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Últimos socorros Abordagem paliativa na terminalidade e últimos dias de vida no domicílio Manejo farmacológico dos sintomas Aline Fátima Alves Teixeira Médica Especialização em Medicina Geriátrica – Hospital Mater Dei Especialização em Medicina Paliativa pelo Instituto Paliar – SP Médica do Serviço de Atenção Domiciliar – EMAD Cuidados Paliativos PBH Médica Horizontal da Equipe de Cuidados Paliativos do Hospital da Baleia Últimos socorros A atenção dos Cuidados Paliativos centrava-se em pacientes na fase final da vida Legislação brasileira sobre a terminalidade 1960 1950 1990 2002 2004 Meados de 1970 surge a Bioética com o objetivo de interpretar os princípios fundamentais da assistência BENEFICIÊNCIA NÃO MALEFICIÊNCIA AUTONOMIA JUSTIÇA Crescimento das especializações Surgimentos de novos tratamentos Cura e reabilitação Surgimentos dos Cuidados Paliativos no Reino Unido (Christopher Hospice) OMS cria a primeira definição de CP inicialmente voltado aos CA Surgimentos dos Cuidados Paliativos no Reino Unido (Christopher Hospice) Conceito ampliado para AIDS e outras doenças crônicas Os cuidados paliativos afirmam a vida e reconhecem a morte como um processo natural, portanto, colabora para que ela ocorra no seu tempo, sem abreviar ou prolongar, promovendo intervenções que proporcionem conforto, interação familiar e evitem sofrimento. Linha do tempo da terminalidade DOENÇA INCURAVEL *Progressão lenta, porém irreversível *Beneficio do tratamento direcionado reduzido MUDANÇA EM *Benefício de tratamento menos evidente ; *Danos do tratamento menos tolerável RECUPERAÇÃO MENOS PROVÁVEL O risco de morte está subindo COMEÇANDO A MORRER Deterioração é semanal / diário ATIVAMENTE MORRENDO O corpo é desligando A pessoa está partindo Risco de morrer entre 6- 12 meses, porém pode viver anos Entre 2 – 9 meses Poucas semanas 1 – 8 semanas Últimos dias 2 – 14 dias Últimas horas 0 – 48 horas FASE FINAL DE VIDA PROCESSO ATIVO DE MORTE Identificação da fase final de vida ESTADO CATABÓLICO EXAGERADO FASE AVANÇADA DE DOENÇA AUMENTO DO CATABOLISMO PESO ENERGIA MASSA MUSCULAR ALTERAÇÕES NOS DIVERSOS ÓRGÃOS FIGURA 3: Adaptação de Fisiopatologia da fase final de vida. Manual de residência de cuidados paliativos – USP. 2018 Aumento de IL-1 , IL-6 e TFN TRAJETÓRIA DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CRÔNICAS QUE DEMANDAM OS CUIDADOS PALIATIVOS Adaptado de Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo. Cuidado Paliativo. Coordenação Institucional de Reinaldo Ayer de Oliveira. São Paulo, 2008. Indicadores gerais de deterioração clínica Indicadores específicos de deterioração clínica/doença FIGURA 5: Supportive and Palliative Care Indicators Tool-Brazil (SPICT-BR) “How people die remains in the memory of those who live on”Cicely Saunders Sinais de terminalidade Fadiga intensa Acamado maior parte do tempo Sonolento a maior parte do dia Desorientado, lentificado, atenção limitada Redução do apetite e perda de interesse em alimentar-se Dificuldade para deglutir medicamentos Alta necessidade no cuidado Tabela 1. Adaptada de: Cuidados paliativos na emergência. USP, São Paulo, 2020. Indicadores relacionados ao risco de entrar em processo ativo de morte Permanência no hospital ou UPA acima de 7 dias Acamado ou semicomatoso Ingesta oral reduzida ou dificuldade de ingerir medicações Declínio funcional sem causa reversível identificada Sem melhora, mesmo após 48-72h da admissão apesar de terapia otimizada para doença de base Hospitalizações ou visitas a emergência frequentes nos últimos 6 meses Tabela 2, adaptada de: Cuidados paliativos na emergência. USP, São Paulo, 2020. Como identificar que o paciente está morrendo? Pedro Roberto, 47 anos, portador de câncer de cabeça e pescoço, virgem de tratamento oncológico. Refere que há mais ou menos dois anos notou o aparecimento de um caroço no pescoço, mas não procurou atendimento médico. Evoluiu nos últimos 6 meses com perda ponderal (20 Kg), dificuldade de deglutição, tosse frequente, cansaço e fadiga. Medico do posto o encaminhou para propedêutica, sendo identificado CEC de CP. Chega a UPA com caquexia extrema, não consegue nem deglutir os medicamentos, dificuldade de deambulação nos últimos 2 meses, passando a maior parte do tempo acamado. Como identificar que o paciente está morrendo? Somente este mês já era a terceira vez que Pedro procurava atendimento médico na UPA. Na última avaliação ele precisou ficar internado na unidade por 7 dias devido a quadro de pneumonia aspirativa. Nessa avaliação Pedro apresentava trismo intenso de mandíbula, dor 10/10, náusea 9/10, fadiga 10/10, Falta de ar 8/10 e relato de crise convulsiva em casa. Nos últimos exames TC de pescoço evidenciando doença localmente avançada comprimindo estruturas nobres como carótidas e traquéia. No momento de sua avaliação Pedro piora a dispnéia , gemência intensa de dor. FR 36 ipm PA 80x50 mmhg FC 124 bpm Sato2: 92% com O2 no CN a 4l/minuto Como identificar que o paciente está morrendo? Dr. Meu pai está morrendo? Como identificar que o paciente está morrendo? QUADRO CLÍNICO DOS ÚLTIMOS DIAS DE VIDA Diminuição da atividade social : fraqueza, sonolência, apatia Diminuição da ingestão de alimentos e líquidos Alterações neurológicas: confusão, coma, delirium Alterações respiratórias, broncorréia, sororoca Perda de controle esfincteriano : oligúria, constipação Perda da habilidade de engolir Perda da habilidade de fechar os olhos (pacientes muito emagrecidos) Como identificar que o paciente está morrendo? INDICADORES DO PROCESSO ATIVO DE MORTE Diminuição da atividade social : fraqueza, sonolência, apatia Diminuição da ingestão de alimentos e líquidos Alterações neurológicas: confusão, coma, delirium Alterações respiratórias, broncorréia, sororoca Perda de controle esfincteriano : oligúria, constipação Perda da habilidade de engolir Perda da habilidade de fechar os olhos (pacientes muito emagrecidos) Como identificar que o paciente está morrendo? Maria Luiza, 29 anos, portadora de CA de colo de útero com metástase hepática, pulmonar, carcinomatose peritoneal. Passou por 4 linhas de tratamento quimioterápico. PPS 30%, recebe alta hospitalar com SNE, proposta de cuidados paliativos exclusivos já acordado com a família. Recebe alta hospitalar para acompanhamento pela EMAD. Medicações prescritas :Dipirona 1 g pela sonda se dor, PACO 1 cp de 6/6h, dieta 240 ml de 3/3h, plasil 1 cp se náuseas ou vômitos, soro fisiológico por hipodermóclise (a 30 gts/minuto) A Admissão: dispneica, edema de MMII +++/+4, sialorreia importante, tosse secretiva, gemente , sonolenta, queixando náuseas intensas. Como identificar que o paciente está morrendo? Ai Ai Ai Ai Ai Dor 9/10 Muita falta de ar Sat 88% em aa com esforço Vômitos em grande quantidade Oligúrica Constipada à 7 dias. Hipersecreção Como identificar que o paciente está morrendo? FASE FINAL DE VIDA E/OU PROCESSO ATIVO DE MORTE IDENTIFICADO? INFORMAR paciente (se possível) e familiares DEFINIR os objetivos do cuidado GARANTIR Controle de sintomas Apoio emocional, social e espiritual Principais medidas gerais na fase final de vida Cuidados com a pele Avaliar presença de lesões (úlcera terminal de Kenedy) Manter cuidados rotineiros de lesões pré existentes evitando medidas desproporcionais (desbridamento) Hidratação com óleo emolientes (AGE) PRIORIZAR TRATAMENTO DOS SINTOMAS ODOR SANGRAMENTOS EXCESSO DE EXSUDATO DOR Úlcera terminal de Kenedy Principais medidas gerais na fase final de vida Cuidados com mucosas Avaliar presença de lesões Higienização (3x ao dia – enxaguante sem álcool) Hidratantes labiais (3x ao dia - manteiga de cacau) Principais medidas gerais na fase final de vida Mobilidade Mudanças de decúbito – atenção ao conforto Evitar manipulações bruscas Contenção mecânica não é indicada (optar pela contençãoquímica se agitação psicomotora) Principais medidas gerais na fase final de vida Higiene Priorizar banhos de forma confortável (leito); nas últimas horas optar por lenços umedecidos Massagear áreas de tensão Manter roupas de cama limpas e secas Usar o lençol móvel para mobilizar o paciente Principais medidas gerais na fase final de vida Dieta Caso paciente deseje e seja capaz de deglutir Oferecer pequenos volumes de alimento aqueles pacientes que desejam sentir o sabor dos alimentos (café, laranja, etc) sem deglutir DIMINUIÇÃO da consciência e perda de via oral FALÊNCIA natural MENOR necessidade de aporte energético REDUÇÃO DO METABOLISMO Jejum – estado cetótico Principais medidas gerais na fase final de vida Vias administração de medicamentos Se acesso venoso ou cateter totalmente implantado, já instalado, manter. Priorizar via enteral (se jejunostomia, GTT) INDICAÇÃO DE VIA : HIPODERMÓCLISE , RETAL NÃO administrar medicações por via INTRAMUSCULAR Principais medidas gerais na fase final de vida Eliminações fisiológicas Atentar para desconfortos com retenção urinária e constipação; SVD – pacientes com restrição grave de mobilidade ou com retenção urinária aguda de repetição Enemas – apenas se paciente com muito desconforto pela constipação Compressas mornas de pelve Rotação de opioides – pode ser necessário Principais medidas gerais na fase final de vida Reavalição frequente de prescrição , paciente e familiares Estabelecer um horário do dia para avaliar REMOTAMENTE o paciente em fim de vida e a família Reavaliar DIARIAMENTE os sintomas e medicações em uso Manter na prescrição medicações SE NECESSÁRIO , para não atrasar procedimentos de controle de sintomas. Principais medidas gerais na fase final de vida COMUNICAÇÃO ALINHADA E FREQUENTE TIRAR DÚVIDAS A QUALQUER MOMENTO PREVER COM PACIENTE E FAMILAIRES POSSÍVEIS SINTOMAS E SINAIS DA MORTE IMINENTE APOIO ESPIRITUAL E SOCIAL Vamos Falar de Cuidados Paliativos , SBGG 2019 “ Arranque tudo da cintura para baixo” “Só quero viver para ficar um pouco mais com meus filhos, se não fosse isso preferia morrer” A sobrevida dele é curta. Mas é longa para o sofrimento que está sentindo Manejo específico dos sintomas mais frequentes na fase final de vida DISPNÉIA DOR NÁUSEAS E/OU VÔMITOS DELIRIUM HIPERSECREÇÃO CONVULSÕES MIOCLONIAS CONSTIPAÇÃO Manejo de dispnéia em fim de vida no domicílio Compreender o ritmo de evolução e etiopatogenia; Constatar a irreversibilidade; Reavaliar a pessoa de maneira sistemática. REPOSICIONAMENTO NO LEITO VENTILAR O AMBIENTE MOVIMENTAÇÃO CUIDADOSA ATENÇÃO A ANSIEDADE Manejo FARMACOLÓGICO de dispnéia em fim de vida no domicílio OPIÓIDES BENZODIAZPÍNICOS OXIGENIOTERAPIA SE HIPOXEMIA PACIENTES VIRGENS DE OPIÓIDES 2,5 A 5 MG DE MORFINA POR VIA ORAL OU ENTERAL DE 4/4H OU 1 A 3 MG DE MORFINA POR HC A CADA 4H (12 MG /24H) SF 0,9% 240 ML + 1 AMPOLA DE MORFINA 10 MG/ML A 8 GTS/MINUTO SF 0,9% 490 ML + 1 AMPOLA DE MORFINA 10MG/ML A15 GTS/MINUTO AUMENTO DE 25% DA DOSE TOTAL DIÁRIA EM 24H Manejo FARMACOLÓGICO de dispnéia em fim de vida no domicílio OPIÓIDES BENZODIAZPÍNICOS OXIGENIOTERAPIA SE HIPOXEMIA PACIENTES USUÁRIOS DE OPIÓIDES UTILIZAR 10 A 15% DA DOSE TOTAL DIÁRIA NO PACIENTE EM USO CRÔNICO SF 0,9% 240 ML + 10 A 15% DA DOSE DIÁRIA DE USO A 8 GTS/MINUTO SF 0,9% 490 ML + 10 A 15 % DA DOSE DIÁRIA DE USO A15 GTS/MINUTO AUMENTO DE 25% DA DOSE TOTAL DIÁRIA EM 24H Manejo FARMACOLÓGICO de dispnéia em fim de vida no domicílio EXISTE DOSE TETO DE MORFINA PARA DISPNÉIA > 20 MG AO DIA NÃO PROMOVE ALÍVIO ADICIONAL ADICIONAR BENZODIAZEPÍNICO EM DOSE ANSIOLÍTICA MIDAZOLAM : 5 A 10 MG EM INFUSÃO CONTÍNUA SF 0,9% 240 ML -490 ML DE SF 0,9% + 1-2 ML DE MIDAZOLAM ( 15MG/3ML) + DOSE DE MORFINA CALCULADA 8 A 15 GTS/MINUTO X X Manejo da dor do fim de vida em domicílio Lembrar do componente de dor total ANALGÉSICO COMUM + OPIÓIDE + ADJUVANTES (SE VIA ORAL OU ENTERAL PERMITIR) + ANTIDEPRESSIVOS DE USO CONTÍNUO + APOIO ESPIRITUAL E PSICOLÓGICO Manejo da dor do fim de vida em domicílio Lembrar do componente de dor total ANALGÉSICO COMUM SF 0,9% 240 ML + 6 AMPOLAS DE DIPIRONA 500MG/ML A 8 GTS/MINUTO SF 0,9% 490 ML + 6 AMPOLAS DE DIPIRONA A15 GTS/MINUTO Manejo da dor do fim de vida em domicílio Lembrar do componente de dor total PACIENTES VIRGENS DE OPIÓIDES 5 mg Morfina 10 mg via oral de 4/4h ou 2 mg SC de 4/4h SF 0,9% 240 ML + 1 AMPOLA DE MORFINA 10 MG/ML A 8 GTS/MINUTO SF 0,9% 490 ML + 1 AMPOLA DE MORFINA 10MG/ML A15 GTS/MINUTO SE DOR A REAVALIAÇAO: AUMENTO DE 25% DA DOSE TOTAL DIÁRIA EM 24H Manejo da dor do fim de vida em domicílio Lembrar do componente de dor total PACIENTES USUÁRIOS DE OPIÓIDES DOSE INICIAL : 10 A 15% DA DOSE TOTAL DIÁRIA SF 0,9% 240 ML + 10 A 15% DA DOSE TOTAL DIÁRIA A 8 GTS/MINUTO SF 0,9% 490 ML + 10 A 15% DA DOSE TOTAL DIÁRIA A15 GTS/MINUTO SE DOR A REAVALIAÇAO: AUMENTO DE 25% DA DOSE TOTAL DIÁRIA EM 24H Manejo específico dos sintomas mais frequentes na fase final de vida Manejo de náuseas e ou vômitos no fim de vida em domicílio SINTOMAS FREQUENTES EM FIM DE VIDA EM ALGUMAS DOENÇAS É NECESSÁRIO IDENTIFICAR a via desencadeante do sintoma e qual o mecanismo etiopatológico que se apresenta Distúrbios tóxicos metabólicos Distúrbios viscerais Sistema nervoso central Manejo de náuseas e ou vômitos no fim de vida em domicílio Manejo de náuseas e ou vômitos no fim de vida em domicílio REDUÇÃO / SUSPENSÃO DE DIETA ALIMENTOS CÍTRICOS E FRIOS CABECEIRA ELEVA CHUPAR GELO GENGIBRE EM INFUSÕES FRIAS PROCINÉTICOS ANTIDOPAMINÉRGICOS ANTISEROTONINÉRGICOS ANTIHISTAMÍNICOS CORTICÓIDE Manejo de delirium no fim de vida em domicílio TRATAR CAUSAS SUBJACENTES DHE DOR DISPNÉIA OUTROS SINTOMAS DESCONTROLADOS Haloperidol 1 mg SC a cada 2h até controle Haloperidol 5mg a 10 /24h – Infusão contínua com soro fisiológico 0,9% 250 ml a 8 gts /minuto (SC) *se idoso ou paciente frágil: 2,5 – 7,5 mg/24h Ampola 5mg/ml 100ui = 5mg 10 ui = 0,5 mg Manejo de broncorréia no fim de vida em domicílio CAUSAS PRINCIPAIS Hipersecreção pela doença de base (DPOC, ICC, anasarca) Incapacidade de deglutir ou tossir REDUÇÃO E/OU SUSPENSÃO DE VOLUME DE DIETA REDUÇÃO DE HIDRATAÇÃO DROGAS: ANTIBIÓTICOS SE INFECCÇÃO – AVALIAR BENEFÍCIO DIURÉTICOS (FUROSEMIDA ) ANTICOLINÉRGICOS: ESCOPOLAMINA 1 AMPOLA SC A CADA 6-4H ATROPINA COLÍRIO 1% (1 A 2 GTS A CADA 6H) IPATRÓPIO – MICRONEBULIZAÇÃO Manejo de convulsões no fim de vida em domicílio CAUSAS PRINCIPAIS HIC Tumor ou metástases para SNC DHE Abstinência de anticonvulsivantes SE TUMOR Dexametasona 4mg a cada 6h (ampola 4mg/ml ) Corrigir DHE Midazolam (5 a 10 mg SC) Diazepam (5 a 10 mg SC) Manejo de miocloniais no fim de vida em domicílio CAUSAS PRINCIPAIS Efeito colateral de medicações : metoclopramida, opioides em doses altas, neurolépiticos, abstinência de álcool, hipóxia do SNC Rever medicações Rever doses de medicações Sedação paliativa com midazolam 5-10 mg SC a cada hora até cessar e manter com 20-30 mg/24h Manejo de constipações no fim de vida em domicílio Óleo mineral – 1 a 2 medidas ao dia (atenção nas disfagias) Bisacodil 5 a 10 mg 2x ao dia Lactulose até 30 ml 3x ao dia Enemas em fim de vida : apenas se sintomas importantes Voltando aos casos encaminhados para EMAD Como identificar que o paciente está morrendo? Somente este mês já era a terceira vez que Pedro procurava atendimento médico na UPA. Na última avaliação ele precisou ficar internado na unidade por 7 dias devido a quadro de pneumonia aspirativa. Nessa avaliação Pedro apresentava trismo intenso de mandíbula, dor 10/10, náusea 9/10, fadiga 10/10, Falta de ar 8/10 e relato de crise convulsiva em casa. Nos últimos exames TC de pescoço evidenciando doença localmente avançada comprimindo estruturas nobres como carótidas e traquéia. No momentode sua avaliação Pedro piora a dispnéia , gemência intensa de dor. FR 36 ipm PA 80x50 mmhg FC 124 bpm Sato2: 92% com O2 no CN a 4l/minuto Sim o paciente está apresentando sinais de fim de vida Doença ameaçadora a vida Caquexia Falências múltiplas Evento agudo com sinais de morte iminente FR 36 ipm PA 80x50 mmhg FC 124 bpm Sato2: 92% com O2 no CN a 4l/minuto Como identificar que o paciente está morrendo? Maria Luiza, 29 anos, portadora de CA de colo de útero com metástase hepática, pulmonar, carcinomatose peritoneal. Passou por 4 linhas de tratamento quimioterápico. PPS 30%, recebe alta hospitalar com SNE, proposta de cuidados paliativos exclusivos já acordado com a família. Recebe alta hospitalar para acompanhamento pela EMAD. Medicações prescritas :Dipirona 1 g pela sonda se dor, PACO 1 cp de 6/6h, dieta 240 ml de 3/3h, plasil 1 cp se náuseas ou vômitos, soro fisiológico por hipodermóclise (a 30 gts/minuto) A Admissão: dispneica, edema de MMII +++/+4, sialorreia importante, tosse secretiva, gemente , sonolenta, queixando náuseas intensas. Sim o paciente está apresentando sinais de fim de vida Doença ameaçadora a vida Caquexia Falências múltiplas Evento agudo com sinais de morte iminente Dispneica Oligúrica Redução do nível de consciência DESPRECREVER MEDICAÇÕES NÃO ESSENCIAIS AUMENTA O RISCO DE INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS EFEITOS ADVERSOS NÃO BENEFÍCIO CONSIDERAÇÕES FINAIS 1 EM CADA 10 PACIENTES QUE NECESSITAM DE CUIDADOS PALIATIVOS O RECEBEM NO MUNDO SOMOS CONSIDERADOS UM DOS PIORES PAÍSES PARA SE MORRER DO MUNDO O ACESSO A SERVIÇOS DE CUIDADOS PALIATIVOS E A MEDICAMENTOS PARA CONTROLE DE DOR E OUTROS SINTOMAS NO AMBIENTE DOMICILIAR AINDA É MUITO LIMITADO CUIDAR DE PACIENTES NO CENÁRIO DE MORTE E FIM DE VIDA É DESAFIADOR A FORMA COMO ESSES PACIENTES FALECEM FICARÃO NA MEMÓRIA DE FAMILIARES E EQUIPE PROMOVER UM FIM DE VIDA DIGNO É DEVER MÉDICO Obrigada ! NÓS TODOS CUIDAMOS DE PESSOAS QUE MORREM “A vida é breve e precisa de valor, sentido e significado. E a morte é um excelente motivo para buscar um novo olhar para a vida” ACA image1.jpeg image2.jpeg image3.png image4.gif image5.jpg image6.gif image7.jpeg image8.png image9.png image10.png image11.png image12.png image13.jpeg image14.jpeg image15.jpeg image16.jpeg image17.jpeg image18.jpeg image19.jpeg image20.jpeg image21.jpeg image22.jpeg image23.jpeg image24.jpeg image25.jpeg image26.jpeg image27.jpeg image28.jpeg image29.png image30.png image31.jpg image32.jpg image33.emf image34.png image35.png image36.png image37.png image38.png image39.png image40.png image41.png image42.png image43.png image44.png image45.png image46.jpg