipotensão, dispneia sem congestão pulmonar, PVC elevada → ECG: alteração do segmento ST em V3R e V4R → Tratamento: volume, não utilizar vasodilatador (vai abaixar mais ainda a pressão) Abordagem Inicial → Anamnese e exame físico feitos rapidamente e direcionado → Monitorizar sinais vitais, oxigenação e sinais vitais → Puncionar acesso venoso → Administrar oxigênio suplementar só se oximetria menor que 94%, pois O2 em excesso faz vasoconstrição e piora a evolução do infarto → Realizar um eletrocardiograma em até 10 minutos da chegada, é o mais importante → Quanto mais rápido for o atendimento é melhor → Solicitar exames se houver necessidade → Medicação de acordo com a suspeita diagnostica → Quando alguma característica no exame físico é muito clara, normalmente é porque é mais grave (palidez, sudorese fria, face angustiada, inquietação) → Ecocardiograma é para diagnostico diferencial → Tomografia de coronárias é rápido de fazer em paciente de baixo risco A. É infarto, dor definitiva B. Provavelmente é infarto C. Provavelmente não é infarto D. Não é infarto Alterações que sugerem maior gravidade • Expressão facial de angústia • Sudorese fria • Palidez cutânea • Taquipneia • Intolerância ao decúbito • Taquicardia: regular ou irregular • Bradicardia • Hipotensão arterial – todo retorno venoso está chegando do lado direito do coração e não está indo para o pulmão, já que o VD não está batendo • Ausculta cardíaca com B3 • Sopro sistólico mitral, transitório ou persistente • Estertores crepitantes pulmonares Tratamento Infarto com Supra de ST e Bloqueio de Ramo Esquerdo → Em um diagnóstico de infarto com supradesnivelamento do segmento ST administra-se trombolítico ou realiza cateterismo direto → O bloqueio de ramo esquerdo é o alargamento do complexo QRS por conta de um atraso de condução de Hiss-Purkinje e acaba tendo supra de ST pelo próprio bloqueio de ramo esquerdo → Trata-se como se fosse infarto com supradesnivelamento do segmento → Com o passar das horas, o resultado vai ficando cada vez pior – chegando ao ponto que 12 horas a 24 horas depois já não tem diferença mais, então não tem sentido mais abrir a artéria depois de 12 horas Procedimentos → Angioplastia coronária: passa um fio pela estenose → abre o balão que tem o stent amassado em volta → esvazia o balão → retira-se todo o material → stent posicionado → abre o caminho para fluxo sanguíneo fluir → Trombolítico é a exceção no Brasil, pois o desfecho é pior em todos os sentidos: óbito, reinfarto, AVC. A angioplastia coronária é muito mais efetiva e muito mais segura para o paciente → Após 12 horas do infarto não tem mais o que fazer de imediato, pois não é mais urgência → O tempo porta-balão tem que durar 120 minutos, se for mais realiza o trombolítico → Deve-se transferir para o hospital de referência independente do tempo porta- balão (angioplastia de resgate) → Quando for realizar o trombolítico há dois critérios para considerarque a trombólise realmente foi efetiva e abriu a artéria: 1) diminuição do supra de ST, pelo menos metade da altura que ele estava; 2) alivio significativo da dor. Se não abriu em até 1 hora, encaminha-se para o centro de hemodinâmica independente do tempo que vai demorar → Após fibrinólise a se faz cateterismo para analisar se sobrou alguma obstrução residual Medicamentos → Deve-se esperar a pressão estabilizar para não fazer hipotensão → Começar nas primeiras 24 a 48 horas → IECA/BRA → Estatinas → Anticoagulantes → Antieméticos → Antiagregantes plaquetários: dupla antiagregação → Anticoagulantes: heparina → Alívio de sintomas: nitrato e os antiarrítmicos → Morfina e benzodiazepínico evita-se porque é um paciente potencialmente grave que pode evoluir para choque e rebaixar em nível de consciência, então esses medicamentos podem acentuar ou falsear algo que não é tão complicado • Reduz isquemia • Sublingual ou endovenoso – se sintomas isquêmicos ou contraindicações • Contraindicações: PAS < 100 mmHg ou Sildenalia (24h) ou Tadalafila (48h) • Endovenoso se HAS não controlada ou insuficiência cardíaca • Angina vasoespástica suspeita ou confirmada • Não iniciar nas primeiras 24 horas quando: função sistólica do ventrículo esquerdo desconhecida, sinais de insuficiência cardíaca, sinais de baixo débito cardíaco, risco aumentado de choque cardiogênico ou outras contraindicações clássicas • Utilizar na presença de sintomas isquêmicos sem contraindicação • Manter o uso contínuo na ausência de contraindicação → Bloqueador de canal de cálcio: no caso de angina vasoespástica (cocaína). • Clopidogrel: Ataque com 600 mg e manutenção de 75 mg por dia Terapia antiplaquetária dupla por 1 ano Alta resistência Efeito inferior comparado aos outros • Prasugrel: Ataque com 60 mg e manutenção de 10 mg por dia Contraindicado se AVC prévio Reduzir para 5 mg por dia se peso for menor que 60 kg ou idade superior a 75 anos • Ticagrelor: Ataque com 180 mg e manutenção de 90 mg 2 vezes por dia Causa bradicardia e dispneia Tratamento a longo prazo → Mudança de estilo de vida → Terapia antiplaquetária dupla por 12 meses na ausência de contraindicação (AAS + clopidogrel; AAS + prasugrel ou ticagrelor) → Após 12 meses, uso contínuo de um antiplaquetário (AAS) → Terapêutica farmacológica para LDL-c na meta → IECA ou BRA – preferível IECA → Beta-Bloqueador: disfunção sistólica do ventrículo esquerdo (com ou sem insuficiência cardíaca) ou infarto prévio → Antagonista de receptor mineralocorticoide na insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida → Inibidor de bomba de próton para reduzir risco de sangramento gástrico. Omeprazol diminui um pouco do efeito do clopidogrel, então utiliza-se pantoprazol ou outro IBP Marcadores Bioquímicos → Sensibilidade de 97% e especificidade de 90% (maior que a atividade) → Eleva-se em lesões de tecidos não cardíacos → Sensibilidade de 90% e especificidade de 97% → Indicativo de pior prognóstico → Leva de 4 a 6 horas para começar a aparecer no sangue → Troponina ultrassensível: pode aparecer no sangue por várias outras razões, como insuficiência renal e trauma muscular, mas quando está negativa já aparece nas primeiras 1 a 2 horas (descartando infarto) → Marcador muito precoce → Sensibilidade e baixa especificidade → Útil na exclusão de infarto agudo do miocárdio → Enzima alterada não é sinônimo de infarto e enzima normal é sinônimo de não infarto → Insuficiência renal, miocardite, pericardite, miopericardite fazem alteração de enzima cardíaca → Para diagnosticar infarto é a clínica favorável + alterações novas do eletrocardiograma ou algum exame de imagem mostrando trombo intracoronário → Deve-se estratificar o risco Angina Instável X Infarto Agudo do Miocárdio sem Supra de ST → Valores acima da referência associado a: Sintomas sugestivos Novas ondas Q Novas alterações do eletrocardiograma Alterações do exame de imagem Trombo intracoronário → Medidas Gerais • Internação na Unidade Coronária de Terapia Intensiva (UCO) até que a conduta definitiva seja tomada e o paciente estável e sem necessidade de medicação endovenosa • Repouso absoluto • Monitorização eletrocardiográfica contínua • O2 apenas quando saturação < 90% ou desconforto respiratório • Repetir eletrocardiograma quando o sintoma recorrente • Benzodiazepínico para quadros de ansiedade → Agentes Antiplaquetários • AAS: Ataque com 150-300 mg via oral e manutenção de 75-100 mg via oral ao dia – uso contínuo • Prasugrel: Ataque com 60 mg e manutenção de 10 mg por dia • Ticagrelor: Ataque com 180 mg e manutenção de 90 mg 2 vezes por dia • Quando Prasugrel/Ticagrelor não disponíveis, tolerados ou indicados: Clopidogrel: Ataque com 600 mg e manutenção de 75 mg por dia • E a antiplaquetária dupla por 12 meses se não contraindicada ou risco muito alto de sangramento • Antagonistas dos receptores de glicoproteína IIb/IIIa: Epitifibatide, Tirofiban – opção quando durante a ATC ocorre "no reflow" ou complicações → Ergometria: paciente de baixo risco e marcadores normais → Ecocardiografia: • Diagnósticos diferenciais • Complicações mecânicas • Diagnóstico de SCA • Estresse como alternativa → Cintilografia e ressonância magnética: • Alternativa ao TE • Pesquisa de viabilidade miocárdica e pesquisa de lesão culpada → Angiotomografia de coronárias: • Paciente de baixo e intermediário risco com marcadores negativos • Paciente de baixo risco, com marcadores negativos e teste provocativo negativo pode receber alta → CAT emergência: choque cardiogênico, dor refratária, arritmia não controlada, Invasiva (< 24h) X Conservadora (TIMACS) – reduz a mortalidade em alto risco → ICP: Precoce (até 14h) X Tardia – reduz SCA e tempo de hospitalização